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CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – SERVIÇOS DALMIR BROENSTRUP TERCEIRIZAÇÃO NA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA STEMAC S/A GRUPOS GERADORES CANOAS, 2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – SERVIÇOS

DALMIR BROENSTRUP

TERCEIRIZAÇÃO NA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE: UM ESTUDO DE CASO NA

EMPRESA STEMAC S/A GRUPOS GERADORES

CANOAS, 2012

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DALMIR BROENSTRUP

TERCEIRIZAÇÃO NA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE: UM ESTUDO DE CASO NA

EMPRESA STEMAC S/A GRUPOS GERADORES

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Administração do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração com habilitação em Serviços.

Orientação: Prof.º Dr. Flávio Régio Brambilla

CANOAS, 2012

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Dedico a todas as pessoas especiais que

estiveram ao meu lado nesta longa

jornada.

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AGRADECIMENTO

Agradeço aos meus familiares, pelo apoio que sempre tive em todos os

momentos durante estes sete anos e meio de graduação.

Ao professor orientador Flávio Régio Brambilla, pela colaboração e dedicação,

agregando conhecimento para a realização do trabalho.

A empresa Stemac S/A Grupos Geradores e aos gestores da área de logística,

pelo fornecimento de dados e informações viabilizando a presente pesquisa.

Aos amigos e colegas de curso, pelas risadas, pelas experiências que

dividimos e pelo aprendizado compartilhado nesta jornada.

Obrigado por tudo!

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“A linha entre a desordem e a ordem está

na logística…”

(Sun Tzu)

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RESUMO

Na contemporaneidade, a competitividade é uma das características do mercado

global, desafiando administradores na busca de novas estratégias para

sobrevivência. A gestão da organização é um dos fatores mais importantes para a

estratégia empresarial, sendo a logística considerada por muitos um desafio

estratégico para a otimização dos negócios neste contexto. Diante destes fatos, este

trabalho tem como objetivo identificar as vantagens, desvantagens e os riscos da

terceirização do transporte rodoviário de carga na Stemac S/A Grupos Geradores,

uma empresa de grande porte da área de energia, situada em Porto Alegre, Rio

Grande do Sul. Esse objetivo foi alcançado através de uma pesquisa qualitativa com

gestores de logística da empresa estudada. Os dados analisados foram obtidos a

partir de entrevistas semiestruturadas, análise de documentos e observação da

operação in loco. Em seguida, foram analisados os dados coletados, identificando os

ganhos competitivos com a implantação da terceirização do transporte, os impactos

aos clientes com a utilização de terceiros na operação logística e sugeridas

melhorias em relação ao processo atual de terceirização. Com este diagnóstico,

constatou-se que a implantação do processo de terceirização do transporte na

empresa Stemac foi viável, atingiu os objetivos de reduzir custos, melhorar/manter

os níveis de serviços e assim garantir a competitividade da operação, através da

capacidade ampliar/reduzir a frota conforme oscilações da demanda de transporte.

Palavras-chave: Terceirização; Logística; Transportes; Custos; Nível de serviço.

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ABSTRACT

In contemporary times, the competitiveness is one of the characteristics of the global

market, challenging administrators in search of new strategies for survival. The

management of the organization is one of the most important factors for the business

strategy, and the logistics is considered by many a strategic challenge for the

optimization of business in this context. Faced with these facts, this work aims to

identify the advantages, disadvantages and risks of outsourcing of road freight

transport in Stemac S/A Geradores, a large company in the area of energy, placed at

Porto Alegre, Rio Grande do Sul. This objective was achieved through a qualitative

research with managers of the studied logistics company. The data analyzed were

obtained from semi-structured interviews, document analysis and observation of the

operation in loco. Then, we analyzed the data collected, identifying the competitive

gains with the deployment of outsourcing the transport, the impacts to customers with

the use of third parties in the transaction logistics and suggested improvements in

relation to the current process of outsourcing. With this diagnosis, it was found that

the establishment of the process of outsourcing the carriage at Stemac was viable,

reached the objectives of reducing costs, improve/maintain the levels of services and

thus ensure the competitiveness of the operation, via the capability enlarge/reduce

the fleet as oscillations in the demand for transport.

Keywords: Outsourcing; Logistics; Transport; Costs; Level of service.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................... ..................................................... 13

2.1 Caracterização da organização e do seu ambiente ........................................ 13

2.2 Definição do problema ......................... ............................................................. 16

2.3 Justificativa ................................. ....................................................................... 17

3 OBJETIVOS ....................................... .................................................................... 19

3.1 Objetivo geral ................................ .................................................................... 19

3.2 Objetivos específicos.......................... .............................................................. 19

4 REVISÃO DE LITERATURA ........................... ...................................................... 20

4.1 Evolução e conceito de logística .............. ....................................................... 20

4.1.1 Papel do transporte na estratégia logística ...................................................... 22

4.1.2 Classificação dos modais de transporte ........................................................... 23

4.1.3 Transporte rodoviário de carga ........................................................................ 24

4.2 Terceirização ................................. .................................................................... 26

4.2.1 Terceirização como ferramenta estratégica ..................................................... 27

4.2.2 Terceirização do transporte rodoviário ............................................................. 28

4.2.3 Vantagens da terceirização do transporte rodoviário ....................................... 29

4.2.4 Desvantagens e riscos da terceirização do transporte rodoviário .................... 30

4.2.5 Parcerias logísticas .......................................................................................... 31

4.3 Custos ........................................ ........................................................................ 32

4.3.1 Classificação dos custos .................................................................................. 32

4.3.2 Gasto, custo e despesa .................................................................................... 32

4.3.3 Custos diretos, indiretos, fixos e variáveis ........................................................ 33

4.3.4 Custo marginal ................................................................................................. 34

4.3.5 Custos logísticos como estratégia .................................................................... 34

4.4 Serviço ao cliente ............................ .................................................................. 36

4.4.1 Nível de serviço ................................................................................................ 37

4.4.2 Mensuração dos serviços ................................................................................. 38

5 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 40

5.1 Delineamento do tipo de estudo ................ ...................................................... 40

5.2 Delineamento da área alvo de estudo ........... .................................................. 41

5.3 Instrumento de coleta de dados ................ ...................................................... 42

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5.4 Plano de análise de dados ..................... ........................................................... 42

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................... ................................................... 44

6.1 Resultado e análise das entrevistas com os gest ores da área de logística 44

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ....................................................... 54

7.1 Implicações do estudo ......................... ............................................................. 55

7.2 Limitações do estudo........................... ............................................................. 56

7.3 Propostas para estudos futuros ................ ...................................................... 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTAS ............... ......................................... 59

APÊNDICE B – RESPOSTAS DO ROTEIRO DE ENTREVISTAS .. ......................... 60

APÊNDICE C – TABELA DE CONCEITOS .................. ............................................ 78

APÊNDICE D – TABELA DE RESPOSTAS DO ROTEIRO DE ENTR EVISTAS ..... 85

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1 INTRODUÇÃO

Surge na contemporaneidade um fenômeno que vem reduzindo as barreiras

naturais de tempo e espaço em mercados e dessa forma vem modificando o mundo,

a globalização. A dinamicidade, a imprevisibilidade e a competitividade tornaram-se

características frequentes no mercado global, impondo desafios aos

administradores. Nesse contexto, o cenário empresarial torna-se cada dia mais

competitivo, principalmente pelo fato de um grande número de concorrentes

ingressarem no mercado a procura de novas oportunidades. Considerando que as

organizações vivem em um ambiente onde as mudanças são constantes e

aceleradas, elas precisam diferenciar-se de seus concorrentes (VARGAS, 2008).

Desta forma, segundo Vargas (2008) a gestão da organização tem sido

considerada um dos fatores mais importantes para a estratégia empresarial. A

constante quebra de barreiras comerciais exige uma alta competitividade das

empresas, sendo o setor de logística um dos desafios impostos às organizações

como opção estratégica para otimizar seus negócios.

Ballou (2006) afirma que a logística é o processo de planejamento, implantação

e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações

relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de

atender às exigências dos clientes. A logística tem como objetivo através destes

procedimentos, atingir um nível desejado de serviços ao cliente pelo menor custo

total possível.

De acordo com Vargas (2008), estudos recentes reforçam a importância da

logística para a eficiência das empresas e, aliada às diversas funções logísticas,

destaca-se a função de transporte. A gestão do transporte visa, entre outros

objetivos, a satisfação do cliente e a diminuição dos custos para a empresa.

O setor de transportes é responsável pela movimentação de mercadorias com

a garantia de integridade da carga, a entrega no prazo combinado e custos

reduzidos. Para se chegar a esses objetivos, no entanto, é necessária a aplicação

de práticas administrativas que venham ao encontro da necessidade das empresas,

para alcançar o desenvolvimento econômico objetivado e próximo da realidade

brasileira (BALLOU, 2007).

Em função da importância da logística e dos transportes, Ballou (2007) alega

que hoje é necessário criar e sustentar vantagens competitivas para proporcionar o

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surgimento de novos negócios com o intuito de reduzir custos e tornar os produtos e

serviços mais competitivos. A partir das dificuldades em otimizar os processos

logísticos, surgiu a terceirização. Esta ganha destaque e se solidifica como uma das

atividades mais eficientes na racionalização de recursos humanos, tanto em serviços

diversos quanto serviços específicos como o de transportes. Desta maneira, surge

nas empresas a decisão de operar com frota própria ou terceira, levando em

consideração alguns fatores com diferenciais vantajosos.

Para Bertaglia (2006), a decisão de operar ou não com frota própria, tem que

levar em conta vários fatores, como nível de serviço ao cliente, flexibilidade,

controle, habilidades administrativas e retorno do investimento. Empresas

possuidoras de veículos próprios, segundo ele, precisam seguir práticas importantes

para manterem-se competitivas no mercado.

Julga-se correto afirmar que a terceirização do transporte rodoviário é quase

unânime, exceto em casos específicos, como a melhor forma de reduzir custos,

simplificar o processo logístico e manter um bom nível de serviço aos clientes.

Assim, as empresas buscam cada dia mais, formas de maximizar suas margens

reduzindo custos, através da terceirização do transporte.

Diante do discorrido acima, o tema escolhido para este trabalho é a

terceirização logística do transporte rodoviário, mais especificamente, trata-se de um

estudo de caso na empresa Stemac S/A Grupos Geradores.

O desenvolvimento deste trabalho contará com uma estrutura de 7 capítulos,

os quais estão distribuídos da seguinte forma:

No capítulo 1, apresenta-se a introdução do trabalho, no qual é abordado o

atual cenário da logística em meio a um ambiente competitivo contextualizando com

a empresa objeto de estudo e a importância da tomada de decisão em relação a

terceirizar a frota.

No capítulo seguinte, apresenta-se a caracterização da empresa e de seu

negócio. Neste capítulo é possível encontrar dados sobre a organização estudada,

como o seu histórico, sua forma de atuação, principais serviços, estrutura

organizacional e mercado de atuação. Além disso, é apresentada a situação-

problema e a justificativa do tema, destacando sua importância, oportunidade e

viabilidade.

O objetivo geral e os objetivos específicos da realização do trabalho estão

relacionados no capítulo 3.

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No capítulo 4, está exposta a revisão da literatura, apresentando os conceitos

trabalhados nesta pesquisa que fizeram parte da base conceitual para a realização

do trabalho.

No capítulo seguinte, foi detalhada a metodologia utilizada para realizar a

pesquisa do tema de estudo. Foi feita uma pesquisa qualitativa com aplicação de

entrevistas com gestores da área de logística. Também foram apresentados o

delineamento da pesquisa e a técnica utilizada para a coleta e análise de dados.

O capítulo 6 apresenta a análise dos resultados, destacando a interpretação

dos dados coletados através de entrevistas, análise de documentos e observação in

loco.

O último capítulo contém as considerações finais e as conclusões obtidas pelo

autor através da realização deste trabalho. Nesse capítulo, o trabalho pode ser

avaliado e, consequentemente, pode-se verificar se os objetivos propostos para o

estudo foram atingidos.

Posteriormente, estão explícitas as referências que foram utilizadas para

realização do trabalho. E, por fim, o apêndice, composto pelos roteiros das

entrevistas com os gestores de logística, as tabelas de respostas e as tabelas de

conceitos utilizadas para a triangulação dos dados.

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2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Todos os trabalhos de pesquisa iniciam com algum tipo de indagação ou

problema, no entanto sempre se deve deixar claro o significado desse problema. De

acordo com Vergara (2007, p. 21) “problema é uma questão não resolvida, é algo

para o qual se vai buscar resposta, via pesquisa”.

Mas antes de definir o problema de pesquisa acredita-se relevante apresentar

as informações mais importantes sobre a empresa Stemac. Conforme Roesch

(2009), a caracterização da organização é importante na pesquisa, pois apresenta o

contexto onde a mesma está inserida, auxiliando a compreender as mudanças

organizacionais, ambientais e de competitividade. Na sequência, também será

contextualizada a situação problemática da pesquisa, seguido da justificativa da

mesma.

2.1 Caracterização da organização e do seu ambiente

A empresa Stemac S/A Grupos Geradores foi fundada em 28 de dezembro de

1951. Ela está localizada na avenida Sertório, número 905, no bairro Navegantes, na

cidade de Porto Alegre. Iniciou sua trajetória comercializando acessórios, peças para

automóveis importados e pequenos motores a gasolina.

A partir da década de 60, devido à importância da energia no contexto

econômico brasileiro, iniciou a fabricação de grupos geradores e, desde então, atua

neste segmento de energia, no qual é líder nacional. Oferece acompanhamento

integral tanto no projeto, na fabricação, na instalação, nas peças, quanto nos

serviços, garantindo um elevado nível de serviço satisfazendo as necessidades de

seus clientes.

A identidade organizacional da Stemac é estabelecida através de missão, visão

e valores, que seguem abaixo:

Missão: Oferecer soluções em energia, com grupos geradores movidos pelos

mais diversos combustíveis. Atuar com responsabilidade socioambiental,

promovendo o crescimento e a realização profissional, financeira e pessoal de cada

colaborador, garantindo retorno adequado aos acionistas.

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Visão: Manter-se líder no mercado brasileiro, tornando-se referência mundial

no fornecimento de soluções energéticas, até o ano de 2020.

Valores:

• Respeito ao cliente: Garantir produtos e serviços eficazes, com tecnologia

de ponta e que atendam a real necessidade do cliente;

• Respeito aos colaboradores: Oferecer o melhor ambiente de trabalho,

proporcionando crescimento pessoal e profissional, gerando orgulho e satisfação

aos que fazem parte do nosso quadro de colaboradores;

• Parceiros: Fortalecer as relações com nossos clientes, fornecedores e

colaboradores, propiciando o crescimento e perpetuação do negócio;

• Eficácia: Buscar constantemente o aprimoramento tecnológico dos

nossos produtos, serviços e processos, por meio de treinamentos, pesquisas,

alianças e estratégias;

• Ética, Responsabilidade Social e Sustentabilidade: Manter índices de

elevada rentabilidade no negócio, sem prejuízo da ética nas relações com todos os

públicos. Gerar emprego e renda, mantendo e criando novos projetos de inclusão

social, respeitando o meio ambiente e assegurando sua integridade às gerações

futuras.

Em relação aos produtos da Stemac, o principal produto é o grupo motor

gerador (GMG), que consiste em um sistema de geração de energia formado por um

motor, podendo ser movido por óleo diesel, gás natural, bio gás ou combustível, e

por um alternador que é responsável pela geração de tensão para o fornecimento de

energia em diversas demandas, montados sobre uma base metálica. Os demais

produtos fabricados pela empresa são: carenados e silenciados, sistema de controle

de força, motobombas, motores GE, sistemas de filtragem, duogen, banco de cargas

resistivas, UPS diesel, atenuação acústica.

Os grupos geradores produzidos pela Stemac podem ser destinados a diversas

aplicações, como: indústrias, hospitais, construção civil, condomínios, empresas de

telecomunicação, entre outros.

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Desde a sua inauguração, já foram comercializados mais de 60.000 grupos

geradores. Caracteriza-se por possuir uma equipe de vendas diretas, isto é, todos os

vendedores são funcionários não comissionados e tem uma frota própria para

realizar a entrega dos equipamentos. Possui a maior estrutura de atendimento, com

38 filiais estrategicamente distribuídas pelo Brasil, totalizando 21.606 m2 de área das

filiais e mais 41.000 m2 na matriz. O total de funcionários ultrapassa 2.900 e ainda

possui parcerias com os maiores fabricantes mundiais de motores a diesel, a gás e

óleo combustível.

A Stemac possui hoje apenas uma unidade fabril, no entanto está construindo

em Itumbiara (GO) a sua 2º unidade com previsão de iniciar o funcionamento em

2013. Tem também um centro de distribuição localizado estrategicamente nos

arredores do aeroporto, no qual armazena GMG’s (grupos geradores) produzidos,

insumos e serve como base da Logística, com a finalidade de expedir os produtos

até o cliente, com transporte próprio. É organizada em divisões, isto é, por áreas

conforme o organograma a seguir:

Figura 1 – Organograma da Stemac S/A Grupos Geradores

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

A Stemac S/A Grupos Geradores detém mais de 65% do mercado brasileiro de

grupos geradores conforme seu diretor Administrativo financeiro Valdo Marques.

Dessa forma, atingiu uma receita bruta em 2010 de R$ 887 milhões. Atua com foco

no mercado nacional, porém tem crescido no volume de vendas no mercado

internacional, exportando para 17 países.

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2.2 Definição do problema

É cada vez mais visível no meio logístico a terceirização do transporte

rodoviário de cargas. Tal realidade está sendo implantada por muitas empresas na

distribuição logística, buscando diferenciais principalmente para aumentar a

competitividade em relação aos concorrentes, frente aos desafios que o mercado

impõe a fim de garantir lucratividade e rentabilidade para as mesmas.

Na busca de diferenciais em relação ao mercado, Wanke (2004) afirma que a

inovação tornou-se indispensável para a sobrevivência das empresas. Os serviços

de terceirização, tanto de processo quanto de atividades têm-se mostrado como

uma das fontes importantes de inovação na tentativa de diferenciação competitiva

das empresas. Devido a isso, cada vez mais as empresas percebem a necessidade

de possuir estratégias voltadas para a logística no setor de transportes, buscando

vantagens e correndo riscos em prol do sucesso.

Em função da busca dessas inovações e vantagens estratégicas, o

desenvolvimento econômico brasileiro está em alta, atingindo em 2011 um PIB de

R$ 4,1 trilhão, segundo o IBGE. O transporte rodoviário de cargas surge como o

principal modal, representando mais de 60% do volume de mercadorias

movimentadas no Brasil, com seu custo totalizando cerca de 12,75% do PIB do país

conforme Figueiredo, Fleury e Wanke (2006). Dessa forma, fica clara a corrida das

empresas em busca da estruturação de um modelo de terceirização da atividade de

transporte, estabelecendo assim uma posição de destaque para a gestão de

transportes, isto é, criando a possibilidade de reduzir os custos de transportes e

armazenagem, melhorando o nível de serviço prestado.

Com o mercado cada vez mais competitivo e focado em otimizar os processos

através de estratégias inovadoras, como a terceirização, a empresa Stemac S/A

Grupos Geradores busca uma oportunidade de melhoria na gestão de sua frota

própria. A Stemac objetiva reduzir seus custos com transporte através da

possibilidade de terceirizar a frota, a fim de maximizar seus resultados e garantir

uma boa rentabilidade para os sócios.

A partir dessa oportunidade de mercado, surge a seguinte questão: Quais as

vantagens, desvantagens e riscos para a empresa Stemac com a terceirização do

transporte rodoviário de carga?

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2.3 Justificativa

De acordo com Roesch (2009, p. 98) “justificar é apresentar razões para a

própria existência do projeto”. Para a autora, essa parte do trabalho é importante,

pois obriga o autor a pensar sobre a proposta de maneira abrangente e faz com que

o leitor se coloque no lugar dele, se identifique com o problema, sendo possível,

através da oportunidade e viabilidade, justificar sua existência e também as

premissas que foram empregadas neste trabalho.

Em termos gerais, é possível justificar um projeto através de sua importância,

oportunidade e viabilidade (ROESCH, 2009). A justificativa baseia-se nos seguintes

aspectos: quanto à importância, quanto à oportunidade, quanto à viabilidade.

2.3.1 Quanto à importância

O mercado está exigindo cada vez mais das organizações, tornando-se

necessário da utilização de estratégias competitivas. Uma das possibilidades

encontradas por elas é atuar na logística, já que tem uma representação significativa

nas operações. Dessa maneira, há a necessidade de verificar quais são as

vantagens, desvantagens e riscos quanto à terceirização de frota no transporte

rodoviário de cargas.

Acredita-se que a elaboração deste estudo é muito importante para a empresa

que atualmente está com seus custos logísticos elevados e busca soluções para

esse problema. De igual modo, contribuirá para a formação do autor, que colocará

em prática parte do conhecimento adquirido durante sua vida acadêmica.

Enfim, este trabalho oferece uma oportunidade de crescimento tanto para a

empresa Stemac quanto para o autor.

2.3.2 Quanto à oportunidade

O desenvolvimento deste trabalho será oportuno à empresa, uma vez que

necessita acompanhar as mudanças do mercado, criando assim possibilidade de

crescimento. Este estudo possibilitará que a empresa conheça as vantagens,

desvantagens e os riscos de terceirizar sua frota, e desta forma, possa decidir qual a

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estratégia adequada para melhorar o desempenho financeiro, otimizando os custos

logísticos.

2.3.3 Quanto à viabilidade

O trabalho é viável devido ao interesse da empresa em encontrar uma solução

para o baixo desempenho em seus resultados na área específica deste estudo.

Deve-se ressaltar que para a realização do trabalho não houve nenhum custo extra

para a empresa, pois todas as informações necessárias foram coletas mediante

literatura existente em livros, pesquisas na internet, em revistas, questionários e

demais informações fornecidas pela empresa Stemac S/A Grupos Geradores que

utilizará o resultado para estudos futuros na divisão logística da empresa.

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3 OBJETIVOS

O presente capítulo apresenta os objetivos propostos neste trabalho. Num

primeiro momento procurou-se identificar o objetivo geral da pesquisa e, em

seguida, os objetivos específicos, objetivos estes que complementam o objetivo

geral.

Entende-se que ao definir o objetivo geral, você define a primeira etapa do seu

projeto. Vergara (2007) define que “se o problema é uma questão a investigar, então

objetivo é um resultado a alcançar”. Complementa ainda que se o objetivo final for

alcançado, dará resposta ao problema.

3.1 Objetivo geral

Identificar as vantagens, desvantagens e os riscos da terceirização do

transporte rodoviário de carga na empresa Stemac.

3.2 Objetivos específicos

a) Identificar os ganhos competitivos com a utilização da terceirização do

transporte rodoviário pela empresa Stemac;

b) Avaliar o impacto da terceirização do transporte rodoviário junto aos clientes

da empresa Stemac;

c) Apresentar oportunidades de melhoria no processo de terceirização de

transporte rodoviário na empresa Stemac.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

Conforme Roesch (2009, p. 105), “através do referencial teórico é que se

permite levantar soluções alternativas, de forma a dimensionar e qualificar a

situação problema em estudo”. Desta forma, o referencial teórico tem a intenção de

apresentar proposições teóricas dos principais conceitos, que deram base a este

estudo, extraídas de diversas publicações, visando embasar o seu desenvolvimento.

4.1 Evolução e conceito de logística

O conceito de logística existe há muito tempo, é essencialmente ligado às

operações militares, as quais deram origem ao nome. Os militares precisavam

deslocar suas tropas, equipamentos, munição, socorro médico para os campos de

batalha, porém por se tratar de um serviço de apoio, os grupos logísticos não se

destacavam perante o restante da operação (NOVAES, 2001). Assim, é conexo

afirmar que a concepção de logística surgiu durante a Segunda Guerra Mundial,

através dos militares americanos, que a utilizavam como estratégia militar.

Ballou (2006) afirma que, segundo uma definição dicionarizada do termo,

logística seria o ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e

transporte de material, pessoal e instalações. No entanto, essa definição inseriu a

logística num contexto militar, diferindo dos objetivos e atividades empresariais.

Conceituando logística empresarial, Ballou (2006, p. 27) afirma que “logística é

o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de

mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o

ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

Outra definição de logística bastante precisa é que a:

Logística é o processo de gerenciamento estratégico da compra, do transporte e da armazenagem de matérias-primas, partes e produtos acabados (além dos fluxos de informações relacionados) por parte da organização e de seus canais de marketing, de tal modo que a lucratividade atual e futura seja maximizada mediante a entrega de encomendas com o menor custo associado (FARIA; COSTA, 2009, p. 16).

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De acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2008), a logística é um paradoxo

sendo, ao mesmo tempo, um conceito gerencial dos mais modernos e uma das

atividades econômicas mais antigas.

Já Faria e Costa (2009) entendem que logística é o processo de gerenciar,

estrategicamente, a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e

produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) por meio da organização

e seus canais de Marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presentes

e futuras através do atendimento dos pedidos a baixo custo.

Considerada um elemento de grande importância para o aumento da

competitividade e redução de custos nas empresas, a logística hoje é um conceito

em constante evolução, passando por desafios de ordem global, como a

necessidade de atualizar sua tecnologia com vistas a percorrer distâncias maiores

em menor tempo (BALLOU, 2006).

Em relação ao discorrido acima, Faria e Costa citam que:

A logística é parte do processo da Cadeia de Suprimentos que planeja, implementa e controla, de forma eficiente e eficaz, a expedição, o fluxo reverso e a armazenagem de bens e serviços, assim como o fluxo de informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, com o propósito de atender às necessidades dos clientes (FARIA; COSTA, 2009, p. 16).

Assim, após mais de cinquenta anos de logística e seus benefícios, pode-se

perceber a sua evolução e importância nos dias atuais. A sua ideia não é apenas de

“transporte e armazenagem de produtos, hoje é o ponto nevrálgico da cadeia

produtiva integrada”, afirma Novaes (2001, p. 31). As equipes de logística não são

mais percebidas como responsáveis pela função de entregar produtos, mas sim por

agregarem valor substancial ao produto com serviços modernos e por elevarem a

boa imagem das empresas pelo cumprimento de prazos e redução da quantidade de

avarias em mercadorias.

Ballou (2006) apresenta o conceito de logística como uma função composta de

três áreas (transportes, estoques e localização) que, conjuntamente, têm por

objetivo atender o cliente em um nível de serviço especificado. Este conceito é

simbolizado por um triângulo onde cada face é representada por uma área

(transportes, estoques e localização) e no centro do triângulo está nível do serviço, o

objetivo da logística.

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22

Portanto, a logística é uma gestão voltada para atividades coordenadas e

integradas, buscando sempre a eficiência, ou seja, a melhor utilização dos recursos,

por meio da otimização de seus processos, visando à redução de custos e à

satisfação de seus clientes.

4.1.1 Papel do transporte na estratégia logística

O transporte tem um papel de extrema importância tanto para a economia

quanto para as empresas, detalhando características de custo, confiabilidade dos

principais modais, como também a adequação aos diferentes tipos de operação.

Pode se afirmar que o transporte é uma das principais funções logísticas, representa

a maior parcela dos custos logísticos nas organizações e também tem um grande

impacto nos serviços ao cliente (FLEURY; WANKE; FIGUEIREDO, 2008).

Segundo Ballou (2007), a administração de transportes é o braço operacional

da função de movimentação que é realizada pela atividade logística cujo objetivo é

assegurar que o serviço de transporte seja realizado de modo eficiente e eficaz.

O transporte é uma das funções logísticas que possui papel fundamental nas

estratégias da rede logística. As funções logísticas estão integradas entre si e não

podem ser vistas de forma isolada; ao mesmo tempo, estão também integradas à

função de Marketing, sendo um componente operacional importante da estratégia de

Marketing. Com isso, segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2008, p. 127), “torna-se

necessária a geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na

resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade

para a empresa”.

Para Bowersox, Closs e Cooper (2007) o transporte é a área operacional da

logística que move e aloca geograficamente o inventário. Afirmam que as

necessidades do transporte podem ser satisfeitas de três modos, primeiro através de

uma frota própria, segundo por meio de contratos com especialistas em transportes

e o terceiro modo é contratar serviços de uma ampla variedade de transportadoras,

que ofereçam diferentes serviços de transporte, com base em embarque.

Após a apresentação dos modos de transporte, fica claro que os gerentes de

logística atualmente têm várias alternativas de transportes, podendo integrar o

transporte com frota própria com transporte terceirizado, para reduzir custos totais

da logística. Alguns transportadores terceirizados oferecem uma ampla variedade de

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serviços der valor agregado como diferencial competitivo (BOWERSOX; CLOSS;

COOPER, 2007).

Bowersox, Closs e Cooper (2007) afirmam que o transporte é uma atividade-

chave na logística, porque movimentam produtos através de vários estágios, até a

entrega aos consumidores. Portanto, o sistema de transportes é de importância

fundamental, pois é um setor que cria alto nível de atividade na economia e refere-

se a um conjunto de trabalhos, facilidades e recursos que movimentam a economia.

4.1.2 Classificação dos modais de transporte

A estrutura do transporte de cargas consiste no direito preferencial de

passagem, veículos e transportadores que operam dentro de cinco modais básicos

de transportes, quais sejam: ferrovia, rodovia, hidrovia, dutos e aerovias (Ballou,

2007). Um modal identifica um método ou forma básica de transporte, cada um

possui características operacionais específicas e, consequentemente, estruturas de

custos específicas que os tornam mais adequados para determinados tipos de

produtos e de operações.

A importância relativa de cada modal pode ser medida em termos da

quilometragem do sistema, volume de tráfego, receita e natureza da composição do

tráfego segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2008). Ainda classificam as

características operacionais de cada modal quanto à velocidade, disponibilidade,

confiabilidade, capacidade e frequência conforme tabela a seguir:

Tabela 1 – Características operacionais relativas por modal de transporte (a

menor pontuação indica a melhor classificação)

Características

Operacionais Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário Aéreo

Velocidade 3 2 4 5 1

Disponibilidade 2 1 4 5 3

Confiabilidade 3 2 4 1 5

Capacidade 2 3 1 5 4

Frequência 4 2 5 1 3

Resultado 14 10 18 17 16

Fonte: Fleury, Wanke e Figueiredo (2008, p.130).

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A velocidade refere-se ao tempo de uma movimentação, no qual o transporte

aéreo é o mais rápido. A disponibilidade refere-se à capacidade de um sistema em

servir um determinado par de localidades, nesta característica os transportadores

rodoviários têm a maior disponibilidade, já que podem se dirigir direto aos pontos de

origem e destino. A confiabilidade refere-se a variância potencial entre entregas

esperadas ou programadas, os dutos devido ao serviço contínuo e quase inexistente

interferência do clima e dos congestionamentos, tem a melhor classificação. A

capacidade é a habilidade de um sistema em lidar com qualquer exigência de

transporte, isto é, o volume de carregamento, as hidrovias são as mais capacitadas.

Quanto à frequência, é a quantidade de movimentações programadas, os dutos, por

se tratar de serviços contínuos entre dois pontos, lideram esta classificação

(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

Desta maneira, a preferência pelo transporte rodoviário é em parte explicada

por sua classificação de destaque em todas as cinco características. As

transportadoras rodoviárias em geral ocupam o primeiro ou segundo lugar em todas

as categorias, exceto no item capacidade (FLEURY; WANKE; FIGUEIREDO, 2008).

Conforme Caixeta-filho e Martins (2001) é indiscutível a vantagem que o modo

rodoviário possui, pois os demais modos estão limitados a instalações fixas de

trilhos, hidrovias, dutovias e aerovias, ao contrário do rodoviário que oferece um

serviço praticamente porta-a-porta.

De acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2008), o modal rodoviário

transporta a maior parte dos produtos manufaturados, no Brasil, embora seja

considerado viável apenas para curtas distâncias, devido ao custo do frete. A grande

vantagem do transporte rodoviário está na facilidade de se chegar a qualquer ponto

do território nacional, com exceção de poucos locais. O transporte rodoviário pode

ser dividido em duas categorias: carga e passageiro.

4.1.3 Transporte rodoviário de carga

Caixeta-Filho e Martins (2001) conceituam transporte de cargas como a

garantia do deslocamento de bens dentro de algumas condições temporais e de

forma íntegra.

O transporte rodoviário de carga pelo sistema rodoviário no Brasil gira em torno

de 7,5 % do produto interno bruto (PIB), isto é, aproximadamente 30 bilhões de

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dólares por ano. Tal sistema é o principal meio de transporte de cargas no país e

desempenha um papel vital para a economia e o bem-estar da nação (VIEIRA;

PASSAGLIA; NOVAES; VALENTE, 2008).

Vieira, Passaglia, Novaes e Valente (2008) informam que o registro nacional de

transportadores rodoviário de carga (RNTRC) é a certificação obrigatória para a

prestação do serviço de transporte rodoviário de cargas, e quem administra o

RNTRC é a agência nacional de transportes terrestres (ANTT). Também apresentam

alguns dados sobre o setor de transportes de carga, possui mais de 800 mil

transportadores, uma frota de 1,6 milhão de veículos habilitados ao transporte

rodoviário de cargas.

Com relação à distribuição espacial da frota pelo território brasileiro, 48% dos

veículos estão localizados na região Sudeste, 29% na região Sul, 11% na Nordeste,

8% na Centro-oeste e 4% na região Norte. A idade média dos veículos de carga de

empresas é de 10,3 anos (VIEIRA; PASSAGLIA; NOVAES; VALENTE, 2008).

De acordo com Vieira, Passaglia, Novaes e Valente (2008) existem vários

segmentos no mercado brasileiro de transporte rodoviário de carga, podendo ser

carga geral, cargas sólidas a granel, cargas unitizadas, encomendas, carga viva,

cargas perigosas, madeira, cargas indivisíveis, móveis, produtos sob temperatura

controlada, produtos siderúrgicos, valores, veículos automotores e cargas líquidas.

No mercado de transporte rodoviário de carga conforme Caixeta-filho e Martins

(2001), as empresas costumam oferecer geralmente quatro tipos de serviços:

• Serviço de lotação completa: a carga é coletada nas instalações do

embarcador, transportada para o depósito do destinatário. Esse tipo de serviço

ocorre sempre que houver carga suficiente para lotar um veículo;

• Serviço de carga fracionada local: a carga é coletada nas instalações do

embarcador e deslocada até o depósito da transportadora, então acontece uma

triagem e o reembarque nos veículos de distribuição, para ai realizar as entregas

aos destinatários;

• Serviço de carga fracionada de longa distância: é semelhante ao anterior,

mas ocorre mais uma operação de descarga/triagem/carregamento num depósito

regional da transportadora. Isto se torna necessário para que as mercadorias sejam

novamente separadas por rota de entrega e reembarcadas em veículos locais.

Normalmente após isso, a entrega ocorre em veículos menores;

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• Serviço de carga fracionada de longa distância com terminais

intermediários de trânsito: mesmo caso anterior, mas com a existência de terminais

intermediários da transportadora, para reorganizar as remessas por corredor de

transporte. Também geralmente é distribuída em um veículo menor.

4.2 Terceirização

A terceirização surgiu em 1992 nos Estados Unidos, através do movimento

ECR (Efficient Consumer Response), que buscava maiores economias e melhores

resultados, a partir de uma maior eficiência nos canais de distribuição, isto é,

objetivava a redução de custos aliada a uma nova visão de nível de serviço

(NOVAES, 2007).

Terceirizar significa, no âmbito empresarial, transferir para terceiros a

responsabilidade por atividades que até então costumavam ser desempenhadas

pela própria empresa. Essa técnica de gestão vem crescendo do decorrer das

últimas décadas como uma resposta estratégica para a globalização de mercados, o

que aumenta a competitividade. Segundo Martins, (2001, p.23), “a terceirização

consiste na possibilidade de contratar terceiro para a realização de atividades que

não constituem o objeto principal da empresa”.

Dessa forma, as empresas visam reduzir custos e aumentar a competitividade

para conseguirem sobreviver em um mercado que passa por contínuas

transformações, além de atender a consumidores cada vez mais exigentes, estão

também optando pela terceirização, delegando atividades que estão fora do seu foco

de negócio, podendo, assim, concentrar esforços no seu core business (Martins,

2001).

De acordo com Wanke e Figueiredo (2008), os fatores que motivam as

empresas a optar pela terceirização das atividades-meios podem ser, entre outros,

“[...] a redução de ativos e de custos de mão de obra, aumento da flexibilidade para

modificação de capacidade, o acesso a tecnologias de ponta, além da possibilidade

de se concentrar nas atividades chave”. O autor afirma que terceirizar é estratégico,

porque permite a concentração de energia nas atividades-fim das empresas, com

ganhos adicionais pela redução de custos.

Novaes (2007) destaca que ao mesmo tempo em que o mercado global

oferece mais oportunidades, surge naturalmente uma maior competição entre as

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empresas. A terceirização de serviços logísticos constitui uma forma de atingir novos

mercados e oferecer um melhor nível de serviço aos clientes. Também observa que

a busca pela redução de custos logísticos é, sem dúvida, uma das razões mais

importantes dessa tendência.

4.2.1 Terceirização como ferramenta estratégica

Terceirizar é estratégico porque permite à empresa se aperfeiçoar na sua

atividade-fim. É o que Fleury, Wanke e Figueiredo (2008) chamam de ser excelente

na essência. Para o autor, o mais lógico e estratégico, devido ao custo da mão de

obra e sua administração, além dos reflexos econômicos, jurídico, trabalhista,

previdenciário, é terceirizar todas as atividades não essenciais. Com a terceirização,

a empresa economiza recursos, pois está provado que o terceiro tende a encontrar

soluções mais criativas e menos onerosas, e assim as empresas conseguem

diminuir ou até mesmo acabar com o desperdício.

Segundo Novaes (2007) a terceirização é estratégica, pois através dela as

empresas encontraram a solução para resolver suas necessidades de reduzir custos

e aportes de capital. Também observa que além destas razões, buscam melhoria do

nível de serviço e do aumento de flexibilidade, um maior enfoque nas atividades

centrais e a implementação de mudanças.

Conforme a pesquisa executada pelo Centro de Estudos em Logística, como

nos ensina Fleury (2009, p. 317), “foram identificados dez diferentes fatores que

motivam à terceirização”. Contudo, o motivo mais frequentemente considerado é a

redução dos custos logísticos, como mostra a tabela a seguir:

Tabela 2 – Motivos para terceirizar

Fonte: Fleury (2009, p. 317).

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Outra questão que faz com que a terceirização seja estratégica e que não pode

ser desconsiderada está relacionada com reivindicações trabalhistas, as quais

muitas vezes atrapalham ou até paralisam as operações das empresas. Utilizando a

mão de obra terceirizada, as empresas diminuem esses riscos e, portanto, terão

mais controle da atividade fim e de seu cronograma de produção. (FLEURY;

WANKE; FIGUEIREDO, 2008).

4.2.2 Terceirização do transporte rodoviário

O transporte rodoviário tem utilizado cada vez mais a terceirização como forma

de alcançar uma vantagem competitiva segundo Valente, Novaes, Passaglia e Vieira

(2008), pois oscilações no mercado ocorrem de acordo com a situação econômica

do país, e isto implica numa utilização de veículos diferente da quantidade

dimensionada, levando as empresas a alternativas operacionais, buscando

preservar a produtividade e evitar o aumento dos custos. Portanto, por causa

dessas oscilações, não se deve dimensionar uma frota de caminhões visando

atender aos maiores picos do mercado, mas sim utilizar a alternativa de operar uma

parte da frota com veículos próprios e a outra com veículos terceiros, isto é, uma

frota combinada.

A terceirização pode ser vista como um a conveniência para a empresa, pois

através do uso de terceiros é possível ampliar ou reduzir a frota conforme oscilações

da demanda por serviços. Por isso, a prática da terceirização torna-se cada vez mais

conveniente em mercados que apresentam maiores incertezas e/ou oscilações.

(VALENTE; NOVAES; PASSAGLIA; VIEIRA, 2008).

Desta forma, Valente, Novaes, Passaglia e Vieira (2008) comentam que em

mercados que apresentam maiores incertezas, diversas alternativas têm sido

buscadas por parte das transportadoras, como as chamadas frotas combinadas.

Para Bowersox, Closs e Cooper (2007) atualmente uma ampla variedade de

alternativas de transportes está disponível para apoio às logísticas de produtos e

matérias-primas. Comentam que uma das opções é integrar o transporte com frota

própria com o transporte terceirizado, para reduzir custos totais de logística. Muitos

transportadores terceirizados oferecem serviços de valor agregado, melhorando o

atendimento ao consumidor final.

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Ainda em relação ao discorrido acima, Bowersox, Closs e Cooper (2007)

afirmam que praticamente todas as empresas usam serviços de transportadores

contratados, mesmo aquelas que dispõem de frotas próprias necessitam de serviços

suplementares dos transportadores comuns, sob contrato e especializados para

complementarem suas necessidades de transporte. A maioria das empresas que

utilizam transportes contratados, tem implementado o que acostuma se denominar

Estratégia de Transportador Essencial.

O conceito de transportador essencial se refere a criar um relacionamento de

trabalho com um pequeno número de empresas prestadoras de serviços de

transportes, a fim de concentrar o volume de transportes em um pequeno núcleo de

transportadores, para estabelecer um relacionamento de negócios que padronize os

processos operacionais e administrativos. Desta forma, um planejamento mútuo e o

reconhecimento de dependência entre embarcadores e transportadores resultam no

fornecimento de equipamento confiável, serviços personalizados, programação

aprimorada e uma administração global mais eficiente. (BOWERSOX; CLOSS;

COOPER, 2007).

Portanto, após a definição de terceirizar uma atividade, a empresa deve

analisar se as vantagens superam as desvantagens e os riscos, ou seja, se a

relação benefício/ custo é positiva (NOVAES, 2007).

4.2.3 Vantagens da terceirização do transporte rodoviário

A terceirização como qualquer modelo de gestão apresenta vantagens e

desvantagens para a empresa e devem ser levadas em consideração e muito bem

analisadas.

Segundo Martins (2001, p.42), “a principal vantagem da terceirização sob o

aspecto administrativo, seria a de se ter alternativa para melhorar a qualidade o

produto ou serviço vendido e também a produtividade”. Seria uma forma também de

se obter um controle de qualidade total dentro da empresa, sendo que um dos

objetivos básicos dos administradores é a diminuição de encargos trabalhistas e

previdenciários, além da redução do preço final do produto ou serviço. Adotando a

terceirização, a empresa poderá concentrar seus recursos e esforços na sua própria

área produtiva, na área em que é especializada, melhorando a qualidade do produto

e sua competitividade no mercado.

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Com isso, pretende-se uma redução de custos, principalmente dos custos

fixos, transformando-os em variáveis, e aumentando os lucros da empresa, gerando

eficiência e eficácia em suas ações, além de economia de escala, com a eliminação

de desperdícios. Haverá diminuição do espaço ocupado na empresa, atividades que

antes lhe pertenciam foram terceirizadas, não só de pessoal como de material,

ocorrerá à criação de empregos na terceirizada, um aperfeiçoamento de mão-de-

obra, distribuição de rendas entre os participantes do processo, concentração de

esforços na atividade-fim da empresa, especialização no serviço, concorrência e

produtividade para todo o mercado (MARTINS, 2001).

Conforme Figueiredo, Fleury e Wanke (2008) a terceirização além das

vantagens básicas de custos e qualidade de serviços, gera vantagens competitivas

como redução de investimentos em ativos, foco na atividade central do negócio e

maior flexibilidade operacional, garantindo assim a maximização do retorno sobre os

investimentos.

Outra vantagem de acordo com Vieira, Passaglia, Novaes e Valente (2008) é

aumentar a capacidade estática de transporte sem ampliar a frota, principalmente

em mercados que ocorrem oscilações da demanda, desta maneira é possível

dimensionar a frota e terceirizar se necessário.

4.2.4 Desvantagens e riscos da terceirização do transporte rodoviário

Apesar do potencial de vantagens competitivas, a utilização de terceiros

também pode ter algumas desvantagens e riscos segundo Fleury, Wanke e

Figueiredo (2008) que seguem abaixo:

• Inexistência de fornecedores adequados;

• Fortes resistências internas às mudanças;

• Problemas com a legislação trabalhista;

• Mensuração inadequada dos custos de terceirização;

• Perda de credibilidade e problemas com a imagem da empresa, no caso

de uma eventual falha de qualidade do fornecedor;

• Perda de controle sobre o processo e criação de potenciais competidores;

• Dependência de fornecedores;

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• Incapacidade do operador em cumprir as metas combinadas e a

necessidade de revisão constante do contrato são fatores que podem gerar

prejuízos para a empresa contratante.

4.2.5 Parcerias logísticas

As parcerias logísticas ocorrem quando duas empresas se unem para a

realização de um serviço. São agregados, então, demandas e o uso das frotas, e a

receita é dividida de forma proporcional aos custos ocorridos na operação dos

veículos. (VIEIRA; PASSAGLIA; NOVAES; VALENTE, 2008).

O sistema de parcerias pode ser descrito como:

uma racionalização de esforços, pela unificação de serviços de transporte, por parte de empresas que trabalhem em uma mesma região e precisam lutar contra o prejuízo. Desse modo, transportadoras que operam com carregamentos pouco rentáveis podem obter melhor aproveitamento dos caminhões e um custo operacional menor. Isso porque se economizam combustível, mão de obra e o patrimônio investido em caminhões (VIEIRA, PASSAGLIA, NOVAES; VALENTE, 2008, p. 57).

A parceira logística faria com que os transportadores pudessem gerir melhor a

capacidade da frota. Uma frota enxuta, porém otimizada é uma frota que atende a

demanda exigida. Há duas formas de estratégia da gestão da capacidade, segundo

Figueiredo, Fleury e Wanke (2008):

• A capacidade flutuante, onde os recursos acompanham a demanda

exigida;

• A capacidade fixa, onde os recursos próprios são suficientes para atender

a determinado percentual da demanda máxima.

A primeira estratégia consiste em, de acordo com a variação de demanda,

fazer com que os recursos também sejam variáveis, de modo a atender todos os

pedidos dentro do prazo estipulado. A utilização desta estratégia é recomendada

para processos intensivos em mão de obra abundante com pouca especialização e

onde há investimentos mínimos em recursos físicos (FLEURY; WANKE;

FIGUEIREDO, 2008).

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Segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2008) a segunda estratégia consiste em

fixação de um nível de serviço, que é um percentual da demanda máxima. Essa

estratégia deve levar em consideração o tipo de serviço e se os clientes estão

dispostos a pagar ou esperar pela disponibilidade de produtos. Nesse tipo de

estratégia, uma política de entregas deve ser feita e seguida, para que não haja

ineficiências nos processos.

As parcerias estabelecidas segundo Novaes (2007) necessitam ter contratos

sólidos, bem amarrados, com vínculos de confiança, de verdadeiras formas de

parcerias, mas a confiança não é o suficiente: é preciso que as empresas gerenciem

permanentemente as parcerias e mantenham.

4.3 Custos

Num ambiente com várias opções de serviços e possibilidades, a necessidade

de se ter um sistema de custos adequado é essencial. As empresas estão

atualmente operando num mercado muito competitivo, por isso a precisão dos

custos incorrido na prestação de serviços de transportes e logísticos permite cobrar

preços adequados aos clientes (CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2001).

4.3.1 Classificação dos custos

“Existem diversas forma de classificações de custos, podem ser variáveis ou

fixos em relação aos fatores utilizados e diretos ou indiretos à produção”, de acordo

com Caixeta-Filho e Martins (2001, p. 132).

4.3.2 Gasto, custo e despesa

De acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2009) com a evolução das

operações logísticas, as empresas deparam-se com dois problemas básicos: o

primeiro referente à dimensão dos custos logísticos e o segundo, à forma de

alocação desses custos. Para solucionar estes problemas, as empresas precisam

saber diferenciar conceitos de gasto, custo e despesa.

Novaes (2007) conceitua gasto como um sacrifício financeiro arcado pela

empresa para a obtenção de um produto ou serviço qualquer. Esse sacrifício pode

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ser originado pela entrega efetiva do produto ou serviço, ou pela promessa de

entrega futura.

Já a noção de custo segundo Novaes (2007) está diretamente ligada à

produção de bens ou serviços. O custo é um gasto que só é reconhecido

efetivamente como tal no momento de sua utilização na fabricação de um produto ou

na execução de um serviço. Portanto, o custo é um gasto relacionado com um bem

ou serviço que se concretiza na produção de outros bens ou serviços.

Novaes (2007) afirma que despesas por sua vez, são gastos com bens ou

serviços consumidos, direta ou indiretamente, em atividades voltadas à obtenção de

receitas.

4.3.3 Custos diretos, indiretos, fixos e variáveis

O custo direto é aquele que é relacionado diretamente aos serviços oferecidos,

é alocado exatamente para quem utilizou. Ao contrário do direto, o custo indireto é

todo o custo que não é possível alocar diretamente, isto é, precisa ser rateado para

todos os serviços de acordo com a utilização, podendo ser muitas vezes arbitrário e

subjetivo (CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2001).

Outra possibilidade é classificar os custos em fixos e variáveis. Para Novaes

(2007, p. 335) “um custo variável varia em função do volume produzido ou de outra

variável operacional, no transporte pode ser através do km rodado”. O custo fixo é

aquele que não varia de acordo com a produção durante o mês, mas não implica em

uma rigidez total, pois pode variar conforme o volume de serviço produzido.

Na visão de Bowersox, Closs e Cooper (2007), os custos variáveis mudam de

uma maneira previsível e direta em relação ao nível da atividade. Eles só podem ser

evitados se o veículo não for operado. Os componentes típicos dos custos variáveis

incluem mão de obra, combustível e manutenção, geralmente são medidas em uma

base de custo por quilometro.

Em relação aos custos fixos, Bowersox, Closs e Cooper (2007) afirmam que

são despesas que não mudam num curto espaço de tempo e que se mantém

mesmo quando a empresa não está funcionando. A categoria dos custos fixos inclui

custos não diretamente influenciados pelo volume do carregamento. Para empresas

de transporte, os componentes dos custos fixos incluem veículos, sistemas de

informação e equipamentos de apoio.

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4.3.4 Custo marginal

O conceito de custo marginal é muito importante segundo Caixeta-filho e

Martins (2001, p. 155), “pois através deste custo é possível se mensurar o quanto a

empresa gera de custos adicionais quando não tem carga de retorno, desta forma

acaba reduzindo a margem da empresa”.

4.3.5 Custos logísticos como estratégia

A maioria das empresas busca recursos estratégicos na obtenção e

sustentação de vantagens competitivas através de meios que possibilitem oferecer

um melhor nível de serviço ao cliente, reduzindo os custos logísticos e melhorando,

assim, os resultados econômicos dentro da Cadeia de Suprimentos, nas atividades

de comprar, produzir, movimentar, vender e distribuir seus produtos.

Para que a redução de custos seja uma vantagem competitiva,

é necessário um conhecimento detalhado acerca das atividades da empresa, não sendo suficiente analisá-la de forma global, mas considerar as diversas variáveis quanto à realização de suas atividades, pois somente dessa forma será possível determinar qual o caminho mais adequado para atingir os fins propostos” (FARIA; COSTA, 2009, p. 31).

O objetivo final é agregar valor e ganhar a competitividade, ou seja, atender

aos desejos e necessidades do cliente e manter a lucratividade. De acordo com os

mesmos autores, as estratégias que levam a uma vantagem competitiva podem

variar de acordo com o tipo de produto ou serviço prestado, de forma diferenciada,

que consiga chamar a atenção do cliente, seja pelo fator preço, qualidade ou

atendimento.

A empresa poderá optar por uma das três estratégias competitivas de acordo

com o tipo de produto ou serviço oferecido:

a) liderança de custo;

b) diferenciação;

c) foco.

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Ao optar pela liderança de custos, a empresa deve apresentar o menor custo

praticado em relação à concorrência.

De acordo com Faria e Costa (2009), para que as empresas possam ser

líderes de custo, a logística e a produção devem:

a) eliminar atividades que não agregam valor;

b) reduzir os custos de produção por meio da simplificação e integração de

processos, bem como a utilização de novas tecnologias;

c) enfatizar a qualidade dos produtos e processos, assim como reduzir os

custos associados com desperdício;

d) reduzir as necessidades de estoques por meio de sistemas de planejamento,

menores tempo de ciclo, processos integrados;

e) melhorar a flexibilidade e conformidade com o mercado.

Na diferenciação, significa que o produto ou serviço oferecido ao cliente agrega

um valor diferenciado. Este corresponde às expectativas do cliente, sabe que esta

comprando um produto ou serviço que, além de ser respeitado no mercado,

proporciona a ele uma receita maior e por isso estará disposto a pagar mais pelo

produto ou serviço contratado.

Como exemplo de diferenciação, Faria e Costa (2009, p. 33) citam:

[...] o uso da tecnologia de informação que provê uma oportunidade para que a logística disponha de sistemas de suporte à decisão ou buscados em transações, como uma fonte de diferenciação ou aumento de sua participação no mercado. A empresa poderá aumentar seus custos, mas irá gerar mais informações à sua operação, bem como a seus parceiros na Cadeia de Suprimentos, o que pode ser um fator relevante em sua vantagem competitiva.

A empresa pode obter uma vantagem competitiva no produto diferenciado

mesmo apresentando um preço maior que a concorrência, pois a vantagem para o

cliente está em adquirir aquele produto ou serviço especificamente.

Se a empresa optar pela estratégia do foco, terá que se especializar em um

determinado segmento do mercado e nele optar por diferenciar-se ou ser líder de

custo. Nesse caso, o diferencial da empresa será a especialização no foco, no

segmento escolhido.

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36

O que diferencia os prestadores de serviços logísticos são precisamente a

abrangência e a capacidade administrativa de gerenciar as atividades logísticas em

sua capacidade de penetrar no mercado dentro da Cadeia de Suprimentos, gerando

redução de custos e atendendo à satisfação do cliente.

Ao se decidir por uma ou outra estratégia competitiva, as empresas deverão

identificar e analisar todas suas atividades dentro da cadeia de suprimentos. Esse é

o primeiro passo para uma análise de custos. O segundo passo é identificar os

custos e o desempenho de cada uma dessas atividades.

As atividades logísticas dentro da Cadeia de Suprimentos envolvem alguns

processos e subprocessos. Segundo Faria e Costa (2009), os processos são

compostos de logística de abastecimento, logística de planta e logística de

distribuição. Os subprocessos envolvem todas as atividades dentro desses setores

da cadeia como transporte, armazenagem e movimentação.

4.4 Serviço ao cliente

Para Ballou (2007, p. 93) “serviço ao cliente é um termo de grande alcance,

incluindo elementos que vão desde a disponibilidade do produto/mercadoria até a

manutenção pós-venda”. Na ótica da logística, serviço ao cliente é o resultado de

todas as atividades logísticas ou dos processos da cadeia de suprimentos. Afirma

que os clientes avaliam as ofertas de qualquer empresa em termos de preço,

qualidade de serviço, e reagem e acordo com as próprias conveniências,

aproveitando tais ofertas ou ignorando-as.

No ponto de vista de vista de Fleury, Wanke e Figueiredo (2008, p. 56) “o

resultado de todo esforço logístico é o serviço ao cliente”. As empresas contratam

pessoas, compram equipamentos, selecionam e desenvolvem fornecedores,

investem em tecnologia de informação, em capacitação gerencial, tudo com o

objetivo de colocar em prática um projeto logístico capaz de diferenciá-las, de criar

valor para seus clientes por meio de um serviço superior.

Sob a visão de Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 76) “o valor fundamental

da logística é atender às necessidades do cliente numa base de eficiência de custo”.

O serviço ao cliente representa o papel da logística no cumprimento do conceito de

marketing. Um programa de serviço ao cliente precisa identificar e priorizar todas as

atividades exigidas para satisfazer as exigências logísticas de clientes e

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37

operacionalmente a logística necessita oferecer os sete direitos certos aos clientes:

a quantidade certa do produto no tempo certo, no lugar certo, na condição certa, no

preço certo, no lugar certo e com a informação certa.

Conforme Faria e Costa (2009, p. 17) “satisfazer o cliente, promovendo-o com

os serviços por ele requeridos, como a movimentação de matérias e produtos de

maneira oportuna, com o menor desperdício de tempo e custos”. Para efetivar esse

objetivo, “[...] a logística necessita buscar estratégias, planejamento e

desenvolvimento de sistemas que lhe assegurem atingir seus objetivos”.

A logística tem como foco a satisfação do cliente, oferecendo a estes produtos

e serviços que atendam às suas expectativas, ou seja, produtos e serviços de

qualidade e com preços reduzidos em relação aos concorrentes, agregando valor

para o cliente. Para atingir essa meta, busca informações sobre os custos e

desempenhos de todas as atividades-processos em toda a Cadeia de Suprimentos,

para que possa, assim, tomar decisões estratégicas que lhe permitam reduzir

custos, melhorar os desempenhos mantendo a flexibilidade e aumentar a

capacidade da empresa de competir no mercado, agregando valor para o acionista

(FARIA; COSTA, 2009).

4.4.1 Nível de serviço

Nos dias atuais os avanços tecnológicos e a constante evolução dos mercados

elevaram as preocupações das empresas em oferecer um nível de serviço que

busque satisfazer seus clientes, onde os fatores tempo de execução, nível de

confiabilidade, disponibilidade do pessoal operacional e equipamentos, agilidade e

precisão das informações sobre os serviços, rastreamento dos produtos em trânsito,

relacionamento direto com o cliente - Agreguem valor aos serviços oferecidos,

potencializando a elevação da competitividade organizacional. O nível de serviço

para oferecer aos clientes é essencial para alcançar os objetivos de lucro da

empresa (BALLOU, 2007).

Fleury, Wanke e Figueiredo (2009) afirmam que um dos principais desafios da

logística moderna é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível de serviço

(trade-off). Os clientes estão exigindo cada vez mais em relação aos níveis de

serviço, mas não estão dispostos a pagar por ele. O preço está passando a ser um

qualificador, e o nível de serviço, um diferenciador diante do mercado. Desta forma,

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38

a logística ganha responsabilidade de agregar valor ao produto por meio do serviço

oferecido. Algumas das exigências por serviço são:

• Redução do prazo de entrega;

• Maior disponibilidade de produtos;

• Entrega com hora determinada;

• Maior cumprimento dos prazos de entrega;

• Maior facilidade de colocação do pedido.

Cada cliente possui necessidades diferentes segundo Fleury, Wanke e

Figueiredo (2009), assim varia a importância que cada um atribui em relação ao

serviço. As empresas estão adaptando seus serviços para manter a competitividade,

no entanto surge uma grande dúvida: Qual o impacto da melhoria do nível de serviço

nos custos da empresa? E qual o efeito na rentabilidade?

4.4.2 Mensuração dos serviços

Definir uma mensuração com a abrangência suficiente para garantir uma

avaliação efetiva do desempenho da logística dos serviços ao cliente é complicado,

pois são inúmeras as dimensões dos serviços aos clientes. Talvez o tempo total do

ciclo do pedido e suas variabilidades sejam as melhores medidas. De acordo com

Ballou (2007, p. 112) “os serviços aos clientes podem ser igualmente medidos em

termos de cada atividade logística”. As mensurações mais comuns do desempenho

no transporte são as seguintes:

• Percentagem de entregas no prazo;

• Percentagem de pedidos entregue na data estabelecida pelo cliente;

• Danos e reclamações de prejuízos como percentagem de frete.

Caixeta-Filho e Martins (2001) afirmam que os indicadores de desempenho

possibilitam que as avaliações sejam feitas com base em fatos, dados e informações

quantitativas, o que dá maior confiabilidade às conclusões.

Bowersox (2006) assinala que os três objetivos principais do desenvolvimento

e da implementação de sistemas de avaliação de desempenho incluem: monitorar o

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nível de serviço e os custos, controlar o processo e redirecioná-lo como, por

exemplo, as avarias na armazenagem e transporte a fim de redirecionar as

operações.

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40

5 METODOLOGIA

Conforme Roesch (2009) muitas situações problemas apresentam-se nas

organizações. Com isso, é relevante explorar essas oportunidades realizando

estudos, com o intuito de analisar e explorar os dados por meio de técnicas.

O objetivo deste capítulo é apresentar os métodos e técnicas de pesquisa que

foram adotados a fim de verificar quais são as vantagens, desvantagens e os riscos

quanto à opção de terceirizar a frota no transporte rodoviário de carga. Segundo

Roesch (2009, p. 125) “o capítulo da metodologia descreve como o projeto será

realizado”. Nesse sentido será desenvolvida uma pesquisa qualitativa com gestores

de logística da empresa de estudo.

5.1 Delineamento do tipo de estudo

Conforme esclarecimento de Roesch (2009, p. 126) “o delineamento de

pesquisa consiste em tornar o problema pesquisável, determinando as questões

levantadas, definindo ainda como a amostra foi extraída”.

Considerando os objetivos propostos, este estudo foi realizado com uma

abordagem qualitativa, não se limitando a quantificações estatísticas e sim a uma

análise da realidade observada para proposição de possíveis melhorias. Minayo

(2011) afirma que esse tipo de pesquisa trabalha com o universo dos significados,

cuja principal preocupação é a compreensão da lógica que se dá na realidade,

preocupando-se com o nível de realidade que não pode ser quantificada.

Na visão de Roesch (2009, p. 155) “a pesquisa qualitativa acontece quando o

pesquisador parte do pressuposto de escutar a opinião do entrevistado, sem ter uma

forma pré-estabelecida”. Completa ainda, que é uma alternativa metodológica de

pesquisa que pode apropriar-se a qualquer projeto.

A partir desta pesquisa, consegue-se compreender quais são as

particularidades da divisão de logística da empresa Stemac para, assim, poder

verificar quais são as vantagens, desvantagens e riscos com a terceirização da frota.

Em relação aos objetivos, a pesquisa é exploratória. Esse tipo de pesquisa

busca levantar informações sobre determinado objeto delimitando um campo de

trabalho e mapeando as condições de manifestação deste objeto (SEVERINO,

2007).

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41

Já Gil (2007, p. 41) “comenta que as pesquisas exploratórias têm por objetivo

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais

explícito ou a construir hipóteses”.

Levando-se em conta o tipo de tema pesquisado e o seu contexto, a estratégia

de pesquisa adotada foi o estudo de caso. De acordo com Yin (2001), o estudo de

caso é uma investigação empírica que pesquisa um fenômeno contemporâneo

dentro de sua situação, principalmente quando os limites entre esse e seu contexto

não são evidenciados claramente. Martins (2006) complementa dizendo que essa é

uma estratégia adotada quando o pesquisador não possui controle sobre os eventos

ou esses são variáveis. Gil (2007) considera o estudo de caso como sendo um

estudo detalhado e aprofundado sobre o tema, de modo que este contribua para a

compreensão do assunto pesquisado.

De acordo com Yin (2001), o estudo de caso é a melhor estratégia a ser

adotada quando se colocam questões do tipo “como” e “por que”, sendo essas

questões explicativas e chaves, tornando o pesquisador um membro secundário no

processo, com pequeno controle nos eventos e com foco em fenômenos inseridos

no contexto da vida real. Este foi um estudo de caso único na empresa Stemac S/A

Grupos Geradores.

5.2 Delineamento da área alvo de estudo

De acordo com Roesch (2009), o estudo pode ser realizado em um

departamento da empresa, ou englobar a organização como um todo. Logo, é

importante apresentar uma descrição da população-alvo para a concretização do

trabalho.

A população-alvo do estudo da etapa qualitativa foi a empresa Stemac S/A

Grupos Geradores, foram entrevistados 04 gestores da área de logística, que

possuem experiências semelhantes ao tema de pesquisa, vividas em outras

empresas de transporte. Dessa forma, a pesquisa objetivou encontrar soluções

inovadoras para o problema inicial.

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42

5.3 Instrumento de coleta de dados

Para Gil (2002), há diversas técnicas para aplicar a coleta de dados na

pesquisa, tai como: análise de documentos, depoimentos pessoais, observação

espontânea, observação participante, análise de artefatos físicos e, a mais usual, a

entrevista aplicada coletiva ou individualmente.

Os dados utilizados no estudo em geral são dados secundários. Os

instrumentos para coleta de dados foram à observação, entrevistas pessoais

semiestruturadas e análise de documentos. Minayo (2011) define esses

instrumentos da seguinte forma:

Observação: é uma das técnicas de coleta de dados imprescindível em toda

pesquisa científica. Observar significa aplicar atentamente os sentidos a um objeto

para adquirir um conhecimento claro e preciso.

Entrevistas: podem ser classificadas em estruturais e não estruturais. As

entrevistas estruturadas são aquelas que trazem as questões previamente

formuladas. O entrevistador estabelece um roteiro prévio de perguntas: não há

liberdade de alteração dos tópicos e nem se faz a inclusão de questões frente a

situações.

O roteiro de entrevistas semiestruturadas foi realizado com 14 perguntas

abertas a fim de que o entrevistador conseguisse captar as informações dos

participantes da pesquisa. O roteiro de entrevistas tem perguntas claras e objetivas,

com o conteúdo estudado, de fácil interpretação e também foi realizada uma análise

de dados secundários.

5.4 Plano de análise de dados

A análise dos dados é um processo fundamental para a conclusão do estudo.

Conforme Vergara (2002, p. 56) “o tratamento dos dados refere-se àquela seção na

qual se explicita para o leitor como se pretende tratar os dados coletados,

justificando porque tal tratamento é adequado aos propósitos do projeto”.

Objetivos são alcançados com a coleta, o tratamento e, posteriormente, com a

interpretação dos dados; portanto não se deve esquecer-se de fazer a correlação

entre objetivos e formas de atingi-los. Após a etapa de coleta de dados, efetuada

através de observação, análise de documentos e entrevistas, este pesquisador

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43

iniciou a análise do material coletado identificando as possíveis vantagens,

desvantagens e riscos quanto a utilizar terceiros no transporte rodoviário de carga

na empresa estudada.

Segundo Roesch (2009, p. 170) “a análise de conteúdo busca analisar as

informações coletadas primeiramente, classificando palavras, frases ou mesmo

parágrafos em categorias de conteúdo”. Com esta categorização, é possível

determinar indicadores e, enfim poder interpretar os resultados.

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44

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo desenvolveu-se a análise das entrevistas aplicadas na empresa

objeto de estudo com 4 gestores da área. O primeiro gestor (G1) é o gerente de

expedição, o segundo (G2) é o gerente de logística, o seguinte (G3) é o gerente de

transportes e o último gestor (G4) é o gerente geral de logística e de tecnologia da

informação (TI). Também foi realizada uma triangulação dos dados, confrontando os

resultados obtidos e analisados com base na teoria, nos documentos e nas

respostas dos questionários que foram aplicados na organização da pesquisa.

6.1 Resultado e análise das entrevistas com os gest ores da área de logística

Ballou (2007) afirma que tanto a logística quanto o setor de transportes são

cada vez mais importantes para criar e manter vantagens competitivas e aumentar a

rentabilidade das empresas. Os gestores de logística da empresa Stemac S/A

Grupos Geradores concordam com o pensamento de Ballou. Em seu relato, o G1

reforça a crença de que com a redução de custos e a melhoria de processos é

possível ser mais competitivo. Da mesma forma, o entrevistado G2 comenta sobre

os ganhos obtidos com a terceirização e sobre o crescimento das vendas devido a

essa mudança realizada. O G3 inclusive relata que terceirizar é uma oportunidade

de aumentar a rentabilidade, através da redução de custos. No entanto, reforça a

necessidade de se manter o nível de serviço. O G4 afirma que:

A logística é um elo da cadeia de entrega até o cliente, é um diferencial competitivo frente a seus concorrentes. Gerenciar a logística com bastante eficiência e eficácia é um diferencial competitivo e entender que os custos logísticos são muito relevantes. Continuar usando a nossa competência em gestão logística como um diferencial competitivo, mas com o olho na rentabilidade.

Sua afirmação expõe claramente a importância que a empresa tem em relação

à logística, tanto na questão de rentabilidade quanto de competitividade. Através de

observações realizadas verificou-se que a empresa possui um grande foco nos

custos logísticos, além de controles eficazes de custos e conhecimento da vantagem

competitiva que a logística representa no mercado atual.

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Diante do discorrido acima, verificou-se que a empresa Stemac utiliza a

terceirização como ferramenta estratégica, buscando vantagens e diferenciais

competitivos em relação ao mercado. Novaes (2007) afirma que a terceirização é

estratégica, pois através dela as empresas encontram a solução para resolver suas

necessidades de reduzir custos e aportes de capital. Também observa que além

destas razões, busca melhoria do nível de serviço e do aumento de flexibilidade, um

maior enfoque nas atividades centrais e a implementação de mudanças. O

entrevistado G4 informa que a Stemac utiliza a terceirização para alcançar seus

objetivos estratégicos de rentabilidade de custo e também para refletir sobre quais

são os processos core da empresa e quais são os processos que são necessários

ter um domínio da inteligência do processo, indo ao encontro do pensamento de

Novaes. Da mesma forma o G1 comenta que a Stemac utiliza a terceirização como

ferramenta estratégica, com objetivo primordial de redução de custos e melhorias de

processos e complementando o G2 explica que a Stemac tem o objetivo de redução

de custos, melhorias do nível de serviço e redução de prazos de atendimento aos

clientes finais. Já o G3 comenta que está começando a ser uma ferramenta

estratégica e que a empresa ainda está em fase de adaptação.

A partir da utilização da terceirização como ferramenta estratégica, foi

necessário realizar uma série de avaliações para ter êxito na operação. O G1 cita

que foi feito um estudo do custo atual, das rotas, uma pesquisa de mercado para

verificar valores com transportadoras e observou-se que em determinadas rotas o

transportador terceiro é mais viável do ponto de vista financeiro. O entrevistado G4

comenta que foi necessária uma:

reflexão estratégica, quais partes do processo que são passíveis de terceirização, olhar para o mercado e buscar fornecedores que pudessem nos garantir qualidade, abrangência nacional, tivessem capacidade de flutuar conforme o nosso aumento de demanda, responder ao nosso aumento de demanda, a questão custo, a gente estava fortemente focado em busca de redução de custos.

Da mesma forma o G3 ainda cita a realização de uma análise de riscos, desde

operacionais, jurídicos e até financeiros. Novaes (2007) afirma que após a definição

de terceirizar uma atividade, a empresa deve analisar se as vantagens superam as

desvantagens e os riscos, ou seja, se a relação custo/ benefício é positiva. O G2

complementa que para tomar a decisão da implementação da terceirização foram

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analisados alguns pontos, como ganho de agilidade operacional, redução de prazo e

consequentemente melhora no nível de serviço, redução de custos, adequação

fiscal, redução do retorno de frete vazio, km vazio (com impacto na redução de

custos), análise da dependência de terceiros e redução nos prazos.

Para a implementação da terceirização, após uma seleção definiu-se quais

seriam os parceiros no transporte dos grupos geradores Stemac. Para esta triagem

dos parceiros foram analisados alguns critérios, o entrevistado G1 cita o custo,

capacidade de atendimento e situação financeira. Da mesma maneira o G3 afirma

que foi avaliada a tarifa, a estrutura da empresa, o faturamento anual, nível de

serviço, ranking de desempenho, ranking de nível de qualidade e capacidade de

carregamento, mas o foco foi à tarifa. O G2 ainda cita a capacidade de investimento,

know-how da operação, capilaridade e desejo de estabelecer uma parceria de longo

prazo através de um contrato. Para o G4 um dos critérios relevantes foi a localização

das empresas, pois ter uma filial ou sede regional facilitaria muito a operação, além

do porte da mesma perante seus concorrentes. Segundo Fleury, Wanke e

Figueiredo (2008) é necessário saber o que se deseja ganhar com a contratação do

parceiro, quais as características ele deve ter e definir quais instrumentos gerenciais

serão utilizados para avaliar os resultados. Abaixo segue acompanhamento de

performance dos parceiros, evidenciando uma crescente ao decorrer dos meses, a

medida que os terceiros se ajustam aos indicadores estabelecidos.

Gráfico 1 – Indicador de desempenho dos parceiros

52%

78%

88%

81%86%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PERFORMANCE DOS PARCEIROS EM 2012

Real

Meta

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

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De acordo com Valente, Novaes, Passaglia e Vieira (2008) a terceirização pode

ser vista como um a conveniência para a empresa, pois através do uso de terceiros

é possível ampliar ou reduzir a frota conforme oscilações da demanda por serviços.

Por isso, a prática da terceirização torna-se cada vez mais conveniente em

mercados que apresentam maiores incertezas e/ou oscilações. Dessa forma, a

Stemac optou em terceirizar somente parte da frota, utilizando uma frota combinada,

isto é, parte frota própria e a outra parte frota terceira. O G1 relata que devido ao

fluxo de retorno, de São Paulo para o Rio Grande do Sul com transporte de insumos

para produção de grupos geradores, o custo de transporte da frota própria é mais

vantajoso em relação ao terceiro e ainda por uma questão estratégica de marketing,

visualmente ter veículos Stemac rodando pelo Brasil é mais interessante. O G2

complementa o relato do G1 afirmando que foi optado em terceirizar as regiões norte

e nordeste, utilizando a frota própria na região Sul e no estado de São Paulo, por se

tratar de 50% do volume de vendas. No ponto de vista do G3 implementar a

terceirização em 100% seria uma mudança de patamar muito traumática, além dos

riscos imensos que surgiriam. Ainda em relação a terceirização parcial, o G4

comenta que não existe nenhum dogma, seria talvez um choque muito grande para

cultura da empresa, do ponto de vista de custos manter parte da frota como própria

nos trechos que havia retorno cheio dos veículos para a base, garantia um custo

competitivo para a empresa.

Após a implementação da terceirização parcial, foram identificados ganhos

competitivos, coincidindo com Figueiredo, Fleury e Wanke (2008) que afirmam que a

terceirização além das vantagens básicas de custos e qualidade de serviços, gera

vantagens competitivas como redução de investimentos em ativos, foco na atividade

central do negócio e maior flexibilidade operacional, garantindo assim a

maximização do retorno sobre os investimentos. De acordo com o G4, houve ganho

em custo e em alguns casos em velocidade de entrega, ganhou-se a flexibilidade de

estar buscando recursos conforme a demanda se altera e a capacidade de

atendimento. Este relato do G4 vai ao encontro com a opinião de Vieira, Passaglia,

Novaes e Valente (2008), que comentam que outra vantagem é aumentar a

capacidade estática de transporte sem ampliar a frota, principalmente em mercados

que ocorrem oscilações da demanda, desta maneira é possível dimensionar a frota e

terceirizar se necessário. O G2 tem sua posição similar à citada acima, afirma que é

possível ter uma garantia do atendimento do volume expedido, garantia do

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abastecimento da fábrica, possibilidade de comparar os preços da frota própria com

os preços ofertados pelo mercado e a flexibilidade. Complementando o G3 afirma

que ocorreu um ganho na capacidade de carregamento e redução da escassez,

abriu o leque de planejamento. Os recursos passam a ser ilimitados, podem-se ter

vários níveis de serviço, aumentando a flexibilidade da operação, que é uma

vantagem muito grande. Segundo o G1 também teve uma redução de custos

considerável e de prazo de entrega, esta devido à agilidade operacional do

transportador terceiro.

Novaes (2007) destaca que ao mesmo tempo em que o mercado global

oferece mais oportunidades, surge naturalmente uma maior competição entre as

empresas. A terceirização de serviços logísticos constitui uma forma de atingir novos

mercados e oferecer um melhor nível de serviço aos clientes. Também observa que

a busca pela redução de custos logísticos é, sem dúvida, uma das razões mais

importantes dessa tendência. Em relação ao nível de serviço, a terceirização

impactou positivamente em relação ao atendimento da demanda interna, mas em

contra partida foi negativa na questão de avarias em GMG’s, relata o G4. Para o G2

as avarias também foram o ponto frágil devido à alteração. O G3 acrescenta que

houve uma resistência por parte dos clientes internos, no entanto, para o cliente final

não teve impacto com a mudança. O G2 afirma que para os clientes internos houve

ganho com a redução dos prazos de entrega, melhoria das informações, melhoria no

nível de serviço, ganho em relação a flexibilidade operacional, agilidade operacional

e aumento da rentabilidade. Segue abaixo gráfico de pontualidade de entrega de

GMG’s e acessórios, mostrando que a performance permanece de acordo com a

meta estabelecida, independente da utilização de terceiros na operação.

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Gráfico 3 – Pontualidade de entrega

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Na abordagem acima, foi discorrido à questão custo e nível de serviço, um dos

principais trade-offs quando se fala em transportes. Sobre essa questão o gestor G4

comenta que na Stemac ocorre:

Uma busca permanente de equilíbrio, os clientes internos sempre querem o produto amanhã no cliente e nós temos que trabalhar puxando e lutando contra isso, tudo passa por acerto de expectativas, então é lutar permanentemente com esse alinhamento de expectativas, acho que comunicação e interação com os clientes é a base dessa gestão de trade-off.

Da mesma forma, o G1 afirma que o objetivo foi manter o patamar de nível de

serviços e reduzir custos, mas ao mesmo tempo quebrar o paradigma que, custo

está relacionado ao nível de serviço. O G2 confirma a afirmativa anterior e reforça

que houve uma redução de custos, sem perder e ainda melhorando o nível de

serviço e esse foi o objetivo inicial do processo de terceirização. Para o G3 é

possível atender ambos, tanto custo quanto nível de serviço, depende apenas do

que a empresa quer, pode-se ter uma tarifa baixa visando uma redução de custo

como também ter uma tarifa mais elevada visando um atendimento “Premium” acima

do padrão. Estas diretrizes são muito importantes, pois é necessário ser ter clareza

dos objetivos e de qual nível de serviço é desejável para a operação.

Baseado nas afirmações acima é possível afirmar que a terceirização é uma

alternativa viável de redução de custos, desde que se tenha objetivos claros e um

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bom planejamento. O G4 acredita que é possível reduzir custos com a terceirização

buscando os serviços aonde o terceiro é mais performante, terceirizar serviços com

custos fixos tornando um serviço não dedicado somente a uma operação e sempre

buscar o ganho de custos naquelas operações aonde existe possibilidade de ganho

de escala. Ao encontro disso, o G2 relata que através do redesenho de processos,

da adequação e redução das despesas fixas, atuação com o terceiros de forma a

atender os volumes variáveis, utilização de empresas especializadas aonde ela

realmente tem um know-how, com certeza viabiliza a redução de custos com a

implantação da terceirização. Para o G2 a terceirização é possível reduzindo o

custo fixo e aproveitando a estrutura de um operador ou de uma transportadora,

compartilhando as operações com outros clientes e dessa forma ter uma redução de

custo com um possível ganho de escala. De acordo com o G3 a frota própria pode

ter um custo de rodar vazio, se não tiver uma carga de retorno, já o terceiro não

carrega essa ociosidade, pois possui cargas em vários locais. Por isso o terceiro

gestor imagina ser provável um ganho em custos com a utilização de terceiros.

Estes ganhos são percebidos quando se analisam os documentos financeiros, é

possível identificar uma redução de aproximadamente 20% na conta fretes, se

comparada a média 2011 versus 2012, devido a terceirização da frota. Também está

evidenciada uma redução de 33% com a terceirização da área de expedição, foi

contratado um operador logístico para realizar este serviço na filial de São Paulo.

Para obter ganhos significativos e sucessivos com a implantação da

terceirização, é necessário segundo o G4 haver um processo contínuo de

otimização dos processos com os terceiros, na busca de melhores parceiros,

entender melhor como gerir fornecedores e como gerir o desempenho destes, estar

permanentemente questionando quais aspectos da operação são terceirizáveis, com

ganhos de custo e de nível de serviço. Segundo Martins (2001) terceirizar significa,

no âmbito empresarial, transferir para terceiros a responsabilidade por atividades,

isto é, consiste na possibilidade de contratar um terceiro para a realização de

atividades que não constituem o objeto principal da empresa. Diante desta

transferência de responsabilidades, o G3 acredita ser importante o desenvolvimento

constante dos terceiros, buscar projetos objetivando novos parceiros ou até

desenvolver um centro de distribuição no nordeste a fim de aperfeiçoar o processo

de terceirização existente na Stemac. O G1 acredita que outra forma de melhorar o

processo existente na Stemac é transformar os serviços prestados que hoje

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possuem estrutura fixa em variáveis, como por exemplo, conduzir um processo de

terceirização do setor da carpintaria e implantando novas DU’s (distribuição urbana).

De acordo com Novaes (2007) um custo variável varia em função do volume

produzido ou de outra variável operacional, no transporte pode ser através do km

rodado. O custo fixo é aquele que não varia de acordo com a produção durante o

mês, mas não implica em uma rigidez total, pois pode variar conforme o volume de

serviço produzido. Na opinião do G3 o processo atual de terceirização pode e deve

ser revisto e melhorado constantemente, através da revisão de indicadores

operacionais (pontualidade de entrega, custos e satisfação do cliente),

desenvolvimento de novos fornecedores buscando um melhor patamar de nível de

serviço para a operação.

Para garantir a operação com terceiros, é necessário acompanhar

regularmente o desempenho dos parceiros na operação. Tanto o G1 quanto o G2

afirmam que este acompanhamento é realizado através de indicadores, como

entrega no prazo, quantidade de avarias, prestação de contas, nível de serviço e

custos. O G4 afirma que são estabelecidos acordos de nível de serviço com os

terceiros, acordos formais onde eles se comprometem em determinadas

informações para a Stemac e são acompanhados através de indicadores. Já o G2

acredita que através de indicadores é possível acompanhar o desempenho dos

terceiros na operação, caso hajam desvios, estes devem ser tratados e

consequentemente atingir as metas pré-esatbelecidas em contrato.

A utilização de terceiros nas atividades de transporte pode criar vantagens e

desvantagens de acordo com Novaes (2007), por isso após a definição de terceirizar

uma atividade, a empresa deve analisar se as vantagens superam as desvantagens

e os riscos, ou seja, se a relação benefício/ custo é positiva. O G3 acredita que a

principal vantagem é a redução de custos e as desvantagens são o fato de que a

empresa pode estar vinculada a alguns parceiros e numa falta de mercado contratar

parceiros spot que não estão homologados. O G4 afirma que:

As principais vantagens estão relacionadas a custo, flexibilidade e escala, na flexibilidade a gente fala de capacidade de atendimento de demanda. As desvantagens são em não se ter uma equipe dedicada, porque uma equipe dedicada tende a ter maior potencial de atendimento da satisfação, está permanentemente no processo de negociação comercial.

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Na opinião do G2 as principais vantagens são a flexibilidade operacional, a

redução de custos, o foco no negócio e a agilidade operacional. As maiores

desvantagens são aumento da dependência de terceiros e dificuldade da

padronização da operação. Para o G3, as vantagens são a redução de custos, a

flexibilidade, a eliminação do passivo trabalhista, o aumento do leque de

fornecedores, é possível ter um mix. As desvantagens principais são em relação ao

tempo de resposta para uma mudança de planos, pois o custo está na mão do

terceiro. Outra vantagem de acordo com Vieira, Passaglia, Novaes e Valente (2008)

é aumentar a capacidade estática de transporte sem ampliar a frota, principalmente

em mercados que ocorrem oscilações da demanda, desta maneira é possível

dimensionar a frota e terceirizar se necessário.

Com a implantação da terceirização foram identificados alguns riscos de

acordo com o G3, através de análises de riscos, como por exemplo, haver uma

greve dos motoristas devido à mudança com os terceiros, foi classificado como risco

baixo, porém com gravidade alta, pois potencializa um passivo trabalhista. Segundo

Fleury, Wanke e Figueiredo (2008):

Alguns riscos são a inexistência de fornecedores adequados, fortes resistências internas às mudanças, problemas com a legislação trabalhista, mensuração inadequada dos custos de terceirização, perda de credibilidade e problemas com a imagem da empresa, no caso de uma eventual falha de qualidade do fornecedor, perda de controle sobre o processo e criação de potenciais competidores, dependência de fornecedores e incapacidade do operador em cumprir as metas combinadas e a necessidade de revisão constante do contrato são fatores que podem gerar prejuízos para a empresa contratante.

O G1 complementa que foram observados os possíveis riscos de aumentar as

avarias e ficar dependente dos parceiros. O G2 cita ainda o risco da falência do

prestador de serviço, sobrecarga da equipe de contratação devido ao aumento da

demanda, perda da capacidade de padronização de processos, perda de

flexibilidade operacional. Afirma que os riscos foram identificados num momento do

planejamento do projeto e foram definidas ações prévias para minimizar previamente

cada um deles. De acordo com o G4 houve a identificação, reflexão e definição de

como mitigar os riscos através da construção de um plano de ação. Este plano

contemplou desde o impacto para o cliente interno, como por exemplo, na força

comercial, que não poderia valer-se do discurso de 100% de frota própria na hora da

venda, quanto externo como o risco de aumentar avarias.

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A terceirização conforme comentado acima, pode ser um ferramenta

estratégica importante e agregar inúmeras vantagens à operação e para isto tornar-

se viável é necessário que haja alguns fatores determinantes para o sucesso. O G2

afirma que é preciso ter um bom planejamento, estabelecer objetivos claros, calcular

os ganhos e também ter uma equipe capaz de executar o plano. O G3 também

acredita que planejamento com objetivos bem estabelecidos e um passo a passo é

fundamental, ressalta também que se deve ter um bom conhecimento de custos

para tomar as decisões acertadas. O G1 acrescenta que outros fatores primordiais

são ter um processo desde a pesquisa dos fornecedores que prestarão o serviço,

estipular uma meta de nível de serviço almejado e estar bem amarrado em contrato,

e até um rígido acompanhamento dos indicadores para obter sucesso com a

terceirização. Na visão do G4 é necessário ter:

Conhecimento do mercado, saber identificar parceiros, ter uma equipe que possa estar permanentemente controlando a qualidade e gerindo a qualidade desse processo de terceirização, a etapa de planejamento, comunicação interna, indicadores na mão, o impacto social, transparência no processo, capacidade de negociação comercial, ter a gestão do processo na mão da Stemac.

Este ainda observa que é importante para manter êxito na terceirização evitar

ficar em cima de caminhos que aparentemente não se mostram adequados, pois o

dinamismo da operação é grande.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em função de um mercado competitivo, no qual as empresas buscam um

posicionamento estratégico baseado na liderança de custos, a área de logística tem

uma importância fundamental nas empresas. Buscando manter-se no mercado e

aumentar sua rentabilidade, a empresa de energia Stemac S/A Grupos Geradores

implantou um processo de terceirização no transporte rodoviário de cargas.

A presente pesquisa buscou identificar as vantagens, desvantagens e riscos da

terceirização do transporte rodoviário na Stemac, através da aplicação de

entrevistas com os gestores de logística da empresa estudada, coletando dados

documentais e observando a operação in loco. Comparando os dados obtidos e

triangulando com conceitos teóricos foi possível verificar que houve ganhos

competitivos com a utilização de terceiros. Os principais ganhos foram a redução de

custos e a possibilidade de ampliar ou reduzir a frota conforme oscilações da

demanda de transporte. Quanto ao nível de serviço, a terceirização impactou

positivamente. Observou-se que os clientes internos tiveram ganhos em relação a

flexibilidade/agilidade operacional e para os clientes externos identificou-se uma

manutenção do nível de serviço e uma redução dos prazos de entrega dos produtos.

A partir da análise dos dados, é possível afirmar que tanto a logística quanto o

setor de transportes são cada vez mais importantes para criar/manter vantagens

competitivas e aumentar a rentabilidade das empresas. A terceirização é utilizada

pela Stemac como ferramenta estratégica, visando à redução de custos e a

manutenção/melhoria do nível de serviço. Devido a isso, a empresa possui controles

eficazes, como por exemplo, indicadores operacionais/gerenciais, buscando um

aprofundamento em custos.

Para atingir seus objetivos, foi necessário buscar fornecedores que pudessem

garantir qualidade, que tivessem know-how da operação, capilaridade e desejo de

estabelecer uma parceria de longo prazo. Estes parceiros atingiram um desempenho

de acordo com a meta estabelecida no último trimestre, atingindo aproximadamente

85% de atingimento dos níveis de serviços estabelecidos.

A empresa adotou a estratégia de utilizar uma frota combinada, isto é, parte

frota própria e a outra parte terceira. Dessa forma, a capacidade de veículos é

ilimitada, é possível flutuar conforme o aumento da demanda. Observou-se que nas

viagens que há carga de retorno, a frota própria é mais competitiva do que a

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terceira. Por outro lado, há uma questão estratégica de marketing, pois ter veículos

próprios rodando pelo Brasil é um fator positivo, agregando valor a marca Stemac.

Após a implementação da terceirização foram identificados ganhos

competitivos como a redução de custos, consequentemente aumento da

rentabilidade, redução nos prazos de entrega melhorando o nível de serviço, a

maximização do retorno sobre os investimentos, ganho de escala, foco nas

atividades centrais dos negócios, maior flexibilidade operacional, aumento da

capacidade de carregamento e a abertura do leque de planejamento. Algumas

desvantagens foram apontadas, como aumento da dependência de terceiros,

dificuldade de padronização da operação, vínculo da imagem a terceiros. Riscos

também foram identificados, como a inexistência de fornecedores adequados,

resistência interna as mudanças e redução do nível de serviços devido o aumento

de avarias, pois o terceiro não possui o mesmo conhecimento da operação que o

próprio.

Pode se afirmar que a terceirização é uma alternativa viável, transforma custos

fixos em variáveis, desde que se tenha um bom planejamento com objetivos

determinados e claros. A Stemac buscou quebrar o paradigma custo versus nível de

serviço, pois demonstrou que através da comunicação e interação com os clientes,

uma busca de permanente equilíbrio, é possível manter o patamar de nível de

serviço, reduzir os custos e com isso gerir este trade-off de forma adequada. A

redução de custos com fretes conforme demonstrada na análise dos resultados, é

de aproximadamente 20% menor em 2012 em relação a 2011.

Portanto, é conclusivo que a terceirização é uma ferramenta estratégica

eficiente se for bem utilizada, podendo aumentar a rentabilidade das empresas,

melhorar/manter o nível de serviço, possibilitando dimensionar a operação com

veículos próprios ou terceiros de acordo com a demanda, garantindo o atendimento

ao cliente. Desta forma, a implantação da terceirização do transporte rodoviário de

carga na empresa Stemac S/A Grupos Geradores foi determinante para a garantia

da competitividade num mercado agressivo e dinâmico.

7.1 Implicações do estudo

O presente estudo foi válido para o autor, pois possibilitou uma maior

aprendizagem e aprofundamento sobre o tema abordado, trata-se de um assunto

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importante para as empresas que buscam diferenciar-se nesse mercado

extremamente competitivo e dinâmico. Para a empresa, a pesquisa mostrou que foi

adotada uma estratégia de acordo com as necessidades impostas pelo mercado, na

busca de uma maximização dos lucros e ao mesmo tempo uma elevação do nível de

serviço prestado aos clientes. A implantação da terceirização ocorreu de acordo com

os conceitos teóricos abordados, garantindo desta forma o atingimento dos

objetivos iniciais.

7.2 Limitações do estudo

Para realizar este estudo houve algumas limitações como o fato de ser

pesquisada e analisada apenas uma empresa e com o processo de terceirização em

fase de implantação, dificultando a apuração de alguns dados. Outro fator, de certa

forma limitante foi o tipo de pesquisa realizada, isto é, foi exploratória e por isso não

é possível generalizar este estudo.

7.3 Propostas para estudos futuros

Estudos futuros podem comparar diferentes empresas, ou ainda, um

levantamento quantitativo pode ser empregado para buscar elementos comuns nas

atividades de logística e transporte.

Identifica-se a possibilidade de realizar uma análise para verificar a viabilidade

de terceirizar mais atividades da empresa, como o transporte de frota leve, a área de

carpintaria, as DU’s (distribuição urbana), a área de expedição e adotar a estratégia

de frota dedicada para a operação de longa distância. Outra opção é analisar a

implantação de CD’s em regiões estratégicas para melhorar o nível de serviço e

tornar-se cada vez mais líder de mercado.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTAS

1. A logística está cada vez mais ligada a atividades possíveis de gerar uma maior competitividade e rentabilidade para as empresas, qual a visão da Stemac em relação a esta crescente realidade? 2. A empresa Stemac utiliza a terceirização como ferramenta estratégica? Se sim, qual o objetivo e se não, por quê? 3. Quais foram às avaliações realizadas/ pontos observados pela empresa para tomar a decisão de implantar a terceirização? 4. Quais foram os critérios utilizados para selecionar os terceiros “parceiros” para atuar na operação? 5. Por que somente parte da frota foi terceirizada na empresa? 6. Com a implantação da terceirização parcial da frota, quais foram os ganhos competitivos identificados? 7. Qual o impacto da terceirização em relação ao nível de serviço, tanto para clientes internos quanto clientes externos? 8. De que forma a Stemac atua em relação a um dos principais trade-offs que afetam a função transporte, isto é, custos x nível de serviço? 9. Na visão da Stemac, a terceirização é uma alternativa viável de redução de custos? De que forma é possível? 10. Na sua opinião, é possível otimizar o processo atual de terceirização? De que forma? 11. Como a Stemac acompanha a performance dos parceiros na operação? Qual a ferramenta utilizada? 12. Quais as principais vantagens e desvantagens com a utilização de terceiros nas atividades de transporte da empresa? 13. Quais são e de que forma são tratados os riscos identificados com a terceirização? 14. Na sua opinião, quais são os principais fatores determinantes para o sucesso de uma terceirização logística?

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APÊNDICE B – RESPOSTAS DO ROTEIRO DE ENTREVISTAS

Respostas do Gerente de Expedição:

1- A Stemac tem uma visão que a logística pode tornar a empresa mais competitiva

principalmente com redução de custos e melhorias de processos.

2- Sim, a Stemac utiliza a terceirização como ferramenta estratégica, com objetivo

primordial de redução de custos e melhorias de processos.

3- Foi realizado um estudo do custo atual e bem também como suas rotas, uma

pesquisa de mercado para levantar valores, e chegou-se a conclusão que se

terceirizasse algumas rotas, teria um custo mais baixo e essa foi a decisão que foi

tomada.

4- O ponto primordial foi o custo, mas também foi levantada a capacidade das

empresas em atender e também a situação financeira delas.

5- Por que algumas rotas a gente tinha o fluxo de retorno isso tornava o nosso frete

mais competitivo porque senão a gente ia terceirizar parte da frota e do retorno

também. E também por uma questão estratégica de marketing, pela questão visual,

em ter nossos veículos rodando nos principais mercados do país.

6- Redução de custos, e creio que também prazo de entrega porque os terceiros

saiam um dia antes.

7- Não se percebeu maiores relações no nível de serviço, acho que o ponto que

aumentou foi à questão de avarias, teve um impacto grande em relação aos clientes

externos.

8- A gente procura manter o patamar de nível de serviços e reduzindo custos, mas

ao mesmo tempo quebrar o paradigma que custo está relacionado ao nível de

serviço e buscando sempre aprimorar o nível de serviço reduzindo o custo.

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9- Sim, é viável tirando toda uma parte de custo fixo que tu tem e já vai aproveitar a

estrutura de um operador ou de uma transportadora compartilhando as operações

com outros clientes dela e dessa forma tu vai ter uma redução de custo.

10- Atualmente a gente está começando a conduzir um processo de terceirização do

setor da carpintaria visando redução de custo e atender a demanda sem estar

vinculado a aumentar quadro e em estudo posterior é com implantação de novas

DU’s e ai com parceiros terceirizados em vez de operadores próprios e isso que a

gente tem em mente.

11- O acompanhamento é feito através de indicadores onde é feita uma avaliação

desses operadores para ver se eles atingiram determinados indicadores ou não, isso

vai gerando uma pontuação. Desta forma a gente vai avaliando ele, desde a

pontualidade de entrega ao horário de apresentar o veículo aqui, condições do

veículo e isso vai gerando alguns critérios de avaliação desse operador.

12- A principal vantagem é a redução de custos e desvantagens é que a empresa

pode estar vinculada a alguns parceiros e numa falta de mercado a gente tem que ir

atrás de outros parceiros spot que não estão homologados pela empresa.

13- Os riscos identificados na terceirização, um deles era o risco de avaria, que está

sendo feito o trabalho, conduzindo com plano de ação para melhorar os indicadores

que envolvem treinamento dos motoristas das empresas terceirizadas e outro ponto

era ficar totalmente vinculado na mão das transportadoras e de faltar veículos e até

por esse motivo uma parte da frota se manteve.

14- Os principais fatores determinantes para um sucesso numa terceirização acho

que é o processo desde a pesquisa dos fornecedores que vão trabalhar, ter uma

prospecção bem clara do que eles vão fazer, um nível de serviço claro, quais

atividades cada um deles vai fazer, estar bem amarrado em contrato, para evitar

posteriores discussões, como a isso não estava previsto, ah eu não previa que tinha

que descarregar e agora tem que descarregar, então acho que tudo parte desde o

começo, desde o contrato, isso vai dizer se vai ser bem feito ou não e claro um

acompanhamento dos indicadores definidos em contrato.

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Respostas do Gerente de Logística:

1- Em 2012 fizemos projetos na área de logística que geraram economias de R$ 10

milhões, isso representa um aumento de 30% da rentabilidade da empresa. Nós

fizemos uma reestruturação, uma terceirização do transporte de peças fracionadas,

na operação de DSP, e isso possibilitou um crescimento das vendas dessa unidade

de negócios, 2012 em relação a 2011 o faturamento dessa unidade de negócios era

de R$ 2 milhões ano e em 2012 vai fechar o faturamento em R$ 10 milhões. Sem

essa mudança na terceirização no modal rodoviário seria impossível o atingimento

dessa receita.

2- Sim, utiliza a terceirização como ferramenta estratégica com objetivo de redução

de custos, melhorias do nível de serviço e redução e prazos de atendimento aos

clientes finais.

3- Os pontos observados pela empresa para tomar a decisão da implantação da

terceirização foram ganho de agilidade operacional, redução de prazo e

consequentemente melhora no nível de serviço, redução de custos, adequação

fiscal, redução do retorno de frete vazio, km vazio, com impacto na redução de

custos, análise da dependência de terceiros, optando pela permanência da frota

própria na região sul, e no estado de SP que representa 50% do volume de

expedição de GMG, redução nos prazos no cliente modal suprimentos para o cliente

suprimentos e agilidade operacional para o cliente suprimentos.

4- Os critérios utilizados para selecionar os terceiros foram: situação financeira,

capacidade de investimento, know-how da operação, capilaridade, nível de serviço

no mercado, prelos, prazo de atendimento e o desejo de estabelecer uma parceria

de longo prazo através de um contrato.

5- Aqui nesse ponto estamos falando da distribuição dos grupos, estamos falando

operação que nós chamamos de longa distância, nós terceirizamos as regiões do

nordeste, norte e centro-oeste, optamos por ficar com as regiões Sul e SP, por se

tratarem de regiões que representam 50% do volume, então no nosso entendimento

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nós reduziríamos a dependência dos terceiros até atingir um a grau de maturidade

na formação de parceria com os terceiros e por se tratar de uma área de atuação

que nós temos carga de retorno, onde podemos retornar com insumos e nós

reduziríamos então nosso km vazio, nosso km de retorno, reduzir dessa forma o

custo de frete, o custo logístico para a empresa.

6- Os ganhos identificados em relação a terceirização da frota foram: garantia do

atendimento do volume expedido, garantia do abastecimento da fábrica,

conseguimos também comparar os preços da frota própria com os preços ofertados

pelo mercado, então a gente tem esse comparativo também, e isso é um fator

positivo, e nós temos também a flexibilidade de numa eventual necessidade atender

um serviço Premium ou uma necessidade de jogar um caminhão para uma região

que no escopo inicial não é uma área de atendimento nossa.

7- Com relação aos clientes internos eu identifico como ganho a redução dos prazos

de entrega das mercadorias, houve um ganho em relação a melhoria das

informações, também como outro ganho tiveram impactos positivos com relação ao

nível de serviço com a terceirização. Em relação aos empregados, os empregados

que foram desligados no momento da terceirização teve um efeito negativo, com

relação a equipe de apoio, a equipe de gestão , de supervisão, a equipe de

analistas, ocorreu um ganho em relação a flexibilidade operacional, para os clientes

internos acredito que houve um ganho na melhoria das informações e agilidade

operacional da área de logística e para os acionista houve um ganho ao aumento da

rentabilidade, aumento da entrada de dinheiro no caixa da empresa, em virtude da

venda da frota, esse foram os principais ganhos.

8- O primeiro momento da terceirização foi em busca da redução de custos, sem

perder o nível de serviço, esse foi o objetivo inicial do processo de terceirização.

Hoje decorridos 6 meses do processo de terceirização, a gente observa que já tem

um ganho, não ocorreu a queda no nível de serviço, se confirmam os ganhos com

redução de custos, despesas, e a gente já vem colhendo ganhos na melhoria do

nível de serviço.

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9- Sim, a terceirização é uma alternativa viável de redução de custo, ela é viável

através do redesenho de processos, tu adequando e reduzindo as despesas fixas e

atuando com o terceiros de forma a atender os volumes variáveis, foi onde a gente

conseguiu ter os benefícios da terceirização e principalmente utilizando as empresas

especializadas aonde ela realmente tem um know-how que nós não temos, o nosso

negócio é a produção de grupos geradores.

10- Na minha opinião é possível otimizar o processo de terceirização, ainda estamos

num processo de consolidação da primeira onda, mas a gente tem oportunidades de

desenvolver novos projetos de movimentos de parceiros ou de um centro de

distribuição no nordeste, na região norte, nós temos alternativas de terceirizar a frota

que denominamos de distribuição urbana, em SP e no RJ, então eu vejo essas

opções como alternativas e possibilidades.

11- A Stemac está implantando KPI’s para o acompanhamento do desempenho dos

terceiros na operação, essa é uma metodologia que está iniciando na operação no

meu entendimento, ela visa através de reuniões periódicas acompanhar a

performance dos operadores logísticos, as transportadoras, os parceiros e tratar os

desvios através de metodologia e de soluções de problemas e atingir as metas pré-

esatbelecidas em reuniões ou em contratos.

12- As principais vantagens são flexibilidade operacional, redução de custos, foco no

negócio, e agilidade operacional. As maiores desvantagens são aumento da

dependência de terceiros e dificuldade da padronização das operações.

13- Os riscos do projeto foram identificados previamente, vou citar alguns deles aqui,

falência do prestador de serviço, não ter recurso disponível, efetuar pagamentos

erroneamente, sobrecarga da equipe de contratação devido ao aumento da

demanda, perda da capacidade de padronização de processos, prejuízo contábil

decorrente da venda de ativos, prejuízo de aprendizagem decorrente da curva do

processo de contratação de empresas logísticas, aumento do passivo trabalhista em

2014, movimento sindical e greve, perda de flexibilidade operacional, então os riscos

foram identificados num momento do planejamento do projeto e foram definidas

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ações prévias para minimizar previamente cada um deles caso surgissem. Também

foram estimadas a probabilidade e o impacto deles.

14- Na minha opinião os principais fatores determinantes para o sucesso na logística

foram um bom planejamento, onde foram estabelecidos objetivos claros, foram

calculados os ganhos e também um outro fator determinante foi uma equipe capaz

de executar o planejamento, então esses foram os 3 fatores, o planejamento, a

descrição de objetivos e uma equipe capaz de executar o plano.

Adicional: Perguntar se algum dos gestores voltaria ao processo anterior, fala que:

“na minha opinião valeu a pena, eu não voltaria tanto o que aconteceu no processo

de suprimentos, e pelo que eu converso com os clientes internos, por exemplo

suprimentos não voltaria atrás, DSP não voltaria atrás, cliente acionista na parte do

transporte de GMG’s que é o foco aqui no teu trabalho teve o ganho de 7 milhões

mais os 2 milhões no retorno do frete que deixou de contratar, não voltaria atrás o

acionista, né? A gente teve um ganho sem perder o nível de serviço, então eu não

voltaria, pois a gente conseguiu reduzir custo e não perder serviço. Até a nossa

parte administrativa ficou mais livre, ficou mais fácil de gerenciar, antes a gente

gerenciava vários motoristas agora temos 3 pontos de contato.”

Respostas do Gerente de Transporte:

1- A visão da Stemac é a oportunidade de aumentar a rentabilidade, porque como a

empresa vem a 60 anos no modelo próprio, até então nunca tinha sido feito um

comparativo, na realidade a empresa acreditava que a estrutura própria para

logística no caso transportes era um bom perfil. Tem um pouco de não conhecer o

modelo de terceiros, mas para a Stemac a questão de competitividade a Stemac

inclusive vende que ter uma frota própria é algo bom pra vender, na hora da venda é

um argumento de venda, mas quando foi mostrada a conta da possibilidade de

rentabilidade acho que foi o que mais chamou a atenção da Stemac, até porque o

projeto esse ano previa reduzir custos e gerar manutenção do nível de serviço,

então o foco 2012 foi esse. Exemplo, caso venha o foco para os próximos anos

melhorar o nível de serviço, nós podemos seguir para outro tipo de terceirização,

exemplo a gente chamar a Júlio Simões que tem uma tarifa muito mais alta e ter

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uma operação padrão, mais um exemplo bem legal que eu acho assim os

caminhões de lixo da JSL, é uma operação cara mas tu vê que é padrão. Pensei na

competitividade de vender grupo gerador e um argumento de venda é ter próprio,

para Stemac o foco agora foi custos mas se tiver um projeto que temos que

melhorar e ter uma logística nota 1000, o Rafael chama de Premium, ai poderíamos

ter uma tarifa de R$ 3,50 e o cara botar um caminhão zero, motorista exclusivo e

fazer gabarito, mas o compromisso não foi esse.

2- Pelo que se tem observado está começando a ser uma ferramenta estratégica,

acho que a empresa ainda está na fase de adaptação, tem alguns movimentos como

terceirizar a limpeza, existe dúvida de terceirizar a portaria, tem muitos cargos que

as grandes empresas que já estão acostumadas com isso é normal, na Stemac

ainda tem uma mescla muitas coisas que para quem já viveu a terceirização ser

normal.

3- No projeto da terceirização teve as etapas e uma delas análise de riscos, que a

gente elencou tudo que é tipo de risco que poderia ocorrer, desde a empresa

terceira falir, a empresa terceira ter passivo trabalhista e passar para a Stemac, a

imagem da Stemac ser vinculada a uma outra empresa que não tem nome, a

questão do custo apareceu ai, foi levado em conta, mas a questão do nível de

serviço foi feita uma análise das empresas que estavam transportando e mais uma

análise de pesquisa mesmo, pegou um ranking de empresas, avaliação, e aí surgiu

esses nomes, e ai foi mais discutido os riscos e as possibilidade foi na hora da

análise de riscos, a gente elencou vários, riscos de pessoas, que foi desde a hora

que a gente ia dar a notícia de terceirizar a frota , medo de perder pessoas que foi

alinhado ai, pois o pessoal podia chegar e começar a pedir as contas porque iria ser

demitido, tinha aquela visão, até ver o risco financeiro e foi feito uma análise pela

área financeira, cada empresa CNPJ e seu peso e o jurídico também fez análises,

riscos de Rh e uma análise padrão de nível de serviço de carregamento, risco fiscal

de ter filial em Itumbiara ou não, isso que foi feito para transportes.

4- Tem um pouco do que foi falado na 3, mas o tamanho da empresa, tinham duas

frentes bem claras, a tarifa mais barata e a tarifa mais cara, daí foi avaliada a

estrutura da empresa, o tamanho, em um dos comparativos foi colocado qual o

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faturamento anual da empresa, por exemplo tinha o Zanetti de 290 milhões e tinha

uma JSL com tanto bilhões, então foi feita uma análise do tamanho da empresa,

nível de serviço, ranking de tamanho, ranking de nível de qualidade,num site, não

lembro qual apareceu lá os caras, a JSL, e tarifa e depois capacidade de

carregamento, basicamente isso , mas a grande discussão acabou sendo tarifa.

5- Basicamente 2 motivos, primeiro porque a empresa tem 60 anos, e fazer uma

mudança desse patamar de uma vez só seria muito traumático, é um ponto,

segundo ponto foi dividir em etapas mesmo , porque fazer de uma vês só teria um

risco muito grande, pois na análise de riscos, iria ficar sem caminhão para carregar,

então não poderia ser feito e ficar na mão de terceiros,e no item que seria terceiro e

quarto seria a questão, foi avaliado qual seria o ganho de terceirizar partes da

logística, e na hora de fazer o pareto os maiores foi feito, então daquele previsto de

6 ou 7 milhões ano foi do pareto total o restante da frota se a gente fizer vai ter um

ganho mas muito menor, por exemplo terceirizando metade das entregas ganha 6

milhões e terceirizar a outra metade vai se ganhar por exemplo mais 2 ou 3, então a

maior parte foi feito nessa etapa. Tem haver com a questão de risco, diluir risco, o

teu frota próprio não deixa de ser um conforto, uma comodidade o nível de serviço,

se um terceiro não nos atende a gente bota um caminhão próprio. Não é só custo,

se fosse só custo partiria para o 100%.

6- O ganho competitivo foi a capacidade de carregamento e a questão da escassez,

quando a gente tem uma frota própria a gente tem uma escassez, tem lá 3 trucks, 5

cavalos e 5 carretas modelo tal, quando a gente vai para o mercado tem todas as

possibilidades, então abriu o leque de planejamento. Os recursos passam a ser não

ilimitados, mas próximos a ilimitados, basta correr ao mercado, então quando tinha

frota própria a gente era amarrado ao que tinha, o feijão e arroz, quando se está no

mercado tem lá lasanha, tem pizza, tem strogonoff tem tudo né, ah eu só tenho uma

prancha que nem nosso cenário, no mercado nós podemos ter 50 pranchas...

depende o do preço que a gente quer pagar, então essa acho que é a principal

vantagem competitiva, a gente pode ter vários níveis de serviço, pode ir daqui a SP

em 1 dia ou 4 dias depende do preço que a gente vai pagar, então acho que essa é

a flexibilidade da operação, é uma vantagem muito grande.

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7- No projeto uma das análise que foi feita foi a questão de como o cliente final ia

perceber isso, porque também tinha um a cultura de o caminhão Stemac chegava na

frente do cliente, e foi feito um estudo, uma análise e identificou que a minoria das

vezes acontecia isso, então o impacto do cliente a gente imagina que não teve,

porque o caminhão que chega lá a marca Stemac tá no grupo gerador, a gente com

certeza perdeu um percentual, 35% das entregas que chegavam lá agora chega um

terceiro, claro que a gente busca ter um terceiro padrão, e aí tem umas premissas lá,

um Scapini vê um caminhão bem alinhado, a própria Ritmo que tem 3 logomarcas,

ou ALL, ou Ouro Verde então tem lá uma marca, então assim empresas não tão

fundo de quintal, pro cliente final de modo geral o que importa seria o grupo, e os

clientes internos a gente, tava previsto lá a resistência a mudança, todo problema

logístico agora vem diminuindo, mas a tendência era a cada problema ah porque

terceirizaram! Ah a entrega tá atrasada, porque terceirizaram! Vinculavam a

terceirização, era isso que a gente tinha, tudo que era problema ser vinculado a isso,

e assim por cima não tem nada a ver...mas é basicamente isso cliente interno foi

uma resistência natural e o cliente final pouco impacto, porque muito a parte o

munck chega então metade já era munck terceiro, sempre foi um terceirão!

8- A gente está na fase de alinhamento desse trade off, ainda dentro da Stemac tem

que ficar claro que é o exemplo que eu comentei, pensando em tarifa, bem realista,

no transporte a gente pode ter uma tarifa de R$1,80 reais pó km, que é o cara

agregadão direto, podíamos tomar a decisão de montar uma estrutura agregados e

contratar um monte de cara direto e pagar R$1,80 e economizar mais X milhões, e

podemos usar o exemplo da JSL a R$3,50, então essa discussão foi bem exaurida

aqui dentro no dia-a-dia, entre Felipe, Rafael e Ânderson...o Rafael tendia a R$ 3,50

e o Ânderson a R$ 1,50 e várias vezes eu puxava para um meio termo, que é aonde

nós vamos pontuar, então isso é legal, porque realmente prova que tem que mira, a

empresa tem que mirar, ou pro lado do R$1,80, ou no meio ou no lado do R$ 3,50.

Todos modelos são bons depende do que se quer,essa é a grande sacada, só que é

exaustivo isso, porque teve discussão feia aqui, tudo várias as vezes, envolvendo

compras até que no fim chegou num meio termo vamos mirar no meio, porque a

gente viu que não ia sair do lugar, a gente estava num ponto que o Rafael queria

fechar contrato Premium e o Ânderson queria fechar o contrato agregados e a gente

já tava pensando em montar uma estrutura de agregados, mas não podemos viver

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nem de um nem de outro, isso é bem exaurido. Dentro da empresa ainda tem muito

que evoluir essa visão de que existe isso, que existe o padrão, o cara que usa

chinelo de dedo e existe o cara TOP, isso parece que não claro entre nossos

clientes, tem um preço a pagar. Tem muita cultura exemplo vistorias em SP, existe a

cultura que a logística própria não custa nada, e que o terceiro custa, isso é claro

mas incrustado em milhares de pessoas na empresa, isso é o crítico assim quando

se fala de logística. Não tá claro ainda para todos que tudo tem um custo se é o

próprio ou terceiro e que tem um monte de empresa trabalhando ai, que só atende

com cara TOP, exemplo a operação da WHITE MARTINS, ela paga caro, mas ela

não pode colocar o Zanetti a fazer né.

9- É possível sim, é viável, fazendo as premissas no caso da Stemac foi identificado

que o frota própria é muito improdutiva, porque como não é uma transportadora, tem

um custo de descarregado que para rodar vazio, é viável para Stemac totalmente,

mas não é o foco da Stemac ser transportadora, então o terceiro não carrega essa

ociosidade, e resolve essa ociosidade porque ele vive disso, a Stemac é viável

100%.

10- Sim, nós temos que sempre ter oportunidade de medir tarifa, sempre rever

indicadores operacionais, apertar cada vez mais, tem possibilidade de desenvolver o

fornecedor, isso é um negócio que temos que aprender, ele entra de um jeito e pode

melhorar, a gente não precisa admitir que ele sempre vai ser assim, ou que ele é

ruim ou bom, ele pode melhorar,renegociar tarifa sempre, alinhar nível de serviço e

sempre estar revendo novas alternativas, acho que esse banco não pode ser fixo,

não deve ser amarrado a transportadora, pois no mercado tem muita transportadora

que todo dia ta mandando proposta, não tem um dia que uma não ofereça, algumas

fretes fracionados outras fechado mas tem muita transportadora, sempre tem

possibilidade.

11- O desempenho dos transportadores, como funciona, na época que agente

começou a fazer cotação foi escrito um documento que aas necessidade de

transporte tivesse a contratação, daí foi escrito tudo que nós queríamos de um

transportador, todos deram opinião e escreveram o que nós entendemos que é um

operador bom e lá foi definido alguns indicadores, na hora de receber a proposta já

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ta subentendido que eles atendem aquilo ou não, então cada proposta foi montada

com aquilo, então exemplo o cara que cobra R$ 2,00 ele atende uma parte daquela

expectativa mas o que cobra R$ 3, 00 atende mais, pra estar neste tem que estar

claro, mas o que hoje é os KPI’s que foi pego o exemplo da WHITE MARTINS, julho

fechamos o primeiro fechamento, atingimos só 5% documento que foi escrito, claro

que as metas foram totalmente apertadas, e agora vamos apostar na questão de

desenvolver o fornecedor se hoje tá 5 vamos buscar 50, 55 e vamos evoluindo,

Claro que talvez tenhamos que reavaliar que a gente tenha pisado muito o pé,

porque dizer que o nosso transportador atende 5% do que a gente espera pode

levar a gente a pensar o seguinte, por que a gente carrega ele então?

12- Vantagens do terceiro: é o custo, a flexibilidade, o passivo trabalhista fica com

ele, faz a gestão do motorista. As desvantagens: tempo de resposta para uma

mudança de planos, a gente fica um pouco mais lento quando é um próprio pode

orientar, ter uma correção rápida, vantagens de um próprio também é o custo que tá

na nossa mão, a gente tem que gerir esse custo, o terceiro tem a vantagem de

recorre ao mercado mais fácil, ele pode trabalhar com agregado, pode fazer um mix,

isso é outra coisa que eu não comentei antes, mas o mix do transportador ajuda na

tarifa, então exemplo, tem transportador que pode 100% próprio e ele vai tá um

preço mais caro, se ele começa com parte agregado e uma parte terceiro ele fica

mais barato, porque quando ele contrata o terceiro ele contrata a R$ 1,80.

13- Foi feita uma análise de riscos e para cada risco foi feita uma classificação, o

método usado foi o do PM BOOK, o book de gerenciamento de projetos, lá diz para

classificar o risco e verifica a possibilidade de ocorrer e a gravidade, tem um risco

médio e pouco grave, risco baixo com gravidade alta, e para cada um foi feita uma

proposição de ação, exemplos, risco greve de motoristas ao saber que quer

terceirizar, o risco é baixo mas a gravidade é alta, o que nós vamos fazer, alinhar

bem o discurso com todos e avaliar se vamos dar um salário extra para os

motoristas na hora da transição, por exemplo risco do passivo trabalhista é um risco

médio e gravidade alta, então alinhar no contrato que todo o passivo trabalhista seja

responsabilidade do terceiro, e para cada item foi tratado assim.

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14- É o planejamento, nesta etapa deve seguir um método e, tem vários, seguir o

passo a passo e ter paciência, a tendência é querer fazer, se fizer pode ser que de

certo, mas não pega todas oportunidades , o principal é fazer com tempo e passo a

passo, exemplo daqui foi pensado meses antes, levou 3, 4 meses alinhando só o

que fazer e só começar a fazer depois de um monte de coisas discutidas, para não

ter dúvida, acho que a terceirização do transporte na Stemac foi nessa linha, fazer o

passo a passo, a etapa da análise de riscos por exemplo, de um modo geral parece

um saco fazer isso, mas ai pensa um monte de coisa que não pensou, se der greve

o que eu faço, pode acontecer ou não pode, vandalizar podia acontecer do motorista

estar na estrada que era o boato que ele sabia, podia começar a quebra e o que

iríamos fazer, risco do administrativo pedir as contas porque vai pensar que vai ser

demitido no dia seguinte escrevemos lá, é um monte de coisa que pode acontecer,

acho que é planejamento, o negócio que é forte aqui é a análise de custos, um base

zero bem feito, porque se errar na conta ferra com tudo, se não tiver um OBZ bem

alinhado , acho que tem que ter conhecimento além de utilizar a metodologia tem

que ter conhecimento de método de custos também, seria o base zero. Tem que

saber o que é o base zero, como faz, como monta, saber mesmo e fazer, se errar na

conta faz o projeto e erra, ai ferrou, imagina chegar no fim do ano e dizer que não

deu.

Adicional: o ponto crítico na Stemac é, temos que pensar, esse negócio não é tão

novo, já estamos em 2012 e na Stemac é muito novo, a terceirização não soa bem

nas empresas familiares, tem o impacto do lado de pessoas, mas parece meio

antigo da época das máquinas, mas aqui a gente vive isso. Não posso terceirizar

que vou perder gente,

Respostas do Gerente Geral de Logística:

1- A Stemac sempre considerou a logística um elo da cadeia de entrega até o

cliente, tanto que sempre usou a logística como um diferencial competitivo frente a

seus concorrentes na entrega eficaz do produto ao cliente, o comprador do nosso

produto não está acostumado a fazer o tipo de logística que é necessário para um

grupo, então para ele é mais conveniente comprar o grupo gerador e comprar a

logística do fornecedor que é a Stemac no caso, habituada a fazer esse tipo de

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logística. Gerenciar a logística com bastante eficiência e eficácia é um diferencial

competitivo e ao mesmo tempo a gente tem que entender que os custos logísticos

são custos muito relevantes dentro do processo de venda do produto, então com

foco na rentabilidade a gente tá buscando alternativas na terceirização que a

princípio poderiam ser enxergadas como atividades que minimizam nosso diferencial

competitivo, pois nós sempre usamos a nossa logística própria como um diferencial

na medida em que a gente gerenciava todos os aspectos para esse fornecimento de

serviço mas ao mesmo tempo que a gente buscou uma maior rentabilidade a gente

tirou proveito do fato que o mercado hoje nos oferece muitas soluções adequadas

de terceirização. Então a visão é essa, continuar usando o discurso e usando a

nossa competência em gestão logística como um diferencial competitivo frente aos

nossos concorrentes, mas com o olho na rentabilidade, então é um olho no gato e

um no peixe!

2- Sim, utiliza como ferramenta estratégica para alcançar seus objetivos estratégicos

de rentabilidade de custo e também refletindo sobre quais são os processos “cór” da

empresa e quais são os processo onde a gente tem que ter um domínio da

inteligência daquele processo e quais são os processos onde a gente pode contar

com o parceiro. No caso da logística, nós optamos por manter conosco processos

de planejamento e controle da operação que são estrategicamente os processos

que garantem a qualidade final da nossa prestação de serviço, então essa foi a

nossa reflexão estratégica, contar com o terceiro no processo mais operacional

aonde ele tem uma competência as vezes até maior que nós, claramente um custo

menor que o nosso e agente manter conosco os processos que garantem a

qualidade final dos serviços prestados.

3- Essa reflexão estratégica de quais foram, ou quais são as partes do processo que

são passíveis de terceirização, esse foi um ponto, outra questão foi olhar para o

mercado e buscar fornecedores que pudessem nos garantir qualidade que tivessem

outros clientes como referência, conhecessem nosso tipo de produto, que tivesse

uma abrangência nacional, que tivessem capacidade de flutuar conforme o nosso

aumento de demanda, que eles pudessem responder ao nosso aumento de

demanda, então forma esses aspectos e muito a questão custo, a gente estava

fortemente focado em busca de redução de custos também.

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4- Acho que é isso que já falei, tipo e porte da empresa, inclusive nós acabamos

optando por ter empresas que tivessem sede localizada regionalmente e

percebemos que isso é importante para garantir a operação.

5- Acho que ai não existe nenhum dogma, nenhuma regra definitiva ta, o que nós

entendemos é que o tamanho da mudança de terceirizar toda a frota, o que seria

uma possibilidade, mas seria talvez um choque muito grande para cultura da

empresa, nós conseguimos um modelo aonde se justificava do ponto de vista de

custos manter parte da frota como própria nos trechos aonde a gente conseguia

garantir retorno cheio dos veículos para a base, isso com suprimentos, mas isso não

é um dogma, a gente está permanentemente questionando esse modelo buscando

soluções de custo competitivo para a empresa, quer dizer na medida que a gente

fala que para o nordeste o modelo de frota terceira é eficaz e entrega produtos com

qualidade não há razão para dizer que para o cliente do sudeste esse modelo não

seria válido, os clientes de todos os lugares são clientes com a mesma relevância,

por enquanto o modelo é para sul e sudeste onde existe carga de retorno ainda se

justifica frota própria, mas isso não é uma regra definitiva.

6- Os ganhos foram principalmente custo e em alguns casos velocidade de entrega,

ganhamos a flexibilidade de estar buscando recursos conforme a demanda se altera,

isso é um ganho relevante, aumentou a demanda pontualmente contrata-se mais,

reduziu contrata-se menos e isso tem é claro um impacto em custos mas também

um impacto na nossa capacidade de atendimento.

7- Existem um impacto, toda mudança traz uma desestabilização do processo, então

o que nós percebemos é o impacto positivo ta relacionado a atender a demanda,

aumentou a demanda a gente consegue reagir mais rápido, isso é positivo, com

relação ao impacto negativo que estamos tendo diria que está relacionado a questão

de avarias, que de fato teve um aumento nessa transição, a gente está trabalhando

com fornecedores que estão levando um tempo para conhecer nosso produto, o

próprio fato de trabalhar com terceiros não garante um público de motoristas que

seja permanente na nossa operação, e não é uma operação dedicada, então tem

uma rotatividade de motoristas o que não favorece a redução de avarias, isso não é

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uma situação fora de controle, longe disso, mas nós percebemos um aumento real

que é uma questão que impacta no nível de serviço para o nosso cliente.

8- Isso é uma busca permanente de equilíbrio, os clientes internos sempre querem o

produto amanhã no cliente e nós temos que trabalhar puxando e lutando contra isso,

acho que tem uma conscientização hoje já bem grande na Stemac de que o nosso

meio de transporte tem que ser rodoviário, precisa ocupar o veículo de melhor

maneira possível não vale ter como regra transportes expressos, nós já

conseguimos mostrar o tamanho do buraco que isso faz no orçamento, então tudo

passa por acerto de expectativas, não adianta a gente achar que uma venda em

Manaus vai se fazer em menos de 30 dias por exemplo, por mais que isso pareça

inadequado para o mercado, então é lutar permanentemente com esse alinhamento

de expectativas, acho que a nossa tabela prazos logísticos é um ponto fundamental

nessa questão, mas acho que comunicação e interação com os clientes é a base

dessa gestão de trade-off.

9- É buscando os serviços aonde o terceiro é mais performante que nós, isso

basicamente se consegue através da utilização do ganho de escala, então quando

você vai para a terceirização, por exemplo, a Júlio Simões, a gente usa a escala,

pois a JSL tem um enorme depósito com uma equipe já definida para trabalhar com

todo o depósito e a gente utiliza essa mesma equipe e não é uma equipe dedicada,

e o que a gente ganhou? Buscamos ganho de escala de um fornecedor grande que

trabalha com muitos clientes, da mesma forma quando vamos trabalhar com

terceirização de transportes a gente usa a escala de quem não trabalha dedicado a

uma operação, é uma transportadora que está trabalhando com a escala nacional de

mercado ela ganha nas operações que ela realiza para outros clientes e não com a

lógica dedicada. Então eu acho que sempre é buscar o ganho de custos naquelas

operações aonde existe possibilidade de ganho de escala, eu acredito menos na

terceirização de uma operação dedicada, como por exemplo pegar a operação do

CD da CONDOR que é claramente dedicada, e substituir profissionais próprios por

terceiros, daí é quase trocar seis por meia dúzia, a não ser que o terceiro seja muito

mais performante ou muito mais competente naquela execução da atividade ou até

é uma possibilidade mas eu acredito menos nisso, acredito mais na terceirização

onde tem ganhos de escala possíveis.

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10- Acho que sim, é possível a gente precisa selecionar melhor parceiros de

terceirização, nós apanhamos ainda bastante com a estabilização da nossa rede de

parceiros, acho que a gente tem que entender melhor como gerir fornecedores e

como gerir a performance desses fornecedores de forma a deixar claro o

comprometimento do fornecedor com os itens de performance que são

fundamentais para a Stemac, e a questão de estar no processo de terceirização

estar permanentemente se questionando quais aspectos da nossa operação são

terceirizáveis, com ganhos de custo, ganho de nível de serviço, acho que esse seria

um caminho de melhoria do processo de terceirização. Nosso processo de

terceirização nos surpreendeu na questão de avarias, o que a gente poderia ter feito

para minimizar esse impacto da terceirização, eventualmente ter trabalhado com

capacitação, treinamento, divulgação melhor para os terceiros, talvez a gente tenha

subestimado a complexidade dessa transição.

11- Nós começamos a acompanhar o desempenho de uma forma estruturada mais

recentemente, foram estabelecidos acordos de nível de serviço com os terceiros,

acordos formais onde eles se comprometem com prazos de entrega, itens de

avarias, com a documentação necessária, se comprometem em enviar determinadas

informações para a Stemac e esses acordos de nível de serviço são acompanhados

através de indicadores e existe uma definição de ônus e bônus, se ficar abaixo das

metas estabelecidas pagam um ônus e ultrapassando metas estabelecidas o

prestador de serviço concorre a um bônus por performance.

12- As principais vantagens estão relacionadas a custo, flexibilidade e escala, na

flexibilidade a gente fala de capacidade de atendimento de demanda, acho que são

as mais importantes. As desvantagens são em não se ter uma equipe dedicada,

porque uma equipe dedicada tende a ser uma equipe com maior potencial de

atendimento da satisfação, em gerar satisfação no cliente, porque conhece a

empresa, o produto, conhece o cliente, os pontos de entrega, acaba que a gente tem

um domínio maior sobre essa força de trabalho. Nós de certa forma também nós

estamos permanentemente num processo de negociação e as vezes isso gera

tensões para operação que a gente não sentia no modelo anterior de frota própria,

pois ela é mais estável nesse ponto de vista, no terceiro a gente está

permanentemente no processo de negociação comercial no qual as vezes nós não

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estamos plenamente preparados, não sei se é uma desvantagem ou se é um

desafio, gerir este processo comercial.

13- Nós fizemos um trabalho de identificação de riscos e foi um trabalho de reflexão

sobre os riscos e definição de forma de mitigar esse risco, foi a construção no

momento de planejamento da terceirização, foi construção de um plano de ação

para reduzir os riscos, desde o impacto para o cliente interno de se sentir pior

atendido porque não era um veículo Stemac que iria estar chegando no cliente, com

impacto na força comercial, por também não poder usar esse discurso na hora da

venda, risco de aumentar avarias e ai o que vamos fazer, talvez tenhamos

subestimado esse risco, risco de que os parceiros pudessem fazer um trabalho

conjunto visando aumentar preços, então qual a força que os fornecedores teriam de

acertar preços conosco, teve um conjunto grande de riscos, uma coisa que foi muito

discutida foi a possibilidade de contratar diretamente terceiros e não empresas,

terceiros autônomos, e essa foi uma das questões que a gente refletiu que não

faríamos por conta do risco de exatamente não ter o controle sobre esse

profissional, essa foi uma das ações que a gente tomou nas ações de riscos.

14- Conhecimento do mercado, é importante saber identificar parceiros que possam

atender as nossas demandas, outro ponto é ter uma equipe que possa estar

permanentemente controlando a qualidade e gerindo a qualidade desse processo de

terceirização, não da para jogar a responsabilidade integral na mão do terceiro e se

sentir sem gestão sobre o que esse terceiro está entregando, então a gestão do

terceiro precisa estar na mão da Stemac, a gente está terceirizando não o resultado

mas terceirizando a operação desse resultado e não o resultado em si, importante

ter isso em mente. Toda a etapa de planejamento exaustivo dessa terceirização é

um ponto relevante, outro fator crítico de sucesso é comunicação interna, é obter a

validação dos níveis diretivos da empresa para essa ideia, é muito fácil se

bombardear uma ideia de terceirização, caso isso não tenha sido muito discutido e

muito validado com os níveis estratégicos da organização, a gente está

permanentemente sendo cobrado, o modelo de terceirização é sempre questionado,

por isso temos que ter indicadores na mão que mostrem..., precisamos comunicar

permanentemente para a empresa quais foram os ganhos efetivamente obtidos,

quais são os próximos passos para reverter determinadas desvantagens ou perdas,

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estar em permanente comunicação com os clientes internos, outro fator crítico para

nós também foi lidar com o impacto social que a terceirização trouxe, acho que

fizemos bem isso desde contato com o sindicato, alinhamento com o RH, ter feito o

processo num prazo curto, ter juntado os profissionais que ficaram e ter sido

bastante transparente com eles no projeto, nos nosso motivos e nos próximos

passos, então acho que é transparência no processo é a busca do fornecedor e do

parceiro correto, capacidade de negociação comercial adequada e principalmente

gestão do processo na mão da Stemac e não do terceiro, objetivos claros de nível

de serviço para o terceiro ajuda o processo, enfim é um conjunto de coisas.

Adicional: fazer a venda para dentro da empresa adequadamente, ir a mercado

buscando parceiros competentes e adequados, investimos bastante no processo de

concorrência definido um documento bastante amplo com todos os aspectos

relacionados ao nosso produto, a nossa logística, a nossa entrega, aos volumes,

dar bastante informação para que o fornecedor faça uma proposta adequada. Acho

que é importante não ficar em cima de caminhos que aparentemente não se

mostram adequados, então o dinamismo da operação é muito grande.

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APÊNDICE C – TABELA DE CONCEITOS

Questão Conceito 1 Conceito 2 Conceito 3

1 Em função da importância da

logística e dos transportes,

Ballou (2007) alega que hoje é

necessário criar e sustentar

vantagens competitivas para

proporcionar o surgimento de

novos negócios com o intuito de

reduzir custos e tornar os

produtos e serviços mais

competitivos.

2 Segundo Novaes (2007) a

terceirização é estratégica, pois

através dela as empresas

encontram a solução para

resolver suas necessidades de

reduzir custos e aportes de

capital. Também observa que

além destas razões, busca

melhoria do nível de serviço e

do aumento de flexibilidade, um

maior enfoque nas atividades

centrais e a implementação de

mudanças.

Terceirizar é estratégico porque

permite à empresa se aperfeiçoar

na sua atividade-fim. É o que

Fleury, Wanke e Figueiredo (2008)

chamam de ser excelente na

essência. Para o autor, o mais

lógico e estratégico – devido ao

custo da mão-de-obra e sua

administração, além dos reflexos

econômicos-jurídico-trabalhista-

previdenciário –, é terceirizar todas

as atividades não essenciais. Com

a terceirização, a empresa

economiza recursos, pois está

provado que o terceiro tende a

encontrar soluções mais criativas e

menos onerosas, e assim as

empresas conseguem diminuir ou

até mesmo acabar com o

desperdício.

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3 Portanto, após a definição de

terceirizar uma atividade, a

empresa deve analisar se as

vantagens superam as

desvantagens e os riscos, ou

seja, se a relação benefício/

custo é positiva (Novaes, 2007).

4 Segundo FLEURY, WANKE e

FIGUEIREDO (2008) é

necessário saber o que se

deseja ganhar com a

contratação do parceiro, quais

as características ele deve ter e

definir quais instrumentos

gerenciais serão utilizados para

avaliar os resultados.

5 A terceirização pode ser vista

como um a conveniência para a

empresa, pois através do uso

de terceiros é possível ampliar

ou reduzir a frota conforme

oscilações da demanda por

serviços. Por isso, a prática da

terceirização torna-se cada vez

mais conveniente em mercados

que apresentam maiores

incertezas e/ou oscilações.

(Valente, Novaes, Passaglia e

Vieira, 2008).

O transporte rodoviário tem

utilizado cada vez mais a

terceirização como forma de

alcançar uma vantagem

competitiva segundo Valente,

Novaes, Passaglia e Vieira

(2008), pois oscilações no

mercado ocorrem de acordo

com a situação econômica do

país, e isto implica numa

utilização de veículos diferente

da quantidade dimensionada,

levando as empresas a

alternativas operacionais,

buscando preservar a

produtividade e evitar o

aumento dos custos.

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6 A terceirização pode ser vista

como um a conveniência para a

empresa, pois através do uso

de terceiros é possível ampliar

ou reduzir a frota conforme

oscilações da demanda por

serviços. Por isso, a prática da

terceirização torna-se cada vez

mais conveniente em mercados

que apresentam maiores

incertezas e/ou oscilações.

(Valente, Novaes, Passaglia e

Vieira, 2008).

Conforme Figueiredo, Fleury e

Wanke (2008, p.138) a

terceirização além das

vantagens básicas de custos e

qualidade de serviços, gera

vantagens competitivas como

redução de investimentos em

ativos, foco na atividade central

do negócio e maior flexibilidade

operacional, garantindo assim a

maximização do retorno sobre

os investimentos.

Outra vantagem de acordo

com Vieira, Passaglia,

Novaes e Valente (2008) é

aumentar a capacidade

estática de transporte sem

ampliar a frota,

principalmente em

mercados que ocorrem

oscilações da demanda,

desta maneira é possível

dimensionar a frota e

terceirizar se necessário.

7 Novaes (2007) destaca que ao

mesmo tempo em que o

mercado global oferece mais

oportunidades, surge

naturalmente uma maior

competição entre as empresas.

A terceirização de serviços

logísticos constitui uma forma

de atingir novos mercados e

oferecer um melhor nível de

serviço aos clientes. Também

observa que a busca pela

redução de custos logísticos é,

sem dúvida, uma das razões

mais importantes dessa

tendência.

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81

8 Fleury, Wanke e Figueiredo

(2009) afirmam que um dos

principais desafios da logística

moderna é conseguir gerenciar

a relação entre custo e nível de

serviço (trade-off). Os clientes

estão exigindo cada vez mais

em relação aos níveis de

serviço, mas não estão

dispostos a pagar por ele. O

preço está passando a ser um

qualificador, e o nível de

serviço, um diferenciador diante

do mercado.

9 Conforme Figueiredo, Fleury e

Wanke (2008, p.138) a

terceirização além das

vantagens básicas de custos e

qualidade de serviços, gera

vantagens competitivas como

redução de investimentos em

ativos, foco na atividade central

do negócio e maior flexibilidade

operacional, garantindo assim a

maximização do retorno sobre

os investimentos.

Outra vantagem de acordo com

Vieira, Passaglia, Novaes e

Valente (2008) é aumentar a

capacidade estática de

transporte sem ampliar a frota,

principalmente em mercados

que ocorrem oscilações da

demanda, desta maneira é

possível dimensionar a frota e

terceirizar se necessário.

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82

10 Terceirizar significa, no âmbito

empresarial, transferir para

terceiros a responsabilidade por

atividades que até então

costumavam ser

desempenhadas pela própria

empresa. Essa técnica de

gestão vem crescendo do

decorrer das últimas décadas

como uma resposta estratégica

para a globalização de

mercados, o que aumenta a

competitividade. Segundo

Martins, (2001, p.23), a

terceirização consiste na

possibilidade de contratar

terceiro para a realização de

atividades que não constituem o

objeto principal da empresa.

Novaes (2007) um custo

variável varia em função do

volume produzido ou de outra

variável operacional, no

transporte pode ser através do

km rodado. O custo fixo é

aquele que não varia de acordo

com a produção durante o mês,

mas não implica em uma rigidez

total, pois pode variar conforme

o volume de serviço produzido.

11 Caixeta-Filho e Martins (2001)

afirmam que os indicadores de

desempenho possibilitam que

as avaliações sejam feitas com

base em fatos, dados e

informações quantitativas, o que

dá maior confiabilidade às

conclusões.

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83

12 Outra vantagem de acordo com

Vieira, Passaglia, Novaes e

Valente (2008) é aumentar a

capacidade estática de

transporte sem ampliar a frota,

principalmente em mercados

que ocorrem oscilações da

demanda, desta maneira é

possível dimensionar a frota e

terceirizar se necessário.

Segundo Martins (2001, p.42), a

principal vantagem da

terceirização sob o aspecto

administrativo, seria a de se ter

alternativa para melhorar a

qualidade o produto ou serviço

vendido e também a

produtividade. Seria uma forma

também de se obter um controle

de qualidade total dentro da

empresa, sendo que um dos

objetivos básicos dos

administradores é a diminuição

de encargos trabalhistas e

previdenciários, além da

redução do preço final do

produto ou serviço. Adotando a

terceirização, a empresa poderá

concentrar seus recursos e

esforços na sua própria área

produtiva, na área em que é

especializada, melhorando a

qualidade do produto e sua

competitividade no mercado.

Segundo Fleury, Wanke e

Figueiredo (2008) alguns

riscos são a inexistência de

fornecedores adequados,

fortes resistências internas

às mudanças, problemas

com a legislação

trabalhista, mensuração

inadequada dos custos de

terceirização, perda de

credibilidade e problemas

com a imagem da empresa,

no caso de uma eventual

falha de qualidade do

fornecedor, perda de

controle sobre o processo e

criação de potenciais

competidores, dependência

de fornecedores e

incapacidade do operador

em cumprir as metas

combinadas e a

necessidade de revisão

constante do contrato são

fatores que podem gerar

prejuízos para a empresa

contratante.

13 A definição de terceirizar uma

atividade, a empresa deve

analisar se as vantagens

superam as desvantagens e os

riscos, ou seja, se a relação

benefício/ custo é positiva

(Novaes, 2007).

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14 Segundo Novaes (2007) a

terceirização é estratégica, pois

através dela as empresas

encontraram a solução para

resolver suas necessidades de

reduzir custos e aportes de

capital. Também observa que

além destas razões, buscam

melhoria do nível de serviço e

do aumento de flexibilidade, um

maior enfoque nas atividades

centrais e a implementação de

mudanças.

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85

APÊNDICE D – TABELA DE RESPOSTAS DO ROTEIRO DE ENTR EVISTAS

Questão G1 G2 G3 G4

1 A Stemac tem uma visão

que a logística pode

tornar a empresa mais

competitiva

principalmente com

redução de custos e

melhorias de processos.

Nós fizemos uma

reestruturação, uma

terceirização do

transporte (projetos na

área de logística que

geraram economias de

R$ 10 milhões) e isso

possibilitou um

crescimento das vendas

dessa unidade de

negócios.

É a oportunidade de

aumentar a

rentabilidade,mas para a

Stemac a questão de

competitividade inclusive

vende que ter uma frota

própria é um argumento

de venda, mas quando

foi mostrada a conta da

possibilidade de

rentabilidade chamou a

atenção da Stemac, o

projeto previa reduzir

custos e gerar

manutenção do nível de

serviço.

A logística é um elo da

cadeia de entrega até o

cliente, é um diferencial

competitivo frente a seus

concorrentes. Gerenciar a

logística com bastante

eficiência e eficácia é um

diferencial competitivo e

entender que os custos

logísticos são muito

relevantes. Continuar

usando a nossa

competência em gestão

logística como um

diferencial competitivo,

mas com o olho na

rentabilidade

2 Sim, a Stemac utiliza a

terceirização como

ferramenta estratégica,

com objetivo primordial

de redução de custos e

melhorias de processos.

Sim, utiliza a

terceirização como

ferramenta estratégica

com objetivo de redução

de custos, melhorias do

nível de serviço e

redução e prazos de

atendimento aos clientes

finais.

Está começando a ser

uma ferramenta

estratégica, acho que a

empresa ainda está na

fase de adaptação,na

Stemac ainda tem uma

mescla muitas coisas

que para quem já viveu a

terceirização é normal.

Sim, para alcançar seus

objetivos estratégicos de

rentabilidade de custo e

também refletindo sobre

quais são os processos

core da empresa e quais

são os processo onde a

gente tem que ter um

domínio da inteligência

daquele processo.

Page 86: CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - biblioteca.unilasalle.edu.br · No capítulo 1, apresenta-se a introdução do trabalho, no qual é abordado o atual cenário da logística em meio

86

3 Um estudo do custo

atual e bem também

como suas rotas, uma

pesquisa de mercado

para levantar valores, e

chegou-se a conclusão

que se terceirizasse

algumas rotas, teria um

custo mais baixo.

O ganho de agilidade

operacional, redução de

prazo e

consequentemente

melhora no nível de

serviço, redução de

custos, adequação fiscal,

redução do retorno de

frete vazio, km vazio,

com impacto na redução

de custos, análise da

dependência de

terceiros, redução nos

prazos.

Análise de riscos, desde

a empresa terceira falir, a

empresa terceira ter

passivo trabalhista e

passar para a Stemac, a

imagem da Stemac ser

vinculada a uma outra

empresa que não tem

nome, a questão do

custo, a questão do nível

de serviço,riscos de

pessoas, que foi desde a

hora que a gente ia dar a

notícia de terceirizar a

frota , medo de perder

pessoas, tinha aquela

visão, até ver o risco

financeiro e foi feito uma

análise pela área

financeira, e o jurídico

também fez análises.

Reflexão estratégica,

quais partes do processo

que são passíveis de

terceirização, olhar para

o mercado e buscar

fornecedores que

pudessem nos garantir

qualidade, abrangência

nacional, tivessem

capacidade de flutuar

conforme o nosso

aumento de demanda,

responder ao nosso

aumento de demanda,a

questão custo, a gente

estava fortemente focado

em busca de redução de

custos .

4 Foi o custo, a

capacidade das

empresas em atender e

também a situação

financeira delas.

Situação financeira,

capacidade de

investimento, know-how

da operação,

capilaridade, nível de

serviço no mercado,

prelos, prazo de

atendimento e o desejo

de estabelecer uma

parceria de longo prazo

através de um contrato.

A tarifa, foi avaliada a

estrutura da empresa, o

tamanho, o faturamento

anual da empresa, nível

de serviço, ranking de

tamanho, ranking de

nível de qualidade,

capacidade de

carregamento, mas a

grande discussão

acabou sendo tarifa.

Tipo e porte da empresa,

inclusive nós acabamos

optando por ter

empresas que tivessem

sede localizada

regionalmente e

percebemos que isso é

importante para garantir

a operação.

Page 87: CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - biblioteca.unilasalle.edu.br · No capítulo 1, apresenta-se a introdução do trabalho, no qual é abordado o atual cenário da logística em meio

87

5 Por que algumas rotas a

gente tinha o fluxo de

retorno isso tornava o

nosso frete mais

competitivo e por uma

questão estratégica de

marketing, pela questão

visual, em ter nossos

veículos rodando nos

principais mercados do

país.

Terceirizamos as regiões

do nordeste, norte e

centro-oeste, optamos

por ficar com as regiões

Sul e SP, por se tratarem

de regiões que

representam 50% do

volume, e por se tratar

de uma área de atuação

que nós temos carga de

retorno, onde podemos

retornar com insumos e

nós reduziríamos então

nosso km vazio, nosso

km de retorno, reduzir

dessa forma o custo de

frete, o custo logístico

para a empresa.

Porque fazer uma

mudança desse patamar

de uma vez só seria

muito traumático, porque

fazer de uma vês só teria

um risco muito grande,

foi avaliado qual seria o

ganho de terceirizar

partes da logística, e na

hora de fazer o pareto os

maiores foi feito, então

daquele previsto de 6 ou

7 milhões ano foi do

pareto total o restante da

frota se a gente fizer vai

ter um ganho mas muito

menor. Não é só custo,

se fosse só custo partiria

para o 100%.

Não existe nenhum

dogma, seria talvez um

choque muito grande

para cultura da empresa,

do ponto de vista de

custos manter parte da

frota como própria nos

trechos aonde a gente

conseguia garantir

retorno cheio dos

veículos para a base,

custo competitivo para a

empresa, quer dizer na

medida que a gente fala

que para o nordeste o

modelo de frota terceira

é eficaz e entrega

produtos com qualidade,

mas isso não é uma

regra definitiva.

6 Redução de custos, e

creio que também prazo

de entrega porque os

terceiros saiam um dia

antes.

Garantia do atendimento

do volume expedido,

garantia do

abastecimento da

fábrica, comparar os

preços da frota própria

com os preços ofertados

pelo mercado, a

flexibilidade.

Capacidade de

carregamento e a

questão da escassez,

abriu o leque de

planejamento. Os

recursos passam a ser

não ilimitados, a gente

pode ter vários níveis de

serviço, a flexibilidade

da operação é uma

vantagem muito grande.

Custo e em alguns casos

velocidade de entrega,

ganhamos a flexibilidade

de estar buscando

recursos conforme a

demanda se altera,

capacidade de

atendimento.

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7 Não se percebeu

maiores relações no

nível de serviço, acho

que o ponto que

aumentou foi à questão

de avarias, teve um

impacto grande em

relação aos clientes

externos.

Clientes internos: ganho

a redução dos prazos de

entrega, melhoria das

informações, nível de

serviço com a

terceirização, ganho em

relação a flexibilidade

operacional, melhoria

das informações e

agilidade operacional,

aumento da

rentabilidade.

Impacto do cliente a

gente imagina que não

teve, os clientes internos

a gente, tava previsto lá

a resistência a mudança,

cliente interno foi uma

resistência natural e o

cliente final pouco

impacto.

Impacto positivo ta

relacionado a atender a

demanda, com relação

ao impacto negativo que

estamos tendo diria que

está relacionado a

questão de avarias,

impacta no nível de

serviço para o nosso

cliente.

8 Manter o patamar de

nível de serviços e

reduzindo custos, mas

ao mesmo tempo

quebrar o paradigma que

custo está relacionado

ao nível de serviço e

buscando sempre

aprimorar o nível de

serviço reduzindo o

custo.

Redução de custos, sem

perder o nível de serviço,

esse foi o objetivo inicial

do processo de

terceirização. Não

ocorreu a queda no nível

de serviço, se confirmam

os ganhos com redução

de custos, despesas, e a

gente já vem colhendo

ganhos na melhoria do

nível de serviço.

Pensando em tarifa,

pode ter uma de R$1,80

reais por km, e

economizar mais “x”

milhões, e podemos a

R$3,50, a empresa tem

que mirar, ou pro lado do

R$1,80, ou no meio ou

no lado do R$ 3,50.

Todos modelos são bons

depende do que se

quer,essa é a grande

sacada.

Uma busca permanente

de equilíbrio, os clientes

internos sempre querem

o produto amanhã no

cliente e nós temos que

trabalhar puxando e

lutando contra isso, tudo

passa por acerto de

expectativas, então é

lutar permanentemente

com esse alinhamento

de expectativas, acho

que comunicação e

interação com os clientes

é a base dessa gestão

de trade-off.

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9 É viável tirando toda uma

parte de custo fixo e

aproveitar a estrutura de

um operador ou de uma

transportadora,

compartilhando as

operações com outros

clientes dela e dessa

forma ter uma redução

de custo.

Sim, através do

redesenho de processos,

adequando e reduzindo

as despesas fixas e

atuando com o terceiros

de forma a atender os

volumes variáveis,

utilizando as empresas

especializadas aonde ela

realmente tem um know-

how.

Sim, frota própria é

muito improdutiva,

porque tem um custo de

rodar vazio, o terceiro

não carrega essa

ociosidade, e resolve

essa ociosidade porque

ele vive disso, a Stemac

é viável 100%.

É buscando os serviços

aonde o terceiro é mais

performante, utilização

do ganho de escala,

terceirização de

transportes usa quem

não trabalha dedicado a

uma operação, sempre é

buscar o ganho de

custos naquelas

operações aonde existe

possibilidade de ganho

de escala, acredito mais

na terceirização onde

tem ganhos de escala

possíveis.

10 Conduzir um processo

de terceirização do setor

da carpintaria visando

redução de custo e

atender a demanda, com

implantação de novas

DU’s e com parceiros

terceirizados em vez de

operadores próprios.

É possível, tem

oportunidades de

desenvolver novos

projetos de movimentos

de parceiros ou de um

centro de distribuição no

nordeste, na região

norte, nós temos

alternativas de terceirizar

a frota que denominamos

de distribuição urbana,

em SP e no RJ.

Sim, rever indicadores

operacionais,

possibilidade de

desenvolver o

fornecedor, ele entra de

um jeito e pode melhorar,

a gente não precisa

admitir que ele sempre

vai ser assim, alinhar

nível de serviço, acho

que esse banco não

pode ser fixo, não deve

ser amarrado a

transportadora.

Sim, selecionar melhores

parceiros de

terceirização,entender

melhor como gerir

fornecedores e como

gerir a performance

desses fornecedores,

estar permanentemente

se questionando quais

aspectos da nossa

operação são

terceirizáveis, com

ganhos de custo, ganho

de nível de serviço, acho

que esse seria um

caminho de melhoria do

processo de

terceirização.

Page 90: CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE - biblioteca.unilasalle.edu.br · No capítulo 1, apresenta-se a introdução do trabalho, no qual é abordado o atual cenário da logística em meio

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11 O acompanhamento é

feito através de

indicadores onde é feita

uma avaliação destes.

Implantando KPI’s para o

acompanhamento do

desempenho dos

terceiros na operação,

acompanhar a

performance dos

operadores logísticos, as

transportadoras, os

parceiros e tratar os

desvios através de

metodologia e de

soluções de problemas e

atingir as metas pré-

esatbelecidas em

reuniões ou em

contratos.

Definido alguns

indicadores, mas o que

hoje é os KPI’s.

Estabelecidos acordos

de nível de serviço com

os terceiros, acordos

formais onde eles se

comprometem em

determinadas

informações para a

Stemac e esses acordos

de nível de serviço são

acompanhados através

de indicadores.

12 A principal vantagem é a

redução de custos e

desvantagens é que a

empresa pode estar

vinculada a alguns

parceiros e numa falta de

mercado a gente tem

que ir atrás de outros

parceiros spot que não

estão homologados.

As principais vantagens

são flexibilidade

operacional, redução de

custos, foco no negócio,

e agilidade operacional.

As maiores

desvantagens são

aumento da dependência

de terceiros e dificuldade

da padronização das

operações.

Vantagens do terceiro: é

o custo, a flexibilidade, o

passivo trabalhista fica

com ele, faz a gestão do

motorista, recorre ao

mercado mais fácil, pode

fazer um mix. As

desvantagens: tempo de

resposta para uma

mudança de planos, o

custo não tá na nossa

mão.

As principais vantagens

estão relacionadas a

custo, flexibilidade e

escala, na flexibilidade a

gente fala de capacidade

de atendimento de

demanda. As

desvantagens são em

não se ter uma equipe

dedicada, porque uma

equipe dedicada tende a

ser uma equipe com

maior potencial de

atendimento da

satisfação, está

permanentemente no

processo de negociação

comercial.

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91

13 Risco de avaria e outro

ponto era ficar

totalmente vinculado na

mão das transportadoras

e de faltar veículos e até

por esse motivo uma

parte da frota se

manteve.

Falência do prestador de

serviço, não ter recurso

disponível, sobrecarga

da equipe de contratação

devido ao aumento da

demanda, perda da

capacidade de

padronização de

processos, perda de

flexibilidade operacional,

os riscos foram

identificados num

momento do

planejamento do projeto

e foram definidas ações

prévias para minimizar

previamente cada um

deles.

É feita uma análise de

riscos, risco greve de

motoristas ao saber que

quer terceirizar, o risco é

baixo mas a gravidade é

alta, passivo trabalhista.

Identificação e reflexão

de riscos e definição de

forma de mitigar esse

risco, construção de um

plano de ação para

reduzir os riscos, desde

o impacto para o cliente

interno, com impacto na

força comercial, por

também não poder usar

esse discurso na hora da

venda, risco de aumentar

avarias.

14 O processo desde a

pesquisa dos

fornecedores que vão

trabalhar, um nível de

serviço claro, estar bem

amarrado em contrato, e

claro um

acompanhamento dos

indicadores definidos em

contrato.

Um bom planejamento,

onde foram

estabelecidos objetivos

claros, foram calculados

os ganhos e também um

outro fator determinante

foi uma equipe capaz de

executar o planejamento,

foram os 3 fatores, o

planejamento, a

descrição de objetivos e

uma equipe capaz de

executar o plano.

É o planejamento, nesta

etapa deve seguir um

método, o principal é

fazer com tempo e passo

a passo, acho que é

planejamento, o negócio

que é forte aqui é a

análise de custos, acho

que tem que ter

conhecimento além de

utilizar a metodologia

tem que ter

conhecimento de método

de custos.

Conhecimento do

mercado, saber

identificar parceiros, ter

uma equipe que possa

estar permanentemente

controlando a qualidade

e gerindo a qualidade

desse processo de

terceirização, a etapa de

planejamento,

comunicação interna,

indicadores na mão, o

impacto social,

transparência no

processo, capacidade de

negociação comercial,

gestão do processo na

mão da Stemac.

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92

Adicional Perguntar se algum dos

gestores voltaria ao

processo anterior, eu não

voltaria, suprimentos não

voltaria, DSP não

voltaria, A gente teve um

ganho sem perder o nível

de serviço, pois a gente

conseguiu reduzir custo

e não perder serviço.

A terceirização não soa

bem nas empresas

familiares, tem o impacto

do lado de pessoas.

Acho que é importante

não ficar em cima de

caminhos que

aparentemente não se

mostram adequados,

então o dinamismo da

operação é muito

grande.