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III Jornadas Mercosul: Memria, Ambiente e Patrimnio. Unilasalle, Canoas/RS, de 10 a 12 de nov. de 2014. Publicado em setembro de 2015. Disponvel em: http://www.unilasalle.edu.br/canoas/jornadas-mercosul/

CENTRO UNIVERSITRIO LA SALLE

Reitor

Paulo Fossatti, fsc

Vice-reitor

Cledes Antnio Casagrande, fsc

Pr-reitora Acadmica

Vera Lcia Ramirez

Pr-reitor de Desenvolvimento

Renaldo Vieira de Souza

COMISSO ORGANIZADORA

Profa. Dra. Judite Sanson de Bem

(Coordenadora)

Prof. Dr. Lucas Graeff (editor)

Profa. Dra. Cleusa Graebin

COMISSO CIENTFICA

Profa. Dra. Cleusa Graebin

Prof. Dr. Lucas Graeff

Profa. Dra. Judite Sanson de Bem

Prof. Dr. Jader da Cruz Cardoso

Prof. Dr. Maurcio Pereira Almero

Profa. Dra. Selma Rodrigues Petterle

Profa. Dra. Fernanda Medeiros

Profa. Dra. Ana Maria Sosa Gonzalez

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III Jornadas Mercosul: Memria, Ambiente e Patrimnio. Unilasalle, Canoas/RS, de 10 a 12 de nov. de 2014. Publicado em setembro de 2015. Disponvel em: http://www.unilasalle.edu.br/canoas/jornadas-mercosul/

SUMRIO

APRESENTAO 7 REGISTRANDO A MEMRIA DA DANA NO RS ATRAVS DE DOCUMENTRIO SOBRE AS INTERVENES URBANAS DO TERRA E DO GAIA: UMA EXPERINCIA COM PROJETO CULTURAL FUNARTE 8 ANA LIGIA TRINDADE PATRCIA KAYSER VARGAS MANGAN CESAR GONALVES LARCEN NILTON CESAR CARVALHO O DESAFIO DA AUTOGESTO NO PROCESSO DE INCUBAO NA ECONOMIA SOLIDRIA 24 ALANA DA FONSECA JORGE MARIA DE LOURDES BORGES ALINE ACCORSSI A EVOLUO TECNOLGICA DOS MUSEUS VIRTUAIS UNIVERSITRIOS 32 CAROLINA SCHWAAB MARAL NATLIA RODRIGUES WEBER PATRCIA KAYSER VARGAS MANGAN EQUIPAMENTOS CULTURAIS NA REA DA LEITURA NA AMRICA LATINA 40 JACIRA GIL BERNARDES ALINE ACCORSSI A EDUCAO CIENTFICA NO ENSINO FUNDAMENTAL COMO FORMADORA DE HABILIDADES, VALORES E ATITUDES PARA EXERCER A AUTONOMIA E A CIDADANIA 50 JAIME ANTNIO NALIN MEMRIAS DE PESCADORES NA PRAIA DO PAQUET (CANOAS): A HISTRIA ORAL COMO METODOLOGIA 77 JULIANA PUGLIESE CHRISTMANN CLEUSA GRAEBIN PAISAGENS DA MEMRIA 96 MARIA LUIZA BERWANGER DA SILVA O ESTBULO DA CASA KABYLE: A INSERO DO ANIMAL NO HUMANO NO CAMPO JURDICO 101 CRISTIAN GRAEBIN ALFABETIZAO ECOLGICA E INCLUSO TRADICIONAL: MEMRIAS, VIVNCIAS E APRENDIZADO 120 JANANA GIORDANI LONGHI POLTICAS PBLICAS DE PROTEO E DEFESA DOS ANIMAIS URBANOS NA REGIO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE (RMPA) 126 LARICE DA SILVA ANGLICA MASSUQUETTI

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III Jornadas Mercosul: Memria, Ambiente e Patrimnio. Unilasalle, Canoas/RS, de 10 a 12 de nov. de 2014. Publicado em setembro de 2015. Disponvel em: http://www.unilasalle.edu.br/canoas/jornadas-mercosul/

PRINCPIOS DE DIREITO AMBIENTAL E O CONSUMO DA SOCIEDADE CONTEMPORNEA: UMA VISO DO OPERADOR DO DIREITO 134 LUCIANO FRANCO MACHADO PESQUISA CLNICA DE MEDICAMENTOS: ANLISE JURISPRUDENCIAL QUANTITATIVA DA DECISES DOS TRIBUNAIS DE JUSTIA DA REGIO SUL DO BRASIL A PARTIR DO OBSERVATRIO DE JURISPRUDNCIA 142 LUIS PAULO PETERSEN ANDREAZZA A APLICAO DO PRINCPIO DA BOA-F EM MATRIA PUBLICITRIA E A INTERPRETAO DAS CORTES BRASILEIRAS: OS TRIBUNAIS DE JUSTIA DOS ESTADOS EM PERSPECTIVA COMPARADA AO STJ 152 SERGIO GONCALVES MACEDO JUNIOR CONTRIBUIES DA LEI ROUANET PARA A PRESERVAO DO PATRIMNIO HISTRICO E CULTURAL EDIFICADO DA UFRGS 165 NOEMIA FATIMA RODRIGUES RACIOCNIO, CREBRO, NO CORAO: DEMOCRACIA E DITADURA NA NARRATIVA DO DIRIO POLTICO DE SERENO CHAISE 175 DOUGLAS SOUZA ANGELI MARLUZA MARQUES HARRES ARCOS, CHAFARIZES E POLMICAS: O AQUEDUTO DA CARIOCA E A QUESTO DA GUA POTVEL NO RIO DE JANEIRO NO SCULO XVIII 184 CESAR AUGUSTO ORNELAS RAMOS AVALIAO CITOTXICA E GENOTXICA IN VITRO DE RESIDUOS DO BENEFICIAMENTO DO CARVO 200 ADRIANE PERACHI NORDIN JULIANA DA SILVA LUIS FELIPE SILVA OLIVEIRA FERNANDA RABAIOLI DA SILVA AMANDA NATLIA DA SILVA PRINCPIOS DA TCNICA DE PRODUO MAIS LIMPA (P+L) E SUAS APLICAES NO TRATAMENTO E REUSO DE UM EFLUENTE LQUIDO INDUSTRIAL 208 SILVIO ADELINO SILVEIRA CRISTIANE OLIVEIRA RODRIGUES AVALIAO AMBIENTAL E LEGAL DE ESTAES DE ESTOCAGEM DE COMBUSTVEIS NAS CIDADES DE PORTO ALEGRE E CANOAS 218 TATIANE OLIVEIRA MENGER GELSA EDITH NAVARRO HIDALGO ASPECTOS POPULACIONAIS DE ALOUATTA GUARIBA CLAMITANS (CABRERA, 1940) EM UM REMANESCENTE DA MATA ATLNTICA, NO SUL DO BRASIL 223 DANIELA DIAS MAURICIO PEREIRA ALMERO RECICLAGEM: FAA DO JEITO CERTO 230 JORGE CARLOS VOGELMANN JR. MARIA JOS VICTORASSE

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TISIANE SIQUEIRA DE OLIVEIRA RUBENS KAUTZMANN CRISTINA CADERMATORI MEMRIAS DA TEORIA INSTITUCIONAL: VICISSITUDES E VERTENTES 258 ELIETI BIQUES FERNANDES PRODUO DE SENTIDO E SADE NO TRABALHO DOCENTE 271 JOO ALBERTO STEFFEN MUNSBERG DENISE REGINA QUARESMA DA SILVA PAULO FOSSATTI CONHECIMENTO TCITO, MEMRIA E LIDERANA NA PRTICA DOS GESTORES 279 MARIA DE LOURDES BORGES ANA CLAUDIA BRAUN APONTAMENTOS SOBRE A MEMRIA ORGANIZACIONAL DA BILIOTECA DA ESCOLA DE ENGENHARIADA UFRGS 288 ROSANGELA HAIDE BRATKOWSKI JUDITE SANSON DE BEM ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA: MOBILIDADE DO CONTAR PARA O MOSTRAR 294 TANIRA RODRIGUES SOARES PLINIO MSCA ROSANI BITTENCOURT NICOLETTI PORTO ALEGRE ATRAVS DO OLHAR DO CARTGRAFO LUIZ DOS SANTOS VILHENA 304 VANESSI REIS CONSTRUES DA MEMRIA GERACIONAL NA LITERATURA AFRO-BRASILEIRA: DOIS EXEMPLOS 330 BRENO LACERDA UNIDADES DE ENSINO DA UFRGS: ANLISE DA MEMRIA INSTITUCIONAL 340 EVELIN STAHLHOEFER VARIVEIS DETERMINANTES DO CONSUMO DE BENS CULTURAIS: BREVES CONSIDERAES SOBRE OS RECICLADORES COOPERADOS DO MUNICPIO DE CANOAS/RS. 351 MOISS WAISMANN IMAGINRIO TURSTICO E O TERRITRIO SENSVEL DO OUTRO: EXPERINCIAS QUE RESSIGNIFICAM O CENTRO HISTRICO DE PORTO ALEGRE 370 LUCIANA GRANSOTTO TECNOLGIA NA INDSTRIA CRIATIVA: ESTUDO DE CASO DO MUNICPIO DE DOIS IRMOS 385 MARGARETE PANERAI ARAJO JUDITE SANSON DE BEM MOISS WAISMANN A METODOLOGIA PESQUISA-AO NO CONTEXTO DA ECONOMIA SOLIDRIA 400 RITA DE CSSIA DA ROSA

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CATASTROFIZAO DA DOR E NEUROPATIA POR HIV 411 ANDRESSA DE SOUZA RACHEL NUNES LORENZONI JENIFER PEREIRA LOPES GISELE KELLER DA ROSA ALEXANDRE RAMOS LAZZAROTTO O CATADOR COMO AGENTE DE TRANSFORMAO AMBIENTAL: PERCEPES DE TRABALHADORES DE UMA COOPERATIVA DE RECICLAGEM NO MUNICPIO DE CANOAS/RS 418 DAIANA SCHWENGBER CERATO JADER DA CRUZ CARDOSO UMA EXPERINCIA POSSVEL: TECENDO A OFICINA TERAPUTICA DO FUTEBOL NO HOSPITAL GERAL 431 JOELSOM DE MORAES FERREIRA RITA MELLO DE MELLO PERSPECTIVAS SOCIOCOGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS EM CRIANAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA TEA 452 LISIANE BARCAROLO MARTINOTO ATENO SADE DO TRABALHADOR: DOENAS OCUPACIONAIS, CONHECIMENTO E PRTICAS EM UM HOSPITAL VETERINRIO UNIVERSITRIO 464 MARIANA DE MATTOS BROSE MICHELLI CRISTINA SILVA DE ASSIS PREVALNCIA DE SARCOPENIA E RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL 476 MICHELE BITTENCOURT SILVEIRA NATHALIA CARDOSO OLIVEIRA LIDIANE ISABEL FILIPPIN DOR, ANSIEDADE E BULLYING: A EDUCAO FSICA COMO PROMOO E PREVENO DA SADE EM ADOLESCENTES 488 RGIS JNIOR MUNIZ

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APRESENTAO

com grande satisfao que apresentamos trabalhos selecionados para o

III Jornadas Mercosul: Memria, Ambiente e Patrimnio. Ao longo de trs dias, um

conjunto de quatro grupos de trabalho interdisciplinares acolheram pesquisas de

estudantes de ps-graduao de diferentes instituies de ensino superior do

pas. Foram dias intensos de trabalho e encontros, nos quais pesquisadores e

estudantes de diferentes reas de formao discutiram seus projetos e achados

de pesquisa.

As Jornadas Mercosul se caracterizam pela interdisciplinaridade.

Historicamente, abarcam artigos e resumos das reas dos Programas de Ps-

Graduao do Centro Universitrio La Salle: Memria Social e Bens Culturais;

Educao; Direito; Impactos Ambientas; e Sade e Desenvolvimento Humano.

Para a prxima edio, em 2016, prev-se o aprofundamento de debates sobre

Memria Social e Patrimnio, posto que a o Programa de Ps-Graduao em

Memria Social e Bens Culturais aprovou, em 2015, seu doutorado e vem

aprofundando a sua rede interstitucional com instituies com UNIRIO, UFPel,

UFMG e UNIVALLI.

Essa mudana de rumos no significa o abandono da tradio

interdisciplinar. Queremos que pesquisadores, mestrandos e doutorandos das

reas da sade, das cincias sociais aplicadas, cincias humanas e cincias da

vida sigam trocando suas valiosas propostas de pesquisa no mbito de nosso

evento. Esperamos que os trabalhos ora apresentados ensejem essa

participao.

Por fim, deixamos nossas palavras de agradecimento CAPES, pelo apoio

financeiro, ao Centro Universitrio La Salle, pela cedncia dos espaos e apoio

tcnico-administrativo, e a todos os participantes que se dispuseram a colaborar

conosco nesta empreitada.

Profa. Dra. Judite Sanson, Prof. Dr. Lucas Graeff e Profa. Dra. Cleusa Maria

Gomes Graebin

Organizadores do evento

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III Jornadas Mercosul: Memria, Ambiente e Patrimnio. Unilasalle, Canoas/RS, de 10 a 12 de nov. de 2014. Publicado em setembro de 2015. Disponvel em: http://www.unilasalle.edu.br/canoas/jornadas-mercosul/

Grupo de Trabalho

Memria, Linguagens e Gesto da Cultura

Mesa 1

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REGISTRANDO A MEMRIA DA DANA NO RS ATRAVS DE DOCUMENTRIO SOBRE AS INTERVENES URBANAS DO TERRA E DO

GAIA: UMA EXPERINCIA COM PROJETO CULTURAL FUNARTE Ana Ligia Trindade

1

Patrcia Kayser Vargas Mangan2

Cesar Gonalves Larcen3

Nilton Cesar Carvalho4

Resumo: Do TERRA ao GAIA! foi elaborada em 2012 como dissertao a ser apresentada ao final do Curso de Ps-Graduao de Mestrado em Memria Social e Bens Culturais da UNILASALLE. No final de 2013 foi reelaborado como projeto Documentrio Do TERRA ao GAIA com objetivo de produo de documentrio sobre intervenes urbanas de dana na capital do Rio Grande do Sul atravs do registro de memria dos Grupos de Dana TERRA Cia. de Dana do RS e GAIA Dana Contempornea. O TERRA levou a dana a lugares no convencionais, aproximando a dana do pblico. Deste modo, pode-se afirmar que o Grupo Terra foi de grande importncia para o cenrio artstico gacho, seja por ter sido uma das primeiras companhias de dana estruturadas do Estado, bem como pelas propostas inovadoras, grande atuao e repercusso durante seu perodo de existncia. O GAIA d continuidade e intensifica essa aproximao com o pblico iniciada pelo TERRA, atravs dos flashmob dance. Palavras-chaves: Memria da Dana. Documentrio. Projeto FUNARTE. Abstract: "Do TERRA ao GAIA!" was developed in 2012 as a dissertation to be presented at the end of the Post-Graduate Master in Social Memory and Cultural Heritage of UNILASALLE. At the end of 2013 the project was reworked as "Documentary Do TERRA ao GAIA" with the aim of producing documentary about urban interventions dance in the capital of Rio Grande do Sul by recording memory Groups EARTH Dance Co. Dance and RS GAIA Contemporary Dance. TERRA took dance unconventional places, approximating the dancing public. Thus, it can be stated that the Terra Group was of great importance to the art scene gaucho, either for being one of the first companies structured state dance as well as the innovative proposals, great performance and impact during its period of existence. The GAIA continues and intensifies this approach to EARTH initiated by the public, through the flashmob dance. Keywords: Memory of the Dance. Documentary. FUNARTE project.

1

Bailarina, Coregrafa e Professora de Ballet Clssico. Graduao em Biblioteconomia e Documentao na UFRGS, Especializao em Dana pela PRCRS, Mestrado em Memria Social e Bens Culturais na Unilasalle. [email protected] (51)99624648 2 Graduada em Cincias da Computao pela UFRGS, Mestra em Cincias da Computao pela

UFRGS, Doutora em Engenharia de Sistemas e Computao pela COPPE/Sistema de Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora do Centro Universitrio La Salle na graduao, especializao e ps-graduao stricto sensu. Professora orientadora do Curso de Mestrado Profissional em Memria Social e Bens Culturais, pertencendo a linha de Linguagens e Cultura. 3 Mestre em Educao (ULBRA, 2010), professor de Contabilidade Bsica para ensino tcnico

profissionalizante (2008-2009), Especialista em Docncia Universitria (ULBRA, 2007) e Bacharel em Cincias Contbeis pela Faculdade de Cincias Contbeis e Administrativas So Judas Tadeu (1995). Editor e publicador CGLeditor (http://www.cgled.blogspot.com.br/). 4 Proprietrio da Promont Solues Eletrnicas: empresa provedora de solues tecnolgicas

onde atravs de equipe prpria e seus parceiros estratgicos, desenvolve e industrializa produtos inovadores em Hardware e Software

mailto:[email protected]://www.cgled.blogspot.com.br/

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1 INTRODUO

Preservar um dos conceitos relacionados memria, e remete ideia de

proteo, cuidado, respeito. Preservar no apenas guardar algo, mas tambm

fazer levantamentos, cadastramentos, inventrios, registros, etc. A preservao

do patrimnio histrico, artstico e cultural necessria, pois esse patrimnio o

testemunho vivo da herana cultural de geraes passadas que exerce papel

fundamental no momento presente e se projeta para o futuro, transmitindo s

geraes por vir as referncias de um tempo e de um espao singulares, que

jamais sero revividos, mas revisitados, criando a conscincia da inter

comunicabilidade da histria. Compreendendo a memria social, artstica e

cultural que se pode perceber e controlar o processo de evoluo a que est

inevitavelmente exposto o saber e o saber fazer de um povo.

Quando se preserva legalmente e na prtica o patrimnio cultural, conserva-

se a memria do que fomos e do que somos: a identidade da nao. Patrimnio,

etimologicamente, significa "herana paterna"- na verdade, a riqueza comum que

ns herdamos como cidados, e que se vai transmitindo de gerao a gerao

(FUNDAO DO PATRIMNIO HISTRICO E ARTSTICO DE PERNAMBUCO,

2011).

As artes cnicas, como patrimnio intangvel, a imaterialidade relativa, pois

para existir uma prtica, esta se materializa de diversas formas. O que permite

tambm realizar formas diversas de registro material (documental, sonoro, visual,

audiovisual, narrativo). E pelo aspecto transitrio e mutante, pode-se registrar, ao

longo dos tempos, rupturas e permanncias (FONSECA, 2003).

Elaborado em 2012, o projeto Documentrio Do TERRA ao GAIA! fazia

parte da dissertao apresentada ao Curso de Mestrado em Memria Social e

Bens Culturais do Unilasalle, contudo no foi viabilizado neste ano. Ele foi

reelaborado em 2013 para ser inscrito em editais culturais de fomento cultura.

Em setembro foi enviado para concorrer no PRMIO FUNARTE ARTES NA RUA:

TEATRO, DANA E CIRCO 2013 na rea de Registro e Memria de Grupos e

suas Atividades (TERRA Cia. de Dana do RS e GAIA Dana Contempornea),

no segmento dana, para o mdulo A (de R$ 32.700,00). O projeto do

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documentrio foi selecionado para receber o PRMIO FUNARTE ARTES NA

RUA 2013 em 11 de maro de 2014, pela Portaria N 46 (publicado no Dirio

Oficial da Unio - DOU 12/03/2014 - Pg. 5 - Seo 1), na modalidade registro e

memria de grupos e suas atividades de arte na rua, com n de inscrio 793.

Com o objetivo geral de elaborao um documentrio em DVD, fonte de memria

a cerca das intervenes urbanas de dana no RS atravs dos Grupos TERRA e

GAIA. Justifica-se sua realizao e divulgao pela originalidade do tema a cerca

do fenmeno flash mob dance e pela escassez de registro de memria da arte da

dana em Porto Alegre. Intervenes urbanas como aes de flash mob

comeam a se tornar freqentes e junto ao fenmeno cresce a necessidade de

anlise, investigao e pesquisa na finalidade de estudo de impacto, crescimento

e/ou desenvolvimento artstico-cultural na sociedade contempornea.

2 FOMENTO CULTURA

O campo cultural no Brasil tem historicamente, segundo Rubim (2013),

uma organizao e uma institucionalizao frgeis. Diversos fatores contribuem

para esta fragilidade, como o autoritarismo vigente em diversos momentos, a

ausncia de polticas culturais e a prpria complexidade do campo e dos agentes

culturais. O panorama comea a mudar a partir da construo da Conferncia

Nacional de Cultura, do Plano Nacional de Cultura e do Sistema Nacional de

Cultura, que so marcos emblemticos no processo de mudana.

Hoje o fomento cultura se realiza por meio de diversas formas. Existe

um conjunto de mecanismos legais que podem ser utilizados por cidados,

entidades privadas, associaes, grupos, etc., com o objetivo de buscar recursos

diversos para viabilizar uma produo cultural.

2.1 A Fundao Nacional de Artes Funarte

A Fundao Nacional de Artes Funarte o rgo responsvel, no

mbito do Governo Federal, pelo desenvolvimento de polticas pblicas de

fomento s artes visuais, msica, ao teatro, dana e ao circo. Os principais

objetivos da instituio, vinculada ao Ministrio da Cultura, so o incentivo

produo e capacitao de artistas, o desenvolvimento da pesquisa, a

preservao da memria e a formao de pblico para as artes no Brasil.

http://www.jusbrasil.com.br/diarios/67439696/dou-secao-1-12-03-2014-pg-5

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Para cumprir essa misso, a Funarte concede bolsas e prmios, mantm

programas de circulao de artistas e bens culturais, promove oficinas, publica

livros, recupera e disponibiliza acervos, prov consultoria tcnica e apoia eventos

culturais em todos os estados brasileiros e no exterior. Alm de manter espaos

culturais no Rio de Janeiro, So Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, a Funarte

disponibiliza parte de seu acervo gratuitamente na internet.

Em 1975, com a finalidade de promover, estimular, desenvolver

atividades culturais em todo o Brasil criou-se a Fundao Nacional de Arte

Funarte. Nesta poca suas atividades englobavam msica (popular e erudita) e

artes plsticas e visuais. Convivia com o Instituto Nacional de Folclore INF,

Fundao Nacional de Artes Cnicas Fundacen e a Fundao do Cinema

Brasileiro FCB, todas ligadas ao Ministrio da Educao e Cultura,

posteriormente transformado em Ministrio da Cultura.

Em Maro de 1990, ao assumir a presidncia, Collor extinguiu todas as

instituies culturais. Em dezembro criou o Instituto Brasileiro de Arte e Cultura

IBAC ligado diretamente Secretaria de Cultura da Presidncia da Repblica

(que depois voltou a ser, novamente, Ministrio). O IBAC englobava a Funarte,

Fundacen, e FCB. Em 1994 a sigla Funarte substituiu a sigla IBAC.

Em 1992, o presidente da Repblica, Itamar Franco, recriou o Ministrio

da Cultura e nomeou como Ministro Antnio Houaiss. Em 1994, algumas das

instituies extintas no governo Collor foram recriadas. A nova estrutura do

Ministrio mantinha como entidades vinculadas: Fundao Casa de Rui Barbosa

(FCRB), Fundao Nacional de Arte (FUNARTE), Fundao Biblioteca Nacional

(FBN), Fundao Cultural Palmares (FCP) e Instituto do Patrimnio Histrico e

Artstico Nacional (IPHAN) (BRASIL, 2013).

2.2 Prmio Funarte Artes na Rua (circo, dana e teatro)

A Funarte apoia e estimula a atividade artstico-cultural do pas por meio

de editais voltados para diversos segmentos. Os processos seletivos visam

difundir e incentivar a atividade intelectual e artstica em todas as regies do pas.

Nos ltimos anos milhes de recursos oramentrios esto sendo investidos em

uma srie de aes de fomento e estmulo como prmios, bolsas, programas e

outras modalidades de apoio financeiro (BRASIL, 2013a).

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Atravs do programa Prmio Funarte Artes na Rua (circo, dana e

teatro), a Fundao Nacional de Artes Funarte pretende fomentar atividades

(espetculos, performances cnicas ou intervenes) que busquem, nas

apresentaes de rua, um novo significado para o espao pblico, assim como o

registro e memria de suas atividades. Podem se inscrever e concorrer ao Prmio

pessoas fsicas ou jurdicas com ou sem fins lucrativos, de natureza cultural.

O programa tem como meta, promover, mediante seleo, a concesso

de prmios que tenham como objetivo o apoio, parcial ou integral, a grupos,

companhias ou artistas, por meio da destinao de recursos que viabilizem a

realizao de projetos de montagem ou circulao de espetculos, performances

cnicas ou intervenes, com apresentaes na rua. O Prmio possui uma rea,

entre outras, para inscrio de projetos com objetivos de registro de memria da

arte, denominada Registro e Memria de Grupos e suas Atividades (BRASIL,

2013b).

3 ARTE NA RUA

A partir da segunda metade do sculo XX, os artistas comearam a

apropriar-se da possibilidade de intervir no mundo real e na cultura,

irreversivelmente urbanos, levando sua arte espaos inusitados, como ruas,

praas, etc., diversas iniciativas artsticas buscaram novas relaes scio-

espaciais e consolidaram a idia de interveno urbana. Com objetivos de se

aproximar da vida cotidiana, se inserir no tecido social, abrir novas frentes de

atuao e visibilidade para os trabalhos de arte fora dos espaos consagrados de

atuao, tornando a arte mais acessvel ao pblico, as artes cnicas tomam os

espaos urbanos, desmontando de uma vez por todas a idia de arte baseada no

consenso e possibilitando questionamentos e modificaes na noo de pblico.

Uma interveno normalmente inusitada e geralmente tem um carter crtico,

seja do ponto de vista ideolgico, poltico ou social, referindo-se a aspectos da

vida nos grandes centros urbanos.

Para a Dana no foi diferente. E neste contexto surgem Balanchine e o

bal abstrato, Bjart e o Bal do Sculo XX, Cunningham e suas inovaes

tecnolgicas na dana, Graham e sua inovadora tcnica de dana moderna. No

Brasil a dana invade as ruas com Marika Gidalli, em So Paulo, que consagrou a

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dana contempornea por meio da Cia. Ballet Stagium e que entre tantas

inovaes foi a primeira a utilizar MPB na trilha sonora e criar espetculos que

podiam ser danados em qualquer espao fsico.

2.1 As Tecnologias e as Intervenes Urbanas

A cada poca da histria da humanidade corresponde uma cultura tcnica

particular, nos afirma Andr Lemos (2004), e pode-se perceber que a forma

tcnica da cultura contempornea produto de uma sinergia entre o tecnolgico e

o social. A profuso de mdias e a sua onipresena na vida social e individual dos

sujeitos no deixam escapar de suas influncias nenhum campo de produo de

linguagem, menos ainda a arte, pois, segundo Anna Barros e Lcia Santaella

(2002), os artistas so sempre os primeiros a se apropriarem dos meios tcnicos,

colocando-os a servio de sua criatividade e explorando novas formas de

sensibilidade e percepo.

Diante das transformaes que a tecnologia vem trazendo para a sociedade,

ressaltamos a influncia disso nas manifestaes culturais, tanto de

entretenimento quanto artsticas. Essa influncia transforma a maneira de criar,

de receber e de interagir com produtos artsticos contemporneos, bem como no

registro e na memria artsco-cultural. Esta sinergia entre o tecnolgico e o social

e as transformaes na arte contempornea nos remete ao conceito de

cibercultura. O termo cibercultura relativamente novo, o conceito remonta

introduo e popularizao de tecnologias computacionais de informao e

comunicao, em particular da Internet e da Web que do origem ao chamado

ciberespao. Dois fenmenos observados na sociedade contempornea, no

contexto de cibercultura e que esto inter-relacionados, so a popularizao das

Redes Sociais na Internet e os fenmenos de mobilizao urbanos instantneos

denominados flash mobs.

As aes intervencionistas so volteis, rpidas, no duradouras e

efmeras. Isto torna difcil coletar informaes e material das ruas onde

acontecem estas intervenes. Por outro lado, na internet, neste espao virtual,

os grupos intervencionistas encontram um local propcio para guardar as imagens

e idias ocorridas em suas aes no espao urbano, uma fuga da efemeridade.

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Ali, eles alcanam um pblico maior e ganham, muitas vezes, at adeptos em

outras cidades (MAZETTI, 2006).

2.2 Flashmob: ferramenta de interveno urbana

Uma das ferramentas da interveno urbana a chamada flashmob que na

traduo literal para o portugus significa multido espontnea. Flashmob a

abreviao de flash mobilization, que significa mobilizao rpida, relmpago.

Trata-se de uma aglomerao instantnea de pessoas em um local pblico para

realizar uma ao previamente organizada. Para efeitos de impacto, a disperso

geralmente feita com a mesma instantaneidade (MOLON et. al., 2010).

O uso do termo flashmob data de aproximadamente 1800, porm no da

maneira como o conhecemos hoje. O termo foi usado para descrever um grupo

de prisioneiras da Tasmnia que revoltadas por volta de 1844 organizaram uma

rebelio na qual, de repente, viraram de costas para o reverendo local,

governador e primeira dama, levantaram as roupas, mostrando as partes ntimas

simultaneamente, fazendo um barulho muito alto com as mos.

Os flash mobs so aes que mesclam dois espaos distintos entre si, o

espao virtual e o espao urbano. Elas iniciam por um processo de comunicao

em massa, geralmente atravs das redes sociais, onde um lder convida os

interessados a se juntarem em grupo, em um determinado local do espao urbano

e em prol de um s objetivo. Caracteriza-se por uma performance em grupo, com

movimentos pr-coreografados, e depois do tempo previamente estabelecido,

todos se dissipam ao sinal do lder. Geralmente estas aes seguem um plano,

um roteiro com etapas a serem concretizadas por todo o grupo.

2.3 Relao (e reao) com o Pblico

Abandonar o espao fsico teatral, segundo Patrice Pavis (2006),

corresponde a um desejo de ir ao encontro de um pblico que geralmente no vai

ao espetculo, de ter uma ao sociopoltica direta, de aliar lazer, cultura e

manifestao social, de se inserir no urbano entre provocao e convvio.

importante, entretanto, especificar uma caracterstica da ao teatral

quanto a sua organizao. A princpio, segundo Denis Bablet (1988), essa

organizao se institui a partir de uma relao determinada entre o palco e a

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platia, entre pblico e o artista. Uma linha imaginria que separa o espao da

cena e o espao da platia.

Porm, atualmente, esta linha imaginria quase desaparece nas

intervenes urbanas de arte cnica. Os trabalhos coreogrficos so levados aos

espaos pblicos com uma estrutura que permite a participao ativa do pblico.

Para Evelyn Lima (2006), ao tomar o espao urbano como espao cnico a

arte se apropria da arquitetura da cidade e a transforma em arquitetura cnica, e

neste sentido, tem funo preponderante de promover a comunho social,

eliminando praticamente a distino entre palco, platia, atores e espectadores.

2.4 Dana em Porto Alegre

Acompanhando a tendncia de intervenes urbanas nas artes visuais, a

arte pblica tem histria em Porto Alegre. So conquistas, acertos e desacertos,

que, segundo Pettini (2008), abrange o perodo dos ltimos vinte anos, pontuando

fatos e aes relevantes para as conquistas da cidade na Arte Pblica. Nas artes

cnicas, j uma tradio assistir em frente ao Monumento do Expedicionrio no

Parque Farroupilha ou no Largo Glnio Peres no centro da cidade, a

performances e apresentaes de teatro de rua.

Em Porto Alegre, as intervenes urbanas de dana iniciaram na dcada de

80 com o TERRA Cia. de Dana do Rio Grande do Sul. Este grupo e seu Diretor

Artstico Valrio Csio inovaram com a proposta de danar em lugares no

convencionais, para aproximar-se do pblico. Por isso, o Terra tinha um pblico

cativo que via o Terra com olhos de renovao e rebeldia. De agosto de 81 a

setembro de 84, o Grupo Terra realizou 431 apresentaes entre nacionais e

internacionais procurando mostrar, atravs da popularizao, que a dana uma

linguagem sempre presente e atual, comprometida com seu tempo e meio. A

companhia Terra foi um marco histrico da dana cnica gacha, com

apresentaes em praas pblicas, ginsios, presdios e hospitais, alm de

teatros e lonas de circo.

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Figura 1 Grupo TERRA dana na Esquina Democrtica

Fonte: Arquivo particular de Flvia Pilla Valle / Foto de Cludio Etges.

Hoje o GAIA d continuidade e intensifica essa aproximao com o pblico

iniciada pelo TERRA, atravs dos flashmob dance. Tambm traz suas prprias

inovaes, como pesquisas tericas desenvolvidas sobre o hibridismo entre

dana e novas tecnologias, tendo como objeto emprico a vdeodana e a dana

interativa veiculada atravs da web. Criado em 2000, por Alessandra Chemello e

Diego Mac, o GAIA atualmente um dos principais grupos de dana

contempornea no cenrio da dana em Porto Alegre.

Figura 2 Flashmob dance organizado pelo GAIA

Fonte: GRUPO, 2010

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Seu primeiro evento de flashmob dance reuniu cerca de 200 pessoas no

Mercado Pblico da capital para danar durante 14 minutos a msica Macarena

em 21 de novembro de 2009. Segundo os diretores do Grupo Gaia, Alessandra

Chemello e Diego Mac, o principal objetivo desta ao foi aproximar a dana

contempornea do pblico. O segundo evento levou 100 pessoas Casa de

Cultura Mario Quintana para danar quinze ritmos de Macarena e comemorar,

alm do aniversrio da Casa, a vitria da companhia de dana contempornea

em duas categorias no Prmio Aorianos de 2010.

4.3 Descrio do projeto

O projeto tem por objetivo a produo de documentrio sobre intervenes

urbanas de dana na capital do Rio Grande do Sul atravs do registro de memria

dos Grupos de Dana TERRA Cia. de Dana do RS e GAIA Dana

Contempornea.

O tema foi pesquisado por equipe no Curso de Mestrado em Memria Social

e Bens Culturais da UNILASALLE, sendo defendido como dissertao em

2012.No ano de 2012, os itens abaixo foram confeccionados como partes

integrantes e/ou derivadas da pesquisa produzida por Ana Lgia Trindade que deu

origem sua dissertao de concluso do curso de Mestrado em Memria

Social e Bens Culturais no UniLaSalle

(http://www.unilasalle.edu.br/CANOAS/ppg/memoria-social-bens-culturais/)

defendida por Ana Lgia Trindade em 24 de agosto de 2012.

a) Vdeos contendo imagens e udio de duas entrevistas com integrantes e

ex-integrantes dos grupos Terra e Gaia que foram conduzidas pela autora e

gravadas pela PROMONT, ambas realizadas na Casa de Cultura Mrio Quintana

em Porto Alegre, RS, nos dias primeiro de abril, domingo, e primeiro de maio,

tera-feira, do ano de 2012.

b) Documentrio com 2 horas e 19 minutos de durao, composto por

imagens que fazem parte do material coletado para a produo do suporte da

pesquisa bem como pelos vdeos provenientes de externas gravadas pela autora

e das entrevistas por ela conduzidas. Esse documentrio foi editado e

disponibilizado na Internet pela PROMONT para pblico restrito (autora,

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orientadoras, banca examinadora e produtores) no endereo

https://www.youtube.com/watch?v=Ro2deQG8dv4

c) Dissertao: levantamento terico sobre o tema, pesquisa em torno da

atuao dos dois grupos e anlise das entrevistas realizadas e filmadas formaram

o contedo de dissertao defendida em 24 de agosto de 2012, s 9h, na sala

304 do prdio 08 da Unilasalle, com a seguinte Banca Examinadora: Prof. Dr.

Patricia Kayser Vargas Mangan (Orientadora), Prof. Dr. Luciana Morteo boli,

Prof. Dr. Mnica Fagundes Dantas (UFRGS) e Prof. Dr. Nadia Maria Weber

Santos (Co-orientadora).

d) Livro Intervenes Urbanas de Dana: TRINDADE, Ana Lgia.

Intervenes Urbanas de Dana. Porto Alegre: Csar Gonalves Larcen Editor,

2013. 164 p. il. ISBN: 978-85-915192-1-7

e) Livro Do Terra ao Gaia!": TRINDADE, Ana Lgia. Do Terra ao Gaia! Da

Esquina Democrtica ao Flash Mob Dance na Memria Artstico-cultural da Dana

em Porto Alegre / RS. Porto Alegre: Csar Gonalves Larcen Editor, 2013. 200 p.

il. ISBN: 978-85-912136-8-9

Figura 3 Capas das obras publicadas

Fonte: arquivo da autora, 2014

O TERRA levou a dana a lugares no convencionais, aproximando a dana

do pblico. Deste modo, pode-se afirmar que o Grupo Terra foi de grande

importncia para o cenrio artstico gacho, seja por ter sido uma das primeiras

companhias de dana estruturadas do Estado, bem como pelas propostas

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inovadoras, grande atuao e repercusso durante seu perodo de existncia. O

GAIA d continuidade e intensifica essa aproximao com o pblico iniciada pelo

TERRA, atravs dos flashmob dance. Tambm traz suas prprias inovaes,

como pesquisas tericas desenvolvidas sobre o hibridismo entre dana e novas

tecnologias, tendo como objeto emprico a vdeodana e a dana interativa

veiculada atravs da web. Inovao na atuao caracterstico em grupos de

dana moderna e contempornea como estes dois grupos. Se assemelham, no

apenas na essncia de seus nomes, mas em seus objetivos e finalidades.

O projeto do documentrio foi selecionado para receber o PRMIO

FUNARTE ARTES NA RUA 2013 em 11 de maro de 2014, pela Portaria N 46

(publicado no Dirio Oficial da Unio - DOU 12/03/2014 - Pg. 5 - Seo 1), na

modalidade registro e memria de grupos e suas atividades de arte na rua, com

n de inscrio 793.

4.4 Documentrio

Do TERRA ao GAIA! - Produo: Arte na Rua interveno urbana de

dana; Durao estimada: (2 verses) 25 minutos (p/TVE) e 40 minutos (p/DVD);

Formato: 1080p 24fps ; Gravao: flashmob e entrevistas; Edio: flashmob,

entrevistas, imagens recolhidas (fotos/filmes).

4.5 Divulgao

Sesso de Lanamento (CCMQ e Casa Cultural Tony Petzhold), Sesso

Comentada (ULBRA, UFRGS, UERGS, UCS), Entrevista TVE (programa Estao

Cultura), Festivais de Cinema (Infinite Filmes), Festivais de Dana (Brasil em

Dana, Sul em Dana, Porto Alegre em Dana), Redes Sociais (Blogs, Facebook,

sites), Apresentao do projeto em eventos acadmicos e profissionais

(Amostras, Seminrios, Congressos, etc.).

4 CONSIDERAES FINAIS

J consideradas ferramenta de interveno urbana, as flashmobs criam tipos

inditos de interao e ocupao dos espaos urbanos, atravs do auxlio de

mdias digitais e tecnolgicas que permitem novas formas de comunicao e

informao. O flashmob um movimento que se cria no ciberespao, se

materializa em um contato pessoal e ao se dissipar acaba retornando ao

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ciberespao principalmente a partir de registros em blogs, twitters e vdeos. Em

outras palavras, um flashmob surge pela organizao virtual na forma de

interao em rede social na Internet e se perpetua tambm no virtual, mas s tem

sua razo de ser pela sua ao/interveno no plano fsico/presencial. Constitudo

habitualmente deste formato de organizao virtual, performance presencial e

registro virtual, as aes de flashmob tem caminhado rapidamente para se

tornarem uma valiosa ferramenta de memria virtual da arte. Documentar os

trabalhos dos grupos TERRA e GAIA, registrar e preservar a memria de

eventos de interveno urbana de dana no Rio Grande do Sul. Dentro da rea

denominada Registro e Memria de Grupos e suas Atividades, a comisso

avaliadora do programa do Prmio Funarte Arte na Rua (circo, dana e teatro)

considerou o Projeto Documentrio Do TERRA ao GAIA!

Elaborado a partir de uma pesquisa realizada no Curso de Mestrado

Profissional em Memria Social e Bens Culturais do Centro Universitrio La Salle

a cerca das Intervenes Urbanas Pblicas da Dana em Porto Alegre (RS), o

projeto Documentrio Do TERRA ao GAIA! foi enviado a Funarte somente em

2013. Dois importantes Grupos de Dana foram reunidos para anlise da

ocupao dos espaos urbanos e a interao com o pblico nas manifestaes

artstico-culturais de dana, na dcada de 80 e hoje, em Porto Alegre/RS. TERRA

COMPANHIA DE DANA DO RIO GRANDE DO SUL e GAIA DANA

CONTEMPORNEA discutem o ontem e o hoje nas performances de rua: a

relao com o pblico, os limites espaciais da atuao, etc. A forma como estes

dois grupos de dana trabalharam a performance em ambientes urbanos, sua

interao com o pblico e suas relaes com a tecnologia foram temas propostos

em uma entrevista filmada na Casa de Cultura Mrio Quintana em 2012 e sero

gravadas novamente em 2013 para este documentrio. A finalidade deste projeto

o registro da transformao na dana cnica contempornea em Porto Alegre,

comparando as caractersticas das atuaes desses dois grupos em intervenes

urbanas pblicas diferenas e semelhanas existentes nas manifestaes de

rua no ano de 1980 e em 2010. O objetivo ser a contribuio para construo da

memria da dana no RS, pois a dana como arte cnica efmera, isto , no

momento em que se realiza se desfaz, s ficando presente na memria de quem

teve a oportunidade de presenci-la, portanto sua preservao depende de

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iniciativas como o estudo realizado para o mestrado do Centro Universitrio La

Salle e deste documentrio que foi contemplado pelo Prmio Funarte Artes na

Rua 2013.

Referncias

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O DESAFIO DA AUTOGESTO NO PROCESSO DE INCUBAO NA ECONOMIA SOLIDRIA

Alana da Fonseca Jorge1

Maria de Lourdes Borges2

Aline Accorssi3

Resumo: O objetivo deste artigo versar sobre a autogesto como um desafio no processo de incubao na economia solidria devido tanto sua necessidade quanto complexidade deste assunto para importncia da economia solidria. A metodologia utilizada a de reviso bibliogrfica. Os resultados indicam que os desafios so inmeros para os processos de incubao e de autogesto, uma vez que ambos envolvem processos sociais complexos, que exigem aprendizagem e desenvolvimento do conhecimento do negcio e das interaes sociais, gerando prticas sociais voltadas para a gerao da renda e emprego em ltima anlise. Palavras Chaves: processo de incubao, economia solidria, autogesto

Abstract: This article aims to relate the self-management as a challenge in the process of incubation on solidarity economy due both to its necessity as complexity of this matter to the importance the solidarity economy. The methodology used is that of literature review. The results indicate that the challenges are numerous incubation processes and self-management, since both involve complex social processes, which require learning and knowledge development of business and the social interactions, generating social practices aimed at the generation of income and employment in the final analysis. Keywords: Incubation Process. Solidarity economy. self-management

Introduo

Neste artigo objetiva-se versar sobre a autogesto como um desafio para o

processo de incubao na economia solidria devido tanto sua necessidade

quanto complexidade, buscando discorrer sobre a viso de autores envolvidos

intrinsicamente com o tema.

O processo de incubao tem por objetivo solidificar a metodologia da

economia solidria, pois para que empreendedorismo decorrido na economia

solidria tenha sucesso, necessrio passar por ciclos prprios do processo de

incubao, ou seja, para os autores, a economia solidria est atrelada

incubao (SILVA et al., 2013).

1

Mestranda em Memria Social e Bens Culturais - Unilasalle/Canoas. Email: [email protected] 2 Professora do PPG Memria Social e Bens Culturais. Email: [email protected]

3 Professora do PPG Memria Social e Bens Culturais. Email: [email protected]

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Ressalta-se que em pesquisas apresentadas por renomados

pesquisadores da rea tais como (Gandolfi, 2009, Lechat, 2008; Silva et al,

2013) , a economia solidria nasce da necessidade de empreender, porm, essa

necessidade est atrelada ao modelo da autogesto do negcio, e mais, nesse

contexto, o processo de incubao ser a base para alcanar a autogesto, ou

seja um processo est intrinsicamente ligado ao outro.

Na verdade, o conceito de autogesto mostra sua importncia quando

inserido no processo da economia solidria. Para eles, um no caminha sem o

outro, pois para que os empreendimentos solidrios evoluam e passem pelo

processo de desincubao, necessrio que os envolvidos nele tenham

claramente o entendimento de autogesto, e mais, que a desenvolvem no

empreendimento, a fim de que a cooperativa evidencie o sucesso do

empreendimento (LECHAT; BARCELOS, 2008). sobre esse tema que esse

artigo se ocupa.

Referencial Terico

Lechat e Barcelos (2008) entendem que o conceito de autogesto possui

alta importncia quando inserido em um processo de economia solidria. Para

eles, um no caminha sem o outro, pois para que os empreendimentos solidrios

evoluam e consigam chegar no processo de desincubao, necessrio que os

envolvidos tenham claramente o entendimento do que vem a ser autogesto, e

mais, que busquem desenvolver a mesma no dia-a-dia do empreendimento, a fim

de propiciar ao grupo uma estabilidade, que no ser possvel, sem o

engajamento dos envolvidos no processo.

Porm, para abordarmos o processo de autogesto, necessitamos saber um

pouco mais sobre do que trata o tema. Segundo o texto de discusso

disponibilizado pelo portal do Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE de 2004, a

autogesto entendida como uma construo conjunta dos produtores-cidados

em que a organizao ocorre de maneira livre e democrtica. Assim, podemos

observar que, a autogesto deve ser vista e entendida como um mecanismo de

autogerenciamento, como uma forma de gerir seu prprio negcio. Em se

tratando de uma cooperativa significa ir alm do saber gerenciar mas tambm

compreender o ponto de vista do outro. Portanto, podemos perceber que a

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autogesto no saber mandar, mas sim poder compreender o ponto de vista

do grupo e buscar um consenso, em um contexto onde todos saiam ganhando,

no s financeiramente, mas tambm socialmente.

Quando olhadas as memrias do processo de autogesto, observa-se que

para Singer (2002) ele passou a ser fomentado em meados da dcada de 1970,

quando uma nova crise econmica passou a criar um nvel de desemprego muito

alto, estimulando o fechamento de vrias empresas e como consequncia a

classe trabalhadora no teve muitas alternativas de sobrevivncia. Uma das

solues foi buscar seu sustento atravs da economia solidria, onde os

envolvidos nesse processo buscavam melhorias na sua evoluo, desenvolvendo

assim, grupos que passaram a trabalhar primando a honestidade, solidariedade, a

autonomia e assim buscando desenvolver a autogesto, onde todos poderiam ser

donos do negcio.

E mais, a autogesto segundo Lechat e Barcelos (2008) vista como uma

concepo de trabalho democrtico, onde todos so visto como patres, livres

de bruscas cobranas, onde todos so participativos, contribuindo para o bom

funcionamento do negcio, compreendendo que se no houver a participao e a

colaborao mtua o prejuzo ser coletivo. Assim, os envolvidos neste processo

passam a dedicar-se ao mesmo, esforando-se para que o negcio d certo e

que a autogesto seja bem trabalhada, evitando que um queira mandar mais que

o outro.

Viana (2007) aborda em seu texto, a importncia de esclarecer o conceito de

autogesto, pois para muitos essa tem o mesmo sinnimo de co-gesto ou

cooperativismo, porm, o autor destaca que autogesto refere-se dirigir sua

prpria atividade (no esquecendo do coletivo), excluindo paradigmas de chefe ou

dono. Para o autor, autogesto anular os entendimentos que divergem, buscar

sempre dirigir o seu negcio quebrando os paradigmas de um nico chefe.

Gandolfi et al (2009) destaca ainda que, o processo de autogesto

importante na economia solidria e no sistema de incubao, porm, esse s ser

delineado aps a incubao. Assim, os envolvidos passaro a desenvolver a

autogesto do negcio, porm,esse processo o mais delicado. Os autores

ressaltam que a autogesto encontra-se na ltima fase do processo de

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incubao, e que para ocorrer a mesma necessrio os envolvidos tenham bem

delineada estas fases, na qual apresentamos a seguir.

(I) Pr-incubao tem por objetivo realizar entrevistas, apresentar

projetos (diagnsticos, planos de negcios, consolidao jurdica,

viabilidade etc.) e tambm se familiarizar com o negcio no qual o

grupo pretende se inserir;

(II) Incubao consiste em desenvolver cursos, oficinas, atividades, bem

como orientao e monitoramento dos planos, ou seja, busca

apresentar e aprimorar as atividades nas quais sero realizadas;

(III) A fase de desincubao, que no tem um prazo pr-estipulado,

tendo em vista que s ocorrer quando os cooperados estiverem

seguros e aptos a desenvolverem a autogesto no seu negcio,

tendo conhecimento e habilidades para buscar a sustentabilidade

por meio da economia solidria.

Assim, percebemos que, a autogesto necessria na economia solidria e

nos processos de incubao, pois a mesma tem como proposio fazer com que

os indivduos atuantes neste processo busquem ter cincia do seu papel na

evoluo do empreendimento ao qual os mesmo vislumbram o sucesso. Cabe

ressaltar ainda que, a partir do momento que o indivduo passa a ter cincia da

autogesto, passando a desenvolv-la no somente nos negcios, mas tambm

pode passar a inclui-la na sua vida e rotina pessoal.

3. Metodologia

Esse artigo tem como metodologia norteadora a pesquisa bibliogrfica

constituindo-se de reviso da literatura. A reviso da literatura consiste em

detectar, consultar e obter a bibliografia para os propsitos do estudo (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2013), neste caso, do processo da incubao na economia

solidria e autogesto. Torna-se importante salientar que as autoras deste artigo

fizeram um esforo para extrair e recompilar as informaes a partir de artigos

cientficos e livros de autores consolidados (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013)

nas respectivas reas para que o objetivo do artigo possa ser atingido.

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4. Resultados e Discusses

A pesquisa est em construo, uma vez que faz parte da construo da

dissertao da primeira autora, portanto apresenta resultados parciais no estado

em que se encontra. Apesar disso, pode-se identificar questes importantes no

que concerne aos processos de incubao e de autogesto, tais como

especificados abaixo:

Processo de Incubao Processo de Autogesto Objetivos

-Mecanismo de gerenciamento voltado para a implantao de empreendimentos na economia solidria

Solidificar a metodologia da economia solidria (Silva et al., 2013) -Pode ser motivada pela recuperao de empresas falidas, formando uma cooperativa (Ribeiro, 2013)

- Mecanismo de autogerenciamento onde h uma construo conjunta dos produtores-cidados em que a organizao ocorre de maneira livre e democrtica (MTE, 2004) -Membros sentem-se donos do negcio, quando o processo de incubao tem sucesso (Nunes, 2009)

Etapas/ Ciclos

- Pr-incubao: fase inicial da Incubao, familiarizao com o negcio em seus aspectos administrativos e relacionais (diagnsticos, planos de negcios, consolidao jurdica, viabilidade etc.); - Incubao: desenvolvimento de cursos, oficinas, atividades bem como orientao e monitamento dos planos, e aprimorar as atividades; - Desincubao ou Ps-incubao, s ocorrer quando os cooperados estiverem seguros e aptos a desenvolverem a autogesto, tendo conhecimento e habilidades para buscar a sustentabilidade por meio da economia solidria.

-Para que os empreendimentos solidrios evoluam e consigam chegar no processo de desincubao, necessrio que os envolvidos tenham claramente o entendimento do que vem a ser autogesto. (Lechat e Barcelos, 2008) - Todos os membros so visto como patres, livres de bruscas cobranas, onde todos so participativos, contribuindo para o bom funcionamento do negcio, compreendendo que se no houver a participao e a colaborao mtua o prejuzo ser coletivo (Lechat , Barcelos, 2008)

Complexidade envolvida

-Metodologia da incubao aberta, no previamente delimitada, em que cada empreendimento ter sua histria e vicissitudes (Gandolfi et al.,

-Complexo, pois envolve diversos aspectos administrativos em seu desenvolvimento (Nunes, 2009) e sua relao com as

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2009) -Envolve a construo coletiva de cada empreendimento, por isso precisa ser acompanhada em seus mltiplos aspectos: estruturais, relacionais, interacionais, financeiros, logsticos (Gandolfi et al, 2009)

questes interacionais entre seus membros. -Administrao do negcio em si, bem como da posio de cada membro em um grupo dinmico (Nunes, 2009)

Desafios -Exige aprendizagem e conhecimento do negcio pelos envolvidos (Nunes, 2009) -Gerao de renda e emprego aos envolvidos no processo como resultado positivo de todo o processo (Gandolfi et al., 2009)

-Processo social que envolve o desenvolvimento dos membros enquanto grupo (compreender o ponto de vista do outro, busca de consenso). -Exige aprendizagem e conhecimento do negcio pelos envolvidos (Nunes, 2009)

Figura 1: Sistematizao dos elementos de Incubao e Autogesto. Fonte: Organizado pelas autoras.

Portanto, observa-se que a efetividade da autogesto no processo de

incubao apresenta vrios desafios e alta complexidade em suas diversas

etapas. Tais elementos que foram sistematizados para este artigo, devem-se

busca por atingir diversos aspectos administrativos no desenvolvimento deste

processo, tais como a necessidade de conhecer o negcio no qual os

empreendedores esto investindo, bem como, ter conhecimentos e habilidades

necessrias sobre o que esto desenvolvendo, sabendo administrar no s suas

funes bem como, sua posio no grupo, para assim conseguir chegar

autogesto dando assim plenos poderes aos cooperados afim de que esses

sigam com a cooperativa (NUNES, 2009).

Cabe ressaltar que o processo de incubao ir propiciar aos mesmos um

novo delineamento no s profissional, mas tambm pessoal, pois a autogesto

permitir, quando atingida, que os individuos sintam-se donos do seu prprio

negcio, permitindo aos mesmos apresentar suas ideias e compartilhar o que

ser melhor para cooperativa bem como para os cooperados, vislumbrando o

sucesso coletivo sempre. Alm disso, Ribeiro (2013) destaca que a autogesto

o gs necessrio para a recuperao de empresas que abrem falncia, tendo em

vista que, as mesmas passam a ser vistas como cooperativas, iniciando um novo

procedimento trabalho, buscano sempre seguir a autogesto do negcio, a fim, de

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prospectar novos clientes e negcios, progredindo de forma aberta, gerando

renda e emprego a todos envolvidos nesse processo.

Dessa forma, fica claro que a autogesto nem sempre a ltima etapa do

processo de incubao, mas sim, a chave para a iniciao e o sucesso da

incubao de uma cooperativa, pois para que a mesma torne-se realidade,

necessrio a coragem e a iniciativa de um grupo, seja ele oriundo de uma

empresa que abriu falncia e fez com que os demitidos buscassem nova forma de

ter sua renda atravs do trabalho que tem conhecimento, ou de um grupo de

pessoas que buscam a economia solidria como a porta para um novo ou

primeiro trabalho no gerenciado por uma hierarquia.

5. Consideraes Finais

O objetivo do artigo foi de compreender os aspectos da autogesto como um

desafio no processo de incubao na economia solidria devido tanto sua

necessidade quanto complexidade. Por meio de uma sistematizao a partir do

levantamento bibliogrfico, os resultados indicam que h elementos de anlise

como objetivos, etapas, complexidade envolvida e desafios presentes tanto na

Incubao quanto na Autogesto.

Pode-se concluir que o objetivo de ambos os processos (de incubao e

autogesto) so mecanismos de gerenciamento. Porm enquanto o processo de

incubao o de servir como um mecanismo de gerenciamento voltado para a

implantao de empreendimentos na economia solidria, fomentando uma

metodologia aberta, o da autogesto um mecanismo de autogerenciamento

onde h uma construo conjunta dos produtores-cidados. Portanto, fica claro o

quanto um processo depende do outro para seu sucesso.

Quanto s etapas e/ou ciclos, observa-se que o processo de incubao

possui trs etapas definidas de maneira abrangente (Pr-incubao, incubao e

desincubao), mas o de autogesto no h etapas pr-definidas. Nesse aspecto

sugere-se maiores estudos sobre os processos grupais e interacionais de maneira

que se possa identificar ciclos ou fases a fim de ajudar outros empreendimentos

neste processo.

Os resultados indicaram ainda que h alta complexidade envolvida nos dois

processos, uma vez que no processo de incubao um dos elementos que o

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complexifica que no h uma receita de bolo que possa ser aplicada e que se

saiba de antemo dos resultados, uma vez que envolve a construo coletiva nos

aspectos relacionais e materiais. Esse aspecto comum ao processo de

autogesto, uma vez que os processos relacionais que permitiro o

desenvolvimento do grupo e da administrao participativa do negcio.

Finalmente, os desafios so inmeros para os dois processos, uma vez que

ambos envolvem processos sociais complexos, que exigem aprendizagem e

desenvolvimento do conhecimento do negcio e das interaes sociais, gerando

prticas sociais voltadas para a gerao da renda e emprego em ltima anlise.

Enfim, a economia solidria nasce da necessidade de empreender, porm, essa

necessidade est atrelada ao modelo da autogesto do negcio, e mais, nesse

contexto, o processo de incubao ser a base para alcanar a autogesto, ou

seja, um processo est intrinsicamente ligado ao outro.

Referncias

GANDOLFI, Petersen Elizando, Et Al. Empreendimentos solidrios como alternativa para a gerao de trabalho e renda: a experincia da INES / UFU - em extenso, Uberlndia, v. 8, n. 1, p. 159 - 173, jan./jul. 2009. Disponvel em : http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BCB2790012BCF8F95EF1C50/prog_autogestaocooperativismo.pdf - Acesso em 25 ago. 2014.

LECHAT, Nolle M.P e BARCELOS, Eronita da Silva. Autogesto: desafios polticos e metodolgicos na incubao de empreendimentos econmicos solidrios. Rev. Katl. Florianpolis v. 11 n. 1 p. 96-104 jan./jun. 2008

NASCIMENTO,Claudio, A Autogesto e o Novo cooperativismo. 2004. disponvel em:

SAMPIERI, R. COLLADO, C.; LUCIO. P. Metodologia de Pesquisa. 5 edio, So Paulo:McGraw-Hill, 2013.

SILVA, Edna Lcia e MENEZES,Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao .3a edio revisada e atualizada. 2001.

SINGER, Paul. Introduo economia solidria. So Paulo: Fundao Perseu Abramo, 2002.

VIANA, Nildo . O que autogesto. Revista Enfrentamento n 02, jan./jun. 2007 P.7 -11.

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A EVOLUO TECNOLGICA DOS MUSEUS VIRTUAIS UNIVERSITRIOS

Carolina Schwaab Maral1

Natlia Rodrigues Weber2

Patrcia Kayser Vargas Mangan3

Resumo: Este artigo tem como objetivo realizar um levantamento das principais tecnologias utilizadas para desenvolver um museu virtual, fazendo uma relao entre o os museus fsicos e o surgimento do ciberespao. Palavras-chaves: ciberespao, museu virtual, cibercultura. Abstract: This article aims to survey the key technologies used to develop a virtual museum, making a link between the physical museums and the emergence of cyberspace. Keywords: cyberspace, virtual museum, cyberculture.

Introduo

Os constantes avanos nas tecnologias de informao e comunicao, mais

precisamente na rea de computao, provocaram mudanas em diferentes

reas do conhecimento humano. Uma das reas que acompanha essa

transformao a cultura que atravs da tecnologia pode ultrapassar fronteiras,

que hoje ainda existem. Uma das formas encontradas para ultrapassar essas

barreiras foi a Internet. Segundo Castells, a internet pode ser comparada com o

surgimento da eletricidade na era industrial, conforme segue.

A internet o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informao hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa poca a Internet poderia ser equiparada tanto a uma rede eltrica quanto ao motor eltrico, em razo de sua capacidade de distribuir a fora da informao por todo o domnio da atividade humana. (CASTELLS, 2003, p7)

A internet proporciona que a extenso de vrias capacidades naturais, pois

se pode ver, ouvir, interagir, tocar atravs de realidade virtual, construir o prprio

raciocnio no linear em cima da informao dada, se comunicar com pessoas

1 Licenciada em Computao pelo Centro Universitrio La Salle. Atualmente aluna do mestrado

em Memria Social e Bens Culturais. 2 Aluna do Curso de Bacharel em Cincia da Computao pelo Centro Universitrio La Salle

3 Doutora em Engenharia de Sistemas e Computao pela COPPE/Sistemas da Universidade

Federal do Rio de Janeiro. professora do Centro Universitrio La Salle desde 2000. Atualmente, professora do Mestrado Profissional em Memria Social e Bens Culturais pertencendo a linha de Memria e Linguagens Culturais.

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desconhecidas sem mesmo sair de casa. Este meio tecnolgico acabou por criar

uma caraterstica na sociedade contempornea a reconfigurao dos espaos

percebidos por ela, reduzindo as distncias gerando a aproximao das pessoas

em uma perspectiva de percepo, tornando as distncias infinitas.

Assim foi surgindo o ciberespao onde no existem distncias fsicas,

possvel interagir com uma pessoa que esteja em outro continente em questo de

segundos e compartilhar informaes. Cria -se uma cultura digital, sendo possvel

compartilhar a cultura de um determinado local, sua arte, seus costumes, viajar

pelo mundo sem mesmo sair de casa. Com a velocidade da informao fatos que

ocorrem em outro continente, por exemplo, chega at as pessoas em questo de

segundos. Lvy define ciberespao como:

[...] o espao de comunicao aberto pela interconexo mundial dos computadores e das memrias dos computadores. Essa definio inclui o conjunto dos sistemas de comunicao eletrnicos (a includos os conjuntos de redes hertzianas e telefnicas clssicas), na medida em que transmitem informaes. (Levy, p.92)

Com estes fatos, outro termo vai surgindo nas ltimas dcadas a

cibercultura. Entende-se por cibercultura o conjunto de espaos, atitudes, rituais e

costumes que as pessoas desenvolvem ao interagir com ou somente entrar em

contato com a tecnologia. Conforme LVY a emergncia da cibercultura altera o

imaginrio humano, transformando a natureza das relaes dos homens com a

tecnologia e entre si. Ainda afirma que existe uma relao muito prxima entre

subjetividade e tecnologia, quando descreve "tecnologia intelectual", Com a

quantidade de redes sociais e meios virtuais de comunicao e armazenamentos,

a tecnologia afeta o registro da memria coletiva social. Tempo e espao acabam

por serem afetadas pelas diferentes formas atravs das quais este registro

realizado. Para LEVY o virtual apenas um ponto de partida para conhecermos e

planejarmos melhor o espao real. Exemplo disso quando programa-se uma

viagem se acessa sites de viagens, pontos tursticos, tudo para programar a

viagem real.

O imaginrio humano sempre esteve ligado tecnologia, sendo que no se

pode separa-la da sociedade, como um elemento isolvel, mas sim

considerarmos um mundo permeado pela tecnologia, que influencia as formas de

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sociabilidade. A partir da perspectiva das tecnologias intelectuais, Lvy traa um

histrico da humanidade,:

"No caso da informtica, a memria se encontra to objetivada em dispositivos automticos, to separada do corpo dos indivduos ou dos hbitos coletivos que nos perguntamos se a prpria noo de memria ainda pertinente" (Lvy, 1995)

Os museus virtuais uma das formas que se utiliza para socializar a

informao no ciberespao, os museus virtuais possuem diversas maneiras de

serem desenvolvidos tanto tecnologicamente como no formato de suas

exposies e disposio das informaes que nele contm, e informao tudo

aquilo o qual pertencente aquele museu desde suas colees, histria, eventos

realizados, ou seja, transpor o real para o virtual.

Com estes pensamentos este trabalho tem como objetivo realizar um

levantamento das principais tecnologias empregadas em museus digitais virtuais

podendo ampliar a experincia de usurios em museus presenciais.

Museus Universitrios Virtuais

Os museus so conhecidos como lugares de memria e esquecimento,

onde pode ter vivncias de fatos j ocorridos na histria. Segundo a lei n 11.904

de 2009

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituies sem fins

lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expem, para

fins de preservao, estudo, pesquisa, educao, contemplao e turismo,

conjuntos e colees de valor histrico, artstico, cientfico, tcnico ou de qualquer

outra natureza cultural, abertas ao pblico, a servio da sociedade e de seu

desenvolvimento.

Eles tm o grande papel salvaguardar memrias de eventos, colees de

diferentes temas, so lugares detentores de indcios patrimoniais e identitrias.

Mas os modelos de museus que so espaos fechados, que tem somente o

objetivo de guardar o patrimnio, esta se alterando. Os museus sofreram imensas

modificaes, levando a discusses que motivam novas formas de pensar o

museu, percebendo-se a necessidade de o museu libertar-se do seu espao

tradicional e limitado e assim tornandose acessvel ao grande pblico, que por

muitas vezes no se interessam e fazer visitaes justamente pela dificuldade de

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acesso a ele. Segundo Mrio Moutinho (1989) no foi a Museologia tradicional

que evoluiu para uma Nova Museologia, mas sim a transformao da sociedade

que levou mudana dos parmetros da Museologia.

A transformao dos museus se deu com o avano tecnolgico, a

sociedade cada vez mais tecnolgica levou o surgimento dos museus virtuais. Os

museus virtuais com a ajuda da internet conseguem ultrapassar as paredes as

quais pertencem. Grande parte dos museus possuem sites institucionais,

permitindo uma maior interao com o pblico. Segundo Griffiths (2003) as

tecnologias mudaram o carter fsico dos museus.

such technologies have changed the physical character of the museum, frequently creating striking juxtapositions between nineteencentury monumental architecture and the electronic glow of the twentyfirst century computer screen. Via the World Wide Web, the museum now transcends the fixities of time and place, allowing virtual visitors to wander throught its perpetually deserted galleries and interact with objects in ways previously unimaged (Griffiths, 2003, s/p.)

Sites institucionais no a nica forma de museus virtuais, existem

tambm os que contm as colees digitalizadas, que proporcionam um tour

virtual, ou at mesmo museus virtuais que no existe o fsico, que so somente

criados para colocar colees e fazer exposies virtuais.

As instituies de ensino mais precisamente as universidades, s vezes

possuem em seu ambiente museu institucional ou relacionado a um tema, como o

exemplo do museu virtual do corpo humano da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, que no s possuem um acervo disponvel como tambm tem

intuito educativo.

A exposio virtual tende a facilitar o recebimento da informao,

pedaggica e esttica do objeto exposto. O visitante passa de um sujeito passivo,

que somente recebe mensagem transmitida, para um que interage com o

espao. O visitante ainda tem a possibilidade de criar seu prprio percurso de

visitao de acordo com a sua experincia, gostos pessoais e nvel cultural. Para

a criao destes ambientes so necessrias no apenas conhecimento na rea

de museologia, mas tambm das tecnologias que sero utilizadas para criar estes

ambientes, como ser visto a seguir no tpico sobre tecnologias.

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Tecnologias Utilizadas para Criao de Museus Virtuais

Atualmente existem diversas tecnologias utilizadas para criao de museus

virtuais. No mbito universitrio, em sua maioria, os ambientes virtuais que

existem se apresentam de forma esttica. Mas, com o intuito de se ter uma maior

interao do usurio, com um foco educativo, um ambiente 3D proporciona ao

usurio uma melhor experincia, e um melhor aproveitamento dos conhecimentos

a serem oferecidos, por ser dinmico e oferecer a sensao de pertencer aquele

ambiente.

Um ambiente de (Souza, 2014) carter interativo associado a aplicaes

virtuais 3D poder permitir uma explorao da globalidade das funcionalidades

originais do objeto, numa perspectiva ldica e pedaggica, bem como a sua

manipulao sem os riscos inerentes deteriorao ou danos da decorrentes.

Para as representaes virtuais 3D, tem-se uma srie tecnologias

atualmente no mercado, onde podemos citar como as mais conhecidas e mais

utilizadas (Souza, 2011) os scanners 3D em se tratando de hardware, j como

softwares de modelagem, animao e CAD: Blender, Autodesk Maya, Autodesk

3DStudio MAX, Cinema 4D, Autodesk Inventor, Autodesk AutoCAD, SolidWorks e

3DSom.

Uma tecnologia que tem sido bastante utilizada na criao de ambientes

virtuais interativos so os Motores de jogos, que so um conjunto de ferramentas,

que possibilitam o desenvolvimento de jogos de forma rpida e mais simplificada,

pois unem vrios softwares em um s como: um motor de renderizao para

grficos 2D ou 3D, um motor de fsica para deteco de coliso, ferramentas para

som, scripting, animao, inteligncia artificial e redes.

As ferramentas de motores de jogo conseguem unir as funcionalidades

necessrias, para a criao de ambientes virtuais onde existe a interao

desejada com o usurio, pois esse ambiente consegue unir o espao virtual, com

os objetos virtuais em forma de jogos de vdeo, (Anderson, 2009) exemplos tpico

so os motores de jogo e ambientes virtuais on-line que tm sido utilizados para

projetar e programar jogos para fins no de lazer, por exemplo, em treinamento

militar e de sade (Macednia, 2002; Zyda, 2005), bem como patrimnio cultural.

Um motor de jogo um sistema de software aberto, extensvel em que o

jogo de computador ou um aplicativo similar pode ser construdo, ele fornece a

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infra- estrutura genrica para criao de jogos (Zyda, 2005). Alm da vantagem

em relao a tempo, com esta unio de ferramentas diminui tambm os custos

em comparao a aquisio das ferramentas separadas.

A utilizao destes permite a criao de ambientes virtuais de alto

desempenho. Existem diversos motores grficos e de jogos no mercado (Gregory

2009; Trenholme,Smith 2008; Balbed, Ibrahim Yusof 2008): Ogre, Shiva, Unity

3D, Unreal 2, Torque, CryEngine, Id Tech 4, 3DVIA Virtools 5 , XNA Game Studio,

entre outros. Dentre os existentes o Unity 3D se destaca em diversos aspectos,

como custo (verso independente), qualidade grfica, importao de objetos 3D,

alm de possuir uma base de dados de gesto, armazenamento e catalogao de

objetos 3D e outros objetos digitais, o que para o contexto de patrimnio cultural,

oferece em relao aos objetos museolgicos uma grande ferramenta de

construo de contedo e informao para concepo de conhecimento.

Conforme vrios de estudos de investigao sobre essa ferramenta,

justifica-se sua utilizao (Rates; Assuno; Arruda, 2014) por possuir uma

verso gratuita, uma extensa comunidade de desenvolvedores autnomos onde

possvel obter os mais diversificados tipos de informao para a criao do jogo, e

uma enorme variedade de tutoriais online, na forma de textos e vdeos, (JUNIOR;

GAZZIRO; GONALVES; NETO; FERNANDES; GIMENES; ALEGRE; ASSIS,

2013) alm de permitir a edio de obras 3D, tambm fornece um dispositivo de

interao munido de diversos recursos, usado de maneira que o usurio possa

se locomover no ambiente 3D dentro do qual ele pode olhar em todas as

direes, explorando a obra virtualmente.

Em relao a criao de museus virtuais com ambientes interativos, com

foco educacional, at o momento, Unity 3D, da Unity Technologies, que tem

apresentado os melhores resultados nos aspectos de agilidade, eficcia,

facilidade de utilizao, bem como uma melhor experincia de usurio.

Concluses

Com os levantamentos das tecnologias foi possvel observar que o que

ainda mais utilizada o Unit 3D realmente apresenta uma boa apresentao,

porm ainda muito utilizada a tour 360 utilizando imagem do local e flash. Nem

todos os museus possuem uma participao do visitante, como jogos ou

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questionamentos. Para trabalhos futuros ser realizada a elaborao de um

museu virtual juntando as melhores tecnologias para o seu desenvolvimento.

Referncias

ANDERSON, E. F. Serious Games in Cultural Heritage. The 10th International symposium on virtual reality, archeology and cultural heritage VAST, 2009. Disponvel em: . Acesso em Setembro 2014.

CASTELLS, Manuel; A Galxia Internet: reflexes sobre a Internet, negcios e a sociedade; ano 2003; coleo Interfac; Editora Zahar

GIMENES, A., ALEGRE, C., ASSIS, R. Aleijadinho 3D: tecnologia na difuso e preservao do patrimnio cultural, p.46-53. Anais do VII SIMP: Conveno do Patrimnio Imaterial: 10 anos depois [2003 2013]. 6 a 8 de novembro de 2013 . Disponvel em: Acesso em Setembro/2014.

GRIFFITHS, A., Media Technology and Museum Display: a Century of Accomodation and Conflict, in Rethinking Media Changes. London, MIT Press, pp.375389, 2003.

JUNIOR, J., GAZZIRO M., GONALVES, N., NETO, O., FERNANDES, Y., LVY, Pierre; Cibercultura , So Paulo, Editora 34, 2000

MACEDONIA, M. Games Soldiers Play.IEEE Spectrum39, 3, 2002.

MOUTINHO, M., A construo do objecto museolgico. Lisboa, Cadernos de Sociomuseologia, n1, ULHT, 1994.

SOUZA, J. C. C. A. Intersees: Os recursos digitais no contexto da museologia universitria, 2014. Atas do Seminrio Internacional "O Futuro dos Museus Universitrios em Perspetiva". Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras. Departamento de Cincias e Tcnicas do Patrimnio, 2014. Disponvel em: < http://ler.letras.up.pt/site/default.aspx?qry=id03id1438&sum=sim>. Acesso em Setembro 2014.

SOUZA, J. C. C. A. Implementao de Exposies Virtuais em Ambiente Tridimensional em Museus de Cincia e Tcnica. Tese de Mestrado. Multimdia. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto. 2011. Disponvel em: < http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/61992>. Acesso em Setembro 2014.

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RATES, P. H. H., ASSUNCAO, R. A. B., ARRUDA, E. P. Museu Virtual: Experncias de criao de uma modelagem 3D e possibilidades para a educao. Anais do SIED:EnPED,2014..Disponvel em: . Acesso em Setembro 2014.

ZYDA, M. From visual simulation to virtual reality to games.IEEE Computer, 38, 9, 2005.

________. Lei n 11.904, de 14 de janeiro de 2003. Institui o Estatuto de Museus e d outras providncias. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11904.htm. Acessado em 24/07/2012.

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EQUIPAMENTOS CULTURAIS NA REA DA LEITURA NA AMRICA LATINA Jacira Gil Bernardes

1 Aline Accorssi

2

Resumo: No presente estudo buscamos mapear e divulgar alguns dos

equipamentos culturais na rea da leitura existentes na Amrica Latina. A

promoo da leitura e o acesso informao, de um modo geral, so

incentivados de diferentes maneiras, uma vez que h tanto inciativas simples

quanto outras mais ousadas. Todos os projetos mapeados ou j foram realizados

ou seguem em desenvolvimento. Pensamos que a elaborao desse material

pode servir de apoio a bibliotecrios, gestores, produtores culturais e a todos que,

de algum modo, se interessam pela melhoria da leitura. com esse intuito que

esperamos contribuir para a rea, de maneira prtica, facilitando a vida desses

profissionais.

Palavras-chave: Leitura. Equipamentos culturais. Amrica Latina. Polticas

pblicas.

Abstract: In the present study we sought to map and disseminate some of cultural

facilities in the area of reading existing in Latin America. The promotion of reading

and access to information, in general, are encouraged in different ways, since

there are either simple initiatives or other bolder ones. All mapped or projects

either have been conducted or continue on development. We believe the

elaboration of this material may be supportive for librarians, managers, cultural

producers and to everyone that, somehow, are interested in improving reading.

Keeping this in mind we hope to contribute to the area, in a practical way, making

life easier for these professionals.

Keywords: Reading. Cultural equipment. Latin America. Public policies.

Introduo

No presente estudo buscamos mapear e divulgar informaes sobre

equipamentos culturais na rea da leitura na Amrica Latina. Como subsdio ao

1 Mestre em Memria Social e Bens Culturais (UNILASALLE).

2 Doutora em Psicologia (PUC/RS). Docente permanente do Mestrado Profissional em Memria

Social e Bens Culturais.

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nosso trabalho pesquisamos equipamentos j existentes. Esses projetos j esto

sendo usados ou em andamento e apresentam oportunidades simples e outras

mais ousadas, permitindo o desenvolvimento da promoo da leitura sob diversos

aspectos. Pensamos que a elaborao deste material poder servir de apoio a

bibliotecrios, gestores, produtores culturais e enfim, a todos que se interessam

pela melhoria da leitura e esperamos contribuir para a rea, de maneira prtica

facilitando a vida desses profissionais.

Referencial terico

A rea da leitura no Brasil encontra-se fragmentada e em fase de

reestruturao atravs de polticas pblicas. As experincias nesta rea devem

ser compartilhadas para que possamos, com pequeno esforo promover a leitura,

seja de forma governamental, individual ou coletiva.

Os equipamentos culturais na rea da leitura podem ser trabalhados com e

para diferentes faixas etrias. Os profissionais devem estar capacitados,

atualizados e preparados para desenvolver projetos que, conforme seu objetivo,

possam contribuir ao estmulo na rea.

Iniciamos nosso referencial terico de equipamentos culturais com um

conceito de Coelho (2012, p. 185):

[...] tanto edificaes destinadas a prticas culturais (teatros, cinemas, bibliotecas, centros de cultura, filmotecas, museus) quanto grupos de produtores culturais abrigados ou no, fisicamente, numa edificao ou instituio (orquestras sinfnicas, corais, corpos de baile, companhias estveis etc.).

So muitas opes para a escolha de um equipamento cultural na rea da

leitura. Quanto s caractersticas podem ser:

CARACTERSTICA EXEMPLO Mvel Carro-biblioteca Imvel Bibliotecas, salas de leitura Dividido por faixa etria Voltadas para o pblico infantil, juvenil, adultos, idosos Pblico Bibliotecas pblicas, bibliotecas comunitrias Privado Contao de histrias numa escola da rede privada Interno Num espao fsico pr-estabelecido, prdios, etc Externo Em parques, ruas, pontos de nibus

Para que possamos verificar a validade dos equipamentos culturais torna-se

necessrio revisitar alguns conceitos de democratizao da cultura. Iniciamos

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III Jornadas Mercosul: Memria, Ambiente e Patrimnio. Unilasalle, Canoas/RS, de 10 a 12 de nov. de 2014. Publicado em setembro de 2015. Disponvel em: http://www.unilasalle.edu.br/canoas/jornadas-mercosul/

com Canedo (2004), que coloca como objetivo a distribuio e a popularizao da

arte, devendo o Estado oferecer a todos o acesso produo cultural. No

podemos nos restringir baixa nos preos de espetculos teatrais ou gratuidade

ou diferenciao nos preos, mas ampliar o acesso a bens culturai