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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA KATIUSCIA COSTA SOUZA QUITÉRIA PAULINO DE ABREU SEXUALIDADE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN Maceió 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

KATIUSCIA COSTA SOUZA QUITÉRIA PAULINO DE ABREU

SEXUALIDADE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN

Maceió 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

KATIÚSCIA COSTA SOUZA QUITÉRIA PAULINO DE ABREU

SEXUALIDADE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN

TC apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Psicologia do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da professora Silvana Paula M. de Alcântara Lima.

Maceió 2017

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KATIÚSCIA COSTA SOUZA QUITÉRIA PAULINO DE ABREU

SEXUALIDADE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN

TC apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Psicologia do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da professora Silvana Paula M. de Alcântara Lima.

Data de Aprovação:

Banca Examinadora

_______________________________________________

Examinador 1

______________________________________________ Examinador 2

______________________________________________

Examinador 3

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, por ser a força e amor inesgotável que ilumina, protege

e guia todos os nossos caminhos. Toda honra e toda a glória seja dada a

ti, Senhor!

Aos nossos queridos pais, a quem tanto amamos, pelo apoio,

amor, respeito e por conduzirem nossos passos para o caminho ético e

honesto da vida. Nossos sinceros agradecimentos.

A toda a nossa família, amigos, colegas de curso e à nossa

orientadora pelo abnegado trabalho desempenhada.

A todos que fizeram parte direta e indiretamente desta jornada,

nossos sinceros agradecimentos.

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RESUMO

O presente trabalho visa promover discussões acerca da sexualidade da pessoa com Síndrome de Down (SD), visto que, está associada ao desenvolvimento da afetividade, à capacidade de entrar em contato consigo mesmo e com o outro, o qual é fundamental para a construção da autoestima. Abrange ainda o papel da família e a intervenção dos educadores no contexto da sexualidade, os quais fazem parte da socialização primária e secundária, respectivamente, e que por sua vez são de suma importância para a orientação da sexualidade da pessoa com SD. Nessa perspectiva, cumpre enfatizar que se faz necessário ultrapassar os medos, tabus, receios e maior preparamento para melhor conduzir os anseios e desejos comuns a esta etapa fisiológica da pessoa com SD, o que vem ratificar o papel do Psicólogo, nesse contexto. O Psicólogo nos cuidados primários da saúde favorece no nível de qualidade de vida e satisfação dos sujeitos que passam por cuidados de saúde, visto que, seu desempenho abrange os fatores de cunho social, cultural, ambiental, e a saúde física e mental, norteando ainda a integração social das pessoas com suas respectivas deficiências ou doenças. Dessa forma, com linhas de pesquisa bibliográfica e exploratória, este trabalho não pretende ser obra acabada, nem fonte de verdade absoluta, mas uma forma projetada para o incentivo de maiores pesquisas e debates que norteiam o tema ora exposto. Palavras-chaves: Síndrome de Down. Sexualidade. Qualidade de vida.

ABSTRACT

The present work aims to promote discussions about the sexuality of the person with Down Syndrome (SD), since it is associated with the development of affectivity, the ability to contact with oneself and with the other, which is fundamental for the construction of self-esteem. It also covers the role of the family and the intervention of educators in the context of sexuality, which are part of the primary and secondary socialization, respectively, and which in turn are of the utmost importance for the sexual orientation of the person with DS. In this perspective, it is necessary to overcome the fears, taboos, fears and greater preparation to better lead the common yearnings and desires to this physiological stage of the person with DS, which ratifies the role of the Psychologist in this context. The Psychologist in primary health care favors the level of quality of life and satisfaction of the subjects who undergo health care, since their performance covers the social, cultural, environmental, and physical and mental health factors, The social integration of people with their disabilities or diseases. Thus, with lines of bibliographical and exploratory research, this work is not intended to be a finished work, nor a source of absolute truth, but a form designed to encourage more research and debates that guide the theme discussed above. Key-words: Down syndrome. Sexuality. Quality of life.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................6

2 METODOLOGIA.....................................................................................................12

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS...................................................................13

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................34

REFERÊNCIAS..........................................................................................................37

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1 INTRODUÇÃO

No cenário atual, a educação sexual fomenta várias discussões. O foco de

tais discussões abrange por um lado o corpo docente, que por sua vez na maioria

das situações não se encontra preparado para explanar tal assunto, haja vista,

apresentar conhecimentos pedagógicos voltados à parte biológica humana.

Por outro lado, têm-se os pais que por motivos que norteiam o medo, a

dúvida, vergonha e pudor não conseguem dialogar com seus filhos acerca da

sexualidade, ao passo que se constitui em um processo delicado. Nesse limiar, a

orientação sexual hoje não se revela como um processo fácil e aberto e

caracteriza-se desse modo como uma temática que requer o papel de profissionais

capacitados e que contribuam para uma educação sexual adequada e com

informações de qualidade.

Os elementos para um trabalho de educação sexual contemplam atividades

específicas, intencionalmente elaboradas, com metodologias participativas,

transversais e sistemáticas que facilitam o desenvolvimento de processos pessoais.

Tratando-se da orientação sexual, esta tem como finalidade construir conhecimento

necessário para a melhor qualidade de vida das pessoas com SD e nas suas

relações interpessoais visando a mudança de comportamento para a prevenção de

sua saúde (REIS; MAIA, 2007).

Para a prevenção da saúde no que tange à sua sexualidade, Schuster et. al.

(2013, p. 3) preceitua que é importante:

Modificar as estruturas do aluno que consiste em provocar discordância ou conflitos cognitivos que represente desequilíbrios a partir dos quais, mediante atividades, o aluno consiga reequilibrar-se, superando a discordância reconstruindo o conhecimento.

Desse modo, os educadores em parceria com profissionais da saúde, através

de suas articulações no ensino aprendizagem contribuem para que o conhecimento

da área de saúde seja disseminado para a orientação do corpo docente, o que

favorecerá para a sua prevenção e qualidade de saúde com equilíbrio e

responsabilidade.

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Como objetivo, o presente trabalho visa abordar acerca do papel do

Psicólogo no apoio à orientação sexual da pessoa com Síndrome de Down, bem

como aos seus pais e educandos, através das publicações de 2006 a 2017. No que

tange a problemática norteadora, segue o questionamento: Como o Psicólogo pode

contribuir na orientação da pessoa com Síndrome de Down e seus pais, no que diz

respeito à sexualidade?

Quando se fala em sexualidade em um sentido amplo, independentemente

de se ter ou não uma deficiência, destaca-se que a sexualidade existe e se

manifesta em todo ser humano. O carinho, o afeto, o erotismo, o desejo, a

construção de gênero, os sentimentos de amor, as relações afetivas e sexuais, são

expressões potencialmente existentes em toda pessoa, não importa a deficiência e

sim o que as pessoas sentem. As possibilidades e dificuldades são múltiplas e

variadas, tanto para as pessoas com deficiências como para não deficientes. Não é

possível determinar se a vida sexual e afetiva será satisfatória para todos, porque

em diferentes momentos da vida o ser humano passa por dificuldades, logo, não

seria justo generalizar, rotular e estigmatizar quem é a pessoa com deficiência, sem

considerar o contexto histórico, social, econômico, educacional em que o sujeito se

desenvolveu, como também, não considerar que há uma diversidade entre as

pessoas com deficiências.

A Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência,

realizada nos dias 17 a 19 de novembro em São Paulo, apresentou como propostas

discussões acerca da inclusão social, os direitos e acessibilidade das pessoas com

deficiência. Vale destacar que desde 2008, o Brasil contribui para o avanço dos

direitos dessa categoria, por sancionar seu status constitucional (CONECTAS

DIREITOS HUMANOS, 2010).

Conforme estabelece o art. 1º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas

com deficiência, deficiência é assim definida:

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2009, p. 3).

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No que concerne aos direitos reprodutivos e sexuais das pessoas com

deficiência, tem-se o art. 25 da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com

Deficiência, o qual dispõe acerca do acesso aos programas de atenção a esses

direitos, bem como a oferta desses serviços pelos países signatários em promover:

[...] às pessoas com deficiência programas e atenção à saúde, gratuitos ou a custos acessíveis, da mesma qualidade, variedade e padrão que são oferecidos às demais pessoas, inclusive na área de saúde sexual e reprodutiva e de programas de saúde pública destinados à população em geral (BRASIL, 2009, p. 27).

Nesse sentido, acredita-se que a existência de indivíduos com a Síndrome

de Down (SD) data de tempos imemoriais. A trissomia do cromossomo 21 que causa

a SD é a aneuploidia cromossômica mais comum entre os nativivos. Ela também é

uma das causas mais frequentes de comprometimento intelectual e constitui o

defeito congênito mais observado na faixa etária pediátrica (CHAUFFAILLE, 2009).

O risco de ocorrência populacional da SD situa-se entre 1 para 1.000 e 1

para 700 nascimentos vivos, acometendo todos os grupos étnicos, sem exceção.

Existe uma discreta preponderância para o sexo masculino, mas o motivo dessa

insignificante diferença entre os dois sexos é desconhecido. Acredita-se que, dos

embriões portadores da trissomia do cromossomo 21, somente 20% nascem vivos,

e, consequentemente, entende-se que 80% das gestações de fetos portadores da

SD culminam em abortos espontâneos (CHAUFFAILLE, 2009).

Cumpre destacar que a Síndrome de Down representa um distúrbio de

cunho genético que teve como precursor de estudos e pesquisas John Langdon

Down, em meados de 1866, cujo médico inglês detectou um cromossomo 21 a mais

nas células de determinado portador.

Os primeiros estudos acerca da SD não apresentam unanimidade entre

estudiosos, visto que, há controvérsias acerca de pinturas que retratam primeiros

indícios da SD, em meados do séc. XIV e XVI. Além disso, há controvérsias que seu

surgimento somente se deu em meados de 1866. No entanto, outros estudos

apontam que em meados de 1500 aC. a 300 dC. no México é que surgiram os

indícios da SD em função das esculturas de Olmec Leshin (LEMOS, 2010).

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De acordo com Lemos (2010), o cromossomo 21 foi introduzido em meados

de 1983 como um dos autossomos menores do ser humano, com 255 genes,

apresentando a trissomia cromossômica 21q22. Assim, como principais

características fenotípicas da SD são observáveis as que seguem: nariz pequeno e

achatado em parte, cabelo liso, olhos ascendentes, estatura pequena, como também

orelhas com traços mais grossos e lentidão no seu desenvolvimento motor, bem

como no processo de comunicação que apresenta dificuldade.

Ainda sob a linha de conduta de Lemos (2010), a SD é identificada por meio

da não disjunção meiótica do cromossomo, o que provoca três cópias do

cromossomo 21. A trissomia 21 provoca: cardiopatia congênita, envelhecimento

precoce, problemas neurológicos e na tireóide. Nesse limiar, destaca-se ainda que a

trissomia 21 é provocada independentemente da classe social ou etnia e a

proporção de nascimentos é de 1:800 nascimentos e com a idade materna mais

avançada as chances são maiores.

Há de se considerar, que existe uma riqueza de característica fenotípicas

descritas na SD e, ao mesmo tempo, uma extraordinária variabilidade nas possíveis

manifestações clínicas. Isso significa que nem todos os pacientes deverão

apresentar, necessariamente, todas as características esperadas para a síndrome.

Muitas crianças com a SD exibem apenas não mais que seis ou sete dessas

características. Com exceção de algum grau de deficiência intelectual, só é

observável em uma faixa etária mais tardia, não existe nenhuma outra característica

que possa estar invariavelmente presente em todas as pessoas com essa síndrome.

Entretanto, há uma relativa homogeneidade em relação às peculiaridades das

manifestações inerentes à SD (LEITE et. al., 2007).

O processo de nascimento da criança com SD reflete em mudanças

comportamentais da família, haja vista, sentimentos de ansiedade e não aceitação, o

que sugere a intervenção do Psicólogo, visando a melhor orientação nesse sentido

(ALMEIDA et. al., 2013).

Nesse contexto, a intervenção do Psicólogo é de grande relevância, pois,

contribui para reduzir o impacto produzido pela forma que o diagnóstico é passado,

o que pode influenciar nas relações entre pais e filhos (ALMEIDA et. al., 2013).

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Conforme preceitua Almeida (2008), as famílias com pessoas com SD

precisam favorecer na orientação sexual de seus filhos, o que requer um trabalho

também que se estende à Psicanálise, através da escuta, a linguagem proposta, e

também por meio do trabalhar a sensibilidade por meio de percepções e

sentimentos. A Psicanálise é relevante nesse contexto, haja vista, tratar da

descoberta de conteúdos do inconsciente humano visando solucionar problemas

que podem se relacionar com: traumas, sexualidade e medos, o que vem ratificar

seu valor para a orientação das famílias quanto a questão da sexualidade de filhos

com SD.

Pessoas com a SD possuem um risco aumentado para desenvolver

inúmeras complicações clínicas no organismo. Todavia, em descoberta precoce da

SD, tratamentos podem ser favoráveis, o que reflete a importância da identificação

da trissomia 21 o mais breve possível para tratamentos adequados (LEITE et. al.,

2007).

Quanto aos problemas de identificação da trissomia 21, observam-se os de

cunho financeiro, bem como de informações relativas à Síndrome de Down. Frente a

esta realidade, Silva; Oliveira; Rooke (2015) através da publicação de “Famílias com

adolescente com síndrome de Down: apoio social e recursos familiares” discutem

acerca da dinâmica e funcionamento de famílias com adolescentes com Síndrome

de Down, bem como as reações e sentimentos dos genitores frente a pouca

informação quanto ao diagnóstico. Cumpre ressaltar que a pesquisa é formada por

quatro famílias compostas por pai, mãe e uma filha com SD, com idade entre 14 e

20 anos. Logo, como resultado observou-se que as famílias pesquisadas não têm

apoio e recursos financeiros em níveis satisfatórios, indicando a necessidade da

implementação de programas de apoio e de orientação adequada quanto a SD.

Estudos como os de Anderson e Kitchin (2000) apontaram que o estigma e o

isolamento social associado à deficiência têm contribuído para a construção

discursiva que afere o lugar de assexuados e até desinteressados em sexo às

pessoas com deficiência.

Os mitos impedem os deficientes de conquistar seus objetivos, de terem

filhos e ter contato sexual ou qualquer tipo de prazer, que seriam impostos através

de crenças. Outros afirmam que as os deficientes são menos atraentes por causa da

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sua deficiência, isso contribuí para que não se envolvesse com outra pessoa,

deixando de ter uma vida sexual ativa e se isolando da sociedade.

Maia e Ribeiro (2010) também apontam outros mitos que operam como

barreiras no acesso das pessoas com deficiência aos direitos sexuais e

reprodutivos. Um deles relaciona-se principalmente a pessoas com deficiência

intelectual, enfatizando que pessoas com deficiência são hiperssexuados, com

desejos incontroláveis e exacerbados. Outro é o de que pessoas com deficiência

são pouco atraentes, indesejáveis e incapazes de manter um relacionamento

amoroso e sexual. Também está presente o mito de que pessoas com deficiência

são estéreis, geram filhos com deficiência ou não têm condições de cuidar deles,

além da ideia identificada nos estudos de Tepper (2000) de que pessoas com

deficiência não conseguem usufruir o sexo normal e têm disfunções sexuais

relacionadas ao desejo, à excitação e ao orgasmo.

É imperioso destacar que, as pessoas com deficiências são expostas às

mesmas condições sociais, valores, padrões de estética, de relacionamentos e de

sexualidade, ou seja, são sujeitos que vivem relações de afeto, desejo sexual e

almejam vínculos amorosos e sexuais. Além disso, são também vulneráveis,

necessitando receber carinho e serem amados, os esclarecimentos sobre

sexualidade se dão a partir de uma educação sexual que contribua para a formação

de atitudes de prevenção em saúde sexual e reprodutiva.

Para isso é necessário ter conscientização das necessidades dos direitos e

deveres de cada um, deve-se perceber a deficiência com um olhar natural e

acreditar que se pode fazer muito mais, como através de apoio psicológico para que

a autoestima da pessoa com deficiência volte, e venha a ter prazer em viver e

enfrentar as dificuldades e as indiferenças impostas pela sociedade.

Dessa forma, para a investigação de concepções, atitudes e práticas

concernentes à sexualidade da pessoa com síndrome de Down, torna-se relevante,

analisar as leis pertinentes, visto que de acordo com a Lei da Inclusão publicada em

2016 a pessoa com deficiência tem direitos garantidos com relação à sexualidade e

a reprodução. Ao ser sancionada a aludida a Lei, a pessoa com deficiência

intelectual passa a ter direitos, incluindo as com Síndrome de Down, as quais

passaram a ter direito a casar-se no civil.

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Nesse contexto torna-se compromisso de toda a sociedade civil e

acadêmica, em particular para os profissionais da Psicologia que tem como objeto

de estudo o comportamento humano, apoiando, orientado e estabelecendo a

proposta de novas descobertas ao ser humano, além de preocupar-se com

investigações que subsidiam a autonomia, a inclusão social e a qualidade de vida de

pessoas com síndrome de Down e sua família. E como a sexualidade envolve todos

os atos humanos, a referida temática, torna-se um instigante campo de investigação

e de atuação do Psicólogo.

2 METODOLOGIA

Como instrumento de pesquisa utilizou-se a pesquisa bibliográfica, por se

tratar de pesquisa com base em fontes secundárias, extraídas de livros, artigos, bem

como material disponibilizado em internet através de dados online, nas bases de

dados: BVS, Scielo, Medline, no portal CAPES, no período de 2006 a 2017.

No que se refere à classificação de pesquisa, se constitui em uma pesquisa

considerada como não experimental, visando ter um estudo preliminar em que o

maior objetivo é ter proximidade com o problema proposto.

Como critérios de inclusão para os materiais de pesquisa inserem-se

àqueles disponibilizados gratuitamente, na íntegra, nas bases de dados citadas

acima, em português, publicados no período de 2006 a 2017, que respondessem a

pergunta de pesquisa e que abrangem: pessoas com Síndrome de Down - SD, de

ambos os sexos, com qualquer faixa etária e que discorrem acerca da sexualidade

ou de pesquisas com seus familiares e ou com educadores e atuação da Psicologia

nesse contexto.

No que concerne ao critério de exclusão, foram considerados os artigos e

teses que não estão disponibilizados na íntegra, em outros idiomas, que não

respondem a pergunta de investigação em questão.

Cumpre destacar que as pesquisas elencadas foram selecionadas nos eixos

norteadores, a saber: Sexualidade e pessoa com Síndrome de Down; Família e

sexualidade da pessoa com SD e Contribuições do Psicólogo e de educadores na

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sexualidade da pessoa com SD. Após a análise das pesquisas realizadas,

interpretações e leituras comparativas entre o arcabouço literário proposto,

propiciaram o desenvolvimento da discussão dos dados, através das tabelas que

serão explicitadas em tópico sequencial.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Nesta etapa de pesquisa, abordar-se-á uma tabela constituída pelas

pesquisas bibliográficas do material da amostra. Vale enfatizar que esta tabela é

composta, por: autores, título, formações, ano de publicação, objetivo do trabalho,

participantes, procedimentos metodológicos utilizados, resultados e estado de

publicação.

Para a composição da tabela sequencial, seguem os autores e seus

respectivos anos que muito contribuíram com seus estudos e pesquisas para o

desenvolvimento deste trabalho, tais como: Gonçalves; Moya (2006); Luz; Kubo

(2007); Leme; Cruz (2008); Nimit (2008); Lemes (2010); Folly; Rodrigues (2010);

Morale; Batista (2010); Moreira (2011); Oliveira (2011); Tada; Souza (2009); Silveira;

Passos; Júnior (2012); Pereira; Peixoto (2013); Silveira (2013); Silva; Paixão e Vilella

(2016) e Rosa (2016).

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Tabela 1 - Artigos para a discussão do estudo

Autores Título Formações Ano Objetivo Participantes Procedimentos Resultados UF

Gonçalves; Moya

Sexualidade e o adolescente portador de síndrome de down

Ciências da Saúde

2006 Apresentar algumas considerações que envolvem os portadores da síndrome de Down e o desenvolvimento de sua sexualidade.

Adolescentes portadores com síndrome de down

Pesquisa Bibliográfica

A partir de sua família que o indivíduo desenvolverá sua própria maneira de enxergar e lidar com suas limitações, possibilidades e questionamentos.

SP

Luiz; Kubo

Percepções de jovens com síndrome de down sobre relacionar-se Amorosamente

Mestrado em Psicologia

2007 Descobrir quais as percepções de jovens com síndrome de down sobre relacionar-se amorosamente.

Duas mulheres e três homens com Síndrome de Down, com idade entre 18 e 28 anos.

Pesquisa Bibliográfica, descritiva e quantitativa.

As percepções que os jovens com Síndrome de Down têm sobre relacionamentos não diferem daquelas sem síndrome e, são desenvolvidas pelas oportunidades de se comportarem sob contingências que favoreçam comportamentos amorosos

SC

Leme; Cruz

Sexualidade e síndrome de Down: uma visão dos pais

Medicina 2008 Identificar os adolescentes com SD entre 10 e 19 anos que frequentavam instituições de ensino

22 indivíduos, sendo 20 jovens do sexo masculino e 22, do sexo feminino e pais dos alunos

Pesquisa exploratória com abordagem qualitativa descritiva e quantitativa

Evidenciou-se dificuldades em conseguir colaboradores para o estudo, resistência que foi confirmada por relatos verbais das

SP

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destinadas aos deficientes intelectuais em São José do Rio Preto (SP)

diretorias das instituições com, relação a outros eventos O predomínio de mães como colaboradoras em relação aos pais, demonstra a importância e os encargos atribuídos a elas na dinâmica familiar.

Nimitt A sexualidade

da criança com síndrome de down

Pedagogia 2008 Observar e compreender como deve ser realizada a educação sexual da criança com Síndrome de Down.

Uma especialista, duas professoras e uma pessoa com Síndrome de Down

Pesquisa qualitativa.

A orientação sexual deve ser flexível, visando atender às curiosidades e interesses individuais de cada aluno que possui a Síndrome de Down.

BR

Tada; Souza

Síndrome de down, sentidos e significados: contribuições da teoria histórico-cultural

Psicologia 2009 Analisar o sentido pessoal e o significado social da síndrome de Down atribuídos por uma jovem com essa anomalia, bem como as dimensões de escolarização e de socialização constituídas pela

1 jovem com a Síndrome, seus familiares e professores

Pesquisa qualitativa e estudo de caso

Faz-se necessário que a sociedade reflita a respeito da deficiência como uma condição humana. Ao analisar a construção histórico-cultural da deficiência, verifica-se que foram quase nulos os modelos sociais que buscaram romper com essas ambivalências. N

RO

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deficiência Lemos Adolescentes

com síndrome de down: A Sexualidade no contexto familiar

Especialista em Atenção Básica em Saúde da Família

2010 Identificar na literatura as características dos adolescentes com Síndrome de Down e como os pais vivenciam a sexualidade de seus filhos adolescentes portadores desta síndrome

5 portadores da Síndrome de Down (SD) e familiares

Revisão bibliográfica e narrativa

Existe um certo “silêncio” sobre a sexualidade dos adolescentes com SD no contexto familiar. Há informações de diferentes formas, pois, os adolescentes com SD ainda são considerados inocentes sexualmente ou acham ainda que eles tenham a sexualidade exacerbada

MG

Folly; Rodrigues

O fazer do psicólogo e a síndrome de Down: uma revisão de literatura

Psicologia 2010 Realizar uma revisão de literatura sobre a síndrome de Down, com foco no trabalho do psicólogo.

Artigos publicados em revistas de saúde e educação, que tratam de temas estudados pela Psicologia.

Pesquisa bibliográfica

Observou-se a dominância da família e da linguagem como temáticas tratadas, a prevalência de objetivos de pesquisa descritivos, sendo as pesquisas, em sua maioria, de campo e, finalmente, a pouca representatividade da intervenção do psicólogo.

SP

Morale; Batista

Compreensão da Sexualidade por Jovens com Diagnóstico de Deficiência Intelectual

Mestrado 2010 Levantar indícios sobre o processo de apropriação de conhecimen- tos e valores sobre

9 Jovens com diagnóstico de deficiência intelectual, em aulas de orientação

Pesquisa qualitativa, explicitada

Os sinais de embaraço e valores expressados eram semelhantes aos dos jovens em geral, indicando apropriação de valores

SP

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sexualidade por esses adolescentes e jovens, nas aulas de orientação sexual e indicar aspectos do contexto que parecem favorecer ou dificultar essas apropriações.

sexual em uma instituição de educação especial localizada no interior do Estado de São Paulo

culturalmente estabelecidos.

Moreira Questionamento

sobre a sexualidade da pessoa com deficiência intelectual

Pedagogia 2011 Algumas questões frequentemente formuladas em programas educativos

Pais de Pessoas dom deficiência intelectual

Pesquisa Descritiva

Colocar limites é uma maneira positiva de ajudar a criança com deficiência intelectual a crescer emocionalmente, aprendendo a controlar os impulsos e a adquirir as regras de convívio na vida social

BA

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Oliveira Sexualidade e síndrome de down: A importância do ensino

Pedagogia 2011 Analisar a importância do ensino de sexualidade a adolescentes com Síndrome de Down

3 mães e 4 educadoras de adolescentes com Síndrome de Down, em uma instituição localizada na cidade de Maringá

Pesquisa bibliográfica e qualitativa

Evidencia-se a real necessidade de se incluir disciplinas que abordem este tema nos cursos de formação, prioritariamente o curso de Pedagogia, para que se possam formar profissionais capacitados para trabalhar esta temática

PR

Silveira; Passos e Junior

Algumas considerações sobre a educação sexual para pessoas com síndrome de down

Pedagogia 2012 Identificar a opinião dos profissionais em educação no tocante à educação sexual com os alunos com Síndrome de Down

Profissionais da educação especial, além de psicólogos, pedagoga e professores de música, história, artes, educação física, dentre outros.

Pesquisa qualitativa e quantitativa

Identificou a opinião dos profissionais em educação, no que diz respeito a como trabalhar a educação sexual com os alunos com síndrome de down

PR

Pereira; Peixoto

O exercício da sexualidade em jovens com síndrome de Down

Enfermagem 2013 Avaliar o exercício da sexualidade dos portadores de síndrome de Down, acompanha- dos pela instituição Associação de Pais e Amigos

19 indivíduos portadores da SD, de ambos os gêneros, com idade igual ou superior a 18 anos, de qualquer escolaridade e renda totalizando

Pesquisa descritiva com dados qualitativos

Percebe-se a necessidade contínua educação sobre o exercício da sexualidade desses jovens e a forma correta de utilização sobre o uso do preservativo, além do desenvolvimento de um trabalho de

BR

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dos Excepcionais do Distrito Federal / APAE-DF

todos os participantes da instituição APAE-DF, que são porta dores da síndrome de Down

sensibilização constante

Silveira Processos sexuais da pessoa com síndrome de down: uma visão dos familiares

Terapia Ocupacional

2013 Conhecer através a percepção dos pais ou familiares acerca da sexualidade dos sujeitos com síndrome de Down.

10 familiares de alunos com síndrome de Down da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

Pesquisa empírica e exploratória, com dados quantitativos e qualitativos

O contexto social é relevante no desenvolvimento e maturidade sexual do indivíduo com deficiência. Esta complexidade abre espaço para se discutir com mais propriedade dos preconceitos e estigmas sociais

DF

Silva; Paixão; Vilella

Percepção das mães quanto à sexualidade de seu filho adolescente com síndrome de down

Mestrado em Enfermagem

2016 Identificar o conhecimento e as percepções das mães quanto à sexualidade de seu filho adolescente portador da Síndrome de Down em algumas cidades no Sul de Minas Gerais.

Adolescentes com Síndrome de Down em algumas cidades da região do Sul de Minas Gerais.

Pesquisa qualitativa do tipo descritivo, exploratório e transversal

A maior parte das mães está consciente da sexualidade de seu filho adolescente, portador de Síndrome de Down, porém não percebem no cotidiano

MG

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20

Rosa

Produção do conhecimento sobre sexualidade e deficiência Intelectual e/ou síndrome de down

Especialista em Gênero e Diversidade na Escola

2017

Caracterizar a produção de conhecimento sobre a sexualidade das pessoas com deficiência intelectual e/ou Síndrome de Down no âmbito da escola a partir da aprovação do Caderno “Orientação Sexual” relativo aos PCNs.

Seleção de artigos e leitura flutuante do material

Revisão integrativa do conhecimento

Percebe-se que a sexualidade das pessoas com deficiência intelectual e/ou síndrome de Down é permeada por mitos, estereótipos e conceitos ambíguos como os de assexuados e hiperssexuados e pais e professores enfrentam diversas dificuldades relativas à sexualidade e deficiência e que a falta de programas de educação produz situações de risco a DSTs e a abusos.

SC

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21

Eixo 1 – Sexualidade e Pessoa com Síndrome de Down

Com relação a essa categoria foram encontradas 3 (três) publicações, das

quais a primeira aborda a temática “Sexualidade e o adolescente portador de

Síndrome de Down”; a segunda discorre acerca das “Percepções de jovens com SD

sobre relacionar-se amorosamente e na terceira aborda acerca do “Exercício da

sexualidade em jovens com SD”. Nesse limiar, cumpre ressaltar que as temáticas:

“Sexualidade” e “Síndrome de Down” foram abordadas em outras publicações,

todavia, as mesmas norteiam conhecimentos da SD no âmbito escolar ou

relacionadas às percepções dos pais e familiares, as quais serão discutidas nos

eixos norteadores que serão abordados em fases sequenciais deste trabalho.

Conforme Gonçalves; Moya (2006), a obra “Sexualidade e o adolescente

portador de Síndrome de Down”, apresenta algumas considerações que envolvem

os portadores da Síndrome de Down e o desenvolvimento de sua sexualidade. Sua

proposta visa incutir a percepção da existência de diferentes níveis de maturidade e

de adaptação social das pessoas com Síndrome de Down. Nesse contexto, a família

assume um papel de enorme relevância, uma vez que é ela o referencial destes

indivíduos, pois, a partir dela poderá construir uma visão muito particular, ao mesmo

tempo que poderá desenvolver sua capacidade de compreender os mecanismos

sociais, suas possibilidades e limitações, acentuadamente no que concerne à seu

aparelhamento para lidar com sua própria sexualidade.

No que tange à sexualidade, esta se relaciona com a vida reprodutiva do ser

humano, bem como a intensidade, sensualidade que são expressões que a

caracterizam. No cenário da atualidade, a sexualidade é baseada: “nos estilos de

vida diferenciados, com a auto identidade (BRAGA, 2008, p. 28)”.

A sexualidade é baseada em mitos, tabus e preceitos, os quais interferem

nos comportamentos sexuais de cada pessoa. Ainda sob a linha de conduta de

Braga (2008, p. 26), a sexualidade está atrelada: “ao controle social, bem como a

necessidade de prazer e desejo”. Paulatinamente, com o desenvolvimento do ser

humano, a sexualidade é construída com o decorrer dos anos, provocando várias

manifestações para a conduta da pessoa.

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22

A sexualidade não pode se dissociar dos outros aspectos da vida, pois, trata

de uma necessidade da conduta do ser humano e é dependente do comportamento

de cada pessoa. A orientação da sexualidade se baseia nas normas sociais, desse

modo, para o adolescente com SD não seria diferente, pois, exige-se educação

social e orientação, haja vista, sua capacidade cognitiva (PEREIRA; PEIXOTO,

2013).

Segundo Leme; Cruz (2008), a fase da adolescência se constitui em um

processo de intensas mudanças, logo, é comum que a atividade sexual nessa fase

esteja atrelada à necessidade de ratificar a satisfação dos instintos, bem como a

virilidade e conquista do sexo oposto. As inquietações e anseios da sociedade

acerca do adolescente com SD representam um imaginário social que constrói a

sexualidade deste, a partir de representações relacionadas com a anormalidade,

ficando a cargo das famílias o controle dessa manifestação.

Para Luiz; Kubo (2007), em sua publicação “Percepções de jovens com

síndrome de down sobre relacionar-se amorosamente”, mencionam que as

percepções que os jovens com Síndrome de Down têm sobre relacionamentos não

diferem daquelas sem síndrome e, são desenvolvidas pelas oportunidades de se

comportarem sob contingências que favoreçam comportamentos amorosos.

O artigo dos autores acima citados trata-se de uma pesquisa descritiva e

qualitativa formada pela participação de cinco jovens, sendo três homens e duas

mulheres, com idades entre 18 e 28 anos, moradores de duas cidades de médio

porte da região sul do país. Para a pesquisa, a elaboração do roteiro de entrevista

iniciou-se com o levantamento das variáveis constituintes do comportamento

relacionar-se amorosamente, cujos pais estiveram presentes no dia das entrevistas

e solicitou-se que preenchessem o termo de consentimento e o formulário de dados

pessoais e familiares do jovem, na sala em que seria realizada a entrevista.

Os resultados desse estudo demonstraram que a diferença entre os jovens

entrevistados, no que se refere à compreensão das perguntas feitas a eles, tipo de

verbalização e capacidade de elaboração, está provavelmente relacionada ao

repertório de comportamentos que desenvolveram ao longo da vida, tanto na escola,

como no ambiente familiar.

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23

Nesse limiar analisaram que, a questão de tabus, a falta de diálogo por parte

dos pais, a falta de atenção das mães quanto aos desejos externados por atos de

masturbação e o despreparo de profissionais da escola, para a devida orientação

sexual são fatores relevantes para contribuir na limitação da orientação sexual da

pessoa com SD (SILVA; PAIXÃO E VILELLA, 2016).

No que concerne à temática “O exercício da sexualidade em jovens com

síndrome de Down” de Pereira; Peixoto (2013), esses autores trouxeram como

proposta de pesquisa avaliar o exercício da sexualidade das pessoas com Síndrome

de Down, acompanhados pela instituição Associação de Pais e Amigos dos

Excepcionais do Distrito Federal/APAE-DF. Representando uma pesquisa descritiva

com dados qualitativos, constituída por 19 indivíduos com SD, de ambos os gêneros,

com idade igual ou superior a 18 anos, de qualquer escolaridade e renda totalizando

todos os participantes da instituição APAE-DF, com Síndrome de Down.

Assim, detectou-se que os dados mostraram que falta aos jovens com SD o

conhecimento de algumas informações básicas, portanto, a família é o referencial

para que esses jovens possam enfrentar o mundo e as experiências que ainda estão

por vir. Além disso, percebeu-se a necessidade contínua de educação sobre o

exercício da sexualidade desses jovens e a forma correta de utilização do

preservativo, com a finalidade de instruir, além do desenvolvimento de um trabalho

de sensibilização constante, no sentido de promover conscientização, de toda a

população pesquisada e seus familiares, em relação da educação sexual entre os

jovens com síndrome de Down.

Há de se considerar que em todas as publicações desse eixo, abordou-se,

de alguma maneira a questão da família, diante da relevância do núcleo familiar no

processo de construção da sexualidade de qualquer pessoa, em particular, das

pessoas com dificuldade intelectual. No entanto, os três artigos discutidos acima

tinham como objeto de estudo a Pessoa com Síndrome de Down.

Logo, através das influências dos grupos sociais e em especial da família,

por ser o grupo primário de socialização do ser humano, que o indivíduo com SD

dará continuidade aos valores que lhe foram agregados, influenciando na construção

de sua identidade sexual. Desse modo, a fase que segue, será discutido, mais

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24

especificamente, pesquisas que tiveram como objeto de estudo o papel da família e

a sexualidade da pessoa com SD.

Eixo 2 – Família e sexualidade da pessoa com S.D

Nesta etapa, 6 (seis) publicações foram elencadas a fim de abordar acerca

da família e a sexualidade da pessoa com SD, a qual contou com a publicação

“Sexualidade e Síndrome de Down: uma visão dos pais”, com autoria de Leme; Cruz

(2008), os quais evidenciaram dificuldades em conseguir colaboradores para o

estudo, pois, houve resistência que foi confirmada por relatos verbais das diretorias

das instituições com. Assim, o predomínio de mães como colaboradoras em relação

aos pais, demonstra a importância e os encargos atribuídos a elas na dinâmica

familiar.

Nesse contexto, a quase totalidade dos responsáveis considera a

sexualidade existente em pessoas com SD, sendo que a maioria deles acha que a

mesma deve ser vivida com limites impostos pelos pais. Vale enfatizar que a maior

parte dos responsáveis considera a sexualidade semelhante a outros adolescentes

com e sem deficiência, resultado diferente do encontrado em outros estudos. A

maioria dos pais permitiria o namoro com limites por eles impostos, consentiriam

casamento sob supervisão, mas é contrária à procriação, mesmo com supervisão.

Já em relação a nível educacional, há maior tolerância ao namoro,

casamento e procriação entre os pais que têm maior escolaridade e maior renda

familiar mensal. Destaca-se que, se trata de uma pesquisa exploratória com

abordagem qualitativa descritiva e quantitativa, calcada em 22 indivíduos, sendo 20

jovens do sexo masculino e 22, do sexo feminino e pais dos alunos, visando

identificar os adolescentes com SD entre 10 e 19 anos que frequentavam

instituições de ensino destinadas aos deficientes intelectuais em São José do Rio

Preto, em São Paulo (LEME; CRUZ, 2008).

No tocante às crianças com SD, Lemos (2010), destaca que as famílias

apresentam muitas dúvidas relativas à sexualidade dos adolescentes com S.D,

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25

logo, a equipe da Estratégia Saúde da Família é de grande relevância nesse

contexto.

Segundo Lemos (2010), através das relações sociais e a estrutura familiar é

que as atitudes sexuais do adolescente com SD serão desenvolvidas. Assim, a

relação do comportamento sexual é dependente da interferência familiar.

Vale ressaltar que, na socialização primária a família é elemento

fundamental para o desenvolvimento social na infância. É através dela que a

criança absorve traços culturais, morais, valores, costumes e hábitos característicos

de cada família, o que influenciará na formação de sua conduta (SILVEIRA, 2013).

Assim, sob a perspectiva de Silveira (2013), observa-se a relevância da

socialização primária para as teorias psicológicas que discutem seu papel no

campo da reprodução de características singulares, através da perpetuação de

seus valores e relações que são estabelecidas cotidianamente na formação do

indivíduo.

Destaca-se ainda que a chegada de uma criança com SD traz um grande

impacto para a família, haja vista, a falta de informações, a falta de preparação e de

como lidar com esta situação, bem como as limitações da criança e suas

dificuldades cognitivas (SILVA; OLIVEIRA; ROOKE, 2015).

Consoante Silva; Oliveira; Rooke (2015), afirmam que a expectativa do

nascimento de uma criança sempre foi motivo de alegria e felicitações, porém,

quando se sabe da chegada de uma criança com SD, o impacto é bastante

expressivo, logo, surgem a rejeição, o temor, os anseios e o preconceito.

Lemos (2010), em sua obra intitulada “Adolescentes com Síndrome de

down: A Sexualidade no contexto familiar” realiza uma revisão literatura na

Biblioteca Virtual de Saúde – BVS, incluindo publicações em português e inglês,

envolvendo pessoas com Síndrome de Down (SD) e seus familiares, cujo objetivo

consistiu em identificar na literatura as características dos adolescentes com

Síndrome de Down e como os pais vivenciam a sexualidade de seus filhos

adolescentes com esta síndrome. Como resultados, observou-se uma

superproteção gerada pela família em relação ao adolescente com Síndrome de

Down, principalmente quando se refere à sexualidade, o que prejudica seu

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26

desenvolvimento e a estruturação da personalidade. Nesse contexto, observa- se

que a família não encontrava suporte para a vinda de uma criança especial, então

ocorria um choque emocional muito grande, no qual a alegria de um nascimento

dava lugar a tristeza. Esses pais não acreditavam que seus filhos com SD fossem

capazes de sentir afeto sexual por outra pessoa.

O autor defende ainda em seu artigo que o preconceito social relacionado

com a SD sempre foi evidente. Antes, os estudos assemelhavam essas crianças

com a população da Mongólia, na Rússia, o que acabou rotulando as crianças com

SD de “mongolóides”. Paulatinamente, com os avanços da medicina, as pessoas

com SD não foram mais rotuladas como mongolóides (LEMOS, 2010).

Enfatizando também que a família tem grande destaque para o

desenvolvimento da criança com SD, pois, através de sua interação, traz

implicações para o desenvolvimento comportamental da criança. No entanto, a

sexualidade é caracterizada ainda como um tabu, pois, o despreparo e pudor da

família em discutir essa temática, em especial para os filhos com SD ainda é muito

difícil (SILVA; OLIVEIRA E ROOKE, 2015).

Moreira (2011), em sua obra “Questionamento sobre a sexualidade da

Pessoa com deficiência intelectual” discute dúvidas de profissionais, de familiares e

pessoas ligadas ao comportamento sexual de pessoas com deficiência intelectual.

Os principais pontos abordados fazem menção ao comportamento sexual e quais

as manifestações dessa conduta; a função dos pais e docentes na educação

sexual; orientação acerca da masturbação; como lhe dar com pessoas que

apresentam masturbação compulsiva; tipo de orientação necessária, como orientar

acerca do namoro e relação sexual; contato com prostitutas; se pessoas com SD

podem ter filhos; pessoas com deficiência intelectual podem ter filhos normais;

prevenção de abuso sexual e dicas para os pais. Tais questionamentos se

apresentam como os mais comuns e destinados a melhor compreensão acerca da

sexualidade de pessoas com SD em programas educativos

Para o adolescente com SD, as mudanças na fase da adolescência e as

necessidades sexuais são limitadas à sua vida social, ou seja, restrita às relações de

amizade. Sob a perspectiva de Morales; Batista (2010), a sexualidade das pessoas

com deficiência intelectual é encarada como algo inexistente ou excessiva. Os pais

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27

frente a essa realidade não estão preparados para essa orientação. Há uma grande

proteção dos pais e estes, por sua vez, enxergam que seus filhos são eternas

crianças.

Entendendo a importância dos pais no contexto da sexualidade, Silveira

(2013), através de seu estudo intitulado “Processos sexuais da pessoa com

Síndrome de Down: uma visão dos familiares” menciona a função da família no

contexto da sexualidade e as expressões de sexualidade. Os dados quantitativos

obtidos através do levantamento documental que foram desenvolvidos por meio da

aplicação de questionário contendo perguntas fechadas, tendo como cenário a

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-DF) e que apresentados em

quadros, gráficos e tabelas.

Sua proposta objetivou conhecer através da percepção dos pais ou

familiares acerca da sexualidade dos sujeitos com SD. Esta complexidade abre

espaço para se discutir com mais propriedade os preconceitos e estigmas sociais.

Além disso, esta pesquisa possibilitou analisar que, de forma implícita ou explícita,

os valores morais são repassados, dos mais velhos para os mais novos; dos

dominadores para os dominados; de pai para filho e por fim, do dotado de

capacidades cognitivas para aquele com determinadas limitações. Dessa forma, os

sujeitos com SD vêem refletindo sobre eles, os valores construídos socialmente.

Conforme preceituam Leme; Cruz (2008), a sexualidade em pessoas com

SD é bem difícil de ser tratada pelos pais, por serem consideradas crianças com

corpo de adulto, ou seja, a ingenuidade somada ao ideário de assexuados é que

dificulta e distorce a educação sexual.

Segundo Moreira (2011), é imperioso destacar que, a deficiência mental

acarreta dúvidas e preconceitos acerca de sua sexualidade, pois, no ideário social,

essa manifestação é considerada inexistente ou muitas vezes é podada pela família.

O artigo “Percepção das mães quanto à sexualidade de seu filho

adolescente com síndrome de down” de Silva; Paixão e Vilella (2016) mencionam

aspectos sobre a adolescência, as mudanças hormonais e relata acerca das

manifestações da sexualidade com SD. Esse estudo apresentou uma abordagem

qualitativa do tipo descritivo, exploratório e transversal. No que tange a amostra foi

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28

constituída por 20 participantes, que foram escolhidos pela amostragem bola de

neve.

Para tanto, foi necessário ampliar para as cidades ao redor de Itajubá, tais

como: Delfim Moreira, Paraisópolis, Piranguinho e Santa, Rita do Sapucaí. Desse

modo, foi utilizado o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), iniciando

através da identificação das Expressões Chaves (ECH). Preferencialmente, as

entrevistas foram realizadas no próprio domicílio do entrevistado, zelando pela

tranquilidade e sem interferência externa. Como resultado, obteve-se que a maior

parte das mães está consciente da sexualidade de seu filho adolescente com SD,

porém não percebem no cotidiano.

Nesse contexto, Rosa (2017) enfatiza que se faz necessário maior suporte

para as famílias, visando ressignificar seus medos e preconceitos relacionados à

sexualidade, a fim de favorecer nas etapas que fazem parte da vida de seus filhos.

Desse modo, ratifica-se o papel do corpo docente e principalmente do Psicólogo, por

ser um profissional que atua conforme a singularidade das pessoas e que por meio

de suas intervenções promove o apoio no que tange aos aspectos psicológicos para

a melhor orientação em relação às atitudes mais adequadas, o que será proposto

sequencialmente.

Eixo 3 – Contribuições dos educadores na sexualidade da pessoa com SD

Neste eixo temático, 7 (sete) publicações foram encontradas. Dentre elas,

destaca-se a obra de Nimitt (2008), “A sexualidade da criança com Síndrome de

Down”, a qual norteia o histórico das necessidades especiais, abordando a

educação sexual e orientação sexual dos alunos com SD, além das características

dessa síndrome. As entrevistas visaram coletar dados para analisar a sexualidade

infantil no ambiente escolar verificando sua prática pedagógica e investigando meios

e recursos didáticos para o processo de educação sexual das crianças com

Síndrome de Down. A pesquisa contou com a participação de três professoras

sendo uma especialista em Educação Especial, e que atuam nas séries iniciais do

Ensino Fundamental da Secretaria de Educação do Distrito Federal e mais uma

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pessoa com Síndrome de Down, que respondeu juntamente com a sua mãe. Estes

dados foram pesquisados junto a duas escolas do Plano Piloto, Brasília, Distrito

Federal, sendo uma particular e uma pública. A pesquisa obteve como resultado que

a orientação sexual deve ser flexível, visando atender às curiosidades e interesses

individuais de cada aluno que possui a Síndrome de Down.

Ratificando a linha de pesquisa de Nimitt (2008), Morales; Batista (2010),

através da obra “Compreensão da Sexualidade por Jovens com Diagnóstico de

Deficiência Intelectual” escolheram para estudo uma sala de aula, cuja professora

concordou com vídeo gravações, sendo todas as aulas de orientação sexual, vídeo

gravado, pelo período de dois anos. O objetivo deste trabalho foi levantar indícios

sobre o processo de apropriação de conhecimentos e valores sobre sexualidade por

esses adolescentes e jovens, nas aulas de orientação sexual e indicar aspectos do

contexto que parecem favorecer ou dificultar essas apropriações. Como resultado,

obteve-se que os diferentes níveis de compreensão sobre sexualidade de pessoas

com deficiência intelectual, apresentadas por este estudo contrastam com a visão

mítica que os caracteriza por suas incapacidades. Os resultados sugerem novos

estudos voltados para a análise das competências de jovens com deficiência

intelectual em relação à sexualidade e sua contribuição para transformação dessas

pessoas em sujeitos de direitos.

Segundo a pesquisa de Silveira; Passos e Júnior (2012), a publicação de

“Algumas considerações sobre a educação sexual para pessoas com Síndrome de

Down abrange apontamentos acerca do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais)

e a necessidade de debater a temática da sexualidade no currículo das escolas,

além da inclusão social. Para a pesquisa, foram realizadas entrevistas com

profissionais da educação, com uso de questionário contendo 3 perguntas com

respostas justificadas e pessoais. Os dados são de 2007, com o objetivo de saber a

opinião e o conhecimento dos mesmos a respeito da sexualidade de seus alunos

com síndrome de down. A pesquisa foi destinada aos profissionais da educação

especial, além de psicólogos, pedagoga e professores de música, história, artes,

educação física, dentre outros, residentes na região norte do Paraná, na

circunvizinhança de Jacarezinho, polo universitário da região, o que a torna o

principal foco de incentivo a pesquisas na área de Educação desta região. Segundo

toda a análise, grande parte dos profissionais não apresentam dificuldades tratando

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do tema com muita naturalidade, assim como é perceptível em algumas respostas

a existência de mito ou de preconceito velado. É pertinente, portanto, mais

esclarecimentos sobre o tema não só para os profissionais, mas, sobretudo, aos

pais para que essa parceria contribua no desenvolvimento da pessoa com

Síndrome de Down.

Nesse estudo, alguns profissionais afirmaram que os adolescentes com SD

tendem a demonstrar comportamentos sexuais exacerbados em público, logo, os

próprios educadores não se encontram preparados para tais práticas, pois, muitos

adolescentes costumam demonstrar afeto e masturbações em público (MORALES;

BATISTA, 2010).

Para Oliveira (2011), por meio da publicação de sua pesquisa “Sexualidade

e Síndrome de Down: A importância do ensino”, caracterizada como um estudo

qualitativo, baseada em 3 mães e 4 educadoras de adolescentes com Síndrome de

Down, em uma instituição localizada na cidade de Maringá, com alunos com faixa

etária entre 12 e 15 anos de idade. A finalidade desta pesquisa foi analisar a

importância do ensino de sexualidade aos adolescentes com Síndrome de Down.

Assim, observou-se que as próprias mães e professoras entrevistadas conhecem a

necessidade e a complexidade de se trabalhar com este tema no âmbito escolar,

pois, as mesmas, em sua maioria, se sentem despreparadas para lidar com as

manifestações sexuais de seus filhos ou alunos.

Desse modo, evidenciou-se a real necessidade de se incluir disciplinas que

abordem este tema nos cursos de formação, prioritariamente o curso de Pedagogia,

para que se possam formar profissionais capacitados para trabalhar esta temática

como também profissionais que possam começar a formar esta identidade sexuada

que é tão reprimida (OLIVEIRA, 2011).

Por fim, no que tange a última obra deste eixo norteador, destaca-se a

pesquisa de Rosa (2017), “Produção do conhecimento sobre sexualidade e

deficiência intelectual e/ou síndrome de down”, a qual representa uma revisão

integrativa do conhecimento, através de técnica e análise de conteúdo temático, com

o objetivo de produzir o conhecimento sobre a sexualidade das pessoas com

deficiência intelectual e/ou Síndrome de Down no âmbito da escola a partir da

aprovação do Caderno “Orientação Sexual” relativo aos Parâmetros Curriculares

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Nacionais - PCNs. A proposta deste estudo partiu da constatação que as pessoas

com deficiências pouco ou quase nada são citadas em estudos envolvendo o tema

em questão. Como resultado, identificou-se que os pais e professores enfrentam

diversas dificuldades relacionadas à temática sexualidade e deficiência e que a falta

de programas de educação sexual produz situações de vulnerabilidade a DSTs e

abuso sexual. Observou-se que há uma urgência na criação de programas de

educação sexual que considerem as especificidades das pessoas com deficiência

intelectual e/ou Síndrome de Down para a diminuição dos mitos e estereótipos sobre

a sexualidade desse público.

A fase da puberdade para o adolescente com SD é semelhante ao

adolescente normal, ou seja, provoca idênticas alterações fisiológicas, no entanto

como o adolescente com SD apresenta lentidão motora e cognitiva é relevante que

os pais e docentes tenham maior conhecimento e estrutura de cunho psicológico e

social para questionamentos que venham surgir acerca da sexualidade, pois, as

etapas da vida irão fluir normalmente, o que exige maior preparo e conhecimentos

para a melhor instrução à pessoa com SD (LEMOS, 2010).

Eixo 4 – Contribuições dos Psicólogos na sexualidade da pessoa com SD e orientação de pais e educadores

Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2008), o Psicólogo é o

profissional que contribui para estudos comportamentais e de aprendizagem

humana, e os fatores influentes nesse contexto, os quais norteiam aspectos

ambientais, psicossociais e hereditários.

Discorrendo-se acerca das atribuições do Psicólogo, o Conselho acima

referenciado (2008, p. 1) dispõe: “o Psicólogo atua no âmbito da saúde, lazer,

trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de

promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano”.

A Psicologia vem se destacando principalmente pelas ferramentas que são

adotadas para promover com maior precisão avaliações clínicas. É preciso ainda

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32

perceber que a avaliação psicológica deve se pautar nos suportes de cunho familiar,

social e qual o tipo de intervenção mais específico a ser adotado, levando em conta

o sistema de saúde.

Sua proposta no que tange aos cuidados primários da saúde, pauta-se no

desempenho de suas atribuições para com os cuidados da saúde física e mental,

determinantes para a alteração de comportamentos da saúde e dos fatores

psicológicos nesse contexto, o que será de grande relevância para as pessoas com

SD. Discorrendo-se dos parâmetros de avaliação, a Psicologia da saúde deve

abranger avaliações pautadas em: exame psicológico, entrevistas, avaliação

qualitativas e quantitativas, bem com as de caráter neuropsicológico.

Conforme a obra de Tada; Souza (2008) intitulada “Síndrome de Down,

sentidos e significados: contribuições da teoria histórico-cultural” observou-se a

postura cultural e social de uma jovem com SD, com relação à socialização desta no

espaço escolar, juntamente com o corpo docente e familiares, o que identificou por

meio de diálogos e análises de psicólogos na escola, a identificação de preconceitos

mesmos com justificativas diversas para tal prática.

Nesse limiar, importa destacar que o papel do Psicólogo no âmbito da

educação se destacou na década de 90 e paulatinamente com trabalhos no plano

psicológico e na intervenção do comportamento humano, contribui para uma melhor

orientação com o indivíduo em relação ao outro e na função psicológica destes

através de sua proposta de interlocutor nesse contexto (TADA; SOUZA, 2009).

No que tange à obra de Folly; Rodrigues (2010), denominada “O fazer do

psicólogo e a síndrome de Down: uma revisão de literatura” faz análises acerca de

artigos relacionados a intervenções psicológicas com portadores da síndrome de

Down, o que apontou que ainda é praticamente escassa a representatividade

desses profissionais com as pessoas com SD.

Para Folly; Rodrigues (2010), a intervenção do Psicólogo é ainda escassa em

relação à trissomia 21, tendo maior destaque tratamentos com fonoaudiólogos e

fisioterapeutas. Nesse contexto de atuação do Psicólogo, é inegável a importância

desse profissional no desenvolvimento da pessoa com SD, haja vista, sua

orientação e apoio psicológico desde o nascimento desta pessoa com relação às

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33

expectativas de seus familiares, favorecendo na compreensão desta síndrome, nas

relações e vínculos familiares, bem como em relação à orientação sexual da pessoa

com SD.

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34

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisa-se, com os apontamentos aqui elencados que, a sexualidade das

pessoas com Síndrome de Down representa uma temática de grande magnitude e

difícil de ser discutida, haja vista os mitos, preconceitos, tabus, poucas informações

por partes dos pais e familiares e da sociedade de maneira geral e o pouco preparo

por parte dos educadores nesse contexto.

Ainda são bastante expressivas ideologias preconceituosas e

estigmatizantes acerca da sexualidade da pessoa com Síndrome de Down,

decorrentes de conhecimentos mínimos e pouca discussão sobre essa temática, o

que reflete em resultados incoerentes da realidade da pessoa com SD, frente aos

seus anseios e necessidades, os quais são reprimidos ou não bem orientados por

falta de educação sexual adequada.

Cumpre ressaltar, que muitos estereótipos da pessoa com Síndrome de

Down se pautam em ideologias sociais, que em função do pouco esclarecimento e

informação, criam a ilusão de serem considerados como pessoas assexuadas ou

eternas crianças, haja vista, sua limitação intelectual.

No cenário atual, é comum que a temática sexual demonstre

constrangimentos para muitas famílias, que por vergonha e dúvida, representam

verdadeiros bloqueios para seus filhos, e que reduz o espaço para o conhecimento e

o diálogo. Desse modo, a família precisa realizar diálogos com a escola para que

tenha uma melhor compreensão da educação sexual de forma adequada e

atualizada, o que contribuirá, para uma nova forma de aprendizagem.

Nesse contexto, o trabalho de Educação Sexual implica a discussão de

questões sociais, éticas e morais. Sendo assim, as relações entre liberdade,

autonomia e respeito à intimidade devem estar presentes em todo o trabalho

educativo e, principalmente, naqueles que tratam da sexualidade, em particular, da

pessoa com síndrome de Down

Desse modo, a Educação Sexual representa em linhas gerais um dos

desafios a ser enfrentados pelo corpo docente, haja vista, a liberdade de ação e

decisão é condição fundamental para o homem e a mulher conhecerem as questões

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decisivas da sua vida e da sociedade na qual estão inseridos. Para compreender a

sexualidade humana é essencial que ela possa ser entendida e discutida com

liberdade.

A educação sexual pressupõe um educador (pais, professores) com um

papel ativo, o que muitas das vezes esbarra no medo, a vergonha e o pudor. Logo,

ratifica-se o papel do Psicólogo nesse contexto pela sua capacidade no âmbito da

saúde e de trabalhar na relação escola/ família e alunos de maneira segura e, visto

que faz parte de sua experiência o conhecimento do comportamento humano.

Muito ainda tem que ser superado quanto à sexualidade da pessoa com SD,

o que requer inciativas de políticas públicas sociais e de cunho educacional, a fim de

orientar pais, familiares, corpo docente, bem como sociedade civil acerca da

importância de novos saberes para uma oportunidade de orientações que irão

proporcionar a melhoria da qualidade de vida e a diminuição de riscos e agravos

sexuais a este público.

Percebe-se a inquietude dos autores quando descrevem a necessidade de

intervenção do profissional da Psicologia junto às pessoas com Síndrome de Down,

principalmente no que concerne a sexualidade, tanto por parte dos familiares, como

dos educadores.

De acordo com os estudos relativos ao processo de comunicação acerca do

nascimento da criança com SD, o papel do Psicólogo é de suma importância, visto

que, o diagnóstico não é realizado de forma adequada, o que acarreta sentimentos

negativos entre familiares, que por sua vez contribui para dificultar o atendimento

psicológico como: frustração e idealização de uma criança com saúde e que na

verdade apresenta síndrome, exigindo assim que Psicólogo estabeleça programas

de acompanhamento por essas entraves, refletindo também a escassez de

intervenção desses profissionais em artigos científicos.

Ademais, esta investigação identificou, através da revisão sistemática das

publicações selecionadas, a relevância do trabalho interdisciplinar e intersetorial, na

articulação de vários saberes e domínios do ser humano (cognitivo, afetivo-social e

motor), colaborando, assim, para a resolução e/ou diminuição das dificuldades

enfrentadas pelos atores envolvidos no processo de sexualidade da pessoa com SD,

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a saber: Familiares; educadores; profissionais da saúde, destacando a atuação do

psicólogo e, consequentemente, a própria pessoa com Síndrome de Down.

Importante destacar que as produções acadêmicas analisadas são, em sua

maioria, dos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Distrito

Federal, concentrando-se no Sul e Sudeste do Brasil. Dos artigos analisados,

apenas um foi publicado no Nordeste, no Estado da Bahia, e outro em Rondônia,

demonstrando a necessidade de um maior número de publicações envolvendo essa

temática em outras regiões do país, incluindo pesquisas multicêntricas que teria uma

relevância para a construção de políticas públicas que envolvessem tal

problemática.

Quanto ao ano de suas publicações e o processo de inclusão e exclusão das

obras para o estudo, foram evidenciadas as produções que nortearam à temática, no

entanto continua sendo escassa a produção acadêmica, principalmente,

relacionadas à atuação específica do Psicólogo em período anterior a 2006 ou a

obras mais atualizadas no período do ano corrente.

De certo, os resultados desta pesquisa alcançaram o objetivo proposto.

Quanto às suas limitações, ressalte-se o quantitativo de artigos encontrados pelo

sistema de busca avançada nas bases de dados. Nesse sentido, os resultados deste

estudo devem ser vistos com cuidado, principalmente ao se fazer generalizações,

visto que também não foram analisados publicações em outros idiomas.

Por outro lado, a organização dos trabalhos acadêmicos em questão, no

caso dos artigos relacionados à temática correspondente à sexualidade de pessoas

com Síndrome de Down, serve de recomendação para a construção de futuros

estudos na mesma perspectiva, incluindo pesquisas experimentais, tanto de cunho

quantitativo como qualitativo, permitindo, assim, uma análise mais profunda da

questão norteadora.

Em suma, de forma inegável o Psicólogo favorece no nível de qualidade e

satisfação das pessoas com SD e seus familiares, visto que, seu desempenho

abrange os fatores de cunho social, cultural, ambiental, e a saúde física e mental,

norteando ainda a integração social das pessoas com suas respectivas deficiências

ou doenças.

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