charneca em flor - florbela espanca

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CHARNECA EM FLOR Florbela Espanca

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Page 1: Charneca em flor - Florbela Espanca

CHARNECA

EM FLOR

Florbela Espanca

Page 2: Charneca em flor - Florbela Espanca

Enche o meu peito, num encanto mago,

O fremito das coisas dolorosas...

Sob as urzes queimadas nascem rosas...

Nos meus olhos as lágrimas apago...

Page 3: Charneca em flor - Florbela Espanca

Anseio! Asas abertas! O que trago

Em mim? Eu oiço bocas silenciosas

Murmurar-me as palavras misteriosas

Que perturbam meu ser como um afago!

Page 4: Charneca em flor - Florbela Espanca

E, nesta febre ansiosa que me invade,

Dispo a minha mortalha, o meu bruel,

E já não sou, Amor, Soror Saudade...

Page 5: Charneca em flor - Florbela Espanca

Olhos a arder em êxtases de amor,

Boca a saber a sol, a fruto, a mel:

Sou a charneca rude a abrir em flor!

Page 6: Charneca em flor - Florbela Espanca
Page 7: Charneca em flor - Florbela Espanca
Page 8: Charneca em flor - Florbela Espanca

Florbela Espanca,

nascida Flor Bela Lobo, (Vila Viçosa, 8 de

dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de dezembro de 1930)

foi uma poetisa portuguesa, precursora do movimento feminista em seu país, teve uma vida tumultuada, inquieta, transformando seus

sofrimentos íntimos em poesia da mais alta

qualidade, carregada de erotização e feminilidade.

Page 9: Charneca em flor - Florbela Espanca

Filha de Antónia da Conceição Lobo, empregada de

João Maria Espanca, que não a reconheceu

como filha.

Porém com a morte de Antónia em 1908, João

e sua mulher Maria Espanca criam a

menina.

O pai só reconheceria a paternidade muitos anos

após a morte de Florbela.

Page 10: Charneca em flor - Florbela Espanca

Em 1903 Florbela Espanca escreveu a

primeira poesia de que temos conhecimento, “A

Vida e a Morte”.

Casou-se no dia de seu aniversário em 1913, com

Alberto Moutinho.

Concluiu um curso de Letras em 1917,

inscrevendo-se a seguir para cursar Direito, sendo

a primeira mulher a frequentar este curso na Universidade de Lisboa.

Page 11: Charneca em flor - Florbela Espanca

Sofreu um aborto involuntário em 1919, ano em que publicaria o” Livro

de Mágoas”. É nessa época que Florbela começa a apresentar

sintomas mais sérios de desequilíbrio mental.

Em 1921 separou-se de Alberto Moutinho,

passando a encarar o preconceito social

decorrente disso. No ano seguinte casou-se pela segunda vez, com

António Guimarães.

Page 12: Charneca em flor - Florbela Espanca

“O Livro de Sóror Saudade” é publicado em

1923.

Florbela sofreu novo aborto, e seu marido pediu

o divórcio.

Em 1925 casou-se pela terceira vez, com Mário Lage.

A morte do irmão, Apeles (num acidente de avião),

abala-a gravemente e inspira-a para a escrita de “As Máscaras do Destino”.

Page 13: Charneca em flor - Florbela Espanca

Tentou o suicídio por duas vezes em Outubro e

Novembro de 1930, às vésperas da

publicação de sua obra-prima,

“Charneca em Flor”.

Após o diagnóstico de um edema pulmonar, suicida-

se no dia do seu aniversário, 8 de

Dezembro de 1930.

“Charneca em Flor” viria a ser publicado

em janeiro de 1931.

Page 14: Charneca em flor - Florbela Espanca

FORMATAÇÃO: Mima(Wilma) Badan

[email protected]

MÚSICA: Tudo isto é o fado

Interpretação: Amália Rodrigues

(Repasse com os devidos créditos)

BLOG: www.mimabadan.blogspot.com

PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS: www.slideshare.net/mimabadan