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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS MANUAL DE NORMAS E ROTINAS CENTRO CIRÚRGICO CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO RAQUEL DE SOUZA GISELE DE PAULA ANA CAROLINA J. ALVARENGA ALINE SAMPAIO NATÁLIA PEREIRA AMANDA LÚCIA KÊNIA SILVA LAVRAS – MG 2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS

MANUAL DE NORMAS E ROTINAS CENTRO CIRÚRGICO

CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO

RAQUEL DE SOUZA GISELE DE PAULA

ANA CAROLINA J. ALVARENGA ALINE SAMPAIO

NATÁLIA PEREIRA AMANDA LÚCIA

KÊNIA SILVA

LAVRAS – MG 2007

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 6

2 CENTRO CIRÚRGICO .............................................................................. 7

2.1 Objetivo do centro cirúrgico .................................................................... 7

2.2 Finalidade do centro cirúrgico ................................................................ 7

2.3 Área física do centro cirúrgico ................................................................ 7

2.3.1 Localização ......................................................................................... 7

2.3.2 Estrutura física..................................................................................... 8

2.3.2.1 Aspectos a considerar na Estrutura física ........................................ 11

3 RECURSOS HUMANOS: COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE .............................................................................................. 14

3.1 Equipe de anestesia ............................................................................... 14

3.2 Equipe de cirurgia................................................................................... 14

3.2.1 Médico cirurgião .................................................................................. 14

3.2.2 Médico assistente ................................................................................ 15

3.2.3 Instrumentação cirúrgico ..................................................................... 15

3.3 Equipe de enfermagem .......................................................................... 15

3.3.1 Enfermeira ........................................................................................... 15

3.3.2 Técnico de enfermagem ...................................................................... 15

3.3.3 Circulante de sala ................................................................................ 16

3.3.4 Instrumentada cirúrgico ....................................................................... 16

3.3.5 Auxiliar de enfermagem ....................................................................... 16

3.4 Montagem da sala cirúrgica ................................................................... 16

3.5 Atendimento durante o ato cirúrgico ....................................................... 17

3.6 Assistência durante a cirurgia contaminada ........................................... 20

3.7 Atendimento após a cirurgia ................................................................... 20

4 TRANSPORTE DO PACIENTE DO CENTRO CIRÚRGICO ..................... 22

5 O PACIENTE NA SALA CIRÚRGICA........................................................ 24

5.1 Recepção e preparo inicial ..................................................................... 24

6. NORMAS GERAIS PARA OS CUIDADOS NO PRÉ-OPERATÓRIO ....... 25

6.1 No setor de internação ........................................................................... 25

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7 PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO ................................................................ 26

8 PRÉ-OPERATÓRIO DE VÉSPERA .......................................................... 27

9 POSIÇÃO DO PACIENTE PARA A CIRURGIA ........................................ 30

9.1 Posição dorsal ou de decúbito dorsal ..................................................... 30

9.2 Posição ventral ou de decúbito ventral ................................................... 31

9.3 Posição lateral ou de decúbito lateral ..................................................... 31

9.4 Posição ginecológica .............................................................................. 32

9.5 Outras posições ..................................................................................... 32

10 PREPARO DO CAMPO OPERATÓRIO .................................................. 34

11 ANTISSEPSIA CIRÚRGICA .................................................................... 35

12 MEDIDAS DE CONTROLE PARA INFECÇÕES DO SITIO CIRÚRGICO ................................................................................. 36

12.1 Principais recomendações para prevenção do ISC .............................. 37

13 PROCEDIMENTOS NA PARAMENTAÇÃO PARA A CIRURGIA ........... 39

13.1 Degermação das mãos e antebraços ................................................... 39

13.2 Lavagem básica das mãos ................................................................... 39

13.2.1 Materiais e equipamentos necessários ............................................. 40

13.2.2 Técnica .............................................................................................. 40

13.3 Preparo das mãos e braços antes do ato cirúrgico .............................. 41

13.3.1 Soluções anti-sépticas com detergentes recomendados .................. 41

13.3.2 Materiais e equipamentos necessários ............................................. 41

13.3.3 Indicação ........................................................................................... 42

13.3.4 Técnica de escovação ....................................................................... 42

13.4 Paramentação cirúrgica e EPI’s ........................................................... 43

13.4.1 Paramentação com roupas estéreis .................................................. 44

14 EQUIPAMENTOS USADOS NO CENTRO CIRÚRGICO ........................ 47

14.1 Limpeza dos equipamentos .................................................................. 48

14.2 Cuidados com os equipamentos .......................................................... 48

15 MATERIAIS USADOS NO CENTRO CIRÚRGICO ................................. 50

15.1 Instrumental cirúrgico ........................................................................... 51

15.1.1 Grupo 1 - diérese cirúrgica ................................................................ 52

15.1.2 Grupo 2 - procedimentos de hemostasia ........................................... 52

15.1.3 Grupo 3 - exérese cirúrgica ............................................................... 53

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15.1.4 Grupo 4 - exaurimento cirúrgico ........................................................ 54

15.1.15 Grupo 5 - Instrumentos para procedimentos especiais ................... 56

15.1.6 Grupo 6 - Instrumentos para fins diversos ......................................... 56

15.2 Cuidados e manuseio dos instrumentos ............................................... 57

15.2.1 Contagem dos instrumentos .............................................................. 59

15.2.2 Acondicionamento dos instrumentos ................................................. 59

16 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS E O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO ............................................................................ 61

17 TERMINOLOGIA CIRÚRGICA ................................................................ 63

18 ANESTESIA E ANALGESIA .................................................................... 68

18.1 Principais objetivos do ato anestésico .................................................. 68

18.2 Anestesia propriamente dita ................................................................. 68

18.3 Etapa pós-anestésica imediata ............................................................ 69

19 ANTIBIÓTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA ............................................... 70

20 SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA .................................... 71

20.1 Organização da sala de recuperação pós-anestésica .......................... 71

20.2 Recursos humanos............................................................................... 72

20.3 Transporte do paciente ......................................................................... 73

20.3.1 Para a sala de recuperação pós-anestésica ..................................... 73

20.3.2 Alta da SRPA para unidade de internação ........................................ 75

20.4 Responsabilidade e assistência de enfermagem na SRPA .................. 75

20.4.1 Recepção do paciente ....................................................................... 76

20.5 Complicação observadas na SRPA com o paciente ............................ 78

21 FONTES DE CONTAMINAÇÕES EM CENTRO CIRÚRGICO................ 86

22 ESPÉCIMES E MEMBROS AMPUTADOS ............................................. 87

22.1 Espécimes ............................................................................................ 87

22.2 Membros amputados ............................................................................ 88

23 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA SALA CIRÚRGICA .............................. 90

23.1 Limpeza e desinfecção de áreas ......................................................... 90

23.1.1 Classificação das áreas pelo risco de contaminação ........................ 90

23.1.2 Método de limpeza e de desinfecção ................................................ 91

23.1.3 Produtos químicos para desinfecção de áreas e superfícies ............ 92

23.1.4 Métodos de desinfecção .................................................................... 92

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24 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS REALIZADAS EM UM PACIENTE CIRÚRGICO ......................................................................... 94

24.1 Oxigenioterapia ..................................................................................... 94

24.1.1 Oxigenioterapia por cateter nasal ...................................................... 96

24.2 Cateterismo vesical ............................................................................... 98

24.3 Punção venosa com agulha ou cateter ................................................. 100

24.4 Sondagem nasogástrica ........................................................................ 102

24.5 Lavagem intestinal com solução comercial ........................................... 406

24.6 Curativo de incisão simples ................................................................... 108

24.7 Curativo de incisão com pontos subtotais ou totais ............................... 110

24.8 Curativo de incisão aberta ..................................................................... 112

25 CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO ............................................. 115

25.1 Planejamento ........................................................................................ 115

25.1.1 Estrutura física.................................................................................... 116

25.1.2 Localização ........................................................................................ 119

25.1.3 Equipamentos básicos de uma central de material ............................ 120

25.2 Recursos humanos................................................................................ 122

25.2.1 Competência do enfermeiro da CME ................................................. 122

25.2.2 Competências do técnico ou auxiliar de enfermagem da CME .......... 123

25.3 Área de armazenamento e distribuição de artigos médico-hospitalares .............................................................................. 124

25.3.1 Acesso à área..................................................................................... 125

25.3.2 Condições ambientais da área de armazenamento e distribuição ..... 125

25.3.3 Equipamentos da área de armazenamento e distribuição .................. 125

25.3.4 Controle de artigos ............................................................................. 126

25.4 Monitorização dos processos ce esterilização ...................................... 127

25.5 Dinâmica da central de material esterilizado ......................................... 128

25.5.1 Fluxograma dos materiais .................................................................. 128

25.5.1.1 Área de expurgo .............................................................................. 128

25.5.1.2 Área de preparo de materiais e roupa limpa: sala de preparo de luvas .......................................................................................... 131

25.5.1.3 Área de esterilização ....................................................................... 141

25.6 Desinfecção e esterilização de artigos .................................................. 150

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25.6.1 Classificação dos artigos pelo risco de contaminação ..................... 151

25.6.2 Métodos de limpeza de desinfecção e de esterilização ..................... 152

25.6.2.1 Desinfecção .................................................................................... 152

25.6.2.2 Esterilização ................................................................................. 154

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 156

ANEXOS ...................................................................................................... 157

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1 INTRODUÇÃO

Este manual é um instrumento que reúne de forma sistematizada

normas, rotinas e outras informações necessárias para o profissional que

trabalha em um Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.

O Centro Cirúrgico é um lugar especial dentro do hospital,

convenientemente preparado segundo um conjunto de requisitos que o torna

apto à prática da cirurgia. De uma forma mais técnica, conceitua-se Centro

Cirúrgico em um setor do hospital onde se realizam intervenções cirúrgicas

visando atender a resolução de intercorrências cirúrgicas, por meio da ação de

uma equipe integrada. Nele são realizadas técnicas estéreis para garantir a

segurança do cliente quanto ao controle de infecção. Por ser um local restrito, o

acesso ao público é limitado, ficando restrito a circulação dos profissionais que

lá atuam.

Já a Central de Material de Esterilização é a área responsável pela

limpeza e processamento de artigo e instrumentais médico hospitalares. É na

CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos

materiais hospitalares.

Tendo em vista o pressuposto, o presente material tem por objetivo

nortear e orientar os membros da equipe envolvidos nestes setores que se

tenha uma visão de conjunto, se conheça as atividades e finalidades dos

mesmos, bem como os procedimentos específicos e as responsabilidades de

cada um.

2 CENTRO CIRÚRGICO

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2.1 Objetivo do centro cirúrgico

O principal objetivo da Unidade de Centro Cirúrgico é o de atender, da

melhor maneira possível, o paciente que será submetido a um procedimento

cirúrgico, seja ele eletivo, de urgência ou emergencial, propiciando à equipe

cirúrgica todas as condições de atendimento e ao paciente a certeza de um

atendimento seguro.

2.2 Finalidade do centro cirúrgico

As principais finalidades do Centro Cirúrgico são:

- realizar intervenções cirúrgicas e devolver o paciente à sua

unidade de origem na melhor condição possível de integridade;

- servir de campo de estágio para o aperfeiçoamento de recursos

humanos;

- servir de local de pesquisa e aprimoramento de novas técnicas

cirúrgicas e assépticas.

2.3 Área física do centro cirúrgico

2.3.1 Localização

- deve ocupar área independente da circulação geral, ficando,

assim, livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao

serviço;

- possibilitar o aceso livre e fácil de pacientes provenientes das

Unidades de internação Cirúrgicas, Pronto Socorro e Terapia

Intensiva, bem como o encaminhamento dos mesmos às

Unidades de origem.

2.3.2 Estrutura física

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• Área de recepção do paciente - É a área reservada para

recepcionar e transferir pacientes da maca proveniente da Unidade de

internação para a do Centro Cirúrgico.

Assim, deve ter espaço suficiente para o recebimento de maca,

permitindo a circulação sem prejuízo do transporte ou risco para o paciente.

• Sala de cirurgia ou operação - É a área destinada à realização de

intervenções cirúrgicas e endoscópicas.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de salas de cirúrgicas para a

Unidade de Centro Cirúrgico é quantificado com base na capacidade de leitos

do hospital. Preconizam-se duas salas para cada 50 leitos não especializados

ou para cada 15 leitos cirúrgicos.

Deve ter suas dimensões adequadas de acordo com a quantidade de

equipamentos necessários aos tipos de intervenção cirúrgica e especialidade

cirúrgica.

A SO deve estar sob pressão positiva em relação aos corredores, o

que minimiza a entrada de ar desses locais para o interior da sala de operação.

O número de pessoas na sala de operação deve ser restrito ao

cirurgião e um ou dois auxiliares (de acordo com a complexidade do

procedimento do CC) anestesiologista e circulante de sala, considerando

sempre que, quanto maior o número de pessoas, maior a possibilidade de

disseminação de microrganismos no ambiente.

Convém evitar movimentação desnecessária de portas (que deverão

permanecer fechadas) conversas excessivas ou demais distrações.

• Sala de Recuperação Pós-anestésica

Local destinado à permanência do paciente após o ato anestésico -

cirúrgico. O número de leitos vai depender dos tipos de cirurgia previstos. De

um modo geral, estimam-se dois leitos por sala cirúrgica.

• Lavabos ou Área de Escovação

Local onde se realiza a escovação/degermação das mãos e antebraços

da equipe cirúrgica e anestésica. Recomenda-se, para até 2 salas, duas

torneiras para casa uma; para mais de duas salas, devem ser projetadas duas

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torneiras para cada novo par de salas. O local de escovação deve ser próximo

às salas de cirurgias, a fim de reduzir o tempo de exposição da área escovada

ao meio ambiente. As torneiras devem ser acionadas por pedal ou com o

cotovelo, como também os recipientes para anti-sépticos.

Os tanques devem ser instalados numa altura de mais ou menos 90

cm, para favorecer a mecânica corporal no ato da escovação. Neste local

devem ser colocados os recipientes para escova e solução anti-séptica.

• Sala de Material Esterilizado

Local onde o material esterilizado (como pacotes de roupa,

compressas, gazes, caixas de instrumentais etc.) é guardado até o momento

da sua distribuição para a sala de cirurgia.

A área física não deve permitir o cruzamento de material estéril com

material contaminado. Essa área deve ser fechada e possuir sistema de

renovação de ar. Sua temperatura ambiente deve ser mantida abaixo de 25ºC,

sendo o ideal até 21ºC, e a umidade relativa do ar entre 30% e 60%.

• Sala de guarda de equipamentos

Área para guardar e receber equipamentos que são necessários a

determinados procedimentos cirúrgicos, evitando o deposito de materiais e

equipamentos nos corredores, o que prejudicaria a circulação interna do Centro

Cirúrgico.

• Sala de depósito de cilindros de gazes

Este local está destinado pra guardar cilindros de oxigênio e óxido

nitroso mesmo que o sistema de distribuição seja centralizado.

• Sala de medicamentos e material médico-hospitalar

Área destinada à guarda de medicamentos e materiais de consumo

esterilizados para atender ao ato anestésico-cirúrgico.

• Sala de espera

É a área destinada aos familiares ou acompanhantes do paciente,

enquanto aguardam o termino da cirurgia e a alta deste da Sala de

Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Este ambiente deve ser provido de

poltronas confortáveis com assentos confortáveis e sanitários anexos.

• Sala administrativa

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É o local destinado ao controle administrativo da Unidade,

concentrando a chefia de enfermagem e a secretaria.

• Sala de material de limpeza

Destinada à guarda de utensílios e equipamentos de limpeza, sendo

importante a presença de tanque com torneira, suporte de papel-toalha e lixeira

com tampa e pedal.

• Rouparia

É a área destinada a armazenar a roupa de uso na Unidade, tais como

lençóis de maca, de mesa cirúrgica, entre outros.

• Expurgo

Local destinado a eliminação de matéria orgânica proveniente das

salas de cirurgia como secreções e excreções do paciente.

• Área de transferência para macas

Essa área é importante para evitar a circulação interna de macas que

percorrem todo o hospital. As macas devem ser mantidas limpas e submetidas

à desinfecção após o uso, entre um paciente e outro.

• Sala ou laboratório de anatomia patológica

É a área que se destina à realização de exames anatomopatológicos

específicos e rápidos, como a biópsia de congelação. Esta sala pode ser

dispensada, quando o laboratório estiver situado nas proximidades do Centro

Cirúrgico.

• Laboratório para revelação de chapas

É a área utilizada para revelar radiografias, mas que também pode ser

dispensável quando a Unidade de Radiologia estiver situada próximo ao Centro

Cirúrgico.

• Corredores

Devem ser amplos e possuir protetores laterais nas paredes,

preferencialmente de madeira ou metal, a fim de evitar o impacto entre as

macas e as paredes.

• Vestiários

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O Centro Cirúrgico deve ter dois vestiários, um feminino e um

masculino, com sanitários e chuveiros completos e armários individuais, e duas

portas, de modo que o fluxo externo de pessoas independa do fluxo interno.

Assim, devem estar localizados na entrada do Centro Cirúrgico, de

modo que os profissionais, e outras pessoas que venham da área de circulação

externa, só possam ter acesso ao setor após a troca de roupa em uso por

uniforme próprio e privativo para o local. Este consta de calça comprida, túnica,

gorro, propés e máscara.

Os vestiários são barreiras físicas, considerando que estas estão

definidas como “aqueles ambientes que minimizam a entrada de

microorganismos externos”.

• Copa

É importante pára evitar o fluxo e dispersão de pessoal no Centro

Cirúrgico. É o local próprio e restrito para alimentação, evitando o uso incorreto

de outros ambientes do Centro Cirúrgico.

2.3.2.1 Aspectos a considerar na Estrutura física

• Teto

Conforme a Portaria 1.884/94 do Ministério da Saúde, o teto do Centro

Cirúrgico deve ser continuo, sendo proibido o uso de forro falso removível

(BRASIL, 1994).

• Paredes

Deve ter as superfícies lisas e laváveis, de cor neutra, tinta fosca,

cantos arredondados sem rodapé, com acabamento côncavo, para reduzir a

deposição de microorganismos. As paredes devem ser mantidas em bom

estado de conservação.

• Portas

As portas devem ser do tipo vaivém, sem maçanetas e com visores,

para evitar o trânsito desnecessário dentro da sala de operação.

• Janelas

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Devem ser do tipo basculante, sem parapeitos, dentro e fora, com vidro

fosco, vedadas e teladas em malha fina, para evitar a passagem de insetos.

Deve permitir entrada de luz natural.

• Ventilação

O objetivo de uma ventilação adequada é a remoção de

microorganismos, além de prevenir a sua entrada e promover a exaustão dos

gases anestésicos utilizados durante as cirurgias. A ventilação deve manter o

ambiente confortável e controlar a umidade diminuindo os riscos de produção

de fagulhas eletrostáticas.

A NBR 7256, citada na Portaria 1.884/94 do Ministério da Saúde,

regulamenta a ventilação da sala de operações nas seguintes condições

(BRASIL, 1994):

- condições físicas: temperatura mínima de 19ºC e máxima de

24ºC, com umidade relativa do ar correspondente a 45% a 60%.

- vazão pro minuto do ar exterior: 15m% (ml/h)

- troca do ar ambiental: 2 s/h

- insuflamento e exaustão do ar filtrado

- nível sonoro de instalação mínima

- pressão positiva em relação ao ambiente contíguo

- preconizam-se que as entradas de ar estejam localizadas o mais

alto possível, em relação ao nível do piso, devendo estar

afastadas das saídas, que são localizadas próximas ao piso.

Ambas as aberturas devem ser providas de filtros.

• Iluminação

A iluminação artificial deve ser de cor natural, para não altear a

coloração da pele e mucosas do paciente e não deixar sombras.

A iluminação do campo cirúrgico, em especial é realizada com os focos

central ou fixo, auxiliar e frontal. O foco tem por finalidade:

- oferecer luz semelhante à natural, de modo a não alterar a cor da

pele e mucosas do paciente.

- fornecer iluminação adequada ao campo cirúrgico, sem projeção

de sombras e emissão de reflexos.

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- produzir o mínimo de calor possível no campo operatório.

• Instalações elétricas

Preconizam três conjuntos com quatro tomadas cada, em paredes

distintas, alimentadas por circuitos críticos e uma tomada para aparelho de

raios X.

Como medida de segurança as tomadas devem estar localizadas a 1,5

m do piso, devendo possuir sistema de aterramento para prevenir choque e

queimaduras no paciente e equipes.

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3 RECURSOS HUMANOS: COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

3.1 Equipe de anestesia

A equipe de anestesia é formada por médicos anestesiologistas,

responsáveis por todo ato anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a

avaliação pré-anestésica do paciente ainda em sua unidade de internação e

de fazer a prescrição da medicação pré-anestésica.

É também da responsabilidade dessa equipe planejar e executar a

anestesia, prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e

medicamentos necessários, bem como preparar e administrar drogas e

controlar as condições clínicas e anestésicas do paciente durante a cirurgia.

Ao termino da cirurgia é da responsabilidade dessa equipe o envio do

paciente à Unidade de Recuperação Pós-Anestésica e seu controle até o

restabelecimento das condições do paciente, para que este possa retornar à

unidade de origem em segurança.

3.2 Equipe de cirurgia

A equipe de cirurgia é a responsável direta pelo procedimento cirúrgico

e compõe-se dos seguintes elementos:

3.2.1 Médico cirurgião

É o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe-lhe,

portanto, planejá-lo e executá-lo, comandando-o e mantendo a ordem no

campo operatório.

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3.2.2 Médico assistente

É o que auxilia na cirurgia. Dependendo do porte desta, pode ser

necessário mais de um. Ao primeiro assistente compete auxiliar diretamente o

médico cirurgião e substituí-lo caso haja necessidade.

3.2.3 Instrumentação cirúrgico

Parte integrante da equipe de cirurgia, é responsável pelo preparo da

mesa de instrumental, devendo prever e solicitar com antecedência todo o

material que julgar necessário. É ainda quem fornece os instrumentais ao

cirurgião e seus assistentes durante o ato cirúrgico, mantendo a mesa de

instrumental em ordem e ficando sempre atento para que nada falte. Este

profissional deverá se adequar à resolução do Conselho Federal de Medicina.

3.3 Equipe de enfermagem

A equipe de enfermagem que atua no Centro Cirúrgico é composta por

pessoas de vários níveis, com responsabilidades diferentes. A quantidade

desse pessoal varia conforme a complexidade e o volume de trabalho existente

na Unidade, mas em geral a equipe é composta de:

3.3.1 Enfermeira

Responsável pelo planejamento das ações de enfermagem que serão

desenvolvidas no decorrer do ato cirúrgico, bem como pelo gerenciamento

relativo aos materiais e equipamentos necessários.

3.3.2 Técnico de enfermagem

Auxiliar direto da enfermeira, são-lhe delegadas também tarefas

especiais, como: verificar o funcionamento, a conservação e a manutenção dos

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equipamentos necessários ao funcionamento do Centro Cirúrgico;

responsabilizar-se pelo encaminhamento das peças cirúrgicas aos laboratórios

especializados e controlar o material esterilizado, verificando seus prazos de

validade. Pode também exercer as atividades de instrumentador cirúrgico ou de

circulante de sala.

3.3.3 Circulante de sala

Papel normalmente desempenhado pelo auxiliar de enfermagem, com

estas atribuições: atendimento direto das solicitações da equipe médica no

decorrer do ato cirúrgico, posicionamento adequado do paciente, verificação e

controle de todos os equipamentos exigidos pela cirurgia.

3.3.4 Instrumentada cirúrgico

Fornecedor dos instrumentais cirúrgicos à equipe médica no decorrer

da cirurgia esse papel deve ser desempenhado pelo auxiliar de enfermagem.

3.3.5 Auxiliar de enfermagem

É responsável pela montagem da sala cirúrgica, atividades durante o

ato cirúrgico e após.

3.4 Montagem da sala cirúrgica

Para a montagem da sala, o auxiliar de enfermagem deve tomar as

seguintes providencias:

- ler com atenção a marcação de cirurgia, observando a

solicitação de materiais, medicamentos, equipamentos e outros

itens essenciais ao ato cirúrgico;

- verificar a limpeza dos pisos e paredes;

- prover a sala dos equipamentos solicitados;

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- efetuar a limpeza e a desinfecção dos equipamentos e

mobiliário necessários ao ato cirúrgico, conforme rotina

estabelecida;

- testar o funcionamento de todos os equipamentos elétricos,

assim como dos pontos de gás e dos aspiradores;

- verificar se o lavabo está em ordem e lavar as mãos;

- equipar a sala com todo o material necessário para o

procedimento cirúrgico (material estéril,d e pronto uso e não-

estéril);

- providenciar as medicações necessárias para o procedimento

anestésico-cirúrgico, assim como o material para a anestesia;

- verificar se os impressos a serem utilizados no decorrer da

cirurgia estão em ordem e são suficientes;

- colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e as caixas de

instrumentais necessárias ao ato cirúrgico em local acessível;

- conferir os envelopes de fios de sutura necessários ao ato

cirúrgico.

3.5 Atendimento durante o ato cirúrgico

No decorrer do ato cirúrgico, são atividades do auxiliar de enfermagem:

- receber o paciente na sala cirúrgica, conferindo seus dados

pessoais e sua identificação, e ficar ao lado dele enquanto

estiver consciente;

- igualar a altura da mesa cirúrgica à da maca, encostando uma

na outra, e transferir o paciente para a mesa cirúrgica, deixando-

o coberto;

- verificar se o campo operatório está preparado e, caso não

esteja adequado, refazer seu preparo;

- providenciar o suporte de braço e estender sobre eles os braços

do paciente para evitar a hiperextensão;

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- auxiliar o anestesista no que for necessário; se a anestesia for

feita por meio de bloqueio regional, colocar o paciente na

posição solicitada pelo anestesista;

- colocar a placa neutra do bisturi elétrico sob a panturrilha ou

outra região, de acordo com a cirurgia, tendo o cuidado de

verificar as condições da área em que será colocada;

- colocar os eletrodos do monitor cardíaco, seguindo as

orientações do anestesiologista;

- preparar o manguito do aparelho de pressão, bem como o

estetoscópio, para que fiquem acessíveis ao anestesiologista;

- auxiliar a equipe cirúrgica a se paramentar (vestir o avental,

amarrar os cadarços e apresentar as luvas cirúrgicas);

- abrir o pacote de campo de mesa cirúrgica para oferecê-lo ao

instrumentador;

- abrir a caixa de instrumental e oferecê-la ao instrumentador

cirúrgico;

- fornecer os materiais solicitados pelo instrumentador cirúrgico

(gazes, compressas cirúrgicas, fios de sutura, entre outros);

- auxiliar no posicionamento do paciente;

- ligar o foco central e focalizar o campo cirúrgico, caso o foco não

possua canoplas adaptáveis estéreis;

- descobrir a área operatória e oferecer o material para

antissepsia;

- colocar o arco de narcose e auxiliar o anestesiologista a prender

as pontas dos campos cirúrgicos no suporte de soro, assim

como no arco de narcose, formando a tenda de separação entre

o campo cirúrgico e o campo de ação do anestesiologista;

- aproximar o aparelho de bisturi elétrico e conectar os pólos

positivo e negativo, cobrindo-o com campo esterilizado, e

oferecer o pedal do bisturi ao cirurgião, colocando-o próximo de

seus pés;

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- aproximar da equipe cirúrgica o hamper coberto com campo

estéril para receber o material utilizado;

- se necessário, ligar o aspirador e conectar a ponta estéril à

ponta não-estéril do computador;

- permanecer atento às solicitações da equipe cirúrgica (materiais

e instrumentais extras necessários, regulagem dos aparelhos,

entre outras);

- receber e identificar a peça cirúrgica conforme rotina

estabelecida;

- zelar pela manutenção e ordem da sala cirúrgica, efetuando a

desinfecção imediata todas as vezes em que houver

extravasamento de sangue e fluidos corpóreos no piso ou nas

paredes da sala cirúrgica, utilizando o desinfetante padronizado

pelo setor;

- ficar atento à contagem das compressas cirúrgicas, informando

à equipe cirúrgica qualquer diferença antes do fechamento da

incisão;

- se necessário, realizar a pesagem das compressas e das gazes

pra avaliar a perda de sangue e fluidos pelo paciente,

fornecendo os dados encontrados ao médico anestesiologista;

- fazer as anotações pertinentes, de acordo com as rotinas do

Centro Cirúrgico, referentes aos materiais, medicamentos e

equipamentos utilizados, assim como o início e térmico do atp

cirúrgico, de maneira clara e objetiva;

- anotar no relatório de enfermagem as intercorrências porventura

havidas durante o ato anestésico-cirúrgico;

- auxiliar o médico no curativo da incisão cirúrgica, ao término da

cirurgia, oferecendo as soluções anti-sépticas e os adesivos

necessários.

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3.6 Assistência durante a cirurgia contaminada

Cirurgia contaminada refere-se à cirurgia em sítio densamente

colonizado com a flora humana normal ou quando ocorre intercorrência durante

a cirurgia a partir destes sítios, por exemplo ruptura acidental de alça intestinal.

As práticas e os cuidados na sala de operação são os mesmos que se

utilizam em cirurgias limpas, acrescidas dos seguintes itens:

- O saco plástico da lixeira deve ser trocado no mínimo duas

vezes durante a cirurgia;

- Deve haver barreira de proteção obrigatória entre o paciente e o

local da cirurgia;

- Todos os materiais fixos do bloco cirúrgico devem sofrer

desinfecção de alto nível após a cirurgia.

3.7 Atendimento após a cirurgia

Concluída a cirurgia, cabe ao auxiliar de enfermagem:

- auxiliar a equipe a retirar a paramentação cirúrgica;

- desligar o foco e os aparelhos elétricos e afastá-los da mesa

cirúrgica;

- remover as pinças e os fios de sutura com as respectivas

agulhas que estejam sobre os campos cirúrgicos, evitando os

acidentes com materiais perfurocortantes;

- remover os campos cirúrgicos que estão sobre o paciente;

- cobrir o paciente, mantendo-se aquecido;

- transferir o paciente da mesa cirúrgica para a maca, após a

liberação do médico anestesiologista, observando as infusões

endovenosas, o curativo cirúrgico, o funcionamento de sondas e

drenos;

- providenciar o transporte do paciente para a Unidade de

Recuperação Pós-Anestésica, se houver solicitação, ou à

unidade de origem e encaminhá-lo com toda a documentação

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em ordem e o prontuário completo. Conduzindo a maca ou

cama-berço pela cabeceira, para facilitar a observação;

- separar a roupa utilizada na cirurgia, verificando se não existem

instrumentais misturados a ela, colocá-la em sacos adequados

e encaminhar estes ao local apropriado;

- separar todo o material perfurocortante, colocá-lo no recipiente

adequado e encaminhar este ao local apropriado;

- recolher todo o lixo, fechar o saco de coleta e encaminhá-lo ao

local adequado;

- recolher os instrumentais e materiais que terão de ser

desinfetados e esterilizados, separando-os por tipo e

encaminhando-os para reprocessamento;

- recolher o frasco de aspiração e suas extensões, desprezando

as secreções no expurgo do Centro Cirúrgico;

- encaminhar o frasco para limpeza e desinfecção e as extensões

com a tampa para reprocessamento;

- encaminhar os instrumentais e outros materiais ao setor

apropriado, conforme rotina do hospital.

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4 TRANSPORTE DO PACIENTE DO CENTRO CIRÚRGICO

O transporte do paciente da unidade de internação para o Centro

Cirúrgico deve ser feito em maca, provida de colchonete confortável, grades

laterais e rodas em perfeitas condições de funcionamento. Pode ser, ainda

usada a cama berço, dependendo da idade e condições físicas do paciente.

Este procedimento difere de hospital para hospital. Em alguns, fica sob

responsabIlidade da Unidade de internação e em outros, da unidade de Centro

Cirúrgico.

Independente da unidade que se responsabiliza por transportar o

paciente da unidade de internação para o Centro Cirúrgico, é fundamental que

a pessoa determinada para esta atividade receba treinamento específico.

Ao transportá-lo alguns cuidados devem ser tornados:

- Preparar a maca ou cama berço com roupas limpas e do mesmo

modo como se prepara a cama de um operado, ou seja enrolar

juntos o lençol superior, o cobertor e a colcha no sentido

longitudinal, deixando-os de um dos lados da maca.

- Colocar a camisola aberta e a toca para proteger os cabelos do

paciente.

- Levar a maca a unidade de internação 40 min a 1 hora antes da

cirurgia, dependendo do tipo de cirurgia ou da rotina da equipe

cirúrgica.

- Verificar se o paciente recebeu os cuidados do período pré-

operatório imediato e se o prontuário está completo, inclusive com

as radiografias. Colocá-los a seguir, sob o colchão da maca.

- Conferir a identificação do paciente, a partir do “pedido de

cirurgia”, apresenta-se a ele como funcionário do Centro Cirúrgico

e responsável por transportá-lo para o referido setor;

- Verificar se foram retirados esmalte, adornos e próteses do

paciente, e se este já esvaziou a bexiga, caso não esteja com

sonda vesical.

- Transportar o paciente, diretamente para a sala cirúrgica. A

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permanência deste no corredor, além de ser cansativa, propicia a

escuta de conversas paralelas que contribuem para aumentar o

medo e conseqüentemente, a insegurança.

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5 O PACIENTE NA SALA CIRÚRGICA

Os procedimentos no Centro Cirúrgico devem estar sempre sob a

supervisão do enfermeiro, a começar pelo recebimento do paciente na unidade,

por ser este o profissional capacitado para avaliar-lhe o estado físico,

emocional e dar-lhe p devido atendimento.

5.1 Recepção e preparo inicial

O paciente deve ser cordialmente recebido pelo pessoal de

enfermagem, que confere seus dados pessoais e seu prontuário, certificando-

se de que todos os exames se encontram anexos. Nesse momento são

também verificadas as anotações pré-operatórias feitas na unidade de

internação: aplicação da medicação pré-anestésica, sinais vitais, retirada de

próteses e jóias, problemas alérgicos e condições físicas e emocionais do

paciente etc.

O paciente deve, então, ter os cabelos protegidos com um gorro

descartável e encaminhado a sala cirúrgica, aos cuidados do circulante de sala,

cuja função, nesse momento é a de manter uma conversação tranqüila com ele

e orientá-lo sobre os procedimentos que virão.

Na transferência do paciente da maca para a mesa cirúrgica, é preciso

igualar as alturas desses dois equipamentos e encostar um no outro, a fim de

facilitar a passagem.

Deve-se verificar se a área operatória está devidamente preparada,

realizando a tricotomia, se necessário, e manter o paciente aquecido e

protegido até a entrada da equipe cirúrgica. Atualmente a tricotomia no local

onde será realizada a incisão cirúrgica, deve ocorrer minutos antes da indução

anestésica, como medida preventiva de infecção.

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6 NORMAS GERAIS PARA OS CUIDADOS NO PRÉ-OPERATÓRIO

6.1 No setor de internação

- A lavagem das mãos é, isoladamente a medida mais importante

na prevenção das infecções hospitalares, devendo ser

realizadas antes e após a manipulação de qualquer paciente.

- O banho pré-operatório tem como objetivo eliminar detritos

depositados sobre a pele e conseqüentemente reduzir a sua

colonização, porém ele não deve ser realizado muito próximo a

cirurgia pois a fricção e a água tépida removem as células

superficiais e aumentam a ascensão das bactérias dos

reservatórios mais profundos para a superfície.

- Realizar tricotomia apenas quando estritamente necessária

devendo restringi-la aos casos em que os pêlos impeçam a

visualização do campo ou dificultem a colocação de curativo;

realizá-la no máx 2h antes da cirurgia.

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7 PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO

Neste período do pré-operatório, assistência prestada pela equipe

interdisciplinar continua voltada ao preparo físico e emocional do paciente para

cirurgia.

Do ponto de vista emocional, sabe-se que a proximidade do ato

cirúrgico pode contribuir para aumentar a ansiedade do paciente.

Por esta causa, toda a equipe deve estar alerta para esclarecer-lhe um

ou outro aspecto que por ventura, não esteja claro, e detectar sinais e sintomas

de alterações físicas decorrentes. Entre estas podem-se citar: taquicardia,

hipertensão, hipertermia, sudorese e insônia. Este momento do pré-operatório

não é propício ao ensino, pois o paciente não está receptivo para tal.

Além da atuação na avaliação e preparo emocional, é a competência

do enfermeiro planejar, implementar e avaliar as ações de assistência para o

preparo físico do paciente de pré-operatório imediato.

Estas ações de assistência compreendem:

- esvaziamento intestinal

- modificação da dieta e jejum antes da cirurgia

- higiene corporal e oralesvaziamento da bexiga

- passagem da sonda nasogástrica

- controle de sinais vitais

- remoção de próteses dentarias e outros

- medicação pré-anestésica

- preparo da pele

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8 PRÉ-OPERATÓRIO DE VÉSPERA

Até há pouco tempo atas, a função do enfermeiro da unidade do Centro

cirúrgico era dirigida mais para os aspectos gerenciais, o que, na maioria das

vezes, tornava-o distante do contato com o paciente.

A evolução técnica e científica alcançada pela enfermagem,

especialmente no que diz respeito a sistematização de assistência, despertou

no enfermeiro do centro cirúrgico a necessidade de prestar assistência, mais

direta ao paciente, no período pré-operatório. Isso fez com que este procurasse

uma forma que tornasse possível viabilizar a sua necessidade. Para tanto,

utilizou como estratégia “a visita pré-operatória de enfermagem” que, além de

possibilitar-Ihe perceber o estado de apreensão apresentado pelo paciente

e/ou família frente a cirurgia, propicia Ihe maior número de informações

possíveis a respeitos destes, bem como facilita sua interação com o enfermeiro

da Unidade de internação.

Desta forma a visita pré-operatória ajuda a cerca de obter dados do

paciente, detecta problemas ou alterações relacionadas aos aspectos biopsico-

sócio-espirituais do paciente e planeja a assistência de enfermagem a ser

prestada no período preparatório.

Finalidades:

Diminuir ansiedade do paciente e família em relação ao procedimento

anestésico-cirúrgico e ambiente do centro cirúrgico;

Avaliar as condições físicas e emocionais do paciente para obter

subsídios necessários ao planejamento e implementação a assistência a ser

prestada durante a permanência do paciente na unidade do Centro Cirúrgico e

de recuperação pós-cirúrgica;

Proporcionar continuidade na assistência de enfermagem, de forma

individual e documentos e documentada, pré e pós-operatório.

Contribuir para a melhoria da qualidade de assistência de enfermagem

prestada no período perioperatório.

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Procedimento:

Levantamento de dados, por intermédio do histórico e exame físico de

enfermagem, com finalidade de identificar problemas, que são a base para o

diagnóstico da situação;

Planejamento da assistência prestada;

Entrevista com o paciente e/ou família;

Consulta ao prontuário médico, a fim de pesquisar dados que fizerem

necessários;

Interação com a unidade de internação, para se notificar de alguma

recomendação especial;

Cirurgia Proposta:

Este item é importante não só para fornecer subsídios para a

orientação do paciente, mas também para direcionar a previsão e provisão de

materiais e equipamentos para a sala de cirurgia, e assistência de

enfermagem;

Posição Cirúrgica:

Está na dependência da cirurgia proposta, deve ser orientado quanto a

posição específica para a cirurgia e providenciar acessórios para auxiliar na

posição.

Horário Programado:

Este item serve de orientação ao paciente ou com família para se

organizarem em relação ao horário da cirurgia.

Experiência Cirúrgica Anterior:

Permite identificar as experiências cirúrgicas vivenciadas anteriormente

pelo paciente, e avaliar se estas são influenciadas no seu estado emocional.

Documentação de Autorização para Cirurgia:

• Este documento demonstra que o paciente está ciente do

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tratamento a que vai ser submetido, o termo de responsabilidade

deve ter sido assinado pelo paciente e/ou família.

• Avaliação geral, que deve constar:

- Conhecimento do paciente sobre o ato anestésico-cirúrgico;

- Observação do estado emocional, preocupações e expectativas

quanto ao tratamento cirúrgico proposto;

• Avaliação física geral, incluindo os segmentos corporais,

especialmente o local onde será feita a incisão cirúrgica. A visita

do enfermeiro é de fundamental alcance dos objetivos propostos,

assistência também é muito importante, pois, é um motivo a mais

para que este profissional que é designado a trabalhar neste local.

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9 POSIÇÃO DO PACIENTE PARA A CIRURGIA

A posição do paciente é determinada tanto pelo anestesiologista,

dependendo do tipo de anestesia a ser aplicado no paciente, quanto pelo

cirurgião, de acordo com a cirurgia a ser realizada. Em geral, ambos ajudam a

colocar o paciente em posição a fim de que permaneça da maneira mais

adequada possível em termos do desenvolvimento do ato anestésico-cirúrgico

e de conforto.

A equipe de enfermagem deve sempre ter a mão materiais acessórios

que auxiliem no melhor posicionamento do paciente, como:

- perneiras metálicas acolchoadas;

- arcos de proteção;

- ombreiras metálicas acolchoadas:

- talas de madeira acolchoadas, com comprimento e largura

adequados;

- coxins;

- ataduras de crepom, gazes e esparadrapo;

- braçadeiras metálicas;

- outros.

Trataremos aqui somente das posições cirúrgicas propriamente ditas,

pois aquelas em que o paciente é colocado para o ato anestésico serão vistas

no capitulo 14. que aborda anestesia e analgesia.

A posição cirúrgica é aquela em que o paciente e colocado, depois de

anestesiado, para ser submetido a operação, levando em conta principalmente

a via de acesso cirúrgico.

São diversas as posições possíveis, cada qual dependendo do tipo de

cirurgia a ser executada. Abordaremos a seguir as principais delas.

9.1 Posição dorsal ou de decúbito dorsal

O paciente fica deitado sobre seu dorso, em posição horizontal, com as

pernas em sentido longitudinal ao corpo e os braços abertos, de preferência

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apoiados sobre talas.

Trata-se da posição que se emprega em cirurgias abdominais supra e

infra-umbilicais, torácicas e vasculares, entre outras. É a posição cirúrgica mais

utilizada e a que traz o menor número de complicações respiratórias intra e

pós-operatórias.

9.2 Posição ventral ou de decúbito ventral

O paciente permanece deitado sobre seu abdome, em posição

horizontal, com os braços e as pernas em sentido longitudinal ao corpo. A

cabeça deve ser voltada para um dos lados, colocando-se coxins sob os

ombros e também sob a região infra-umbilical, com a finalidade de facilitar a

expansão pulmonar e evitar a compressão dos vasos do pescoço. Costuma-se

utilizar coxins também sob os tornozelos, que são assim posicionados

corretamente para evitar sua distensão e compressão.

Essa posição é usada nas cirurgias das regiões dorsal, lombar,

sacrococcígea e occipital. Vale lembrar que, nas cirurgias efetuadas na região

occipital, é necessária a colocação de um suporte para a fixação da fronte.

9.3 Posição lateral ou de decúbito lateral

O decúbito lateral pode ser tanto direito como esquerdo, dependendo

da via de acesso que o cirurgião vá utilizar. O paciente é colocado deitado

sobre um dos lados, com a perna superior em extensão e a inferior fletida, e

um coxim entre ambas para separá-las. Para manter o paciente nessa posição

é preciso restringi-lo com faixas largas de esparadrapo passadas sobre seu

quadril e presas a mesa cirúrgica. O braço superior normalmente e fixado ao

arco de proteção utilizado para separar o campo cirúrgico do anestésico. Nessa

fixação deve-se sempre lembrar de revestir o suporte metálico e o braço do

paciente com atadura de crepe, ou outro isolante qualquer, com a finalidade de

evitar queimaduras nesse local devido ao uso do bisturi elétrico.

Essa posição é utilizada em cirurgias de toracotomia ou lobotomia.

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9.4 Posição ginecológica

Nesta posição, o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo os

membros inferiores elevados e colocados em suportes especiais, também

chamados perneiras, e fixados com correias. Deve-se ter o cuidado de

envolver-Ihe as pernas de tecido para Ihe proporcionar conforto e segurança.

Esta posição esta indicada para as cirurgias ginecológicas, proctológicas,

algumas urológicas e exames endoscópicos.

9.5 Outras posições

Além dessas, há posições específicas para determinados

procedimentos cirúrgicos, que precisam utilizar acessórios específicos, como

no caso das cirurgias neurológicas, otorrinolaringológicas e outras.

Ao posicionar-se o paciente para uma intervenção cirúrgica, deve-se

sempre lembrar de alguns cuidados que previnam problemas futuros para ele.

Os principais são:

- não comprimir terminações nervosas, evitando assim paralisias

que poderão ser irreversíveis;

- não forçar posições de braços ou pernas e protegê-los do

contato com superfícies metálicas;

- proteger as proeminências ósseas, principalmente em pacientes

obesos e idosos, para evitar a formação de escaras e trombos e

a compressão da circulação;

- cuidar para que os membros inferiores (pernas) e superiores

(braços) nunca fiquem pendentes da mesa de operação; sendo

impossível colocá-los ao longo do corpo, deve-se apoiá-los

sobre talas;

- evitar, sempre que possível, distensões musculares provocadas

por movimentos bruscos em qualquer parte do corpo.

- o possibilitar livre fluxo das infusões venosas e a adaptação dos

eletrodos para a perfeita avaliação intra-operatória.

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Da mesma maneira, ao se retirar o paciente, da posição cirúrgica,

alguns pontos precisam se observados:

- manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e

lentos, pois a mudança repentina de posição pode levar a queda

de pressão arterial;

- ao retirar-se o paciente da posição ginecológica, deve-se ter o

cuidado de descer, alternadamente, as pernas, a fim de prevenir

o afluxo rápido de sangue para os membros inferiores, podendo

causar a mesma situação acima referida;

- manter a cabeça voltada para um dos lados, quando o paciente

permanecer em decúbito dorsal;

- observar o posicionamento correto das infusões e drenagens.

Nesta fase do perioperatório é que mais freqüentemente costuma

acontecer as quedas acidentais. Daí a necessidade de redobrar a vigilância,

não deixando o paciente sozinho em nenhum momento, até que seja

transportado para a recuperação pós-anestésica.

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10 PREPARO DO CAMPO OPERATÓRIO

Ao ser colocado sobre a mesa cirúrgica, o paciente é cuidadosamente

examinado pelo circulante de sala, que verifica se o campo operatório está

devidamente preparado. Esse local deve estar rigorosamente limpo e, se

necessário, isento de pêlos.

As laterais do corpo do paciente devem ser protegidas com

compressas ou campos cirúrgicos, que não precisam ser estéreis, com a

finalidade precípua de absorver o excesso de produtos anti-sépticos. Com isso,

evitam-se reações químicas adversas, como queimaduras químicas, que

normalmente acontecem quando o paciente permanece por muito tempo na

mesa cirúrgica.

O campo operatório deve ser exposto ao cirurgião, que normalmente

faz a antissepsia, com produtos apropriados, já com técnica asséptica, ou seja,

devidamente paramentado.

Dependendo do porte da cirurgia, ou mesmo da rotina de algumas

equipes cirúrgicas, a área operatória é lavada com solução antisséptica

detergente, por meio de compressas cirúrgicas estéreis, o excesso é limpado

com água destilada estéril, que é secada com compressa cirúrgica estéril. Em

seguida é usado o antisseptico para o preparo do campo operatório.

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11 ANTISSEPSIA CIRÚRGICA

Como já foi dito, o preparo do campo operatório e normalmente feito

pela equipe cirúrgica, após o posicionamento adequado do paciente. Em geral

são utilizados os seguintes produtos antissepticos:

- soluções de álcool iodado;

- soluções de iodóforos a 10%;

- soluções de clorohexidine a 0,5% alcoólico.

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12 MEDIDAS DE CONTROLE PARA INFECÇÕES DO SITIO CIRÚRGICO

São estas:

Preparo do Paciente

• Higiene Corporal

- Realizar banho completo antes que este seja encaminhado ao centro

cirúrgico;

• Tricotomia;

- Remover os pelos com lâmina ou aparelho elétrico.

Obs.: Recomenda-se que a tricotomia seja realizada, apenas quando

os pêIos interferirem no procedimento operatório e, no máximo, duas horas

antes da cirurgia, usando o aparelho elétrico.

Anti-sepsia e Anti-séptico

Anti-sepsia: aplicar um agente germicida de baixa causticidade,

hipoalergênico e possível de ser aplicado em tecido vivo.

Anti-sépticos: os produtos anti-sépticos devem constar na portaria nº

930 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1992).

Preparo da pele paciente:

Realizar fricção mecânica da pele com PVP-I ou clorhexedina

degermante, da aplicação das soluções alcoólicas dos mesmo tipos de anti-

sépticos.

Aguardar (minuto para iniciar o procedimento).

Campos Cirúrgicos

Usar campos de tecido impermeável e permeável.

Antibiótico profilaxia

Recomenda-se a administração da primeira dose no período de

indução anestésica, para que a concentração tecidual seja adequada durante o

ato cirúrgica. O prolongamento da antibioticoterapia profilática por mais de 48

horas, apenas aumenta os riscos dos efeitos colaterais e da flora bacteriana.

Preparo da equipe

Degermaçao das mãos

Paramentação Cirúrgica

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12.1 Principais recomendações para prevenção do ISC

- Minimizar o tempo de internação pré-operatório;

- Tratar as infecções existentes previamente ao ato cirúrgico:

- Realizar a tricotomia apenas quando o pelo prejudicar a técnica

cirúrgica. A tricotomia deve ser realizada, o mais próximo da

cirurgia, não ultrapassando o prazo de duas horas, antes da

mesma;

- Dar banho com água e sabão antes da cirurgia. Não há dados

que demonstrem a necessidade do uso do anti-séptico no

banho;

- Preparar o campo operatório, friccionando a região a ser

operada com solução degermante PVP-I ou clorhexedina,

seguindo-se a aplicação de solução anti-séptica alcoólica de

PVP-I ou clorhexedina. Utilizar campos cirúrgicos estéreis;

- Preparar a equipe com paramentação adequada, incluindo

gorro, máscara a avental estéril, o uso de protetor ocular está

indicado para proteção contra respingos em mucosa ocular;

- Lavar as mãos com solução anti-séptica degermante (PVP-I ou

clorhexedina) durante cinco minutos antes da primeira cirurgia e,

por dois a três minutos, entre cirurgias;

- Usar luvas estéreis durante o ato cirúrgico, trocando-as quando

perfuradas;

- Usar antibiótico profilático apenas quando indicado (cirurgias

potencialmente contaminadas, e limpas, quando há colação de

próteses), por via parenteral, com início no pré-operatório (até

duas horas antes da cirurgia), preferencialmente, no momento

da pré-anestesia e manutenção, no máximo de 24-48 horas

após a cirurgia;

- Usar técnica cirúrgica adequada, evitando formação de

hematomas e espaços vazios;

- Evitar muitas pessoas na sala cirúrgica e manter a porta

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fechada;

- Fazer, periodicamente, manutenção dos filtros dos

equipamentos de ar condicionado;

- Limpar as salas cirúrgicas, após cada cirurgia, sem necessidade

de mudança de rotina para cirurgias contaminadas ou com

infecção;

- Não colocar pano embebido em soluções desinfetantes na

entrada da sala cirúrgica;

- Esterilizar o material cirúrgico, observando os testes de

esterilidade;

- Lavar as mãos antes e após tocar a ferida cirúrgica;

- Usar avental para a proteção da equipe cirúrgica;

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13 PROCEDIMENTOS NA PARAMENTAÇÃO PARA A CIRURGIA

A paramentação da equipe cirúrgica exige a realização de

procedimentos específicos, executados em passos padronizados e com

observação rigorosas dos princípios científicos. Estes procedimentos são:

degermação das mãos, vestir avental e roupa esterilizados, e calçar luvas

esterilizadas.

13.1 Degermação das mãos e antebraços

Este procedimento se justifica por que a pele, normalmente, é habitada

por duas populações bacterianas, ou seja, a flora residente e a transitória. A

flora residente é constituída pro microrganismos capazes de sobreviverem e se

multiplicarem na superfície cutânea e folículos pilosos, sendo portanto de difícil

remoção. Os estafilococos coagulase negativa, corynebactéria (difteróides e

corniformes), acinelobactéria e outros são microrganismos comumente

encontrados na flora residente. A transitória, também conhecida como flora de

contaminação, é composta por microrganismos diversos e de virulência

variadas. Estes microrganismos nem sempre estão presentes na superfície da

pele da maioria das pessoas e são removidos mais facilmente., algumas

bactérias Gram-negativas (como, por exemplo, E. coli) têm condições mínimas

de sobrevivência sobre a pele.

A degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica deve

promover a eliminação da flora transitória e redução da flora residente e, ainda,

o retardamento da recolonização da flora residente pelo efeito residual. Sabe-

se que, após a realização de tal procedimento, estes microrganismos

multiplicam-se.

13.2 Lavagem básica das mãos

É o simples ato de lavar as mãos com água e sabão, visando a

remoção de bactérias transitórias e algumas residentes, suor, oleosidade e

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sujidade da pele. O objetivo da lavagem de mãos é reduzir a transmissão de

microrganismos pelas mãos, prevenindo infecções.

13.2.1 Materiais e equipamentos necessários

- Pias com pedal ou torneira

- Água

- Dispensadores de sabão líquido e anti-sépticos

- Porta papel toalha e papel toalha.

13.2.2 Técnica

Este procedimento deve tornar-se um hábito e ser realizado da

seguinte maneira:

- fique em posição confortável, sem tocar na pia: abra a torneira,

de preferência com a mão dominante ou com uso de papel;

- mantenha se possível, a água em temperatura agradável, já que

a água quente ou muito fria resseca a pele;

- use, de preferência 2ml de sabão líquido e ensaboe as mãos

por aproximadamente 15 segundos, em todas as suas faces,

espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos

dedos (seguindo os passos conforme a seqüência da Fig. 1);

- enxágüe as mãos, retirando totalmente a espuma e resíduos de

sabão;

- enxugue-as com papel-toalha;

- feche a torneira utilizando o papel-toalha descartável, sem

encostar na pia ou na torneira.

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Figura 1 - Como ensaboar as mãos em todas as faces

13.3 Preparo das mãos e braços antes do ato cirúrgico

Antes de qualquer procedimento cirúrgico, o profissional deve remover

todas as jóias, inclusive alianças. As unhas devem ser aparadas, não devem

conter esmalte nem ser postiças, a fim de evitar o aumento de carga de

bactérias nas mãos, em especial as gram-positivas.

13.3.1 Soluções anti-sépticas com detergentes recomendados

• Solução detergente de PVP-I a 10% (1% de iodo ativo)

• Solução detergente de clorexidina a 2% ou 4% (alternativa para

pessoas alérgicas ao PVPI).

13.3.2 Materiais e equipamentos necessários

• Pias com pedal ou torneira acionada por pé ou cotovelo

• Água

• Escova esterilizada

• Solução anti-séptica em dispensadores

• Toalha ou compressa esterilizada

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13.3.3 Indicação

Preparo das mãos e antebraços antes de qualquer procedimento

cirúrgico.

13.3.4 Técnica de escovação

A remoção mecânica dos detritos pode ser realizada por escovação ou

fricção:

• as escovas devem ser macias e descartáveis ou

convenientemente esterilizadas, e de uso individual;

• molhar as mãos e antebraços com água corrente. A torneira deve

ser acionada por pé ou cotovelo, e não manualmente;

• aplicar a solução anti-séptica sobre a palma da mão, espalhar

com movimentos de fricção ou escovação, iniciando pelas

extremidades dos dedos, com especial atenção sobre os leitos

subungueais e espaços interdigitais. O processo deve continuar

pelas faces das mãos e antebraços;

• o processo todo deve durar rigorosamente cinco minutos para a

primeira cirurgia e três minutos entre dois procedimentos;

• enxaguar em água corrente a partir das mãos par ao cotovelo. A

torneira deve ser fechada com o cotovelo ou por outro

profissional, mas não com as mãos;

• durante todo o processo, as mãos devem estar sempre acima do

nível dos cotovelos;

• enxugar com toalha ou compressa esterilizada, obedecendo à

direção das mãos para os cotovelos, com movimentos

compressivos e não de esfregão.

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13.4 Paramentação cirúrgica e EPI’s

A paramentação corresponde à troca das vestes rotineiras por

vestimentas adequadas antes do ato cirúrgico.

Indicação: todas as pessoas envolvidas no trabalho do centro cirúrgico,

principalmente dentro das salas de operação, devem usar roupas apropriadas.

A importância da paramentação é proteger a área a ser operada da

flora liberada pela equipe cirúrgica e esta da exposição às secreções dos

pacientes.

A troca de roupa (pelo pijama cirúrgico, gorro e propés) deverá ser feita

no vestiário, que corresponde à zona de proteção do Centro Cirúrgico, sendo

seguida da colocação do avental e das luvas estéreis após a escovação das

mãos e entrada na sala cirúrgica, propriamente dita.

• Uniforme privativo

O uso de uniforme privativo feito de tecido com porosidade de 7 a 10

e o fechamento das calças nos tornozelos pode reduzir a dispersão de

bactérias.

Tal uniforme nunca deve ser usado fora da área do Centro Cirúrgico.

• Aventais cirúrgicos

Os aventais convencionais devem ser confeccionados em material

resistente à penetração de líquidos e microrganismos e ao desgaste e à

deformação. Devem possuir uma única camada de tecido, geralmente algodão

ou brim. Os aventais devem se confeccionados em tamanhos adequados,

garantindo o fechamento completo, conforto e total cobertura a partir do

pescoço e membros. Na altura dos punhos, devem possuir tramas resistentes

ao desgaste. Periodicamente devem ser inspecionados à integridade e

durabilidade.

Aventais impermeáveis descartáveis representam outra opção.

A colocação do avental deve ser feita de maneira cuidadosa a fim de

evitar a contaminação do mesmo. Este deve ser segurado com ambas as

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mãos, as quais serão introduzidas simultaneamente através das mangas. A

porção posterior do avental é, então, tracionada.

• Máscara cirúrgica

O uso correto da máscara cirúrgica evita ou reduz a eliminação de

microrganismos no ambiente e protege o profissional contra respingos de

secreções oriundas do paciente. Apresentam vida útil de 2 horas.

Deve ser usada por todos na sala de operação e cobrir boca e nariz e

estar junto a face.

São preferíveis as máscaras com dupla gaze de algodão ou de

polipropileno ou poliéster.

13.4.1 Paramentação com roupas estéreis

As roupas estéreis são utilizadas para prevenir a contaminação do

campo operatório mediante contato direto do corpo do cirurgião com o do

paciente. Todas as pessoas que entram em campo operatório, bem como

aquelas que manipulam os materiais e instrumentais estéreis - como é o caso

do instrumentador cirúrgico - devem usar aventais e luvas estéreis (Figura 2 e

3).

Figura 2 - A auxiliar, já paramentada, ajuda o cirurgião a vestir seu avental. Note que os punhos de suas luvas estão colocados sobre as dobras do punho do avental. Máscaras e gorros cobrem o nariz,a boca e o máximo de região de cabelos.

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Figura 3 - A auxiliar ajuda a desdobrar a lateral do avental, mantendo as costas do cirurgião também estéreis.

O avental é geralmente amarrado atrás, na região da nuca e da cintura,

mas o mais recomendado é o tipo circular. Esse tipo de avental envolve o

corpo do cirurgião, mantendo-o estéril anterior e posteriormente, e é atado pelo

próprio usuário ou com a ajuda do auxiliar já paramentado (ver as figuras

abaixo)

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As luvas cirúrgicas, são a únicas adequadas para os procedimentos

cirúrgicos, devendo obrigatoriamente ser estéreis, idealmente devem cobrir

mãos e dedos, estendendo-se por sobre os punhos dos aventais, onde ficam

aderidas devido à pressão elástica do punho da própria luva.

Gorros, máscaras, aventais, calças, jalecos e propés devem ser

retirados imediatamente quando molhados ou sujos. Os aventais, os propés e

as luvas cirúrgicas devem ser tirados ainda na sala cirúrgica.

Figura 4 - Paramentação ou vestimenta completa de componentes da equipe cirúrgica: gorro, mascara, avental e luvas. Note as luvas sobre os punhos ajustados ao avental. Figura 5 - Método recomendado para prevenir contaminação quando da colocação das luvas estéreis pelo cirurgião.

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14 EQUIPAMENTOS USADOS NO CENTRO CIRÚRGICO

Os equipamentos básicos utilizados na sala de operação são

classificados em fixos e móveis.

A - Equipamentos fixos

São aqueles adaptados à estrutura física da sala cirúrgica.

Tais como:

• Foco central;

• Negatoscópio;

• Sistema de canalização de ar e gases;

• Prateleira (podendo estar ou não presente).

B - Equipamentos móveis

São aqueles que podem ser deslocados de uma para outra sala de

operação, a fim de atender o planejamento do ato cirúrgico de acordo com a

especificidade, ou mesmo serem acrescidos durante o desenvolvimento da

cirurgia. São estes:

• mesa cirúrgica e acessórios: colchonete de espuma, perneiras

metálicas, suporte de ombros e arco para narcose. Atualmente, já

estão no mercado mesas cirúrgicas totalmente automatizadas, o

que permite várias configurações, a partir da simples troca de

acessórios e módulos, e possibilita movimentos suaves e precisos

em todas as direções e em ângulo de quase 180º.

• aparelho de anestesia, contendo “kits” de cânulas endotraqueais

e de Guedel: laringoscópios; pinças de Magil e

esfigmamanômetro;

• mesas auxiliares para instrumental cirúrgico, de Mayo e para

pacotes de roupas estéreis;

• bisturi elétrico ou termocautério;

• aspirador de secreções;

• foco auxiliar;

• banco giratório;

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• balde inoxidável com rodízios;

• suportes: de braço, hamper, bacia e soro;

• escada de dois degraus;

• estrado;

• equipamentos utilizados para ajudar no posicionamento do

paciente, tais como: coxins de areia ou espuma de diferentes

tamanhos e talas;

• carro para materiais de consumo e soluções anti-sépticas (o qual

pode ser dispensado, quando houver local adequado para a

colocação destes materiais como, por exemplo, prateleiras);

• carro para materiais estéreis;

• aparelhos monitores;

• balança para pesar compressas e gazes.

São exemplos de equipamentos moveis que podem ser acrescentados

à sala cirúrgica: suporte de trépano, microscópio, máquina para circulação

extracorpórea e outros.

14.1 Limpeza dos equipamentos

A limpeza desses equipamentos deve ser feita após cada cirurgia, ou

pelo menos 1 vez ao dia, na ausência de cirurgias. O responsável pela limpeza

é o circulante da sala de operação e deve ser realizada com compressas

estéreis e solução de álcool à 70%.

14.2 Cuidados com os equipamentos

Os avanços tecnológicos que vêm ocorrendo nos equipamentos

hospitalares, especialmente no que se refere àqueles utilizados na Unidade de

Centro Cirúrgico, estão exigindo das Instituições de Saúde a aquisição de tais

recursos, de qualidade e em quantidade necessárias para prestar melhor

atendimento ao paciente, bem como a atualização contínua dos componentes

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das equipes em relação ao manuseio e uso desses equipamentos,

imprescindíveis ao bom funcionamento do setor.

A qualidade é um fator importante a ser observado no planejamento de

equipamentos a serem utilizados na sala de cirurgia, pois está relacionada à

durabilidade destes e à segurança do paciente.

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15 MATERIAIS USADOS NO CENTRO CIRÚRGICO

O planejamento de materiais para uso na sala de cirurgia deve incluir

aqueles considerados básicos ao atendimento de uma cirurgia geral, e os

específicos, de acordo com o tipo de cirurgia. Para efeito didático, estes

materiais serão grupados em: esterilizados, soluções anti-sépticas, impressos

mais comuns e medicamentos.

A - Material esterilizado

• pacote de aventais;

• pacote de “opa” (avental de abertura para frente);

• pacotes de campos duplos e/ou simples;

• pacotes de compressas grandes e pequenas;

• pacotes de gazes comuns e especiais;

• pacote de impermeável (para a mesa de instrumentador);

• caixa de instrumentos;

• pacote de material para anti-sepsia;

• pacotes de cúpulas grandes e pequenas;

• pacotes de cuba rim;

• pacote de bacia;

• pacotes de sondas e drenos diversos;

• pacotes de luvas de diferentes números;

• pacote de cabo com borracha para aspirador;

• caixas de fios de sutura de diferentes tipos e números;

• caixa ou pacote de cabo do bisturi elétrico;

• equipos de soro, seringas, agulhas e cateteres para punção

venosa, cateter para oxigênio, sondas e aspiração, nasogástrica e

vesical;

• estojo de material cortante contento tesouras retas, curvas, cabo

de bisturi e agulhas de sutura. Em algumas instituições, este

material é esterilizado dentro da caixa de instrumentais;

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• bandejas de material para anestesia, contendo cânulas

endotraqueais com guia, de Guedel, laringoscópio e pinça de

Magil.

B - Soluções anti-sépticas

• iodines (álcool iodado com 1% a 2% de iodine e iodine potássio em

70% de álcool); iodóforos (iodine mais poilivinilpirrolidona);

• clorohexidina;

• álcoois (etanol, n-propil e isopropil);

C - Impressos

• sistematização de enfermagem;

• gráfico de anestesia;

• relação de gastos;

• receituário para medicamentos controlados;

• requisição de laboratório e banco de sangue.

D - Medicamentos

• soluções glicosadas, fisiológicas, Ringer, Manitol, bicarbonato de

sódio e Haemavel;

• medicamentos anestésicos, relaxantes musculares, neurolépticos,

tranqüilizantes, analgésicos, colinérgicos e anticolenérgicos,

eletrólitos, anticoagulantes, antibióticos e outros necessários à

assistência do paciente no período intraoperatório;

• pomadas: xilocaína geléia;

• adesivos para fixação de curativos e ataduras.

15.1 Instrumental cirúrgico

Iremos classificar os instrumentos cirúrgicos em seis grupos básicos,

sendo cada grupo representativo de uma determinada etapa da cirurgia.

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15.1.1 Grupo 1 - Diérese Cirúrgica

Neste grupo temos os bisturis e as tesouras. Os bisturis são os

principais instrumentos de corte. O bisturi compõe-se por duas peças: o cabo e

a lâmina.

Tantos os cabos quanto as lâminas variam de formato e de tamanho,

de acordo com o tipo de cirurgia ou ato cirúrgico a ser realizado. Cada peça

tendo a sua respectiva aplicação. Os cabos mais curtos são próprios para os

atos cirúrgicos de superfície, ou seja, o seccionamento do tecido epitelial. Os

cabos mais longos destinam-se aos atos cirúrgicos em cavidades, ou seja, em

profundidade. Os bisturis elétricos facilitam muito o processo de coagulação,

diminuindo bastante os sangramentos em cirurgias.

As tesouras também variam de tamanho e de formato (curvas ou retas,

finas ou grossas) de acordo com a sua aplicação. As mais utilizadas, são a

tesoura do tipo “Metzenbaum” que por ser uma tesoura do tipo curva, é a mais

empregada pelo médico-cirurgião chefe e a tesoura do tipo “Mayo” que por ser

uma tesoura do tipo reta, é a mais utilizada pela instrumentadora cirúrgica e

pelos médicos cirurgiões assistentes. Muito útil no corte dos fios cirúrgicos.

15.1.2 Grupo 2 - Procedimentos de Hemostasia

Neste grupo temos as pinças onde existe uma grande variedade delas,

variando de tamanho (pequenas, médias e grandes) e de formato (retas ou

curvas, traumáticas ou não traumáticas).

Dentre as pinças hemostáticas mais empregadas, podemos destacar

as pinças do tipo “Kocher” que por ser uma pinça traumática, dotada de dentes

de rato, vem sendo empregada com sucesso para preensão da aponeurose

dos músculos. Temos também as pinças do tipo “Kelly” que podem ser

observadas na foto.

As pinças do tipo “HasItead” por serem pinças finas, são empregadas

com sucesso em cirurgias infantis. São conhecidas pelos apelidos de

“mosquitinho” ou “mosquito”, por serem pequenas. São bem mais delicadas do

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que as pinças do tipo Kelly e aplicam-se a vasos de menor calibre.

Temos também as pinças do tipo “Pean”, as pinças do tipo “Mixter” que

são amplamente utilizadas em cirurgias pulmonar, hepática e renal e as pinças

do tipo “Satinsky” e que são muito utilizadas em cirurgias vasculares.

As pinças do tipo “Faure” podem ser observadas na foto, assim como

as pinças do tipo “Rochester”-“Pean” são pinças de maior resistência, próprias

ao pinçamento de tecidos não delicados ou sensíveis.

15.1.3 Grupo 3 - Exérese cirúrgica

Neste grupo temos os instrumentos para preensão e os de separação.

Instrumentos para Preensão

A finalidade destes instrumentos cirúrgicos, como o próprio nome já

diz, é a de segurar, erguer momentaneamente inclinar e/ou tracionar

determinados tecidos durante certo ato cirúrgico.

Podemos destacar como instrumentos para preensão as pinças do tipo

“Museux”, pinças do tipo “Allis” e pinças do tipo “Babcock” que é um tipo de

pinça preferida para tracionar as alças intestinais.

As pinças do tipo “Duval” também conhecidas como “triangular de

Duval”, possuem grande aplicabilidade em cirurgias pulmonares, no

pinçamento dos lobos pulmonares.

As pinças do tipo “Collin” são também conhecidas como “Collin” oval.

As pinças do tipo “Foerster” que são um tipo de pinça longa, são também

empregadas em curativos profundos, segurando compressas de gaze.

As pinças anatômicas são instrumentos cirúrgicos empregados de

forma acessória em procedimentos de preensão. Dentre as mais usadas,

destacam-se as pinças do tipo “Adson” as do tipo “Potts Smith” e as pinças do

tipo “Nelson”.

Instrumentos para Separação

São também conhecidos como afastadores. Os instrumentos para

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separação ou afastadores, são classificados em três diferentes tipos. Os

primeiros são os dinâmicos que são instrumentos que deverão ser

empunhados pelo médico-cirurgião, com a finalidade de expor a observação o

campo operatório desejado. Neste grupo, podemos destacar os do tipo

“Farabeuf”, o do tipo “Volkman” e os do tipo “Doyen”.

O outro tipo são os autostáticos que são os instrumentos que após

serem posicionados pelo médico-cirurgião, manterão o campo aberto, sem que

haja a necessidade de impunhadura permanente.

Os classificados como diversos são os de mais instrumentos de

separação ou afastadores que não se enquadram nas duas classes acima

descritas.

São espátulas, algumas rígidas e outras maleáveis, de acordo com o

propósito desejado.

15.1.4 Grupo 4 - Exaurimento Cirúrgico

Neste grupo incluímos as agulhas cirúrgicas, os porta-agulhas e os fios

cirúrgicos. As agulhas são instrumentos perfurantes que tem como objetivo,

associadamente aos fios cirúrgicos, a recomposição de tecidos lesionados,

sejam internos ou externos, por meio do procedimento denominado de sutura.

Existem um grande número de agulhas, variando de tamanho, calibre e

formato.

As agulhas cirúrgicas podem ser classifica das quanto ao formato em 4

tipos que são as retas, as curvas as do tipo lanceoladas e as cilíndricas.

1 - Agulhas do Tipo Reta

São destinadas a realização de procedimentos de sutura do tecido

epitelial, sem o emprego do porta-agulhas.

2 - Agulhas do Tipo Curva

As agulhas do tipo curva podem ser semi-retas que ao contrário das

agulhas retas, possuem uma leve curvatura.

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As agulhas meio-círculo possuem uma curvatura bem maior do que as

agulhas semi-retas, e são eficazes na sutura de tecidos profundos.

3 - Agulhas do Tipo Lanceoladas

São agulhas de secção triangular. São utilizadas em tecidos mais

resistentes como a sutura da aponeurose dos músculos.

4 - Agulhas Cilíndricas

São agulhas de secção circular. Muito empregadas na sutura de

tecidos delicados e sensíveis, tais como a reconstituição de vasos sanguíneos

rompidos.

A classificação das agulhas pode ainda ser feita, quanto ao fio cirúrgico

que será utilizado na sutura, em 2 tipos que são: as com fio pré-passado e as

com fio a passar.

Nas agulhas com fio pré-passado, a agulha já vem de fábrica, montada

juntamente com o fio cirúrgico. A base da agulha é interligada com o início do

fio, não havendo nenhum desnível. Trata-se de agulha não traumática, por

possuir um calibre regular e uniforme na junção com o fio.

Nas agulhas com fio a passar, a agulha não vem montada de fábrica

com o fio. Será necessário montá-la, passando o fio cirúrgico desejado pelo

orifício da agulha.

Os porta-agulhas, como o próprio nome já diz, tem como finalidade

segurar a agulha durante os processos de sutura. Entre os mais empregados

destacam-se o porta-agulha do tipo “Mayo-Hegan” e o porta-agulha do tipo

“Mathieu”.

Os fios cirúrgicos podem ser classificados em dois grupos básicos: os

fios cirúrgicos absorvíveis e os fios cirúrgicos não-absorvíveis.

Fios Cirúrgicos do Tipo Absorvíveis

São fios que vão sendo gradativamente absorvidos pelo organismo, até

desaparecerem por completo. Nestes casos temos o fio Categute-simples que

são feitos de fibras de tripas de carneiro e os fios Categute-cromado. Aqui o fio

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categute é tratado quimicamente com um banho de cromo. O objetivo desse fio

cromado e frear o tempo de absorção pelo organismo, mantendo-se a tensão

do fio por um período de tempo maior. Esse tipo de material é escolhido,

quando se deseja maior segurança quanto a durabilidade da sutura para que

as partes seccionadas possam se unir. Temos também o fio Dexon que é um

tipo de fio produzido com a substância ácido poliglicólico.

Fios Cirúrgicos do Tipo Não - Absorvíveis

Estes fios não são absorvidos pelo organismo. Caso não sejam

removidos posteriormente, irão ficar definitivamente na região suturada.

Dentre esses fios podemos relacionar o de Nylon, o de Algodão, o fio

de Seda, o de Aço e o fio de Mersilene que é composto de uma substância

sintática não absorvida pelo organismo.

15.1.15 Grupo 5 - Instrumentos para procedimentos especiais

São instrumentos que não compõem a mesa de instrumentação em

cirurgia geral. São instrumentos específicos para determinadas cirurgias ou

atos cirúrgicos. Existe uma gama de instrumentos especiais. Como

exemplificação podem ser citados a pinça do tipo “Lambott” - “Farabeuf”, e o

Clamp de “Kocher” (Coprostase) que é empregado em cirurgias intestinais,

objetivando a oclusão da alça intestinal.

O Rugina é um instrumento que serve para descolar ou separar as

costelas dos tecidos musculares. Tendo grande aplicação nas cirurgias

torácicas.

A serra de “Gigli” é utilizada em neurocirurgias e em cirurgias

ortopédicas.

15.1.6 Grupo 6 - Instrumentos para fins diversos

1 - Campos Cirúrgicos

Os campos cirúrgicos são peças de pano que em geral medem 1,50 m

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de comprimento por 1,50m de largura. Existem com o objetivo de isolar o

campo operatório que será alvo da cirurgia, das demais partes do corpo do

paciente. Os campos cirúrgicos são portanto, panos esterilizados. Desta forma,

não haverá riscos de membros da equipe cirúrgica tocarem demais partes da

pele do paciente e assim contaminarem suas roupas, luvas e instrumentos

cirúrgicos.

2 - Compressas Cirúrgicas

As compressas cirúrgicas são utilizadas por cima do campo cirúrgico,

ou seja, por cima da pele do paciente, de forma a criar uma barreira de

proteção nas bordas das incisões. São também empregadas no interior das

cavidades.

3 - Gazes

Podem ser utilizadas desde o procedimento pré-cirúrgico para anti-

sepsia do paciente, onde a gaze com solução anti-séptica é segura pela pinça

do tipo “Cheron”, até o exaurimento cirúrgico, com a feitura de um curativo.

4 - Drenos

Os drenos são tubos de borracha ou plástico, que podem vir a ser

colocados em determinados pacientes, com o objetivo de fazer escoar para o

ambiente externo, fluidos corporais, pus, sangue e/ou secreções diversas.

5 - Seringas e Agulhas

Utilizadas para procedimentos anestésicos com infiltração.

15.2 Cuidados e manuseio dos instrumentos

O instrumento deve ser usado somente para a finalidade para a qual

ele foi feito. O uso correto e os cuidados razoáveis prolongam a sua vida útil e

protegem a sua qualidade. As tesouras e as pinças, que mais freqüentemente

são usadas abusivamente, podem sofrer desalinhamento, trincar, ou quebrar

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quando usadas inadequadamente. As tesouras para tecidos não devem ser

usadas para cortar suturas ou gaze. As pinças hemostáticas não devem ser

usadas como prendedores de toalhas ou para pinçar tubos de sucção.

Obrigatoriamente os instrumentos devem ser manejados

delicadamente. Deve-se evitar jogar violentamente, deixar cair e colocar

equipamento pesado sobre eles. Durante o procedimento, o instrumento usado

deve ser limpo com uma compressa úmida, ou colocado dentro de uma bacia

com água destilada estéril para evitar que o sangue seque sobre o instrumento.

O soro fisiológico nunca deve ser utilizado sobre os instrumentos, pois o seu

conteúdo de sal pode ser corrosivo, aumentando a ferrugem ou deterioração do

metal. No tempo previsto durante o procedimento, a instrumentadora deve

lavar e secar os instrumentos usados, e recolocá-los sobre a mesa de

instrumentos para facilitar o fechamento das contagens.

No fim do procedimento, os instrumentos não devem ser colocados

todos juntos num amontoado desordenado. Eles devem ser manejados

individualmente ou em pequenos grupos. Os instrumentos agudos ou delicados

devem ser dispostos separadamente para o manuseio e limpeza individuais,

para evitar dano e ferimento acidental. Os princípios das precauções universais

devem ser aplicados conforme ditados pela política institucional. Todos os

instrumentos destinados ao procedimento devem ser esterilizados na fase final

ou desinfetados antes da remontagem.

Obrigatoriamente, os instrumentos devem estar completamente limpos

para assegurar esterilização eficaz.

Todo instrumento deve ser inspecionado antes e após cada uso para

se detectar imperfeições. O instrumento deve funcionar adequadamente para

evitar colocar desnecessariamente em perigo a segurança do paciente e

aumentar o tempo cirúrgico por causa de falha instrumental.

Os fórceps, as pinças e outros instrumentos articulados

obrigatoriamente devem ser inspecionados quanto ao alinhamento das garras e

dentes. As garras e os dentes dos instrumentos devem se apor perfeitamente,

de modo que seja ocluído o fluxo sangüíneo sem lesar a veia ou artéria. As

travas devem fechar perfeitamente mas soltar facilmente. As articulações dos

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instrumentos devem funcionar suavemente.

As bordas das tesouras devem ser testadas quanto ao gume, cortando-

se suavemente quatro camadas de gaze. Todos os instrumentos devem ser

verificados quanto a pontos de desgaste, saliências, denteamento, rachaduras,

ou pontas agudas.

Os instrumentos danificados devem ser colocados de lado e enviados

para conserto ou substituição. O serviço de conserto de instrumentos deve ser

escolhido cuidadosamente e usado para a manutenção regular, como afiar e

realinhar.

15.2.1 Contagem dos instrumentos

A maior parte das instituições realiza contagem dos instrumentos como

prática padronizada. O estabelecimento de conjuntos instrumentais

padronizados com o número e tipos mínimos de instrumentos neles facilita a

sua contagem, bem como minimiza a quantidade de tempo e espaço

necessário para montar. As contagens iniciais devem ser feitas conjuntamente

pela circulante e pela instrumentadora, antes do procedimento. Os materiais

adicionados durante o procedimento devem ser contados e registrados. As

contagens subseqüentes devem ser feitas antes do fechamento de uma

cavidade ou de uma incisão grande e profunda, quando a instrumentadora ou a

circulante é substituída por outras pessoas, e ao término do procedimento. Os

instrumentos desmontados durante a cirurgia, como certos afastadores,

obrigatoriamente devem ser identificados no seu todo. Todas as contagens

devem ser registradas pela circulante num registro apropriado.

15.2.2 Acondicionamento dos instrumentos

Os instrumentos devem ser armazenados com segurança. As

prateleiras dos armários devem ser ajustáveis e espadas adequadamente para

o armazenamento dos vários tipos e tamanhos de instrumentos. Muitos

hospitais hoje em dia armazenam os instrumentos em bandejas ou utensílios

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pré-esterilizados. Etiquetas e diagramas nos armários ajudam o pessoal. Um

inventário de todos os instrumentos deve ser feito periodicamente.

O enfermeiro do Centro Cirúrgico deve zelar para que os equipamentos

e materiais utilizados na sala cirúrgica sejam mantidos em perfeitas condições

de uso e repostos em quantidade suficiente para assistir adequadamente o

paciente, e facilitar a dinâmica de funcionamento da Unidade.

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16 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS E O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO

Segundo a (Portaria MS n. 930/92 - anexo III) - as infecções pós-

operatórias devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação, ao

final do ato cirúrgico, entendido como o número de microrganismos presentes

no tecido a ser operado. As cirurgias são classificadas em: limpas,

potencialmente contaminadas, contaminadas e infectadas.

Operações limpas: realizadas em tecidos estéreis, na ausência de

processo infeccioso ou inflamatório local, cirurgias eletivas atraumaticas com

cicatrização por primeira intenção e sem drenagem.

Operações potencialmente contaminadas: colonizadas por flora

microbiana pouco numerosa, na ausência de infecção ou inflamação. Cirurgias

limpas com drenagem se enquadram. Ocorre penetração no trato digestivo,

respiratório ou urinário.

Operações contaminadas: em tecidos traumatizados recentemente e

abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, na ausência de supuração

local. Há presença de inflamação aguda na incisão, e cicatrização por segunda

intenção, grande contaminação a partir do trato digestivo. Obstrução biliar ou

urinária.

Operações infectadas: realizadas em qualquer órgão ou tecido na

presença de processo infeccioso, necrose. Todas as cirurgias podem ser

infectadas. Dependendo do que vai se encontrar no local.

Alguns exemplos:

Limpos:

• Artoplastia do quadril

• Cirurgia cardíaca

• Herniorrafias

• Neurocirurgia

• Procedimentos ortopédicos (eletivos)

• Mastoplastia

• Mastectomias

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Potencialmente contaminadas:

• Hiterectomia

• Cesária

• Cirurgia do intestino delgado (eletiva)

• Cirurgia das vias biliares sem estase ou obstrução

• Feridas traumáticas limpas (até 10h após)

• Colecistectomia

• Cirurgias cardíacas com circulação extra-corpórea

Contaminadas:

• Cirurgia de cólons

• Debricamento de queimaduras

• Cirurgia bucal, dental e da orofaringe

• Fraturas expostas (após 10 horas)

• Feridas traumáticas (após 10 horas)

• Cirurgia duodenal por obstrução

• Cirurgia intranasal

Infectadas:

• Cirurgia de reto e ânus com supuração

• Cirurgia abdominal em presença de conteúdo do colon

• Nefrectomia com infecção

• Presença de vísceras perfuras

• Colescitectomia com empiema

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17 TERMINOLOGIA CIRÚRGICA

Os principais objetivos da terminologia cirúrgica são:

• Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do termo

cirúrgico;

• Descrever os tipos de cirurgia;

• Preparar os instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados

a cada tipo de cirurgia.

Na terminologia cirúrgica, os termos são formados por um prefixo, que

designa a parte do corpo relacionada com a cirurgia, e por um sufixo, que

indica o ato cirúrgico realizado.

Prefixos da terminologia cirúrgica e seius significados Prefixo Relativo a(o) adeno glândula blefaro pálpebra cisto bexiga cole vesícula colo cólon colpo vagina entero intestino delgado gastro estomago histero útero nefro rim oftalmo olho ooforo ovário orqui testículo osteo osso oto ouvido proto reto rino nariz salpingo trompa traqueo traquéia

Sufixos da terminologia cirúrgica e seus significados Sufixo Significado ectomia remoção parcial ou total pexia fixação de um órgão plastia alteração da forma e/ou função rafia sutura

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scopia visualização do interior do corpo em geral por meio de aparelhos com lentes especiais

(s)tomia abertura de um órgão ou de uma nova boca

Principais cirurgias com sufixo ectomia Cirurgia Para remoção de apendicectomia apêndice cistectomia bexiga colecistectomia vesícula biliar colectomia cólon embolectomia embolo esofagectomia esôfago esplectomia baço fisctulectomia fistula gastrectomia estomago hemorroidectomia hemorróidas hepatectomia parcial do fígado hiterectomia útero lobectomia lobo de um órgão mastectomia mama miomectomia mioma ooforectomia ovário pancreatectomia pâncreas pneumectomia pulmão prostatectomia próstata retossigmoidectomia reto-sigmóide salpingectomia trompa

simpatectomia segmentos selecionados do sistema nervoso simpático, produzindo vasodilatação

tireodectomia tireóide

Principais cirurgias com sufixo pexia Cirurgia Para fixação de cistopexia bexiga histeropexia útero à parede abdominal nefropexia rim á parede abdominal retinopexia retina orquipexia ou orquidopexia testículo em sua bolsa

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Principais cirurgias com sufixo plastia Cirurgia Alterar a forma e/ou função

artoplastia articulação, para testaurar movimento e função

bleforoplastia pálpebras mamoplastia mama piloroplastia piloro queiloplastia lábio rinoplastia nariz ritidoplastia rugas da face salpingoplastia trompa, para sua recanalização toracoplastia torax

Principais procedimentos com sufixo rafia Procedimento Sutura de blefarorrafia pálpebra colporrafia vagina gastrorrafia estomago herniorrafia hérnia osteorrafia ou colocação de fio metálico palatorrafia fenda palatina perineorrafia períneo tenorrafia tendão

Principais procedimentos com sufixo scopia Procedimento Visualização de artroscopia articulação broncoscopia brônquios cistoscopia bexiga colonoscopia cólons colposcopia vagina duodenoscopia duodeno endoscopia órgãos internos esofagoscopia esôfago gastroscopia estomago laringoscopia laringe laparoscopia cavidade abdominal sigmoidoscopia sigmóide ureteroscopia ureter uretroscopia uretra ventriculoscopia ventrículo cerebral

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Principais aparelhos para visualização direta Aparelho Finalidade artroscópio artroscopia broncoscópio broncoscopia e laringoscopia

cistoscocópio cistoscopia, ureteroscopia e uretroscopia

colonoscópio colposcopia colposcópio colonoscopia

endoscópio digestivo esofagoscopia, gastroscopia e duodenoscopia

laringoscópio laringoscopia laparoscópio laparoscopia sigmoidoscópio sigmoidoscopia

Principais cirurgias com sufixo tomia ou stomia Cirurgia Para abertura de artrotomia articulação broncotomia brônquio cardiotomia cárdia

cistostomia bexiga para drenagem da urina por sonda

colecistostomia e colocação de dreno na vesícula biliar

coledocolitotomia colédoco para retirada de calculo coledocotomia e exploração do coledoco coledocostomia e colocação de creno no coledoco duodenotomia duodeno enterostomia colon através da parede abdominal flebotomia dissecção de veia

gastrostomia e colocação de uma sonda no estomago através da parede abdominal

hepatotomia fígado

ileostomia e colocação de sonda ou dreno no íelo

jejunostomia e colocação de sonda no jejuno par alimentação

laparotomia cavidade abdominal nefrostomia e colocação de sonda no rim tenotomia tendão toracotomia parede torácica toracostomia parede do tórax par drenagem traqueostomia traquéia para facilitar a entrada de ar ureterolitotomia ureter para retirada de calculo

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Terminologias que não seguem as regras citadas Cirurgia Para abertura de

amputação remoção de um membro ou de parte necrosada do corpo

anastomose conexão e sutura de dois órgãos ou vasos

artodese fixação cirúrgica de articulação bartholinectomia retirada de cisto de bartolin

biópsia remoção de um tecido vivo para fins diagnósticos

cauterização destruição de tecido por meio de agente caustico ou calor - bisturi elétrico

cesariana retirada do feto por incisão através da parede abdominal

circuncisão ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande

cistocele queda da bexiga

curetagem uterina raspagem e remoção do conteúdo uterino

deiscencia separação de bordos previamente suturados e unidos

dissecção corte, retalhamento diverticulo bolsa que sai da cavidade enxerto transplante de órgão ou tecido

episiotomia incisão perineal destinada a evitar a ruptura do períneo durante o parto

evisceração saída de víscera de sua cavidade

fistula

orifício que põe em comunicação parte de um órgão, cavidade ou foco supurativo com a superfície cutânea ou mucosa

goniotomia cirurgia de glaucoma onfalectomia remoção do umbigo operação de bursh levantamento da bexiga operação de hammsted correção de estenose pilórica operação de manchester correção de prolapso de útero

paracentese punção cirúrgica da cavidade par retirada de liquido

ressecção remoção cirúrgica de parte de órgão retocele protrusao de parte do reto toracocentese punção cirúrgica na cavidade torácica varicocele veias ditadas no escroto

vasectomia corte de um segmento do canal deferente (para controle da natalidade)

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18 ANESTESIA E ANALGESIA

A anestesia é caracterizada pela perda da sensibilidade dolorosa com

perda de consciência e certo grau de amnésia, ao passo que a analgesia se

caracteriza pela perda da sensibilidade dolorosa com preservação do estado

de consciência.

Os medicamentos anestésicos gerais, inalatórios ou endovenosos,

promovem a depressão dos neurônios no nível encefálico, enquanto os

anestésicos locais promovem o bloqueio da condução do impulso elétrico nos

nervos periféricos.

18.1 Principais objetivos do ato anestésico

• Suprir a sensibilidade dolorosa durante a cirurgia

• Propiciar condições idéias par a ação da equipe cirúrgica

Principais etapas do ato anestésico

• Pré-anestesia: consiste em uma visita pré-anestésica: antes do

procedimento cirúrgico, o anestesiologista faz uma anamnese

dirigida aos elementos relacionados com o procedimento

anestésico-cirúrgico.

18.2 Anestesia propriamente dita

O ato anestésico pode ser realizado de vários modos, sendo os

principais anestesia geral e a anestesia regional.

• Anestesia geral: caracteriza-se pela administração de anestésico

endovenoso e, posteriormente, pela manutenção com anestésicos

inalatórios.

• Anestesia regional: pode ser:

- Peridural: o anestésico é injetado no chamado espaço

peridural, não atravessando a dura, que reveste o espaço

raquidiano;

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- Raquidiana: o anestésico é introduzido no espaço

raquidiano, com saída de líquor.

18.3 Etapa pós-anestésica imediata

Esta etapa é muito importante para o paciente que recebe anestesia

geral, pois, quando a equipe cirúrgica está terminando o procedimento

cirúrgico, o medido ansetesiologista inicia a fase de acordar o paciente,

administrando-lhe drogas antagônicas às administradas no decorrer do ato

cirúrgico.

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19 ANTIBIÓTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA

Antibioticoprofilaxia cirúrgica (APC) constitui-se na utilização de

agentes antimicrobianos (AAM) com o objetivo de evitar o aparecimento de

infecções do sitio cirúrgico (ISC), em pacientes que não apresentam evidencias

clínicas de infecção. A APC tem como objetivos reduzir a adversidade e

multiplicação bacteriana nos tecidos operados e diminuir o inoculo bacteriano

no momento em que as barreias anatômicas entre os tecidos colonizadores e

não-colonizadores são rompidos pelas incisões.

As cefalosporinas de primeira geração (cefazolina, defalotina) são as

drogas habitualmente empregadas na APC, mas outras drogas (ex.: cefoxitina)

vacomicina, gentamicina, metronidazol, clindamicina) podem ser empregadas

para ampliar ou direcionar o espectro de ação sobre bactérias resistentes às

cefalosporinas de primeira geração, considerando fatores relacionados com o

paciente, com o procedimento cirúrgico e com os prováveis microrganismos

envolvidos na ISC.

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20 SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é a área que se

destina a permanência do paciente logo após o término do ato anestésico-

cirúrgico. Neste local, o paciente fica sob os cuidados das equipes de

enfermagem e médica, especialmente, o anestesista.

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) deve estar instalada

dentro da Unidade de Centro Cirúrgico ou nas suas proximidades, de modo a

favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local.

20.1 Organização da sala de recuperação pós-anestésica

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) deve ser provida de

equipamentos básicos, em perfeitas condições de uso para atender a qualquer

situação de emergência. Didaticamente, tais equipamentos e materiais de uma

Recuperação Pós-Anestésica podem ser divididos em:

• equipamentos básicos, geralmente, fixos a parede, acima da

cabeceira de cada leito:

- duas saídas de oxigênio com fluxômetros;

- uma saída de ar comprimido;

- uma fonte de aspiração a vácuo; .

- um foco de luz;

- tomadas elétricas de 110 e 220 watts;

- monitor cardíaco;

- oxímetro de pulso;

- esfigmomanômetro.

• equipamentos e materiais de suporte respiratório:

- ventiladores mecânicos;

- máscaras e cateteres para oxigênio (O2);

- sondas para aspiração;

- carrinho de emergência, com material completo para intubação

orotraqueal e ventilação manual.

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• equipamentos e materiais de suporte cardiovascular:

- equipos de soro e transfusão, cateteres, seringas e agulhas;

- equipos para medida de pressão venosa central (PVC).

• outros materiais:

- bandeja de cateterismo vesical;

- sondas vesicais de demora;

- sistema de drenagem vesical;

- pacotes de curativos;

- bolsas coletoras para drenos e ostomias;

- gazes; chumaços e adesivos;

- termômetros;

- frascos e tubos esterilizados para coleta de sangue;

- fitas reagentes para dosagem de glicose no sangue e urina;

- caixa de pequena cirurgia;

- medicamentos e soros;

- soluções desinfetantes e anti sépticas;

- cilindros de O2 e ar comprimido e aspirador elétrico; ,

- travesseiros, almofadas, cobertores e talas.

É conveniente destacar que as camas para uso na Sala de

Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) devem ser do tipo cama-macaL,

providas de grades laterais de segurança, manivelas para dar posição de

proclive e trendelemburg, encaixes para adaptar suportes de soro e cabeceira

removível para facilitar o atendimento em situações de emergência.

20.2 Recursos humanos

A assistência ao paciente na SRPA esta sob a responsabilidade das

equipes de enfermagem e médica. A equipe de enfermagem compõe-se de

enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, e a médica, de médicos

anestesiologistas.

O enfermeiro, como líder da equipe de enfermagem, deve possuir

conhecimentos e habilidades para prestar assistência pós-anestésica e

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operatória a pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia e em uso de

aparelhos de ventilação mecânica e, ainda, atuar com presteza nas situações

emergenciais.

Para calculo do pessoal necessário a prestação de assistência neste

setor, estimam dois enfermeiros para cinco leitos;

20.3 Transporte do paciente

20.3.1 Para a sala de recuperação pós-anestésica

A transferência do paciente pós-operatório da sala de operação para a

unidade de recuperação pós-anestésica e responsabilidade do anestesiologista

ou anestesista. Durante o transporte da sala de operação para a SRPA, o

profissional de anestesia permanece a cabeceira da maca (para manter as vias

aéreas do paciente) e um membro da equipe cirúrgica permanece na outra

extremidade. O transporte do paciente compreende considerações especiais

sobre o local de incisão do paciente, as potenciais alterações vasculares e a

exposição. A incisão cirúrgica é observada a cada momento em que o paciente

no pós-operatório é mobilizado; muitas feridas são fechadas sob considerável

tensão, e todo esforço é feito para prevenir um maior tensionamento sobre a

incisão. O paciente é posicionado de modo que ele não deite sobre nem

obstrua drenos ou tubos de drenagem.

O paciente deve ser mobilizado lenta e cuidadosamente. Tão logo ele

seja colocado sobre a maca ou leito, a camisola suja é retirada e substituída

por uma seca. O paciente é coberto com cobertores leves e aquecidos. As

grades laterais são elevadas para proteger contra quedas.

A enfermeira que admite o paciente na GRPA revisa as seguintes

informações com o anestesiologista ou anestesista:

1. O diagnóstico médico e o tipo de cirurgia realizada

2. A idade do paciente e a condição geral, a permeabilidade das vias

aéreas, os sinais vitais

3. O anestésico e outros medicamentos utilizados (p. ex.. opióides e

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outros analgésicos, relaxante muscular, antibiótico)

4. Quaisquer problemas ocorridos na sala de operação que possam

influenciar o cuidado pós-operatório (p. ex. hemorragia extensiva, choque,

parada cardíaca)

5. A patologia encontrada (malignidade, se o paciente ou a família foi

informada)

6. Líquido administrado, perda sangüínea estimada e reposição

7. Quaisquer tubos, drenos, cateteres ou outros dispositivos de apoio

8. Informação especifica sobre o que o cirurgião, anestesiologista ou

anestesista deseja que seja observado.

Antes de transportar o paciente da SO para a SRPA, a enfermeira

circulante deve chamar a SRPA e fazer um relato inicial das condições do

paciente.

Esse relato deve incluir:

• Procedimento cirurgião realizado.

• Tipo de anestesia feita.

• Informações especificas dos diagnósticos pré-operatório do

paciente.

• Resultado final com relação à intervenção intra-operatória.

Quando o paciente chegar à SRPA, o anestesista dará à enfermeira da

SRPA que recebe o paciente informações pertinentes

• Nome

• Idade

• Procedimento cirúrgico e complicação

• Tipo de anestesia

• Medicamentos pré-operatórios

• Drogas anestésicas

• Sinais vitais pré e pós-operatórios

• Perda estimada de sangue

• Ingestão e eliminação hídrica intra operatórias

• Alergias

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• Prescrição de analgesia durante a recuperação

Todos os sedativos, analgésicos, ou outras drogas dadas na SRPA

geralmente são prescritos pelos anestesista.

20.3.2 Alta da SRPA para unidade de internação

O paciente geralmente recebe alta da SRPA que é dada pelo

anestesista, o qual pode estar presente e na oportunidade escrever a ordem de

alta. Alternativamente, um sistema de escore numérico aprovado pelo Serviço

de Anestesia pode ser usado para determinar se o paciente está pronto para a

alta. O sistema de escore mais comum em uso é o escore de Aldrete. Para

atividade, respiração, circulação, consciência, coloração são atribuídos

escores de 0 a 2. O escore total de 9 a 10 é aceitável geralmente para a alta da

SRPA, desde que não haja contra-indicação médica.

Um relato das condições do paciente é feito para a enfermeira que

assumirá os cuidados do paciente na enfermaria de cirurgia. Este relato pode

ser feito pelo telefone antes que o paciente deixe a URPA ou pessoa a pessoa,

depois que o paciente chega a enfermaria. O relato deve incluir a história pré-

operatória, informações pertinentes sobre a cirurgia e a recuperação do

paciente, medicações que foram administradas, ordens médicas e qualquer

outra informação importante.

Uma vez confirmada a alta, o enfermeiro da RPA deve comunicá-la ao

enfermeiro da Unidade de origem do paciente, informando-lhe as condições em

que este se encontra. Em seguida, transportá-lo, de forma segura, até o seu

leito, onde continuará a receber os cuidados de pós-operatório.

20.4 Responsabilidade e assistência de enfermagem na SRPA

O período de recuperação pós-anestésica é considerado crítico. O

paciente necessita de vigilância continua das equipes médica e de enfermagem

que atuam no setor, pois, além de ter recebido drogas anestésicas, foi

submetido às agressões impostas pelo ato cirúrgico.

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Devido ao fato de o paciente estar bastante Vulnerável neste período, a

atuação do enfermeiro é imprescindível na avaliação e controle constantes,

prevenção, detecção e tratamento imediato das complicações, até que este

possa retomar, de forma segura, a sua Unidade de origem.

20.4.1 Recepção do paciente

A recepção do paciente na RPA é feita pelo enfermeiro e anestesista

responsáveis por este setor. Estes recebem o paciente do anestesista e

circulante de sala de operação encarregados de transportá-lo até a RPA, e que

lhes passam as informações básicas sobre o paciente e o tratamento cirúrgico

a que foi submetido. Estas informações nortearão a assistência a ser prestada,

e devem incluir:

• dados de identificação;

• diagnóstico médico;

• intervenção cirúrgica executada, duração do procedimento;

• técnica anestésica, drogas utilizadas na pré-anestesia e na

anestesia;

• posição cirúrgica;

• uso do bisturi elétrico e local da placa dispersiva;

• perdas sangüíneas e reposição

• de líquidos no intra-operatório;

• intercorrências no período intra-operatório;

• antecedentes patológicos;

• alergia a drogas;

• estado geral do paciente ao deixar a sala de operações;

• presença de drenos, sondas, cateteres e outros métodos

terapêuticos;

• recomendações especiais sobre o pós-operatório. '

A equipe de enfermagem deve instalar a oxigenoterapia, se indicada,

oximetro de pulso, monitorização cardíaca, quando necessária, e proceder a

avaliação preliminar do paciente que, necessariamente, inclui: função

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respiratória e permeabilidade das vias aéreas; sinais vitais; nível de

consciência; circulação periférica; coloração da pele; infusões venosas;

condições do curativo cirúrgico; posicionamento de sondas, drenos e cateteres;

função motora e sensitiva.

O decúbito lateral é a posição ideal em que o paciente deve ser

colocado no pós-operatório imediato, por facilitar a eliminação de secreções

acumuladas na orofaringe. Caso esta não seja possível, colocá-lo na posição

indicada, tomando-a funcional e confortável.

Históricos anteriores freqüentes sobre:

• a oxigenação do paciente

• volume e regularidade do pulso

• profundidade e natureza das respirações

• coloração da pele

• nível de consciência

• capacidade de responder aos comandos

A enfermeira realiza o histórico parâmetro seguido pela verificação:

• do local da cirurgia quanto à drenagem ou hemorragia

• conexão de todos os tubos de drenagem e linhas de monitorização

• sinais vitais e estado físico geral deve ser avaliado no mínimo a

cada 15 minutos

• verificar constantemente a permeabilidade das vias aéreas

• avaliar função respiratória

• avaliar a função cardiovascular

• avaliar a condição do local de cirurgia

• estar atento quanto aos sinais de complicações

• atentar para medidas de segurança para evitar contusões, queda

do leito, desconexões de sondas, cateteres ou drenos.

• Observar a coloração das extremidades para avaliar a perfusão

tissular

• Promover medidas visando o aquecimento e o conforto do paciente

• Controlar e registrar a quantidade de líquidos administrados e

eliminados através da urina, drenagens vômitos e outras perdas.

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• Posicionar no alcance do paciente a campainha de chamada, as

lascas de gelo (se permitido), a comadre e o papagaio.

• Inspecionar e controlar o curativo cirúrgico quanto ao volume e

aspectos de secreções, presença de sangramento.

• Administrar medicamentos para promoção do alívio da dor, se

prescritos.

• Mudança de decúbito como medida de conforto

• Proporcionar informações para o paciente e família.

Durante o período de permanência do paciente nas SRPA, as

intervenções de enfermagem são estabelecidas a partir do conjunto de dados

levantados, e não da interpretação de dados isolados, tendo em vista a

recuperação do paciente e conseqüente alta do setor. As intervenções

implementadas e as respostas do paciente a estas deve ser registradas pelo

enfermeiro, permitindo a avaliação da assistência de enfermagem prestada.

20.5 Complicação observadas na SRPA com o paciente

- Náuseas e vômitos

Executante: enfermeira do SRPA

Náuseas ou vômitos geralmente são causados pela estimulação do

centro do vomito na medula por impulsos oriundos do trato gastrointestinal, de

outros centros cerebrais e decorrentes de drogas.

A enfermeira da URPA deve proteger as vias aéreas do paciente

inconsciente ou semi-consciente para prevenir a possibilidade de aspiração de

conteúdo gástrico. Fatores precipitantes devem ser eliminados, como evitar

conversações que poderiam suscitar náusea e vômito, prevenir o movimento

rápido e elevar a cabeça do paciente.

Terapia antiemética e planejada para reduzir os sintomas

gastrointestinais (GI) sem supersedar o paciente. Uma droga usada

freqüentemente, especialmente nos serviços de cirurgia ambulatorial, é o

droperidol. Outras drogas usadas comumente são metoclopramida (Reglan,

Plasil), proclorperazina (Compazine) e prometazina (Fenergau). O agente

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antiemético odansetron (Zofran) foi aprovado recentemente para a prevenção

da náusea e do vômito pós-operatório. Esta droga tornou-se popular devido a

sua ausência de efeitos colaterais como a sedação, hipotensão e tremores.

Outras medicações úteis incluem dimenidrinato.

- Dor

executante: enfermeiro da SRPA

A dor é uma experiência subjetiva e pode ou não ser verbalizada.

Intervenções não-farmacológicas que podem ser usadas incluem

posicionamento, confiança verbal, toque, aplicações de calor ou gelo.

massagem, e estimulação elétrica transcutânea do nervo. Se o paciente foi

ensinado no pré-operatório, outras técnicas que podem ser usadas são o

relaxamento, imagem auto-sugestiva, distração com musica.

Evidências tem indicado que a analgesia precoce reduz os problemas

pós-operatórios (Frost, 1992). Drogas antiinflamatórias não-esteróides (DAINE)

e opiaceos são os analgésicos de escolha. Uma dose intramuscular de 30mg

de cetorolac e equivalente a 100 mg de meperidina. DAINE e opiaceos são

usados geralmente em combinação na SRPA. O paciente pode receber uma

dose de cetorolac na sala de cirurgia ou imediatamente após a chegada na

SRPA. A dor é então tratada com um opiaceo por via intravenosa, como a

morfina, a meperidina e o fentanyl.

A analgesia controlada pelo paciente (ACP) permite que este controle a

administração analgésica. Dosagem, tempo entre as doses e a dosagem

máxima que pode ser administrada são prescritos pelo médico. A ACP pode

ser iniciada na SRPA ou imediatamente na chegada a sala do paciente. Outros

métodos de alívio da dor no pós-operatório incluem a colocação de opiáceo

espinhal e epidural e a colocação diretamente de anestésico local pelo

cirurgião.

- Hipotensão e choque

Executante: médico

A hipotensão tem sido definida como uma pressão arterial menor que

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20% do nível basal ou que a pressão do pré-operatório. Podemos ser

resultante da perda de sangue, hipoventilação, mudança de posição, acumulo

de sangue nas extremidades, ou de efeitos colaterais dos medicamentos e

anestésicos.

Os sinais clínicos incluem:

- pulso rápido e filiforme

- desorientação

- sonolência

- oliguria

- pele fria e palida

O choque pode ser descrito como a oxigenação celular inadequada

acompanhada da incapacidade de excreção das escórias do metabolismo. O

choque hipovolemico é caracterizado por uma queda na pressão venosa,

elevação na resistência periférica e taquicardia. O choque neurogenico, causa

menos comum de choque no paciente cirúrgico, acontece como resultado da

diminuição da resistência arterial causada pela anestesia espinhal. E

caracterizado por uma queda na pressão arterial devido ao acúmulo de sangue

nos vasos capacitantes dilatados (aqueles que mudam a capacidade do

volume). O choque cardiogênico é improvável no paciente cirúrgico, exceto na

presença de uma grave doença cardíaca preexistente ou de enfarto do

miocárdio durante a cirurgia.

Os sinais clássicos do choque são os que se seguem:

- Palidez

- Pele fria e úmida

- Respiração rápida

- Cianose dos lábios, gengivas e língua

- Um pulso rápido, fraco e fino

- Diminuição na pressão do pulso

- Geralmente, pressão arterial baixa e urina concentrada

O choque hipovolêmico pode ser evitado grandemente pela

administração regular de líquidos endovenosos, sangue e medicamentos que

elevam a pressão arterial. Outros fatores podem contribuir para a estabilidade

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hemodinâmica, e a enfermeira da SRPA implementa múltiplas medidas para o

gerenciamento desses fatores. A dor é controlada fazendo o paciente ficar tão

confortável quanto possível e utilizando as opióides criteriosamente. O

desnudamento e evitado e a nomotermia é mantida para prevenir a

vasodilatação.

A reposição do volume é a prescrição básica. Uma infusão de solução

de lactato de Ringer ou uma terapia com componentes sangüíneos é iniciada.

O oxigênio é administrado por cânula nasal, máscara facial ou

ventilação mecânica. Os cardiotônicos, os vasodilatadores e os

Corticosteróides podem ser administrados para melhorar a função cardíaca e

reduzir a resistência vascular periférica. O paciente é mantido aquecido;

todavia, o calor excessivo é evitado para prevenir que os vasos cutâneos se

dilatem e privem os órgãos vitais de sangue. O paciente é posicionado

horizontalmente no leito, com as pernas elevadas. A freqüência respiratória e

cardíaca, a pressão arterial, a concentração de O2 a débito urinário, o nível de

consciência, a pressão venosa central, a pressão da artéria pulmonar, a

pressão em cunha da artéria pulmonar e o débito cardíaco são monitorizados

para proporcionar informação sobre o estado respiratório cardiovascular do

paciente. Os sinais vitais são monitorizados continuamente até que a condição

do paciente esteja estabilizada.

- Hemorragias

Executante: médico

Quando a perda de sangue é extrema o paciente fica apreensivo,

inquieto e sedento; a pele e fria, úmida e pálida. A freqüência cardíaca

aumenta, a temperatura cai e as respirações são rápidas e profundas,

geralmente do tipo conhecido como “fome de ar”. Se a hemorragia progride

sem tratamento, o debito cardíaco diminui, a pressão venosa e arterial do

sangue e o nível da hemoglobina caem rapidamente, os lábios e as conjuntivas

tornam-se pálidas, manchas aparecem diante dos olhos, um tinido é ouvido nos

ouvidos e o paciente torna-se cada vez mais fraco, porém permanece

consciente até próximo à morte.

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A administração da transfusão de sangue ou de hemoderivados é a

determinação da causa da hemorragia são as medidas terapêuticas iniciais. O

local e a incisão cirúrgica devem sempre ser inspecionados quanto ao

sangramento. Se o sangramento é evidente, um acolchoado de gaze estéril e

um curativo de pressão são aplicados, e o local do sangramento é elevado ao

nível do coração, se possível. O paciente é mantido na posição de choque

(deitado de costas na horizontal, com as pernas elevadas em um angulo de 20º

enquanto os joelhos são mantidos retos). Se a fonte do sangramento é

identificada, o paciente pode ser levado de volta a sala de operação para uma

exploração de emergência do local da cirurgia.

Quando os líquidos endovenosos são administrados nos casos de

hemorragia é importante lembrar que salvo se a hemorragia tiver sido

controlada, a administração de grandes quantidades ou muito rápido de

Ilíquidos endovenosos pode elevar a pressão arterial o bastante para iniciar o

sangramento novamente.

- Hipertensão e arritmia

Executante: médico

A hipertensão arterial sistêmica é geralmente definida como uma

pressão arterial maior que 20% do nível basal do paciente ou do pré-operatório.

Se novo, os sinais clínicos são os mais importantes indicadores da gravidade

da hipertensão. A cefaléia, alterações do estado mental e dor subesternal são

todos indicadores de danos a um órgão-fim.

A hipertensão pode ser devida ao volume pré-carga ou edema

pulmonar, que causa um aumento do débito cardíaco. Neste caso, dá-se

diurético ao paciente, faz-se restrição de líquidos e o paciente é monitorizado

hemodinamicamente.

Outras causas de hipertensão são dor e ansiedade, hipotermia,

hipoxemia, hiperearbia e distensão vesical, todos os quais causam aumento na

resistência vascular. Os pacientes com dor são medicados e os pacientes com

hipotermia são aquecidos. Os pacientes são bem oxigenados e ventilados, se

necessário, para melhorar a hipoxemia ou hipercarbia. Os pacientes são

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estimulados a urinar ou são cateterizados para esvaziar toda a bexiga.

Drogas anti-hipertensivas são usadas, quando necessárias, para

controlar a pressão arterial. Os pacientes devem retomar os medicamentos

anti-hipertensivos prescritos no pré-operatório tão logo quanto possível após a

cirurgia. Aos pacientes de cirurgia ambulatorial, bem como aqueles internados,

deve ser permitido tomar seus anti-hipertensivos prescritos no dia da cirurgia.

Uma causa comum de disritmia posterior a cirurgia e a sinus

taquicardia (uma freqüência maior que 100 no adulto). Causas freqüentes

incluem dor, hipoxemia, hipovolemia, aumento da temperatura e ansiedade. A

causa subjacente e tratada. Propranolol, mesoprolol, ou esmolol podem ser

dados.

- Hipotermia

Executante: médico

A hipotermia pós-operatória, definida como uma temperatura menor

que 36°C ou 96,8° F.

A hipotermia pode prolongar o tempo de recuperação e contribuir para

a morbidade pós-operatória. O idoso e as crianças maiores de 2 anos de idade

são especialmente vulneráveis aos efeitos da hipotermia.

A prevenção da perda de calor com na sala de cirurgia, o paciente sob

anestesia geral não produz calor e é dependente da temperatura ambiental. A

prevenção pode incluir o aumento da temperatura ambiental na sala de cirurgia

e a cobertura do paciente na chegada para minimizar a exposição. Os

umidificadores de aquecimento e os aquecedores de líquidos adicionam calor.

O reaquecimento é uma prioridade nos cuidados imediatos do paciente

pós-operatório porque a normotermia reverte todos os efeitos da hipotermia.

Roupas e cobertores úmidos e frios devem ser retirados e aquecidos; roupas e

cobertores secos, aplicados a cabeça e ao corpo. Várias técnicas de

reaquecimento externo estão disponíveis. A aplicação de cobertores aquecidos

de tecido de algodão tem sido a tradição na URPA. Os cobertores aquecidos

são aplicados a cada 5 a 10 minutos até que o paciente fique normotérmico. Os

cobertores de tecido de algodão fazem aumentar a temperatura do paciente

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gradualmente. Entretanto, eles não aquecem o paciente ativamente, e o

processo ainda pode ser lento. Os cobertores de circulação continua de

líquidos ou colchão d’água aquecidos tem se mostrado de pouco valor no

reaquecimento de pacientes devido ao tamanho da área de superfície em

contato com a fonte de calor. As lâmpadas de calor radiante dependem da

exposição de grandes áreas da superfície do corpo, o que limita o seu uso aos

pacientes adultos. Os aquecedores de líquidos e sangue são úteis para

grandes volumes de líquidos frios, mas não revertem a hipotermia.

- Hipertermia

Primeiramente identificada no final da década de 1960, a hipertermia

maligna (HM) é uma complicação rara e que coloca a vida do paciente em risco

e que pode ser deflagrada por droga comumente usadas na anestesia.

Anestésicos inalados e a succinilcolina são os agentes deflagradores mais

freqüentemente implicados. A hipertemia maligna quiçá também pode ser

acionada por traumatismo, exercícios intensos, ou estresse emocional. Trata-

se de uma afecção multifatorial e geneticamente transmitida da na forma de um

traço autossômico dominante com expressão variável nos indivíduos

acometidos.

A síndrome tem início com um distúrbio hipermetabólico nas células

musculares esqueléticas que envolvem mecanismos alterados da função do

cálcio a nível celular. As características da síndrome incluem hipermetabolismo

celular resultando em:

• Hipercarbia

• Taquipnéia

• Taquicardia

• Hipoxia

• Acidose metabólica e respiratória

• Disritmias cardíacas

• Elevação da temperatura corpórea a um ritmo de 1 a 2ºC a cada 5

minutos.

Esses sinais podem ocorrer durante a indução ou manutenção da

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anestesia, embora a síndrome possa ocorrer no pós-operatório ou até mesmo

após repetidas exposições à anestesia.

Como a HM é um distúrbio que realmente coloca a vida em risco,

muitos anestesistas iniciarão o protocolo de tratamento quando alguns desses

sinais e sintomas iniciais ocorrerem não tendo outra explicação imediata.

É crucial o tempo quando diagnosticada a HM. Todo pessoal da SO e

da anestesia obrigatoriamente tem de estar familiarizado com o protocolo para

seu tratamento. No passado, a mortalidade variava de até 80%, mas a infusão

imediata de dantrolene além da conduta adequada reduziram a incidência das

fatalidades para cerca de 7%. O dantrolene (Dantrium) é um relaxante

muscular esquelético tipo hidantoína que também exerce seus efeitos sobre os

músculos cardíaco e vascular. Acredita-se que o dantrolene altere a

transferência de cálcio para dentro do reticulo sarcoplasmático.

Dantrolene, principais modalidades de tratamento:

• resfriamento do paciente com balsas de gelo e soluções IV frias

• administração de diuréticos

• tratamento das disritmias cardíacas

• correção dos desequilíbrios ácido-básico e eletrolítico

• monitorização da ingestão

• eliminações hídricas e temperatura corpórea

Muitos hospitais mantém um kit ou um carrinho de emergência para

HM que contém drogas, tubos laboratoriais, outros suprimentos, e instruções

sobre como tratar a HM na área da SO. A localização do soro fisiológico

congelado ou gelado e de outros equipamentos deve estar assinalada no kit de

emergência. O soro fisiológico resfriado muitas vezes e guardado na unidade

de refrigeração de sangue e seus derivados.

Pacientes sabidamente ou suspeitos de terem essa síndrome podem

ser anestesiados com risco mínimo se forem tomadas as precauções

apropriadas. Se se suspeitar da síndrome, deve ser feita uma biopsia muscular

para se fazer o diagnóstico antes do paciente ser anestesiado. Para a sua

própria segurança, os parentes de pessoas com HM devem ser avaliados e

testados para a presença da síndrome.

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21 FONTES DE CONTAMINAÇÕES EM CENTRO CIRÚRGICO

Todo hospital e obrigado a fornecer um ambiente cirúrgico limpo e

seguro, tanto para o paciente quanto para a equipe de saúde que atua na

unidade.

Infelizmente, não existem dados concretos que garantam que um

ambiente limpo e seguro minimize as taxas de infecção nesse setor hospitalar.

No entanto, a limpeza e a desinfecção reduzem a flora microbiana das áreas

do Centro Cirúrgico, além de exercerem um efeito salutar nos pacientes e no

pessoal hospitalar, estimulando a higiene em seu sentido mais amplo.

De maneira geral, a maioria das infecções em feridas cirúrgicas e

provocada por microrganismos endógenos, ou seja, do próprio paciente, sendo,

portanto, muito importantes a técnica cirúrgica cuidadosa, a prevenção de erros

durante o ato cirúrgico e o uso racional dos antimicrobianos.

Entretanto, devemos nos lembrar de que microrganismos de fontes

exógenas, ou externas ao paciente, também tem importância etiológica.

Algumas áreas da sala cirúrgica podem se tomar contaminadas, a menos que

sejam apropriadamente limpas e desinfetadas.

As principais fontes exógenas encontradas em Centro Cirúrgico estão

no próprio pessoal, nos equipamentos anestésicos (quando não são limpados e

desinfetados adequadamente), nas superfícies das salas cirúrgicas, nos

materiais utilizados no ato cirúrgico e nas medicações administradas.

Numa sala cirúrgica bem gerenciada, a contaminação grosseira,

ocorrida por contato direto, deve ser muito incomum.

Nos dias de hoje, com a adoção das chamadas Precauções Padrão,

foram eliminadas as distinções entre sala contaminada e sala não-

contaminada, considerando-se contaminada toda sala em que haja presença

de sangue ou, fluidos corpóreos.

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22 ESPÉCIMES E MEMBROS AMPUTADOS

Em toda cirurgia com retirada de uma peça, órgão ou parte de órgão, o

espécime deve ser encaminhado a exame anatomopatológico, por exigência

legal e também como comprovação de que foi realmente retirado do paciente.

22.1 Espécimes

O auxiliar de enfermagem que circula pela sala cirúrgica deve estar

seguro do que fazer com os espécimes e conhecer as rotinas do hospital.

Entre os procedimentos empregados em vários hospitais, os mais

simples e seguros são:

• Colocar o espécime em recipientes de vidro ou sacos apropriados

contendo solução de formol a 10%. Antes de se colocar o espécime

na solução de formol a 10%, perguntar ao cirurgião se ele ira fazer

fotos da peça cirúrgica. Caso isso ocorra, não colocar a peça em

formol, mas sim em solução fisiológica a 0,9%.

• Identificar o invólucro, colocando os seguintes itens: nome

completo do paciente e, seu número de registro hospitalar;

- número do quarto e leito - categoria do paciente;

- tipo de peça cirúrgica;

- nome do cirurgião;

- nome do hospital.

• Pedir ao cirurgião para preencher a requisição do exame

anatomopatológico, completando todos os seus itens.

• Fazer anotação no prontuário do paciente em relação a peça que

foi retirada e para que laboratório foi encaminhada.

• Encaminhar a peça e a requisição de exame para a enfermeira

responsável pelo Centro Cirúrgico ou para o serviço de anatomia

patológica.

• Fazer o registro do envio da peça em livro próprio.

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22.2 Membros amputados

Em toda cirurgia com retirada de membro ou parte de membro, esta

peça deve obrigatoriamente ser encaminhada para incineração ou enterro,

conforme exigência legal. Normalmente, antes de realizar a amputação de

membros, a equipe médica orienta o paciente e seus familiares, exigindo que

assinem uma declaração de que estão cientes do tipo de cirurgia a ser feita. O

auxiliar de enfermagem que circula pela sala cirúrgica deve estar seguro do

que fazer com a peça amputada e deve conhecer as rotinas do hospital. Entre

os procedimentos empregados em vários hospitais, os mais simples e seguros

são:

• Providenciar um saco plástico para colocar o membro amputado.

• Identificar o invólucro colocando os seguintes itens:

- nome completo do paciente e seu número de registro hospitalar;

- número do quarto e leito - categoria do paciente;

- tipo de peça cirúrgica;

- nome do cirurgião;

- nome do hospital.

• Verificar com a família se providenciará ou não o enterro da peça

cirúrgica.

Caso a família deseje enterrar o membro amputado, são estes os

procedimentos:

• solicitar do médico uma declaração em três vias, denominada

“atestado de óbito parcial”, em que o cirurgião declara o tipo de

cirurgia realizada e o motivo que o obrigou a fazer a amputação;

• anotar no prontuário do paciente a peça que foi retirada e o destino

que lhe foi dado;

• encaminhar a peça e o atestado de óbito parcial ao enfermeiro

responsável pelo Centro Cirúrgico, que chama a família e lhe

entrega uma das vias do “atestado de óbito parcial” para que

providencie o enterro do membro amputado;

• encaminhar a peça ao necrotério junto com uma das vias do

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“atestado de óbito parcial”;

• anexar a última via do atestado de óbito parcial” ao prontuário do

paciente, fazendo as anotações pertinentes;

• fazer o registro do envio da peça em livro próprio.

Caso a família não queira enterrar a peça, preferindo que seja

incinerada, os procedimentos são:

• solicitar ao cirurgião uma “autorização de incineração” em três vias,

informando que tipo de membro foi amputado;

• anotar no prontuário do paciente a peça que foi retirada e o destino

que lhe foi dado;

• encaminhar a peça e a autorização para incineração ao enfermeiro

responsável pelo Centro Cirúrgico; encaminhar a peça junto com

duas vias da “autorização para incineração” ao necrotério, cujos

responsáveis, de posse da peça identificada e da autorização

citada, tomarão as devidas providências;

• anexar a última via da “autorização para incineração” ao prontuário

do paciente, fazendo as anotações pertinentes;

• fazer o registro do envio da peça em livro próprio.

O auxiliar de enfermagem deve estar consciente da responsabilidade

por tais ações, pois elas envolvem um problema legal importante. Se as

normas não forem cumpridas, o hospital ficara sujeito a sanções legais.

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23 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA SALA CIRÚRGICA

Estas orientações destinam-se a estabelecer critérios para a seleção e

o uso adequados de processos físicos e químicos de limpeza e desinfecção em

estabelecimentos de saúde.

Os produtos existentes no comércio e que se destinam a limpeza e

desinfecção de áreas hospitalares devem ter certificado de registro expedidos

pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e

obedecer ao que dispõe a Portaria n. 15, de 23 de agosto de 1988, do

Ministério da Saúde, em especial a classificação de desinfetantes hospitalares

para superfícies fixas, por serem produtos para uso exclusivo em hospitais e

estabelecimentos relacionados com o atendimento a saúde. A escolha dos

procedimentos está condicionada ao potencial de contaminação das áreas e

artigos e aos riscos inerentes de infecção hospitalar.

23.1 Limpeza e desinfecção de áreas

São poucas as referências bibliográficas conclusivas quanto a

importância da transmissão de infecções hospitalares por meio de grandes

superfícies contaminadas. No entanto, a limpeza e a desinfecção de pisos,

paredes, mobiliário e instalações sanitárias exercem um efeito salutar nos

pacientes e no pessoal hospitalar, estimulando a higiene em seu sentido mais

amplo.

23.1.1 Classificação das áreas pelo risco de contaminação

Os diferentes ambientes existentes nas instituições de saúde podem

ser classificados em áreas não-críticas, áreas semi-críticas, áreas críticas e

áreas contaminadas.

Áreas não-críticas

São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes, assim

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como as idênticas as encontradas em qualquer edifício público (por exemplo:

escritórios, depósitos, sanitários etc.).

Áreas semi-críticas

São todas as áreas ocupadas por pacientes portadores de doenças

infecciosas de baixa transmissibilidade e de doenças não-infecciosas (por

exemplo: enfermarias e ambulatórios). Devem ser limpas.

Áreas críticas

São aquelas áreas em que se verifica a depressão da resistência

antiinfecciosa do paciente (por exemplo, sala de parto e de operação, unidade

de tratamento intensivo adulto, infantil e neonatal, sala de hemodiálise, entre

outras), ou o risco aumentado de transmissão de infecção (por exemplo:

laboratório de análises clínicas, banco de sangue, cozinha e lactário,

lavanderia). Devem ser limpas, mas podem sofrer processos de desinfecção.

Áreas contaminadas

São aquelas em que se verifica a presença de sangue, pus e

secreções ou excreções. Devem passar por processos de desinfecção com

remoção da matéria orgânica.

23.1.2 Método de limpeza e de desinfecção

Limpeza

É a operação realizada para a remoção física de sujidades, com a

finalidade de manter o asseio e a higiene do ambiente, sendo o núcleo de

todas as ações para os cuidados de higiene.

Método: água e sabão ou detergente.

Desinfecção

É o processo pelo qual são destruídos os microrganismos em sua

forma vegetativa, sendo utilizado no tratamento de áreas e superfícies críticas

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e/ou contaminadas. Nesse processo são utilizados produtos químicos.

23.1.3 Produtos químicos para desinfecção de áreas e superfícies

Os desinfetantes hospitalares para superfícies fixas são os produtos

para uso específico em hospitais e estabelecimentos relacionados com o

atendimento a saúde, em pisos, paredes e mobiliário, e que atendam as

determinações da Portaria n. 15/88 - MS, entre as quais podem ser citadas:

Princípios ativos permitidos

• fenólicos;

• quaternários de amônio;

• compostos orgânicos e inorgânicos liberadores de cloro ativo;

• iodo e derivados;

• álcoois e glicóis;

• biguanidas;

• outros princípios ativos, desde que atendam a legislação

específica.

Microrganismos testados para avaliação da ação antimicrobiana

• Staphylococcus aureus;

• Pseudomonas aeruginosa;

• Salmonella choleraesuis.

Tempo de contato

• 10 minutos.

23.1.4 Métodos de desinfecção

• Quando usado agente químico que contenha detergente:

- limpar a superfície com o produto químico para a retirada da

sujidade, utilizando inclusive a ação mecânica;

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- passar novamente o produto, deixando-o em contato com a

superfície por dez minutos.

• Quando usado agente químico que não contenha detergente:

- limpar a superfície com água e sabão ou detergente para a

retirada da sujidade, utilizando inclusive a ação mecânica;

- enxaguar abundantemente;

- passar o produto químico, deixando-o em contato com a

superfície por dez minutos.

• Quando da desinfecção de áreas contaminadas:

- colocar o produto químico sobre a matéria orgânica;

- retirar a matéria orgânica envolvida no produto químico e

desprezar;

- limpar o local novamente com o produto químico e deixá-lo em

contato com a superfície por dez minutos.

• Cuidados a serem observados durante o processo:

- verificar incompatibilidade entre o sabão e o produto químico;

- verificar o tempo de contato do produto com a superfície que esta

sendo limpa - 10 minutos;

- verificar a correta diluição do produto seguindo as orientações

contidas no rótulo do produto;

- usar obrigatoriamente os equipamentos de proteção individual -

EPI, seguindo as orientações contidas no rótulo do produto.

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24 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS REALIZADAS EM UM PACIENTE CIRÚRGICO

24.1 Oxigenioterapia

O oxigênio e um gás in odoro, sem sabor e transparente, ligeiramente

mais pesado que o ar. É utilizado para tratar ou evitar os sintomas e

manifestações da hipoxia. Pode ser fornecido a partir de um cilindro, sistema

de tubulação, reservatório de oxigênio líquido ou concentrador de oxigênio,

podendo ser administrado por cateter nasal, cateter transtraqueal, cânula nasal

com aparelhos de reservatório ou vários tipos de mascara facial. Também pode

ser aplicado diretamente ao tubo endotraqueal ou traqueal por meio de um

respirador mecânico, peça em T ou AMBU de ressuscitação manual, o método

escolhido depende da concentração necessária de oxigênio, variabilidade

desejada na concentração fornecida de oxigênio (nenhuma, mínima,

moderada) e a assistência ventilatória necessária (respirador mecânico,

respiração espontânea).

1. Cateter nasal pinos nasais que liberam baixo fluxo de oxigênio.

a. Exige respiração nasal.

b. Não pode fornecer as concentrações de oxigênio superiores a 40%.

2. Máscara facial simples - máscara que libera fluxo de oxigênio

moderado para o nariz e a boca. Libera concentrações de oxigênio de 40% a

60%.

3. Máscara de Venturi - máscara com dispositivo que mistura ar e

oxigênio, para fornecer a concentração de oxigênio constante.

a. o fluxo total de gás no rosto do paciente deve satisfazer ou exceder

a taxa de fluxo inspiratório máximo. Quando outros débitos da máscara não

satisfazem a velocidade do fluxo inspiratório do paciente, o ar ambiente

(puxado pelos orifícios laterais da máscara) mistura-se com o gás fornecido

pela máscara facial, reduzindo a concentração de oxigênio inspirada.

b. A máscara de Venturi mistura um fluxo fixo de oxigênio com um fluxo

elevado, porém variável, de ar, para produzir concentração constante de

oxigênio. O oxigênio penetra por meio de um jato (abertura restrita) em uma

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velocidade elevada. O ar ambiente também penetra e mistura-se ao oxigênio

neste local. Quanto maior for a velocidade (menor a abertura), maior

quantidade de ar ambiente e puxada para dentro da máscara.

c. O débito da máscara varia aproximadamente de 97 litros por minuto

(24%) até cerca de 33 litros por minuto (50%).

d. Praticamente elimina a reinspiração de dióxido de carbono o gás em

excesso sai através das aberturas na máscara, carregando com ele o dióxido

de carbono expirado.

4. A máscara de reinalação parcial apresenta um AMBU insuflável que

armazena oxigênio a 100%.

a. Na inspiração, o paciente inala da mascara e AMBU; na expiração, o

AMBU enche-se de oxigênio, e os gases expirados saem através das

perfurações em ambos os lados da máscara, e somente penetrando uma

pequena quantidade na bolsa

b. As concentrações elevadas de oxigênio (50 a 75%) podem ser

fornecidas.

5. A máscara sem reinalação possui uma bolsa insuflável para

armazenar oxigênio a 100% e uma válvula unidirecional entre a bolsa e a

mascara, para impedir que o ar expirado penetre na bolsa.

a. Possui válvulas unidirecionais que cobrem uma ou ambas as portas

de expiração, para evitar a entrada de ar ambiente na inspiração.

b. Possui válvulas de mola ou palheta, para permitir a entrada do ar

ambiente, caso o suprimento de oxigênio falhe ou as necessidades do paciente

superem o fluxo de oxigênio disponível.

c. Em termos ideais, todo o volume inspiratório do paciente é fornecido

pela máscara/reservatório, permitindo o suprimento de oxigênio quase a 100%.

6. Cateter transtraqueal - realizado por meio de um pequeno cateter (n.

8) inserido entre a segunda e terceira cartilagens traqueais.

a. Não interfere com a conversação, ingestão de líquidos ou alimentos,

podendo ser escondido sob a camisa ou blusa.

b. O aporte de oxigênio e mais eficiente, porque todo o oxigênio entra

nos pulmões.

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7. A máscara de pressão positiva continua na via aérea (PPCVA) é

usada para fornecer a pressão positiva inspiratória e expiratória na via aérea de

uma maneira similar a pressão terminoexpiratória positiva (PEEP) e sem

intubação endotraqueal.

a. Possui uma bolsa insuflável e faixa para a cabeça destinada a selar

firmemente a máscara contra o rosto.

b. Uma válvula de PEEP e incorporada dentro do orifício de expiração,

para manter a pressão positiva na expiração.

c. As altas taxas de fluxo inspiratório são necessárias para manter a

pressão positiva na inspiração.

8. A peça ou adaptador em T é usada para administrar oxigênio ao

paciente com tubo endotraqueal ou de traqueostomia que esteja respirando

espontaneamente.

a. Alta concentração de aerosol e oxigênio e liberada através de

circuito de tubo corrugado de grosso calibre.

b. Os gases expirados saem através do circuito do reservatório aberto.

9. A bolsa de reanimação manual (AMBU) fornece alta concentração

de oxigênio ao paciente com esforço inspiratório insuficiente.

a. Com a máscara, utiliza a via aérea superior, fornecendo oxigênio a

boca e nariz do paciente.

b. Sem máscara, o adaptador encaixa-se no tubo endotraqueal ou de

traqueostomia.

c. Geralmente utilizado na parada cardiorrespiratória, hiperinsuflação

durante a aspiração ou transporte de pacientes dependentes de respirador.

24.1.1 Oxigenioterapia por cateter nasal

Material/Equipamento

• Fonte de oxigênio

• Cateter nasal de plástico com circuito de conexão

• Umidificador cheio de água destilada

• Fluxômetro

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• Avisos de NÃO FUMAR

Procedimento

Ação de Enfermagem

Fase Preparatória

1. Verificar os sinais vitais e nível de consciência atuais bem como a

GA mais recente.

2. Avaliar o risco de retenção de CO2 com a administração de oxigênio.

Fase de Realização

1. Afixar avisos de NÃO FUMAR na porta e no campo visual do

paciente e das visitas.

2. Mostrar o cateter nasal para o paciente e explicar o procedimento.

3. Assegurar-se de que o umidificador esta cheio até a marca

apropriada.

4. Acoplar o circuito de conexão da cânula nasal a saída do

umidificador.

5. Estabelecer a velocidade do fluxo nos litros/minuto prescritos. Sentir

para verificar se o oxigênio está fluindo através dos pinos da cânula.

6. Colocar os pinos da cânula no nariz do paciente e ajustar as amarras

ao redor das orelhas, para adaptar confortável e seguramente.

Fase de Acompanhamento

1. Registrar a velocidade do fluxo usada e a resposta imediata do

paciente.

2. Avaliar a condição do paciente. GA ou SaO2 e o funcionamento do

equipamento em intervalos regulares.

3. Verificar se o paciente em uso de oxigênio está confortável.

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24.2 Cateterismo vesical

Cateterismo

O cateterismo pode ser realizado para aliviar a retenção urinaria aguda

ou crônica, drenar a urina nos períodos pré e pós-operatório, determinar a

quantidade de urina residual depois de urinar, ou determinar a mensuração

exata da drenagem urinária em pacientes criticamente doentes.

Material

• Luvas estéreis

• Conjunto de sonda estéril descartável com lubrificante

• Solução anti-septica para a limpeza periuretral (estéril)

• Luvas, campos, esponjas

Seleção do tamanho da sonda

Usar a menor sonda capaz de fornecer a drenagem adequada.

Procedimento

Paciente do sexo feminino

Fase Preparatória

1. Posicionar a paciente confortavelmente.

2. Abrir a bandeja de cateterismo usando a técnica asséptica.

3. Colocar o recipiente para os resíduos em local acessível.

4. Colocar a paciente em posição de decúbito dorsal com os joelhos

flexionados, quadris flexionados e pés repousando sobre o leito, afastados em

0,6m. Cobrir o paciente.

5. Direcionar a luz para a visualização da área genital.

6. Posicionar o oleado sob as nádegas do paciente.

7. Lavar as mãos. Calçar as luvas estéreis.

Fase de realização

1. Separar os pequenos lábios, de modo que o meato uretral seja

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visualizado; uma das mãos deve manter o afastamento dos lábios, até que o

cateterismo termine.

2. Limpar ao redor do meato uretral com uma solução de iodo-

povidona.

a. Manipular as compressas de limpeza com pinça, limpeza com

movimentos para baixo no sentido antero-posterior.

b. Descartar o chumaço de algodão após cada uso.

c. Quando o paciente e sensível ao iodo, empregam-se o cloreto de

benzalconio ou outro agente de limpeza.

3. Introduzir a sonda bem lubrificada por 5 a 7cm no meato uretral,

utilizando técnica asséptica estrita.

a. Evitar contaminar a superfície da sonda.

b. Garantir que a sonda não é muito grande ou fica muito apertada no

meato uretral.

4. Permitir que alguma urina flua através da sonda, antes de coletar

uma amostra.

Paciente do sexo masculino

1. Lubrificar bem a sonda com lubrificante ou anestésico tópico

prescrito.

2. Lavar a glande do pênis ao redor do meato urinário com uma

solução iodotora, usando a pinça para fixar as compressas limpas. Manter a

retração do prepúcio. Manter a esterilidade da mão dominante.

3. Segurar a diáfise do pênis (com a mão não-dominante) e elevá-lo.

Aplicar tração suave no pênis, enquanto a sonda e introduzida.

4. Usar as luvas estéreis, introduzir a sonda dentro da uretra; avançar a

sonda por 15 a 25cm, até que a urina flua.

5. Quando a resistência e sentida no esfíncter externo, aumentar

discretamente a tração do pênis e aplicar pressão suave e continua sobre a

sonda. Pedir que o paciente faça força (como se estivesse urinando), para

ajudar a relaxar o esfíncter. 6. Quando a urina começa a fluir, avançar o cateter por mais 2,5cm.

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7. Recolocar (ou reposicionar) o prepúcio.

24.3 Punção venosa com agulha ou cateter

Material

• Garrote de látex

• Luvas descartáveis

• Swab anti-septico (álcool, iodo, iodo-povidona)

• Em caso de infusão continua:

- Solução IV

- Equipo

• Com dispositivo heparinizado:

- Extensor do equipo ou dispositivo intermediário

- Heparina ou solução fisiológica (1-2 ml) em seringa

esterilizada

• Esparadrapo

• Curativo transparente ou outro material para curativos

• Tala de braço revestida (quando necessário)

• Cateter /agulha desejada:

- Cateter (Teflon, Silastic, poliuretano ou cloreto de

polivinila) no calibre escolhido (números 14-25)

- Scalp tipo borboleta

A lavagem completa das mãos é necessária, antes de manusear

materiais esterilizados e iniciar a punção venosa.

Procedimentos

Fase Preparatória

1. Explicar o procedimento ao paciente. Fazer com que o paciente deite

no leito. Determinar se o paciente e destro ou sinistro.

2. Retirar todo o ar do equipo; também do equipo do scalp (pode retirar

o ar com liquido a partir do equipo de infusão, prendendo a agulha nele ou

através da irrigação do scalp com solução fisiológica em seringa esterilizada).

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3. Calçar as luvas.

4. Selecionar o local para a punção

5. Aplicar o garrote 5-10 em acima do local da punção desejado, e

verificar a distensão satisfatória da veia. Os pulsos distais devem permanecer

palpáveis.

6. Fazer com que o paciente abra e feche a mão várias vezes.

7. Retirar o garrote.

8. Limpar o local:

a. Fazer tricotomia, caso o local não esteja muito visível.

b. Limpar a pele com algodão com álcool.

c. Preparar a pele com iodo-povidona (um iodofor) durante 1 min,

começando a partir do centro do local proposto para a periferia, atá que tenha

sido desinfetado um circulo de 5-10 cm.

d. Permitir que a área seque ao ar livre.

9. Reaplicar o garrote.

Fase de Realização: inserção do cateter

1. Retirar a proteção da agulha.

2. Segurar o braço do paciente de modo que o polegar do enfermeiro

fique posicionado aproximadamente a 5 cm do local. Exercer tração sobre a

pele na direção da mão.

3. Introduzir a agulha, com o bisel voltado para cima, através da pele

em um ângulo. Utilizar um movimento lento e contínuo.

4. Quando o vaso é “bailarina”, pode haver a necessidade de penetrar

primeiramente na pele em um ângulo de 20° e, em seguida, empurrar a agulha

em paralelo a pele.

5. Sendo a veia penetrada, abaixar o cateter até o nível da pele.

6. Quando inserir, sempre segurar o cateter pela câmara plástica

transparente de refluxo, e não pelo manúbrio colorido.

7. Avançar o cateter aproximadamente por 0,6-1,3 cm para dentro da

veia.

8. Puxar a agulha para trás, a fim de separar a agulha do cateter em

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0,6 cm, e avançar o cateter para dentro da veia.

9. Quando encontrar resistência, enquanto tentar avançar o

cateter, parar, soltar o garrote e remover cuidadosamente a agulha e o cateter.

Tentar outra punção com um novo cateter.

10. Aplicar pressão sobre a veia, acima da extremidade do cateter com

o dedo mínimo ou anelar; soltar o garrote e remover lentamente a agulha,

enquanto mantém o manúbrio do cateter em posição.

11. Se for um equipo, acoplá-lo ao manúbrio do cateter e ajustar o fluxo

de infusão a velocidade prescrita.

12. Se for um dispositivo heparinizado, colocar a tampinha e o

extensor, tomando o cuidado de manter a esterilidade do equipo. Irrigar com

0,5 ml de solução fisiológica ou heparina.

13. Aplicar o curativo transparente no local ou usar o curativo de

acordo com o protocolo da instituição.

14. Fazer uma alça no equipo e fixar com esparadrapo ao curativo ou

ao braço.

15. Registrar no esparadrapo do curativo com uma seta indicando o

trajeto do cateter, tamanho do cateter, data, hora da inserção e as iniciais do

profissional. Registrar essa informação a cada troca de curativo.

24.4 Sondagem nasogástrica

A introdução de sonda nasogástrica (SNG) refere-se a inserção de

sonda através da nasofaringe dentro do estômago.

Material

• Sonda nasogástrica - geralmente de Levin com luz única ou

sonda coletora de Salem com dupla luz

• Lubrificante hidrossolúvel

• Aspirador, quando prescrito

• Clamp para a sonda

• Toalha, lenço de papel e cuba-rin

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• Copo de água e canudo

• Tintura de benjoin

• Esparadrapo hipoalergênico: 1,5 cm e 2,5 cm

• Curativo transparente

• Aparelho de irrigação com seringa de 20ml ou uma seringa de 50

ml com extremidade à sonda

• Estetoscópio

• Abaixador de língua

• Lanterna

• Luvas descartáveis

• Soro fisiológico

Fase Preparatória

1. Perguntar ao paciente se ele já se submeteu a alguma cirurgia nasal,

sofreu trauma, desvio de septo ou distúrbio hemorrágico.

2. Explicar o procedimento ao paciente e dizer como a respiração pela

boca o engolir pode ajudar na passagem da sonda.

3. Colocar o paciente em posição sentada ou de Fowler alta; por toalha

sobre o tórax.

4. Determinar com o paciente que sinal ele pode usar, como levantar o

dedo indicador, a fim de indicar para “aguardar por alguns momentos” por

causa do engasgo ou desconforto.

5. Remover as dentaduras; colocar a cuba-rim e os lenços de papel no

alcance do paciente.

6. Inspecionar a sonda para defeitos; observar para orifícios

parcialmente fechados ou bordas ásperas.

7. Colocar a sonda de borracha em água gelada durante alguns

minutos, para tomar a sonda mais rígida. A sonda de plástico já pode estar

suficientemente firme; quando muito rígida, mergulhar em água morna.

8. Determinar o comprimento do tuba necessário para alcançar o

estômago.

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9. Fazer com que o paciente assoe o nariz, para limpar as narinas.

10. Inspecionar as narinas com um lanterna, observando para qualquer

obstrução. Ocluir cada narina e pedir que o paciente respire, o que ajuda a

determinar qual narina está mais permeavel.

11. Lavar suas mãos, calçar as luvas descartáveis.

12. Medir a distância entre o nariz, lóbulo da orelha e o apêndice

xifóide do paciente, e marcar corretamente na sonda. Algumas sondas podem

ser pré-marcadas, para indicar o comprimento, mas isso pode não se

correlacionar exatamente com a mensuração obtida.

a. A distância do nariz ao lóbulo da orelha é a primeira marca na

sonda. Esta medição representa a distância até a nasofaringe.

b. Quando a sonda alcança o processo xifóide (extremidade do

esterno), é feita uma segunda marca. Esta medição constitui o comprimento

necessário para alcançar o estômago.

Fase de Realização

1. Enrolar os primeiros 7 a 10 cm da sonda ao redor dos seus dedos.

2. Lubrificar a porção enrolada da sonda com a lubrificante

hidrossolúvel. Evitar ocluir as orifícios da sonda com o lubrificante.

3. Inclinar a cabeça do paciento para trás, antes de introduzir a sonda

na narina, e enfiar suavemente a sonda dentro da nasofaringe posterior,

direcionando para baixo e para trás no sentido da orelha.

4. Quando a sonda alcança a faringe, o paciente pode engasgar;

permitir que ele descanse por alguns momentos.

5. Fazer com que o paciente incline a cabeça um pouco para diante.

Oferecer vários goles de água através de um canudo ou permitir que o paciente

chupe lascas de gelo, exceto quando contra-indicado. Avançar a sonda, à

medida que o paciente engole.

6. Rodar suavemente a sonda em 180º para redirecionar a curvatura.

7. Continuar a avançar a sonda gentilmente a cada vez que o paciente

engole.

8. Quando surge obstrução para impedir a passagem da sonda, não

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empregar força. A rotação suave da sonda pode ajudar. Não obtendo sucesso,

remover a sonda e tentar a outra narina. 9. Quando existirem sinais de angústia, como dispnéia, tosse ou

cianose, remover imediatamente a sonda.

10. Continuar a avançar a sonda, quando o paciente deglute, até que a

marca alcance a narina do paciente.

11. Para verificar se a sonda está no estômago:

a. Pedir que o paciente fale;

b. Usar o abaixador de língua e a lanterna, para examinar a boca do

paciente - principalmente no paciente inconsciente.

c. Prender a seringa na extremidade da SNG. Colocar o estetoscópio

sobre o quadrante superior esquerdo do abdome e injetar 10 a 20 ml de ar,

enquanto ausculta o abdome.

d. Aspirar o conteúdo do estômago com uma seringa de 50 ml. Quando

o conteúdo gástrico não pode ser aspirado, colocar o paciente em decúbito

lateral esquerdo e avançar a sonda por 2,5 a 5 cm e tentar novamente.

e. Radiografia pode ser realizada, para confirmar a posição da sonda.

12. Depois que a sonda e introduzida e a colocação correta

confirmada, prender a sonda a aspiração ou clampear a sonda.

13. Aplicar tintura de benjoim na área onde o esparadrapo e colocado.

14. Fixar a sonda com:

a. Esparadrapo antialérgico; dividi-lo em seu comprimento apenas até a

metade, prender a extremidade integra do esparadrapo no nariz e cruzar as

extremidades separadas ao redor da sonda. Aplicar outro pedaço de

esparadrapo ate a crista nasal.

b. Colocar um curativo biooclusivo transparente na saída da narina.

15. Fixar a sonda na roupa do paciente. Usar uma faixa de borracha,

para fazer um nó corrediço, de modo a fixar a sonda na roupa do paciente.

Fixar a faixa de borracha na roupa do paciente usando alfinete de segurança.

16. Clampear a sonda, ate que a finalidade da inserção da sonda

aconteça.

17. Fixar a luz maior da sonda de Salem ao aspirador, quando

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prescrito. A aspiração continua baixa ou a aspiração alta intermitente podem

ser utilizadas com a sonda de Salem. Quando se emprega a sonda de Levin,

recomenda-se a aspiração intermitente baixa.

24.5 Lavagem intestinal com solução comercial

Material

- solução comercial

- forro

- vaselina ou xilocaína geléia

- papel higiênico

- comadre

- biombos

- sonda retal

- gaze

- equipo de soro

- luvas

Procedimento

1 - Lavar as mãos.

2 - Reunir e preparar o material e levá-lo próximo ao leito do paciente.

3 - Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente.

4 - Colocar biombos em volta do leite.

5 - Abaixar a cabeceira do leito.

6 - Colocar o suporte de soro junto ao paciente.

7 - Colocar a comadre sobre o leito.

8 - Aquecer a solução e levar o material para junto do paciente e

colocá-lo sobre a mesa-de-cabeceira.

9 - Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo, deixando-o

coberto.

10 - Colocar o forro sob as nádegas do paciente, para proteger o leito.

11 - Colocar o Frasco de solução conectado ao equipo no suporte,

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mais ou menos 45 cm acima do nível do leito. Adaptar a sonda, deixar correr

um pouco da solução na comadre, para retirar o ar do intermediário.

12 - Calçar luvas.

13 - Lubrificar a ponta da sonda retal.

14 - Dobrar o lençol e, com a mão esquerda, afastar a prega

interglútea, expondo a região anal.

15 - Introduzir a sonda no reto, cerca de 8 a 10 cm, com cuidado e

vagarosamente, em direção a cicatriz umbilical. Pedir ao paciente para respirar

profundamente.

16 - Abrir a pinça do equipo e deixar o líquido correr lentamente.

17 - Quando a solução estiver acabando, fechar a pinça e retirar a

sonda.

18 - Desprezar a sonda, envolvendo-a em papel higiênico, colocando-a

no lixo do banheiro.

19 - Aconselhar o paciente a reter a solução.

20 - Colocar o paciente em decúbito dorsal e levantar a cabeceira do

leito.

21 - Colocar o paciente na comadre ou levá-lo ao banheiro deixando o

papel higiênico a mão.

22 - Retirar a comadre e levar ao banheiro, desprezando o cometido e

lavando-a.

23 - Retirar as luvas.

24 - Oferecer material para lavagem das mãos do paciente, se

necessário.

25 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

26 - Lavar as mãos.

27 - Anotar: horário, quantidade da solução usada, descrição do

conteúdo de retorno e a reação do paciente.

Observações:

- Diminuir ou interromper momentaneamente o fluxo do líquido, se o

paciente acusar dor.

- Não deixar entrar ar no intestino.

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24.6 Curativo de incisão simples

Material:

- bandeja contendo:

1 pacote de curativo

solução antisséptica (P.V.P.I. tópico)

gazes

esparadrapo

soro fisiológico

1 saco plástico pequeno

éter e/ou solução de benjoim

- luvas

- seringa de 20ml

- biombo, se necessário

Procedimento

1 - Lavar as mãos.

2 - Reunir o material e levá-lo próximo ao leito do paciente.

3 - Explicar ao paciente o que será feito.

4 - Fechar a porta.

5 - Proteger o paciente com biombos, se necessário.

6 - Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a

ser tratada.

7 - Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica.

8 - Colocar as pinças com os cabos voltados para a borda do campo.

9 - Colocar gazes em quantidade suficiente sobre o campo estéril.

10 - Remover o curativo com a pinça dente de rato, desprezando-a na

borda do campo.

11 - Montar a pinça Kelly com gaze, auxiliada pela pinça anatômica e

umedecê-la com soro fisiológico.

12 - Fazer a limpeza da incisão, com movimentos semicirculares, de

dentro para fora, de cima para baixo, utilizando as duas:faces da

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gaze, sem voltar ao início da incisão.

13 - Limpar as regiões laterais da incisão cirúrgica após ter feito a

limpeza da incisão principal.

14 - Secar a incisão de cima para baixo, nunca voltando a gaze onde já

passou

15 - Secar as laterais da incisão, de cima para baixo.

16 - Aplicar solução antisséptica e/ou medicamentos na incisão, de

cima para baixo, nunca voltando a gaze onde já passou.

17 - Retirar o excesso de solução antisséptica, da incisão com gaze

seca, de cima para baixo.

18 - Passar éter e/ou solução de benjoim, ao redor da incisão.

Obs.: Manter o curativo ocluído ou aberto, quando houver

indicação.

19 - Colocar o nome, data e horário sobre o curativo:

20 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

21 - Lavar as mãos.

22 - Anotar.

Observações:

- Manter o carro de curativo da unidade, fora do quarto do paciente,

utilizando sempre uma mesa ou bandeja auxiliar, para apoio do material.

- Proceder a desinfecção da bandeja ou da mesa auxiliar após a

execução de cada curativo.

- Encaminhar o material de curativo usado, após cada curativo feito, ao

expurgo da unidade.

- Solução anti-séptica: trata-se da polivinilpirrolidona iodo a 1%

(P.V.P.I. tópico)

- Remover curativos úmidos, sempre que necessário, não

ultrapassando o período de seis horas (campo provável da multiplicação das

bactérias); o mesmo deverá ser adotado para a roupa de cama suja de

secreção.

- Lavar as mãos antes e depois da realização dos curativos, e após ter

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retirado o curativo antigo ou sujo.

- Não falar próximo à ferida, e orientar o paciente para que faça o

mesmo.

- Nunca desprezar curativos sujos e dejetos no lixo do quarto e sim

num saco plástico individual.

- Não abrir curativos para encaminhar o paciente para o banho;

protegê-los sempre com plástico.

- Não usar faixas ou ataduras que comprimam os tecidos, prejudicando

a circulação.

- Não utilizar soluções detergentes nos curativos, pois agravam o

trauma tissular e retardam a cicatrização. Portanto, utilizar soluções anti-

sépticas aquosas.

24.7 Curativo de incisão com pontos subtotais ou totais

Material:

- bandeja contendo:

1 pacote de curativo

solução antisséptica (P.V.P.I. tópico)

gazes

esparadrapo

medicamentos específicos

soro fisiológico

1 saco plástico pequeno

éter e/ou solução de benjoim

- luvas

- seringa de 20ml

- biombo, se necessário

Procedimento

1 - Lavar as mãos.

2 - Reunir o material e levá-lo próximo ao leito do paciente.

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3 - Explicar ao paciente o que será feito.

4 - Fechar a porta.

5 - Proteger o paciente com biombos, se necessário.

6 - Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a

ser tratada.

7 - Proteger a roupa de cama com impermeável ou forro sob o local do

curativo.

8 - Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica.

9 - Colocar as pinças com os cabos voltados para a borda do campo.

10 - Colocar gazes em quantidade suficiente sobre o campo estéril.

11 - Remover o curativo com a pinça dente de rato, desprezando-a na

borda do campo.

12 - Calçar luvas.

13 – Introduzir soro fisiológico, com auxílio de uma seringa, no interior

dos pontos subtotais.

14 - Montar a pinça Kelly com gaze, auxiliada pela pinça anatômica e

umedecê-la com soro fisiológico.

15 - Fazer a limpeza da incisão, com movimentos semicirculares, de

dentro para fora, de cima para baixo, utilizando as duas:faces da

gaze, sem voltar ao início da incisão, incluindo os pontos totais ou

subtotais.

16 - Limpar as regiões laterais da incisão cirúrgica após ter feito a

limpeza da incisão principal e do primeiro ponto total ou subtotal.

17 - Continuar a limpeza da incisão central, dos pontos totais ou

subtotais e das laterais, conforme descrito nos itens 14 e 15, até

chegar ao final da incisão e do último ponto total ou subtotal.

18 - Secar a incisão principal desde o início, acompanhada dos pontos

totais ou subtotais e das laterais.

19 - Aplicar solução antisséptica na incisão principal e nos pontos totais

ou subtotais, seguindo a mesma direção anterior, nunca

voltando a gaze onde já passou.

20 - Retirar o excesso de solução antisséptica, com auxílio de gaze

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seca, de cima para baixo, do mesmo modo já descrito

anteriormente.

21 - Passar éter e/ou solução de benjoim, ao redor da incisão, para

melhor aderência do esparadrapo/micropore.

22 - Proteger a área principal (incisão central e pontos totais e

subtotais) com gaze seca em quantidade suficiente para

cobrir a área.

Obs.: Manter o curativo ocluído ou aberto, quando houver

indicação.

23 - Colocar o nome, data e horário sobre o curativo:

24 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

25 - Lavar as mãos.

26 - Anotar.

Observações: - 1 - Ponto subtotal: é aquele feito com fio de sutura, tipo

"prolene", recoberto com equipo, e não passa pelo

peritônio.

2 - Ponto total: é feito com equipo de soro e passa pelo

peritônio. Geralmente e feito quando a incisão será,

provavelmente, aberta outra vez.

24.8 Curativo de incisão aberta

Material:

- bandeja contendo:

1 pacote de curativo

solução antisséptica (P.V.P.I. tópico)

gazes

esparadrapo

medicamentos específicos

soro fisiológico

1 saco plástico pequeno

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éter e/ou solução de benjoim

- Acrescentar, se necessário:

gaze vaselinada estéril

1 lamina de bisturi

1 bacia estéril

ataduras de crepe

chumaço de algodão estéril

compressa estéril

máscara

aspirador de secreções

sacarose

- luvas

- biombo, se necessário

Procedimento

1 - Lavar as mãos.

2 - Reunir o material e levá-lo próximo ao leito do paciente.

3 - Explicar ao paciente o que será feito.

4 - Fechar a porta.

5 - Proteger o paciente com biombos, se necessário.

6 - Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a

ser tratada.

7 - Proteger a roupa de cama com impermeável ou forro sob o local do

curativo.

8 - Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica.

9 - Colocar as pinças com os cabos voltados para a borda do campo.

10 - Colocar gazes em quantidade suficiente sobre o campo estéril.

11 - Colocar a mascara e calçar luvas.

12 - Retirar ataduras com auxílio da lâmina de bisturi.

13 - Remover o curativo com a pinça dente de rato, desprezando-a na

borda do campo.

14 - Montar a pinça Kelly com gaze, auxiliada pela pinça anatômica e

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umedecê-la com soro fisiológico.

15 - Fazer a limpeza da incisão aberta, iniciado de fora para dentro,

utilizando as duas:faces da gaze.

16 - Secar a região de fora da incisão.

17 - Fazer a limpeza da parte de dentro da incisão (região da

deiscência) utilizando soro fisiológico e as duas faces da gaze, de

cima para baixo.

18 - Repetir o item 17 quantas vezes forem necessárias.

19 - Secar a região dentro da incisão (deiscência).

20 - Colocar solução antisséptica e/ou medicamentos no interior da

incisão.

21 - Retirar o excesso de solução antisséptica, com auxílio de uma

gaze seca.

22 - Passar éter e/ou solução de benjoim, ao redor da incisão.

23 - Cobrir a incisão aberta com gaze seca, chumaço ou vaselina

estéril, se houver indicação. Fazer ponto de aproximação de

bordos de deiscência com espátulas.

24 - Retirar as luvas e a mascara.

25 - Colocar o nome, data e horário sobre o curativo:

26 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

27 - Lavar as mãos.

28 - Anotar.

Observações: - Os curativos de incisão aberta, independentemente do

seu aspecto, serão sempre realizados conforme a

técnica de curativo contaminado, ou seja, de fora para

dentro.

- Para curativos contaminados com muita secreção,

especialmente tratando-se de membros inferiores ou

superiores, colocar uma bacia sob a área a ser tratada,

lavando-a com soro fisiológico.

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25 CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO

25.1 Planejamento

A Central de Material Esterilizado é o conjunto de elementos

destinados a recepção e expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição

do material para as unidades do estabelecimento de saúde.

Considerando, então, as finalidades a que esta Unidade se destina,

pode-se avaliar a sua importância: à equipe de saúde oferece infra-estrutura

material indispensável ao seu desempenho técnico-científico; ao paciente

proporciona segurança e eficácia no atendimento e a Instituição contribui para

a qualidade da assistência prestada.

O planejamento desta Unidade é de suma importância, considerando-

se as diferentes etapas do processamento dos materiais, até a sua distribuição

às Unidades do hospital. Por isso, tal planejamento deve ser executado por

uma equipe multiprofissional, cuja atenção deve estar voltada para a dinâmica

de funcionamento do setor.

Quanto a esta dinâmica classifica-se três tipos de Central de Material,

quais sejam:

descentralizada - Cada Unidade ou conjunto de unidades do

hospital é responsável por preparar e esterilizar os materiais que

utiliza;

semi-centralizada - Cada Unidade prepara os seus materiais,

mas os encaminha a Central de Material para serem

esterilizados;

centralizada - Os materiais de uso em todas as Unidades do

hospital são totalmente processados na Central de Material.

Do ponto de vista administrativo, o sistema de centralização visa:

padronizar as técnicas de limpeza, preparo e empacotamento, a

fim de assegurar economia de pessoal, material e tempo;

manter a reserva de material, a fim de atender prontamente às

necessidades das Unidades do hospital;

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facilitar o controle do consumo, da qualidade do material e das

técnicas de esterilização, aumentando a segurança no uso;

concentrar o material esterilizado ou não-esterilizado, como é o

caso de alguns aparelhos, tornando mais fácil o controle, a

conservação e a manutenção dos mesmos;

desenvolver as atividades específicas com pessoal treinado para

tal, permitindo obter maior produtividade;

favorecer o ensino e o desenvolvimento de pesquisas.

25.1.1 Estrutura física

São elementos essenciais à dinâmica de funcionamento da Unidade:

- Área para recepção, desinfecção e separação de materiais - É o local

destinado a receber, desinfetar e separar os materiais provenientes

dos diferentes setores do hospital.

- Área para lavagem de materiais - É a área onde são lavados os

materiais manualmente ou por meio de máquinas lavadoras

especiais.

- Sala para lavagem e preparo de luvas (entalcamento) – É a sala

destinada a lavagem, secagem, teste, entalcamento, preparo e

empacotamento das luvas cirúrgicas. Esta área deve ser constituída

num ambiente separado dos demais e provido de máquinas próprias

para o reprocessamento das luvas.

- Área para recepção de roupas limpas – É o local destinado a receber

as roupas limpas provenientes da lavanderia, para posterior

empacotamento e esterilização.

- Área de preparo de materiais e roupas - Esta área se destina a

preparar e empacotar ou acondicionar os diferentes tipos de materiais

e roupas para serem esterilizados.

- Área para esterilização - É a área destinada a esterilização dos

materiais e roupas, pelos diferentes métodos:

área para esterilização física (esterilização pelos métodos

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físicos: calor úmido, calor seco e ionização);

área para esterilização química íiquida;

área para esterilização química gasosa. Esta área deve ser

provida de antecâmara, sala de esterilização, depósito de

armazenamento de cilindros e sala de aeração, a fim de permitir

a aeração dos materiais esterilizados pelo óxido de etileno. O

uso deste produto e regulamentado pela Portaria nº 4, de

31/07/91.

- Sala para armazenagem e distribuição de materiais e roupas

esterilizadas - É a área que se destina a armazenar os materiais e roupas

esterilizadas para distribuí-los às Unidades do hospital. Para isso, podem ser

usados armários, prateleiras e, mais modernamente, cestos de aço inoxidável,

do tipo "gaiola".

- Área para armazenagem e distribuição de materiais descartáveis -

Esta área destina-se a armazenar e distribuir os materiais descartáveis.

Destaca-se que as atividades de recepção, desinfecção e separação

de materiais são consideradas "sujas", devendo, portanto, ser realizadas em

local exclusivo, apropriado e exigindo que o funcionário utilize paramentação

adequada.

Alem destes, são necessários ambientes de apoio, como:

- Sala administrativa - É a área que se destina ao controle

administrativo da Central de Material.

- Sanitários com vestiário para funcionários.

- Deposito de material de limpeza.

- Almoxarifado - É o estoque de materiais para uso na Central de

Material e demais setores do hospital.

Ainda no planejamento desta Unidade, algumas considerações devem

ser feitas em relação a:

A. Forma

Modernamente, não se questiona a forma da planta física da Central de

Material Esterilizado. Independente da forma, e importante que permita a

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observação de alguns princípios básicos na dinâmica de funcionamento,

visando:

permitir o fluxo progressivo do material, em linha reta, desde a

área de recepção até a de distribuição, no sentido de evitar

cruzamento do material limpo com o contaminado;

Os materiais tem de, obrigatoriamente, percorrer determinado

fluxo e, portanto, o ambiente desta tem de se adequar a este

fluxo";

permitir maior produção com menor gasto de energia, tempo e

movimento;

facilitar ao enfermeiro a visão da Unidade e a supervisão do

pessoal.

B. Tamanho ou dimensão

A determinação do tamanho ou da área mínima, em m2 da Central de

Material Esterilizado é calculada com base no número de leitos do hospital.

Recomenda-se que a área destinada a esta Unidade corresponda a

0,80 m2 por leito nos hospitais de 25 a 150 leitos, e de 0,70 m2 naqueles com

número de leitos superior a 150. Da área total, 7,0% destinam-se ao preparo de

luvas; 15,0%, à área de esterilização; 10,0%, à de armazenamento de material

estéril; 15,0%, ao arsenal e os 53,0% restantes, às áreas de preparo de

materiais, chefia de enfermagem, recepção e distribuição de materiais, e

circulação de pessoal.

A área total construída para a Central de Material Esterilizado em

hospital de: até 99 leitos deve ser de 1,00 m2 por leito; até 149 leitos, de 0,90

m2/leito; até 199 leitos, de 0,85 m2/leito; até 249 leitos, de 0,80 m2/leito; até 299

leitos, de 0,75 m2/leito; e acima de 300 leitos, de 0,70 m2/leito.

De acordo com o Ministerio da Saúde as áreas da Central de Material

devem ter as seguintes dimensões:

área para recepção, desinfecção e separação de materiais -

0,08 m2 por leito - área mínima - 8,0 m2;

sala para lavagem e preparo de luvas -7,0 m2;

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área para recepção de roupa limpa - 4,0 m2;

área para preparo de materiais e roupas limpas - 0,25 m2 por

leito com área mínima de 12,0 m2;

área de esterilização física - depende do tipo de equipamento

usado; manter distância mínima de 0,60 m entre as autoclaves;

área para esterilização química líquida - 4,0 m2;

área para esterilização química gasosa: antecâmara - 2,0 m2;

sala de esterilização - 5,0 m2; deposito - 0,5 m2; sala de aeração

- 6,0 m2;

sala de armazenagem e distribuição de material e roupa

esterilizada - 0,2 m2 por leito com o mínimo de 10,0 m2;

área de armazenagem de material descartável - 25,0% da área

de armazenagem de material esterilizado.

C. Paredes e Piso

Estes devem ser de cor clara e de fácil limpeza.

D. Janelas

Devem ser amplas e fechadas, se a ventilação for feita pelo sistema de

ar condicionado,

E. Iluminação

Deve ser suficiente para facilitar o trabalho. Assim, além da luz natural,

a artificial deve proporcionar luminosidade mais próxima da natural, sendo

indicado, portanto, o uso de lâmpadas fluorescentes.

É recomendado que a Central de Material Esterilizado seja provida de

um sistema de música ambiente, para tornar as atividades aí desenvolvidas

mais agradáveis.

25.1.2 Localização

Qualquer que seja a localização da Central de Material Esterilizado na

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Instituição de saúde, é fundamental que haja transporte e comunicação fácil

com as Unidades de Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Pronto-Socorro,

Terapia Intensiva e outras. Se localizada em andar superior ou inferior ao

Centro Cirúrgico, o transporte de materiais pode ser feito por monta-cargas.

25.1.3 Equipamentos básicos de uma central de material

A Central de Material Esterilizado deve possuir, em cada área, os

equipamentos necessários à dinâmica de funcionamento. São estes:

máquina lavadora e esterilizadora de instrumental;

máquina reprocessadora de luvas;

máquina seladora de embalagens;

autoclaves;

estufa elétrica (Forno de Pasteur);

destilador de água;

carros para carregamento de autoclave;

carros para transportar materiais;

suporte e cestos para a guarda de materiais;

mesas e balcões de trabalho;

cadeiras anatômicas;

baldes;

bacias e respectivos suportes;

recipientes para lixo e/ou suportes para sacos de lixo.

A aquisição de equipamentos deve ser feita por equipe multidisciplinar,

na qual o enfermeiro deve ter presença marcante. É fundamental o

planejamento da quantidade exigida, bem como a observação da qualidade

dos equipamentos previstos ao bom funcionamento desta Unidade a serem

adquiridos. A quantidade está na dependência do número de leitos e do tipo de

hospital, e a quantidade, como se trata de equipamentos caros, a equipe de

enfermagem deve receber treinamento especial para o manuseio e

conservação dos mesmos. Tanto as máquinas quanto os aparelhos devem

estar sob manutenção constante de técnicos especializados e todos os

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equipamentos mantidos em perfeito estado de conservação, a fim de que não

haja interrupção de continuidade na dinâmica de trabalho da Unidade. O

enfermeiro deve se preocupar com a manutenção periódica dos mesmos, a fim

de evitar danos temporários ou irreparáveis. Alguns desses equipamentos

estão se tornando dispensáveis, em virtude do uso, cada vez maior, de

materiais descartáveis.

- Previsão de materiais – Compete ao enfermeiro da Central de

Material Esterilizado, juntamente com o supervisor, prever a

quantidade de materiais em movimento no período de 24 horas, a

partir de dados estatísticos encaminhados pelos enfermeiros

responsáveis das Unidades do hospital. Esta previsão e

imprescindível, considerando que a sua não realização pode ser

responsável pela falta de materiais disponíveis para uso imediato,

ocasionando prejuízos na assistência prestada ao paciente.

O método para calcular a quantidade de material em movimento na

Central de Material Esterilizado baseia-se na quantidade máxima de material,

que é consumido em 24 horas, em determinada Unidade do hospital, e

multiplicando-a por quatro.

Para exemplificar, a previsão de aventais cirúrgicos tem como base o

número de componentes da equipe cirúrgica que farão uso de avental e de

cirurgias programadas para o período. Partindo da premissa de que são

utilizados quatro aventais em cada cirurgia e de que são realizadas, em media.

10 cirurgias no período de 24 horas, serão utilizados 40 aventais por dia. Assim

sendo, o movimento de aventais cirúrgicos, na Central de Material, em 24

horas, deve ser de 160 unidades. Destas, uma porção esta sendo usada, uma

sendo lavada, outra preparada e a outra esterilizada, pronta para uso. A esse

total, recomenda-se manter uma determinada quantia em reserva, para

substituir aqueles que foram danificados ou atender ás necessidades

emergenciais decorrentes de problemas relacionados aos sistemas de lavagem

e esterilização. É importante ressaltar que nos hospitais-escola, o cálculo de

aventais cirúrgicos deve considerar a média de freqüência de alunos na sala

cirúrgica, nas 24 horas. Consideram que o total de roupa cirúrgica, previsto

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para uso nas 24 horas, deve ser multiplicado por cinco.

25.2 Recursos humanos

Do ponto de vista da organização, a equipe de enfermagem desta

Unidade deve ser composta por enfermeiro, técnico e auxiliares de

enfermagem. É da competência do enfermeiro a responsabilidade pela chefia.

25.2.1 Competência do enfermeiro da CME

supervisionar e controlar as atividades desenvolvidas em cada

uma das áreas da Central de Material Esterilizado, para

assegurar o bom funcionamento da Unidade, o que reverterá em

segurança na assistência ao paciente;

prover a Unidade de recursos humanos e materiais, levando em

conta a quantidade e a qualidade, de modo a atender à

demanda de atividades realizadas;

planejar e executar programas de treinamento e educação

continuada;

realizar reuniões periódicas com a equipe de enfermagem para

passar informes gerais e específicos da Unidade, estimulando

maior interação entre os seus componentes;

emitir parecer técnico na compra de equipamentos e outros

materiais;

estabelecer um sistema de controle dos equipamentos e

materiais de que dispõe a Unidade;

fazer levantamento mensal dos materiais solicitados pelos

diferentes setores do hospital, a fim de planejar o suprimento da

Unidade para atendê-los;

manter-se atualizado em relação aos novos tipos de materiais e

equipamentos disponíveis no mercado;

manter relacionamento efetivo com a Diretoria de Enfermagem e

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outros serviços,como: lavanderia, almoxarifado, setor de

compras, engenharia e demais Unidades da Instituição;

elaborar o regimento interno e o manual operacional da

Unidade, mantendo-os sempre atualizados;

fazer parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

(CClH), Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e

outras afins ao funcionamento da Unidade;

efetuar regularmente testes bacteriológicos nos aparelhos de

esterilização, avaliar e divulgar os resultados obtidos;

prevenir a incidência de riscos ocupacionais, notificar à CIPA a

ocorrência de acidentes (se houver) e avaliar a dinâmica de

funcionamento da Unidade para intensificar as medidas de

prevenção;

fazer a estatística mensal da produção e o relatório anual das

atividades desenvolvidas na Unidade, encaminhando-os a

Diretoria de Enfermagem.

25.2.2 Competências do técnico ou auxiliar de enfermagem da CME

Participar das passagens de plantão.

Executar as etapas de processamento do artigo (recebimento,

preparo, esterilização e distribuição) no Centro de Material e

Esterilização.

Comunicar ao enfermeiro qualquer anormalidade com os artigos

e equipamentos.

Participar de reuniões no setor conforme a programação.

Auxiliar na elaboração de rotina e novas técnicas.

Auxiliar no acompanhamento de estágios.

Participar e auxiliar no treinamento de funcionários novos.

Participar de treinamento e desenvolvimento.

Participar da implantação de novas técnicas.

Realizar atividades de acordo com as rotinas técnicas sob a

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supervisão de um enfermeiro.

Realizar o preparo do artigo de acordo com a rotina específica.

Identificar os pacotes conforme padronizado.

Algumas recomendações para operacionalizar melhor a dinâmica das

atividades neste setor:

a concentração de pessoal deve ser maior no período que tenha

mais atividades a serem desenvolvidas;

o rodízio do pessoal auxiliar nas diferentes áreas é uma medida

importante e necessária a ser tomada, com o objetivo de

permitir que todos adquiram conhecimentos e habilidades

referentes às diversas atividades executadas na Central de

Material Esterilizado. Isto também torna favorável a dinâmica do

funcionamento, quando houver necessidade de substituir a

ausência de pessoal, em qualquer uma das áreas, sem causar

insatisfações e menor rendimento de trabalho;

o treinamento e educação continuada, além de visar o

desenvolvimento de conhecimentos e habilidades nas atividades

das diferentes áreas, objetiva a diminuição de gastos de tempo

e movimentos desnecessários, o que contribui para simplificar e

dinamizar o trabalho, dispendendo o mínimo de energia

possível. Desta maneira, uma série de vantagens pode advir,

como:

a) promover maiôs satisfação no trabalho;

b) aumentar a produção quantitativa e qualitativa do material;

c) contribuir para a qualidade da assistência ao paciente;

d) reverter em economia para o hospital.

25.3 Área de armazenamento e distribuição de artigos médico-hospitalares

Essa área tem por finalidade centralizar todos os artigos processados e

esterilizados para serem distribuídos às unidades consumidoras. A

preservação da esterilidade dos artigos e o objetivo principal dessa área. Eles

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devem ser armazenados em armários fechados e identificados de modo que o

funcionário possa suprir as requisições de forma imediata e qualificada.

Manusear os pacotes somente quando estiverem completamente frios

antes de serem estocados ou removidos do carro do esterilizador.

A área deve ser projetada de tal forma que não permita, no momento

da distribuição, o cruzamento de artigo estéril com artigo não-estéril.

25.3.1 Acesso à área

O acesso a área deve ser privativo às pessoas escaladas para o

serviço; a circulação deve ser restrita aos artigos estéreis e permitir o

atendimento dos funcionários das unidades consumidoras, que vêm buscar os

artigos. A comunicação com o exterior pode ser por guichê, monta-carga,

elevadores exclusivos que, além de dificultar a entrada de pessoas estranhas,

impedem o cruzamento do material estéril com o material sujo.

É imprescindível que exista uma pia próxima a porta de entrada dessa

área para que o funcionário lave as mãos antes de entrar no recinto.

A utilização de uniforme ou avental privativo é fundamental para evitar

que ocorra o contato do pacote estéril com a roupa do funcionário, que ao final

de cada plantão deve ser encaminhada à lavanderia.

25.3.2 Condições ambientais da área de armazenamento e distribuição

Essa área deve ser fechada e possuir sistema de renovação de ar. A

temperatura ambiente deve ser mantida entre 18 e 22°C e a umidade relativa

entre 35 a 70%.

25.3.3 Equipamentos da área de armazenamento e distribuição

Além de armários fechados para a guarda de artigos, deve haver nessa

área escada e cestos aramados para auxiliar na disposição dos artigos

provenientes da esterilização, facilitando a supervisão, controle e limpeza.

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Possuir também mesas e estantes de superfícies não-metálicas, para evitar

que o vapor residual se condense nos pontos de contato, pela diferença de

temperatura, fenômeno denominado de "choque térmico", tornando o artigo

úmido e possibilitando a contaminação.

25.3.4 Controle de artigos

O controle de artigos exige muita atenção e responsabilidade do

funcionário, devendo manter organizado o estoque de cada unidade e propiciar

a previsão e provisão adequadas dos artigos. Algumas instituições hospitalares

contam com sistema informatizado para melhor controle dos artigos

requisitados, bem como das entradas e saídas, de acordo com o estoque

determinado a cada unidade.

O prazo de validade do artigo esterilizado é determinado de acordo

com as características da instituição, o método de esterilização, tipo e

configuração dos artigos, o tipo de embalagem empregado, método de

selagem, local onde o artigo será guardado em cada unidade e quantidade de

vezes que o pacote é manuseado antes do uso.

Recomenda-se realizar inspeção periódica dos artigos estocados para

verificação de qualquer degradação visível e se os artigos ainda continuam sob

garantia dos seus prazos de validade. Considerar como contaminados pacotes

caídos no chão, comprimidos, torcidos ou úmidos.

A codificação do material tornará possível a implantação de programa

de informatização, o que contribuirá significativamente para a organização da

área, possibilitando agilizar o controle e distribuição do artigo.

O volume de artigo descartável estéril, utilizado pelas instituições de

saúde, vem crescendo significativamente. Portanto, se a distribuição do artigo

for realizada pelo CME, é necessário reservar um local para acondicionamento

e posterior distribuição; entretanto, não se deve misturar artigos esterilizados

no CME com artigos provenientes do almoxarifado.

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25.4 Monitorização dos processos de esterilização

Consiste no registro de dados relacionados ao funcionamento dos

aparelhos e validação dos processos de esterilização para comprovar o

controle de qualidade do material esterilizado.

Esta compreende:

A. Controle dos aparelhos

O funcionamento adequado dos aparelhos e essencial para a eficiência

do processo de esterilização. Por isso, e necessário observar o gráfico de

tempo e temperatura, bem como o manômetro, manovacuômetro, lâmpada

piloto, válvula de segurança e outros. Deve ser feita a revisão preventiva

semanal e a corretiva, sempre que necessária, por técnicos especializados.

B. Validação dos processos de esterilização .

É feita por meio de:

testes biológicos - Estes teste devem ser realizados, no mínimo,

uma vez por semana, de preferência na primeira carga do dia e

após as manutenções preventivas e corretivas. A validação do

processo é feita com o usa de "Bacillus Stearothermophylus",

para a autoclave a vapor, e com "Bacillus Subtillis", para a estufa

ou Forno de Pasteur e autoclave a óxido de etileno. Os

indicadores biológicos são colocados em pacotes, em diferentes

locais da câmara interna dos aparelhos; a fim de que se possa

checar estes pontos após a leitura dos resultados;

reagentes químicos – São substâncias que sofrem alteração na

cor, quando submetidas ao processo de esterilização. A fita

adesiva termosensível, utilizada para identificação visual do

pacote, comprova que o pacote passou pelo calor; por isso,

deve ser colocada em todos os tipos de pacote. Este indicador

não comprova a eficiência do processo de esterilização.

A validade da solução ativada de glutaraldeído em uso, deve ser feita,

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também, por meio de fitas-testes, "kit" líquido ou similares, utilizando-se um

teste específico para cada formulação. Sendo impossível a aplicação destes,

observa-se a solução quanto a alteração da coloração e presença de

depósitos. Na presença destas alterações, mesmo dentro do prazo de validade

estipulado pelo fabricante, a solução deve ser desprezada. Para o formaldeído,

não existe no mercado teste biológico ou químico.

Quanto ao tempo de validade de esterilização dos pacotes, existem

controvérsias, mas o tipo de invólucro utilizado, o local de guarda do material e

as condições ambientais da sala de armazenagem são fatores a serem

considerados. Assim, os materiais embalados em papel grau cirúrgico e

selados mecanicamente mantêm validade de esterilização por duas ou três

semanas, se os invólucros permanecerem íntegros, o mesmo sendo válido

para aqueles embalados em campos de algodão.

25.5 Dinâmica da central de material esterilizado

Compreende todas as fases do processamento dos diversos tipos de

materiais nas diferentes áreas da Central de Material Esterilizado.

25.5.1 Fluxograma dos materiais

A Central de Material deve ser funcionalmente dividida em áreas, as

quais devem garantir a qualidade do trabalho no processamento dos diferentes

materiais.

25.5.1.1 Área de Expurgo

Estas áreas são destinadas a receber, fazer a descontaminação prévia

e executar a limpeza do material utilizado no hospital, sendo assim, necessitam

ser promovidas de equipamentos básicos e aparelhos para favorecer a

realização dessas atividades.

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- os métodos utilizados na descontaminação são o físico, que consiste

na exposição do artigo à água fervente por 30 minutos, e o químico, na imersão

em produto químico apropriado por 30 minutos.

- a descontaminação prévia dos artigos pode ser feita por métodos:

mecânicos (fricção com o uso de escovas ou esponjas, embebidas em solução

desinfetante); químicos (imersão completa do artigo em solução desinfetante);

físicos (uso de máquinas lavadoras por 15 minutos ou autoclavagem do

material contaminado, sem o ciclo de secagem ou imersão do material na água

em ebulição por 30 minutos).

- a limpeza do material pode ser feita por dois processos: manual e

mecânico.

O processo manual consiste em lavar o material com água e

sabão, após o processo de descontaminação, com o uso de

escovas ou outro dispositivo que possibilite a remoção de

sujidades, enxaguando-o, a seguir, em água corrente.

O mecânico consiste em lavar o material por meio de máquinas

de limpeza com jatos de água e/ou detergentes ou ultra-som. Os

materiais devem ser enxugados (secagem) com tecido limpo e

macio, ou máquina secadora, ou ar comprimido.

A utilização correta e mais econômica dos processos de

limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais é norteada

pela classificação dos materiais, segundo o risco potencial de

infecção para o paciente.

Os artigos (instrumentos, objetos de natureza diversa, utensílios e

acessórios de equipamento) são classificados como críticos, semicríticos e

não-críticos.

- artigos críticos: são aqueles utilizados nos procedimentos invasivos

da pele, mucosa, tecido subepiteliais e no sistema vascular, bem como aqueles

materiais que estejam conectados com este sistema. Devem ser esterilizados;

- artigos semicríticos: são aqueles que entra, com contato com a

mucosa íntegra ou pele não-íntegra. Necessitam ser submetidos ao processo

de desinfecção ou esterilização;

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- artigos não-críticos: são aqueles que se destinam ao contato com a

pele íntegra do paciente, exigem limpeza ou desinfecção, caso haja suspeita

ou confirmação de contaminação por agentes infecciosos.

É importante ressaltar que, para ser desinfectado, o material deve estar

completamente limpo e seco.

Para a esterilização, além de limpos, os materiais devem ser

acondicionados em envoltórios próprios.

Para o processamento dos materiais na área de expurgo, é

fundamental a existência de pias de aço inoxidável, simples ou duplas, para a

lavagem dos materiais, e balcão ou mesa, de superfície lavável. Para colocar e

separar os materiais limpos.

Procedimentos usados na limpeza de alguns materiais

A – Limpeza de material de borracha

- colocá-los em recipiente com água e substância desinfetante ou

enzimática;

- passar um jato desta solução no interior de cada material. Nas

cânulas endotraqueais, deve-se passar, ainda, uma gaze com auxílio de um

condutor, no sentido de certificar-se da eficiência da limpeza na luz das

mesmas;

- enxaguá-los interna e externamente, em água corrente;

- colocá-los sobre a mesa, secá-las e encaminhá-las à área de preparo.

B – Limpeza do material de vidro

- colocá-los em um recipiente com água e substancia desinfetante ou

enzimática;

- lavá-los com água corrente e escova, enxaguá-las e colocá-las para

escorrer sobre o balcão forrado com um campo. Podem, também, ser lavadas

pelo processo mecânico;

- encaminhá-los à área de preparo.

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C – Limpeza de material inoxidável

São colocados em solução desinfetante, lavados em água corrente,

enxugados e encaminhados à área de preparo.

D – Limpeza de instrumentais

- imergir completamente, em solução desinfetante ou enzimática;

- escovar as ranhuras, articulações e cremalheiras de cada uma das

pinças, separadamente;

- enxaguá-las em água quente, para remover qualquer resquício de

substancia detergente e, secá-las peça por peça. Ideal é o enxágüe feito em

água destilada ou desmineralizada;

- separá-las por espécie e encaminhá-las à área de preparo.

O tipo de solução desinfetante e enzimática e o tempo de exposição.

Devem seguir as recomendações dos fabricantes e as normas traçadas pela

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.

O processo mecânico de limpeza dos instrumentos é efetuada por meio

de máquinas lavadoras especiais. As pinças devem ser colocadas abertas em

recipientes próprios.

Observação: é fundamental a adoção de medidas de precauções

universais para garantir a segurança das pessoas que manuseiam o material

sujo, exigindo o uso de equipamentos de proteção individual, como gorro e

máscaras descartáveis, luvas de borracha antiderrapantes, avental

impermeável de manga e óculos de acrílico. Na área de esterilização, as luvas

indicadas são as de amianto de cano longo, para proteger do calor. Cabe

ressaltar que o enfermeiro deve manter vigilância quanto ao uso de

equipamentos de proteção individual pelo pessoal auxiliar, tanto na recepção

quanto na limpeza dos materiais contaminados, na área de preparo e

esterilização.

25.5.1.2 Área de preparo de materiais e roupa limpa; sala de preparo de luvas

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Nesta área, as atividades realizadas objetivam inspecionar, selecionar,

acondicionar e identificar os materiais para serem esterilizados. A inspeção

consiste em verificar a limpeza, as condições de conservação de todos os

materiais e, em específico, a funcionalidade dos instrumentos; na seleção, faz-

se a separação destes materiais, encaminhando aqueles danificados ao setor

de reparos ou desprezando-os, repondo-os por novos. Nesta área, todo

material a ser preparado para a esterilização, deve ser minuciosamente

revisado e selecionado.

Funcionalmente, a área de preparo é setorizada de acordo com os

tipos de materiais processados.

Características dos envoltórios

Os envoltórios são os recursos utilizados para embalar ou acondicionar

os materiais a serem esterilizados a protegê-los até o momento do uso. Os

mais utilizados são: o campo de algodão, o papel grau cirúrgico, o filme

poliamida, as caixas de aço inoxidável ou alumínio e os tubos de vidro. Cada

tipo de envoltório é provido de características próprias que devem ser

analisadas frente ao material a ser empacotado e o método de esterilização a

ser utilizado.

A – Campo de algodão

O algodão cru é o tecido mais usado na confecção do campo de

algodão, pois possui como características principais:

- ser permeável ao vapor;

- ser de fácil conservação;

- ser resistente e durável;

- ser econômico, pela aquisição a baixo custo;

- ser de fácil manuseio.

O tamanho do campo varia de acordo com o volume do material a ser

acondicionado, sendo que pode ser padronizado por números,

correspondentes às medidas lineares de seus lados.

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O campo de algodão deve ser usado duplo, a fim de aumentar a

proteção ao material esterilizado. Recomenda-se utilizar dois campos simples

superpostos, em vez de costurados, para que não haja decomposição de

poeira ou resíduos entre as folhas dos compôs duplos, que não podem ser

removidos, mesmo com a lavagem.

B – Papel grau cirúrgico

O papel grau cirúrgico é fabricado de celulose alvejada (100%) e

contém pequena quantidade de amido (1,5% a máxima permitida). É

representado na cor branca. O envelope apresenta na face anterior, uma

lamina de filme sintético transparente e, na parte posterior, papel grau cirúrgico.

C – Filme poliamida

Este envoltório apresenta como características:

- ter entre 50 e 100 micras de espessura;

- ser provido de microesporos que se dilatam a se fecham de acordo

com as fases do processo de esterilização;

- ser transparente, possibilitando a visualização do material.

D – Caixas de aço inoxidável

Estas caixas são encontradas em diversos tamanhos e apresentam

como característica: ter as paredes finas e a superfície perfurada, se usada

para acondicionar material para esterilização em autoclave a vapor saturado.

E – Tubos de vidros

Este tipo de envoltório apresenta como características:

- permitir a visualização do material;

necessitar de tampa de material permeável ao vapor;

exigir cuidado especial no manuseio por ser frágil.

Características dos pacotes

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- o pacote deve ser feito de tal forma que os materiais contidos no seu

interior não sejam apertados nem frouxos demais;

- o tamanho do pacote não deve ultrapassar os diâmetros de 50x30x30

cm e o peso de 5 quilos;

- o fechamento deve ser feito com o uso de fita adesiva, identificando o

tipo e a quantidade de materiais que o pacote contém e a assinatura do

responsável pelo seu fechamento. De preferência, deve ser utilizada a fita

adesiva especial, que mostra listras escuras, em sentido diagonal, quando

submetida à ação do calor, se, contudo, garantir a eficiência do processo de

esterilização. O material deve ser carimbado com a data da esterilização.

Considera-se contaminado o pacote mal confeccionado, ou seja, que

não atenda as características acima, e aquele cujo período de validae de

esterilização esteja vencido.

Procedimentos no preparo de alguns materiais

Os procedimentos de preparo dos materiais são realizados em setores

determinados, segundo técnicas de acondicionamento ou empacotamento

padronizadas, utilizando envoltórios adequados ao tipo de material e ao

método de esterilização.

A – Preparo do material de borracha

Os materiais de borracha, como sondas, cânulas e extensões de

borracha, estragam-se facilmente quando submetidos á ação do calor. Para

prevenir danos, alguns cuidados devem ser observados no preparo destes

materiais:

- selecioná-los, por espécie, após verificação rigorosa da limpeza e

integridade de cada um;

- nas cânulas endotraqueais, deve-se testar o “cuff”, acondicioná-las

uma a uma em envelope de papel grau cirúrgico e poliamida, e encaminhá-las

à esterilização na autoclave de oxido de etileno;

- a extensão da borracha, algumas vezes é acondicionado junto com

outro material, como, por exemplo, o cabo do aspirador ou o irrigador. Na

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primeira situação, proceder do seguinte modo: enrolar a extensão de borracha

e prendê-la, levemente, com uma tira de gaze; adaptar, em uma das

extremidades, um intermediário de vidro ou plástico; na outra, adaptar o cabo

do aspirador, envolvendo-o em uma compressa cirúrgica; a seguir,

acondicionar o conjunto em campo de algodão. Na segunda, proceder

igualmente no preparo da extensão de borracha e envolvê-la em uma

compressa cirúrgica; acondicioná-la, juntamente com o irrigador, em campo de

algodão; encaminhar à esterilização em autoclave a vapor saturado.

O preparo e o acondicionamento das luvas deve ser feito em ambiente

separado, requerendo um sistema de exaustão de ar próprio, por causa da

utilização do talco.

O preparo das luvas consiste em:

- secá-las, de ambos os lados, pelo processo mecânico ou manual;

- testá-las, uma a uma, e passá-las para a maquina de entalcar;

- a seguir, dobrar os punhos para fora, de cada uma das luvas, e

introduzir uma gaze dobrada, no sentido longitudinal, da prega da dobra ao

interior da luva, a fim de possibilitar a circulação do vapor;

- selecioná-las aos pares, pelo número, preparando-as, de modo que a

palma da mão fique voltado para cima e os polegares para as laterais;

- colocá-las, uma de cada lado, em envelopes especiais de tecido de

algodão ou em campos próprios, dando-lhes o formato de envelopes. A seguir,

colocar a gaze contendo aproximadamente 3 gramas de talco, o equivalente a

uma colher rasa de café (CUNHA; FONSECA, 1995) entre as partes do

envelope, que devem estar sobrepostas;

- acondicionar o envelope em campo de algodão e especificar o

número das luvas na identificação do pacote; encaminhá-las à área de

esterilização em autoclave a vapor saturada.

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Figura 5 - Técnica de empacotamento de material

B – Preparo do material de vidro

O preparo de seringas de vidro exige alguns cuidados especiais:

- verificar cuidadosamente o bico das seringas e o encaixe perfeito

entre o êmbolo e o corpo;

- colocar o êmbolo na parte central do campo de algodão ou papel grau

cirúrgico, dobrar sobre este a ponte inferior do envoltório e depositar sobre esta

dobra o corpo da seringa, dobrando o envoltório mais uma vez e completando

o pacote; encaminhá-las à área de esterilização.

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C – Preparo de agulhas metálicas

- inspecionar o bisel de cada uma das agulhas e selecioná-las por

número;

- acondicioná-las em tubos de vidro, tampando-os com uma “bola” de

algodão, e encaminhá-las à área de esterilização. Deve-se introduzir uma

“bola” de algodão no fundo do tubo de ensaio para proteger a ponta da agulha,

ao preparar agulhas de punção raquiana.

D – Preparo do material inoxidável

Deste tipo de material, as bacias, bandejas, cúpulas e cubasrins podem

ser acondicionadas em unidades ou utilizadas para acondicionar outros

materiais. Exemplo: as bandejas acondicionam instrumentos complementares

para cirurgias, material para intubação e outros; a cuba-rim, material para

cateterismo vesical. Após o acondicionamento, estes materiais são

encaminhados à área de esterilização por vapor saturado.

E – Preparo de roupas

Os aventais, campos e compressas cirúrgicas são recebidos da

lavanderia e encaminhados diretamente ao setor de preparo.

As roupas devem ser acondicionadas em campos de algodão e os

pacotes, encaminhados à esterilização na autoclave a vapor saturado.

A dobradura doa aventais, campos e compressas cirúrgicas segue uma

técnica padronizada que objetiva facilitar o manuseio no momento de uso:

- Avental cirúrgico

Abrir o avental, segurando-o pelas pontas superiores, tendo o

lado direito para fora;

Dobrá-lo ao meio, no sentido longitudinal, de modo que a

abertura fique voltada para o lado esquerdo;

Introduzir a mão esquerda na cava, fazendo a superposição dos

ombros, e dobrar, pela segunda vez, em sentido longitudinal;

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A seguir, fazer correr a mão direita pelo avental e segurá-lo pelas

duas extremidades;

Estendê-lo sobre a mesa, tendo o decote voltado para o lado

esquerdo e a abertura para o operador; dobrar mais uma vez em

sentido longitudinal;

Colocar a manga e os amarrilhos ao longo do avental;

Dobrá-lo na metade, da direita para a esquerda e, a seguir, fazer

uma segunda dobra da esquerda para a direita, mantendo as

aberturas sempre para o lado do executante;

Fazer girar o avental de modo que as aberturas fiquem para o

lado direito e dobrar, em diagonal, as extremidades superiores,

cuidando para que o amarrilho do decote fique sob a dobra;

Colocar uma compressa dobrada em quatro, com a abertura para

a direita, sobre o avental.

- Campo cirúrgico duplo

Segurar o campo aberto com o lado direito para fora e dobrá-lo

ao meio, pela aproximação das mãos, segurando as duas

pontas com a mão esquerda;

Segurar a extremidade da dobra com a mão direita e dobrá-lo

,mais uma vez, de modo que a abertura fique voltado para o

lado esquerdo;

Dobrar mais uma vez, como anteriormente;

Colocar na mesa o campo, com as aberturas voltadas para o

executante;

Dobrá-lo, agora, ao meio, da direita para a esquerda;

Fazer girar o campo, colocando, então, as aberturas para a

direita e dobrar a ponta dupla, em sentido diagonal;

Redobrar o campo, agora, da direita para a esquerda, e dobrar a

segunda ponta dupla, também em sentido diagonal.

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- Campo cirúrgico simples

Abrir o campo, segurando-o pelas extremidades; com o direito

voltado para o executante, dobrar ao meio pela aproximação das

mãos, segurando as duas pontas com a mão esquerda;

Repetir a dobradura, por mais duas vezes, e colocá-lo sobre a

mesa com as aberturas voltadas para o executante;

Dobrá-lo, ao meio, da direita para a esquerda;

Girá-lo de modo que as aberturas fiquem voltadas para a direta;

Dobrar, em sentido diagonal, a primeira ponta e redobrar o

campo da direita para a esquerda, e dobrar, no mesmo sentido,

a outra ponta.

- Campo fenestrado

Abrir o campo fenestrado sobre a mesa, tendo o lado direito para

cima;

Dobrá-lo, duas vezes, ao meio, de modo que as aberturas fiquem

voltadas para o lado oposto ao do executante;

Dobrá-lo, a seguir, ao meio, da esquerda para a direita e, depois,

da direita para a esquerda;

Fazer uma dobra, em sentido diagonal, na ponta superior;

Acondicioná-lo ou empacotá-lo por unidade, mantendo a dobra

voltada para cima.

Ao se acondicionarem os compôs, deve-se ter cuidado de colocá-los

com as aberturas voltadas para o lado oposto ao do executante e as dobras

para cima.

Atualmente, a maioria dos materiais e roupas cirúrgicas, tais como

máscaras, gorros, toucas, aventais, propés ou sapatilhas, campos e outras,

está sendo substituída pelos materiais descartáveis. O seu uso contribui na

limpeza, higiene e prevenção de infecção hospitalar.

O material descartável apresenta como vantagens:

- encontra-se pronto para o uso;

- proporciona maior segurança e conforto ao paciente;

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- oferecer maior proteção aos profissionais da saúde, tornando as

atividades assistenciais mais práticas e funcionais;

- contribuir para a melhoria da qualidade da assistência.

F – Preparo de instrumentos

No preparo dos instrumentais para a esterilização, alguns cuidados

merecem destaque:

- fazer a revisão e a seleção dos instrumentais, observando a limpeza e

o estado de conservação destes;

- dispor os instrumentais sobre a mesa ou balcão, grupando-os e

prendendo-os em alfinetes próprios, acondicioná-los para a esterilização em

caixas metálicas perfuradas ou bandejas de aço inoxidável e campo de

algodão. O acondicionamento deve obedecer à seguinte ordem:

As pinças de dissecção, os afastadores, as válvulas, as

espátulas, os cabos de bisturi e as tesouras são colocados na

primeira camada ou fundo da caixa. O fio da tesoura deve ser

protegido com gaze.

As pinças hemostáticas e as especiais, presas com alfinetes

próprios, são dispostas numa segunda camada.

As agulhas, os porta-agulhas, as pinças de campo e a pinça para

antisepsia ocupam a terceira camada ou parte superior da caixa.

As agulhas são selecionadas segundo o tipo e a curvatura, e

ordenadas numa gaze

Atualmente, o método mais indicado para a esterilização dos

instrumentos é o vapor saturado sob pressão – a autoclave. Esta é a razão

pela qual as caixas metálicas devem ser perfuradas nas laterais e tampa, a fim

de permitir a circulação livre do vapor em seu interior, e empacotadas em capo

de algodão.

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25.5.1.3 Área de esterilização

Esta área destina-se à instalação de equipamentos utilizados para a

esterilização de diferentes tipos de materiais por métodos físicos, químicos e

físico-químicos.

Esterilização é o processo de destruição de todas as formas de vida

microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus),

mediante a aplicação de agentes físicos e químicos.

Qualquer que seja o método de esterilização utilizado, deve dar como

garantia a esterilização do material. Também, não é suficiente que o método

eleito seja capaz de esterilizar; é necessário que o enfermeiro e sua equipe

tenham conhecimentos a respeito do mesmo e saibam como utilizá-lo.

A esterilização pelo vapor saturado sob pressão

A esterilização pelo vapor saturado sob pressão é processada na

autoclave, cuja fabricação pode apresentar forma e tamanho diferentes, mas o

principio de funcionamento é o mesmo. A construção do aparelho é baseada

no princípio da marmita de Papin, ou seja, “que a água aquecida em ambiente

fechado, onde o vapor fica retido sob pressão, pode atingir temperaturas muito

elevadas sem ferver”.

O vapor saturado sob pressão constitui um método eficiente de

esterilização, porque destrói todas as formas de microorganismos. Em estado

de saturação, o vapor tem volume constante e, com base na Lei de Charles,

quando o volume é constante, a pressão e a temperatura são diretamente

proporcionais.

A esterilização pelo vapor saturado está relacionada ao calor latente e

ao contato direto com o vapor e a umidade. Entende-se por calor latente “o

calor necessário para converter uma unidade de água em vapor na mesma

temperatura”.

O vapor saturado sob pressão é um método de esterilização eficaz pelo

seu alto poder de penetração, levando consigo o calor. Quando o vapor entra

em contato com o material a ser esterilizado, há a condensação e liberação do

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calor latente, ocorrendo a termocoagulação das proteínas bacterianas. Depois

da condensação do vapor, a água que se formou retornará ao estado gasoso,

em virtude do contato com a temperatura alta e vapor, e o calor latente volta a

ser absorvido, possibilitando a repetição do ciclo. Isto constitui a base da

esterilização.

Os tipos de ciclos de esterilização são:

esterilização por gravidade – neste tipo, o vapor é introduzido na

câmara interna do aparelho, forçando a saída do ar aí existente. MOURA

(1994) cita como etapas deste processo: carga de vapor e evacuação de ar da

câmara; tempo de exposição ao vapor; exaustão até a capacidade de vácuo e

sua manutenção até secagem dos pacotes; retorno à pressão atmosférica com

ar filtrado;

esterilização com alto vácuo com ciclo pulsátil – este processo

consiste na pulsação por vácuos e entradas de vapor, o que propicia a subida

da temperatura para o início da esterilização, gerando maior segurança neste

processo, uma vez que todo o ar contido no material e na câmara do aparelho

é eliminado pela sucção da bomba de vácuo. As etapas deste ciclo de

esterilização, segundo MOURA (1994) são: evacuação e purgação da câmara

com vapor; nova evacuação e purgação da câmara; carga de vapor saturado;

tempo de esterilização; exaustão até a pressão atmosférica; “hidrovac” para

evacuação e entrada do ar filtrado.

Na esterilização por vapor saturado, alguns critérios devem ser

observados:

- temperatura – varia de 121º a 132º;

- pressão – entre 1 a 1,80 atmosferas (SILVA et. al. 1992)

- tempo de exposição – está na dependência do tipo de material, ou

seja, material de superfície e densidade. O material de superfície é

representado pr aqueles materiais que não exigem a penetração do vapor, tais

como: instrumentais, vidros, cápsulas, cubas, bacias e outros. O material de

densidade é representado por roupas, campos e compressas cirúrgicas,

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exigindo que o vapor saturado sob pressão penetre entre as camadas de sua

espessura;

- prazo de validade (ver monitoração dos processos de esterilização) –

segundo o Ministério da Saúde, o tempo de exposição, bem como a

temperatura e pressão das autoclaves devem ser programados, seguindo a

orientação dos fabricantes, uma vez que estas possuem ciclos diferentes para

esterilização a vapor.

O pessoal auxiliar, que desenvolve atividades na área de esterilização,

deve ter conhecimentos sobre o funcionamento das autoclaves, cuidados com

o material antes e após a esterilização, e das medidas preventivas contra

acidentes relacionados ao manuseio dos equipamentos.

Em relação aos materiais, alguns cuidados básicos devem ser

observados:

- carregar a autoclave com o mesmo tipo de material, dispondo-os de

modo a facilitar a penetração e circulação do vapor, e a eliminação do ar;

- utilizar 80% da capacidade do aparelho, com o objetivo de facilitar a

circulação do vapor no interior da câmara;

- observar a realização do ciclo da esterilização, segundo as instruções

de funcionamento da autoclave;

- não colocar os pacotes, ainda quentes, sobre superfície fria;

- datar os pacotes e encaminhá-los á sala de armazenamento.

Após a última esterilização do dia, promover a limpeza da câmara

interna da autoclave, com pano umedecido em água e enxugar, em seguida,

procedendo da mesma maneira com a superfície externa.

A esterilização por vapor saturado sob pressão está indicada para

todos os artigos críticos e semicríticos termo-resistentes, e de líquido, sendo

que, para estes, deve-se interromper a fase de secagem. É impróprio para a

esterilização de óleos, pós e graxas.

Esterilização pelo calor seco: Estufa – a esterilização do material

pelo calor seco se processa na estufa, nome comercial do Forno Pasteur. A

destruição bacteriana se dá pela oxidação celular e, para que isto ocorra, torna-

se necessário que o material a ser esterilizado seja submetido a um tempo de

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exposição maior e a temperatura mais elevada do que o método do vapor

saturado.

O aquecimento da câmara da estufa se faz por convecção, que é a

transferência do calor pela circulação do ar conseqüente ao aumento da

temperatura. O aquecimento do material se dá por condução, que é a

transferência direta do calor da parte mais aquecida para a menos aquecida de

um corpo ou de um para outro corpo.

O material a ser esterilizado através do calor seco deve ser

acondicionado em caixas metálicas de paredes finas e em recipientes de vidro

refratário. Após ligar o aparelho, deve-se controlar a temperatura e marcar o

tempo de exposição, a partir do momento em que o termômetro atingir a

temperatura adequada ao tipo de material a ser esterilizado.

É importante observar que os pós, acondicionados em recipiente

contendo 100 gramas, devem ser esterilizados numa temperatura de 160ºC,

durante a 120 minutos. Para esterilizar substancias oleosas, também, a

temperatura deve ser de 160ºC e a duração do tempo 120 minutos.

O manuseio e a limpeza do aparelho devem ser feitos segundo a

orientação do fabricante, e a manutenção preventiva programada, no mínimo

uma vez ao mês.

Esterilização por radiação: este método destina-se especialmente,

à esterilização de materiais descartáveis, produzidos em larga escala, sendo

utilizado pelas industrias. O agente físico utilizado é o raio gama cobalto 60,

cuja ação destruidora dos microorganismos se processa através da alteração

na composição molecular das células, as quais sofrem perda ou adição de

cargas elétricas (ionização), ficando carregadas positiva ou negativamente.

Esterilização pelo óxido de etileno: o óxido de etileno foi

descoberto, como agente esterilizante, após a II Guerra Mundial, pelos

cientistas da Army Chemical Corps. Segundo SILVA et. al. (1992), o óxido de

etileno é um gás incolor à temperatura ambiente, cujo ponto de congelamento é

- (menos) 111,3ºC e de ebulição é 10,7ºC. Possui odor semelhante ao éter. É

um composto de resina, comumente conhecido como o mais simples álcool

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etílico, cuja fórmula é C2H4O. Por esta razão, quando puro, é usado com a

associação de dióxido de carbono (90%) ou freon (80%).

O esterilizador a óxido de etileno é formado por um conjunto de três

unidades:

- a autoclave combinada a gás e a vapor;

- o cilindro de mistura de gases conectado ao painel de controle;

- o aparelho aerador, pelo qual o material, obrigatoriamente, tem que

passar após a esterilização.

Ao esterilizar o material em óxido de etileno, devem-se observar

algumas condições que são:

- o tempo de exposição: o tempo de exposição do material ao agente

esterilizante é de 3 a 5 horas;

- temperatura: nas câmaras maiores é de 50 a 60ºC;

- umidade relativa: é de 20 a 40%;

- concentração do gás: é de 450 mg/l.

O óxido de etileno apresenta como vantagens:

- esterilizar em temperatura relativamente baixa;

- promover a esterilização de artigos termo-sensíveis, como:

marcapassos, próteses e intrumentais de hemodinâmina, acessórios de

respiradores e materiais com fibras óticas.

Ao lado das vantagens, a esterilização pelo óxido de etileno apresenta

desvantagens:

- ser um método de esterilização dispendioso;

- ter o gás efeito tóxico, necessitando passar o material pelo aerador, o

que torna o processo demorado.

O material a ser esterilizado no óxido de etileno deve estar limpo e

seco, e acondicionado em invólucro permeável à penetração do gás. No

carregamento da autoclave, não pode haver sobrecarga e, entre os pacotes,

deve ser mantido um espaço, a fim de que o gás entre em contato com toda a

superfície do material. Para se remover o material da autoclave, o pessoal

auxiliar precisa estar usando, além do avental e gorro, máscaras e luvas de

proteção. Após a esterilização, o material é obrigatoriamente submetido ao

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processo de aeração, que consiste na circulação de ar filtrado, que passa por

todo o material, promovendo a remoção dos resíduos de gás retidos no

mesmo. A troca de ar no interior da câmara é realizado, a cada minuto, pelo

sistema de aeração, numa tempestade mantida entre 45,5ºC e 54,4ºC.

O tempo que o material permanece no aerador é ajustado, através de

um dispositivo, para 1 a 16 horas, sendo que o comum é regulá-lo para 12

horas, à temperatura de 50ºC. a manutenção preventiva da autoclave deve ser

feita quinzenalmente.

O óxido de etileno, pelas suas características físicas, químicas e de

inflamabilidade, deve ser considerado como fator de risco, e as unidades

hospitalares não possuem estruturas adequadas, nem recursos humanos

tecnicamente preparados para a administração deste setor de esterilização.

O uso deste método de esterilização está regulamentado pela portaria

Interministerial nº 4, de 31 de julho de 1991, que estabelece regras para

instalação, manuseio, segurança ambiental e de pessoal nas áreas para

esterilização de materiais com o uso de óxido de etileno. Atualmente, a

tendência é terceirizar a esterilização de materiais por este método,

considerando os riscos ambientais e ocupacionais que representa ao pessoal

auxiliar, que manuseia os equipamentos.

Esterilização pelo plasma de peróxido de hidrogênio. O plasma de

peróxido de hidrogênio vinha senso empregado como agente esterilizante de

filtros de tubulação nas industrias alimentícias desde o início deste século.

Porém, a partir da década de 90, os hospitais americanos e as industrias de

equipamentos hospitalares estudaram a viabilidade de seu uso na esterilização

de artigos hospitalares. O plasma é definido como o quarto estado da matéria,

distinto do sólido, líquido e gasoso, e pode ser produzido pela ação de

temperaturas elevadas e um campo magnético forte. Quando produzido, é

composto por nuvens de elétrons, íons e moléculas neutras; porém, a

composição exata está na dependência das condições de criação. Pode ser

obtido de diferentes fontes, sendo emissoras de radiofreqüência os mais

adotados e as fontes emissoras de microondas, em menor escala.

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A – Mecanismo de ação

O plasma formado do peróxido de hidrogênio é composto de radicais

livres derivados das hidroxinas (OH) e outras formas químicas, como água

(H2O), oxigênio nascente (O) e de prótons livres (H), com alto poder de reação,

que interagem com as membranas celulares dos microorganismos,

desestruturando-os. Tem ação bactericida, esporicida, fungicida e virucida

comprovada por testes aceitos internacionalmente, para a validação de

agentes químicos desinfetantes e esterilizantes.

O equipamento para a esterilização de material pelo pasma de

peróxido de hidrogênio realiza o processo em cinco fases consecutivas: vácuo,

injeção, difusão, plasma e exaustão. A operação do sistema requer uma

solução concentrada (58%) de peróxido de hidrogênio, que é apresentada em

cassete, evitando o contato com o operador. Este é introduzido no aparelho,

que fará o seu funcionamento automático e a injeção do agente precursor do

plasma. Terminada a esterilização, o cassete é descartado automaticamente

em recipiente próprio. Cada uma das fases do ciclo de esterilização é

acompanhada por um mostrador de cristal líquido e por uma impressora

embutida no sistema.

B – Vantagens

- O tempo total do processo de esterilização é de uma hora, sendo

acompanhado por controle computadorizado;

- Não apresenta resíduos tóxicos, gerando apenas água;

- O processo de esterilização é feito a baixa temperatura e a pressão

inferior à atmosférica, o que diminui a possibilidade de vazamento;

- É de fácil instalação, ocupando uma área de 3x3 metros,

necessitando apenas uma tomada elétrica trifásica;

- Tem compatibilidade com metais, vidros, acrílicos, borrachas e

plásticos.

C – Desvantagens

- É um equipamento de alto custo;

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- Exige embalagem isenta de compostos de celulose;

- Não serve para esterilizar pós.

Esterilização por agentes químicos líquidos: o uso de produtos

químicos para a esterilização de artigos e instrumentos deve ser feito quando

estes não puderem ser esterilizados pelos métodos físicos. Ao fazer a escolha

de um determinado produto químico, deve-se observar que este tenha as

seguintes propriedades:

- destruir os microorganismos em todas as suas formas (vegetativas e

esporuladas), em temperatura ambiente;

- ser estável, quando em solução por tempo prolongado;

- não ser irritante e tóxico para os tecidos humanos;

- não ser corrosivo para os materiais e não alterar materiais de

borracha e plástico.

Ao lado das propriedades acima mencionadas, são imprescindíveis

algumas condições para a eficácia da esterilização de desinfecção por agentes

químicos, como:

- limpeza e secagem prévia dos materiais ou artigos a serem

submetidos ao processo de esterilização ou desinfecção por agentes químicos;

- submersão total dos artigos na solução – estes devem estar

totalmente imersos na solução química e, para que isto ocorra, deve-se ter

cuidado de selecionar um recipiente adequado á quantidade de material a ser

colocado em solução. Deve-se observar, ainda, que o agente químico

preencha o espaço luminar e reentrâncias dos materiais, evitando a formação

de bolhas de ar. É fundamental que este recipiente seja mantido tampado

durante o tempo exigido para o processamento dos materiais e a validade do

produto;

- o tempo de contato ou exposição do artigo à solução – deve-se

observar e respeitar o tempo indicado. De acordo com a Portaria nº 196, de

junho de 1983, o tempo de permanência do material em solução para

esterilização é de 18 horas e, na Portaria nº 15, de agosto de 1988, os artigos

semicríticos devem ter um contato de 30 minutos para serem desinfetados

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(BRASIL, 1983; 1988). É importante rotular devidamente o recipiente com a

data e o horário de início e término do tempo de exposição do material ao

agente químico;

- substituição da solução química de acordo com a validade,

embasando-se nas orientações oferecidas pelo fabricante;

- temperatura ambiente – os recipientes com as soluções químicas

devem ser mantidos á temperatura ambiente e em local bem ventilado.

A retirada dos materiais da solução deve ser feita com técnica

asséptica, após o que devem ser realizados vários enxágües com soro

fisiológico a 0,9%, ou água esterilizada, para remover os resíduos do produto

químico. Enxugá-los, usando compressas esterilizadas e acondicioná-los em

invólucros estéreis, encaminhando-os ao uso imediato.

Os princípios ativos permitidos são:

- aldeídos;

- fenólicos e seus derivados;

- quaternários de amônia;

- compostos inorgânicos de cloro ativo;

- iodo e derivados;

- álcoois e glicóis;

- biguanidas;

- outros.

Os aldeídos são os princípios ativos que possuem ação esporicida,

garantindo a esterilização dos artigos. São: glutaraldeído e formaldeído.

A – Glutaraldeído

O glutaraldeído é um dialdeído saturado, cujo mecanismo de ação se

dá pela reticulação das proteínas celulares, alterando suas funções essenciais.

A atividade do glutaraldeído é influenciada por alguns fatores, quais

sejam: tempo de contato, concentração, pH e temperatura. Quanto à

concentração, é apresentado em solução aquosa a 2%. Esta solução possui

pH ácido e necessita ser ativada para tornar-se alcalina (pH de 7,5 a 8,5), o

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que é responsável pela sua atividade biocida. Após a ativação, a validade da

solução é de 14 a 28 dias.

A ação desinfetante ou esterilizante deste agente químico depende do

tempo de contato com o material. Para a esterilização, o tempo de exposição é

de 10 horas.

Este agente esterilizante apresenta uma série de vantagens, tais como:

agir na presença de matéria orgânica, não corroer o material, não alterar os

equipamentos de borracha e plásticos, e não danificar lentes de equipamentos.

Porém, é um produto irritante para os olhos e vias respiratórias na

concentração acima de 0,2 ppm no ambiente. É, também, irritante da mucosa e

pele, podendo até provocar queimadura química. Por isso, todo material que

entra em contato direto com a pele e mucosa deve ser exaustivamente

enxaguado.

B – Formaldeído

O formadeído tem ação desinfetante e/ou esterilizante na sua forma

líquida e gasosa, e age inativando os microorganismos, através da

alcalinização dos grupos amino e sulfídricos das proteínas e dos anéis dos

átomos de hidrogênio das bases purínicas destes.

Quanto á concentração, é o concentrado em solução aquosa a 10% e

alcoólica a 8%, associado com quaternários de amônio. O tempo mínimo para

contato ou exposição dos materiais para a esterilização é de 18 horas, tanto

para a solução aquosa a 10% quanto para a alcoólica a 8%.

No que diz respeito à toxidade, o uso deste agente químico nos

estabelecimentos de saúde é limitado pelo odor forte e desagradável, vapores

irritantes e potencial carcinogênico comprovado.

25.6 Desinfecção e esterilização de artigos

Todos os artigos hospitalares devem passar pro limpeza escrupulosa

antes de qualquer outro tipo de procedimento.

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25.6.1 Classificação dos artigos pelo risco de contaminação

Os diferentes artigos existentes nas instituições de saúde podem ser

classificados em:

Não- críticos

São todos aqueles que entram em contato com a pele integra do

paciente, ou aqueles que não entram em contato com o mesmo, devendo

sofrer processos de limpeza ou desinfecção dependendo do uso a que se

destinam ou do último uso realizado.

Semicríticos

São aqueles que entram em contato com a pele não-integra ou com as

mucosas do paciente (por exemplo: acessórios de equipamentos de

assistência ventilatória e anestesia gasosa, endoscópios semicríticos). Esses

artigos requerem desinfecção de médio ou de alto nível ou, então,

esterilização, dependendo do uso. Se os artigos semicríticos forem

termorresistentes, poderão ser submetidos a processos de esterilização por

autoclave, por facilidades posteriores no armazenamento, e mesmo por

redução de custos e não-manuseio de produtos químicos agressivos.

Críticos

São aqueles que penetram na pele e nas mucosas do paciente,

atingindo os tecidos subepiteliais, no sistema vascular, bem como todos que

estejam diretamente conectados com ele (por exemplo: instrumentos de corte e

de ponta, endoscópios críticos). Esses artigos deverão obrigatoriamente sofrer

processos de esterilização.

O manuseio dos artigos requer o uso de equipamentos de proteção

individual, levando-se em conta a natureza do risco ocupacional ao qual os

profissionais do Centro de Material e Esterilização estão expostos, sendo que

os riscos estão relacionados ao material biológico, ao uso dos produtos

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químicos, ao ruído das máquinas ultra-sônicas e ao calor emanados das

autoclaves.

Contaminados

São os que entram em contato com sangue, excreções e secreções.

Devem ser desinfectados previamente.

25.6.2 Métodos de limpeza de desinfecção e de esterilização

Limpeza

É a operação para a remoção física de sujidades, com a finalidade de

manter limpos os artigos, pois a presença de matéria orgânica dificulta a ação

dos produtos químicos nos processos de desinfecção e esterilização.

Método de limpeza

O método usual de limpeza de artigos é a lavagem com água e

detergente comum, ou detergente desincrustante ou detergente enzimático. O

ideal, porém, é que a limpeza seja realizada através de métodos mecânicos –

máquina ultra-sônica ou máquina lavadora desinfetora.

25.6.2.1 Desinfecção

É o processo pelo qual são destruídos os microorganismos em sua

forma vegetativa, utilizado no tratamento de artigos semicríticos e de artigos

contaminados. Nesse processo são utilizados dois tipos de agente: os físicos e

os químicos.

Agentes físicos: a desinfecção por agentes físicos pode ser feita pela

imersão dos artigos em ebulição por 30 minutos. Podem ser utilizados sistemas

automáticos de lavagem que associem calor, ação mecânica e detergente,

desde que o processo seja validado tanto pelo fabricante quanto pelo usuário,

por meio do SCIH.

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Agentes químicos: a desinfecção por agentes químicos é indicada para

os artigos sensíveis ao calor.

Métodos de desinfecção

Todos os artigos sujeitos a processo de desinfecção devem estar

escrupulosamente limpos e secos para depois ser submerso no produto

químico. Como este age por contato, os artigos devem ser colocados em uma

cuba que o contenha e permanecer imersos nele por um tempo nunca inferior a

30 minutos. Se o artigo tiver cavidades, o produto químico deve preenchê-las.

Após o tempo de exposição ao produto químico, os artigos devem ser

retirados da cuba e abundantemente enxaguados para a retirada de resíduos

do produto em que ficaram imersos.

Produtos químicos para desinfecção de artigos

Os desinfetantes hospitalares para artigos são os produtos para uso

específico em hospitais e outros estabelecimentos de atendimento à saúde que

estejam de acordo com as exigências da Portaria nº 15/88 – MS, entre as quais

podem ser citadas:

Princípios ativos permitidos:

- aldeídos;

- fenólicos;

- quaternários de amônio;

- compostos orgânicos liberadores de cloro ativo;

- compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo;

- iodo e derivados;

- álcool e glicóis;

- biguanidas;

- outros princípios ativos, desde que atendam à legislação específica.

Microorganismos testados para avaliação da ação antimicrobiana:

- Staphylococcus aureus;

- Pseudomonas aeruginosa;

- Salmonella choleraesuis;

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- Tricophyton mentagrophytes;

- Mycobacterium smegamatis;

- Mycobacterium bovis.

Tempo de contato

- 30 minutos

25.6.2.2 Esterilização

É o processo pelo qual são destruídos os microorganismos em sua

forma tanto vegetativa quanto esporulada, utilizado no tratamento dos artigos

críticos. Nos processos de esterilização são empregados métodos tanto físicos

quanto químicos.

Métodos de esterilização

Os agentes físicos mais utilizados são o vapor saturado sob pressão e

o calor seco. Entre os agentes químicos temos o glutaraldeído, o formoldeído e

o óxido de etileno. O processo de esterilização que oferece maior segurança é

o vapor saturado sob pressão em autoclave. A escolha do processo depende

da natureza do artigo a ser esterilizado.

Produtos químicos para esterilização de artigos

Os esterilizantes químicos são produtos para uso específico em

hospitais e estabelecimentos de saúde para artigos críticos que não podem ser

esterilizados pelo calor seco ou úmido. Devem ser capazes de destruir todas as

formas microbianas (esporos, bactérias, microbactérias, fungos e vírus) em

temperatura ambiente.

Princípios ativos permitidos:

- aldeídos

- outros princípios ativos, desde que atendam à legislação específica.

Microorganismos testados para avaliação da ação antimicrobiana:

- Bacillus subtilis (esporos)

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- Clostridium esporogenes (esporos)

Tempo de contato:

- não superior a 18 horas

Os artigos a serem esterilizados por esses produtos devem ser lavados

e secados e depois imersos na solução em recipiente fechado durante todo o

processo. Essas soluções podem ser utilizadas também para desinfecção de

artigos e materiais críticos, em concentração igual, no tempo de exposição de

30 minutos.

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ANEXOS

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FORMULÁRIO INDIVIDUAL DE CONTROLE OPERATÓRIO USADO NO COMPONENTE CIRÚRGICO

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FORMULÁRIO INDIVIDUAL DE CONTROLE DE PACIENTE EGRESSO CIRÚRGICO, USADO NO COMPONENTE CIRÚRGICO

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