cgu discursiva luizhenrique lucianooliveira aula 04

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5/24/2018 CGUDiscursivaLuizhenriqueLucianooliveiraAula04-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/cgu-discursiva-luizhenrique-lucianooliveira-aula-04 DISCURSIVAS PARA A CGU 2012 LUIZ HENRIQUE LIMA E LUCIANO OLIVEIRA 1 Olá concurseiro(a)! Uma bela canção, mais bela ainda quando interpretada por Djavan, traz o seguinte trecho:  “Só eu sei Os desertos que atravessei Só eu sei, só eu sei Com a aula de hoje, estamos concluindo nosso curso. Cada um de nós sabe os desertos que atravessou, as esquinas por que passou, as horas que estudou, os sacrifícios que enfrentou, os prazeres que adiou, os sonhos que alimentou… Assim, antes de tudo, parabéns! Quando assistimos em nosso país tantos maus exemplos de altas autoridades, ficamos comovidos com a luta dos alunos para conquistar com dignidade, honestidade e esforço um cargo de elevada responsabilidade e boa remuneração, que lhes permita obter realização profissional e oferecer melhores condições para seus familiares. Tenha certeza de que esses estudos e essa luta não serão em vão. No mínimo, você proporciona aos seus amigos e conhecidos um ótimo exemplo de dedicação e honradez, valores que um dia hão de prevalecer no Brasil. Nessas semanas de convivência, apesar de fisicamente distantes, sentimo-nos muito próximos dos mais participativos, conhecendo seus estilos e compartilhando suas expectativas e ansiedades. As formações e as idades são as mais diversas, e, de uma maneira geral, bem preparados. O trabalho foi cansativo, mas valeu a pena, cada minuto, cada segundo ao seu lado. A experiência foi extraordinária, permitindo-nos contato com alunos de todas as partes do país. Se há um jogo e o nosso time está em campo, saiba que adquirimos nosso ingresso para o calor da geral. O time não precisa ser o melhor do Brasil, mas precisa atingir o objetivo! Torcemos de coração pelo seu sucesso, e que seja breve! Agora, vamos à aula! Nessa aula final, iniciaremos apresentando algumas opiniões sobre prováveis temas para questões da prova, ora recortados de exames anteriores, ora fruto de nossa imaginação e experiência.

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  • DISCURSIVAS PARA A CGU 2012 LUIZ HENRIQUE LIMA E LUCIANO OLIVEIRA

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    Ol concurseiro(a)!

    Uma bela cano, mais bela ainda quando interpretada por Djavan, traz o seguinte trecho:

    S eu sei

    Os desertos que atravessei

    S eu sei, s eu sei

    Com a aula de hoje, estamos concluindo nosso curso.

    Cada um de ns sabe os desertos que atravessou, as esquinas por que passou, as horas que estudou, os sacrifcios que enfrentou, os prazeres que adiou, os sonhos que alimentou

    Assim, antes de tudo, parabns!

    Quando assistimos em nosso pas tantos maus exemplos de altas autoridades, ficamos comovidos com a luta dos alunos para conquistar com dignidade, honestidade e esforo um cargo de elevada responsabilidade e boa remunerao, que lhes permita obter realizao profissional e oferecer melhores condies para seus familiares.

    Tenha certeza de que esses estudos e essa luta no sero em vo.

    No mnimo, voc proporciona aos seus amigos e conhecidos um timo exemplo de dedicao e honradez, valores que um dia ho de prevalecer no Brasil.

    Nessas semanas de convivncia, apesar de fisicamente distantes, sentimo-nos muito prximos dos mais participativos, conhecendo seus estilos e compartilhando suas expectativas e ansiedades. As formaes e as idades so as mais diversas, e, de uma maneira geral, bem preparados.

    O trabalho foi cansativo, mas valeu a pena, cada minuto, cada segundo ao seu lado. A experincia foi extraordinria, permitindo-nos contato com alunos de todas as partes do pas.

    Se h um jogo e o nosso time est em campo, saiba que adquirimos nosso ingresso para o calor da geral. O time no precisa ser o melhor do Brasil, mas precisa atingir o objetivo!

    Torcemos de corao pelo seu sucesso, e que seja breve!

    Agora, vamos aula!

    Nessa aula final, iniciaremos apresentando algumas opinies sobre provveis temas para questes da prova, ora recortados de exames anteriores, ora fruto de nossa imaginao e experincia.

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    Na sequncia, responderemos a algumas dvidas relevantes colocadas no frum dos alunos e retomaremos algumas recomendaes importantes, que devem ser observadas na elaborao das respostas nas provas discursivas.

    Tambm relembraremos alguns pontos prioritrios para o aprimoramento de seu texto e a importncia da reviso.

    Traremos tambm exemplos reais de respostas a questes discursivas que obtiveram nota mxima.

    Finalizaremos a anlise de questes discursivas de concursos passados realizados por diversas ilustres organizadoras.

    Apresentaremos tambm os comentrios ao exerccio 4, com a j conhecida seleo de trechos selecionados dos alunos.

    E, ao final, deixaremos com voc algumas dicas importantes para a reta final de estudos, para a vspera e o dia da prova, e para depois da prova tambm, inclusive quanto aos recursos, e a nossa mensagem final.

    Muito bem, vamos comear!

    I QUESTES QUE VO CAIR NA PROVA DISCURSIVA (valendo uma empadinha cada!)

    Lembramos que no temos bola de cristal, mas cremos que vale a pena arriscar alguns palpites acerca de temas cuja presena bastante provvel. Vamos l!

    Certo dia, caminhando numa trilha, totalmente relaxado, o amigo Luiz, na tentativa de se colocar no lugar dos examinadores que preparam a prova, indagou-se: se eu fosse chamado a elaborar questes para a prova da CGU, quais os temas novos que eu incluiria?

    E o amigo Luciano? Bem, apesar de no ser adepto a meditaes ecolgicas, trar igualmente importantes contribuies.

    Saibam todos que essa dupla (Luiz e Luciano) sempre muito dedicada no que faz, preza pela perfeio e sempre atenta aos alunos.

    Pois bem, eis o resultado de nossas meditaes, com base no ltimo edital:

    1) Direito Administrativo

    Tivemos um sonho de um tema sobre AGNCIAS REGULADORAS(definio, diretrizes, atribuies, princpios). Mas fique atento: a depender do referencial (conforme preconizado por Newton), o sonho pode virar um pesadelo!

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    Por que no um tema sobre PRINCPIOS. Questo fora do edital fere a legalidade, pois o edital a lei do concurso. Afinal, a lei, como fonte do Direito Administrativo, no s a lei em sentido estrito, mas tambm os atos normativos. Esperamos que o examinador no saiba que a prova que ele estiver corrigindo seja a sua, a do sobrinho dele ou a do amigo do vizinho. Seno, a impessoalidade no estar sendo respeitada. E agir sem honestidade fere a moralidade, todos ns sabemos. Pior ainda se voc no puder saber as razes do indeferimento de eventuais recursos que voc tenha interposto. J pensou? Cad a publicidade nisso? Tudo bem, o Cespe no vai fazer nada disso, estamos em tempos de administrao gerencial. Viva o princpio da eficincia!

    Ah! Mais uma: ATOS ADMINISTRATIVOS. A lei manda a Administrao conferir licena para dirigir a quem passar na prova. O cidado passou, quer a carteira. O administrador pode negar? No. Ele est vinculado regra legal. Ele exerce uma competncia vinculada. A lei diz tambm que os donos de bar no podem colocar mesinhas na calada, salvo se a Administrao autorizar. L vai o dono do boteco fazer o requerimento. S que a Prefeitura acha que isso vai atrapalhar o trnsito dos pedestres e, por isso, nega. E agora? E agora nada. Ela autoriza se quiser. A competncia discricionria.

    Os CONVNIOS esto na moda. Diferena entre convnio e contrato? Isso cai? Pode cair. Alm disso, confira as normas que regem o assunto: Decreto 6.170/2007 e Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU 507/2011.

    PROCESSO ADMINISTRATIVO: a Administrao pode dar incio a processo com base em denncia annima? Quais so as regras de decadncia para anulao de ato administrativo ilegal que gere benefcios ao destinatrio? Coisa julgada administrativa? Precluso administrativa? Meu Deus! O que tudo isso?

    2) AFO

    Que tal uma questozinha sobre PRINCPIOS ORAMENTRIOS? Unidade, universalidade, equilbrio, oramento bruto, anualidade, proibio de estorno, exclusividade, etc. Est tudo na ponta da lngua?

    E sobre a nova estrutura do PPA? Objetivos e iniciativas no PPA e sua relao com as aes da LOA. Ser que vo cobrar essa novidade?

    E que tal o tema pouco explorado, mas importante de Conceito e estgios da Receita e da Despesa pblica.

    3) Direito Constitucional

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    A fiscalizao contbil, financeira e oramentria sempre um tpico de importncia nessa matria, principalmente para o concurso da CGU, que um rgo de controle da Administrao. Vale lembrar que o controle interno tratado no art. 74 da Carta Magna.

    Recomendamos ainda reler o tpico sobre controle de constitucionalidade, tema sempre relevante em concursos pblicos, inclusive em questes discursivas. J pensou se perguntarem o que a chamada objetivao do controle difuso? E a lei ainda inconstitucional? Fiquem atentos!

    3) Administrao Pblica

    No esquea que a Lei da Ficha Limpa consta no edital da disciplina e tem tudo a ver com a atuao da CGU.

    Outra aposta: O Sistema de Freios e Contrapesos: autotutela.

    II DVIDAS DO FRUM DOS ALUNOS

    1) Professores, eu estou ultrapassando o limite de tempo para fazer a redao. Qual a melhor forma de sanar este problema?

    Resposta: Seu questionamento muito bom! Demonstra que voc est fazendo o exerccio simulando as condies da prova conforme combinamos.

    Nem todas as pessoas conseguem escrever com velocidade. O importante que voc est consciente dessa dificuldade. Isso te ser muito til para fazer o adequado planejamento da gerncia do tempo no dia da prova.

    Continue treinando e voc ver que, aos poucos, sua velocidade ser incrementada. Veja se consegue escrever um pouco mais rpido, sacrificando a beleza da grafia, mas sem torn-la ilegvel, claro.

    2) Devido ao limite de linhas, uma das minhas maiores preocupaes tem sido hierarquizar as informaes, para no correr o risco de deixar algo que o examinador ache relevante de fora. O Sr. poderia comentar a respeito e dar algumas dicas? Obrigada!

    Resposta: Voc est no caminho certo ao procurar hierarquizar as informaes, dando mais destaque e espao ao que mais relevante e, eventualmente, suprimindo o que desnecessrio e suprfluo.

    A melhor forma de faz-lo dedicar algum tempo s duas fases iniciais da elaborao do texto. Vale aqui o MANTRA:

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    PENSAR, PLANEJAR, REDIGIR, REVISAR.

    Se voc dedicar um tempinho para PENSAR, PLANEJAR fica mais fcil. Planejando bem, REDIGIR fica mais simples. Com uma boa redao, REVISAR no ser o problema.

    3) Poderiam dar um exemplo de como seriam as oraes intercaladas que devem ser evitadas no texto tcnico? E um exemplo de proporcionalidade (equilbrio) e escalonamento (ordenamento lgico)?

    Resposta: Intercalaes de textos devem ser utilizadas com cautela, de modo a no dificultar o entendimento pelo leitor.

    Exemplo de uma redao confusa:

    Os atos administrativos discricionrios so os atos administrativos que a lei confere certas margens de liberdade de atuao da Administrao, podendo ela decidir da sua oportunidade e convenincia do prprio ato que ser produzido.

    Arrumando:

    Os atos administrativos discricionrios so os atos administrativosaqueles aos quais a lei confere certa margem de liberdade de atuao da Administrao, podendo ela decidir da sobre sua a oportunidade e aconvenincia do prprio ato que ser produzido.

    Limpando:

    Os atos administrativos discricionrios so aqueles aos quais a lei confere certa margem de liberdade de atuao da Administrao, podendo ela decidir sobre a oportunidade e a convenincia do ato.

    Explicao de proporcionalidade:

    Pargrafos equilibrados, de extenso semelhante, conferem proporcionalidade ao texto. Se vocs dispem de 15 linhas para examinar trs aspectos, evitem dedicar 11 linhas a um deles e 2 linhas a cada um dos demais, por exemplo.

    Exemplo de escalonamento lgico:

    Em primeiro lugar, cumpre destacar que...

    Ademais, sublinhe-se que...

    Por fim, no se pode esquecer que...

    Tendo em vista tais elementos, conclui-se que...

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    4) Professores, nos materiais em que tenho estudado, encontro divergncia sobre a escrita de certas palavras. Por exemplo, h materiais em que as palavras "estados", "municpios", "ministrios" so escritas com iniciais maisculas, mesmo sem especificao; em outros, com iniciais minsculas. Qual o certo?

    Resposta: Segundo o Manual de Redao da Folha de So Paulo, voc deve utilizar Ministrio com maiscula quando designar um rgo especfico (Ministrio da Sade) e com minsculas, em segunda meno ou para se referir ao conjunto de ministros (funcionrios daquele ministrio; ministrio do presidente Fulano). Regra semelhante para estados e municpios.

    O Manual de Redao e Estilo do Estado de So Paulo prescreve que sero usadas maisculas para designar leis ou normas econmicas e polticas consagradas por sua importncia (Lei de Responsabilidade Fiscal). Orienta usar minsculas na designao de profisses e ocupantes de cargos (governador Sicrano, rainha Beltrana).

    Observem alguns exemplos.

    "Vou estudar Economia na UnB."

    "A economia mundial vive um momento instvel."

    Percebeu? Quando nos referimos a uma disciplina ou conceito cientfico, utilizamos maisculas. No sentido corriqueiro da palavra, minsculas.

    O mesmo vale para leis e ministros:

    "O Ministro da Fazenda discorda da Lei do IR."

    "Nunca tivemos um governo com tantos ministros e tanto desrespeito s leis."

    III MAIS ALGUMAS RECOMENDAES PARA APRIMORAR A ELABORAO DO TEXTO TCNICO

    - Evitar o uso de oraes intercaladas, de parnteses de e travesses, bem como de perodos longos.

    - Usar linguagem objetiva e, preferencialmente, a ordem direta (sujeito, verbo, objeto e complementos).

    - No usar trechos longos descritivos que no acrescentem informao til fundamentao dos argumentos.

    - No devem ser utilizados comentrios entre aspas com sentido dbio ou irnico.

    - Dar maior importncia aos pontos centrais da argumentao.

    Linguagem inadequada

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    - No utilizar expresses corriqueiras, vulgares ou informais, como papeladas, maaroca, na moral ou semelhantes.

    Termos imprprios

    - Utilizar os termos dentro de seu contexto, evitando abusar de metforas, hiprboles e outros recursos adequados para textos literrios e jornalsticos, mas no para textos de concurso.

    IV A IMPORTNCIA DA REVISO

    Dedique tambm pelo menos 10 ou 15 minutos do tempo da prova para fazer a reviso dos seus textos antes de pass-los para as folhas da redao definitiva.

    Na realidade, so necessrias duas revises, ou duas leituras com focos diferentes: a reviso de contedo e a reviso de forma.

    Na reviso de contedo verifica-se se:

    9 O texto possui incio, meio e fim? 9 O primeiro pargrafo aborda o tema central?9 O desenvolvimento tem encadeamento lgico? 9 A concluso reflete a argumentao apresentada? 9 Foram atendidos todos os itens requeridos pelo enunciado? 9 O que pode ser excludo ou acrescentado?

    Na reviso de forma, cuida-se de:

    9 Ortografia 9 Concordncia verbal9 Concordncia nominal 9 Ateno s vrgulas e s crases, nossos erros mais comuns!

    Vamos a um exemplo prtico. Vamos apresentar um texto para que vocs encontrem os erros e faam a reviso.

    Os Tribunais de Contas dos Estados bem como o do Distrito Federal exercem na esfera estadual, e de vez em quando na municipal, as competncias que tm o TCU no mbito federal.

    Uma das principais a realizao de auditorias que verificam se os jurisdicionados esto conforme a legalidade, legitimidade e economicidade na aplicao de recursos pblicos.

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    Outra tambm o julgamento das contas que so irregulares, exclusive podendo aplicar multas e outras penalidades, desde que tenha respeito ao direito de defesa, segundo jurisprudncia do Supremo.

    No mais, as Cortes de Contas apuram, denncias, fiscalizam licitaes e contratos superfaturados e fazem o registro de aposentadorias de servidores pblicos aposentados e inativos.

    Atravs do acima esposto fica esclarecido a natureza de grande importncia destas Cortes para a democracia e o combate a corrupo.

    Pense bem e corrija. Veja se encontrou os mesmos erros que ns:

    Os Tribunais de Contas dos Estados bem como o do Distrito Federal exercem, na esfera estadual, e de vez em quando e, em geral, na municipal, as competncias que tmtem o TCU Tribunal de Contas da Unio no mbito federal.

    Uma das principais so a realizao de auditorias que verificam se os jurisdicionados esto agindo conforme a legalidade, a legitimidade e a economicidade na aplicao de recursos pblicos.

    Outra tambm o julgamento das contas dos administradores pblicos que so irregulares, exclusiveinclusive aplicar com a aplicao de multas e outras penalidades, se for o caso, desde que tenha com respeito ao direito de defesa, segundo jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal.

    No mais Alm disso, as Cortes de Contas apuram,denncias, fiscalizam licitaes e contratos superfaturados e fazem o registro de aposentadorias de servidores pblicos aposentados e inativos.

    Atravs Por meio do acima esposto exposto, fica esclarecido esclarecida a natureza de grande importncia destas dessas Cortes para a democracia e o combate a corrupo.

    Temos que fazer da reviso um hbito. To importante e to higinico quanto escovar os dentes limparmos as impurezas de nossos textos. s vezes escapa alguma coisa, mesmo em nossas aulas, pois ningum perfeito. Mas, devemos sempre procurar melhorar, no mesmo? Fique vontade para encontrar novos pontos a corrigir ou simplesmente a melhorar no texto acima, alm dos que ns citamos.

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    V EXEMPLOS DE RESPOSTAS COM NOTA MXIMA

    Que tal aprendermos com os professores?

    Vamos apresentar dois exemplos de respostas a questes discursivas que obtiveram nota mxima.

    A primeira do Luciano Oliveira, feita no concurso do TCE-AL para Auditor Substituto de Conselheiro, realizado em 2008, pela Fundao Carlos Chagas. A segunda, do Luiz Henrique, elaborada no concurso do TCE-MT para Auditor Substituto de Conselheiro, aplicado em 2008, pela FESMP-RS.

    Questo 1

    Considere hiptese em que entidade da administrao indireta estadual e pessoa jurdica de direito privado celebrem contrato cuja execuo acarrete danos ao meio ambiente e ao errio pblico. Existem mecanismos para se pleitear perante o Tribunal de Contas do Estado ou em juzo a anulao do contrato e a responsabilizao dos envolvidos. Justifique sua resposta. (valor: 25,0 pontos)

    Critrio de correo de prova (oficial da banca FCC)

    a) Nos termos da legislao pertinente, entidade da administrao indireta estadual submete-se jurisdio do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nesse contexto, so dois os principais mecanismos para se levantar a questo da lesividade ao meio ambiente e ao errio pblico perante o TCE: denncia formulada por cidado, partido poltico, associao ou sindicato (Constituio da Repblica, Constituio do Estado e Lei Orgnica do TCE), a representao formulada pelos rgos de controle interno da Administrao (Lei Orgnica do TCE, entre outros legitimados. Nessas hipteses, no entanto, no detm o TCE competncia para proceder de imediato sustao ou anulao do contrato, devendo ser observado o procedimento previsto no art. 97, 1 e 2, da Constituio do Estado, bem como art. 40, 2 e 3 da Lei Orgnica do TCE, por simetria ao previsto na Constituio da Repblica para as entidades federais perante o TCU. Poder o TCE, dentro dessas condies referidas, vir a impor penalidade de multa aos responsveis, no valor de at 100% do dbito, alm de determinar o ressarcimento do prejuzo ao errio. Essas situaes, ademais, no excluem a possibilidade de a apurao da irregularidade ocorrer sem sede de fiscalizao exercida de ofcio pelo TCE, caso em que ser instaurado procedimento de tomada de contas especial. (valor: 15,0 pontos)

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    b) H dois mecanismos existentes para provocar a atuao judicial no caso apresentado, considerando-se a existncia de danos ao meio ambiente e ao errio pblico: ao popular, para a qual est legitimado qualquer cidado, e ao civil pblica, proposta pelo Ministrio Pblico, conforme expressa previso constitucional, entre outros legitimados; ambas as aes prestam-se potencial anulao do contrato e responsabilizao dos envolvidos. (valor: 10,0 pontos)

    Resposta do Luciano:

    Caso uma entidade da administrao indireta estadual e uma pessoa jurdica de direito privado celebrem contrato cuja execuo acarrete danos ao meio ambiente e ao errio pblico, existem mecanismos para se pleitear, tanto junto ao Tribunal de Contas do Estado como em juzo, a anulao do contrato e a responsabilizao dos envolvidos.

    Todas as entidades da administrao indireta estadual so jurisdicionadas ao Tribunal de Contas do Estado TCE, por expressa previso constitucional e legal, devendo prestar contas da gesto e da correta aplicao dos recursos pblicos estaduais que administram. O TCE possui competncia para apreciar a legalidade dos contratos que celebrem, podendo tal verificao ocorrer em sede de: prestao de contas anuais; auditorias realizadas por iniciativa do prprio Tribunal ou da Assemblia Legislativa; ou, ainda, denncias encaminhadas ao TCE por qualquer cidado, partido poltico, associao ou sindicato, tudo conforme previso constitucional e legal.

    As contas anuais da entidade podem ser julgadas irregulares pelo TCE, em funo do contrato ilegal e danoso ao errio e ao meio ambiente, com determinao da Corte para anulao do ajuste. Caso a entidade no cumpra a determinao, porm, o TCE no pode anular diretamente o contrato, devendo comunicar o fato Assemblia Legislativa, para que esta o faa. Somente aps transcorridos noventa dias sem que o Poder Legislativo ou a entidade tenham tomado as medidas cabveis o TCE pode decidir a respeito.

    O TCE pode, ao realizar fiscalizao do contrato ou apurar denncia que lhe tenha sido encaminhada, aplicar multa ao gestor responsvel pela irregularidade do contrato, determinando, ainda, a anulao do ajuste, com os desdobramentos fticos e jurdicos citados no pargrafo anterior. Comprovado o dano ao errio, deve haver a converso do processo de fiscalizao em tomada de contas especial.

    Ressalte-se que, em qualquer caso, a empresa contratada deve exercer o contraditrio e a ampla defesa, em relao determinao de anulao do contrato, sob pena de nulidade da deciso do TCE. o que se extrai do teor da Smula Vinculante n.o 3 do Supremo Tribunal Federal.

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    A anulao do referido contrato tambm pode ser pleiteada junto ao Poder Judicirio, tendo em vista o princpio da inafastabilidade de jurisdio. Tanto o Ministrio Pblico, de ofcio ou mediante representao feita por qualquer cidado, pode provocar a justia, como o pode fazer o prprio cidado, nos casos previstos na Constituio.

    Diante de danos ao meio ambiente ou ao errio, o Ministrio Pblico competente para iniciar ao civil pblica, com vistas a obter a reparao do dano e a responsabilizao dos responsveis. Alm disso, o Parquet pode promover a competente ao penal, nos casos em que as condutas dos administradores configurem crime.

    Pode, ainda, o cidado provocar diretamente o Poder Judicirio, por meio de ao popular, para obter a anulao do feito que cause dano ao patrimnio pblico e ao meio ambiente, ficando isento de custas e do nus da sucumbncia, salvo em caso de m-f.

    Esses so, em resumo, os principais meios que o Estado e a sociedade tm disposio para pleitear junto ao TCE ou ao Poder Judicirio a anulao do contrato que cause danos ao meio ambiente e ao errio pblico.

    Questo 2

    Estabelea, fundamentadamente, a compatibilizao entre os princpios constitucionais da ordem econmica atinentes ao regime jurdico das empresas pblicas e sociedades de economia mista e a submisso dessas entidades ao controle externo exercido pelos Tribunais de Contas.

    Resposta do Luiz Henrique:

    At a edio da Emenda Constitucional n.o 19/1998, era pacfica a submisso das empresas pblicas e sociedades de economia mista ao controle externo exercido pelos Tribunais de Contas. Referida Emenda estabeleceu uma distino entre as prestadoras de servios pblicos e as exploradoras de atividades econmicas. Essas ltimas passaram a poder dispor de regramento prprio de licitaes e contratos e a sujeitar-se a regime jurdico prprio de empresas privadas.

    No obstante, devem observar sua funo social e serem fiscalizadas pelo Estado e pela sociedade, bem como respeitar aos princpios constitucionais da ordem econmica, tais como a defesa do consumidor e a defesa do meio ambiente, entre outros.

    Ao contrrio do que foi inicialmente sustentado por alguns, essas alteraes no afetaram os fundamentos constitucionais de sua submisso ao controle externo exercido pelas Cortes de Contas, a saber, o caput do art. 70 e o inciso II do art. 71 da Carta Magna.

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    Assim, tais entidades so plenamente jurisdicionadas aos Tribunais de Contas, estando seus responsveis e gestores sujeitos ao julgamento de contas, inclusive em tomadas de contas especiais, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e s demais atividades de controle, como as relativas aos procedimentos de licitaes e contratos. Sujeitam-se, igualmente, cominao de sanes em caso de irregularidades.

    E agora, a dissertao nota mxima de um ex-aluno nosso, hoje AFRFB, na prova aplicada em 2010 pela Esaf! A questo valia 60 pontos. Observem que ele obteve nota mxima em contedo e em idioma.

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    VI TEMAS PARA TREINAR ANTES DA PROVA!

    Em atendimento a pedidos, faremos a apresentao de temas gerais, uma espcie de um resumo final. Lembre-se: s com muito treino alcanaremos o ponto timo de nosso estudo!

    1) (CESPE/ANALISTA/TCU/2008) Leia o texto abaixo, que se refere ao Tribunal de Contas de Portugal.

    A Constituio da Repblica Portuguesa de 1976 incluiu o Tribunal de Contas no elenco dos Tribunais, qualificando-o como rgo de soberania a par do presidente da Repblica, da Assemblia da Repblica e do governo. Definido como verdadeiro tribunal, a ele se aplicam os princpios gerais constitucionalmente estabelecidos para os tribunais, dos quais se destacam: O princpio da independncia e da exclusiva sujeio lei; O direito coadjuvao das outras entidades; Os princpios da fundamentao, da obrigatoriedade e da prevalncia das decises; O princpio da publicidade. Garantia essencial da independncia do Tribunal de Contas a independncia do seu presidente e de seus juzes, que por isso est necessariamente abrangida pela proteo constitucional daquela. O princpio da independncia dos juzes determina no apenas a sua inamovibilidade e irresponsabilidade, mas, igualmente, a sua liberdade perante quaisquer ordens e instrues das demais autoridades e, bem assim, a definio de um regime adequado de designao, com garantias de iseno e imparcialidade que evitem o preenchimento do quadro da magistratura deste tribunal, tal como dos restantes, de acordo com os interesses do governo ou da administrao. Definido como o rgo supremo de fiscalizao da legalidade das despesas pblicas e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-lhe, o legislador constituinte elegeu o Tribunal de Contas categoria de tribunal especializado, de natureza financeira, profundamente diferente das demais categorias de tribunais em matria de competncias. Na verdade, a Constituio reala que o Tribunal de Contas no tem apenas funes jurisdicionais mas igualmente funes de outra natureza, nomeadamente dar parecer sobre a Conta Geral do Estado. Alm do mais, a sua competncia constitucionalmente fixada pode ser ampliada por via de lei, dispondo expressamente a Constituio neste sentido. Em concluso, o Tribunal de Contas , estrutural e funcionalmente, um tribunal, mais propriamente, um tribunal financeiro, um rgo de soberania, um rgo constitucional do Estado, independente, no inserido na administrao pblica, em particular, no Estado/Administrao.

    O tribunal de contas na atualidade. Internet: (com adaptaes).

    Considerando que o texto acima tem carter unicamente motivador, discorra, de forma fundamentada e de acordo com a Constituio Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:

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    - natureza jurdica do TCU; - relao entre o TCU e o Poder Legislativo; - eventual vinculao hierrquica da Corte de Contas com o Congresso Nacional.

    Extenso mxima: 20 linhas

    Eis uma questo tpica do concurso para rgos de controle: falar sobre a natureza jurdica do Tribunal de Contas e sua relao com o Poder Legislativo. A questo em si muito simples. O problema era voltar calma depois que o examinador o fazia ler inutilmente o imenso texto (des)motivador sobre o Tribunal de Contas de Portugal!

    Aps elaborar seu texto, veja como fizemos para responder questo em apenas 20 linhas:

    O TCU um tribunal de natureza poltico-administrativa, de previso constitucional, que auxilia o Congresso Nacional no controle externo contbil, financeiro e oramentrio da Administrao Pblica. Embora se assemelhe aos tribunais do Judicirio, no exerce funo jurisdicional tpica, podendo suas decises ser anuladas judicialmente, em caso de ilegalidade formal.

    Apesar de estar previsto no captulo da CF/88 que trata do Legislativo, grande parte da doutrina entende que o TCU rgo independente, no pertencente a nenhum dos Poderes, com competncias prprias e privativas, extradas diretamente da Carta Magna.

    No exerccio do controle externo, a Corte de Contas, em seu relacionamento com o Congresso Nacional, possui as seguintes atribuies, entre outras: realizar, por iniciativa prpria ou do Legislativo, inspees e auditorias nas unidades administrativas dos trs Poderes; prestar informaes solicitadas pelo Legislativo sobre fiscalizaes, auditorias e inspees realizadas; encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatrio de suas atividades.

    Embora auxilie o Congresso Nacional no exerccio do controle externo, o TCU no se subordina ao Parlamento, no havendo vnculo hierrquico entre os dois rgos. O regime de colaborao, nos moldes previstos na Lei Maior.

    Note que importante, desde o incio, destacar o tema principal de nossa dissertao.

    Lembram-se do ditado a primeira impresso a que fica ou da expresso amor primeira vista? Pois bem, isso pode no funcionar sempre, mas vale para a prova discursiva. Temos que buscar a aprovao primeira vista.

    Vale aqui o postulado Luiz Henriqueano para a introduo:

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    A primeira frase do primeiro pargrafo da resposta, obrigatoriamente, dever conter a palavra-chave do enunciado da questo.

    Assim, se a palavra ou expresso-chave controle de legitimidade ou terceirizao, tais expresses devero obrigatoriamente constar de sua introduo, na primeira frase do primeiro pargrafo.

    Por qu?

    Lembre-se de que a sua resposta tem um e apenas um objetivo: obter a melhor nota possvel. Para isso, preciso corresponder expectativa do examinador.

    Coloque-se no lugar do corretor de provas.

    Ele tem muitas, mas muitas provas para corrigir e um prazo exguo para isso. Faz esse trabalho no final do expediente ou nos finais de semana, quando est cansado ou querendo fazer outra coisa mais interessante (por exemplo, assistir aos gols da rodada! ). A vem o candidato e, em vez de responder logo ao que se perguntou, fica enrolando, circundando o tema, cheio de embromaes.

    Isso deixa o examinador impaciente e com m vontade. Lembre-se da histria do garoto tmido que demorou tanto a convidar a menina para danar que, quando o fez, a msica j tinha acabado... No deixe isso acontecer com suas respostas. No deixe o tempo e o espao acabarem antes de tratar do tema principal.

    Ao contrrio, se j na primeira frase voc informa ao examinador que compreendeu a pergunta e que ir respond-la, ele dar um suspiro de alvio e ir encarar com mais disposio o restante do seu texto.

    2) (CESPE/ANALISTA DO TCE-AC/2007) Determinado prefeito de municpio do estado do Acre, em razo da necessidade de informatizar e agilizar os servios da prefeitura, recebeu do governo do estado, sob forma de convnio, a quantia de R$ 100.000,00 para compras de equipamentos de informtica. No processo de aquisio dos equipamentos, a comisso licitatria utilizou a modalidade de licitao denominada concorrncia e o tipo de licitao foi o de menor preo.

    Considerando a Lei Federal n. 8.666/1993 (Lei das licitaes) e a Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Acre, elabore, na condio de Analista de Controle Externo, um relatrio sucinto a respeito da situao descrita, o qual dever conter:

    - identificao do rgo ou entidade e de seu gestor; - exposio dos fatos; - anlise tcnica pertinente;

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    - concluso.

    Extenso mxima: 30 linhas

    Embora a questo faa referncia legislao do TCE-AC, j que era um concurso para aquele rgo, ela ilustra bem o tipo de enunciado que pode ser pedido no concurso da CGU. A nica diferena que as eventuais referncias normativas devero ser feitas apenas s Leis de Licitaes, quando for o caso.

    Veja abaixo nossa proposta de soluo, mas tente resolv-la voc mesmo(a) antes:

    Trata-se de relatrio referente aquisio de equipamentos de informtica pelo Municpio X, do estado do Acre, cujo prefeito era o Sr. Fulano, realizada com recursos estaduais.

    O prefeito recebeu do governo do Estado, sob forma de convnio, a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para compra de equipamentos de informtica. No processo de aquisio, a comisso licitatria realizou o certame na modalidade concorrncia de tipo menor preo.

    O valor de R$ 100.000,00 enquadra-se na faixa em que o artigo 23 da Lei 8.666/1993 autoriza o uso da tomada de preos para a aquisio dos equipamentos. No h bice, porm, utilizao da concorrncia para a contratao, j que o art. 23, 4., da Lei 8.666/1993 dispe que essa modalidade sempre poder ser usada nos casos de obras, servios e compras. Todavia, o emprego de espcie de licitao mais dispendiosa, quando a lei autoriza procedimento mais simples, deve ser devidamente justificado, para comprovar que no houve afronta eficincia administrativa.

    Por outro lado, o tipo de licitao escolhido foi, em princpio, inadequado. O artigo 45, 4., da Lei 8.666/1993 reza que, para a contratao de bens e servios de informtica, a administrao dever adotar o tipo de licitao tcnica e preo, ressalvados os casos previstos em decreto. Desse modo, na inexistncia de decreto municipal a respeito, deveria ter sido adotado esse critrio de julgamento, exceto se se tratasse de bens de informtica considerados comuns, pois, nesse caso, a aquisio poderia ter sido feita na modalidade prego, cujo tipo o de menor preo, conforme o artigo 4., X, da Lei 10.520/2002.

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    Face ao exposto, prope-se: determinar ao Municpio X a anulao da aquisio dos equipamentos de informtica e a realizao de nova licitao, utilizando-se o tipo tcnica e preo, conforme o artigo 45, 4., da Lei 8.666/1993, salvo se houver decreto municipal que autorize o uso de outro tipo de licitao ou se os bens forem considerados comuns, quando, neste caso, poder ser utilizado a modalidade prego, cujo critrio de julgamento o menor preo; alertar o Sr. Fulano que o no-cumprimento da determinao acima poder ensejar a instaurao de tomada de contas especial, com o conseqente julgamento pela irregularidade das contas; determinar ao Municpio X que, nas suas licitaes, adote os critrios de julgamento determinados em lei; e determinar ao Municpio X que, ao adotar modalidade de licitao mais dispendiosa que a autorizada em lei, apresente as devidas justificativas que demonstrem no ter havido ofensa ao princpio da eficincia.

    3) (QUESTO INDITA) Discorra sobre a competncia do Tribunal de Contas da Unio para fiscalizar as empresas estatais federais e para responsabilizar os advogados dessas entidades pelos pareceres emitidos na atividade de consultoria jurdica, bem como sobre a natureza jurdica desses pareceres.

    Extenso mxima: 20 linhas

    Primeiro, tente resolver a questo. Depois, veja nossa soluo:

    Segundo o Supremo Tribunal Federal STF, todas as empresas estatais federais, independentemente de serem prestadoras de servios pblicos ou exploradoras de atividade econmica, submetem-se ao controle do Tribunal de Contas da Unio, inclusive quanto a tomada de contas especial. Isso porque a leso ao patrimnio de uma estatal atinge o capital pblico e, portanto, o Errio, mesmo que tambm haja leso ao capital privado.

    Os artigos 70 e 71 da Constituio Federal alcanam toda a Administrao Pblica, o que inclui as empresas estatais, que tambm gerem recursos pblicos. O controle externo visa a preservar o patrimnio do Estado, de modo a alcanar a aplicao direta ou indireta de dinheiros, bens e valores pblicos. No se pode dizer que no h possibilidade de haver prejuzo ao Errio na atuao de uma empresa pblica ou de uma sociedade de economia mista, em caso de m gesto.

    Quanto aos assessores jurdicos que emitem pareceres tcnicos, em auxlio autoridade administrativa, o STF entende que eles, em geral, no podem ser responsabilizados por suas opinies, exceto se estiverem presentes determinadas condies.

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    Segundo o Pretrio Excelso, um parecer meramente opinativo no considerado ato administrativo, e sim o ato de aprovao da autoridade que o homologa. Nesse caso, o parecerista no pode, em regra, ser responsabilizado solidariamente com o agente pblico que decide, salvo em caso de erro grosseiro ou dolo do especialista. Isso porque a autoridade que acata o parecer incorpora as opinies do feito como se fossem suas, tornando-se responsvel pelo seu contedo. A responsabilidade do parecerista fora desses casos s ocorrer quando o parecer no representar simples opinio do agente que o elabora, mas ato que vincula a deciso do administrador.

    4) (ESAF/ANALISTA/TCU/2000) Disserte sobre os atos sujeitos a registro do Tribunal de Contas da Unio, observando, em especial, os seguintes tpicos: 1) atos que esto sujeitos a registro do TCU; 2) aspecto desses atos sob o qual predomina a apreciao pelo TCU; 3) a variedade diferenciada porventura existentes de atos, para efeito de registro pelo TCU entre os de rgos da Administrao Direta e os de entidades da Administrao indireta Federal; 4) as consequncias advindas das decises do TCU, que resultem impugnaes a esses atos sujeitos sua jurisdio; consideraes gerais pertinentes.

    Extenso mxima: 30 linhas

    Tente fazer esta e, depois, veja nossa proposta de soluo:

    Segundo o art. 71, III, da Constituio Federal, compete ao Tribunal de Contas da Unio (TCU) apreciar, para fins de registro, a legalidade: dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, em toda a Administrao direta e indireta (incluindo as contrataes temporrias e celetistas), excetuadas apenas as nomeaes para cargos em comisso; e das concesses de aposentadorias, reformas e penses, ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem seu fundamento legal. Excluem-se tambm, neste caso, os atos cujos proventos so pagos pelo regime geral de previdncia social. Por exemplo, uma aposentadoria de um empregado de empresa pblica, paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social, no sujeita a registro pelo TCU, ao contrrio da aposentadoria de um servidor estatutrio.

    Ressalte-se que os atos que configuram excees apreciao para fins de registro no so imunes fiscalizao geral do Tribunal, quanto observncia das normas legais e constitucionais pertinentes.

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    O aspecto desses atos sob o qual predomina a apreciao do TCU a legalidade, de modo que o Tribunal deve efetuar o registro ou recus-lo, conforme os considere legais ou ilegais, respectivamente. Segundo o Regimento Interno do TCU, a deciso que considera legal o ato e determina o seu registro no faz coisa julgada administrativa e pode ser revista de ofcio pela Corte, com a oitiva do Ministrio Pblico junto ao TCU, dentro do prazo de cinco anos do julgamento, se verificado que o ato viola a ordem jurdica, ou a qualquer tempo, no caso de comprovada m-f.

    Quando o Tribunal considera ilegal ato sujeito a registro, o rgo de origem deve adotar as medidas cabveis, fazendo cessar qualquer espcie de pagamento decorrente do ato impugnado. Recusado o registro do ato, por ser considerado ilegal, a autoridade administrativa responsvel pode emitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades verificadas.

    Segundo a Smula Vinculante n. 3, nos processos de apreciao da legalidade dos atos de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso, perante o Tribunal de Contas da Unio, no h obrigatoriedade de serem assegurados o contraditrio e a ampla defesa. No obstante, o Supremo Tribunal Federal vem decidindo que, se entre a concesso do benefcio e a apreciao da Corte de Contas transcorrerem mais de cinco anos, deve ser garantido ao interessado o exerccio desses direitos, por razes de segurana jurdica.

    Agora, mais algumas para voc treinar:

    5) (CESPE/ANALISTA DO TCE-AC/2007) De acordo com o art. 24 da Lei Federal n. 8.666/1993:

    dispensvel a licitao: (...) XXVII para o fornecimento de bens e servios, produzidos ou prestados no pas, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnolgica e defesa nacional, mediante parecer de comisso especialmente designada pela autoridade mxima do rgo.

    Nesse sentido, suponha que a Secretaria de Justia e Segurana Pblica do Estado do Acre tenha adquirido, sem processo licitatrio, um conjunto de equipamentos capaz de rastrear o posicionamento dos presos por meio da implantao de um chip sob a pele de cada um deles. Suponha, tambm, que tais equipamentos tenham sido adquiridos por uma empresa brasileira que os importou do Canad.

    Considerando a Lei n. 8.666/1993 e a Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado do Acre, elabore, na condio de Auxiliar Tcnico de Controle Externo, relatrio sucinto a respeito dessa situao hipottica, com a seguinte estrutura:

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    - identificao do rgo ou entidade e de seu gestor; - exposio dos fatos; - anlise tcnica pertinente; - concluso.

    Extenso mxima: 30 linhas

    6) (Procurador do TCE-RJ 2001) Se determinado Tribunal aprova ato regimental caracterizado como interna corporis, possvel admitir a sindicabilidade dessas normas perante o Poder Judicirio? Fundamente. Extenso: 15 a 30 linhas

    Lembrando: Os atos interna corporis dos Tribunais e dos Parlamentos so, em regra, insindicveis pelo Poder Judicirio, porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos rgos. Na verdade, o que o Judicirio no pode fazer substituir a deciso interna do Tribunal por uma deciso judicial sobre assunto de exclusiva competncia discricionria do rgo. No obstante, nada impede que seja feita a verificao da compatibilidade do ato com as normas constitucionais e legais sobre o assunto.

    Portanto, o juiz tem poder para verificar eventuais inconstitucionalidades ou ilegalidades ocorridas na prtica dos atos interna corporis, sem, contudo, pretender alterar o contedo de tais atos, de competncia privativa do Tribunal ou da Casa legislativa. Assim, por exemplo, se esses atos ferirem direitos individuais e coletivos, podero ser apreciados pelo Poder Judicirio.

    Agora sua vez. Capriche na redao.

    Outra:

    7) (Procurador do TCE-RJ 2001) constitucionalmente possvel a subsistncia da percepo de proventos de aposentadoria de dois cargos acumulveis com remunerao proveniente do exerccio de outro cargo de provimento efetivo? Fundamente

    Extenso: 15 a 30 linhas

    Dispositivos relacionados ao caso:

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    Art. 37, 10, da CF/88: vedada a percepo simultnea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso declarados em lei de livre nomeao e exonerao.

    Art. 11 da EC 20/1998: A vedao prevista no art. 37, 10, da Constituio Federal, no se aplica aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, at a publicao desta Emenda, tenham ingressado novamente no servio pblico por concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, e pelas demais formas previstas na Constituio Federal, sendo-lhes proibida a percepo de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdncia a que se refere o art. 40 da Constituio Federal, aplicando-se-lhes, em qualquer hiptese, o limite de que trata o 11 deste mesmo artigo.

    Art. 40, 6., da CF/88: Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumulveis na forma desta Constituio, vedada a percepo de mais de uma aposentadoria conta do regime de previdncia previsto neste artigo.

    Veja agora os seguintes julgados:

    STF: RE 489.776 AgR/MG e ADI 1.328/AL;

    STJ: RMS 20.394/SC, RMS 20.033/RS, EDcl no RMS 5.722/DF, MS 7.166/DF.

    Captou? No possvel a acumulao de proventos de aposentadoria de dois cargos pblicos, salvo se acumulveis na atividade. Veja o RE 489.776 AgR/MG (STF), principalmente a parte final da sua ementa.

    Agora mais uma:

    8) (Procurador do TCE-RJ 2001) legal disposio que impe pontuao negativa por quantidade de linhas intermunicipais j exploradas pelas proponentes, em edital que tem por objeto a concesso de servio pblico de linha de transporte intermunicipal com itinerrio diverso, mas no mesmo Estado?

    Extenso: 15 a 30 linhas

    Dica: art. 15 da Lei 8.987/1995.

    E mais uma. Nunca demais!

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    9) (Procurador do TCE-RJ 2001) Um prisioneiro foge de uma priso estadual. Passados 6 (seis) meses, esse prisioneiro, juntamente com 3 (trs) outros comparsas, assalta uma residncia particular, causando danos s pessoas ocupantes desse imvel e seus bens. cabvel a obteno de indenizao do Estado por parte das vtimas do assalto? Exponha os argumentos a favor e contra o dever de indenizar.

    Extenso: 15 a 30 linhas

    Argumento a favor da responsabilidade do Estado: houve falha no dever de vigilncia do preso, que acabou fugindo e praticando o crime. Assim, o Estado deve indenizar as vtimas.

    Argumento contra: houve rompimento do nexo causal entre a falha da vigilncia e o crime cometido, em funo do tempo decorrido (seis meses) entre a fuga e a ocorrncia do fato.

    Obs.: d uma olhadinha nos seguintes julgados do STF: RE 172.025/RJ e RE 130.764/PR. Veja tambm este do STJ: REsp 858.511/DF.

    Agora com voc!

    Veja agora uma sobre princpios administrativos:

    10) (Procurador do TCE-RJ 2001) Em que consiste o princpio da proporcionalidade?

    Extenso: 15 a 30 linhas

    Agora queremos ver. Voc tem que escrever pelo menos 15 linhas sobre o princpio da proporcionalidade. E no vale enrolar!

    Vejamos outras questes. Quanto mais, melhor:

    11) (2005/Delegado do DF) So vrias as reas de atuao do Estado, entre elas o exerccio do poder de polcia. Nesse sentido, aponte as diferenas entre a polcia administrativa e a polcia judiciria.

    Extenso mxima: 20 linhas.

    Comentrios:

    Em carter colaborativo, segue um quadro-resumo:

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    Poder de PolciaAdministrativa Judiciria

    Natureza (+) Preventiva (+) Repressiva

    Incidncia Bens, direitos, e atividades Pessoas

    Competncia Toda APU (deDireito Pblico)

    Corporaes Especficas

    Sanes Administrativas Criminais

    Agora com voc. Disserte!

    PROPOSTA DE SOLUO

    O poder de polcia a atividade do Estado consistente em limitar o exerccio dos direitos individuais em prol da sociedade e da segurana do prprio Estado. Essa prerrogativa que o Estado exerce pode incidir em duas reas de atuao estatal: na administrativa e na judiciria, inconfundveis entre si quanto incidncia, competncia, e natureza.

    Quanto incidncia, enquanto a polcia administrativa regida pelo Direito Administrativo, incidindo sobre bens, direitos ou atividades, atuante na rea dos ilcitos administrativos; a judiciria, comandada pelo Direito Processual Penal, recai sobre as pessoas, atuando na rea do ilcito penal.

    Relativamente competncia, enquanto a administrativa espalhada por toda a Administrao Pblica de Direito Pblico, haja vista a indelegabilidade a particulares; a judiciria privativa de corporaes especializadas (na Unio, polcia federal; nos Estados, a polcia civil, por exemplo).

    Por fim, no que concerne natureza, enquanto a polcia administrativa eminentemente preventiva (atividade negativa), com aplicaes de represso (interdio de estabelecimentos comerciais insalubres, por exemplo); a judiciria predominantemente repressiva, com sinais de preveno ao inibir a prtica de novo ilcito penal pelo infrator.

    12) (CESPE/TCNICO/TCU/2007) Em um texto dissertativo, conceitue e diferencie a anulao e a revogao dos atos administrativos.

    Extenso mxima: 10 linhas

    Comentrios:

    Essa questo exige o casamento perfeito entre a conciso e a clareza, afinal, o candidato tem apenas 10 linhas para conceituar e diferenciar os institutos da revogao e da anulao.

    Em termos de planejamento, vamos roteirizar em forma de perguntas. Vejamos:

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    O que so atos administrativos? Os atos administrativos podem ser extintos? Quais as principais formas de desfazimento? Conceitos. A anulao se confunde com a revogao?

    Vamos tempestade de ideias, a partir dos quesitos propostos:

    Os atos administrativos so declaraes unilaterais do Estado ou de quem lhe faa as vezes, sob o regime de direito pblico, produzindo efeitos jurdicos imediatos, sujeitando-se ao controle judicial;

    Os atos administrativos podem ser retirados (desfeitos) de vrias formas, entre outras: caducidade, cassao, revogao e anulao;

    As duas formas de desfazimento de maior incidncia so: a anulao e a revogao;

    Enquanto a anulao a retirada de atos ilegais, com efeitos retroativos (ex tunc), a revogao o desfazimento de atos legais e eficazes, com efeitos ex nunc.

    Bom, temos que falar tudo isso em apenas 10 linhas! Assim, vamos citar apenas o que for essencial, OK?

    PROPOSTA DE SOLUO

    Os atos administrativos podem ser extintos, entre outras formas, pela anulao e pela revogao.

    A anulao ocorre por razes de ilegalidade na formao do ato, que ingressa no mundo jurdico viciado e, portanto, deve ser retirado do ordenamento. Ela ocorre, em regra, com efeitos ex tunc, pois o ato jamais deveria ter produzido efeitos. Ressalvam-se, porm, os direitos de terceiros de boa-f. A anulao pode ser feita pela Administrao ou pelo Poder Judicirio, se provocado.

    A revogao ocorre por razes de convenincia e oportunidade, quando um ato, at ento vlido e regular, passa a ser desnecessrio ou inoportuno para a Administrao. Como o ato era vlido at ento, a revogao ocorre com efeitos ex nunc. Por envolver questes de mrito administrativo, s pode ser feita pela prpria Administrao.

    13) (Cespe OAB/Unificado 2009-1) Ana obteve aprovao em concurso pblico para o provimento de determinado cargo efetivo no mbito da administrao pblica federal, porm no foi classificada dentro do nmero de vagas previsto em edital, o qual consignava expressamente que o concurso seria realizado para o preenchimento de um nmero exato de vagas, que foram devidamente preenchidas pelo poder pblico. No entanto, ainda durante o prazo de validade do concurso, foi editada lei federal de criao de novos cargos da mesma natureza daquele para o qual Ana fora aprovada.

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    Considerando a situao hipottica acima apresentada, responda, de forma fundamentada, se Ana tem o direito lquido e certo nomeao para o cargo que foi criado pela referida lei federal. Em sua resposta, especifique os limites da atuao da administrao pblica no caso em tela. Servidores

    Extenso mxima: 30 linhas.

    Comentrios:

    Na doutrina, boa parte dos autores tem entendido que a aprovao gera ao candidato mera expectativa de direito investidura no cargo ou emprego pblico, ou seja, o aprovado em concurso pblico tem esperana de um dia ser nomeado. Esse, inclusive, era o entendimento mantido de forma majoritria pelo STF, em julgados como este:

    A aprovao em concurso no gera direito nomeao, constituindo mera expectativa de direito. Esse direito somente surgir se for nomeado candidato no aprovado no concurso ou se houver o preenchimento de vaga sem observncia de classificao do candidato aprovado. (MS/STF 21.870)

    Portanto, para parte da doutrina, a aprovao e a classificao em

    concurso pblico conferem ao candidato, em regra, apenas a expectativa de direito nomeao. Agora, se o candidato aprovado for nomeado, tem direito subjetivo posse e complementao do processo de investidura. Se a participao e aprovao do candidato em alguma etapa do concurso pblico decorreram de concesso de medida liminar em ao judicial, no h para o interessado direito subjetivo nomeao.

    No entanto, por uma questo de moralidade, de respeito aos cidados, ainda bem que a jurisprudncia mais moderna vem caminhando em outro sentido.

    No STJ, decises como as seguintes passaram a surgir:

    Servidor pblico - Concurso - Aprovao de candidato dentro do nmero de vagas previstas em edital - Direito lquido e certo nomeao e posse no cargo. (Recurso em Mandado de Segurana n 19.922)

    No STF, em recente julgado (RE 227480), por meio de sua Primeira Turma, entendeu-se que a aprovao gera direito nomeao, a no ser casos em que no haja condio de nomeao dos aprovados, como na falta de condio oramentria.

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    O nosso ainda bem da frase anterior por conta da certa tranquilidade que as decises como as do STJ podem trazer para centenas, milhares, de candidatos, os quais aprovados em concurso pblico, nas vagas previstas no edital, simplesmente no so chamados pela Administrao. Com tais precedentes, muitos tero chance de no serem deixados de lado pela Administrao.

    Agora, j notaram como passaram a proliferar concursos com cadastros de reserva?

    Pois , se no h vagas previstas no edital, no tem como que se falar de direito nomeao. Essa a razo de concurso com cadastro reserva. Guarde essa passagem, ser essencial para o deslinde da situao apresentada pela organizadora.

    Vejamos ainda o que diz o inc. III do art. 37 da CF/1988:

    o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois anos, prorrogvel uma vez, por igual perodo

    Na realidade, os aprovados nas vagas tm direito de ser nomeados

    durante todo o perodo de validade do certame, que de dois anos, mas prorrogvel por igual perodo. Da que, nesse prazo total, os candidatos devem ser nomeados, mas no necessariamente nos dois primeiros anos.

    Ah! Uma ltima informao, a contagem de prazo de vigncia ocorre a partir da homologao do resultado mesmo, enfim, oportunidade em que a Administrao reconhece a legitimidade de todas as etapas do concurso.

    Feito esse breve passeio terico, retomemos nossa questo. Vamos aos quesitos:

    Ana tem direito nomeao, apesar de no classificada dentro do nmero de vagas?

    Surgidas novas vagas durante a validade do concurso, poderiam ser estendidas aos candidatos aprovados (classificados ou no)?

    Quais os limites de atuao da administrao pblica? No dia da prova, o mais difcil para os candidatos no saber o

    contedo (todos esto afiados!). O problema maior a estruturao da dissertao. Faamos, ento, a diviso em pargrafos:

    1 PARGRAFO para esse modelo de questes (situacionais), aconselho que, na introduo, o candidato abuse e use de informaes apresentadas pela organizadora, enfim, providencie resumo do caso concreto.

    2 e 3 PARGRAFOS no primeiro item de desenvolvimento, o candidato far consideraes gerais sobre o princpio do concurso pblico, bem como sobre os atuais posicionamentos sobre o direito nomeao dos aprovados e o surgimento de novas vagas depois do edital.

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    4 PARGRAFO nesse espao, o candidato se posicionar sobre o direito de Ana.

    5 PARGRAFO cabe-nos, agora, dissertar sobre os limites de atuao da Administrao.

    6 PARGRAFO podemos ou no escrever a concluso, tudo depende se h ou no espao suficiente.

    PROPOSTA DE SOLUO No caso apresentado, Ana foi aprovada em concurso pblico para o

    provimento em cargo efetivo no mbito da administrao pblica federal, no entanto, fora do nmero de vagas previsto em edital. Contudo, durante o prazo de validade do concurso, foi editada lei federal criando novos cargos da mesma natureza daquele para o qual Ana fora aprovada. vista disso, questiona-se se Ana tem o direito lquido e certo nomeao para o cargo que foi criado pela referida lei federal.

    Preliminarmente ao enfrentamento do quesito, registre-se que, nos termos da CF/1988, o concurso pblico, ressalvados o acesso aos cargos comissionados, princpio aplicvel para o ingresso nos cargos efetivos e tambm para os empregos pblicos, de alcance para toda Administrao Direta e Indireta. A nomeao ato que materializa o direito do candidato aprovado no concurso era entendida como mera expectativa de direito, porm, nos dias atuais, firme a jurisprudncia dos Tribunais Superiores de que a aprovao de candidato dentro do nmero de vagas previstas em edital gera direito lquido e certo nomeao e posse no cargo.

    Tal mudana de orientao jurisprudencial reforada, ainda, por parte da doutrina administrativista. Todavia, h o realce de que a Administrao Pblica s estar obrigada a nomear o candidato aprovado dentro do nmero de vagas previstos no edital, no tendo os demais direito subjetivo a vagas que futuramente venham a surgir, afinal, o certame para o qual concorreram no previa tais vagas.

    Portanto, Ana, apesar de aprovada, no ter direito lquido e certo, seja nomeao nas vagas previstas no edital, porque no classificada dentro do nmero de cargos previsto, seja nomeao para o cargo que foi criado pela lei federal, afinal, foram vagas para as quais no disputou.

    Em todo caso, h limites que devem ser observados pela Administrao Pblica. a Administrao que vai decidir em que momento nomear o candidato at o ltimo dia do prazo de validade do concurso. A no-convocao dos candidatos aprovados dentro do nmero de vagas previstas em edital deve ser objeto de explicaes pela Administrao, exemplo das restries de natureza oramentria. Outras limitaes acham-se no art. 37, IV, da CF/1988, e na Smula 15 do STF, os quais impem o dever de a ordem de classificao ser respeitada, sob pena de a mera expectativa mudar para direito em direito subjetivo nomeao.

    14) (JUIZ DO TRABALHO/3. REGIO/2006) Conceitue e estabelea a diferena entre empresa pblica e sociedade de economia mista.

    Comentrios:

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    A questo relativamente fcil. O uso do relativamente deve-se ao fato de, no dia de prova, o Direito Administrativo ser apenas uma entre vrias disciplinas. No caso, a organizadora solicita-nos a conceituao e as diferenas entre empresas pblicas e sociedades de economia mista.

    Que tal um quadro-resumo, para sintetizarmos as principais diferenas, a seguir:

    Entidades Federais SEM EP

    Composio do capital

    Maioria das aes com direito a voto do Estado

    100% capital pblico (1)

    Formao societria

    Sempre S/A Qualquer forma,

    admitida em direito (2)

    Foro de julgamento

    Justia Comum Estadual (3)

    Justia Comum Federal (4)

    (1) O primeiro detalhe que se exige 100% de capital pblico e no de 100% de patrimnio pblico. O segundo um reforo ao nosso aprendizado, que as empresas pblicas podem ser pluripessoais, ou seja, pode ser constituda com vrios scios, por exemplo: uma autarquia, um municpio, e, em tese, at mesmo uma sociedade de economia mista. Sociedade de economia mista? Como isso possvel? No precisa pular da cadeira, basta a SEM integralizar a parte pblica de seu capital. Assim, continuaremos a ter 100% de capital pblico; afinal, se a SEM mista, por que tambm tem capital pblico. (2) A formao societria nem sempre ser um trao distintivo, j que a EP pode assumir qualquer configurao admitida em lei, como, por exemplo, sociedade annima, oportunidade que se igualar SEM. (3) As sociedades de economia mista federais, estaduais, e municipais, tm o foro de julgamento na Justia Comum Estadual. No entanto, temos uma exceo, tratando-se de SEM federais Smula 517 do STF: as sociedades de economia mista s tm foro na Justia Federal, quando a Unio intervm como assistente ou opoente. (4) A Administrao Direta, autrquica, e empresas pblicas FEDERAIStm foro de julgamento na Justia Comum Federal. No entanto, para as empresas pblicas municipais e estaduais, o foro de julgamento a Justia Comum Estadual.

    A partir de agora nosso trabalho de paragrafao fica mais fcil. Vejamos (sugesto de seis linhas por pargrafo): 1 PARGRAFO (introduo)

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    O que so empresas pblicas e sociedades de economia? A quem pertencem? Processo de criao (desconcentrao ou descentralizao)? Alguns candidatos gostam deste tipo de tcnica. Com perguntas objetivas, o candidato constri o tpico frasal.

    Nessa questo, recomendvel mencionar que o Estado realiza suas atividades de forma centralizada e descentralizada, destacando-se, nesse ltimo caso, a presena das autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento conceito) Propositadamente, as empresas pblicas e sociedades de economia mista devem ser deixadas no final do pargrafo de introduo, a fim de criarmos um link para o primeiro item do desenvolvimento (conceito).

    No Decreto-lei 200/1967, encontramos os seguintes conceitos para empresa pblica e sociedade de economia mista, respectivamente:

    Entidade de personalidade jurdica de direito privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo da Unio, criada por leipara a explorao de atividade econmica que o Governo seja levado a exercer por fora de contingncia ou de convenincia administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

    Entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, criada por lei para a explorao de atividade econmica, sob a forma de sociedade annima, cujas aes com direito a voto pertenam, em sua maioria, Unio ou a entidade da administrao indireta.

    Os grifos no constam do texto original, para explicarmos que: 1) a

    criao destas entidades autorizada por lei especfica (e no criadas por lei); 2) as empresas pblicas podem ser pluripessoais, ou seja, com a integralizao de capital por outras entidades polticas (a Unio participa do capital da TERRACAP, apesar de pertencer estrutura do DF); 3) as empresas estatais tanto podem desenvolver atividade econmica como serem prestadoras de servios pblicos. 3 PARGRAFO (desenvolvimento distines) Pode colar! Isso mesmo. Pode colar do quadro-resumo, esse o momento da cola, no dia da prova, no recomendamos, por razes lgicas.

    4 PARGRAFO (concluso opcional) Na concluso, no devemos criar novas ideias, no entanto, h a

    necessidade de sermos criativos, afinal, as organizadoras so formadas por seletos professores, os quais esto acostumados s leituras das mais diversas, logo, para conquist-los, retomem a ideia do texto, fechando com frase do gostinho quero mais.

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    PROPOSTA DE SOLUO A Administrao Pblica dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito

    Federal, e dos Municpios desincumbe-se dos encargos pblicos direta (centralizada) ou indiretamente (descentralizada). Na centralizao, o Estado realiza as atribuies por meio de seus prprios rgos, sem a entrega a outras pessoas; j na descentralizao, o Estado, por lei, transfere a titularidade e a execuo para pessoas jurdicas diversas, exemplo das sociedades de economia e empresas pblicas (as empresas estatais).

    O conceito das entidades empresariais do Estado est previsto no Decreto Lei 200/1967. As empresas pblicas e as sociedades de economia mista so pessoas jurdicas de direito privado do Estado, integrantes da administrao indireta, autorizadas por lei, para a explorao de atividade econmica, por razes de monoplio, de segurana nacional ou de relevante interesse pblico, bem como, mais recentemente, para a prestao de servios pblicos.

    Apesar das semelhanas, h igualmente traos distintivos entre as empresas pblicas e as sociedades de economia mista. As empresas pblicas tm a integralizao de 100% de capital pblico, com foro julgamento de suas aes na Justia Federal, tratando-se de empresas federais, ressalvadas as aes especializadas, podendo assumir qualquer configurao societria, admitida em lei. J nas mistas o Estado conta com a maioria do capital votante, sendo a Justia Estadual o foro de julgamento de suas aes, assumindo, no entanto, sempre a forma de sociedade annima.

    15) (CESPE/DEFENSOR PBLICO FEDERAL/DPU/2010) Pedro, menor impbere, aluno de escola pblica federal, acidentou-se enquanto usava, de forma inadequada um brinquedo localizado no ptio da escola onde estuda. Aps o acidente, a famlia de Pedro despendeu somas vultosas com sua recuperao, tendo o menor adquirido uma cicatriz no rosto, que, devido vergonha, o constrangia perante os seus colegas de turma. Diante do ocorrido, a famlia de Pedro procurou a Defensoria Pblica da Unio Em face desta situao hipottica, considerando que no houve negligncia, imprudncia ou impercia por parte dos funcionrios da referida escola, discorra acerca da responsabilidade civil do Estado e da possibilidade de cumulao de danos material, moral e esttico.

    Extenso mxima: 20 linhas.

    Comentrios:

    O primeiro cuidado dos candidatos com a apresentao e estrutura textual, atentando para a legibilidade (letra sempre cursiva), para o respeito s margens (escrever sempre at o final da linha), e distribuio simtrica dos pargrafos, sempre que possvel.

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    Relativamente ao desenvolvimento do tema, sugiro a seguinte distribuio:

    1 PARGRAFO (introduo) Ao candidato compete breve exposio da situao hipottica, com o

    detalhamento de que o acidente pelo menor impbere, em brinquedo no ptio da escola pblica federal, no decorreu de ato ilcito (dolo ou culpa) dos funcionrios da referida escola.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento responsabilidade por ato omissivo)

    Esclarecer que, tratando-se de ato omissivo do poder pblico, a responsabilidade civil por tal ato subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, esta numa de suas trs vertentes, a negligncia, a impercia ou a imprudncia, no sendo, entretanto, necessrio individualiz-la, dado que pode ser atribuda ao servio pblico, de forma genrica, a falta do servio.

    A falta do servio faute du service dos franceses , como vimos, no dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a ao omissiva atribuda ao poder pblico e o dano causado a terceiro.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento atos omissivos na posio de garante)

    O caso, como se v, trata da responsabilidade civil do Estado no que se refere s pessoas sob sua custdia (presidirios, estudantes, internados em hospitais pblicos).

    Conforme entendimentos jurisprudenciais, nestas situaes haver a responsabilidade objetiva do Estado, mesmo que o prejuzo no decorra de ao direta de um agente do Poder Pblico, este que, quando tiver o papel de garantidor da integridade de pessoas, responder com base no 6 art. 37 da CF/1988.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento concluso cumulao de danos)

    A concluso de que, configurado o nexo de causalidade em funo do dever constitucional de guarda (garante), h o dever de indenizao do Estado ainda que demonstrada a ausncia de culpa dos funcionrios pblicos, pelos danos morais, materiais e estticos, cumulveis, conforme o caso.

    PROPOSTA DE SOLUO A responsabilidade civil do Estado por aes dos seus agentes de natureza

    objetiva (risco administrativo). Quanto aos atos omissivos, a responsabilidade subjetiva, no sendo necessria a individualizao do agente, sendo atribuda ao servio pblico genericamente (culpa do servio).

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    No presente caso, em que o menor impbere acidentou-se em escola pblica federal ao usar de forma inadequada brinquedo do ptio, a provvel alegao de escusa de responsabilidade pelo Estado seja tratar o caso como ato tipicamente omissivo, de sorte a aplicar a responsabilidade de natureza subjetiva, pelo que se exige dolo ou culpa.

    Distinta, no entanto, a soluo da situao apresentada. O Poder Pblico, ao receber o menor impbere na escola pblica federal, assumiu o compromisso de velar por sua integridade fsica, devendo empregar os meios necessrios ao desempenho desse encargo jurdico. Incumbe ao Estado dispensar proteo efetiva aos estudantes sob sua guarda imediata nos estabelecimentos oficiais de ensino.

    Assim, descumprida essa obrigao e vulnerada a integridade corporal do menor, emerge a responsabilidade objetiva do Estado pelos danos materiais e morais causados a quem, no momento do fato lesivo, achava-se sob a guarda, vigilncia e proteo das autoridades escolares.

    16) (JUIZ FEDERAL/1. REGIO/9. CONCURSO) Estabelea as distines entre servio pblico centralizado, servio pblico descentralizado, servio desconcentrado, execuo direta de servio e execuo indireta de servio.

    Extenso mxima: 30 linhas. Comentrios:

    A questo no nos oferece dificuldade de interpretao, sendo o enunciado direto e objetivo. Como enfatizado, a dissertao deve ter sempre sequncia coerente, procedendo-se o adequado planejamento, com a seleo de ideias precisas, para a completa argumentao, seguindo, sempre que possvel, os quesitos apresentados no comando da questo.

    Vamos estruturao:

    1 PARGRAFO (introduo) A introduo o abre-alas. O candidato deve expor o tema servio

    pblico e os aspectos gerais, os quais sero objeto de aprofundamento ao longo do desenvolvimento da dissertao. Nesse caso, cabem breves esclarecimentos de o Estado titular do servio pblico, podendo prest-lo de forma direta e indireta.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento servio pblico centralizado e descentralizado)

    Em obedincia ao enunciado, o candidato analisar as ideias, em forma de contraste, e, se possvel, com exemplificao do pensamento.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento servio pblico desconcentrado)

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    Cabe a exposio de que o servio desconcentrado todo aquele prestado pelo Estado de forma centralizada, no entanto, distribudo por vrios rgos da pessoa jurdica. Cabe acrescentar que o processo de desconcentrao uma tcnica administrativa, distintamente da descentralizao, regida pelo princpio da especialidade.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento-concluso execuo direta e indireta)

    Esse o ponto mais difcil da dissertao, isso porque muitos candidatos confundem prestao direta e indireta com execuo direta e indireta. Na execuo direta, a pessoa jurdica responsvel pelos servios executa-os de forma direta, com uso dos prprios meios; enquanto que, na execuo indireta, a pessoa contrata com terceiros a execuo de tarefas complementares, auxiliares, ao servio pblico.

    Ento, prontos? Vamos dissertao.

    PROPOSTA DE SOLUO Nos termos do texto constitucional, os servios pblicos so de

    titularidade do Poder Pblico, o qual, no entanto, pode prest-los diretamente, por intermdio da administrao Direta ou da Indireta (autarquias, por exemplo), bem como indiretamente, nesse caso, por meio de concesso e de permisso, sempre precedidas de licitao.

    Nesse contexto, o servio centralizado se confunde com o conceito de Administrao Direta (Ministrios, por exemplo), enfim, os servios so prestados pelos prprios rgos da estrutura da pessoa poltica (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios). J o servio descentralizado todo aquele em que o Poder Pblico transfere a titularidade e execuo por lei ou, to-somente, a execuo por contrato ou ato administrativo a outras pessoas jurdicas, traduzindo-se, respectivamente, em Administrao Indireta (descentralizao por outorga) e em Administrao por Colaborao (descentralizao por delegao). Cita-se, ainda, a descentralizao territorial ou geografia (hoje inexistente), em que se outorga a capacidade genrica administrativa s autarquias territoriais.

    O servio descentralizado no se confunde, igualmente, com o servio desconcentrado. Na desconcentrao, os servios so prestados centralizadamente, porm, distribudos entre dois ou mais rgos da pessoa jurdica, verdadeira tcnica administrativa, por simplificar a prestao dos servios, o que, inclusive, diferencia-a da descentralizao, esta pautada no princpio da especializao, em que os servios so retirados do centro e transferidos para outras pessoas, garantindo-se maior eficincia.

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    Por fim, os servios centralizados, descentralizados e desconcentrados (formas de prestao) podem ser executados direta ou indiretamente (meios de execuo). Enquanto na execuo direta, os servios so prestados aos usurios pela pessoa competente com os prprios instrumentos (equipamentos e funcionrios, por exemplo); na execuo indireta, o responsvel pela prestao contrata com terceiros (terceiriza) a execuo de servios delegveis (obras contratadas por autarquias, sob a modalidade de empreitada global, por exemplo).

    Vejamos agora um pouco de Administrao Pblica:

    17) (Cespe IPEA/2008) O conceito de accountability tem sido empregado por cientistas polticos para se reportarem qualidade dos novos regimes democrticos na Amrica Latina. A teorizao acerca de diversas noes, como a de autoridade institucional, participao, cidados, contestao poltica, assume relevncia central medida que cientistas buscam ir alm dos debates sobre consolidao e procuram abordar processos por meio dos quais a renovao poltica possa ocorrer.

    Brian Wanpler. Expandindo accountability atravs de instituies participativas. In: Ctia Lubambo et al. Desenho institucional e participao poltica: experincias no Brasil contemporneo. Ed. Vozes, 2005, p. 35-6 (com adaptaes).

    Considerando que o trecho acima tem carter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do problema da qualidade da democracia, com base no conceito de accountability. Aborde, em seu texto, as trs formas de accountability a vertical, a horizontal e a societria , estabelecendo, como elementos importantes no aperfeioamento da democracia no Brasil, as relaes entre essas trs formas de controle e participao.

    Extenso mxima: 60 linhas

    Tem gente por a careca (por vezes, at literalmente!) em aplicar nosso MANTRA: PENSAR, PLANEJAR, REDIGIR, REVISAR.

    Vamos interpretar o enunciado. O que solicitado? Dissertar sobre o problema da qualidade da democracia.

    No h roteiro, mas isso j no mais problema para ns. Em forma de quesitos:

    Quais os problemas da qualidade da democracia? Qual o conceito de accountability? O que quer significar accountability vertical, horizontal e societria?

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    Sabendo que as formas vertical, horizontal, horizontal e societria servem para o aperfeioamento da democracia, qual a relao existente entre elas e a participao?

    Agora, devemos passar etapa REDIGIR. Antes disso, que tal a tempestade de ideias?

    Sabendo que as formas vertical, horizontal e societria servem para o aperfeioamento da democracia, qual a relao existente entre elas e a participao?

    Agora, devemos passar etapa REDIGIR. Antes disso, que tal a tempestade de ideias?

    O termo accountability conceito equvoco. Ora, refere-se ao dever de prestao de contas pelas autoridades publicas, ora, quer significar as vrias participaes dos cidados.

    A sociedade civil desempenha papel democrtico mais eficaz do que em perodos anteriores.

    Os meios de comunicao e de transparncia so instrumentos hbeis para que atores sociais possam controlar o governo, forando-o a tornar visvel a realizao de suas aes.

    A qualidade da democracia depende da construo de mecanismos efetivos de accountability.

    O regime democrtico a melhor forma de organizao da sociedade, no entanto, particularmente difcil de criar e de se sustentar, pois est em constante processo de transformao.

    Falta de fiscalizao, desvio dos dinheiros pblicos e impunidade so caractersticas ainda existentes em muitas democracias. Tais mazelas afetam a qualidade do regime democrtico, da a importncia dos controles rotineiros das agncias de accountability e da sociedade politicamente organizada.

    Accountability vertical o termo usado para referir-se vigilncia e sanes que eleitores, imprensa, e organizaes da sociedade civil exercem sobre os servidores pblicos. Uma forma o eleitorado, tpico controle externo.

    Accountability horizontal definida como sendo a existncia de agncias estatais com poderes de superviso, punindo aes ou omisses do Estado, consideradas ilegais.

    Nem sempre as eleies, como tipo de accountability horizontal, so eficientes (controle ex ante). Surge, assim, o conceito mais abrangente de accountability societria, complemento da accountability vertical (no eleitoral). Presso exercida sobre as autoridades pblicas ou sobre as agncias estatais de controle pelas associaes civis, imprensa, entidades no-governamentais, em geral, em que as irregularidades cometidas so expostas (tornadas pblicas) para a sociedade organizada.

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    Ento, prontos? Caneta na mo (azul ou preta), letra cursiva e separa 100 minutos. Escreva a dissertao. Brincadeirinha! De mau gosto...No temos, para esse concurso (que ser o ltimo da carreira concursstica, torcemos), de escrever novas redaes de 40 a 60 linhas, portanto, concentrem-se, to-somente, nas informaes apresentadas.

    Um mimo para vocs, uma possvel introduo.

    INTRODUO

    A qualidade do regime democrtico depende da interconexo entre a accountability horizontal, accountability vertical e accountability societria. Se, por um lado, a imprensa e as entidades civis tornam transparentes os atos dos servidores pblicos, para a ativao das agncias de controle do Estado e cidados, por outro, inequvoco que as agncias de accountability horizontal, alm das reprimendas internas, devem dar transparncia das informaes do funcionalismo pblico, munindo o accountability vertical, em um ciclo virtuoso.

    18) Considere o seguinte trecho, extrado do stio eletrnico

    http://bvc.cgu.gov.br/bitstream/123456789/1949/1/jmp-reforma.pdf e http://www.enap.gov.br/downloads/ec43ea4fGestao_publica_administracao_burocratica.pdf

    A crise e o fim da era de prosperidade. A crise do petrleo, ocorrida em 1973, foi a responsvel por deflagrar os mecanismos que provocaram o esgotamento do antigo modelo de interveno estatal, nos moldes burocrticos. A crise econmica mundial, que teve incio naquela dcada, ps fim era de prosperidade que havia sido iniciada no ps-Segunda Guerra Mundial. Nesse perodo, tanto os pases capitalistas desenvolvidos como os subdesenvolvidos (inclusive o Brasil), bem como pases do bloco socialista, experimentaram elevadas taxas de crescimento econmico.

    Elabore um texto dissertativo abordando, necessariamente, os respectivos itens:

    a) Fatores socioeconmicos contriburam decisivamente para agravar a crise do Estado gerado no ps-guerra;

    b) Novo paradigma implantado em meados da dcada de 1990 no Estado Brasileiro, fazendo um paralelo com a administrao burocrtica;

    c) Retorno ao Estado de interveno mnima;

    d) Texto Constitucional de 1988: itens de retrocesso administrao gerencial;

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    e) Emendas Constitucionais: a caminho da nova forma de gesto pblica.

    PROPOSTA DE SOLUO

    O ps-guerra foi marcado pelo descompasso entre a efetividade do aparelho do Estado Brasileiro e a economia aquecida. O aparelho do Estado, com forte caracterstica patrimonialista, no mais conseguia suprir os anseios da sociedade.

    Dessa forma, fatores como a falta de dinamismo e de profissionalismo do Estado acarretaram o gargalo no desenvolvimento e o incio da inflao com causas estruturais.

    Para vencer a inrcia do aparelho estatal, vrias tentativas foram empreendidas. No entanto, to-somente em meados da dcada de 90, consolidou-se o paradigma de Administrao Pblica a administrao gerencial , preconizadora da interveno mnima do Estado na economia e o enxugamento do Estado aos servios essenciais.

    Porm, com o advento da CF/1988, os tericos da Administrao Pblica defendem o retrocesso burocracia. A sustentao dessa tese encontrada, exemplificativamente, nas seguintes passagens do texto constitucional: previdncia social no-alicerada no fator contributivo e reduo da flexibilidade das empresas governamentais, atadas aos regramentos da Administrao Direta.

    O ajustamento do retrocesso burocrtico, caminho ao gerencialismo, passou (e passa) por uma srie de transformaes estruturais, promovidas por meio de Emendas Constituio EC. Entre as mais recentes mudanas, podem ser destacadas a EC 19/1998 (Reforma Administrativa insero do princpio da eficincia, bandeira da Reforma Gerencial), as EC 20/1998 e 41/2003 (Reforma Previdenciria trmino da aposentadoria integral e reduo das aposentadorias precoces) e a EC 45/2004 (Reforma do Poder Judicirio).

    19) Considere o seguinte trecho, extrado do stio eletrnico http://www.fundaj.gov.br/docs/eg/semi4.rtf

    Os formuladores da proposta que est sendo atualmente implementada tm argumentado que a reforma administrativa apenas uma das dimenses da reforma do Estado. Do ponto de vista conceitual, entendem que a reforma do Estado lato sensu abrange quatro reas:

    - delimitao da rea de atuao do Estado;

    - desregulamentao;

    - governana: aumento da capacidade de governo;

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    - governabilidade: aumento da democracia e da accountability.

    Formule um texto dissertativo acerca das reformas Administrativas: dimenses estruturais, principais caractersticas, com abordagem dos seguintes quesitos:

    a) Setores do Aparelho do Estado e suas funes;

    b) Medidas adotadas para a reduo do entulho burocrtico (desregulamentao);

    c) Governana e princpios da Administrao Gerencial (afastamento do insulamento burocrtico e entrada no conceito de administrao inserida);

    d) Governabilidade: qualidade das instituies polticas quanto intermediao de interesses; a existncia de mecanismo de responsabilizao perante a sociedade; transparncia administrativa.

    Sugesto: de 40 a 60 linhas.

    Questo indita!

    Antes de passarmos aos quesitos, vejamos uma possvel introduo.

    A reforma da administrao pblica um caminho sem volta na agenda do Estado Brasileiro. A agenda do governo para a administrao pblica d relevo aos temas do fortalecimento da capacidade de governo, da eficincia e da melhoria da qualidade dos servios pblicos prestados aos cidados.

    Para alcanar tais resultados, os idealizadores da reforma propuseram uma mudana no quadro constitucional-legal; a criao de novos formatos institucionais (agncias executivas e organizaes sociais); a mudana da cultura burocrtica para uma cultura gerencial, e novos instrumentos de gesto pblica.

    Os formuladores da proposta da reestruturao do Estado argumentaram poca que a reforma administrativa seria apenas uma das dimenses da reforma do Estado. Do ponto de vista conceitual, entendem que a reforma do Estado lato sensu abrange quatro reas:

    - delimitao da rea de atuao do Estado;

    - desregulamentao;

    - governana: aumento da capacidade de governo; e

    - governabilidade: aumento da democracia e da accountability.

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    Ateno! Apesar de no-recorrente, no h impedimento de a introduo ser subdividida em dois ou mais pargrafos. Para tanto, vocs devem levar em considerao a necessidade da manuteno da simetria geral dos pargrafos, bem como a preparao do terreno para a resposta dos quesitos propostas pela organizadora.

    Vamos responder os quesitos.

    Setores do Aparelho do Estado e suas funes; Quanto delimitao da rea de atuao do Estado, a reforma

    administrativa props algumas distines fundamentais, para a transformao do que hoje constitui o aparato estatal. Primeiro, distinguiu as atividades exclusivas do Estado (ncleo estratgico, compreendendo as secretarias formuladoras de polticas, as agncias executivas e as agncias reguladoras) daquelas em que no h exerccio de poder de Estado, mas que envolvem direitos humanos fundamentais ou geram externalidades que no devem ser apropriadas privadamente (processo de publicizao, por meio do qual estes servios passam a ser providos por organizaes sociais Terceiro Setor).

    Medidas adotadas para a reduo do entulho burocrtico (desregulamentao);

    Na rea da desregulamentao, props-se a reduo da regulamentao aos aspectos absolutamente necessrios. Enfim, uma srie de medidas foi adotada para a diminuio do entulho burocrtico, entendido como disposies normativas excessivamente detalhadas, que s contribuem para o engessamento da mquina e muitas vezes para sua pouca transparncia.

    Governana e princpios da Administrao Gerencial (afastamento do insulamento burocrtico e entrada no conceito de administrao inserida);

    Das contribuies, a maior talvez tenha sido a reforma administrativa voltada governana, entendida como o aumento da capacidade de governo. Foram observados os seguintes princpios da administrao gerencial, entre outros:

    - orientao da ao do Estado para o cidado-usurio de seus servios;

    - nfase no controle de resultados atravs dos contratos de gesto;

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    - fortalecimento e autonomia da burocracia no core das atividades tpicas de Estado, em seu papel poltico e tcnico de participar, junto com os polticos e a sociedade, da formulao e gesto de polticas pblicas;

    - adoo cumulativa de trs formas de controle sobre as unidades executoras de polticas pblicas: controle social direto (por meio da transparncia das informaes e da participao em conselhos); controle hierrquico-gerencial sobre resultados (por intermdio do contrato de gesto), e controle pela competio administrada, via formao dos quase-mercados.

    Assim concebida, a reforma administrativa distingue-se das propostas de total insulamento burocrtico, aproximando-se mais do conceito de autonomia inserida.

    So grandes os impactos que se pretende alcanar, com a administrao gerencial, no grau de accountability das instituies pblicas, e aqui se abrem os nexos entre governana e governabilidade democrtica.

    Governabilidade: qualidade das instituies polticas quanto intermediao de interesses; a existncia de mecanismo de responsabilizao perante a sociedade; transparncia administrativa.

    Na concepo da reforma administrativa, a governabilidade depende de vrias dimenses polticas, dentre elas a qualidade das instituies polticas quanto intermediao de interesses, a existncia de mecanismos de responsabilizao (accountability) dos polticos e burocratas perante a sociedade, a qualidade do contrato social bsico. Essas dimenses remetem lato sensu reforma poltica, essencial reforma do Estado no Brasil.

    A reforma gerencial da administrao pblica, ao modificar substancialmente as formas de controle no interior do aparato estatal (sobre a alta burocracia e sobre as instituies pblicas), dando ao mesmo tempo maior transparncia s decises administrativas (abrindo-as ao controle da sociedade, e no apenas da prpria burocracia), pode contribuir para o aumento da responsabilizao dos administradores pblicos. Para isso, a informao insumo fundamental. E no h, a, contraposio entre a