centro universitÁrio de joÃo pessoa arquitetura e
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
ARQUITETURA E URBANISMO
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ARQUITETURA RELIGIOSA
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PROTESTANTE PARA A CIDADE
DE GUARABIRA – PB
JOÃO PESSOA - PB
2019
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ARQUITETURA RELIGIOSA
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PROTESTANTE PARA A CIDADE
DE GUARABIRA – PB
Trabalho Final de Graduação apresentado à Banca
examinadora Final do Curso de Arquitetura e
Urbanismo, como requisito para obtenção do título de
bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro
Universitário de João Pessoa – Unipê, sob orientação
do Professor Sebastião Cezar Paredes do Amaral.
JOÃO PESSOA - PB
2019
G963a Guimarães, Filipe de Andrade. Arquitetura Religiosa: anteprojeto de um complexo
religioso protestante para a cidade de Guarabira - PB /Filipe de Andrade Guimarães - João Pessoa, 2020.
183f.
Orientador (a): Prof . Sebastião Cezar. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
1. Igreja Protestante. 2. Complexo religioso. 3. Templo. 4. Guarabira. I. Título.
UNIPÊ / BC CDU - 726:004
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ARQUITETURA RELIGIOSA:
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PARA A CIDADE DE GUARABIRA - PB
Trabalho final de graduação, apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa - Unipê, como parte das exigências para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e urbanismo sob a orientação do Prof.
João Pessoa, 17 de Novembro de 2020.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Sebastiao Cezar Paredes do Amaral Professor orientador
________________________________________
Prof. Cíntia Pedrosa Bezerra Avaliador interno
________________________________________ Prof. Marcella Viana Portela de Oliveira
Avaliador externo
RESUMO
O Presente trabalho fundamenta-se na observação analítica que se encontra o atual cenário
dos ambientes litúrgicos de culto da cidade de Guarabira. Localizada no interior da Paraíba, a
cidade é um polo comercial que conta com um grande fluxo religioso para eventos e turismo.
Entretanto, os ambientes de culto com igreja e eventos cristãos encontram-se debilitados e não
atendem completamente os requisitos que são necessários para a plena realização do culto,
historicamente não se tem a cultura ou o incentivo para realizações de projetos arquitetônicos de
igrejas evangélicas e a grande maioria surge de uma adaptação pré-concebida. Visando promover
necessidade de projetos arquitetônicos para templos evangélicos e incentivar para que esta prática
se desenvolva na cidade, o trabalho se propõe na elaboração de um anteprojeto de um complexo
religioso protestante para a cidade de Guarabira – PB, buscando melhorias nas condições físicas
destes espaços, em acessibilidade, conforto, tendo foco na funcionalidade e na criação de espaço
de convívio, culto e atividades características da fé, possibilitando e fortificando as relações sociais
entre os membros da igreja.
Palavras-chave: Igreja Protestante. Complexo Religioso. Templo. Guarabira.
ABSTRACT
The present work is based on the analytical observation that is found in the current scenario
of the liturgical places of worship in the city of Guarabira. Located in the interior of Paraíba, the
city is a commercial center that has a great religious flow for events and tourism. However, church
worship environments and Christian events are weakened and do not fully meet the requirements
that are necessary for the full performance of worship, historically there is no culture or incentive
to carry out architectural projects for evangelical churches and the the vast majority arises from a
pre-conceived adaptation. Aiming to promote the need for architectural projects for evangelical
temples and to encourage this practice to develop in the city, the work proposes the elaboration of
a preliminary project of a Protestant religious complex for the city of Guarabira - PB, seeking
improvements in the physical conditions of these spaces, in accessibility, comfort, with a focus on
functionality and the creation of a space for conviviality, worship and activities characteristic of
the faith, enabling and strengthening social relationships between church members.
Keywords: Protestant Church. Religious Complex. Temple. Guarabira.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – ESQUEMA DA CASA CRISTÃ EM DURA-EUROPOS................................... 08
FIGURA 02 – CASA CRISTÃ EM DURA-EUROPOS .............................................................. 08
FIGURA 03 – ESQUEMA DE BASÍLICA ROMANA DE CONSTANTINO ........................... 09
FIGURA 04 – BASILICA DE SAINT SERNIN ......................................................................... 10
FIGURA 05 – CATEDRAL DE CHARTRES ............................................................................. 11
FIGURA 06 – SAINTE-CHAPELLE .......................................................................................... 11
FIGURA 07 – ILUSTRAÇÃO DO INTERIOR DO TEMPLO DE LYON ................................ 12
FIGURA 08 – TEMPLO PROTESTANTE LA ROCHELLE ..................................................... 13
FIGURA 09 – IGREJA METODISTA UNIDA DE MORRISTOWM ....................................... 14
FIGURA 10 – PARÓQUIA CRISTO SALVADOR .................................................................... 15
FIGURA 11 – DISTRIBUIÇÃO ESTIMADA DA POPULAÇÃO PROTESTANTE ................ 16
FIGURA 12 – PORCENTAGEM DE VARIAÇÃO DOS EVANGÉLICOS NO BRASIL ........ 17
FIGURA 13 – CAMPUS METROPOLITANO CIDADE VIVA - CONDE ............................... 18
FIGURA 14 – IGREJA SAEMOONAN, COREIA DO SUL ...................................................... 18
FIGURA 15 – LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GUARABIRA ...................................... 23
FIGURA 16 – REGIÃO METROPOLITANA DE GUARABIRA ............................................. 24
FIGURA 17 – ÁREA DO OBJETO DE ESTUDO ...................................................................... 25
FIGURA 18 – MAPA DE FLUXOS VIÁRIOS ........................................................................... 27
FIGURA 19 – MAPA DE USO E OCUPAÇÃO AOE ................................................................ 28
FIGURA 20 – MAPA DE ATRIBUTOS AMBIENTAIS AOE .................................................. 29
FIGURA 21 – CONCEITO .......................................................................................................... 30
FIGURA 22 – PARTIDO ............................................................................................................. 31
FIGURA 23 – IMPLANTAÇÃO ................................................................................................. 36
FIGURA 24 – DEFINIÇÕES DA PLANTA................................................................................ 38
FIGURA 25 – SETORIZAÇÃO DA PLANTA ........................................................................... 39
FIGURA 26 – MALHA ESTRUTURAL ..................................................................................... 41
FIGURA 27 – VOLUMETRIA DA FRENTE SUL..................................................................... 42
FIGURA 28 – VOLUMETRIA DA FRENTE NORTE ............................................................... 42
FIGURA 29 – VOLUMETRIA DA FRENTE NORDESTE ....................................................... 43
FIGURA 30 – AMBIENTE DO TEMPLO, VISTA DO PALCO ............................................... 44
FIGURA 31 – AMBIENTE DO TEMPLO, VISTA DA GALERIA ........................................... 44
FIGURA 32 – PERSPECTIVA VOLUMÉTRICA DA ILUMINAÇÃO ZENITAL .................. 45
FIGURA 33 – PERSPECTIVA DO PÁTIO EXTERNO E DO SALÃO MULTIUSO ............... 45
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 – TABELA DE POS ............................................................................................... 18
LISTA DE SIGLAS
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 06
CAPITULO 1 ............................................................................................................................... 08
1.1 HISTÓRIA, CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO DA IGREJA ATÉ O PERÍODO DA
REFORMA PROTESTANTE ....................................................................................................... 08
1.2 ARQUITETURA PROTESTANTE ........................................................................................ 12
1.3 EXPANSÃO E COMPARTIMENTALIZAÇÃO DE UM TEMPLO RELIGIOSO .............. 15
1.4 REFERENCIAL PROJETUAL ............................................................................................... 17
CAPITULO 2 ............................................................................................................................... 23
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GUARABIRA ........................................... 23
2.2 APRESENTAÇÃO DO TERRENO ....................................................................................... 24
2.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE ............................................................................................... 25
2.4 DIAGNÓSTICO DO ENTORNO ........................................................................................... 27
CAPITULO 3 ............................................................................................................................... 30
3.1 CONCEITO ............................................................................................................................. 30
3.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO .............................................................................................. 31
3.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉDIMENSIONAMENO ..................................... 32
3.4 IMPLANTAÇÃO .................................................................................................................... 36
3.5 DEFINIÇÕES DA PLANTA .................................................................................................. 37
3.6 DEFINIÇÕES ESTRUTURAIS .............................................................................................. 40
3.7 VOLUMETRIA ....................................................................................................................... 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 47
6
INTRODUÇÃO
A igreja protestante é uma instituição que influenciou a arquitetura contemporânea e,
para que seja possível compreendê-la é necessário entender, ainda que se maneira sucinta, seu
surgimento, sua funcionalidade e o impacto causado à arquitetura. Em seu início, a execução das
práticas litúrgicas eram realizadas nas residências dos fiéis devido às perseguições, estes fiéis
adaptavam e ampliavam os espaços de acordo com o crescimento do número de novos fiéis
(GEIER, 2012).
Com a aceitação da religião pelo império romano os primeiros templos foram sendo
criados com identidade arquitetônica inspirada nas basílicas que por sua vez eram espaços públicos
utilizados como mercados e para realização de audiências públicas. As basílicas apresentavam uma
variedade funcional que contribuía para uma melhor sociabilidade entre as pessoas; se
relacionavam com a cultura local a ponto de serem escolhidas para assumir a identidade inicial dos
templos.
Em meados do século XVI ocorreu a reforma protestante, movimento que teria como
fim a ruptura com a igreja católica, a partir desde ponto as igrejas que seguiram este movimento
passaram a ser chamadas de igrejas protestantes. Estas igrejas protestantes ou reformadas
mudariam totalmente seus costumes e consequentemente seus templos, priorizando uma
simplicidade compositiva dos templos e priorizando a disseminação dos textos bíblicos em suas
atividades litúrgicas.
Do século XVI aos dias atuais a igreja protestante passou por grande crescimento,
ampliação e abrangência principalmente por causa de suas atividades voltadas ao evangelismo.
Segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) em 10
anos o número de evangélicos aumentou cerca de 61%, o que contribui para o crescimento do
número de igrejas pelo país. Proveniente deste crescimento, a cidade de Guarabira situada à 97 km
da capital da Paraíba, passa por um aumento na quantidade de igrejas distribuídas pela cidade,
aumentou-se também a procura de lugares adaptáveis para a realização dos cultos e eventos.
Esta necessidade resultou na utilização de espaços adaptados para a prática litúrgica
que carece de um projeto específico e adquire em sua maioria características dos chamados galpões
decorados (VENTURI, SCOTT-BROWN e IZENOUR, 1972). Com exceção da igreja dos
mórmons, as igrejas de Guarabira encontram-se em sua maioria desprovidas de características
essenciais para realização adequada de suas atividades. Chamadas de igrejas outdoor pôr
7
Felzemburgh (2003), são adaptadas com o intuito atender a demanda crescente de fiéis mas acabam
negligenciando a importância da arquitetura religiosa, em detrimento disso se tornam volumes
retangulares caracterizados por possuir uma fachada decorada.
A falta de planejamento para a realização destas igrejas acaba por dificultar seu
desenvolvimento adequado sendo esta uma das causas de complicações futuras, fica explícito a
ausência de elementos essenciais para a realização e o crescimento de um templo, como a falta de
um tratamento acústico, a carência de um projeto elétrico específico, a mistura aleatória de
materiais, o mau uso de um ambiente quase que claustrofóbico e sem acessibilidade
(FELZEMBURGH, 2003). Vale ressaltar que esta prática negligencia e deixa de lado a relação que
a igreja possui com o seu contexto histórico de fé e prática, isto acaba gerando uma problemática
que afeta não somente a eficiência dos cultos de adoração como também a rotina das pessoas que
habitam nos edifícios circunvizinhos.
Portanto, tem-se por objetivo trazer uma proposta de templo através de um anteprojeto
arquitetônico na cidade de Guarabira que reflita a essência cristã na arquitetura religiosa e atenda
às necessidades específicas de um templo. A igreja deve dispor de ambientes adequados para a
realização de suas atividades com capacidade para atender seus departamentos, permitindo aos fiéis
desfrutar de um ambiente receptivo e aplicado ao seu contexto histórico garantindo uma
identificação física e espiritual.
Ao longo da pesquisa será analisado o histórico da igreja protestante para compreensão
das características da arquitetura religiosa protestante no Brasil, será analisada a relação da
arquitetura na formação de laços sociais e de interação entre os membros da comunidade cristã,
assim como será avaliado de que maneira a arquitetura influencia na prática da liturgia e se interfere
com o ambiente ao seu entorno.
A metodologia abordada para a execução deste trabalho acadêmico foi baseada no método
de (NEVEZ, 2011) em seu livro “Adoção do Partido na Arquitetura” com o intuito de fazer o
levantamento adequado de informações. Desta forma, a abordagem foi dividida em duas etapas
principais que abrangem os aspectos conceituais e físicos do tema abordado e do terreno escolhido
respectivamente.
8
CAPITULO 1
1.1 HISTÓRIA, CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO DA IGREJA ATÉ O PERÍODO DA
REFORMA PROTESTANTE.
Este capitulo tem como objetivo explanar de forma sucinta a história da arquitetura
religiosa, a formação dos templos cristãos e as mudanças que ocorreram com o passar do tempo
através de uma linha temporal. Pretende-se com isso, identificar e melhor compreender
arquitetonicamente seu estilo e de que maneira isto influenciou na construção dos templos que
surgiriam posteriormente ao decorrer da história.
Em meados dos anos 60d.c os primeiros cultos religiosos realizados entre os seguidores de
cristo não ocorriam em edifícios com ambientes exclusivos para a realização das práticas litúrgicas,
mas nas habitações de seus próprios fiéis. Na medida que as comunidades e os trabalhos iam
crescendo os fiéis faziam adaptações e até ampliações em suas edificações para comporta-los
durante suas reuniões (GEIER, 2012).
Como afirma GODOY (2018), os cristãos sofriam diversos tipos de perseguições naquele
período em meio a cultura pagã, devido a isso, eles utilizavam de suas próprias casas para proteção
e acolhimento criando dessa forma um laço familiar, os fiéis passavam a chamar uns aos outros de
irmãos. Diante do contexto de perseguição, para os cristãos, sua relação com o sagrado não estava
Figura 01: Esquema da casa cristã em Dura-Europos. Figura 02: Casa cristã em Dura-Europos.
Fonte: (GEIER, 2012, p. 20). Fonte: (GEIER, 2012, p. 20).
9
associada ao espaço físico de adoração e sim às suas crenças e práticas que os faziam viver em
constante relacionamento com seus irmãos e sua comunidade.
Por se tratar de uma religião não permitida pelo Império Romano os cristãos se encontravam
em sua maioria de forma clandestina, reunindo-se muitas vezes fora das cidades ou em áreas mais
afastadas por ser mais distante do controle romano. GEIER (2012) vai afirmar que foi a partir do
século III que o cristianismo passou a ser oficialmente aceito e tornou-se a religião oficial do
império, só então que se iniciou a construção de edifícios com usos destinados exclusivamente ao
culto cristão aumentando consideravelmente o número de seguidores.
Após a aceitação do cristianismo pelo império romano surgiu-se a necessidade de criar uma
identidade arquitetônica que caracterizasse a religião oficial de Roma. Os primeiros templos foram
inspirados nas edificações públicas romanas chamadas de basílicas (figura 03), que eram utilizadas
como mercados e locais de audiências públicas (GOMBRICH, 1950). As basílicas cristãs dividiam-
se em três partes: pública, semipública e privada
Por volta do século V o império Romano ocidental começou a ter suas fronteiras invadidas
pelos bárbaros; isso gerou um colapso socioeconômico, a queda das cidades e deu início ao sistema
feudal em que o estado perdia junto com sua capacidade de proteger seus cidadãos a sua hegemonia
(HAUSER, 2000), a igreja era a única instituição que proporcionava unidade à população europeia
tendo controle da educação e da arte.
Diante deste contexto surgiu o período Românico na arquitetura religiosa (figura 04-página
07), ainda não havia uma identidade única pela Europa do estilo que se deveria seguir
Figura 03: Esquema de basílica romana de Constantino,
com entrada lateral.
Fonte: (GEIER, 2012, p. 22).
10
(BENÉVOLO, 1960), mas que foi marcado pela robustez dos materiais utilizados, com poucas
aberturas em suas fachadas, paredes de grande espessura e a coberta passaria ser em abobadas de
pedra (ZEVI, 1978) . Os templos românicos eram os únicos edifícios de pedra da região além das
muralhas dos feudos, lembrando fortalezas medievais por isso era chamada de “fortaleza de Deus”
(HAUSER, 2000).
Entre os séculos XYI e XVII, aproximando-se do período final da idade média a economia
europeia começava a se reerguer o estado voltava a ganhar força e passou a ter um êxodo rural
trazendo movimento para as cidades, os estados se organizaram e começou o processo de
desenvolvimento da educação e cultura (JONHSON, 2001). Com o intuito de manter seu domínio
absoluto, a igreja por sua vez passou alterar a forma como se viam os templos até então mostrando
seu poderio e magnitude através das grandes catedrais góticas que se tornaria o palco de competição
entre cidades para decidir qual seria mais grandiosa (GEIER, 2012).
No século XVII o estilo gótico se consolidou pela Europa, os materiais densos e robustos
do período anterior foram substituídos por estruturas menos densas o que permitiu alcançar grades
alturas que até então eram impensáveis (GODOY, 2018). A igreja possuía uma planta no formato
de cruz latina composta de três a cinco naves com cruzeiro e cabeceira, com o aprimoramento
estrutural da época a nave da igreja possuía os maiores vãos verticais e toda a igreja era executada
Figura 04:Basíllica de Saint Sernin.
Fonte: GODOY, 2018.
11
distribuindo ao máximo suas cargas com o intuito de alcançar grandes alturas (GEIER, 2012). Este
aprimoramento estrutural possibilitou também o uso de grandes vitrais e de adornos ao longo de
toda a composição da fachada, tudo isso para obter um caráter transcendental e uma verticalidade
arquitetônica (Figuras 05 e 06- página 08).
No entanto MATOS (2014) vai afirmar que a obsessão com o aspecto material e visível
além de outros fatores que se desenvolveram ao longo da história da igreja tirou do foco a
centralidade de Deus no cristianismo, isto somado com o contexto de aprimoramento científico,
geográfico e social desencadeou em um distanciamento do aspecto religioso seguindo um
racionalismo em evidência até então. O período renascentista que surgiria posteriormente propunha
evidenciar o individualismo, pondo em destaque a figura humana e sua autoconsciência (GODOY,
2018).
Figura 05: Catedral de chartres.
Fonte: (GODOY, 2018).
Figura 06: Sainte-Chapelle, Paris, França (1194-1250).
Fonte: DEPOSITPHOTOS, 2017.
12
1.2 ARQUITETURA PROTESTANTE.
Em meados do século XVI durante o período renascentista ocorreu a reforma protestante,
movida pela revolta dos chamados protestantes ou reformadores que estavam indignados com as
práticas exercidas pela igreja católica, eles tinham fortes críticas quanto a venda de indulgências
como forma de remissão pelos pecados cometidos e a salvação por meio de boas práticas diferente
de como diz os textos Bíblicos (GODOY, 2018). Tal indignação levou o monge Martinho Lutero
a publicar as 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, em 1517, esse feito tornou-se
símbolo de uma reforma que desencadeou uma ruptura entre os cristãos católicos e protestantes.
A partir da reforma, os protestantes aderiram a uma simplicidade compositiva em seus
templos em oposição aos templos católicos, optaram por composições sem adornos de maneira
sóbria (GEIER, 2012). Os reformadores se desprendiam dos atributos estéticos de suas igrejas por
terem uma visão de que o princípio básico estava nas escrituras bíblicas (GODOY, 2018), toda
forma de adoração que não fosse direcionada à trindade era repudiada e qualquer ornamento que
remetesse a igreja católica era descartado.
Durante este período que se estendia do século XVI para o XVII a arquitetura protestante
seguiu por duas vertentes: uma tinha o foco exclusivo no divino fazendo o uso de templos
radicalmente simples, a outra encontrava-se no hemisfério norte e possuía maior parte de suas
denominações protestantes históricas, dela vinha Anglicanos, Presbiterianos, Metodistas e
Figura 07: Ilustração do interior do templo de Lyon,
paradis, França.
Fonte: (GEIER, 2012).
13
Luteranos; esta segunda manteve o seu interesse pela arquitetura e pela arte religiosa, essa vertente
pode ser observada através dos remanescentes de seus templos espalhados pela Europa e Estados
Unidos. Entretanto nenhuma dessas duas vertentes dava tamanho papel simbólico em seus templos
que possuía nas tradições católicas (MATOS, 2012).
A principal mudança nos templos protestantes se deu com relação a ênfase na palavra, o
ponto central do arranjo da igreja deveria ser o púlpito, este deveria ser trabalhado em seus
materiais e elevado de forma a favorecer a reverberação e propagação da mensagem do ministro
(GEIER, 2012). Todo o arranjo seu deu em decorrência da propagação da mensagem audível nos
templos protestantes a acústica e a boa visibilidade passaram a ser priorizadas em contraste com a
igreja católica que por sua vez focava principalmente nas artes visuais que se faziam presentes em
suas igrejas (figura 08- página 10).
A arquitetura protestante passou a enxergar na forma como os teatros da época se
organizavam e como isto poderia agregar na composição dos templos protestantes, de que maneira
isto contribuiria para promover a sua liturgia; isso fica perceptível nos templos de Lyon, Charenton
e muitos outros (GODOY, 2018). Com base no texto bíblico que diz: “a fé vem pelo ouvir, e o
ouvir da palavra de Deus” (Romanos. 10,17) muitos cristãos alegavam que era ouvindo a
mensagem através da palavra de pregação que os fiéis alcançariam a salvação; e a construção
organizacional de um templo espelhada em teatros tinha o objetivo de facilitar o diálogo entre o
ministro da palavra e os fiéis.
Figura 08: Templo protestante de La Rochelle.
Fonte: Monumentum, 2017.
14
A simplicidade dos templos era evidenciada de forma radical até o século XVI, pois com a
chegada do período Barroco no século XVII o protestantismo estava em uma crescente no norte
europeu, isto contribuiu para o surgimento de construções mais expressivas, com escalas maiores
e de um valor estético mais refinado. No entanto, ainda se preservava a sobriedade de detalhes
continuando exclusa a arte religiosa nos templos protestantes, que continuavam contrastando com
o Barroco da igreja católica (GODOY, 2018).
Em meados do século XIX o protestantismo começou a chegar no Brasil, de maneira lenta
foi transmitido por missionários estrangeiros, no entanto até o final do século os protestantes eram
limitados na construção de seus templos. Apesar de terem a liberdade de cultuar outra religião que
não fosse a católica os cristãos não tinham a permissão de construírem templos que alterassem a
aparência exterior, nem sinos que anunciassem os cultos religiosos (ABUMANSSUR, 2001). De
acordo com a constituição vigente no período do império: “Todas as outras religiões serão
Figura 09: Igreja Metodista Unida de Morristowm.
Fonte: http://www.newjerseymemories.com/2011/05/churches-of-new-jersey-1-morristown.html
Acesso em: 26/10/2020.
15
permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma
exterior de templo” (BRASIL, 1824 artigo 5°).
A liberdade para a construção só foi concebida em 1891, todavia a comunidade protestante
ainda sofria com muitos movimentos e atos de intolerância religiosa por meio da religiosidade
católica nacional que dificultava o crescimento e a propagação da fé cristã protestante (GEIER,
2012). Por conseguinte, os cristãos evangélicos tiveram grande dificuldade de adaptação, limitando
suas construções nas áreas mais periféricas distantes dos grandes centros urbanos daquele período.
Com o início do século XX e o surgimento da tendência modernista no Brasil os cristãos
protestantes e católicos a princípio se opuseram temendo o rompimento com a tradição. No entanto
posteriormente e de maneira gradual a arquitetura modernista foi sendo implementada nas igrejas
por reduzir consideravelmente os gastos com construção e por oferecer uma forma mais
minimalista em comum acordo com a liturgia protestante sem abrir mão da funcionalidade que era
característica do movimento modernista (GODOY, 2018).
Na segunda metade do século XX os exemplares religiosos já se tornavam cada vez mais
perceptíveis e comuns no contexto brasileiro, diferente das grandes catedrais construídas
anteriormente no Brasil as igrejas modernistas eram construídas em escalas menores com o intuito
de ser mais viável economicamente tornando-se mais acessível e gerar melhor integração entre os
fiéis, trazendo o ideal de acolhimento para os membros da igreja.
Fonte: http://www.newjerseymemories.com/2011/05/churches-of-new-jersey-1-morristown.html
Acesso em: 26/10/2020.
Figura 10: Paróquia Cristo Salvador.
16
1.3 EXPANSÃO E COMPARTIMENTALIZAÇÃO DE UM TEMPLO RELIGIOSO
As igrejas evangélicas no Brasil, de maneira geral e abrangente vem passando por um
período de grande crescimento, fica claro que isto vem resultando na necessidade de ampliações
em seus usos e funções com a finalidade de comportar essa demanda de fiéis para a realização das
atividades de seus departamentos (LOPES, 2014). Dentre estas funções encontram-se assistência
social, trabalhos educacionais, sociais e esportivos, atendimento pastoral e outros setores de
departamentos mais específicos que vão gradativamente surgindo e expandindo dentro das igrejas.
O aumento dessas atividades extra culto tem feito com que as instituições protestantes no
Brasil venham tomando o cuidado de procurar novas soluções e planejamentos para a concepção
de seus templos religiosos, visto que no momento atual acrescenta-se uma série de fatores como o
desempenho energético e a sustentabilidade, entre outros fatores (LOPES, 2014). No final do
século XX foram surgindo pelo mundo as chamadas mega igrejas, o Brasil que possui fortes
referências das igrejas norte americanas, se espelhou nestas para a criação de seus templos com
intuito de receber centenas de milhares de fiéis.
Figura 11: Distribuição estimada da população protestante por país e territórios em 2010.
Fonte: Pew Research Center´s Forum on Religion & Public Life –
Global Christianity, Dezembro 2011.
17
Segundo dados adquiridos no último censo de pesquisas realizados pelo IBGE (2010), vem
crescendo o índice de pessoas que são cristãs protestantes declaradas no Brasil. Só na década
passada (2010) o Brasil passou pelo que os especialistas denominam de trânsito religioso, estudos
de pesquisas apontam que o país ganhou cristãos protestantes na mesma proporção que perdeu
católicos; a mesma pesquisa afirma que houve um crescimento de 61,45% no número de cristãos
evangélicos em 10 anos.
Além dos cultos religiosos realizados em seus espaços, a igreja adquire sua significação
através de outras atividades sociais realizadas no ambiente litúrgico, que pode abranger desde uma
escola bíblica dominical para seus membros em um ambiente a parte até alguma ação social que
irá abranger uma outra comunidade (GEIER, 2012). Essa diferenciação e abrangência de usos e
serviços prestados pela igreja varia de acordo com a doutrina de fé de cada denominação.
Na fé cristã é de suma importância a integração das relações de empatia e de afeto que os
fiéis devem praticar entre si, pode-se dizer que os fiéis vêm em constante processo de
aprimoramento interpessoal uns com os outros. Diante desse processo, as igrejas passaram a ter um
papel social muito mais abrangente, possuindo um papel ativo em diversos setores da sociedade
Fonte: http://confins.revues.org/7785
Acesso em: 12/08/2019.
Figura 12: Porcentagem de variação dos evangélicos no Brasil 2000-2010.
Fonte: http://confins.revues.org/7785
Acesso em: 12/08/2019.
18
precisando sempre se expandir na medida que suas necessidades se ampliam junto com seu
crescimento.
Com a finalidade de aperfeiçoar o relacionamento com seus membros, visto que ao longo
de seu desenvolvimento a igreja tem ampliado suas funções diante das possibilidades do contexto
no qual está inserida, a mesma buscou ampliar seu programa de necessidades adicionando espaços
dedicados para conjuntos, salas para departamentos, uma ampliação do próprio setor institucional,
social e educacional, e até mesmo de lazer (GEIER, 2012). Diante da expansão e com a chegada
de uma gama de departamentos, a igreja deixou de ser um edifício singular com agregados e
gradativamente tornou-se um complexo religioso podendo alcançar grandes escalas.
Fonte: Galeria da Arquitetura Acesso em: 07/12/2019.
Figura 13:Campus metropolitano Cidade Viva- Conde.
Figura 14: Igreja Saemoonan, Coreia do Sul.
Fonte: Archdaily/Igreja Saemoonan. Acesso em: 07/12/2019.
19
A chegada de novas técnicas e tecnologias fez com que muitos passassem a se preocupar
cada vez mais com o conforto interno do templo em especial com acústica, iluminação, ventilação,
desempenho energético e assim por diante (GODOY, 2018). Nesse contexto o nível de
complexidade de planejamento de projeto para edificações desse porte que historicamente vem se
ampliando aumenta consideravelmente e é indispensável a presença de um profissional que
acompanhe desde o início do projeto até a execução, sendo prejudicial o uso da autoconstrução não
só ao ministro da igreja como aos fiéis que a compõe.
1.4 REFERENCIAL PROJETUAL
Antes de começar a etapa projetual é importante a realização de uma análise de outros
projetos correlatos para melhor compreensão favorecendo o embasamento do presente trabalho.
Portanto fez-se a utilização do método criado por (BAKER, 1998) através de sua obra “Le
Corbusier – Análisis de la forma” para o correto estudo dos projetos apresentados.
TABELA DE ANÁLISE DE CORRELATOS
Projeto
Igreja Luterana de
Hope-Grimes
Igreja Metodista do
Norte em Christchurch
Igreja Saemoonan na
Coreia do Sul
Ficha Técnica
▪ Autor(es): BNIM Arquitetura. ▪ Local: Grimes, Iowa, Estados Unidos. ▪ Ano: 2018 ▪ Área construída: 1.965 m²
▪ Autor(es): Dalman Arquitetura. ▪ Local: Christchurch, Nova Zelândia. ▪ Ano: 2016 ▪ Área construída: 780 m²
▪ Autor(es): Seoinn Design Group. ▪ Local: Jongno-gu, Coreia do Sul. ▪ Ano: 2019 ▪ Área construída: 4.219 m²
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Implantação
A igreja está inserida em uma área de grande desenvolvimento residencial e comercial planejado na cidade de Grimes, Iowa. A configuração da topografia e a orientação da área possibilitaram a inserção da igreja próxima ao centro local voltada para um lago de águas pluviais, permitindo que o tráfego de veículos fluísse pelas fronteiras sul e oeste.
Para este projeto a paisagem que rodeia o terreno influenciaram diretamente na composição de cada fachada, o lado sul optou-se por uma fachada icônica, à oeste foi preferível uma fachada mais aberta e convidativa ao público, à lateral leste favorece a disposição de um pátio contemplativo com um jardim passa uma atmosfera de adoração.
A igreja está inserida em uma área comercial e de serviço de grande movimentação da cidade de Jongno-gu, voltada para uma avenida principal. Em contraste com os demais edifícios que possuem suas fachadas sobriamente achatadas a igreja de Saemoonan optou por um acesso através de um pátio livre, convidativo e que passe aspectos de descanso.
Conceito
O conceito do projeto vem da abstração na simplicidade compositiva do templo proveniente do estilo arquitetônico protestante que opta por uma composição humilde e modéstia desprovida de adornos e adereços.
Este projeto visa manter assim como os demais uma abordagem minimalista priorizando a função. No entanto, busca-se através de uma forte expressão de sua arquitetura realçar a atmosfera contemplativa do ambiente.
O templo adota quatro principais conceitos, a historicidade da igreja no contexto local, o símbolo das portas abertas ao céu, a expressão de Cristo como luz, e a apresentação da água em representação à harmonia do batismo.
Iconologia
O templo faz o uso da arquitetura contemporânea em sua composição e é moldado por dois volumes simples, que ficam distintos devido ao uso dos materiais característicos de cada volume que ficam em evidência.
A igreja possui atributos da arquitetura contemporânea e fica evidente em sua composição volumétrica as formas geométricas expostas na composição de suas fachadas em contraste com os materiais utilizados.
A arquitetura contemporânea faz-se presente e a igreja adota um estilo curvilíneo suave, retirando a rigidez tradicional dos templos, e as fachadas foram compostas por expressões compositivas abstratas.
21
Significado
de Uso
A igreja faz o uso da modulação para melhor aproveitamento em seus departamentos, os acessos destacam-se no volume claro da fachada recepcionando os convidados à área social fazendo distinção de uso. As principais atividades administrativas encontram-se no pavimento inferior juntamente com departamentos mais exclusivos aos membros da igreja.
O térreo se dispõe através de uma área central que liga de modo transparente os ambientes, esta área recepciona a comunidade e torna-se um ambiente sociável, o salão principal possui o layout adaptável e é protegido contra os ruídos externos. A igreja conta com outros ambientes como salas e espaços de exposição de uso comunitário todos eles projetados para obter o melhor aproveitamento e facilidade de acesso.
A igreja se comunica com o espaço externo através do hall que faz o ligamento aos demais setores do complexo, estes setores foram divididos através dos diversos pavimentos que compõe a igreja. O projeto faz com o uso da modulação para criação de espaços internos e seus diversos departamentos como escola, grupo do coral, escritórios, restaurantes e outras atividades.
Análise
Formal
A forma da igreja provém da interseção de dois volumes que compõe o projeto e distinguem os ambientes e suas funções, são estes um paralelepípedo e um polígono dedicado ao espaço de culto que se assemelha ao formato de uma moradia vernacular.
A volumetria do templo é composta por formas básicas tradicionais da geometria e da arquitetura religiosa local, tal forma acaba por interagir com o seu contexto e torna convidativo à interação do espaço interior com o espaço exterior ao edifício.
O volume deste templo é composto por curvas suaves que expressam o amor de Deus e vitrais que reforçam uma harmonia morfológica na composição. Optou-se por uma planta em forma de leque para o espaço de culto incentivando a interação dos fiéis.
Estrutura e
Materiais
22
A igreja conta com uma estrutura modular de aço que possibilita vãos maiores e maior espaço útil no interior do edifício. A área mais escura dedicada à adoração foi trabalhada com uma textura de argila feita à mão, e a área mais clara onde encontra-se a varanda frontal em balanço foi revestida em metal branco.
O templo possui uma estrutura modular em concreto armado que compõe as aberturas para o templo principal deixando-o convidativo e perceptível. Os materiais de alvenaria e madeira que compõe a igreja foram escolhidos com o intuito de economizar os custos da obra e formar uma expressão compositiva exclusiva do templo.
O complexo possui escolhas bem ecléticas abrangendo uma gama de materiais compositivos, sua estrutura é feita predominantemente em concreto armado, e o edifício é revestido em concreto, vidro e aço. Com materiais de acabamento de madeira, tijolos cerâmicos e perfis metálicos.
Diretrizes
▪ Modulação estrutural com grandes vãos. ▪ Formatação de ambientes através da volumetria. ▪ Relação interior e exterior em conformidade com os fluxos.
▪ Agenciamento do complexo através da antessala de estar. ▪ Forma compositiva filtra a incidência de luz e ruídos externos. ▪ Fluidez através de ambientes permeáveis.
▪ Significado compositivo transcendental da forma. ▪ Composição arquitetônica de maneira sociável. ▪ Elementos simbólicos da fé cristã expressos através da arquitetura.
Fonte: www.archdaily.com.br, editado pelo autor,2020.
23
CAPÍTULO 2
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GUARABIRA.
O município de Guarabira está situado no estado da Paraíba há aproximadamente 98 Km
da Capital João Pessoa e 100 Km de Campina Grande, no último censo do IBGE realizado em 2010
possuía uma população de 55.326 habitantes e foi estimado um crescimento para o ano de 2019 de
58.833 habitantes. A cidade de Guarabira conhecida, como a Rainha do Brejo é uma cidade-polo
da região favorecida por se situar entre o Agreste e o Brejo paraibano.
Por ser uma cidade-polo, Guarabira recebe uma grande quantidade de pessoas diariamente
cerca de 100 mil pessoas ao mês para diversos tipos de atividades segundo dados gerados por
(JUNIOR, 2014). De acordo com (MELLO, 1997) a cidade é favorecida geograficamente entre as
demais, com seu bioma característico a cidade tornou-se um grande centro comercial que contribui
para o seu rápido crescimento e desenvolvimento tanto geográfico como econômico.
Figura 15:Localização do município de Guarabira.
Fonte: Google, editado pelo autor, 2020.
24
Por Guarabira se tratar de uma cidade polo há um fluxo socioeconômico por parte das
principais cidades circunvizinhas que estão inseridas dentro de sua região metropolitana; as
principais são: Araçagi, Belém, Cuitegi, Pirpirituba e Alagoinha. A região também conta com um
considerável trânsito religioso que envolve eventos e cultos tanto por parte da Igreja Católica como
também das Igrejas Evangélicas, pode-se concluir que há a necessidade de um acolhimento para
caravanas provenientes desde trânsito religioso.
2.2 APRESENTAÇÃO DO TERRENO.
A área definida para este estudo foi escolhida buscando estar em uma região central da
cidade de forma a facilitar o acesso dos fiéis provenientes das demais extremidades da cidade.
Buscou-se uma área que ficasse nas imediações do centro, próximo da via central que corta a cidade
Figura 16: Região Metropolitana de Guarabira.
Fonte: http://fnembrasil.org/regiao-metropolitana-de-guarabira-pb/, acesso em 16 de junho de 2020.
25
e que não estivesse distante dos demais bairros visando facilitar o acesso e diminuir o tempo de
trajeto dos membros até o complexo religioso, foi levado em consideração que o local para a
proposta requer uma área útil consideravelmente ampla para o desenvolvimento adequado da
proposta projetual diante da escala e da tipologia de projeto que se espera atingir.
O terreno tem o acesso facilitado sendo alcançado em duas de suas fachadas e as edificações
nas imediações possuem um gabarito predominante baixo por se situar em uma zona não adensável.
Vale ressaltar que a cidade tem se expandido e de desenvolvido cada vez mais nesta área em que o
terreno está situado.
2.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE.
Infelizmente a cidade de Guarabira sofre com uma rápida expansão de forma não planejada
e a legislação vigente englobada pelo Plano diretor, o Código de obras e urbanismo e o código de
postura urbana é de 2006 e não está acompanhando tamanho processo de expansão deixando a
Figura 17: Área do objeto de estudo.
Fonte: Google Earth, editado pelo autor, 2020.
26
desejar em aspectos como a falta de zoneamento das áreas e a falta de mapeamento que acaba por
prejudicar a compreensão e os limites explanados.
O Projeto de Lei Complementar Nº. 012/2006 que institui o Plano Diretor de Guarabira
disponibiliza dois mapas importantes para a AOE (área do objeto de estudo) sendo eles: o mapa de
macrozoneamento e o mapa do sistema viário (figuras: 16 e 17 respectivamente). O mapa de
macrozoneamento vai enquadrar a AOE em uma zona não adensável na qual o índice de
aproveitamento do terreno se limitará a 1,0 (uma unidade); o mapa do sistema viário demonstra as
proximidades e a hierarquia das vias que cercam o terreno.
De acordo com a Lei Nº 813/2008 que institui o código de obras e urbanismo do município
irá trabalhar nos artigos 73 e 77 medidas pré-estabelecidas de afastamentos e padrões a serem
adotados nas instituições religiosas e espaços semelhantes. No entanto, o código não disponibilizou
o mapa de zoneamento que estabelece os usos e ocupações permitidos dentro de cada zona.
A legislação trata de certas informações relativas ao dimensionamento desse tipo de
edificação afirmando que as edificações de cunho religioso devem possuir um afastamento mínimo
de 6 metros da via pública, devem oferecer condições de conforto e segurança do público e garantir
o conforto acústico de maneira a evitar poluição sonora e do meio ambiente (GUARABIRA, 2008).
Os salões deverão ser dimensionados na proporção de 70cm²(centímetros quadrados) para
cada pessoa sentada e 40cm²(centímetros quadrados) para cada pessoa em pé; o edifício deverá
possuir no mínimo uma porta para entrada e outra para saída devendo estas terem um tamanho na
proporção de 100cm(centímetros) para cada cem pessoas. Os corredores de escoamento público
para locais com até 500m² deverão ter 2,5 metros de largura podendo conter acréscimos, e as
escadas devem dispor da proporção de 1 metro de largura para cada 100 pessoas (GUARABIRA,
2008).
27
2.4 DIAGNÓSTICO DO ENTORNO.
A área do objeto de estudo está situada nas extremidades do bairro Novo próximo à área
central da cidade em paralelo com a AV. Feliciano Batista de amorim que possibilita o acesso e a
travessia da cidade. O lote possui 2 fachadas, sendo a principal de frente para a via coletora R. Joca
Ataíde; a outra rua de acesso foi aberta recentemente e não foi nomeada até o presente momento
(Figura 18).
Das ruas presentes (Figura 18), uma delas é arterial (AV. Feliciano Batista de Amorim),
outra é coletora (R. Joca Ataíde) e as demais são vias locais. As setas indicam a direção em que
segue o fluxo das vias no, entanto todas as vias dentro do recorte da AOE possuem mão dupla.
Quanto aos usos, encontra-se em sua maioria o uso residencial de maneira mais afastada da
avenida principal no recorte da AOE, principalmente porque o terreno está inscrito em um bairro
Figura 18: Mapa de Fluxos Viários AOE.
Fonte: Prefeitura municipal de Guarabira, editado pelo autor, 2020.
28
predominantemente residencial, como se trata também de uma área que está em processo de
expansão encontra-se muitos terrenos e lotes ainda vazios à Noroeste do mapa (Figura 19).
Observa-se também uma presença considerável do setor institucional no recorte, encontra-
se na área algumas escolas, postos de saúde, instituições religiosas, departamento de trânsito e o
cemitério da cidade. Os usos comerciais, mistos e de serviço encontram-se em sua maioria
distribuídos pelas proximidades da AV. Feliciano Batista de Amorim (Figura 19).
Figura 19: Mapa de Uso e ocupação AOE.
Fonte: Prefeitura municipal de Guarabira, editado pelo autor, 2020.
29
O mapa de atributos ambientais (Figura 20) apresenta de que maneira a topografia se dispõe
no terreno. Pode-se visualizar um desnível de aproximadamente 4 metros que começa da fachada
leste do e se eleva gradativamente à fachada oeste, observa-se que a primeira metade do terreno
voltado para leste é mais planificado, enquanto as curvas se acentuam nas imediações da fachada
oeste.
Figura 20: Mapa Atributos ambientais AOE.
Fonte: Prefeitura municipal de Guarabira, editado pelo autor, 2020.
30
3 PROPOSTA ARQUITETÔNICA
3.1 CONCEITO
Para dar início a concepção do projeto houve uma preocupação com o conceito a ser tomado
visto que por se tratar de um projeto de cunho religioso se faz necessário observar historicamente
a composição e as características que foram preservadas até os dias atuais. Com o processo que
envolveu a reforma protestante os templos evangélicos abriram mão dos adereços ornamentais e
imagens que faziam parte da composição dos templos e buscaram soluções opostas visando
priorizar a funcionalidade principal do templo que seria disseminar a mensagem do evangelho.
Esta mudança trouxe possibilidades de buscar uma arquitetura conceitual e transcendental
que fugisse do padrão pré-estabelecido até o momento. Visando isto, buscou-se utilizar o conceito
de árvore através da busca nas referências bíblicas, visto que, no evangelho de Cristo utiliza-se de
diversas parábolas simbólicas que fazem a alusão desde o firmamento de nossa fé, expressa pelas
raízes, a lei da semeadura retratada textualmente, os frutos do espírito e diversas outras citações.
Fonte: Pinterest. Acesso em: 07/12/2019.
Figura 21: Conceito.
31
A Bíblia compara o homem que está em cristo como uma árvore plantada junto às águas
cujas raízes se estendem ao ribeiro, de modo que sua folhagem estará sempre verde e que apesar
da seca ela não deixará de dar fruto. Biologicamente as raízes dão firmamento para que o tronco
da árvore se eleve com o intuito de chegar à alturas elevadas de modo que possibilite as folhas à
receberem a luz solar, pode-se comparar o tronco das árvores com o evangelho de Cristo que nos
conduz a elevadas alturas para que possamos desfrutar da infinita glória de Deus.
3.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO
O Partido do projeto foi concebido através do estudo e análise da forma, procurou-se extrair
do conceito um partido volumétrico que potencializasse espacialmente a acústica do ambiente na
propagação da mensagem de forma radial assemelhando-se aos auditórios, esta forma volumétrica
deverá favorecer a composição dos demais ambientes presentes no anexo do templo com o intuito
de mesclar os volumes compositivos.
Figura 22: Partido.
Fonte: Pinterest. Acesso em: 07/12/2019.
32
Tendo isso em vista, foi escolhido uma composição volumétrica única que se assemelha ao
corte transversal de um tronco da árvore como partido arquitetônico para o desenvolvimento
projetual, suas características transcendentais abordadas anteriormente no conceito possibilitam
soluções volumétricas interessantes que potencializam a funcionalidade do projeto, sua forma
radial se assemelha com os anfiteatros e auditórios projetados ao longo da história e permite que o
projeto se desenvolva de maneira adequada diante dos condicionantes analisados.
3.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO.
O programa de necessidades foi elaborado através de uma análise de necessidades e
carências apresentadas em uma igreja de médio-grande porte, para isso foram analisados correlatos
afim de estabelecer os ambientes compositivos necessários para este tipo de instituição e utilizou-
se de (NEUFERT, 1998) com o intuito de direcionar o pré-dimensionamento dos ambientes do
complexo religioso. Levando em consideração a quantidade de membros para o dimensionamento,
foi tomado como referência uma das igrejas de Guarabira que vem apresentando um crescimento
considerável e que irá precisar de uma nova instalação.
A Igreja modelo analisada atualmente conta com uma quantidade aproximada de 1300
membros em seu templo central e distribuídos por suas congregações, diante disto buscou-se propor
um projeto que comportasse uma quantia de 1500 assentos no templo central prevendo uma
crescente de membros.
Levando em consideração que se trata de um complexo religioso, foi adicionado ao
programa de necessidades um anexo com o intuito de possibilitar a prática de atividades
secundárias e extra culto, prevendo salas para os departamentos da igreja, dormitórios para os
missionários que a visitam, salão multiuso com cozinha para festividades, confraternizações,
realização de eventos e gincanas. O anexo também contará com setor administrativo para
possibilitar a prática das atividades pastorais da instituição, salas de aula e um hall de adoração
secundário que possibilita comportar uma atividade de menor porte em paralelo com o principal.
33
Templo
Setor Social
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
Recepção Antessala de estar 100m² 1 100m² Correlato
Hall de Adoração Auditório 1000 assentos +
espaço para 500 pessoas em pé
+ 25% Circulação
1200m²
1
1200m²
Código de obras
de Guarabira
Palco Palco + Banda musical 90m² 1 90m² Correlato
Galeria Galeria 500 assentos + 30%
Circulação
500m² 1 500m² Código de obras
de Guarabira
Fraldário Fraldário + Amamentação 25m² 1 25m² Neufert
Sala Infantil Sala de aula + Espaço para
dinâmicas
75m² 1 75m² Neufert
WC F 1 Bacia a cada 100 Pessoas
1 Lavatório a cada 200 Pessoas
35m² 1 35m² Código de obras
de Guarabira
WC M 1 Bacia a cada 100 Pessoas
1 Lavatório/Mictório a cada 200
Pessoas
35m² 1 35m² Código de obras
de Guarabira
Área Total do Setor Social = 2060m²
Setor de Serviço
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
Gabinete de
Controle Controle de Mídia + Som +
Luzes 20m² 1 20m² Correlato
Depósito Aparelhos de som e da mídia 10m² 1 10m² Correlato
DML Materiais de limpeza para o
Templo
5m² 1 5m² Correlato
Área Total do Setor de Serviço = 35m²
Área Total do Templo = 2095m²
Anexo
Setor Social
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
34
Hall de Adoração Auditório com 315 assentos +
Palco + Banda
300m² 1 300m² Código de obras de
Guarabira
Salas de
Departamentos
Área de 1,2m² por Pessoa 30m² 3 90m² Neufert
Salas de Aula Área de 1,2m² por Pessoa 30m² 2 60m² Neufert
Área Total do Setor Social = 450m²
Setor de Serviço
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
WC F 1 Bacia a cada 100 Pessoas
1 Lavatório a cada 200 Pessoas
35m² 1 35m² Código de obras de
Guarabira
WC M 1 Bacia a cada 100 Pessoas
1 Lavatório/Mictório a cada 200
Pessoas
35m² 1 35m² Código de obras de
Guarabira
Gabinete de
Controle
Controle de Mídia e Som 12m² 1 12m² Correlato
Depósito 1 Aparelhos de som + Instrumentos
de banda + Assentos portáteis
20m² 1 20m² Correlato
Depósito 2 Aparelhos de som e mídia do hall
de adoração do anexo
5m² 1 5m² Correlato
DML Materiais de Limpeza 5m² 1 5m² Correlato
Área Total do Setor de Serviço = 112m²
Setor de Administrativo
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
Sala de Reuniões Espaço para reuniões na
proporção de 2 metros por pessoa
20m² 1 25m² Dimensionamento
Humano para
espaços Internos
Tesouraria Área de 5m² por pessoa 15m² 1 15m² Neufert
Escritório Pastoral Espaço de atendimento pastoral
Proporção de 2,2m² por pessoa
20m² 1 20m² Neufert
Área Total do Setor Administrativo = 60m²
Setor Alimentício
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
35
Salão Multiuso Eventos + Festividades +
Refeições + Atividades de lazer
350m² 1 350m² Neufert
Cozinha Preparo de refeições 125m² 1 125m² Neufert
Despensa Despensa diária para congressos
e eventos
8m² 1 8m² Neufert
Área Total do Setor Alimentício = 483m²
Setor Íntimo
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
Dormitórios Suíte casal 20m² 4 80m² Neufert
Área Total do Setor Íntimo = 80m²
Área Externa
Ambiente Descrição Área QTD Área total Fonte
Pátio externo Eventos + Festividades +
Refeições + Atividades de lazer
450m² 1 450m² Neufert
Área Técnica Sistemas de refrigeração 25m² 1 25m² Correlato
Segurança Monitoramento da entrada e
saída pessoas e equipamentos
12m² 1 12m² Correlato
Guarita Controle de fluxo de veículos 12m² 1 12m² Correlato
Gerador Potência de 500 KVA 17m² 1 17m² Site “a geradora”
Gás Para até 1500 refeições 4,2m² 1 4,2m² Correlato
Lixo Área para lixo seco 12m² 1 12m² Correlato
Reservatório
Inferior
Reservatório para 2 dias + 30%
para incêndios
70m² 1 70m² NBR 13714
Estacionamento 1 vaga para cada 8 pessoas +
80% circulação
12m² 191 5850m² Semoob
Área Total da Área Externa = 6.452m²
36
3.4 IMPLANTAÇÃO.
Para um projeto de cunho religioso é de suma importância a forma que será implantado no
terreno, apesar dos evangélicos não darem tamanha importância aos adornos e adereços do templo
ainda se faz necessário que o projeto situe-se de forma impactante no lote, remetendo a uma
imponência arquitetônica do templo no local e associando a idéia de que é um local em que se deve
prestar reverência. Pensando desta forma o projeto foi elaborado fazendo proveito da topografia
para criar esta perspectiva ao observador.
O terreno tem a fachada principal voltada à leste fazendo uso da via coletora Joca Ataídes,
a fachada principal do projeto também ficou voltada à Leste por onde se dá o acesso principal ao
templo onde haverá diariamente maior fluxo de pessoas. A segunda fachada do terreno está voltada
a Sul e nela se dá o acesso principal ao anexo, os acessos de serviço também estão situados nesta
fachada visto que nela está presente uma via local onde há menor fluxo de veículos.
Figura 23: Implantação.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 17/11/2020
37
O projeto tem seus setores sociais apontados para a nascente aproveitando-se da ventilação
sudeste e favorecendo suas principais fachadas, já o setor de serviço foi implantado à Oeste
juntamente com o acesso de carga e descarga presente na fachada sul do anexo. A rotação da
edificação e sua planta em formato radial possibilita que a insolação das fachadas voltadas para o
norte e o sul seja menor ao longo do dia ao mesmo tempo que aproveita a ventilação de maneira
mais eficiente.
Optou-se também por situar o estacionamento do projeto voltado à Leste e Sul do terreno
com o intuito de favorecer a aproximação do acesso dos fiéis ao templo e deixar o campo de visão
entre as vias e o templo sem obstrução. O estacionamento conta com uma quantidade de 191 vagas
que corresponde à razão de uma vaga para cada 8 membros, destas foram dispostas 4 vagas para
deficientes físicos correspondente a aproximadamente 4% das vagas e para idosos foram dispostas
10 vagas, o que corresponde à 5% das vagas totais como estabelece a legislação vigente, todas estas
vagas foram dispostas nas imediações da fachada principal do templo.
Foi adicionado também na implantação um pátio externo situado à Norte no lote fazendo
contato com a extremidade do anexo e o estacionamento, este pátio tem como função proporcionar
um ambiente de lazer ao ar livre e de convívio entre a comunidade de membros da igreja, ele
possibilita uma maleabilidade de usos que atendem às atividades dos departamentos e eventos
realizados na igreja. A área Oeste do terreno foi utilizada adicionando vegetação nativa com o
intuito de filtrar a insolação na fachada proporcionar um ambiente mais agradável ao pátio externo,
esta área corresponde a um pouco mais de 25% do terreno.
3.5 DEFINIÇÕES DE PLANTA
Tomando como base o conceito a planta da edificação foi resolvida de forma radial visando
obter soluções interessantes, funcionais e sem a adição de adornos, com referências à igrejas
protestantes americanas e com soluções adotadas em teatros para favorecer a acústica e a
funcionalidade do ambiente litúrgico. Foi posto um espaço para recepcionar os fiéis no momento
38
de preparação que precede o culto e após, visto que a socialização e a criação de laços afetivos
estão intrínsecas à comunidade cristã ao longo de sua história.
A planta radial direciona os assentos, a atenção e o arranjo da igreja para o púlpito onde a
mensagem será pregada e os demais ambientes foram deixados atrás dos ouvintes com a intenção
de não haver qualquer desvio de atenção ou distração, o templo conta com espaço para 1500
ouvintes estando 1000 na parte central e 500 situados na galeria. Ficaram dispostos ao lado Norte
do templo os banheiros, o gabinete de controle que gerencia todo o som e a mídia da igreja, deposito
para os aparelhos eletrônicos do templo e deposito para os materiais de limpeza do templo. Ao Sul
do templo foi posta a sala infantil para o ensino bíblico e dinâmicas cristãs para as crianças no
momento do culto e um fraldário.
Figura 24: Definições da Planta.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 17/11/2020
39
O anexo da igreja conta com uma circulação principal que é a parte central dos acessos e
conexões da edificação, é ele que rege as conexões vindas diretamente do templo, os acessos diretos
ao anexo e as saídas de emergência; ele irá ligar os setores: social, de serviço, administrativo, íntimo
e alimentício, o bloco que compõe o anexo está dividido em três partes.
Ao Sul, tomando proveito da ventilação privilegiada foi posto os ambientes mais utilizados
ao longo do dia, ficaram os dormitórios com uma circulação de acesso dedicada, são eles três suítes
para receber as visitas; ficaram as salas de aula e dos departamentos da igreja, na extremidade
Oeste ficaram os banheiros que atenderão o anexo e as salas da administração do templo. A
circulação principal dessa parte Sul do anexo conta com uma entrada de luz zenital, criando um
ambiente mais agradável e sociável.
Na parte central do anexo encontra-se um salão de adoração previsto para receber 300
pessoas, nele haverá cultos de menor escala, dedicados ou até palestras paralelamente ao salão
Figura 25: Setorização da Planta.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 17/11/2020
40
principal. Encontra-se também voltado à oeste uma sala de controle de mídia juntamente com o
depósito principal do templo e um Dml que dá acesso ao reservatório superior da edificação e a
área técnica presente na coberta.
Voltado ao Norte encontra-se o salão multiuso, destinado principalmente para realização de
eventos, casamentos, festividades e alimentação dos membros em cultos festivos; está presente
também uma cozinha, este espaço possui uma capacidade máxima de atendimento de 1500
membros com um índice de rotatividade igual a 12, podendo comportar até 125 pessoas
simultaneamente. O espaço do salão também conta com uma entrada de iluminação zenital e possui
a opção de abrir as portas para o pátio externo, podendo ser ampliado para comportar mais pessoas;
a cozinha encontra-se a Oeste podendo ser abastecida por trás do anexo tendo acesso a carga e
descarga.
Voltado à Oeste ficaram dispostos os acessos de carga e descarga, assim como o
reservatório inferior, o maquinário de bombeamento e o reservatório de gás; próximo a via local
também fica o espaço para o gerador com capacidade de suprir a demanda do complexo, a sala de
monitoramento e o depósito de lixo.
3.6 DEFINIÇÕES ESTRUTURAIS
A concepção estrutural do projeto foi proveniente do formato radial pré-definido, o projeto
faz uso de uma estrutura mista visto que é necessário obter grandes vãos principalmente no salão
de adoração principal, no salão multiuso e no salão secundário, para proporcionar melhor qualidade
de seus usos. O templo principal possui vãos de até 37 metros enquanto que o salão multiuso conta
com vãos de até 20 metros de comprimento.
41
Por isso optou-se pela utilização de uma estrutura mista onde os pilares são de concreto
armado e o vigamento é feito através de treliças de aço. Para fazer o pré-dimensionamento foi
utilizado (REBELLO, 2000). Com relação a coberta optou-se pelo uso de um telhado termoacústico
sob uma inclinação de 12%, essa coberta favorecerá um possível projeto para tratamento acústico
do templo.
Figura 26: Malha Estrutural.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 17/11/2020
42
3.7 VOLUMETRIA
A proposta faz o uso de uma concepção volumétrica sóbria e de volume único, porém,
optou-se por uma distinção visual entre o templo e o anexo que possuem características distintas
entre a altura do pé-esquerdo e a sobreposição das formas. O projeto faz o uso de tons claros na
composição do templo que remete a um estado de paz de espírito e de constante busca pela
santidade através da fé dos fiéis.
Figura 27: volumetria da frente Sul.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
Figura 28: volumetria da frente Norte.
43
A Frente Norte do projeto conta com a presença de um pátio externo que dá acesso à
circulação principal e ao salão multiuso do anexo, há uma variação da paginação de piso do pátio
que se localiza entre o estacionamento e a área verde do terreno voltada à Oeste. Optou-se pela
utilização de tons mais quentes para deixar o ambiente mais aconchegante e convidativo,
auxiliando na transição entre estes ambientes.
O interior do templo utilizou-se de fortes referências Americanas onde fez o uso de
materiais em madeira com o intuito de aproveitar-se das vantagens termoacústicas possibilitadas e
compor esteticamente o acabamento no templo sem fazer o uso de adornos e adereços. Vale
ressaltar o forte aspecto de auditório e teatros que o ambiente propõe com a utilização de galerias
e da inclinação do projeto em direção ao palco (Figuras 30, 31 e 32).
Figura 29: volumetria da frente Nordeste.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
44
O Anexo conta com aberturas de iluminação zenital em seu interior que foi utilizada para
compor os ambientes internos de vivência e de circulação tornando-os mais agradáveis, estes
espaços fazem o uso de paredes verdes que trazem um aspecto de natureza para dentro do projeto
(Figura 32 e 33).
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
Figura 30: Ambiente do templo, vista do palco.
Figura 31: Ambiente do templo, vista da galeria.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
45
O salão multiuso buscou atender as demandas de festividades e eventos trazidas pelo
templo, buscou-se nele oferecer um espaço favorável para atender a demanda da igreja e permitir
uma utilização permeável com o pátio esterno de maneira que proporcionem ambientes sociáveis
de convívio e de relacionamentos entre os fiéis.
Figura 32: Perspectiva volumétrica da iluminação zenital.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
Figura 33: Perspectiva do pátio externo e do salão multiuso.
Fonte: Proposta realizada pelo autor. Data: 21/11/2020
46
CONCIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do desenvolvimento do trabalho foi estudado e analisado o processo de
desenvolvimento e mudanças que fizeram do templo o que ele é hoje, acompanhou-se as mudanças
e impactos que os cristãos vivenciaram no decorrer da história e de que forma isto afetou no
relacionamento interpessoal entre os fiéis. Foi analisado o processo de ruptura da reforma
protestante e o impacto que ele teve na forma de adoração, na composição das igrejas e no como
como passou a se proceder a prática litúrgica nestes ambientes.
Observando isto, é notório a importância do papel da igreja na sociedade, papel este que
fica de maneira gradual mais complexa atingindo diversas camadas da sociedade e diversos papeis
sociais, em contraste com essa evolução encontra-se um cenário atual de carência por parte das
igrejas evangélicas onde muitas delas são improvisadas, em estado precário e encontram-se
tecnicamente inaptas para a prática do culto; não há um interesse real em busca de melhorias
consideráveis diante deste contexto.
Diante disto, este presente trabalho busca ter contribuído para a compreensão da realidade
de muitas igrejas evangélicas, buscou-se compreender os empecilhos que abrangem este cenário
atual com o intuito de trazer alternativas que contribuam e que de certa forma proporcionem
condições favoráveis para o desenvolvimento de atuação desta área na sociedade brasileira,
proporcionando espaços de qualidade, visando melhor aproveitamento das características distintas
de cada igreja.
47
REFERÊNCIAS
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5
3
UNIPÊ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA:
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ALUNO:
SEBASTIÃO CEZAR PAREDES DO AMARAL
ORIENTADOR:
ARQUITETURA RELIGIOSA:
TEMA:
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PROTESTANTE PARA A CIDADE DE GUARABIRA - PB
1/200
ESCALA:
17/11/2020
DATA:
1/4
FOLHA:
IMPLANTAÇÃO
DESENHO:
ESCALA 1:200
1
PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA
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1
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4
5
.
2
0
2
.
4
6
2
.
4
6
2
.
4
6
2
.
4
6
.
3
0
2
.
4
3
2
.
4
2
2
.
4
3
2
.
4
2
.
2
3
7
.
0
7
4
.4
1
.1
5
3
.9
6
.1
5
3
.6
5
.1
5
4
.9
7
.1
4
3
.4
3
.1
5
7
.0
0
9
.0
1
1
.3
8
.1
5
1
.4
7
.1
5
1
.2
0
2
.2
7
.1
5
3
.2
4
.1
4
3
.
1
0
1
.
6
0
.
2
2
.
1
5
Á=553,0m²
GALERIA
N
+4,68
AA
P0
3P
03
1
.
0
8
1
.
0
8
1
.
0
8
1
.
0
8
1
.
0
8
1
.
0
8
2
.
0
8
5
.1
5
1
.2
7
2
.0
5
9
.
2
7
1
.
2
0
8
.
9
1
1
.
2
0
2
.
9
9
.9
6
2
.4
8
4.0
9
1.20
4.0
9
2
.4
8
.9
5
2
.
9
9
1
.
2
0
8
.
9
1
1
.
2
0
9
.
2
7
1
.
2
2
ESCALA 1:150
2
PLANTA BAIXA
UNIPÊ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA:
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ALUNO:
SEBASTIÃO CEZAR PAREDES DO AMARAL
ORIENTADOR:
ARQUITETURA RELIGIOSA:
TEMA:
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PROTESTANTE PARA A CIDADE DE GUARABIRA - PB
1/150
ESCALA:
17/11/2020
DATA:
2/4
FOLHA:
PLANTA BAIXA
DESENHO:
ESCALA 1:100
3
PLANTA BAIXA GALERIA
CIRCULAÇÃO
SALÃO DE ADORAÇÃO
SALÃO DE ADORAÇÃO
GALERIA
BARRILETE
SUPERIOR
RESERV.
CONTROLE
GABIN.
RECEPÇÃO
+3,65
+5,60
+8,20
+11,00
+0,00 +0,00
+0,36
+0,80
+1,20 +1,20
+4,63
+4,68
+18,00
+14,71
2.20
1.30
.15
1.80
.15
2.45
.15
1.35
1.25
6.00
.65
1.60
1.45
2.43
2.57
.18.18
5.64
1.01
1.59
.35
.79
1.10
1.10
1.30
.15
1.80
.15
2.45
.15
2.80
.80
8.91
2.43
2.57
1.20
4.46
.20
.80
4.59
2.45
.15
.30
2.14
4.48
.15
1.85
6.47
2.43
2.62
18.00
11.00
SALÃO DE ADORAÇÃO
SALÃO MULTIUSO
SALA DE
DEPARTAMENTO 02
SALA DE AULA 01
+2,00
+0,70
+0,00+0,00+0,00+0,00
+0,50
+2,00
+11,00
8.17
4.00
4.83
.15
1.09
2.50
3.50
3.98
2.13
3.87
2.83
.15
1.00
7.23
1.60
.15
1.97
2.13
.37
3.50
1.23
1.75
2.02
1.10
1.10
.30
3.50
5.00
.50
5.50
1.23
1.60
1.15
2.00
1.00
3.00
4.14
4.00
4.14
8.14
UNIPÊ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA:
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ALUNO:
SEBASTIÃO CEZAR PAREDES DO AMARAL
ORIENTADOR:
ARQUITETURA RELIGIOSA:
TEMA:
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PROTESTANTE PARA A CIDADE DE GUARABIRA - PB
1/150
ESCALA:
17/11/2020
DATA:
3/4
FOLHA:
CORTES E FACHADA
DESENHO:
ESCALA 1:150
4
CORTE LONGITUDINAL
ESCALA 1:150
5
CORTE TRANSVERSAL
ESCALA 1:150
6
FACHADA LESTE
UNIPÊ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA:
FILIPE DE ANDRADE GUIMARÃES
ALUNO:
SEBASTIÃO CEZAR PAREDES DO AMARAL
ORIENTADOR:
ARQUITETURA RELIGIOSA:
TEMA:
ANTEPROJETO DE UM COMPLEXO RELIGIOSO PROTESTANTE PARA A CIDADE DE GUARABIRA - PB
1/150
ESCALA:
17/11/2020
DATA:
4/4
FOLHA:
FACHADAS
DESENHO:
ESCALA 1:150
7
FACHADA SUL
ESCALA 1:150
8
FACHADA NORTE
ESCALA 1:150
9
FACHADA OESTE