centro federal de educaÇÃo tecnolÓgica da bahia · tabela 8 - comparativo en tre as médias...
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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA Curso de Graduação em Administração com habilitação em Administração Hoteleira
MICHELE SILVA ARAÚJO
CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO
SALVADOR 2005
MICHELE SILVA ARAÚJO
CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO
Orientadora: Glauria Janaina dos Santos
SALVADOR 2005
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração com Habilitação em Administração Hoteleira do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Administração com Habilitação em Administração Hoteleira
TERMO DE APROVAÇÃO
MICHELE SILVA ARAÚJO
CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO
Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Bacharel em Administração com Habilitação em Administração Hoteleira no Curso de Administração com Habilitação em Administração Hoteleira do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia.
Banca Examinadora
____________________________________________________________
PROFª. GLAURIA JANAINA DOS SANTOS - ORIENTADORA
_____________________________________________________________
PROFº DR. CARLOS ALEX DE CANTUÁRIA CYPRIANO - EXAMINADOR
_____________________________________________________________
PROFº. DR. NILTON VASCONCELOS JÚNIOR - EXAMINADOR
Salvador, 16 de Novembro de 2005
Aos meus queridos pais, José Elias e Maria José, por serem o meu suporte, dando-me sempre amor e incentivo, torcendo por minhas vitórias e
conquistas, e ao meu companheiro de todas as horas, Pedro, pela paciência, apoio e carinho.
AGRADECIMENTOS A Deus por estar sempre presente em minha vida, iluminando meu caminho; A minha família, meu noivo e meus amigos pela compreensão e apoio em todos os momentos e por estarem sempre ao meu lado; Ao Professor Coordenador Alex Cypriano, pelo apoio e colaboração; A Professora, Orientadora e Amiga Glauria Janaina, pelo incentivo, paciência e dedicação constantes; A todos os professores desta Instituição que contribuíram para o meu crescimento acadêmico, e em especial ao Professor Nilton Vasconcelos, pela confiança sempre demonstrada; Aos proprietários e representantes dos estabelecimentos visitados, pela disponibilidade e informações cedidas, em especial a Maria Auxiliadora, funcionária do Laranjeiras Hostel, pela paciência, boa vontade e contribuição indispensáveis para o desenvolvimento desta pesquisa; Enfim, a todos que de alguma forma me ajudaram no desenvolvimento desta pesquisa, contribuindo para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
“O mundo é como um livro Quem não viaja, só lê uma página.”
Santo Agostinho
RESUMO
O Turismo está em constante desenvolvimento e um dos suportes básicos para a concretização das viagens turísticas são os meios de hospedagem. O fato do hóspede ser cada vez mais exigente e diversificado obriga os hoteleiros a se adaptarem às suas necessidades. No Brasil, quem procura um local agradável, de boa qualidade e a um preço acessível, pode recorrer a um Albergue da Juventude, que quando filiado a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ), atende a um conjunto de requisitos e normas internacionais estipulados pela Federação Internacional de Albergues da Juventude. Sendo assim, o presente estudo tem a finalidade de verificar a possibilidade de credenciamento junto à essa entidade, considerando os albergues localizados no Centro Histórico e na Barra, visto que dos 12 (doze) estabelecimentos desse tipo existentes nessas localidades, somente 03 (três) são credenciados. São analisadas questões físicas e funcionais dos albergues independentes, assim como seu interesse pelo credenciamento. Os resultados obtidos indicam desinteresse e indiferença pela Federação. PALAVRAS-CHAVE: Hospedagem, Turismo da Juventude, Albergues da Juventude, Classificação, Credenciamento.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Estrutura Organizacional da IYHF 35 FIGURA 2 - Gráfico comparativo entre a quantidade de itens, relacionados aos quesitos Estrutura, Serviços Obrigatórios e Serviços Desejáveis,
cumpridos pelos albergues 58
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Classificação por categoria segundo padrão de qualidade e Serviços 39 TABELA 2 - Registro Legal dos albergues não credenciados 44 TABELA 3 - Cálculo Peça/Leito 49 TABELA 4 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação a Estrutura dos albergues 51 TABELA 5 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Obrigatórios oferecido pelos albergues 54 TABELA 6 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Desejáveis oferecido pelos albergues 57 TABELA 7 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues 59
TABELA 8 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues considerando os quesitos relacionados à Estrutura e Serviços
Obrigatórios 60
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABIH - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis
ALBERJ - Associação de Albergues da Juventude do Estado do Rio de Janeiro
APAJ - Associação Paulista de Albergues da Juventude
AT - Albergue de Turismo
BAHIATURSA - Empresa de Turismo da Bahia
CNTUR - Conselho Nacional de Turismo
EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo
FBAJ - Federação Brasileira de Albergues da Juventude
FNRH - Ficha Nacional de Registro de Hóspede
HI - Hostelling International
IBN - International Booking Network
INFRAERO - Empresa Brasileira Aeroportuária
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial
IYHF - International Youth Hostel Federation (Federação Internacional de Albergues
da Juventude)
PROCON - Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas
UH - Unidade Habitacional
SUMÁRIO
f.
1 INTRODUÇÃO 12 2 A ATIVIDADE TURÍSTICA 16
2.1 O TURISMO NO BRASIL 17
2.1.1 O Destino Bahia 19
3 A HOTELARIA 21
3.1 MEIOS DE HOSPEDAGEM 22
3.2 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRO 24
4 TURISMO DA JUVENTUDE 28
4.1 CARACTERIZAÇÃO DE ALBERGUE DA JUVENTUDE – HOSTELS 30
4.1.1 Histórico do Alberguismo 30
4.1.2 Definição 33
4.1.3 Hostelling International e Federação Brasileira de Albergues da
Juventude 34
4.1.3.1 Procedimentos Preliminares para Credenciamento 37
5 METODOLOGIA APLICADA 40 6 RESULTADOS DA PESQUISA 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS 65 APÊNDICE A 67
APÊNDICE B 68 APÊNDICE C 69 ANEXO A 72
ANEXO B 73
ANEXO C 74 ANEXO D 75
1 INTRODUÇÃO
O Turismo abrange diversos tipos de viagens, equipamentos, transportes,
passeios locais, mão-de-obra especializada e hospedagens. A hotelaria é parte
integrante desse processo, pois não se consegue fazer crescer o Turismo sem locais
para que o turista possa descansar e pernoitar.
Segundo Chon & Sparrowe (2003), para satisfazer o hóspede, por causa do
crescimento econômico geral e do aumento da oferta dos meios de hospedagem, os
estabelecimentos de hospedagem mudam continuamente e os hoteleiros vem
tentando se diferenciar no mercado oferecendo acomodações cada vez mais
especializadas e destinadas a um determinado tipo de hóspede.
A variedade dos estabelecimentos de hospedagem cresce conforme a
demanda. Jovens viajantes, por exemplo, geralmente optam por quartos mais
baratos, com cozinhas comunitárias, oferecidos pelos Albergues da Juventude.
Os Albergues da Juventude são hospedagens extra-hoteleiras destinadas
predominantemente ao público jovem. Esse tipo de meio de hospedagem existente
no Brasil pode ser credenciado a Federação Brasileira de Albergues da Juventude
(FBAJ) que, por sua vez, é filiada a Federação Internacional de Albergues da
Juventude (IYHF) detentora da marca Hostelling International (HI), ou simplesmente
ser um albergue independente.
A IYHF estabelece regras para o bom andamento dos Albergues da
Juventude pertencentes à Rede. Isso significa que os Albergues da Juventude
credenciados a essa entidade seguem normas e critérios internacionais, que são
adaptados pelas Federações Nacionais à realidade de cada país.
Anualmente, cada Federação inspeciona os Albergues da Juventude de seu
país para que se verifique o nível da qualidade do estabelecimento. Caso as normas
não estejam sendo adequadamente cumpridas, os mesmos poderão ser
descredenciados da Rede (FEDERAÇÃO, 2005).
Segundo a FBAJ (2005), no Brasil existem 86 (oitenta e seis) Albergues
credenciados à Hostelling International através da FBAJ, dos quais 10 (dez)
encontram-se na Bahia. Em Salvador, nas regiões do Centro Histórico e da Barra,
existem 12 (doze) Albergues da Juventude sendo que 03 (três) deles são
credenciados a FBAJ.
Sendo assim, o estudo sugerido justifica-se pela necessidade de conhecer
os motivos pelos quais a maioria dos albergues de Salvador não possui o
credenciamento junto a FBAJ, fato ainda não documentado. Levando em
consideração o sistema de credenciamento e classificação dos Albergues da
Juventude adotados pela FBAJ, a presente pesquisa pretende destacar se os
albergues, não credenciados, em funcionamento no Centro Histórico de Salvador e
na Barra possuem condições de se enquadrar, ou teriam condições de se adaptar
aos pré-requisitos exigidos pela FBAJ para a obtenção do credenciamento, ou seja,
pretende-se destacar até que ponto os albergues não credenciados não atendem as
exigências desta entidade. Além disso, procurou-se verificar os motivos que levam
os donos desses albergues a não buscarem o credenciamento junto a FBAJ.
Sendo assim, a presente pesquisa assumiu como objetivos:
a) Identificar os Albergues da Juventude existentes no Centro Histórico de
Salvador e na Barra, dividindo-os em credenciados e não-credenciados
a FBAJ;
b) Identificar os pré-requisitos a serem atingidos para obtenção do
credenciamento junto a FBAJ analisando até que ponto os Albergues
não pertencentes à rede não conseguem alcançá-los;
c) Identificar os procedimentos adotados pela FBAJ para a análise da
possibilidade de credenciamento de um Albergue da Juventude;
d) Identificar a taxa de ocupação dos Albergues da Juventude de Salvador
credenciados a FBAJ e fazer um comparativo com os Albergues da
Juventude que não são credenciados;
e) Identificar os motivos que levam os proprietários de Albergues da
Juventude de Salvador a se interessarem, ou não, pelo credenciamento
junto a IYHF.
A análise desses aspectos poderá servir como base para uma estratégia de
ação a fim de implementar a qualidade da oferta no setor, transformando o destino
Salvador em um dos mais preparados para receber o público alberguista no Brasil.
A hipótese que sustenta esta pesquisa é de que a infra-estrutura e os
serviços exigidos pela FBAJ, o pagamento de taxa de manutenção da marca e a
necessidade de registro junto à EMBRATUR determinam a decisão de não buscar o
credenciamento, além da falta de interesse dos proprietários em se adequar às
normas da FBAJ.
O presente trabalho está dividido em sete capítulos, sendo este o primeiro.
No segundo capítulo será abordado brevemente o cenário turístico atual,
contextualizando a atividade turística, o Turismo no Brasil e o destino Bahia,
focalizando a capital Salvador, cidade do objeto da pesquisa. O terceiro capítulo
discorre sobre a hotelaria, os meios de hospedagem e a importância do seu sistema
de classificação. O quarto capítulo aborda o Turismo da Juventude e seu principal
meio de hospedagem, os Albergues da Juventude, dando definições do que vem a
ser o mesmo e como se deu sua criação no mundo e no Brasil. Além disso, esse
capítulo também apresenta a Hostelling International e Federação Brasileira de
Albergues da Juventude e quais os procedimentos necessários para o
credenciamento junto a essa entidade. No quinto capítulo é apresentada a
metodologia aplicada para o desenvolvimento desta pesquisa. Os resultados obtidos
com a pesquisa serão apresentados no sexto capítulo e no sétimo capítulo serão
feitas as considerações finais a cerca da pesquisa realizada.
2 A ATIVIDADE TURÍSTICA
O Turismo aponta nesse início de terceiro milênio como um dos mais
promissores caminhos para aqueles países que acreditam e investem em tal
atividade. Ele é um grande movimento na história da humanidade e está em
crescimento constante. Souza & Souza (2002) afirmam que este aumento responde
a uma série de necessidades do ser humano, como mudança de espaço, bem-estar
e repouso, busca de expressões culturais diferenciadas, longe da rotina do dia-a-dia.
Segundo Andrade (1998) “Turismo é o conjunto de serviços que tem por
objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os serviços de
recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de suas
residências habituais”.
Já Montejano (2001) define Turismo como sendo o conjunto de atividades
realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas em lugares distintos do
seu ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com
finalidades de lazer, negócio e outros motivos.
Por ser uma atividade que necessita do imaginário, o Turismo deve permitir
a realização dos ‘sonhos dos turistas’, uma vez que os turistas buscam realizar seus
sonhos e desejos para que, dessa forma, em um curto espaço de tempo, possam se
desconectar do seu cotidiano. Para Medeiros (2003) a arte do bem servir e receber
torna-se, portanto, uma condição essencial.
Segundo a mesma autora, um turista quando viaja busca diferenças de sua
localidade, de seus hábitos e costumes. Cada destinação possui uma marca própria,
uma peculiaridade que a torna diferente das demais e que, por isso, torna-se um
atrativo diferencial. Os turistas olham o ‘novo local’ com um olhar diferenciado, pois
este novo local é considerado algo fora do habitual. Quando as pessoas viajam para
locais que desconhecem, o que elas procuram são sinais que caracterizem o local
em que eles estão.
2.1 O TURISMO NO BRASIL
A partir da década de 90 o Governo Brasileiro começou a fazer
investimentos em “(...) infra-estrutura, saneamento e recuperação das rodovias com
o intuito de elevar o padrão dos pontos turísticos e assim receber e criar condições
para que o turista internacional chegasse de vez no Brasil” (NASCIMENTO, 2003).
Sendo assim, os governantes começaram a articular projetos relacionados ao
turismo, visando um aumento dessa atividade de forma que fosse possível gerar
divisas econômicas, acarretando geração de emprego, aumento de renda e uma
maior arrecadação de impostos.
O turismo no Brasil vem apresentando índices de crescimento constante em
geração de divisas e em desembarques internacionais e nacionais. Dados da
EMBRATUR (2005) revelam que no ano passado, o turismo foi o sexto produto na
balança de exportações. O desempenho de janeiro a julho deste ano, com uma
receita de US$ 2,1 bilhões, levou o turismo para a terceira posição, atrás apenas do
minério de ferro e da soja em grão. Agosto foi o melhor mês no ingresso de dólares
de turistas, elevando o acumulado do ano para US$ 2.526 bilhões.
O produto Brasil, por oferecer inúmeros destinos turísticos, preços
compatíveis com o mercado, boa infra-estrutura hoteleira e diferenciais criativos,
tornou-se um dos países mais procurados pelos turistas internacionais. Segundo a
EMBRATUR (2005) as cidades do Rio de Janeiro e Búzios, juntas, recebem mais de
40% dos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em 2003. O Rio está em primeiro
lugar, seguida de São Paulo, Salvador, Fortaleza, Recife, Foz do Iguaçu, Búzios,
Porto Alegre, Florianópolis e Belo Horizonte. Esse ranking mostra que o mesmo
turista pode ter visitado mais de uma cidade durante sua estada no país. Os países
que mais mandaram turistas ao Brasil, em 2003, foram a Argentina, os Estados
Unidos, Alemanha, Uruguai e Portugal.
No exterior, as ações de Marketing resultaram em um grande aumento no
fluxo turístico, da taxa de permanência e do gasto médio dos visitantes estrangeiros
no país. Os desembarques em vôos internacionais somaram, de janeiro a agosto
deste ano, mais de 4,5 bilhões de passageiros, número 15,1% superior ao mesmo
período de 2004 (EMBRATUR, 2005). Esses números incluem estrangeiros em visita
ao país e brasileiros em retorno de viagens ao exterior. É importante destacar que os
vôos que tiveram maior destaque em crescimento foram os vôos charters1.
Com relação ao mercado interno, as Campanhas de Marketing valorizaram
as belezas naturais e a cultura que o Brasil tem a oferecer, despertando no brasileiro
a vontade de conhecer o seu país. O número de desembarques de passageiros em
vôos nacionais chegou a 28 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, o que
mostra um crescimento bastante expressivo, de 19,3%, em relação ao mesmo
período de 2004 (EMBRATUR, 2005). Esses dados, contabilizados pela Empresa
Brasileira Aeroportuária (Infraero), mostram que os brasileiros têm viajado mais de
avião dentro do próprio país, mesmo fora do período de férias. Maior oferta de vôos e
preços atrativos têm permitido mais acesso e opção de escolha para viagens de
__________________
1 Vôos não-regulares.
lazer, de negócios ou familiares.
2.1.1 O Destino Bahia
No que se refere à Bahia, o Turismo é a terceira atividade econômica, por
possuir inúmeros atrativos turísticos, como belíssimas praias e uma cultura bastante
rica e diversificada.
Cláudio Taboada, presidente da Empresa de Turismo da Bahia
(BAHIATURSA)2, afirma que:
O grande crescimento alcançado pelo setor entre 2000/2004 é reflexo de um investimento contínuo na promoção do estado. Cada vez mais o envolvimento dos agentes de viagem, das redes hoteleiras, das companhias aéreas e de todos os atores da cadeia do turismo tem colaborado para essa promoção (BAHIATURSA, 2005).
A Bahia possui 567 quilômetros quadrados da mais rica diversidade
ambiental que, de acordo com a BAHIATURSA (2005) se dividem em destinos
turísticos que começam no Norte do Estado - nos Lagos do São Francisco e
Caminho das Águas - passando pela Chapada Norte, Chapada Diamantina - com o
Ciclo do Ouro e o Ciclo do Diamante - Caminhos do Oeste, e descem rumo ao litoral:
Costa dos Coqueiros, Baía de Todos os Santos, Costa do Dendê, Costa do Cacau,
_______________ 2 A BAHIATURSA foi criada em 1968, com a denominação de Hotéis de Turismo do Estado da Bahia
S.A., com a finalidade de construir e ampliar hotéis e pousadas. No início dos anos 70, a BAHIATURSA foi remanejada para a Secretaria da Indústria e Comércio, assumindo a responsabilidade de implementar uma política de Turismo, passando a executar um amplo programa de treinamento de mão-de-obra. Em 1973, a Bahiatursa alterou sua razão social, passando a denominar-se Empresa de Turismo da Bahia, S. A. (BAHIATURSA, 2005).
Costa do Descobrimento, Costa das Baleias, Recôncavo, Sertão e Salvador.
Por sua condição histórica de destaque na formação do país, pelo legado
deixado por povos de outros continentes, pela miscigenação cultural e pelo
sincretismo religioso, Salvador é uma cidade que desperta o interesse dos mais
diversos públicos que visitam o Brasil, tornando-se o destino mais procurado do
estado.
A capital baiana possui um importante patrimônio histórico e arquitetônico
colonial, onde o turista pode circular pelas diversas ruas com sobrados, casarões e
igrejas, contrastando com uma nova Salvador de avenidas, prédios e bairros
modernos.
Salvador, além de ter sido a primeira capital do Brasil, é considerada a
capital cultural do país, berço de grandes nomes nas diversas manifestações
artísticas, com destaque nacional e internacional. A atividade cultural e o turismo têm
sido reconhecidos pelo governo como importantes geradores de emprego e renda,
impulsionando as artes e a preservação dos patrimônios artístico e cultural.
Ao chegar em Salvador, um dos primeiros locais que o turista visita são as
ruas do Centro Histórico, que o transportam para os primórdios da história da Bahia
e do Brasil. O Centro Histórico de Salvador agrada o turista pelo fato de conservar a
estrutura urbana original do século XVI, com sua expansão no século seguinte.
Outro local bastante procurado pelos turistas é a Barra devido a suas praias, sua
orla onde são encontrados hotéis, pousadas, bares e restaurantes, que funcionam
todos os dias.
Dessa forma, esses locais devem estar preparados para atendê-los
procurando desenvolver um dos suportes básicos e fundamentais para
concretização da viagem turística, os meios de hospedagem.
3 A HOTELARIA
O produto turístico é um bem de consumo abstrato, vivido como uma
experiência, pois ele só existe enquanto o turista está presente naquele lugar e
consumindo os serviços. Seus componentes não podem ser estocados e seus
serviços são prestados de forma irregular. De acordo com Souza & Souza (1998) a
instabilidade da demanda faz com que se torne difícil prever com exatidão a procura
dos serviços turísticos, pois o produto turístico é um conjunto de bens e serviços e
só pode ser testado no ato do consumo, ou seja, não pode ser testado antes da
compra.
Para Vianna (2004), ao se estudar a atividade turística, percebe-se a
importância do papel desempenhado pelos meios de hospedagem para o seu
desenvolvimento, uma vez que a função básica dos meios de hospedagem é alojar
pessoas que não se encontram em seus lares e, portanto, necessitam de um lugar
para descansar.
A hospedagem, isto é, o conjunto de atividades próprias de um hotel é um
produto turístico. A oferta hoteleira é bastante variada e cada meio de hospedagem
possui uma característica própria, seja na arquitetura ou nos serviços oferecidos e a
principal finalidade da indústria hoteleira é o fornecimento de hospedagem,
segurança, alimentação e demais serviços inerentes à atividade de receber o
hóspede.
Castelli (2001), define o produto hoteleiro como sendo:
[...] um conjunto de bens e serviços que objetivam satisfazer o cliente: os bens são constituídos pelos produtos tangíveis como apartamentos, bebidas, refeições etc. e os serviços são constituídos pelo conjunto de ações (intangíveis) que fazem com que o cliente possa usufruir dos bens (CASTELLI, 2001).
A empresa hoteleira é a “pessoa jurídica (...) que explora ou administra meio
de hospedagem e que tenha em seus objetivos sociais o exercício da atividade
hoteleira” (EMBRATUR, 2005). Uma vez que a principal finalidade da indústria
hoteleira é o fornecimento de hospedagem, segurança, alimentação e demais
serviços inerentes à atividade de receber o hóspede.
3.1 MEIOS DE HOSPEDAGEM
A EMBRATUR (2005), no Regulamento Geral de Meios de Hospedagem,
define Meio de Hospedagem o estabelecimento que satisfaça, cumulativamente, às
seguintes condições:
a) Seja licenciado pelas autoridades competentes para prestar serviço de
hospedagem;
b) Seja administrado ou explorado comercialmente por empresa hoteleira e
que adote, no relacionamento com os hóspedes, contrato de
hospedagem, com as características definidas no Regulamento e nas
demais legislações aplicáveis.
Ainda segundo este Regulamento, os meios de hospedagem devem
oferecer ao hóspede, no mínimo:
a) Alojamento, para uso temporário do hóspede, em Unidades Habitacionais
(UH’s) específicas a essa finalidade;
c) Portaria/recepção para atendimento e controle permanentes de entrada
e saída;
d) Guarda de bagagens e objetos de uso pessoal dos hóspedes, em local
apropriado;
e) Conservação, manutenção, arrumação e limpeza das áreas, instalações
e equipamentos (EMBRATUR, 2005).
De acordo com a EMBRATUR (2005):
Serviços de hospedagem são aqueles prestados por empreendimentos ou estabelecimentos que ofertam alojamento temporário para hóspedes, mediante adoção de contrato, tácito ou expresso, de hospedagem e cobrança de diária3, pela ocupação da UH. (EMBRATUR, 2005).
Montejano (2001), distingui dois tipos de hospedagens turísticas: as
hospedagens turísticas hoteleiras que estão sujeitas a uma normativa e classificação
específica (da EMBRATUR); e as hospedagens extra-hoteleiras, que oferecem tipos
de hospedagem diferentes dos oferecidos pelos hotéis, devido a sua diferente
ordenação legal, infra-estrutura, preços e serviços. Os principais tipos de
hospedagem extra-hoteleiros são os campings, colônias de férias, albergues da
juventude (objeto de estudo deste trabalho), chalés, pensões, pensionatos,
acampamento de férias, bed & breakfast e alojamentos de turismo rural.
Diante disso, conclui-se que as hospedagens extra-hoteleiras, alternativas
_________________ 3 Entende-se por diária o preço de hospedagem correspondente à utilização da UH e dos serviços
incluídos, observados os horários fixados para entrada (check-in) e saída (check-out).
ou não convencionais, fazem parte do chamado Turismo Alternativo4, já que
complementam a oferta de leitos nos destinos turísticos e têm como característica
serem mais econômicos que as hospedagens hoteleiras convencionais, oferecendo
serviços diferenciados.
Atualmente, muitos meios de hospedagem estão modificando suas ofertas
através de variados tipos de equipamentos para acomodação e serviços, pois os
diferentes tipos de consumidores não querem somente um local para passar a noite
e descansar, mas também querem um local onde os serviços prestados sejam de
boa qualidade e a preços acessíveis.
Com o crescimento da atividade hoteleira, em virtude das constantes
mudanças econômicas e sociais, as opções de hospedagem atualmente vão além
dos hotéis de luxo ou econômicos. Os hoteleiros estão tentando cada vez mais se
diferenciar no mercado, oferecendo acomodações especializadas, visando atender
os diferentes perfis do público consumidor, que estão em busca de serviços e preços
diferenciados que atendam as suas expectativas.
3.2 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRO
As categorias de hotéis, no Brasil, são estabelecidas pelo sistema de
classificação oficial elaborado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e
_______________ 4 O Turismo Alternativo remete à hospedagem de pequeno porte, de pequenos empreendedores, com
características bem simples.
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis5 (ABIH). A legislação de classificação
hoteleira demorou a ser atualizada porque não havia um entendimento entre
governo e setor privado para estabelecer os critérios do novo sistema.
Até 1996, era do governo a obrigação de avaliar as exigências para
classificação com ‘estrelas’. A análise baseava-se na análise da estrutura física, o
que levou o sistema a ficar defasado diante dos novos padrões mundiais. Frente a
constatação, a EMBRATUR lançou um sistema brasileiro de certificação, no mesmo
ano, que não foi aceito pelo setor hoteleiro.
Sem consenso a respeito do custo da classificação e o número de
exigências a serem determinadas, a ABIH criou um sistema próprio de classificação
com base em critérios de conforto, utilizando asteriscos para simbolizar o nível do
estabelecimento ao invés das clássicas estrelas.
Em 1999, três anos depois da criação do sistema, a ABIH reconheceu que o
sistema também era falho. Assim, a ABIH em parceria com a EMBRATUR,
consolidou o novo processo de classificação de hotéis, através do Sistema de
Classificação dos Meios de Hospedagem (NUNES, 2005). Foi criado o conselho
técnico da classificação de hotéis com três representantes do setor hoteleiro e três
do governo - EMBRATUR, Instituto Nacional de Metrologia Normalização e
Qualidade Industrial (INMETRO) e Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor (PROCON).
Segundo Nunes (2005), as novidades da nova matriz de classificação _______________ 5 Fundada em 09 de novembro de 1936, por ocasião do I Congresso Nacional de Hoteleiro, a ABIH
vem atuando como um órgão técnico e consultivo no estudo e solução dos problemas do setor. Tendo como principal objetivo a arregimentação da classe, visando a defesa dos interesses de ordem jurídica, moral e econômica dos hoteleiros do Brasil , a ABIH consolidou-se no decorrer dos anos como uma confiável fonte de dados e informações relativas ao universo da hotelaria (ASSOCIAÇÃO, 2005).
hoteleira, entraram em vigor em abril/20026 e trouxeram conceitos de
responsabilidade ambiental como avaliação de padrão para a concessão de
estrelas. A nova matriz, portanto, incentiva os estabelecimentos de hospedagem a
fazerem o monitoramento dos gastos de energia e água, da produção e disposição
dos resíduos, entre outros itens. Os hotéis devem treinar as equipes para tarefas
como separação seletiva de lixo, limpeza dos ambientes com baixo gasto de água e
acompanhamento do consumo de energia. Além disso, a nova matriz serve de
referência para que os funcionários dos hotéis prestem o melhor serviço, dentro dos
parâmetros exigidos pelo sistema, uma vez que a nova matriz também incorpora a
avaliação da qualidade de atendimento e dos serviços prestados.
As categorias de classificação prevêem diversos tipos de empreendimentos,
do cinco estrelas super luxo ao simples. Para Nunes (2005), as necessidades do
mercado levaram ao surgimento da categoria econômico de negócios, voltada ao
hóspede de negócios que buscam facilidades como acesso a internet no próprio
apartamento ou em espaços com micros já conectados e que podem ser acionados
via cartões pré-pagos. Por outro lado, pode-se constatar que os hotéis de lazer
também passaram por um ciclo evolutivo, de resort a complexo turístico ou
megaresorts.
Para ter a placa oficial de classificação o hotel tem que estar dentro de todas
as normas da sua categoria/classificação pretendida, quanto mais estrelas o hotel
quiser alcançar maior serão as regras a serem cumpridas.
Percebe-se que o mercado hoteleiro nacional está passando por uma
verdadeira transformação. Hotéis de capital nacional e as grandes bandeiras
internacionais se multiplicam hoje pelo mercado. E isso pede um termômetro, um
__________________ 6 Ver ABIH: www.abih.com.br/site.php
avaliador – a classificação. Para Nunes (2005), “(...) a hotelaria nacional está
vivendo um momento de expansão, onde a classificação é essencial para se manter
a seriedade, credibilidade e transparência do mercado”.
A classificação de um estabelecimento hoteleiro facilita a escolha do
hóspede, uma vez que os auxiliam na verificação da compatibilidade entre a
qualidade oferecida e os preços praticados pelos estabelecimentos classificados.
Estabelecimentos como hospedarias, albergues, campings e pensões são
denominados simples, de acordo com a classificação da EMBRATUR, e cada tipo de
estabelecimento determina os serviços mínimos que oferecem aos seus hóspedes.
Os Albergues da Juventude, por exemplo, podem ser credenciados a uma
Federação Internacional de Albergues da Juventude, a IYHF – detentora da marca
Hostelling International 7 – que por meio do sistema de classificação da IYHF são
classificados em Regular, Bom ou Muito Bom.
_______________ 7 A Hostelling International é um entidade com normas de convivência, regulamento próprio, padrão
internacional de atendimento e controle de qualidade em todos os Hostels - Albergues da Juventude da rede.
4 TURISMO DA JUVENTUDE
Os motivos que levam os jovens a viajar podem ser de cunho cultural,
objetivando conhecer sociedades com costumes diferentes dos das pessoas que
povoam o seu espaço cotidiano, ou de cunho emocional, que se traduz no prazer da
aventura, do risco, tornando o Turismo da Juventude bastante amplo.
Como hospedagens e serviços relacionados a Turismo da Juventude, pode-
se enumerar hospedagens especiais, organizações de viagens culturais, recreativas,
lúdicas e esportivas; meios de transportes através de tarifas especiais em aviões e
trens; carteiras que concedem descontos aos jovens, como carteiras de
alberguistas8, de caronistas e internacional de estudantes (MONTEJANO, 2001).
Giarreta (2003, apud MESQUITA, 2005) define o Turismo da Juventude
como sendo:
Turismo praticado por um grupo homogêneo de jovens, com as características marcadas por período etário, estilo de vida e estado de espírito, que desencadeia uma série de sub-segmentos divididos em vários tipos de turismo, entre eles, educativo (estudantil, intercâmbios, cursos no exterior); associativo fomentado por associações como albergues da Juventude, Clube dos Escoteiros, Associação de Cristã de Moços e de Moças; turismo social, promovido por organizações que facilitam o acesso de jovens que ficariam excluídos da prática do turismo convencional; e turismo de natureza (ecoturismo, aventura, esportes radicais, turismo alternativo) (GIARETTA, 2003, apud MESQUITA, 2005).
Mesmo com os vários tipos de alojamentos existentes para os praticantes
________________
8 A Carteira Internacional de Alberguista tem validade de 01 (um) ano e é válida em todos os Albergues da Juventude credenciadas a HI. Ela pode ser feita no site da HI (www.hihostel.org.br), em sites de qualquer Federação ou em um albergue credenciado. Atualmente, para associar-se paga-se R$ 35,00 (trinta e cinco reais) + R$ 4,00 (Quatro reais - Taxa de Correio, caso seja feito pela internet) se for maior de 18 anos e R$20,00 (vinte reais) + R$ 4,00 (Quatro reais - Taxa de Correio, caso seja feito pela internet ) se for menor (FEDERAÇÂO, 2005).
do Turismo da Juventude, Giaretta (2003, apud VIANNA, 2004) afirma que os
Albergues da Juventude – Hostels9 - são o tipo de equipamento extra-hoteleiro mais
utilizado pelos estudantes que se deslocam de suas cidades para fazer cursos ou
intercâmbios. Essa preferência se deve a credibilidade e à padronização dos
serviços oferecidos pelos hostels, além da facilidade de fazer amigos, e os preços
acessíveis. Um Hostel - Albergue da Juventude - é um meio de hospedagem para
pessoas de todas as idades e com espírito de viajante, mas segundo a FBAJ (2005)
o perfil básico dos hostellers10 brasileiros mostra que eles se encontram na faixa de
18 a 35 anos, 52% são do sexo feminino e 63% possuem formação universitária e
pertencem à classe média.
O termo Hostel vem sendo largamente utilizado devido a utilização da
palavra ‘Albergue’ para denominar também abrigos de moradores de ruas e
mendigos, sendo assim, o uso do termo Hostel tem se tornado freqüente no Brasil.
Os Hostels são regidos por suas premissas básicas: Segurança, higiene,
conforto, hospitalidade, bom preço e meio ambiente. Esses padrões oferecem ao
associado uma hospedagem segura e agradável durante sua viagem. Eles estão se
preparando para atender seu público no mundo das informações. Desde a década
de 90 que os Hostels filiados a IYHF possuem sistemas de reservas, onde o usuário
pode fazer sua reserva e sair com a confirmação através do seu computador.
_______________ 9 Na Itália são chamados "Albergui per la Gioventu". Na França "Alberges de la Jeunesse". Nos
países de língua inglesa se diz "Youth Hostel" e nos países de língua espanhola "Hostels Juventiles". Em alemão, a palavra é "Jugendherbergen". Em português, Hostels da Juventude. A tradução, na verdade, é uma só: a maior, mais completa e mais barata rede mundial de hospedagem (HOSTEL PRAIA DO FORTE, 2005).
10 Alberguistas.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DE ALBERGUE DA JUVENTUDE – HOSTELS
Na prática um albergue é um meio de hospedagem (como hotel e pousada)
com quartos coletivos, dotados de camas ou beliches em um local onde muitas
vezes há uma cozinha equipada, também coletiva e banheiros coletivos.
Os Albergues da Juventude, hospedagem turística extra-hoteleira, são
voltados para o Turismo Alternativo e de Juventude e, os que são ligados a
Hostelling International (HI), formam a maior rede de hospedagem mundial,
atendendo, em sua maioria, ao público jovem. Eles constituem um tipo de meio de
hospedagem já muito utilizado na Europa e cada vez mais procurados no continente
sul-americano. A seguir serão destacados alguns aspectos relacionados aos
albergues e sua criação.
4.1.1 Histórico do Alberguismo
Historicamente, os albergues eram casas onde se comia e se bebia
mediante pagamento. Durante o Império Romano, este tipo de hospedagem foi
bastante difundido, ainda que pessoas de boa reputação não os utilizassem e não
os explorassem como atividade econômica.
Em 26 de agosto de 1909, o professor alemão Richard Schirmann idealizou
a criação dos Albergues depois de ser surpreendido por uma tempestade, quando
precisou refugiar-se ao longo de uma estrada. Ele dedicava parte de seu tempo a
criar programas de convivência para seus alunos. De atividades pedagógicas,
passou a organizar grupos com os jovens para realizar pequenas viagens de
estudos. Foi assim que o professor Schirmann descobriu a possibilidade de criar
uma alternativa para acomodar os alunos, que não fosse apenas a pernoite em
hospedarias (FEDERAÇÃO, 2005).
O primeiro albergue começou a funcionar três anos mais tarde, 1912, em
um castelo em Altena, na Alemanha, monumento histórico restaurado e que funciona
até hoje. Ele tinha o objetivo de proporcionar hospedagem barata para jovens e
promover a integração entre eles.
No final da década de 20, o alberguismo se difundiu por toda a Europa.
Nesta época, houve um verdadeiro boom de albergues, que se espalharam por todo
continente. Em 1927, foram criados albergues na Suíça e na Polônia; em 1929, na
Holanda; em 1930, na Inglaterra, Noruega e França; e, em 1931, na Irlanda, Bélgica
e Escócia.
Em 1932, foi criada a International Youth Hostel Federation - IYHF
(Federação Internacional de Albergues da Juventude). E, a partir desse momento, o
movimento tornou-se, de fato, internacional, com a entrada de diversos países à
Federação (HOSTELLING, 2005).
Durante a Segunda Guerra Mundial, o movimento permaneceu estagnado e
muitos albergues foram destruídos. Em 1945, ao final do conflito, os mesmos
começaram a ser restaurados e o movimento passou a ser considerado como uma
forma de reintegração da juventude européia. Só em 1934 o alberguismo chegou ao
continente americano, mais especificamente nos Estados Unidos. A Argentina
(1956) e o Uruguai (1958) foram os primeiros países sul-americanos a fazer parte do
movimento. Ambos, inclusive, trabalharam pela expansão da rede na América e
abriram as portas para o ingresso de Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Costa
Rica, El Salvador e Brasil.
Os Albergues chegaram ao Brasil em 1961, através do casal de educadores
cariocas Joaquim e Ione Trotta, que trouxeram a idéia para o País depois de terem
visitado um albergue na França, em 1956.
O primeiro Albergue brasileiro recebeu o nome de "Residência Ramos" e foi
instalado no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro. Permaneceu aberto de 1965 a
1973. Neste mesmo período, funcionavam no estado de São Paulo dois Albergues,
um na Capital e outro em Campos do Jordão, que foram fechados pelo Governo
Militar sob a alegação de reunir jovens universitários (FEDERAÇÃO, 2005).
Em 1971, foi fundada a Federação Brasileira de Albergues da Juventude11
(FBAJ), com sede no Rio de Janeiro, e em 1984 a Associação Paulista de Albergues
da Juventude (APAJ), que durante a gestão de Franco Montoro à frente do Governo
de São Paulo recebeu apoio significativo, inclusive com a doação de quatro imóveis -
um em Campos do Jordão, um em Pindamonhangaba (ambos usados anteriormente
por funcionários da Estrada de Ferro Campos do Jordão), um imóvel em Ubatuba e
uma casa no Parque Estadual do Jaraguá, que foi habitada pelo bandeirante Afonso
Sardinha. No início de 1986, João Dória Júnior assumiu a presidência da
EMBRATUR e incentivou o trabalho dos Albergues, tornando-os conhecidos em todo
o Brasil.
EM 1996, a FBAJ adotou o sistema de classificação dos Albergues da
Juventude em três categorias: Muito Bom, Bom e Regular. Segundo informações
obtidas com a Associação de Albergues da Juventude do Estado do Rio de
__________________ 11 A FBAJ estabelece metas e diretrizes de desenvolvimento para suas afiliadas e mantém contatos
com as demais federações do mundo.
Janeiro (ALBERJ), esse sistema é baseado no sistema de classificação da ABIH,
mas com as devidas adaptações para os Albergues da Juventude. Dependendo da
pontuação, foram excluídos da Federação os Albergues da Juventude que não
atingiram a pontuação mínima para albergues de categoria regular.
Atualmente, a FBAJ não credencia nenhum albergue que obtenha a
classificação Regular (somente Bom ou Muito Bom), mas um Albergue da Juventude
pode ser rebaixado à essa categoria caso deixe de atender algumas normas ou
deixe de fazer manutenções regularmente.
Do período de criação até os dias atuais, o movimento alberguista cresceu,
se profissionalizou e obteve lugar de destaque no panorama internacional.
4.1.2 Definição
Quando os albergues da juventude surgiram na Alemanha do pós-guerra
eles eram sediados em prédios públicos abandonados. Com o passar do tempo, eles
cresceram, se organizaram através de federações, e hoje tendem a se tornar um
novo tipo de hotelaria, econômica, prática e sem muitas exigências. No exterior
muitos albergues já oferecem até excursões, cruzeiros e passeios ciclísticos.
Vianna (2004) afirma que os Albergues da Juventude se enquadram na
categoria de equipamento extra-hoteleiro onde jovens, em sua maioria, têm a
oportunidade de interagir com outras pessoas que viajam o mundo aspirando
vivenciar o máximo da localidade visitada, com um padrão mínimo de conforto, em
um ambiente descontraído, seguro e com baixo dispêndio.
Segundo a Resolução CNTur nº 1.118, de 23 de Outubro de 1978, art. 11
(apud CASTELLI, 2001), Albergue de Turismo (AT) é o estabelecimento de
hospedagem com serviço de alimentação parcial, no qual se alugam quartos e
dormitórios coletivos, possuindo banheiros coletivos, asseguradas as condições
mínimas de higiene e conforto.
Os quartos de albergues têm geralmente beliches e armários com cadeados
para cada leito. Em boa parte deles há quartos masculinos e femininos, mas em
alguns estabelecimentos homens e mulheres ficam no mesmo ambiente e utilizam
o(s) mesmo(s) banheiro(s). As acomodações são diversificadas e atendem de
viajantes solitários até grupos, além de casais e famílias. São recomendados para
quem procura hospitalidade e bom preço.
Geralmente, os albergues têm cozinha equipada com no mínimo fogão, pia
e geladeira. Alguns tem máquina de lavar roupas (que pode ser alugada para o
hóspede, assim como roupas de cama e toalhas), computadores com acesso à
Internet (funcionando como um cyber-café), sala de TV etc. Os tipos de serviços
prestados por estes equipamentos extra-hoteleiros variam conforme sua infra-
estrutura e o país no qual está localizado.
4.1.3 Hostelling International e Federação Brasileira de Albergues da Juventude
Os Albergues da Juventude filiados a IYHF estão espalhados por mais de
70 países e constituem uma opção ideal para quem busca um local agradável e com
segurança, mas não está disposto a gastar muito em hospedagem. De acordo com o
SEBRAE (2005), diferentemente dos hotéis, os albergues têm como filosofia o
compartilhamento dos serviços pelos hóspedes, de forma a torná-los mais baratos.
A IYHF, detentora da marca Hostelling International (HI), sediada em
Londres, é a marca da maior rede de hospedagem do planeta, que surgiu de uma
filosofia de viagem que mistura a descoberta de culturas e pessoas com um turismo
econômico e acessível a todas as idades.
Na Figura 1 é possível observar a estrutura organizacional da IYHF,
partindo da entidade internacional para a Federação de cada país, que no caso do
Brasil é a FBAJ, que coordena todos os hostels brasileiros ligados a Rede. Nos
países de grande extensão territorial, como é o caso do Brasil, a entidade nacional
filia membros estaduais ou regionais. O Brasil possui associações nos estados de
Minas Gerais, Paraná, Rio de janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo
e no Distrito Federal.
Figura 1 – Estrutura Organizacional da IYHF FONTE: GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – HI Hostel. In: TRIGO, Luiz Gonzaga Godoy (Org.). Análises Regionais e Globais do Turismo Brasileiro. 1 ed. São Paulo: Editora Roca, p. 423-436.
Associação
do DF
Associação
de MG
Associação
do PR
Associação
do RJ
Associação
do RS
Associação
do SC
Associação
de SP
IYHF Federação Internacional de Albergues da Juventude
FBAJ Federação Brasileira de Albergues da Juventude
Essa entidade internacional - IYHF - é a responsável pelo bom andamento
da iniciativa no mundo inteiro. Por isso, todas as pessoas, independentemente de
profissão, credo ou estado civil, podem desfrutar das vantagens desta alternativa de
hospedagem, filiando-se ao movimento alberguista através da associação estadual
ou de representante devidamente credenciado. Na maioria dos albergues o acesso é
garantido mediante a apresentação da carteira de alberguista (HOSTELLING, 2005).
Ao ingressar no sistema, o investidor do albergue automaticamente adquire
uma clientela e tem divulgação em nível mundial, através dos guias publicados pela
IYHF e do guia nacional dos Albergues da Juventude.
Além da garantia da oferta de padrões mínimos, todo albergue credenciado
deve cumprir a carta do meio ambiente da IYHF, a qual estabelece critérios para o
consumo e conservação dos recursos naturais, política de reciclagem, conservação
e proteção do meio ambiente.
Os albergues credenciados a Hostelling International anualmente devem
receber os inspetores de qualidade credenciados pela FBAJ, no caso do Brasil, que
verificam o nível de qualidade do estabelecimento, e fornecer-lhes todas as
informações que forem solicitadas. Segundo a FBAJ (2005) essas visitas anuais são
feitas de surpresa ao albergue credenciado. Caso as normas não sejam cumpridas,
os mesmos podem ser descredenciados e desvinculados do sistema.
O Brasil possui cerca de 70.000 associados ativos, e as principais
Associações do país possuem sistemas de reserva nacional e internacional, além de
uma linha de comunicação direta junto aos seus sócios.
O grande atrativo dos Albergues da Juventude é a possibilidade de
conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. Através do International Booking
Network12 (IBN), sistema de reserva on-line da HI, pode-se fazer a reserva em
qualquer um dos mais de 84 albergues associados a FBAJ, atualmente existentes no
Brasil, ou em um dos 5.000 albergues espalhados pelos cinco continentes.
O Brasil possui mais de 84 albergues credenciados pela Federação
Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ) espalhados pelos vários estados da
Federação. Na Bahia, 10 (dez) albergues fazem parte da Rede Internacional. Eles
estão distribuídos entre Porto Seguro, Praia do Forte, Ilhéus, Chapada Diamantina e
Salvador. Na capital baiana são encontrados 03 (três) Albergues credenciados à HI:
o Albergue do Porto e o Hostel Barra, localizados na Barra, e o Laranjeiras Hostel,
localizado no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador (HOSTELLING, 2005).
4.1.3.1 Procedimentos Preliminares para Credenciamento
Para se obter o credenciamento junto a IYFH, alguns procedimentos devem
ser tomados: o interessado em abrir um Albergue deve entrar em contato com a
FBAJ ou com a Associação de Albergues da Juventude estadual que deverá ser
consultada através de uma carta consulta (ANEXO A); a FBAJ informa ao albergue
interessado a documentação necessária (ANEXO B); a seguir a FBAJ dará
parecer baseado em alguns critérios sobre a possibilidade de abrir ou não
(ANEXO C) o Albergue da Juventude em questão.
_______________
12 As reservas feitas através desse sistema on-line são realizadas da seguinte forma: ao entrar no site www.hihostel.com, deve-se clicar no Hostel/ Albergue que deseja se hospedar, a fim de obter todas as informações do HostelAlbergue, inclusive com a opção de reserva (Booking). Ao final da reserva, deve-se imprimir o voucher que é o comprovante da reserva e levá-lo na viagem para apresentar na recepção.
A FBAJ ou a Associação local estão aptas a fornecer parecer quanto a
viabilidade e adequação do imóvel para funcionamento como Albergue da Juventude
emitindo sugestões para o aproveitamento e adaptação da estrutura física do imóvel
e melhorias necessárias. Após o envio de carta informando da possibilidade de
abertura ou não, o proprietário deverá solicitar uma visita técnica de um responsável,
para análise do imóvel.
Caso as condições sejam favoráveis e o empreendimento cumpra todas as
normas e requisitos, o mesmo enviará uma solicitação de credenciamento (ANEXO
D) à FBAJ, e posteriormente a FBAJ enviará o documento de credenciamento e a
placa oficial "Hostelling International" que deverá ser afixada na entrada do Albergue
da Juventude (SEBRAE, 2005).
Segundo a FBAJ (2005), além de cumprir as exigências físicas e funcionais
para a obtenção do credenciamento, os Albergues interessados também devem ser
avaliados de acordo com alguns procedimentos adotados pela FBAJ, tais como: o
imóvel deve estar situado em município de interesse turístico, em local de fácil
acesso; o empreendimento deverá ser construído ou adaptado para uso permanente
e exclusivo como Albergue; e, se no local onde deverá funcionar o novo Albergue
existir outros Albergues da Juventude credenciados a rede, estes serão consultados
a fim de se analisar se o destino turístico em questão comporta mais um
estabelecimento, sem que prejudique a taxa de ocupação dos outros membros. Com
isso, percebe-se que não basta o Albergue interessado em filiar-se à Rede, cumprir
os pré-requisitos, pois é necessário analisar uma série de fatores que vão além de
exigências físicas e funcionais.
Depois de verificado que o albergue da juventude atende às normas para o
credenciamento, é necessário classificá-lo de acordo com a FBAJ. Para isso, é
utilizado uma Planilha de Classificação a fim de verificar em que nível ele se
encontra – Bom ou Muito Bom – caso o Albergue esteja no nível Bom e queira se
enquadrar no nível Muito Bom, ele terá 03 (três) meses para fazer as adaptações
sugeridas pela FBAJ.
Essas categorias são estabelecidas pela pontuação que o empreendimento
alcança no período de vistoria para o credenciamento do novo albergue a FBAJ. A
pontuação é dada em relação ao cumprimento das normas estabelecidas, conforto
dos hostels, estrutura física, atendimento, funcionamento da recepção etc, ou seja, o
albergue em questão vai recebendo a pontuação de acordo com o nível de serviço e
estrutura que ele oferece aos seus hóspedes.
Na Tabela 1 é possível visualizar a pontuação necessária para a
classificação nos três níveis: Regular, Bom e Muito Bom.
TABELA 1 – Classificação por categoria segundo padrão de qualidade e serviços
CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
MUITO BOM 380 a 476 Pontos
BOM 285 a 379 Pontos
REGULAR 95 a 284 Pontos
FONTE: GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – HI Hostel. In: TRIGO, Luiz Gonzaga Godoy (Org.). Análises Regionais e Globais do Turismo Brasileiro. 1 ed. São Paulo: Editora Roca, p. 423-436.
5 METODOLOGIA APLICADA
Para um melhor entendimento acerca do tema abordado, foram feitas
inicialmente consultas a bibliografias especializadas, artigos de internet, e órgãos
como a BAHIATURSA e FBAJ (Federação Internacional de Albergues da
Juventude), a fim de levantar informações sobre o destino Brasil, mas precisamente
a Bahia, o produto hoteleiro e seus meios de classificação, o turismo alternativo e os
Albergues da Juventude, assim como suas formas de credenciamento junto a FBAJ.
Paralelamente, foi realizada uma pesquisa exploratória no Centro Histórico
de Salvador e na Barra a fim de catalogar os Albergues da Juventude não
credenciados a FBAJ existentes nestas localidades, uma vez que nem todos os
Albergues estão cadastrados pela BAHIATURSA. Não foram levados em
consideração empreendimentos que não possuem essa nomenclatura, mesmo que
neles existissem quartos coletivos, com o objetivo de delimitar o universo da
pesquisa.
A escolha dos albergues estudados levou em consideração a disposição
dos donos ou responsáveis desses estabelecimentos em participar da pesquisa e a
sua localização, optando-se por restringir a pesquisa aos bairros do Centro Histórico
e da Barra, por serem pontos que concentram a maioria dos albergues existentes na
cidade de Salvador.
Segundo a BAHIATURSA (2005) existem na cidade de Salvador 12 (doze)
estabelecimentos de hospedagem funcionando como Albergues da Juventude, nos
bairros do Centro Histórico e Barra. A pesquisa exploratória constatou a existência
de 12 (doze), porém alguns são diferentes dos catalogados pela BAHIATURSA.
Por meio da pesquisa exploratória realizada com visita “in loco” no Centro
Histórico foi constatada a existência de 08 (oito) estabelecimentos: Albergue do
Carmo, Albergue da Juventude Solar, Albergue do Passo, Albergue da Juventude do
Pelô, Albergue dos Anjos, Hostel Albergue da Amizade, Laranjeiras Hostel e
Albergue Hostel São Jorge. Desses, não está presente na lista da BAHIATURSA o
Hostel Albergue da Amizade. Além disso, na lista de Albergues existentes no Centro
Histórico, a BAHIATURSA (2005) aponta o Albergue Don Vilche, que se encontra
fechado.
Em relação ao bairro da Barra, foi realizado um levantamento em sites e
guias relacionados aos meios de hospedagem para verificar a existência desse tipo
de hospedagem extra-hoteleira. Com essa pesquisa detectou-se 04 (quatro)
Albergues da Juventude no bairro da Barra: Hostel Barra, Albergue Jardim Brasil,
Albergue Casa da Barra e Albergue do Porto. Com esse levantamento constatou-se
a existência de 12 (doze) Albergues localizados no Centro Histórico e na Barra.
Estabeleceu-se contato com os 12 (doze) albergues identificados, sendo 03
(três) desses credenciados a IYHF, para a aplicação das entrevistas (APÊNDICE A e
B) e questionários (APÊNDICE C), contudo só foi possível pesquisar 07 (sete)
estabelecimentos dessas localidades, uma vez que 01(um) albergue encontra-se em
reforma, 03 (três) não se disponibilizaram a participar da pesquisa e 01 (um) não
está mais operando como um Albergue da Juventude.
Dessa forma, a pesquisa foi realizada com uma amostra de 07 (sete)
albergues: Laranjeiras Hostel e Hostel Barra, ambos credenciados, Albergue da
Juventude Pelô, Albergue da Juventude Solar, Albergue Hostel São Jorge, Albergue
do Passo e Albergue Jardim Brasil.
Primeiramente, buscou-se contato com os Albergues credenciados a fim de
obter maiores informações sobre o processo de credenciamento junto a FBAJ.
Junto aos estabelecimentos onde foi possível fazer a pesquisa, aplicou-se
questionários, elaborados com base no Manual de Credenciamento da FBAJ
(2005)13 - que fornece orientações básicas para abertura e operacionalização de um
Albergue da Juventude ideal - com o intuito de identificar até que ponto os Albergues
pesquisados atendem aos critérios da FBAJ. Entrevistas semi-estruturadas
(APÊNDICES A e B) também foram aplicadas aos proprietários ou representantes
dos albergues.
Buscou-se por meio das entrevistas e questionários levantar os critérios de
credenciamento estabelecidos pela FBAJ que, na visão dos albergues, representam
um maior grau de dificuldade para a sua adaptação, bem como o interesse dos
mesmos em vir a filiar-se a FBAJ.
Para facilitar a análise dos resultados, os Albergue Credenciados foram
identificados pelos números 1 e 2, e os Albergues Não Credenciados foram
identificados pelas letras A, B, C, D e E.
_______________
13 O Manual de Credenciamento foi concedido à <[email protected]>, em 05 mai. 2005, através de Mensagem Pessoal.
6 RESULTADOS DA PESQUISA
Os 02 (dois) albergues credenciados pesquisados estão classificados como
Muito Bom, maior nível de classificação da FBAJ, e ao serem questionados sobre
as vantagens que o credenciamento junto a FBAJ pode trazer ao estabelecimento,
os dois albergues afirmam que é o aumento da procura pelos turistas, uma vez que,
sendo credenciados à uma entidade internacional eles assumem um nível de
qualidade e estrutura superior aos que não são. Além disso, com o credenciamento
os albergues ficam mais conhecidos, já que são catalogados no site mundial da
Rede e em vários guias.
Com relação ao grau de dificuldade do cumprimento das exigências para o
credenciamento, apenas 01 (um), o Albergue 2, diz ter havido necessidade de se
adaptar, pois seus recepcionistas não falavam inglês e não possuíam serviço de
internet. Com relação a estrutura, esse albergue teve que construir mais 01 (um)
banheiro, a fim de possuir um banheiro feminino e outro masculino. Já o Albergue 1,
afirma que desde a sua fundação já pretendia se filiar a HI, e que desde então foi
fazendo as adaptações necessárias para que quando o pedido de credenciamento
fosse realizado eles já estivem funcionando de acordo com as exigências e critérios
estabelecidos pela FBAJ, para que não houvesse dificuldade.
Através das entrevistas realizadas com os Albergues da Juventude
credenciados a FBAJ, constatou-se que alguns critérios não são tão rígidos e que
alguns procedimentos não acontecem da forma que está estabelecida no Manual de
Credenciamento. Um exemplo disso é a vistoria anual que a FBAJ realiza aos
Albergues da Juventude, marcada com antecedência e que não acontece
repentinamente como estabelecido no Manual da FBAJ. Segundo os albergues, os
inspetores da FBAJ ligam para comunicar o dia em que irão chegar ao
estabelecimento e caso as normas não estejam sendo totalmente cumpridas, os
albergues tem um prazo, que pode ser de 01 (um) ano, para se adequar novamente
ao critério, e caso isso não ocorra, ele será descredenciado.
Em relação ao credenciamento de novos albergues à Rede, os albergues
credenciados pesquisados afirmam que a FBAJ entra em contato com os já
existentes na localidade, a fim de saber se um novo estabelecimento não iria
influenciar negativamente a taxa de ocupação dos mesmos. Segundo os
entrevistados, Salvador não comporta mais nenhum estabelecimento ligado à Rede,
pois a consideram uma cidade ‘relativamente pequena’ e que 03 (três) Albergues
com a marca da HI já é o suficiente.
Uma exigência da FBAJ é que o estabelecimento possua alvará de
funcionamento expedido pela Prefeitura, sem o qual nenhum estabelecimento
deveria funcionar, e Registro na EMBRATUR. Assim, dos albergues não
credenciados pesquisados somente 01 (um), o Albergue E, não a possui, mas o
entrevistado afirma já estar em andamento o processo de licenciamento. Com
relação ao Registro da EMBRATUR, somente 02 (dois) estabelecimentos não
credenciados o possuem, os Albergues B e C, e os outros afirmam estar
providenciando (TABELA 2).
TABELA 2 – Registro Legal dos albergues não credenciados
ALBERGUES
ITENS A B C D E
Alvará de funcionamento da Prefeitura X X X X
Registro da EMBRATUR X X
Nos albergues não credenciados, observa-se que os proprietários dos
estabelecimentos não conhecem completamente a filosofia da HI e definem a FBAJ
uma organização muito fechada, já que consideram existir política muito rígida,
exigindo muito de seus membros e oferecendo pouco.
Ao serem questionados sobre o interesse no credenciamento, e qual seria a
dificuldade encontrada em relação ao cumprimento das normas, as respostas foram
variadas, a saber:
a) Em um albergue pesquisado, o Albergue A, o proprietário afirma já ter
sido credenciado a FBAJ. Ele afirma ter deixado de ser credenciado por
não concordar com algumas normas da FBAJ. Segundo ele, o fato de os
albergues terem um preço máximo estabelecido pela FBAJ atrapalha,
pois ele considera que muitas vezes o preço a ser cobrado é pouco para
o serviço oferecido. O entrevistado pretende fazer uma reunião com
todos os albergues da região do Centro Histórico a fim de criar uma
associação de albergues independentes. Ele pretende também
convencer os albergues que são credenciados a deixarem de ser, para
que desse modo a nova associação possa enfraquecer a FBAJ e se
torne um referencial entre os albergues.
A informação sobre este estabelecimento já ter sido credenciado diverge
dos dados fornecidos pela Federação, que afirma não ter possuído no seu quadro
de credenciados este estabelecimento.
b) Um dos estabelecimentos, o Albergue B, já foi credenciado, deixando de
ser devido a falta de cumprimento às exigências da entidade. A
proprietária afirma não possuir mais interesse em voltar a se credenciar
e que está “se virando muito bem sem ela”(sic). Além disso, ela
considera a FBAJ “muito politizada e que só se dá bem com ela que tem
pistolão lá dentro”(sic).
c) Outros 02 (dois) albergues, os Albergues C e E, já manifestaram
interesse em se credenciar, porém a FBAJ alegou que Salvador já
possuía 03 (três) albergues credenciados e não comportaria mais
nenhum. Os proprietários afirmam que a FBAJ não analisou a situação
dos albergues, sua estrutura física, sua taxa de ocupação ou outros
fatores. Logo que recebeu a solicitação de credenciamento a FBAJ
alegou não ter interesse em credenciar outros albergues em Salvador.
Um dos entrevistados, o proprietário do Albergue C, salienta que hoje,
com a sua experiência, não aceita algumas regras do alberguismo, como
por exemplo, deixar o hóspede utilizar a cozinha coletiva sem pagar uma
taxa pelo uso ou qualquer outro serviço que tenha que ser oferecido
gratuitamento ao hóspede. Devido a isso, ele não possui interesse no
credenciamento. Já o proprietário do Albergue E, considera existir falta
de fiscalização da FBAJ em relação aos albergues que são
credenciados, pois segundo ele, os albergues credenciados não
respeitam as regras que são impostas pela FBAJ e mesmo assim
continuam credenciados.
d) Já o proprietário do Albergue D, por enquanto, não possui interesse no
credenciamento. Por ter pouco tempo de funcionamento, ainda não tem
segurança sobre a continuidade do empreendimento. Ele considera
significativo a filiação junto a FBAJ, uma vez que sendo filiado a rede o
estabelecimento possui reconhecimento e visibilidade internacional.
Ao analisarmos as respostas obtidas, percebe-se que não há interesse atual
entre os proprietários de Albergues da Juventude em se filiar a FBAJ. Contudo, a fim
de verificar se esses albergues possuem condições de se enquadrar, ou teriam
condições de se adaptar às exigências da FBAJ, caso o atendimento aos critérios
físicos e funcionais fossem os únicos fatores que determinassem o credenciamento
do estabelecimento, foram também aplicados questionários com os mesmos. Esses
questionários também foram aplicados com os albergues credenciados no intuito de
observar se os mesmos continuam atendendo todos os itens necessários ao
credenciamento. Sendo assim, na análise dos quesitos Estrutura, Serviços
Obrigatórios e Serviços Desejáveis dos estabelecimentos não credenciados, serão
feitas observações com relação aos itens que os albergues credenciados deixam de
atender.
Com relação a análise da estrutura física dos 05 (cinco) estabelecimentos
não credenciados, constatou-se que:
a) Todos os albergues possuem hall de entrada e recepção, e que esta
funciona 24h, tendo sempre alguém à noite para atender aos hóspedes.
Nos Albergues A e D, o responsável pelo controle do estabelecimento à
noite é o próprio proprietário, uma vez que eles moram no albergue;
b) Em todos os albergues são encontrados quartos coletivos, com a maioria
dos armários localizados dentro do próprio quarto. Nos quartos também
são encontrados cestos de lixo e travesseiros. Nos Albergues A e B não
existe ventilador e os quartos não possuem janelas suficientes a fim de
facilitar a circulação de ar. Apenas no Albergue E existem quartos com
ar-condicionado;
c) Os Albergues A e B não possuem quarto de casal e dos 03 (três)
estabelecimentos que possuem, somente o Albergue D oferece quarto
de casal com banheiro. O Albergue E oferece quartos de casal com ar-
condicionado;
d) Em todos os albergues caso uma família queira hospedar-se, é alojada
no quarto coletivo, se o mesmo estiver disponível, tornando-se um
quarto familiar;
e) Em 02 (dois) dos estabelecimentos existem quartos para funcionários,
nos Albergues A e E, uma vez que, os proprietários moram no local. No
Albergue D, o escritório do Albergue funciona no quarto do proprietário.
Com relação aos albergues credenciados pesquisados verificou-se que
não existem quartos para funcionários. Os entrevistados alegam que
esse tipo de quarto não existe devido ao fato dos funcionários não
dormirem no estabelecimento.
f) Somente 01 (um) albergue, o Albergue E, oferece quarto exclusivo para
guias acompanhantes ou motoristas, mas constatou-se que essa
exigência da FBAJ não é cumprida pelos albergues credenciados
pesquisados;
g) Com relação ao número de sanitários coletivos, a quantidade é
insuficiente para o número de leitos em todos os estabelecimentos não
credenciados pesquisados. Esse dado foi constatado por meio de um
cálculo Peça/Leito (TABELA 3) que a FBAJ utiliza para se obter o
número mínimo de peças nos banheiros coletivos;
TABELA 3 - Cálculo Peça/Leito
PEÇAS SANITÁRIO MASCULINO SANITÁRIO FEMININO
1 lavatório 4 a 6 leitos 4 a 6 leitos
1 vaso 6 a 8 leitos 6 a 8 leitos
1 chuveiro 8 leitos 8 leitos
FONTE: Manual de Credenciamento concedido à <[email protected]>, em 05 mai. 2005, através de Mensagem Pessoal).
h) Todos os estabelecimentos possuem área de estar e lazer, equipadas
com televisão, sendo que 03 (três) possuem TV a cabo. Em 03 (três), o
hóspede tem a disposição aparelhos de som. Em 04 (quatro)
estabelecimentos o hóspede também tem a disposição jogos, como
baralho, dominó, dama e em 01 (um) deles existe uma mesa de Totó
para uso do hóspede;
i) Em todos os albergues são encontrados cozinha e local para refeições.
Porém, a cozinha utilizada pelo hóspede é a mesma que a utilizada
pelos funcionários para preparar o café da manhã em 04 (quatro) dos
estabelecimentos pesquisados, os Albergues A, B, D e E. Todas
possuem equipamentos para preparo de refeições e 02 (duas) delas, dos
Albergues A e C, não se encontram em bom estado de conservação;
j) Os 05 (cinco) albergues possuem rouparia, depósito, despensa,
reservatório de água e equipamentos de extinção de incêndio, porém
somente em 02 (dois) estão em bom estado de conservação e
manutenção;
k) Todos os albergues pesquisados possuem lavanderia, que o hóspede
pode utilizar gratuitamente. E 03 ( três) possuem máquinas de lavar e
secar roupas. Caso o hóspede queira utilizá-las, eles devem pagar uma
taxa para que o albergue faça o serviço;
l) Possuir bebedouro é mais uma exigência da FBAJ e somente 03 (três)
estabelecimentos possuem. Verificou-se que esse item só é atendido por
01 (um) dos albergues credenciados pesquisados, o Albergue 1;
m) Nenhum dos pesquisados possui uma sala que funcione como gerência
ou escritório. Em 04 (quatro) deles a recepção também funciona como
gerência e em 01(um), o quarto do proprietário, que mora no albergue,
funciona, caso seja preciso, como gerência.
Para melhor entendimento, e afim de facilitar uma comparação entre os
albergues não credenciados (identificados pelas letras A, B, C, D e E) e o que de
fato é cumprido pelos albergues credenciados (identificados pelos números 1 e 2),
esses dados podem ser melhor visualizados na TABELA 4, onde estão relacionados
os itens analisados nos questionários aplicados aos estabelecimentos.
TABELA 4 – Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação a Estrutura dos albergues
ALBERGUES
ITENS 1 2 A B C D E
Hall de Entrada e Recepção X X X X X X X
Quartos Coletivos X X X X X X X
Quartos de Casal X X X X X
Quarto para Família X X
Quarto para Funcionários X X
Quarto para Guias ou Motoristas X
Sanitários Coletivos X X X X X X X
Área de Estar e Lazer X X X X X X X
Cozinha e Local para Refeições X X X X X X X
Rouparia, Depósito, Despensa, Reservatório de Água e Equipamentos de Extinção de Incêndio
X X X X X X X
Lavanderia X X X X X X X
Bebedouros X X X X
Sala para Gerência/Escritório X x
TOTAL 11 10 8 8 9 10 9
TOTAL PERCENTUAL 84,6% 76,9% 61,5% 61,5% 69,2% 76,9% 69,2%
Todos os albergues assinalados com um ‘X‘ atendem o item relacionado, e as cores correspondem a seguinte legenda:
Alguns possuem ar-condicionado Com pouca ventilação
Possui banheiro privativo
Quartos adaptados quando necessário
Quarto funciona também como escritório
Quantidade insuficiente
Péssimo estado de conservação
Possui máquinas de lavar e secar
Albergues Não Credenciados
Albergues Credenciados
Dos itens analisados com relação à estrutura, observa-se que nenhum
albergue atende a todos (13 itens). Percebe-se que o Albergue 1, atende a um maior
número e exigências, totalizando 84,6%. Além disso, o Albergue D, atende à mesma
quantidade de itens que o Albergue 2, possuindo, assim, maiores condições de se
adaptar às exigências, pois atende a 10 (dez) delas, o que dá um total de 76,9%.
Através da análise dos itens atendidos com relação a Estrutura Física dos
empreendimentos, verifica-se a falta de espaço nos estabelecimentos para que
reformas sejam realizadas.
Já em relação aos serviços obrigatórios que os Albergues da Juventude
precisão oferecer aos hóspedes para se credenciar a FBAJ, os resultados
relacionados aos albergues não credenciados são os seguintes:
a) 04 (quatro) estabelecimentos servem café da manhã, os Albergues B, C,
D e E, porém apenas 03 (três), os Albergues B, C e D, incluem esse
serviço na diária e o café da manhã é servido em forma de buffet. No
Albergue E esse serviço é opcional e o hóspede pode comprar um kit de
café da manhã composto por 02 (dois) pães, café, leite, queijo e
presunto. O Albergue A, que não possui esse tipo de serviço alega que
os hóspedes preferem comprar fora o que vão comer;
b) Em todos os albergues a roupa de cama está incluas na diária, porém,
em 02 (dois) estabelecimentos, nos Albergues D e E, caso queiram uma
tolha de banho, os hóspedes terão que alugá-la. Essa situação também
foi verificada nos albergues credenciados;
c) Os 05 (cinco) albergues oferecem serviço de cofre e guarda volume aos
hóspedes e os Albergues D e E cobram esse serviço. Em 01 (um) dos
albergues credenciados, o Albergue 1, esse serviço também é pago;
d) Os hóspedes, em todos os estabelecimentos, preenchem uma Ficha
Nacional de Registro de Hóspede (FNRH), porém somente 02 (dois) , os
Albergues B e E, possuem um Sistema Informatizado no Albergue, onde
existe um cadastro de todos os hóspedes. Os outros albergues guardam
as Fichas dos Hóspedes em um arquivo morto, para uma posterior
consulta, caso seja necessário. Esse fato impossibilitou fazer uma
comparação entre a taxa de ocupação dos albergues credenciados com
os albergues não credenciados, um dos objetivos da pesquisa, já que 03
(três) dos albergues que não possuem um Sistema Informatizado não
possuem uma ferramenta que calcule a taxa de ocupação e os 02 (dois)
estabelecimentos informatizados, não possuem essa função em seus
sistemas;
e) O Albergues B e E não oferecem o serviço de lavanderia, ficando a
cargo do hóspede a lavagem de suas roupas. O Albergue Credenciado
número 2 também não oferece esse tipo de serviço, pois alega que na
região em que está localizado o albergue existam muitas lavanderias;
f) Em todos os estabelecimentos a cozinha é aberta aos alberguistas,
porém, um dos proprietários entrevistados, a proprietária do Albergue C,
afirma não incentivar seu uso, pois, segundo ele, os alberguistas não
sabem utilizar os utensílios e equipamentos de forma adequada;
g) Com relação a informações turísticas da região, todos os entrevistados
afirmam que seus funcionários estão aptos a fornecê-las. Todos os
estabelecimentos também possuem murais com informações sobre o
Albergue e eventos da cidade;
h) Dos albergues pesquisados, 04 (quatro), os Albergues B, C, D e E,
possuem caixa de primeiros socorros, para uma eventual emergência.
Para se estabelecer um padrão, os dados relacionados aos Serviços
Obrigatórios podem ser melhor analisados na TABELA 5 e da mesma forma, para
um melhor entendimento, e a fim de facilitar uma comparação entre os albergues, os
Albergues Não Credenciados foram identificados pelas letras A, B, C, D e E e os
Albergues Credenciados pelos números 1 e 2.
TABELA 5 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Obrigatórios oferecido pelos albergues
ALBERGUES
ITENS 1 2 A B C D E
Café da Manhã X X X X X X
Roupa de Cama e Toalha X X X X X X X
Cofre e Guarda Volume X X X X X X X
Ficha Nacional de Registro de Hóspede X X X X X X X
Serviço de Lavanderia X X X X
Cozinha Aberta ao Alberguista X X X X X X X
Informações Turísticas da Região X X X X X X X
Caixa de Primeiros Socorros X X X X X X
TOTAL 8 7 6 7 8 8 7
TOTAL PERCENTUAL 100% 87,5% 75% 87,5% 100% 100% 87,5%
Todos os albergues assinalados com um ‘X‘ atendem o item relacionado, e as cores correspondem a seguinte legenda: Cobram taxa extra pelo serviço
Sistema Informatizado
Cobram taxa extra pela toalha de banho Albergues Credenciados
Albergues Não Credenciados
Incluso na Diária
Dos itens analisados com relação aos serviços obrigatórios que um
albergue credenciado deve oferecer aos seus hóspedes, observa-se que dos
albergues credenciados apenas o Albergue 1 atende a todas as exigências.
Com relação aos albergues não credenciados, percebe-se que 02 (dois)
albergues, os Albergues C e D, atendem à totalidade das exigências estabelecidas
pela FBAJ, sendo que um deles, o Albergue D, atende à maior parte dos itens em
relação a estrutura, o Albergue D.
Os Albergues B e E, atendem a 87,5% dos itens, mesma quantidade
atendida pelo Albergue 2. Com isso, Os demais albergues teriam condições de
credenciamento, porém com menor chance que os Albergues C e D.
Além da Estrutura e dos Serviços mínimos e obrigatórios que um Albergue
da Juventude, interessado em se credenciar a FBAJ deve atender, existem os
Serviços Desejáveis, também necessários para a obtenção do credenciamento.
Com relação a esses serviços constatou-se com a pesquisa que dos 05
(cinco) albergues não credenciados pesquisados:
a) Todos possuem telefone público dentro do albergue, a fim de facilitar o
uso pelo hóspede;
b) Nenhum dos albergues possui caixa de correios, porém, 03 (três)
estabelecimentos, os Albergues C, D e E, afirmam entregar a
correspondência nos Correios caso o hóspede solicite;
c) Nos Albergues C, D e E os hóspedes podem comprar água, refrigerante,
cartão telefônico e selos. Os outros albergues não vendem esses e
outros produtos por considerarem que os hóspedes não teriam interesse;
d) Apenas 01 (um) albergue, o Albergue D, serve lanches rápidos ou
refeições aos seus hóspedes. Em 01 (um) dos albergues credenciados,
o Albergue 2, o entrevistado afirma que só oferece esse serviço na alta
estação;
e) Nenhum albergue aluga equipamentos esportivos ou de praia aos seus
hóspedes. Esse tipo de serviço também não é oferecido pelos albergues
credenciados;
f) Nenhum dos estabelecimentos presta serviços turísticos, mas eles
indicam terceiros para transfer In/out, passeios na cidade e city tour by
night;
g) Apenas 02 (dois) albergues, os Albergues B e E, possuem um Sistema
Informatizado;
h) Todos os albergues elaboram e confeccionam folheteria em português e
inglês.
Esses itens podem ser analisados na TABELA 6, que da mesma forma que
as Tabelas 4 e 5, apresenta os itens que são atendidos pelos albergues
credenciados e os albergues não credenciados.
TABELA 6 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Desejáveis oferecido pelos albergues
ALBERGUES
ITENS 1 2 A B C D E
Telefone Público X X X X X X X
Caixa de Correios X X
Vender Produtos como Água Mineral, Refrigerante, Cartão Telefônico e Selos.
X X X X X
Servir Lanches Rápidos ou Refeições X X
Alugar Equipamentos Esportivos ou de Praia
Prestação de Serviços Turísticos ou Indicação a Terceiros
X X X X X X X
Sistema Informatizado X X X X
Elaborar e Confeccionar Folheteria em Inglês e Português
X X X X X X X
TOTAL 7 6 3 4 4 5 5
TOTAL PERCENTUAL 87,5% 75% 37,5% 50% 50% 62,5% 62,5%
Todos os albergues assinalados com um ‘X‘ atendem o item relacionado, e as cores correspondem a seguinte legenda:
Dos itens relacionados aos serviços desejáveis que um albergue filiado à
FBAJ deve oferecer, verifica-se que nenhum dos albergues credenciados atende a
100% dos itens.
Com relação aos albergues não credenciados, nenhum se iguala ou supera
a quantidade de itens atendidos pelos credenciados. Os albergues que mais se
Entregam a correspondência caso seja solicitado pelo hóspede
Albergues Não Credenciados
Albergues Credenciados
aproximam são os Albergues D e E, ambos com 62,5% dos itens atendidos. Mais
uma vez, o Albergue D, que atende a uma maior quantidade de itens relacionados a
estrutura e aos serviços obrigatórios, se destaca.
Na Figura 2, verifica-se a análise geral dos Itens relacionados a Estrutura,
Serviços Obrigatórios e Serviços Desejáveis atendidos pelos 07 (sete) albergues
pesquisados.
FIGURA 2 - Gráfico comparativo entre a quantidade de itens, relacionados aos quesitos Estrutura, Serviços Obrigatórios e Serviços Desejáveis, cumpridos pelos albergues
Considerando-se a pontuação média entre a percentagem de critérios
atendidos pelos estabelecimentos (TABELA 7), conclui-se que dos Albergues Não
Credenciados o Albergue D é o que tem maior probabilidade de conseguir o
credenciamento, com 79,8% dos itens atendidos, seguido pelos Albergues C e E,
ambos com 73,1% dos itens. Os Albergues B, com 66,3% dos itens, e o Albergue A,
com 58%, são os que atendem a um menor número de itens. Além disso, na média
geral, verifica-se que o Albergue D atende a mesma quantidade de itens que o
02040
6080
100
% DE ADEQUAÇÃO
ÀS EXIGÊNCIAS
1 2 A B C D E
ALBERGUES
ESTRUTURA SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS SERVIÇOS DESEJÁVEIS
Albergue 2, porém em proporções diferentes nos quesitos relacionados aos serviços
obrigatórios e aos serviços desejáveis, já que: no quesito estrutura, o Albergue D se
iguala ao Albergue 2; no quesito relacionado aos serviços obrigatórios o Albergue D
ultrapassa o Albergue 2; e em relação aos serviços desejáveis o Albergue D oferece
menos que o Albergue 2.
TABELA 7 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues
ALBERGUE
CRITÉRIO 1 2 A B C D E
ESTRUTURA 84,6% 76,9% 61,5% 61,5% 69,2% 76,9% 69,2%
SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS
100% 87,5% 75% 87,5% 100% 100% 87,5%
SERVIÇOS DESEJÁVEIS
87,5% 75% 37,5% 50% 50% 62,5% 62,5%
MÉDIA 90,7% 79,8% 58% 66,3% 73,1% 79,8% 73,1%
Na análise da Tabela 7 também verifica-se que, caso o quesito Serviços
Desejáveis não fosse somado aos quesitos Estrutura e Serviços Obrigatórios, os
Albergues D e C atenderiam, respectivamente, a um maior número de itens que o
Albergue 2 (TABELA 8) . Nesse caso, verifica-se que o quesito Serviços Desejáveis
é o responsável pela baixa pontuação média obtida pelos albergues pesquisados e
que se ele não fosse levado em consideração, a pontuação média obtida pelos
Albergues pesquisados seria superior a média obtida na Tabela 7.
TABELA 8 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues considerando os quesitos relacionados à Estrutura e Serviços Obrigatórios
ALBERGUE
CRITÉRIO 1 2 A B C D E
ESTRUTURA 84,6% 76,9% 61,5% 61,5% 69,2% 76,9% 69,2%
SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS
100% 87,5% 75% 87,5% 100% 100% 87,5%
MÉDIA 92,3% 82,2% 68,2% 74,5% 84,6% 88,4% 78,35%
O atendimento de todos os itens relacionados à Estrutura, Serviços
Obrigatórios e Serviços Desejáveis são necessários para que um albergue obtenha
o credenciamento junto à FBAJ. A qualidade ou o grau de diferenciação na
prestação de serviços que um estabelecimento oferece ao hóspede o auxilia a
alcançar o maior nível de classificação da entidade – Muito Bom.
Todos os albergues credenciados pesquisados estão classificados como
Muito Bom, porém percebe-se que nenhum dos 02 (dois) estabelecimentos atendem
100% dos itens.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A hipótese que sustentava esta pesquisa era de que a maioria dos
Albergues não são credenciados a FBAJ devido ao grau de dificuldade em atender
as exigências estipuladas pela FBAJ com relação à infra-estrutura e aos serviços, ao
pagamento de uma taxa de manutenção da marca e a necessidade de registro junto
à EMBRATUR, além da falta de interesse dos proprietários em se adequar às
normas de serviços da FBAJ.
Contudo, percebeu-se que o credenciamento de um albergue junto a FBAJ
é condicionado por fatores que vão além do cumprimento às exigências estipuladas
no Manual de Credenciamento da entidade, como o estabelecimento estar
localizado em município de interesse turístico e de fácil acesso, e haver demanda
para um novo empreendimento ligado à Rede, constatado através de uma reunião
entre os albergues já credenciados a fim de analisar a possibilidade de um novo
credenciamento com anuência dos mesmos.
Pelo que foi constatado nas entrevistas junto aos albergues credenciados
pesquisados e com membros da Associação de Albergues da Juventude do Estado
do Rio de Janeiro (ALBERJ), caso um albergue interessado no credenciamento
possua uma boa taxa de ocupação a FBAJ não toma conhecimento, pois ao invés
de checar as condições do estabelecimento interessado, a Federação reúne-se com
os membros para verificar a possibilidade de um novo participante. Com essa atitude
a FBAJ desestimula a disseminação da marca Hostelling International baseada em
critérios subjetivos. A preocupação dos albergues federados com a ocupação média
não se mostra clara, embora não se tenha podido analisá-la como proposto.
Considerando que a maioria dos albergues já está em funcionamento, o
credenciamento poderia demonstrar um aumento da qualidade da oferta de
hospedagem no Centro Histórico ou na Barra, evidenciando a diferenciação entre
credenciados e não credenciados.
Com relação ao grau de dificuldade de cumprimento dos critérios de
estrutura e de serviços pelos albergues não credenciados, verificou-se a falta de
espaço nos estabelecimentos para que reformas possam ser feitas a fim de atender
as exigências, o que dificultaria o processo, e que em relação às exigências
relacionadas aos serviços indicados pela Federação, os albergues deixam de
atendê-las por não se interessarem em se diferenciar do mercado para atrair uma
maior clientela.
Mediante as visitas aos estabelecimentos extra-hoteleiros e os resultados
dos questionários aplicados, percebeu-se que os credenciados possuem uma maior
preocupação em satisfazer as necessidades e desejos dos hóspedes do que os que
não possuem o credenciamento. Essa atitude pode ser condicionada pela falta de
especialização e conhecimentos específicos do funcionário para o trato com o
público e a despreocupação dos proprietários em manter uma boa imagem perante
seu cliente externo.
O pagamento de uma taxa de manutenção da marca e a necessidade de
registro junto à EMBRATUR, não são fatores que influenciem o interesse dos
estabelecimentos em se credenciar a FBAJ. Em geral, os albergues não
credenciados não se interessam em filiar-se a FBAJ, devido à dificuldade imposta
pela Federação em permitir a entrada de novos membros ou pelo fato de a
considerarem uma entidade politizada e fechada, embora não apresentem nenhum
fato que justifique essa visão.
Constata-se que, caso o atendimento aos critérios físicos e funcionais
impostas pela FBAJ para a obtenção de credenciamento de um estabelecimento
fossem os únicos fatores que levassem um albergue a obter a filiação, os Albergues
da Juventude localizados na Barra e no Centro Histórico teriam poucas
possibilidades de obter o credenciamento. Somente 01 (um) dos estabelecimentos
não credenciados, o Albergue D, se iguala a 01 (um) dos albergues credenciados , o
Albergue 2, em quantidade de itens atendidos. Porém, caso o quesito Serviços
Desejáveis não fosse levado em consideração, 02 (dois) Albergues, os Albergues C
e D, atenderiam a um maior número de itens que o Albergue 2. Sendo assim,
conclui-se que o quesito Serviços Desejáveis é o responsável pela diferenciação
obtida pelos albergues pesquisados e que se ele não fosse levado em consideração,
um maior número de albergues teria melhores condições de obter o credenciamento.
Além disso, para se filiar os proprietários dos Albergues não credenciados teriam
que fazer algumas mudanças nos seus estabelecimentos, como construir banheiros,
fazer manutenção de espaços físicos e equipamentos, qualificar melhor seus
funcionários e separar as funções exercidas por eles.
Um aspecto relevante e que não pôde ser analisado, devido à escassez de
tempo e recursos para o desenvolvimento desta pesquisa, é a qualidade percebida e
a preferência dos hóspedes em relação aos dois tipos de albergues, os
credenciados e os independentes, pois a partir destas informações os proprietários
destes estabelecimentos poderiam avaliar melhor a situação de seus
estabelecimentos e se conscientizarem da necessidade, caso ela exista, de reverter
a situação.
Com o desenvolvimento desta pesquisa, chegou-se a conclusão que os
proprietários de estabelecimentos de hospedagem devem procurar satisfazer o
hóspede através de serviços qualificados e uma boa infra-estrutura. Isso torna-se
necessário à medida que há um número crescente de meios de hospedagem nas
regiões pesquisadas, principalmente relacionados aos albergues - credenciados à
IYHF ou independentes - hospedagem extra-hoteleira que vem atraindo um número
cada vez maior de hóspedes.
Essa pesquisa contribui com um maior conhecimento a cerca do tema
abordado, uma vez que existem poucas pesquisas e publicações relacionadas ao
alberguismo. Verifica-se a necessidade de outros trabalhos relacionados ao tema e a
estrutura hoteleira da região e da cidade de Salvador para que o Turismo possa ser
um fator de desenvolvimento sustentável e permanente.
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A
ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA PARA
OS ESTABELECIMENTOS CREDENCIADOS
ENTREVIASTADO(A): 1. Nome do Estabelecimento: 2. Endereço: 3. Telefone: 4. E-mail: 5. Nome do Proprietário: 6. Data de Fundação: 7. Perfil dos clientes (faixa etária, nacionalidade): 8. Número de Funcionários (alta e baixa estação):
a. Eles possuem alguma qualificação: 9. Qual a Tarifa cobrada na Alta e na Baixa Estação? 10. O imóvel onde funciona o estabelecimento é próprio? 11. O estabelecimento possui Alvará de funcionamento? Possui Registro na
EMBRATUR? 12. Por que o(a) senhor(a) optou pelo credenciamento? 13. Há quanto tempo o estabelecimento é filiado à FBAJ? 14. Como foi o processo de credenciamento? Qual foram as exigências mais
difíceis de serem cumpridas? 15. Existem três Albergues credenciados a FBAJ aqui em Salvador, caso algum
outro estabelecimento do gênero queira se credenciar a rede o que ele deve fazer? Salvador comporta mais albergues que sejam credenciados a Rede?
16. O valor da tarifa é estipulado pela FBAJ?
APÊNDICE B
ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA PARA OS ESTABELECIMENTOS NÃO-CREDENCIADOS
ENTREVIASTADO(A):
1. Nome do Estabelecimento:
2. Endereço:
3. Telefone:
4. E-mail:
5. Nome do Proprietário:
6. Data de Fundação:
7. Perfil dos clientes (faixa etária, nacionalidade):
8. Número de Funcionários (alta e baixa estação):
a. Eles possuem alguma qualificação: 9. Qual a Tarifa cobrada na Alta e na Baixa Estação?
10. O imóvel onde funciona o estabelecimento é próprio?
11. O estabelecimento possui Alvará de funcionamento? Possui Registro na
EMBRATUR? 12. O senhor(a) tem ou já teve interesse em se credenciar a Hostelling
internacional? Se sim, por que não obteve o credenciamento? Quais os pontos o(a) senhor(a) considera mais difícil de ser atingido para a obtenção do credenciamento? Se não, porque não se interessou pelo credenciamento?
13. O que o(a) senhor(a) considera mais difícil para o cumprimento das normas da
FBAJ: as taxas cobradas ou o atendimento dos serviços e estrutura?
APÊNDICE C
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROPRIETÁRIOS OU REPRESENTANTES
DE ALBERGUES CREDENCIADOS E NÃO CREDENCIADOS ENTREVISTADO(A):
1. Estrutura:
- Hall de Entrada e Recepção: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, como funciona a recepção? - Dormitórios Coletivos: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Dormitórios de Casal: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Dormitórios de Família: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Alojamento para Gerentes Residentes ou para Funcionários Residentes: ( ) SIM ( )NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Dormitórios para Guias Acompanhantes e Motoristas: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Sanitários Coletivos: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são? Sua quantidade é suficiente para atender a quantidade de leito? - Área de Estar ou Convívios: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os equipamentos encontrados? - Cozinha: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os equipamentos encontrados? A quantidade é proporcional ao número de leitos? - Local para Refeições: ( ) SIM ( ) NÃO - Despensa: ( ) SIM ( ) NÃO
- Depósito/Almoxarifado: ( ) SIM ( ) NÃO - Rouparia: ( ) SIM ( ) NÃO - Lavanderia: ( ) SIM ( ) NÃO - Depósito de Lixo: ( ) SIM ( ) NÃO - Reservatório de Água: ( ) SIM ( ) NÃO - Equipamentos de Extinção de Incêndio: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, o número é suficiente? - Bebedouros: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são? - Escritório/Gerência: ( ) SIM ( ) NÃO
12. Serviços:
12.1. Obrigatórios:
- Café da manhã servido pelo Albergue da Juventude: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, como é feito o serviço? - Roupa de cama e banho: ( ) SIM ( )NÃO De que maneira eles são oferecidos aos hóspedes? - Serviço de cofre para guarda de valores e de documentos pessoais: ( ) SIM ( )NÃO - Serviço de guarda de bagagens: ( ) SIM ( ) NÃO - Ficha de registro de hóspedes e/ou livro: ( ) SIM ( ) NÃO - Lavanderia: ( ) SIM ( ) NÃO - Cozinha aberta para o alberguista: ( ) SIM ( ) NÃO - Mural em área próxima da recepção com informações sobre o Albergue da
Juventude, quadros de horários de transporte local, etc: ( ) SIM ( ) NÃO
- Recepção aberta 24 horas: ( ) SIM ( )NÃO Se não, como funciona a recepção? - Caixa de primeiros socorros: ( ) SIM ( ) NÃO
- Fornecer informações turísticas da região: ( ) SIM ( ) NÃO
12.2. Desejáveis:
- Telefone público: ( ) SIM ( ) NÃO - Caixa de correios: ( ) SIM ( ) NÃO - Loja de conveniência com venda de produtos de primeiras necessidades como sabonete, shampoo, absorventes, bronzeador, hidratante, remédios de primeiros socorros, preservativos, fichas telefônicas, selos, cartões-postais, chocolates, biscoitos, e demais produtos de primeira necessidade: ( ) SIM ( ) NÃO - Serviço de refeições e lanches rápidos: ( ) SIM ( ) NÃO
- Equipamentos esportivos e de praia para alugar: ( ) SIM ( ) NÃO - Prestação de serviços turísticos próprios ou de terceiros para transfer In/out, passeios na cidade, city tour by night, reservas de meios de transporte aéreo e rodoviário: ( ) SIM ( ) NÃO
- Informatização do Albergue da Juventude: ( ) SIM ( ) NÃO - Elaborar e confeccionar folheteria em português e em mais um idioma (espanhol ou inglês): ( ) SIM ( ) NÃO
12.3. Outros serviços que o Albergue dispõe:
ANEXO A
MODELO DE CARTA CONSULTA
À Federação Brasileira de Albergues da Juventude ou Associação Responsável Prezados Senhores, A presente tem a finalidade de consultar V.Sas., sobre a possibilidade de abertura de um Albergue da Juventude, no seguinte endereço : - Rua ........................................................... nº ..................................... - Bairro ........................................cidade ............................................. - CEP .......................................... fone ................................................. - nº de leitos ( ) casa própria ( ) casa alugada ( ) Colocamo-nos a disposição para maiores informações sobre o espaço disponível para o Albergue, assim como sobre os serviços que podemos oferecer. Na expectativa de breve resposta desta Federação/Associação, subscrevemo-nos Atenciosamente, Assinatura do Proprietário RG
(FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)
ANEXO B
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA OBTENÇÃO DE CREDENCIAMENTO (Todos em 02 vias)
- Carta-consulta resposta emitida pela FBAJ; - Comprovação de propriedade de imóvel; - Cópia do contrato social da empresa que administrará o Albergue da Juventude; - Mapa com localização do Albergue da Juventude em relação a cidade;
- Alvará de funcionamento e localização no nome do Albergue da Juventude emitido pelo órgão municipal e cadastro na Embratur;
- Certidão Negativa dos proprietários
- Pedido por escrito para ser credenciado como Albergue da Juventude à FBAJ ou
Associação Estadual que é um Termo de compromisso (fornecido pela FBAJ/Associações), assinado pelo responsável/proprietário do Albergue, onde se compromete a obedecer às normas relativas ao movimento alberguista estabelecidas pelas entidades e órgãos responsáveis (o proprietário deve se comprometer em respeitar o número de leitos, participar dos curso de proprietários, respeitar os aspectos de construção, serviços e equipamentos, e ser pontual na entrega dos relatórios estatísticos mensais etc);
- 02 (duas) cópias do projeto de ambientação (lay-out) assinados pelo profissional
responsável, com as devidas áreas e números de leitos; - Cheque nominal à FBAJ no valor relativo às placas "Hostelling International"; - Ficha de inscrição do Estabelecimento no Ministério da Fazenda (nº do CGC); - Descrição por escrito, pormenorizada, de como chegar ao albergue vindo do
terminal rodoviário e do aeroporto (número de ônibus, onde pegar e onde descer e horário de funcionamento);
- Descrição pormenorizada de todos os serviços que serão prestados pelo Albergue
da Juventude; - 04 slides e 04 fotografias, internas e externas, do Albergue da Juventude depois de
pronto, a serem enviadas para a Federação Brasileira de Albergues da Juventude; - 20 fotos da fachada com padrão fotográfico profissional para serem trabalhadas
pela Assessoria de Imprensa do Albergue da Juventude, das Associações Estaduais e FBAJ.
(FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)
ANEXO C
MODELO DA RESPOSTA DE CARTA CONSULTA
São Paulo, ________ de _____________________ de 200___. Ilmo(a) Sr(a)(o) Prezado(s) Senhor(es) Servimo-nos da presente para informar que mediante consulta formulada por V.Sa. sobre a possibilidade de abertura de Albergue da Juventude na cidade de ........................................................., situada a Rua ....................................................................................................... Nosso parecer é, (favorável/desfavorável) à abertura do referido Albergue. À disposição para esclarecimentos, subscrevemo-nos Atenciosamente, Assinatura do Responsável Federação Brasileira/Associação
(FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)
ANEXO D
SOLICITAÇÃO DE CREDENCIAMENTO
_____________ , ________ de ________________ de _______.
À Federação Brasileira de Albergues da Juventude ou Associação Estadual .........................................................., portador(a) da carteira de identidade nº ...................................., CPF.............................................., profissão ..........................................., residente na ................................. ...........................................................,cidade.........................................., estado................................................., CEP ..........................................., Fone ................................................, Fax ..............................................., representante de direito da ....................................................................., empresa proprietária do Albergue da Juventude ..................................., situado na cidade de ..........................Estado de ...................................., CEP ........................ Fone ........................... Fax .................................... atendidos os requisitos mínimos constantes do manual operacional de Albergues da Juventude em vigência, solicito o credenciamento do referido Albergue da Juventude, assumindo desde já o compromisso do cumprimento de todas as normas de funcionamento preconizadas pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude, pretendo buscar sempre o aprimoramento e profissionalização do empreendimento, objetivando a qualidade da rede, dando preferência de hospedagem aos membros do "Hostelling International" e respeitando os valores máximos determinados para a taxa de pernoite. Assumindo ainda o compromisso de pagar a uma taxa equivalente ao valor de 4 pernoites/mês referente ao uso da marca " HOSTELLING INTERNATIONAL", à Associação Paulista de Albergues da Juventude. Como representante do Albergue da Juventude me comprometo a participar de todos os Seminários técnicos ou cursos realizados pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude. Caso desista de continuar operando como Albergue da Juventude ou dentro das normas e padrões que norteiam a atividade, comprometo-me a solicitar por escrito, de imediato, o descredenciamento e a devolver a placa de identificação do estabelecimento credenciado pela FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ALBERGUES DA JUVENTUDE. Assinatura do Proprietário com firma reconhecida Testemunha (FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)