centro federal de educaÇÃo tecnolÓgica da bahia · tabela 8 - comparativo en tre as médias...

76
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA Curso de Graduação em Administração com habilitação em Administração Hoteleira MICHELE SILVA ARAÚJO CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO SALVADOR 2005

Upload: others

Post on 25-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA Curso de Graduação em Administração com habilitação em Administração Hoteleira

MICHELE SILVA ARAÚJO

CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO

SALVADOR 2005

Page 2: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

MICHELE SILVA ARAÚJO

CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO

Orientadora: Glauria Janaina dos Santos

SALVADOR 2005

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração com Habilitação em Administração Hoteleira do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Administração com Habilitação em Administração Hoteleira

Page 3: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

TERMO DE APROVAÇÃO

MICHELE SILVA ARAÚJO

CREDENCIAMENTO DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE NA CIDADE DE SALVADOR, LOCALIZADOS NA BARRA E NO CENTRO HISTÓRICO

Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Bacharel em Administração com Habilitação em Administração Hoteleira no Curso de Administração com Habilitação em Administração Hoteleira do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia.

Banca Examinadora

____________________________________________________________

PROFª. GLAURIA JANAINA DOS SANTOS - ORIENTADORA

_____________________________________________________________

PROFº DR. CARLOS ALEX DE CANTUÁRIA CYPRIANO - EXAMINADOR

_____________________________________________________________

PROFº. DR. NILTON VASCONCELOS JÚNIOR - EXAMINADOR

Salvador, 16 de Novembro de 2005

Page 4: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Aos meus queridos pais, José Elias e Maria José, por serem o meu suporte, dando-me sempre amor e incentivo, torcendo por minhas vitórias e

conquistas, e ao meu companheiro de todas as horas, Pedro, pela paciência, apoio e carinho.

Page 5: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

AGRADECIMENTOS A Deus por estar sempre presente em minha vida, iluminando meu caminho; A minha família, meu noivo e meus amigos pela compreensão e apoio em todos os momentos e por estarem sempre ao meu lado; Ao Professor Coordenador Alex Cypriano, pelo apoio e colaboração; A Professora, Orientadora e Amiga Glauria Janaina, pelo incentivo, paciência e dedicação constantes; A todos os professores desta Instituição que contribuíram para o meu crescimento acadêmico, e em especial ao Professor Nilton Vasconcelos, pela confiança sempre demonstrada; Aos proprietários e representantes dos estabelecimentos visitados, pela disponibilidade e informações cedidas, em especial a Maria Auxiliadora, funcionária do Laranjeiras Hostel, pela paciência, boa vontade e contribuição indispensáveis para o desenvolvimento desta pesquisa; Enfim, a todos que de alguma forma me ajudaram no desenvolvimento desta pesquisa, contribuindo para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.

Page 6: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

“O mundo é como um livro Quem não viaja, só lê uma página.”

Santo Agostinho

Page 7: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

RESUMO

O Turismo está em constante desenvolvimento e um dos suportes básicos para a concretização das viagens turísticas são os meios de hospedagem. O fato do hóspede ser cada vez mais exigente e diversificado obriga os hoteleiros a se adaptarem às suas necessidades. No Brasil, quem procura um local agradável, de boa qualidade e a um preço acessível, pode recorrer a um Albergue da Juventude, que quando filiado a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ), atende a um conjunto de requisitos e normas internacionais estipulados pela Federação Internacional de Albergues da Juventude. Sendo assim, o presente estudo tem a finalidade de verificar a possibilidade de credenciamento junto à essa entidade, considerando os albergues localizados no Centro Histórico e na Barra, visto que dos 12 (doze) estabelecimentos desse tipo existentes nessas localidades, somente 03 (três) são credenciados. São analisadas questões físicas e funcionais dos albergues independentes, assim como seu interesse pelo credenciamento. Os resultados obtidos indicam desinteresse e indiferença pela Federação. PALAVRAS-CHAVE: Hospedagem, Turismo da Juventude, Albergues da Juventude, Classificação, Credenciamento.

Page 8: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Estrutura Organizacional da IYHF 35 FIGURA 2 - Gráfico comparativo entre a quantidade de itens, relacionados aos quesitos Estrutura, Serviços Obrigatórios e Serviços Desejáveis,

cumpridos pelos albergues 58

Page 9: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Classificação por categoria segundo padrão de qualidade e Serviços 39 TABELA 2 - Registro Legal dos albergues não credenciados 44 TABELA 3 - Cálculo Peça/Leito 49 TABELA 4 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação a Estrutura dos albergues 51 TABELA 5 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Obrigatórios oferecido pelos albergues 54 TABELA 6 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Desejáveis oferecido pelos albergues 57 TABELA 7 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues 59

TABELA 8 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues considerando os quesitos relacionados à Estrutura e Serviços

Obrigatórios 60

Page 10: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABIH - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

ALBERJ - Associação de Albergues da Juventude do Estado do Rio de Janeiro

APAJ - Associação Paulista de Albergues da Juventude

AT - Albergue de Turismo

BAHIATURSA - Empresa de Turismo da Bahia

CNTUR - Conselho Nacional de Turismo

EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo

FBAJ - Federação Brasileira de Albergues da Juventude

FNRH - Ficha Nacional de Registro de Hóspede

HI - Hostelling International

IBN - International Booking Network

INFRAERO - Empresa Brasileira Aeroportuária

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial

IYHF - International Youth Hostel Federation (Federação Internacional de Albergues

da Juventude)

PROCON - Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

UH - Unidade Habitacional

Page 11: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

SUMÁRIO

f.

1 INTRODUÇÃO 12 2 A ATIVIDADE TURÍSTICA 16

2.1 O TURISMO NO BRASIL 17

2.1.1 O Destino Bahia 19

3 A HOTELARIA 21

3.1 MEIOS DE HOSPEDAGEM 22

3.2 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRO 24

4 TURISMO DA JUVENTUDE 28

4.1 CARACTERIZAÇÃO DE ALBERGUE DA JUVENTUDE – HOSTELS 30

4.1.1 Histórico do Alberguismo 30

4.1.2 Definição 33

4.1.3 Hostelling International e Federação Brasileira de Albergues da

Juventude 34

4.1.3.1 Procedimentos Preliminares para Credenciamento 37

5 METODOLOGIA APLICADA 40 6 RESULTADOS DA PESQUISA 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS 65 APÊNDICE A 67

Page 12: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

APÊNDICE B 68 APÊNDICE C 69 ANEXO A 72

ANEXO B 73

ANEXO C 74 ANEXO D 75

Page 13: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

1 INTRODUÇÃO

O Turismo abrange diversos tipos de viagens, equipamentos, transportes,

passeios locais, mão-de-obra especializada e hospedagens. A hotelaria é parte

integrante desse processo, pois não se consegue fazer crescer o Turismo sem locais

para que o turista possa descansar e pernoitar.

Segundo Chon & Sparrowe (2003), para satisfazer o hóspede, por causa do

crescimento econômico geral e do aumento da oferta dos meios de hospedagem, os

estabelecimentos de hospedagem mudam continuamente e os hoteleiros vem

tentando se diferenciar no mercado oferecendo acomodações cada vez mais

especializadas e destinadas a um determinado tipo de hóspede.

A variedade dos estabelecimentos de hospedagem cresce conforme a

demanda. Jovens viajantes, por exemplo, geralmente optam por quartos mais

baratos, com cozinhas comunitárias, oferecidos pelos Albergues da Juventude.

Os Albergues da Juventude são hospedagens extra-hoteleiras destinadas

predominantemente ao público jovem. Esse tipo de meio de hospedagem existente

no Brasil pode ser credenciado a Federação Brasileira de Albergues da Juventude

(FBAJ) que, por sua vez, é filiada a Federação Internacional de Albergues da

Juventude (IYHF) detentora da marca Hostelling International (HI), ou simplesmente

ser um albergue independente.

A IYHF estabelece regras para o bom andamento dos Albergues da

Juventude pertencentes à Rede. Isso significa que os Albergues da Juventude

credenciados a essa entidade seguem normas e critérios internacionais, que são

adaptados pelas Federações Nacionais à realidade de cada país.

Page 14: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Anualmente, cada Federação inspeciona os Albergues da Juventude de seu

país para que se verifique o nível da qualidade do estabelecimento. Caso as normas

não estejam sendo adequadamente cumpridas, os mesmos poderão ser

descredenciados da Rede (FEDERAÇÃO, 2005).

Segundo a FBAJ (2005), no Brasil existem 86 (oitenta e seis) Albergues

credenciados à Hostelling International através da FBAJ, dos quais 10 (dez)

encontram-se na Bahia. Em Salvador, nas regiões do Centro Histórico e da Barra,

existem 12 (doze) Albergues da Juventude sendo que 03 (três) deles são

credenciados a FBAJ.

Sendo assim, o estudo sugerido justifica-se pela necessidade de conhecer

os motivos pelos quais a maioria dos albergues de Salvador não possui o

credenciamento junto a FBAJ, fato ainda não documentado. Levando em

consideração o sistema de credenciamento e classificação dos Albergues da

Juventude adotados pela FBAJ, a presente pesquisa pretende destacar se os

albergues, não credenciados, em funcionamento no Centro Histórico de Salvador e

na Barra possuem condições de se enquadrar, ou teriam condições de se adaptar

aos pré-requisitos exigidos pela FBAJ para a obtenção do credenciamento, ou seja,

pretende-se destacar até que ponto os albergues não credenciados não atendem as

exigências desta entidade. Além disso, procurou-se verificar os motivos que levam

os donos desses albergues a não buscarem o credenciamento junto a FBAJ.

Sendo assim, a presente pesquisa assumiu como objetivos:

a) Identificar os Albergues da Juventude existentes no Centro Histórico de

Salvador e na Barra, dividindo-os em credenciados e não-credenciados

a FBAJ;

Page 15: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

b) Identificar os pré-requisitos a serem atingidos para obtenção do

credenciamento junto a FBAJ analisando até que ponto os Albergues

não pertencentes à rede não conseguem alcançá-los;

c) Identificar os procedimentos adotados pela FBAJ para a análise da

possibilidade de credenciamento de um Albergue da Juventude;

d) Identificar a taxa de ocupação dos Albergues da Juventude de Salvador

credenciados a FBAJ e fazer um comparativo com os Albergues da

Juventude que não são credenciados;

e) Identificar os motivos que levam os proprietários de Albergues da

Juventude de Salvador a se interessarem, ou não, pelo credenciamento

junto a IYHF.

A análise desses aspectos poderá servir como base para uma estratégia de

ação a fim de implementar a qualidade da oferta no setor, transformando o destino

Salvador em um dos mais preparados para receber o público alberguista no Brasil.

A hipótese que sustenta esta pesquisa é de que a infra-estrutura e os

serviços exigidos pela FBAJ, o pagamento de taxa de manutenção da marca e a

necessidade de registro junto à EMBRATUR determinam a decisão de não buscar o

credenciamento, além da falta de interesse dos proprietários em se adequar às

normas da FBAJ.

O presente trabalho está dividido em sete capítulos, sendo este o primeiro.

No segundo capítulo será abordado brevemente o cenário turístico atual,

contextualizando a atividade turística, o Turismo no Brasil e o destino Bahia,

focalizando a capital Salvador, cidade do objeto da pesquisa. O terceiro capítulo

discorre sobre a hotelaria, os meios de hospedagem e a importância do seu sistema

de classificação. O quarto capítulo aborda o Turismo da Juventude e seu principal

Page 16: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

meio de hospedagem, os Albergues da Juventude, dando definições do que vem a

ser o mesmo e como se deu sua criação no mundo e no Brasil. Além disso, esse

capítulo também apresenta a Hostelling International e Federação Brasileira de

Albergues da Juventude e quais os procedimentos necessários para o

credenciamento junto a essa entidade. No quinto capítulo é apresentada a

metodologia aplicada para o desenvolvimento desta pesquisa. Os resultados obtidos

com a pesquisa serão apresentados no sexto capítulo e no sétimo capítulo serão

feitas as considerações finais a cerca da pesquisa realizada.

Page 17: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

2 A ATIVIDADE TURÍSTICA

O Turismo aponta nesse início de terceiro milênio como um dos mais

promissores caminhos para aqueles países que acreditam e investem em tal

atividade. Ele é um grande movimento na história da humanidade e está em

crescimento constante. Souza & Souza (2002) afirmam que este aumento responde

a uma série de necessidades do ser humano, como mudança de espaço, bem-estar

e repouso, busca de expressões culturais diferenciadas, longe da rotina do dia-a-dia.

Segundo Andrade (1998) “Turismo é o conjunto de serviços que tem por

objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os serviços de

recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de suas

residências habituais”.

Já Montejano (2001) define Turismo como sendo o conjunto de atividades

realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas em lugares distintos do

seu ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com

finalidades de lazer, negócio e outros motivos.

Por ser uma atividade que necessita do imaginário, o Turismo deve permitir

a realização dos ‘sonhos dos turistas’, uma vez que os turistas buscam realizar seus

sonhos e desejos para que, dessa forma, em um curto espaço de tempo, possam se

desconectar do seu cotidiano. Para Medeiros (2003) a arte do bem servir e receber

torna-se, portanto, uma condição essencial.

Segundo a mesma autora, um turista quando viaja busca diferenças de sua

localidade, de seus hábitos e costumes. Cada destinação possui uma marca própria,

uma peculiaridade que a torna diferente das demais e que, por isso, torna-se um

atrativo diferencial. Os turistas olham o ‘novo local’ com um olhar diferenciado, pois

Page 18: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

este novo local é considerado algo fora do habitual. Quando as pessoas viajam para

locais que desconhecem, o que elas procuram são sinais que caracterizem o local

em que eles estão.

2.1 O TURISMO NO BRASIL

A partir da década de 90 o Governo Brasileiro começou a fazer

investimentos em “(...) infra-estrutura, saneamento e recuperação das rodovias com

o intuito de elevar o padrão dos pontos turísticos e assim receber e criar condições

para que o turista internacional chegasse de vez no Brasil” (NASCIMENTO, 2003).

Sendo assim, os governantes começaram a articular projetos relacionados ao

turismo, visando um aumento dessa atividade de forma que fosse possível gerar

divisas econômicas, acarretando geração de emprego, aumento de renda e uma

maior arrecadação de impostos.

O turismo no Brasil vem apresentando índices de crescimento constante em

geração de divisas e em desembarques internacionais e nacionais. Dados da

EMBRATUR (2005) revelam que no ano passado, o turismo foi o sexto produto na

balança de exportações. O desempenho de janeiro a julho deste ano, com uma

receita de US$ 2,1 bilhões, levou o turismo para a terceira posição, atrás apenas do

minério de ferro e da soja em grão. Agosto foi o melhor mês no ingresso de dólares

de turistas, elevando o acumulado do ano para US$ 2.526 bilhões.

O produto Brasil, por oferecer inúmeros destinos turísticos, preços

compatíveis com o mercado, boa infra-estrutura hoteleira e diferenciais criativos,

Page 19: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

tornou-se um dos países mais procurados pelos turistas internacionais. Segundo a

EMBRATUR (2005) as cidades do Rio de Janeiro e Búzios, juntas, recebem mais de

40% dos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em 2003. O Rio está em primeiro

lugar, seguida de São Paulo, Salvador, Fortaleza, Recife, Foz do Iguaçu, Búzios,

Porto Alegre, Florianópolis e Belo Horizonte. Esse ranking mostra que o mesmo

turista pode ter visitado mais de uma cidade durante sua estada no país. Os países

que mais mandaram turistas ao Brasil, em 2003, foram a Argentina, os Estados

Unidos, Alemanha, Uruguai e Portugal.

No exterior, as ações de Marketing resultaram em um grande aumento no

fluxo turístico, da taxa de permanência e do gasto médio dos visitantes estrangeiros

no país. Os desembarques em vôos internacionais somaram, de janeiro a agosto

deste ano, mais de 4,5 bilhões de passageiros, número 15,1% superior ao mesmo

período de 2004 (EMBRATUR, 2005). Esses números incluem estrangeiros em visita

ao país e brasileiros em retorno de viagens ao exterior. É importante destacar que os

vôos que tiveram maior destaque em crescimento foram os vôos charters1.

Com relação ao mercado interno, as Campanhas de Marketing valorizaram

as belezas naturais e a cultura que o Brasil tem a oferecer, despertando no brasileiro

a vontade de conhecer o seu país. O número de desembarques de passageiros em

vôos nacionais chegou a 28 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, o que

mostra um crescimento bastante expressivo, de 19,3%, em relação ao mesmo

período de 2004 (EMBRATUR, 2005). Esses dados, contabilizados pela Empresa

Brasileira Aeroportuária (Infraero), mostram que os brasileiros têm viajado mais de

avião dentro do próprio país, mesmo fora do período de férias. Maior oferta de vôos e

preços atrativos têm permitido mais acesso e opção de escolha para viagens de

__________________

1 Vôos não-regulares.

Page 20: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

lazer, de negócios ou familiares.

2.1.1 O Destino Bahia

No que se refere à Bahia, o Turismo é a terceira atividade econômica, por

possuir inúmeros atrativos turísticos, como belíssimas praias e uma cultura bastante

rica e diversificada.

Cláudio Taboada, presidente da Empresa de Turismo da Bahia

(BAHIATURSA)2, afirma que:

O grande crescimento alcançado pelo setor entre 2000/2004 é reflexo de um investimento contínuo na promoção do estado. Cada vez mais o envolvimento dos agentes de viagem, das redes hoteleiras, das companhias aéreas e de todos os atores da cadeia do turismo tem colaborado para essa promoção (BAHIATURSA, 2005).

A Bahia possui 567 quilômetros quadrados da mais rica diversidade

ambiental que, de acordo com a BAHIATURSA (2005) se dividem em destinos

turísticos que começam no Norte do Estado - nos Lagos do São Francisco e

Caminho das Águas - passando pela Chapada Norte, Chapada Diamantina - com o

Ciclo do Ouro e o Ciclo do Diamante - Caminhos do Oeste, e descem rumo ao litoral:

Costa dos Coqueiros, Baía de Todos os Santos, Costa do Dendê, Costa do Cacau,

_______________ 2 A BAHIATURSA foi criada em 1968, com a denominação de Hotéis de Turismo do Estado da Bahia

S.A., com a finalidade de construir e ampliar hotéis e pousadas. No início dos anos 70, a BAHIATURSA foi remanejada para a Secretaria da Indústria e Comércio, assumindo a responsabilidade de implementar uma política de Turismo, passando a executar um amplo programa de treinamento de mão-de-obra. Em 1973, a Bahiatursa alterou sua razão social, passando a denominar-se Empresa de Turismo da Bahia, S. A. (BAHIATURSA, 2005).

Page 21: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Costa do Descobrimento, Costa das Baleias, Recôncavo, Sertão e Salvador.

Por sua condição histórica de destaque na formação do país, pelo legado

deixado por povos de outros continentes, pela miscigenação cultural e pelo

sincretismo religioso, Salvador é uma cidade que desperta o interesse dos mais

diversos públicos que visitam o Brasil, tornando-se o destino mais procurado do

estado.

A capital baiana possui um importante patrimônio histórico e arquitetônico

colonial, onde o turista pode circular pelas diversas ruas com sobrados, casarões e

igrejas, contrastando com uma nova Salvador de avenidas, prédios e bairros

modernos.

Salvador, além de ter sido a primeira capital do Brasil, é considerada a

capital cultural do país, berço de grandes nomes nas diversas manifestações

artísticas, com destaque nacional e internacional. A atividade cultural e o turismo têm

sido reconhecidos pelo governo como importantes geradores de emprego e renda,

impulsionando as artes e a preservação dos patrimônios artístico e cultural.

Ao chegar em Salvador, um dos primeiros locais que o turista visita são as

ruas do Centro Histórico, que o transportam para os primórdios da história da Bahia

e do Brasil. O Centro Histórico de Salvador agrada o turista pelo fato de conservar a

estrutura urbana original do século XVI, com sua expansão no século seguinte.

Outro local bastante procurado pelos turistas é a Barra devido a suas praias, sua

orla onde são encontrados hotéis, pousadas, bares e restaurantes, que funcionam

todos os dias.

Dessa forma, esses locais devem estar preparados para atendê-los

procurando desenvolver um dos suportes básicos e fundamentais para

concretização da viagem turística, os meios de hospedagem.

Page 22: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

3 A HOTELARIA

O produto turístico é um bem de consumo abstrato, vivido como uma

experiência, pois ele só existe enquanto o turista está presente naquele lugar e

consumindo os serviços. Seus componentes não podem ser estocados e seus

serviços são prestados de forma irregular. De acordo com Souza & Souza (1998) a

instabilidade da demanda faz com que se torne difícil prever com exatidão a procura

dos serviços turísticos, pois o produto turístico é um conjunto de bens e serviços e

só pode ser testado no ato do consumo, ou seja, não pode ser testado antes da

compra.

Para Vianna (2004), ao se estudar a atividade turística, percebe-se a

importância do papel desempenhado pelos meios de hospedagem para o seu

desenvolvimento, uma vez que a função básica dos meios de hospedagem é alojar

pessoas que não se encontram em seus lares e, portanto, necessitam de um lugar

para descansar.

A hospedagem, isto é, o conjunto de atividades próprias de um hotel é um

produto turístico. A oferta hoteleira é bastante variada e cada meio de hospedagem

possui uma característica própria, seja na arquitetura ou nos serviços oferecidos e a

principal finalidade da indústria hoteleira é o fornecimento de hospedagem,

segurança, alimentação e demais serviços inerentes à atividade de receber o

hóspede.

Castelli (2001), define o produto hoteleiro como sendo:

Page 23: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

[...] um conjunto de bens e serviços que objetivam satisfazer o cliente: os bens são constituídos pelos produtos tangíveis como apartamentos, bebidas, refeições etc. e os serviços são constituídos pelo conjunto de ações (intangíveis) que fazem com que o cliente possa usufruir dos bens (CASTELLI, 2001).

A empresa hoteleira é a “pessoa jurídica (...) que explora ou administra meio

de hospedagem e que tenha em seus objetivos sociais o exercício da atividade

hoteleira” (EMBRATUR, 2005). Uma vez que a principal finalidade da indústria

hoteleira é o fornecimento de hospedagem, segurança, alimentação e demais

serviços inerentes à atividade de receber o hóspede.

3.1 MEIOS DE HOSPEDAGEM

A EMBRATUR (2005), no Regulamento Geral de Meios de Hospedagem,

define Meio de Hospedagem o estabelecimento que satisfaça, cumulativamente, às

seguintes condições:

a) Seja licenciado pelas autoridades competentes para prestar serviço de

hospedagem;

b) Seja administrado ou explorado comercialmente por empresa hoteleira e

que adote, no relacionamento com os hóspedes, contrato de

hospedagem, com as características definidas no Regulamento e nas

demais legislações aplicáveis.

Ainda segundo este Regulamento, os meios de hospedagem devem

oferecer ao hóspede, no mínimo:

Page 24: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

a) Alojamento, para uso temporário do hóspede, em Unidades Habitacionais

(UH’s) específicas a essa finalidade;

c) Portaria/recepção para atendimento e controle permanentes de entrada

e saída;

d) Guarda de bagagens e objetos de uso pessoal dos hóspedes, em local

apropriado;

e) Conservação, manutenção, arrumação e limpeza das áreas, instalações

e equipamentos (EMBRATUR, 2005).

De acordo com a EMBRATUR (2005):

Serviços de hospedagem são aqueles prestados por empreendimentos ou estabelecimentos que ofertam alojamento temporário para hóspedes, mediante adoção de contrato, tácito ou expresso, de hospedagem e cobrança de diária3, pela ocupação da UH. (EMBRATUR, 2005).

Montejano (2001), distingui dois tipos de hospedagens turísticas: as

hospedagens turísticas hoteleiras que estão sujeitas a uma normativa e classificação

específica (da EMBRATUR); e as hospedagens extra-hoteleiras, que oferecem tipos

de hospedagem diferentes dos oferecidos pelos hotéis, devido a sua diferente

ordenação legal, infra-estrutura, preços e serviços. Os principais tipos de

hospedagem extra-hoteleiros são os campings, colônias de férias, albergues da

juventude (objeto de estudo deste trabalho), chalés, pensões, pensionatos,

acampamento de férias, bed & breakfast e alojamentos de turismo rural.

Diante disso, conclui-se que as hospedagens extra-hoteleiras, alternativas

_________________ 3 Entende-se por diária o preço de hospedagem correspondente à utilização da UH e dos serviços

incluídos, observados os horários fixados para entrada (check-in) e saída (check-out).

Page 25: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

ou não convencionais, fazem parte do chamado Turismo Alternativo4, já que

complementam a oferta de leitos nos destinos turísticos e têm como característica

serem mais econômicos que as hospedagens hoteleiras convencionais, oferecendo

serviços diferenciados.

Atualmente, muitos meios de hospedagem estão modificando suas ofertas

através de variados tipos de equipamentos para acomodação e serviços, pois os

diferentes tipos de consumidores não querem somente um local para passar a noite

e descansar, mas também querem um local onde os serviços prestados sejam de

boa qualidade e a preços acessíveis.

Com o crescimento da atividade hoteleira, em virtude das constantes

mudanças econômicas e sociais, as opções de hospedagem atualmente vão além

dos hotéis de luxo ou econômicos. Os hoteleiros estão tentando cada vez mais se

diferenciar no mercado, oferecendo acomodações especializadas, visando atender

os diferentes perfis do público consumidor, que estão em busca de serviços e preços

diferenciados que atendam as suas expectativas.

3.2 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRO

As categorias de hotéis, no Brasil, são estabelecidas pelo sistema de

classificação oficial elaborado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e

_______________ 4 O Turismo Alternativo remete à hospedagem de pequeno porte, de pequenos empreendedores, com

características bem simples.

Page 26: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Associação Brasileira da Indústria de Hotéis5 (ABIH). A legislação de classificação

hoteleira demorou a ser atualizada porque não havia um entendimento entre

governo e setor privado para estabelecer os critérios do novo sistema.

Até 1996, era do governo a obrigação de avaliar as exigências para

classificação com ‘estrelas’. A análise baseava-se na análise da estrutura física, o

que levou o sistema a ficar defasado diante dos novos padrões mundiais. Frente a

constatação, a EMBRATUR lançou um sistema brasileiro de certificação, no mesmo

ano, que não foi aceito pelo setor hoteleiro.

Sem consenso a respeito do custo da classificação e o número de

exigências a serem determinadas, a ABIH criou um sistema próprio de classificação

com base em critérios de conforto, utilizando asteriscos para simbolizar o nível do

estabelecimento ao invés das clássicas estrelas.

Em 1999, três anos depois da criação do sistema, a ABIH reconheceu que o

sistema também era falho. Assim, a ABIH em parceria com a EMBRATUR,

consolidou o novo processo de classificação de hotéis, através do Sistema de

Classificação dos Meios de Hospedagem (NUNES, 2005). Foi criado o conselho

técnico da classificação de hotéis com três representantes do setor hoteleiro e três

do governo - EMBRATUR, Instituto Nacional de Metrologia Normalização e

Qualidade Industrial (INMETRO) e Departamento de Proteção e Defesa do

Consumidor (PROCON).

Segundo Nunes (2005), as novidades da nova matriz de classificação _______________ 5 Fundada em 09 de novembro de 1936, por ocasião do I Congresso Nacional de Hoteleiro, a ABIH

vem atuando como um órgão técnico e consultivo no estudo e solução dos problemas do setor. Tendo como principal objetivo a arregimentação da classe, visando a defesa dos interesses de ordem jurídica, moral e econômica dos hoteleiros do Brasil , a ABIH consolidou-se no decorrer dos anos como uma confiável fonte de dados e informações relativas ao universo da hotelaria (ASSOCIAÇÃO, 2005).

Page 27: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

hoteleira, entraram em vigor em abril/20026 e trouxeram conceitos de

responsabilidade ambiental como avaliação de padrão para a concessão de

estrelas. A nova matriz, portanto, incentiva os estabelecimentos de hospedagem a

fazerem o monitoramento dos gastos de energia e água, da produção e disposição

dos resíduos, entre outros itens. Os hotéis devem treinar as equipes para tarefas

como separação seletiva de lixo, limpeza dos ambientes com baixo gasto de água e

acompanhamento do consumo de energia. Além disso, a nova matriz serve de

referência para que os funcionários dos hotéis prestem o melhor serviço, dentro dos

parâmetros exigidos pelo sistema, uma vez que a nova matriz também incorpora a

avaliação da qualidade de atendimento e dos serviços prestados.

As categorias de classificação prevêem diversos tipos de empreendimentos,

do cinco estrelas super luxo ao simples. Para Nunes (2005), as necessidades do

mercado levaram ao surgimento da categoria econômico de negócios, voltada ao

hóspede de negócios que buscam facilidades como acesso a internet no próprio

apartamento ou em espaços com micros já conectados e que podem ser acionados

via cartões pré-pagos. Por outro lado, pode-se constatar que os hotéis de lazer

também passaram por um ciclo evolutivo, de resort a complexo turístico ou

megaresorts.

Para ter a placa oficial de classificação o hotel tem que estar dentro de todas

as normas da sua categoria/classificação pretendida, quanto mais estrelas o hotel

quiser alcançar maior serão as regras a serem cumpridas.

Percebe-se que o mercado hoteleiro nacional está passando por uma

verdadeira transformação. Hotéis de capital nacional e as grandes bandeiras

internacionais se multiplicam hoje pelo mercado. E isso pede um termômetro, um

__________________ 6 Ver ABIH: www.abih.com.br/site.php

Page 28: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

avaliador – a classificação. Para Nunes (2005), “(...) a hotelaria nacional está

vivendo um momento de expansão, onde a classificação é essencial para se manter

a seriedade, credibilidade e transparência do mercado”.

A classificação de um estabelecimento hoteleiro facilita a escolha do

hóspede, uma vez que os auxiliam na verificação da compatibilidade entre a

qualidade oferecida e os preços praticados pelos estabelecimentos classificados.

Estabelecimentos como hospedarias, albergues, campings e pensões são

denominados simples, de acordo com a classificação da EMBRATUR, e cada tipo de

estabelecimento determina os serviços mínimos que oferecem aos seus hóspedes.

Os Albergues da Juventude, por exemplo, podem ser credenciados a uma

Federação Internacional de Albergues da Juventude, a IYHF – detentora da marca

Hostelling International 7 – que por meio do sistema de classificação da IYHF são

classificados em Regular, Bom ou Muito Bom.

_______________ 7 A Hostelling International é um entidade com normas de convivência, regulamento próprio, padrão

internacional de atendimento e controle de qualidade em todos os Hostels - Albergues da Juventude da rede.

Page 29: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

4 TURISMO DA JUVENTUDE

Os motivos que levam os jovens a viajar podem ser de cunho cultural,

objetivando conhecer sociedades com costumes diferentes dos das pessoas que

povoam o seu espaço cotidiano, ou de cunho emocional, que se traduz no prazer da

aventura, do risco, tornando o Turismo da Juventude bastante amplo.

Como hospedagens e serviços relacionados a Turismo da Juventude, pode-

se enumerar hospedagens especiais, organizações de viagens culturais, recreativas,

lúdicas e esportivas; meios de transportes através de tarifas especiais em aviões e

trens; carteiras que concedem descontos aos jovens, como carteiras de

alberguistas8, de caronistas e internacional de estudantes (MONTEJANO, 2001).

Giarreta (2003, apud MESQUITA, 2005) define o Turismo da Juventude

como sendo:

Turismo praticado por um grupo homogêneo de jovens, com as características marcadas por período etário, estilo de vida e estado de espírito, que desencadeia uma série de sub-segmentos divididos em vários tipos de turismo, entre eles, educativo (estudantil, intercâmbios, cursos no exterior); associativo fomentado por associações como albergues da Juventude, Clube dos Escoteiros, Associação de Cristã de Moços e de Moças; turismo social, promovido por organizações que facilitam o acesso de jovens que ficariam excluídos da prática do turismo convencional; e turismo de natureza (ecoturismo, aventura, esportes radicais, turismo alternativo) (GIARETTA, 2003, apud MESQUITA, 2005).

Mesmo com os vários tipos de alojamentos existentes para os praticantes

________________

8 A Carteira Internacional de Alberguista tem validade de 01 (um) ano e é válida em todos os Albergues da Juventude credenciadas a HI. Ela pode ser feita no site da HI (www.hihostel.org.br), em sites de qualquer Federação ou em um albergue credenciado. Atualmente, para associar-se paga-se R$ 35,00 (trinta e cinco reais) + R$ 4,00 (Quatro reais - Taxa de Correio, caso seja feito pela internet) se for maior de 18 anos e R$20,00 (vinte reais) + R$ 4,00 (Quatro reais - Taxa de Correio, caso seja feito pela internet ) se for menor (FEDERAÇÂO, 2005).

Page 30: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

do Turismo da Juventude, Giaretta (2003, apud VIANNA, 2004) afirma que os

Albergues da Juventude – Hostels9 - são o tipo de equipamento extra-hoteleiro mais

utilizado pelos estudantes que se deslocam de suas cidades para fazer cursos ou

intercâmbios. Essa preferência se deve a credibilidade e à padronização dos

serviços oferecidos pelos hostels, além da facilidade de fazer amigos, e os preços

acessíveis. Um Hostel - Albergue da Juventude - é um meio de hospedagem para

pessoas de todas as idades e com espírito de viajante, mas segundo a FBAJ (2005)

o perfil básico dos hostellers10 brasileiros mostra que eles se encontram na faixa de

18 a 35 anos, 52% são do sexo feminino e 63% possuem formação universitária e

pertencem à classe média.

O termo Hostel vem sendo largamente utilizado devido a utilização da

palavra ‘Albergue’ para denominar também abrigos de moradores de ruas e

mendigos, sendo assim, o uso do termo Hostel tem se tornado freqüente no Brasil.

Os Hostels são regidos por suas premissas básicas: Segurança, higiene,

conforto, hospitalidade, bom preço e meio ambiente. Esses padrões oferecem ao

associado uma hospedagem segura e agradável durante sua viagem. Eles estão se

preparando para atender seu público no mundo das informações. Desde a década

de 90 que os Hostels filiados a IYHF possuem sistemas de reservas, onde o usuário

pode fazer sua reserva e sair com a confirmação através do seu computador.

_______________ 9 Na Itália são chamados "Albergui per la Gioventu". Na França "Alberges de la Jeunesse". Nos

países de língua inglesa se diz "Youth Hostel" e nos países de língua espanhola "Hostels Juventiles". Em alemão, a palavra é "Jugendherbergen". Em português, Hostels da Juventude. A tradução, na verdade, é uma só: a maior, mais completa e mais barata rede mundial de hospedagem (HOSTEL PRAIA DO FORTE, 2005).

10 Alberguistas.

Page 31: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

4.1 CARACTERIZAÇÃO DE ALBERGUE DA JUVENTUDE – HOSTELS

Na prática um albergue é um meio de hospedagem (como hotel e pousada)

com quartos coletivos, dotados de camas ou beliches em um local onde muitas

vezes há uma cozinha equipada, também coletiva e banheiros coletivos.

Os Albergues da Juventude, hospedagem turística extra-hoteleira, são

voltados para o Turismo Alternativo e de Juventude e, os que são ligados a

Hostelling International (HI), formam a maior rede de hospedagem mundial,

atendendo, em sua maioria, ao público jovem. Eles constituem um tipo de meio de

hospedagem já muito utilizado na Europa e cada vez mais procurados no continente

sul-americano. A seguir serão destacados alguns aspectos relacionados aos

albergues e sua criação.

4.1.1 Histórico do Alberguismo

Historicamente, os albergues eram casas onde se comia e se bebia

mediante pagamento. Durante o Império Romano, este tipo de hospedagem foi

bastante difundido, ainda que pessoas de boa reputação não os utilizassem e não

os explorassem como atividade econômica.

Em 26 de agosto de 1909, o professor alemão Richard Schirmann idealizou

a criação dos Albergues depois de ser surpreendido por uma tempestade, quando

precisou refugiar-se ao longo de uma estrada. Ele dedicava parte de seu tempo a

Page 32: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

criar programas de convivência para seus alunos. De atividades pedagógicas,

passou a organizar grupos com os jovens para realizar pequenas viagens de

estudos. Foi assim que o professor Schirmann descobriu a possibilidade de criar

uma alternativa para acomodar os alunos, que não fosse apenas a pernoite em

hospedarias (FEDERAÇÃO, 2005).

O primeiro albergue começou a funcionar três anos mais tarde, 1912, em

um castelo em Altena, na Alemanha, monumento histórico restaurado e que funciona

até hoje. Ele tinha o objetivo de proporcionar hospedagem barata para jovens e

promover a integração entre eles.

No final da década de 20, o alberguismo se difundiu por toda a Europa.

Nesta época, houve um verdadeiro boom de albergues, que se espalharam por todo

continente. Em 1927, foram criados albergues na Suíça e na Polônia; em 1929, na

Holanda; em 1930, na Inglaterra, Noruega e França; e, em 1931, na Irlanda, Bélgica

e Escócia.

Em 1932, foi criada a International Youth Hostel Federation - IYHF

(Federação Internacional de Albergues da Juventude). E, a partir desse momento, o

movimento tornou-se, de fato, internacional, com a entrada de diversos países à

Federação (HOSTELLING, 2005).

Durante a Segunda Guerra Mundial, o movimento permaneceu estagnado e

muitos albergues foram destruídos. Em 1945, ao final do conflito, os mesmos

começaram a ser restaurados e o movimento passou a ser considerado como uma

forma de reintegração da juventude européia. Só em 1934 o alberguismo chegou ao

continente americano, mais especificamente nos Estados Unidos. A Argentina

(1956) e o Uruguai (1958) foram os primeiros países sul-americanos a fazer parte do

movimento. Ambos, inclusive, trabalharam pela expansão da rede na América e

Page 33: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

abriram as portas para o ingresso de Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Costa

Rica, El Salvador e Brasil.

Os Albergues chegaram ao Brasil em 1961, através do casal de educadores

cariocas Joaquim e Ione Trotta, que trouxeram a idéia para o País depois de terem

visitado um albergue na França, em 1956.

O primeiro Albergue brasileiro recebeu o nome de "Residência Ramos" e foi

instalado no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro. Permaneceu aberto de 1965 a

1973. Neste mesmo período, funcionavam no estado de São Paulo dois Albergues,

um na Capital e outro em Campos do Jordão, que foram fechados pelo Governo

Militar sob a alegação de reunir jovens universitários (FEDERAÇÃO, 2005).

Em 1971, foi fundada a Federação Brasileira de Albergues da Juventude11

(FBAJ), com sede no Rio de Janeiro, e em 1984 a Associação Paulista de Albergues

da Juventude (APAJ), que durante a gestão de Franco Montoro à frente do Governo

de São Paulo recebeu apoio significativo, inclusive com a doação de quatro imóveis -

um em Campos do Jordão, um em Pindamonhangaba (ambos usados anteriormente

por funcionários da Estrada de Ferro Campos do Jordão), um imóvel em Ubatuba e

uma casa no Parque Estadual do Jaraguá, que foi habitada pelo bandeirante Afonso

Sardinha. No início de 1986, João Dória Júnior assumiu a presidência da

EMBRATUR e incentivou o trabalho dos Albergues, tornando-os conhecidos em todo

o Brasil.

EM 1996, a FBAJ adotou o sistema de classificação dos Albergues da

Juventude em três categorias: Muito Bom, Bom e Regular. Segundo informações

obtidas com a Associação de Albergues da Juventude do Estado do Rio de

__________________ 11 A FBAJ estabelece metas e diretrizes de desenvolvimento para suas afiliadas e mantém contatos

com as demais federações do mundo.

Page 34: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Janeiro (ALBERJ), esse sistema é baseado no sistema de classificação da ABIH,

mas com as devidas adaptações para os Albergues da Juventude. Dependendo da

pontuação, foram excluídos da Federação os Albergues da Juventude que não

atingiram a pontuação mínima para albergues de categoria regular.

Atualmente, a FBAJ não credencia nenhum albergue que obtenha a

classificação Regular (somente Bom ou Muito Bom), mas um Albergue da Juventude

pode ser rebaixado à essa categoria caso deixe de atender algumas normas ou

deixe de fazer manutenções regularmente.

Do período de criação até os dias atuais, o movimento alberguista cresceu,

se profissionalizou e obteve lugar de destaque no panorama internacional.

4.1.2 Definição

Quando os albergues da juventude surgiram na Alemanha do pós-guerra

eles eram sediados em prédios públicos abandonados. Com o passar do tempo, eles

cresceram, se organizaram através de federações, e hoje tendem a se tornar um

novo tipo de hotelaria, econômica, prática e sem muitas exigências. No exterior

muitos albergues já oferecem até excursões, cruzeiros e passeios ciclísticos.

Vianna (2004) afirma que os Albergues da Juventude se enquadram na

categoria de equipamento extra-hoteleiro onde jovens, em sua maioria, têm a

oportunidade de interagir com outras pessoas que viajam o mundo aspirando

vivenciar o máximo da localidade visitada, com um padrão mínimo de conforto, em

um ambiente descontraído, seguro e com baixo dispêndio.

Page 35: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Segundo a Resolução CNTur nº 1.118, de 23 de Outubro de 1978, art. 11

(apud CASTELLI, 2001), Albergue de Turismo (AT) é o estabelecimento de

hospedagem com serviço de alimentação parcial, no qual se alugam quartos e

dormitórios coletivos, possuindo banheiros coletivos, asseguradas as condições

mínimas de higiene e conforto.

Os quartos de albergues têm geralmente beliches e armários com cadeados

para cada leito. Em boa parte deles há quartos masculinos e femininos, mas em

alguns estabelecimentos homens e mulheres ficam no mesmo ambiente e utilizam

o(s) mesmo(s) banheiro(s). As acomodações são diversificadas e atendem de

viajantes solitários até grupos, além de casais e famílias. São recomendados para

quem procura hospitalidade e bom preço.

Geralmente, os albergues têm cozinha equipada com no mínimo fogão, pia

e geladeira. Alguns tem máquina de lavar roupas (que pode ser alugada para o

hóspede, assim como roupas de cama e toalhas), computadores com acesso à

Internet (funcionando como um cyber-café), sala de TV etc. Os tipos de serviços

prestados por estes equipamentos extra-hoteleiros variam conforme sua infra-

estrutura e o país no qual está localizado.

4.1.3 Hostelling International e Federação Brasileira de Albergues da Juventude

Os Albergues da Juventude filiados a IYHF estão espalhados por mais de

70 países e constituem uma opção ideal para quem busca um local agradável e com

segurança, mas não está disposto a gastar muito em hospedagem. De acordo com o

Page 36: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE (2005), diferentemente dos hotéis, os albergues têm como filosofia o

compartilhamento dos serviços pelos hóspedes, de forma a torná-los mais baratos.

A IYHF, detentora da marca Hostelling International (HI), sediada em

Londres, é a marca da maior rede de hospedagem do planeta, que surgiu de uma

filosofia de viagem que mistura a descoberta de culturas e pessoas com um turismo

econômico e acessível a todas as idades.

Na Figura 1 é possível observar a estrutura organizacional da IYHF,

partindo da entidade internacional para a Federação de cada país, que no caso do

Brasil é a FBAJ, que coordena todos os hostels brasileiros ligados a Rede. Nos

países de grande extensão territorial, como é o caso do Brasil, a entidade nacional

filia membros estaduais ou regionais. O Brasil possui associações nos estados de

Minas Gerais, Paraná, Rio de janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo

e no Distrito Federal.

Figura 1 – Estrutura Organizacional da IYHF FONTE: GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – HI Hostel. In: TRIGO, Luiz Gonzaga Godoy (Org.). Análises Regionais e Globais do Turismo Brasileiro. 1 ed. São Paulo: Editora Roca, p. 423-436.

Associação

do DF

Associação

de MG

Associação

do PR

Associação

do RJ

Associação

do RS

Associação

do SC

Associação

de SP

IYHF Federação Internacional de Albergues da Juventude

FBAJ Federação Brasileira de Albergues da Juventude

Page 37: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Essa entidade internacional - IYHF - é a responsável pelo bom andamento

da iniciativa no mundo inteiro. Por isso, todas as pessoas, independentemente de

profissão, credo ou estado civil, podem desfrutar das vantagens desta alternativa de

hospedagem, filiando-se ao movimento alberguista através da associação estadual

ou de representante devidamente credenciado. Na maioria dos albergues o acesso é

garantido mediante a apresentação da carteira de alberguista (HOSTELLING, 2005).

Ao ingressar no sistema, o investidor do albergue automaticamente adquire

uma clientela e tem divulgação em nível mundial, através dos guias publicados pela

IYHF e do guia nacional dos Albergues da Juventude.

Além da garantia da oferta de padrões mínimos, todo albergue credenciado

deve cumprir a carta do meio ambiente da IYHF, a qual estabelece critérios para o

consumo e conservação dos recursos naturais, política de reciclagem, conservação

e proteção do meio ambiente.

Os albergues credenciados a Hostelling International anualmente devem

receber os inspetores de qualidade credenciados pela FBAJ, no caso do Brasil, que

verificam o nível de qualidade do estabelecimento, e fornecer-lhes todas as

informações que forem solicitadas. Segundo a FBAJ (2005) essas visitas anuais são

feitas de surpresa ao albergue credenciado. Caso as normas não sejam cumpridas,

os mesmos podem ser descredenciados e desvinculados do sistema.

O Brasil possui cerca de 70.000 associados ativos, e as principais

Associações do país possuem sistemas de reserva nacional e internacional, além de

uma linha de comunicação direta junto aos seus sócios.

O grande atrativo dos Albergues da Juventude é a possibilidade de

conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. Através do International Booking

Page 38: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Network12 (IBN), sistema de reserva on-line da HI, pode-se fazer a reserva em

qualquer um dos mais de 84 albergues associados a FBAJ, atualmente existentes no

Brasil, ou em um dos 5.000 albergues espalhados pelos cinco continentes.

O Brasil possui mais de 84 albergues credenciados pela Federação

Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ) espalhados pelos vários estados da

Federação. Na Bahia, 10 (dez) albergues fazem parte da Rede Internacional. Eles

estão distribuídos entre Porto Seguro, Praia do Forte, Ilhéus, Chapada Diamantina e

Salvador. Na capital baiana são encontrados 03 (três) Albergues credenciados à HI:

o Albergue do Porto e o Hostel Barra, localizados na Barra, e o Laranjeiras Hostel,

localizado no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador (HOSTELLING, 2005).

4.1.3.1 Procedimentos Preliminares para Credenciamento

Para se obter o credenciamento junto a IYFH, alguns procedimentos devem

ser tomados: o interessado em abrir um Albergue deve entrar em contato com a

FBAJ ou com a Associação de Albergues da Juventude estadual que deverá ser

consultada através de uma carta consulta (ANEXO A); a FBAJ informa ao albergue

interessado a documentação necessária (ANEXO B); a seguir a FBAJ dará

parecer baseado em alguns critérios sobre a possibilidade de abrir ou não

(ANEXO C) o Albergue da Juventude em questão.

_______________

12 As reservas feitas através desse sistema on-line são realizadas da seguinte forma: ao entrar no site www.hihostel.com, deve-se clicar no Hostel/ Albergue que deseja se hospedar, a fim de obter todas as informações do HostelAlbergue, inclusive com a opção de reserva (Booking). Ao final da reserva, deve-se imprimir o voucher que é o comprovante da reserva e levá-lo na viagem para apresentar na recepção.

Page 39: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

A FBAJ ou a Associação local estão aptas a fornecer parecer quanto a

viabilidade e adequação do imóvel para funcionamento como Albergue da Juventude

emitindo sugestões para o aproveitamento e adaptação da estrutura física do imóvel

e melhorias necessárias. Após o envio de carta informando da possibilidade de

abertura ou não, o proprietário deverá solicitar uma visita técnica de um responsável,

para análise do imóvel.

Caso as condições sejam favoráveis e o empreendimento cumpra todas as

normas e requisitos, o mesmo enviará uma solicitação de credenciamento (ANEXO

D) à FBAJ, e posteriormente a FBAJ enviará o documento de credenciamento e a

placa oficial "Hostelling International" que deverá ser afixada na entrada do Albergue

da Juventude (SEBRAE, 2005).

Segundo a FBAJ (2005), além de cumprir as exigências físicas e funcionais

para a obtenção do credenciamento, os Albergues interessados também devem ser

avaliados de acordo com alguns procedimentos adotados pela FBAJ, tais como: o

imóvel deve estar situado em município de interesse turístico, em local de fácil

acesso; o empreendimento deverá ser construído ou adaptado para uso permanente

e exclusivo como Albergue; e, se no local onde deverá funcionar o novo Albergue

existir outros Albergues da Juventude credenciados a rede, estes serão consultados

a fim de se analisar se o destino turístico em questão comporta mais um

estabelecimento, sem que prejudique a taxa de ocupação dos outros membros. Com

isso, percebe-se que não basta o Albergue interessado em filiar-se à Rede, cumprir

os pré-requisitos, pois é necessário analisar uma série de fatores que vão além de

exigências físicas e funcionais.

Depois de verificado que o albergue da juventude atende às normas para o

credenciamento, é necessário classificá-lo de acordo com a FBAJ. Para isso, é

Page 40: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

utilizado uma Planilha de Classificação a fim de verificar em que nível ele se

encontra – Bom ou Muito Bom – caso o Albergue esteja no nível Bom e queira se

enquadrar no nível Muito Bom, ele terá 03 (três) meses para fazer as adaptações

sugeridas pela FBAJ.

Essas categorias são estabelecidas pela pontuação que o empreendimento

alcança no período de vistoria para o credenciamento do novo albergue a FBAJ. A

pontuação é dada em relação ao cumprimento das normas estabelecidas, conforto

dos hostels, estrutura física, atendimento, funcionamento da recepção etc, ou seja, o

albergue em questão vai recebendo a pontuação de acordo com o nível de serviço e

estrutura que ele oferece aos seus hóspedes.

Na Tabela 1 é possível visualizar a pontuação necessária para a

classificação nos três níveis: Regular, Bom e Muito Bom.

TABELA 1 – Classificação por categoria segundo padrão de qualidade e serviços

CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO

MUITO BOM 380 a 476 Pontos

BOM 285 a 379 Pontos

REGULAR 95 a 284 Pontos

FONTE: GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – HI Hostel. In: TRIGO, Luiz Gonzaga Godoy (Org.). Análises Regionais e Globais do Turismo Brasileiro. 1 ed. São Paulo: Editora Roca, p. 423-436.

Page 41: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

5 METODOLOGIA APLICADA

Para um melhor entendimento acerca do tema abordado, foram feitas

inicialmente consultas a bibliografias especializadas, artigos de internet, e órgãos

como a BAHIATURSA e FBAJ (Federação Internacional de Albergues da

Juventude), a fim de levantar informações sobre o destino Brasil, mas precisamente

a Bahia, o produto hoteleiro e seus meios de classificação, o turismo alternativo e os

Albergues da Juventude, assim como suas formas de credenciamento junto a FBAJ.

Paralelamente, foi realizada uma pesquisa exploratória no Centro Histórico

de Salvador e na Barra a fim de catalogar os Albergues da Juventude não

credenciados a FBAJ existentes nestas localidades, uma vez que nem todos os

Albergues estão cadastrados pela BAHIATURSA. Não foram levados em

consideração empreendimentos que não possuem essa nomenclatura, mesmo que

neles existissem quartos coletivos, com o objetivo de delimitar o universo da

pesquisa.

A escolha dos albergues estudados levou em consideração a disposição

dos donos ou responsáveis desses estabelecimentos em participar da pesquisa e a

sua localização, optando-se por restringir a pesquisa aos bairros do Centro Histórico

e da Barra, por serem pontos que concentram a maioria dos albergues existentes na

cidade de Salvador.

Segundo a BAHIATURSA (2005) existem na cidade de Salvador 12 (doze)

estabelecimentos de hospedagem funcionando como Albergues da Juventude, nos

bairros do Centro Histórico e Barra. A pesquisa exploratória constatou a existência

de 12 (doze), porém alguns são diferentes dos catalogados pela BAHIATURSA.

Page 42: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Por meio da pesquisa exploratória realizada com visita “in loco” no Centro

Histórico foi constatada a existência de 08 (oito) estabelecimentos: Albergue do

Carmo, Albergue da Juventude Solar, Albergue do Passo, Albergue da Juventude do

Pelô, Albergue dos Anjos, Hostel Albergue da Amizade, Laranjeiras Hostel e

Albergue Hostel São Jorge. Desses, não está presente na lista da BAHIATURSA o

Hostel Albergue da Amizade. Além disso, na lista de Albergues existentes no Centro

Histórico, a BAHIATURSA (2005) aponta o Albergue Don Vilche, que se encontra

fechado.

Em relação ao bairro da Barra, foi realizado um levantamento em sites e

guias relacionados aos meios de hospedagem para verificar a existência desse tipo

de hospedagem extra-hoteleira. Com essa pesquisa detectou-se 04 (quatro)

Albergues da Juventude no bairro da Barra: Hostel Barra, Albergue Jardim Brasil,

Albergue Casa da Barra e Albergue do Porto. Com esse levantamento constatou-se

a existência de 12 (doze) Albergues localizados no Centro Histórico e na Barra.

Estabeleceu-se contato com os 12 (doze) albergues identificados, sendo 03

(três) desses credenciados a IYHF, para a aplicação das entrevistas (APÊNDICE A e

B) e questionários (APÊNDICE C), contudo só foi possível pesquisar 07 (sete)

estabelecimentos dessas localidades, uma vez que 01(um) albergue encontra-se em

reforma, 03 (três) não se disponibilizaram a participar da pesquisa e 01 (um) não

está mais operando como um Albergue da Juventude.

Dessa forma, a pesquisa foi realizada com uma amostra de 07 (sete)

albergues: Laranjeiras Hostel e Hostel Barra, ambos credenciados, Albergue da

Juventude Pelô, Albergue da Juventude Solar, Albergue Hostel São Jorge, Albergue

do Passo e Albergue Jardim Brasil.

Page 43: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Primeiramente, buscou-se contato com os Albergues credenciados a fim de

obter maiores informações sobre o processo de credenciamento junto a FBAJ.

Junto aos estabelecimentos onde foi possível fazer a pesquisa, aplicou-se

questionários, elaborados com base no Manual de Credenciamento da FBAJ

(2005)13 - que fornece orientações básicas para abertura e operacionalização de um

Albergue da Juventude ideal - com o intuito de identificar até que ponto os Albergues

pesquisados atendem aos critérios da FBAJ. Entrevistas semi-estruturadas

(APÊNDICES A e B) também foram aplicadas aos proprietários ou representantes

dos albergues.

Buscou-se por meio das entrevistas e questionários levantar os critérios de

credenciamento estabelecidos pela FBAJ que, na visão dos albergues, representam

um maior grau de dificuldade para a sua adaptação, bem como o interesse dos

mesmos em vir a filiar-se a FBAJ.

Para facilitar a análise dos resultados, os Albergue Credenciados foram

identificados pelos números 1 e 2, e os Albergues Não Credenciados foram

identificados pelas letras A, B, C, D e E.

_______________

13 O Manual de Credenciamento foi concedido à <[email protected]>, em 05 mai. 2005, através de Mensagem Pessoal.

Page 44: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

6 RESULTADOS DA PESQUISA

Os 02 (dois) albergues credenciados pesquisados estão classificados como

Muito Bom, maior nível de classificação da FBAJ, e ao serem questionados sobre

as vantagens que o credenciamento junto a FBAJ pode trazer ao estabelecimento,

os dois albergues afirmam que é o aumento da procura pelos turistas, uma vez que,

sendo credenciados à uma entidade internacional eles assumem um nível de

qualidade e estrutura superior aos que não são. Além disso, com o credenciamento

os albergues ficam mais conhecidos, já que são catalogados no site mundial da

Rede e em vários guias.

Com relação ao grau de dificuldade do cumprimento das exigências para o

credenciamento, apenas 01 (um), o Albergue 2, diz ter havido necessidade de se

adaptar, pois seus recepcionistas não falavam inglês e não possuíam serviço de

internet. Com relação a estrutura, esse albergue teve que construir mais 01 (um)

banheiro, a fim de possuir um banheiro feminino e outro masculino. Já o Albergue 1,

afirma que desde a sua fundação já pretendia se filiar a HI, e que desde então foi

fazendo as adaptações necessárias para que quando o pedido de credenciamento

fosse realizado eles já estivem funcionando de acordo com as exigências e critérios

estabelecidos pela FBAJ, para que não houvesse dificuldade.

Através das entrevistas realizadas com os Albergues da Juventude

credenciados a FBAJ, constatou-se que alguns critérios não são tão rígidos e que

alguns procedimentos não acontecem da forma que está estabelecida no Manual de

Credenciamento. Um exemplo disso é a vistoria anual que a FBAJ realiza aos

Albergues da Juventude, marcada com antecedência e que não acontece

Page 45: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

repentinamente como estabelecido no Manual da FBAJ. Segundo os albergues, os

inspetores da FBAJ ligam para comunicar o dia em que irão chegar ao

estabelecimento e caso as normas não estejam sendo totalmente cumpridas, os

albergues tem um prazo, que pode ser de 01 (um) ano, para se adequar novamente

ao critério, e caso isso não ocorra, ele será descredenciado.

Em relação ao credenciamento de novos albergues à Rede, os albergues

credenciados pesquisados afirmam que a FBAJ entra em contato com os já

existentes na localidade, a fim de saber se um novo estabelecimento não iria

influenciar negativamente a taxa de ocupação dos mesmos. Segundo os

entrevistados, Salvador não comporta mais nenhum estabelecimento ligado à Rede,

pois a consideram uma cidade ‘relativamente pequena’ e que 03 (três) Albergues

com a marca da HI já é o suficiente.

Uma exigência da FBAJ é que o estabelecimento possua alvará de

funcionamento expedido pela Prefeitura, sem o qual nenhum estabelecimento

deveria funcionar, e Registro na EMBRATUR. Assim, dos albergues não

credenciados pesquisados somente 01 (um), o Albergue E, não a possui, mas o

entrevistado afirma já estar em andamento o processo de licenciamento. Com

relação ao Registro da EMBRATUR, somente 02 (dois) estabelecimentos não

credenciados o possuem, os Albergues B e C, e os outros afirmam estar

providenciando (TABELA 2).

TABELA 2 – Registro Legal dos albergues não credenciados

ALBERGUES

ITENS A B C D E

Alvará de funcionamento da Prefeitura X X X X

Registro da EMBRATUR X X

Page 46: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Nos albergues não credenciados, observa-se que os proprietários dos

estabelecimentos não conhecem completamente a filosofia da HI e definem a FBAJ

uma organização muito fechada, já que consideram existir política muito rígida,

exigindo muito de seus membros e oferecendo pouco.

Ao serem questionados sobre o interesse no credenciamento, e qual seria a

dificuldade encontrada em relação ao cumprimento das normas, as respostas foram

variadas, a saber:

a) Em um albergue pesquisado, o Albergue A, o proprietário afirma já ter

sido credenciado a FBAJ. Ele afirma ter deixado de ser credenciado por

não concordar com algumas normas da FBAJ. Segundo ele, o fato de os

albergues terem um preço máximo estabelecido pela FBAJ atrapalha,

pois ele considera que muitas vezes o preço a ser cobrado é pouco para

o serviço oferecido. O entrevistado pretende fazer uma reunião com

todos os albergues da região do Centro Histórico a fim de criar uma

associação de albergues independentes. Ele pretende também

convencer os albergues que são credenciados a deixarem de ser, para

que desse modo a nova associação possa enfraquecer a FBAJ e se

torne um referencial entre os albergues.

A informação sobre este estabelecimento já ter sido credenciado diverge

dos dados fornecidos pela Federação, que afirma não ter possuído no seu quadro

de credenciados este estabelecimento.

b) Um dos estabelecimentos, o Albergue B, já foi credenciado, deixando de

ser devido a falta de cumprimento às exigências da entidade. A

Page 47: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

proprietária afirma não possuir mais interesse em voltar a se credenciar

e que está “se virando muito bem sem ela”(sic). Além disso, ela

considera a FBAJ “muito politizada e que só se dá bem com ela que tem

pistolão lá dentro”(sic).

c) Outros 02 (dois) albergues, os Albergues C e E, já manifestaram

interesse em se credenciar, porém a FBAJ alegou que Salvador já

possuía 03 (três) albergues credenciados e não comportaria mais

nenhum. Os proprietários afirmam que a FBAJ não analisou a situação

dos albergues, sua estrutura física, sua taxa de ocupação ou outros

fatores. Logo que recebeu a solicitação de credenciamento a FBAJ

alegou não ter interesse em credenciar outros albergues em Salvador.

Um dos entrevistados, o proprietário do Albergue C, salienta que hoje,

com a sua experiência, não aceita algumas regras do alberguismo, como

por exemplo, deixar o hóspede utilizar a cozinha coletiva sem pagar uma

taxa pelo uso ou qualquer outro serviço que tenha que ser oferecido

gratuitamento ao hóspede. Devido a isso, ele não possui interesse no

credenciamento. Já o proprietário do Albergue E, considera existir falta

de fiscalização da FBAJ em relação aos albergues que são

credenciados, pois segundo ele, os albergues credenciados não

respeitam as regras que são impostas pela FBAJ e mesmo assim

continuam credenciados.

d) Já o proprietário do Albergue D, por enquanto, não possui interesse no

credenciamento. Por ter pouco tempo de funcionamento, ainda não tem

segurança sobre a continuidade do empreendimento. Ele considera

significativo a filiação junto a FBAJ, uma vez que sendo filiado a rede o

Page 48: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

estabelecimento possui reconhecimento e visibilidade internacional.

Ao analisarmos as respostas obtidas, percebe-se que não há interesse atual

entre os proprietários de Albergues da Juventude em se filiar a FBAJ. Contudo, a fim

de verificar se esses albergues possuem condições de se enquadrar, ou teriam

condições de se adaptar às exigências da FBAJ, caso o atendimento aos critérios

físicos e funcionais fossem os únicos fatores que determinassem o credenciamento

do estabelecimento, foram também aplicados questionários com os mesmos. Esses

questionários também foram aplicados com os albergues credenciados no intuito de

observar se os mesmos continuam atendendo todos os itens necessários ao

credenciamento. Sendo assim, na análise dos quesitos Estrutura, Serviços

Obrigatórios e Serviços Desejáveis dos estabelecimentos não credenciados, serão

feitas observações com relação aos itens que os albergues credenciados deixam de

atender.

Com relação a análise da estrutura física dos 05 (cinco) estabelecimentos

não credenciados, constatou-se que:

a) Todos os albergues possuem hall de entrada e recepção, e que esta

funciona 24h, tendo sempre alguém à noite para atender aos hóspedes.

Nos Albergues A e D, o responsável pelo controle do estabelecimento à

noite é o próprio proprietário, uma vez que eles moram no albergue;

b) Em todos os albergues são encontrados quartos coletivos, com a maioria

dos armários localizados dentro do próprio quarto. Nos quartos também

são encontrados cestos de lixo e travesseiros. Nos Albergues A e B não

Page 49: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

existe ventilador e os quartos não possuem janelas suficientes a fim de

facilitar a circulação de ar. Apenas no Albergue E existem quartos com

ar-condicionado;

c) Os Albergues A e B não possuem quarto de casal e dos 03 (três)

estabelecimentos que possuem, somente o Albergue D oferece quarto

de casal com banheiro. O Albergue E oferece quartos de casal com ar-

condicionado;

d) Em todos os albergues caso uma família queira hospedar-se, é alojada

no quarto coletivo, se o mesmo estiver disponível, tornando-se um

quarto familiar;

e) Em 02 (dois) dos estabelecimentos existem quartos para funcionários,

nos Albergues A e E, uma vez que, os proprietários moram no local. No

Albergue D, o escritório do Albergue funciona no quarto do proprietário.

Com relação aos albergues credenciados pesquisados verificou-se que

não existem quartos para funcionários. Os entrevistados alegam que

esse tipo de quarto não existe devido ao fato dos funcionários não

dormirem no estabelecimento.

f) Somente 01 (um) albergue, o Albergue E, oferece quarto exclusivo para

guias acompanhantes ou motoristas, mas constatou-se que essa

exigência da FBAJ não é cumprida pelos albergues credenciados

pesquisados;

g) Com relação ao número de sanitários coletivos, a quantidade é

insuficiente para o número de leitos em todos os estabelecimentos não

credenciados pesquisados. Esse dado foi constatado por meio de um

Page 50: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

cálculo Peça/Leito (TABELA 3) que a FBAJ utiliza para se obter o

número mínimo de peças nos banheiros coletivos;

TABELA 3 - Cálculo Peça/Leito

PEÇAS SANITÁRIO MASCULINO SANITÁRIO FEMININO

1 lavatório 4 a 6 leitos 4 a 6 leitos

1 vaso 6 a 8 leitos 6 a 8 leitos

1 chuveiro 8 leitos 8 leitos

FONTE: Manual de Credenciamento concedido à <[email protected]>, em 05 mai. 2005, através de Mensagem Pessoal).

h) Todos os estabelecimentos possuem área de estar e lazer, equipadas

com televisão, sendo que 03 (três) possuem TV a cabo. Em 03 (três), o

hóspede tem a disposição aparelhos de som. Em 04 (quatro)

estabelecimentos o hóspede também tem a disposição jogos, como

baralho, dominó, dama e em 01 (um) deles existe uma mesa de Totó

para uso do hóspede;

i) Em todos os albergues são encontrados cozinha e local para refeições.

Porém, a cozinha utilizada pelo hóspede é a mesma que a utilizada

pelos funcionários para preparar o café da manhã em 04 (quatro) dos

estabelecimentos pesquisados, os Albergues A, B, D e E. Todas

possuem equipamentos para preparo de refeições e 02 (duas) delas, dos

Albergues A e C, não se encontram em bom estado de conservação;

j) Os 05 (cinco) albergues possuem rouparia, depósito, despensa,

reservatório de água e equipamentos de extinção de incêndio, porém

Page 51: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

somente em 02 (dois) estão em bom estado de conservação e

manutenção;

k) Todos os albergues pesquisados possuem lavanderia, que o hóspede

pode utilizar gratuitamente. E 03 ( três) possuem máquinas de lavar e

secar roupas. Caso o hóspede queira utilizá-las, eles devem pagar uma

taxa para que o albergue faça o serviço;

l) Possuir bebedouro é mais uma exigência da FBAJ e somente 03 (três)

estabelecimentos possuem. Verificou-se que esse item só é atendido por

01 (um) dos albergues credenciados pesquisados, o Albergue 1;

m) Nenhum dos pesquisados possui uma sala que funcione como gerência

ou escritório. Em 04 (quatro) deles a recepção também funciona como

gerência e em 01(um), o quarto do proprietário, que mora no albergue,

funciona, caso seja preciso, como gerência.

Para melhor entendimento, e afim de facilitar uma comparação entre os

albergues não credenciados (identificados pelas letras A, B, C, D e E) e o que de

fato é cumprido pelos albergues credenciados (identificados pelos números 1 e 2),

esses dados podem ser melhor visualizados na TABELA 4, onde estão relacionados

os itens analisados nos questionários aplicados aos estabelecimentos.

Page 52: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

TABELA 4 – Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação a Estrutura dos albergues

ALBERGUES

ITENS 1 2 A B C D E

Hall de Entrada e Recepção X X X X X X X

Quartos Coletivos X X X X X X X

Quartos de Casal X X X X X

Quarto para Família X X

Quarto para Funcionários X X

Quarto para Guias ou Motoristas X

Sanitários Coletivos X X X X X X X

Área de Estar e Lazer X X X X X X X

Cozinha e Local para Refeições X X X X X X X

Rouparia, Depósito, Despensa, Reservatório de Água e Equipamentos de Extinção de Incêndio

X X X X X X X

Lavanderia X X X X X X X

Bebedouros X X X X

Sala para Gerência/Escritório X x

TOTAL 11 10 8 8 9 10 9

TOTAL PERCENTUAL 84,6% 76,9% 61,5% 61,5% 69,2% 76,9% 69,2%

Todos os albergues assinalados com um ‘X‘ atendem o item relacionado, e as cores correspondem a seguinte legenda:

Alguns possuem ar-condicionado Com pouca ventilação

Possui banheiro privativo

Quartos adaptados quando necessário

Quarto funciona também como escritório

Quantidade insuficiente

Péssimo estado de conservação

Possui máquinas de lavar e secar

Albergues Não Credenciados

Albergues Credenciados

Page 53: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Dos itens analisados com relação à estrutura, observa-se que nenhum

albergue atende a todos (13 itens). Percebe-se que o Albergue 1, atende a um maior

número e exigências, totalizando 84,6%. Além disso, o Albergue D, atende à mesma

quantidade de itens que o Albergue 2, possuindo, assim, maiores condições de se

adaptar às exigências, pois atende a 10 (dez) delas, o que dá um total de 76,9%.

Através da análise dos itens atendidos com relação a Estrutura Física dos

empreendimentos, verifica-se a falta de espaço nos estabelecimentos para que

reformas sejam realizadas.

Já em relação aos serviços obrigatórios que os Albergues da Juventude

precisão oferecer aos hóspedes para se credenciar a FBAJ, os resultados

relacionados aos albergues não credenciados são os seguintes:

a) 04 (quatro) estabelecimentos servem café da manhã, os Albergues B, C,

D e E, porém apenas 03 (três), os Albergues B, C e D, incluem esse

serviço na diária e o café da manhã é servido em forma de buffet. No

Albergue E esse serviço é opcional e o hóspede pode comprar um kit de

café da manhã composto por 02 (dois) pães, café, leite, queijo e

presunto. O Albergue A, que não possui esse tipo de serviço alega que

os hóspedes preferem comprar fora o que vão comer;

b) Em todos os albergues a roupa de cama está incluas na diária, porém,

em 02 (dois) estabelecimentos, nos Albergues D e E, caso queiram uma

tolha de banho, os hóspedes terão que alugá-la. Essa situação também

foi verificada nos albergues credenciados;

c) Os 05 (cinco) albergues oferecem serviço de cofre e guarda volume aos

Page 54: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

hóspedes e os Albergues D e E cobram esse serviço. Em 01 (um) dos

albergues credenciados, o Albergue 1, esse serviço também é pago;

d) Os hóspedes, em todos os estabelecimentos, preenchem uma Ficha

Nacional de Registro de Hóspede (FNRH), porém somente 02 (dois) , os

Albergues B e E, possuem um Sistema Informatizado no Albergue, onde

existe um cadastro de todos os hóspedes. Os outros albergues guardam

as Fichas dos Hóspedes em um arquivo morto, para uma posterior

consulta, caso seja necessário. Esse fato impossibilitou fazer uma

comparação entre a taxa de ocupação dos albergues credenciados com

os albergues não credenciados, um dos objetivos da pesquisa, já que 03

(três) dos albergues que não possuem um Sistema Informatizado não

possuem uma ferramenta que calcule a taxa de ocupação e os 02 (dois)

estabelecimentos informatizados, não possuem essa função em seus

sistemas;

e) O Albergues B e E não oferecem o serviço de lavanderia, ficando a

cargo do hóspede a lavagem de suas roupas. O Albergue Credenciado

número 2 também não oferece esse tipo de serviço, pois alega que na

região em que está localizado o albergue existam muitas lavanderias;

f) Em todos os estabelecimentos a cozinha é aberta aos alberguistas,

porém, um dos proprietários entrevistados, a proprietária do Albergue C,

afirma não incentivar seu uso, pois, segundo ele, os alberguistas não

sabem utilizar os utensílios e equipamentos de forma adequada;

g) Com relação a informações turísticas da região, todos os entrevistados

afirmam que seus funcionários estão aptos a fornecê-las. Todos os

estabelecimentos também possuem murais com informações sobre o

Page 55: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Albergue e eventos da cidade;

h) Dos albergues pesquisados, 04 (quatro), os Albergues B, C, D e E,

possuem caixa de primeiros socorros, para uma eventual emergência.

Para se estabelecer um padrão, os dados relacionados aos Serviços

Obrigatórios podem ser melhor analisados na TABELA 5 e da mesma forma, para

um melhor entendimento, e a fim de facilitar uma comparação entre os albergues, os

Albergues Não Credenciados foram identificados pelas letras A, B, C, D e E e os

Albergues Credenciados pelos números 1 e 2.

TABELA 5 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Obrigatórios oferecido pelos albergues

ALBERGUES

ITENS 1 2 A B C D E

Café da Manhã X X X X X X

Roupa de Cama e Toalha X X X X X X X

Cofre e Guarda Volume X X X X X X X

Ficha Nacional de Registro de Hóspede X X X X X X X

Serviço de Lavanderia X X X X

Cozinha Aberta ao Alberguista X X X X X X X

Informações Turísticas da Região X X X X X X X

Caixa de Primeiros Socorros X X X X X X

TOTAL 8 7 6 7 8 8 7

TOTAL PERCENTUAL 100% 87,5% 75% 87,5% 100% 100% 87,5%

Todos os albergues assinalados com um ‘X‘ atendem o item relacionado, e as cores correspondem a seguinte legenda: Cobram taxa extra pelo serviço

Sistema Informatizado

Cobram taxa extra pela toalha de banho Albergues Credenciados

Albergues Não Credenciados

Incluso na Diária

Page 56: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Dos itens analisados com relação aos serviços obrigatórios que um

albergue credenciado deve oferecer aos seus hóspedes, observa-se que dos

albergues credenciados apenas o Albergue 1 atende a todas as exigências.

Com relação aos albergues não credenciados, percebe-se que 02 (dois)

albergues, os Albergues C e D, atendem à totalidade das exigências estabelecidas

pela FBAJ, sendo que um deles, o Albergue D, atende à maior parte dos itens em

relação a estrutura, o Albergue D.

Os Albergues B e E, atendem a 87,5% dos itens, mesma quantidade

atendida pelo Albergue 2. Com isso, Os demais albergues teriam condições de

credenciamento, porém com menor chance que os Albergues C e D.

Além da Estrutura e dos Serviços mínimos e obrigatórios que um Albergue

da Juventude, interessado em se credenciar a FBAJ deve atender, existem os

Serviços Desejáveis, também necessários para a obtenção do credenciamento.

Com relação a esses serviços constatou-se com a pesquisa que dos 05

(cinco) albergues não credenciados pesquisados:

a) Todos possuem telefone público dentro do albergue, a fim de facilitar o

uso pelo hóspede;

b) Nenhum dos albergues possui caixa de correios, porém, 03 (três)

estabelecimentos, os Albergues C, D e E, afirmam entregar a

correspondência nos Correios caso o hóspede solicite;

c) Nos Albergues C, D e E os hóspedes podem comprar água, refrigerante,

cartão telefônico e selos. Os outros albergues não vendem esses e

outros produtos por considerarem que os hóspedes não teriam interesse;

Page 57: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

d) Apenas 01 (um) albergue, o Albergue D, serve lanches rápidos ou

refeições aos seus hóspedes. Em 01 (um) dos albergues credenciados,

o Albergue 2, o entrevistado afirma que só oferece esse serviço na alta

estação;

e) Nenhum albergue aluga equipamentos esportivos ou de praia aos seus

hóspedes. Esse tipo de serviço também não é oferecido pelos albergues

credenciados;

f) Nenhum dos estabelecimentos presta serviços turísticos, mas eles

indicam terceiros para transfer In/out, passeios na cidade e city tour by

night;

g) Apenas 02 (dois) albergues, os Albergues B e E, possuem um Sistema

Informatizado;

h) Todos os albergues elaboram e confeccionam folheteria em português e

inglês.

Esses itens podem ser analisados na TABELA 6, que da mesma forma que

as Tabelas 4 e 5, apresenta os itens que são atendidos pelos albergues

credenciados e os albergues não credenciados.

Page 58: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

TABELA 6 - Avaliação da conformidade dos critérios estabelecidos pela FBAJ em relação aos Serviços Desejáveis oferecido pelos albergues

ALBERGUES

ITENS 1 2 A B C D E

Telefone Público X X X X X X X

Caixa de Correios X X

Vender Produtos como Água Mineral, Refrigerante, Cartão Telefônico e Selos.

X X X X X

Servir Lanches Rápidos ou Refeições X X

Alugar Equipamentos Esportivos ou de Praia

Prestação de Serviços Turísticos ou Indicação a Terceiros

X X X X X X X

Sistema Informatizado X X X X

Elaborar e Confeccionar Folheteria em Inglês e Português

X X X X X X X

TOTAL 7 6 3 4 4 5 5

TOTAL PERCENTUAL 87,5% 75% 37,5% 50% 50% 62,5% 62,5%

Todos os albergues assinalados com um ‘X‘ atendem o item relacionado, e as cores correspondem a seguinte legenda:

Dos itens relacionados aos serviços desejáveis que um albergue filiado à

FBAJ deve oferecer, verifica-se que nenhum dos albergues credenciados atende a

100% dos itens.

Com relação aos albergues não credenciados, nenhum se iguala ou supera

a quantidade de itens atendidos pelos credenciados. Os albergues que mais se

Entregam a correspondência caso seja solicitado pelo hóspede

Albergues Não Credenciados

Albergues Credenciados

Page 59: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

aproximam são os Albergues D e E, ambos com 62,5% dos itens atendidos. Mais

uma vez, o Albergue D, que atende a uma maior quantidade de itens relacionados a

estrutura e aos serviços obrigatórios, se destaca.

Na Figura 2, verifica-se a análise geral dos Itens relacionados a Estrutura,

Serviços Obrigatórios e Serviços Desejáveis atendidos pelos 07 (sete) albergues

pesquisados.

FIGURA 2 - Gráfico comparativo entre a quantidade de itens, relacionados aos quesitos Estrutura, Serviços Obrigatórios e Serviços Desejáveis, cumpridos pelos albergues

Considerando-se a pontuação média entre a percentagem de critérios

atendidos pelos estabelecimentos (TABELA 7), conclui-se que dos Albergues Não

Credenciados o Albergue D é o que tem maior probabilidade de conseguir o

credenciamento, com 79,8% dos itens atendidos, seguido pelos Albergues C e E,

ambos com 73,1% dos itens. Os Albergues B, com 66,3% dos itens, e o Albergue A,

com 58%, são os que atendem a um menor número de itens. Além disso, na média

geral, verifica-se que o Albergue D atende a mesma quantidade de itens que o

02040

6080

100

% DE ADEQUAÇÃO

ÀS EXIGÊNCIAS

1 2 A B C D E

ALBERGUES

ESTRUTURA SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS SERVIÇOS DESEJÁVEIS

Page 60: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Albergue 2, porém em proporções diferentes nos quesitos relacionados aos serviços

obrigatórios e aos serviços desejáveis, já que: no quesito estrutura, o Albergue D se

iguala ao Albergue 2; no quesito relacionado aos serviços obrigatórios o Albergue D

ultrapassa o Albergue 2; e em relação aos serviços desejáveis o Albergue D oferece

menos que o Albergue 2.

TABELA 7 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues

ALBERGUE

CRITÉRIO 1 2 A B C D E

ESTRUTURA 84,6% 76,9% 61,5% 61,5% 69,2% 76,9% 69,2%

SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS

100% 87,5% 75% 87,5% 100% 100% 87,5%

SERVIÇOS DESEJÁVEIS

87,5% 75% 37,5% 50% 50% 62,5% 62,5%

MÉDIA 90,7% 79,8% 58% 66,3% 73,1% 79,8% 73,1%

Na análise da Tabela 7 também verifica-se que, caso o quesito Serviços

Desejáveis não fosse somado aos quesitos Estrutura e Serviços Obrigatórios, os

Albergues D e C atenderiam, respectivamente, a um maior número de itens que o

Albergue 2 (TABELA 8) . Nesse caso, verifica-se que o quesito Serviços Desejáveis

é o responsável pela baixa pontuação média obtida pelos albergues pesquisados e

que se ele não fosse levado em consideração, a pontuação média obtida pelos

Albergues pesquisados seria superior a média obtida na Tabela 7.

Page 61: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

TABELA 8 - Comparativo entre as Médias obtidas pelos albergues considerando os quesitos relacionados à Estrutura e Serviços Obrigatórios

ALBERGUE

CRITÉRIO 1 2 A B C D E

ESTRUTURA 84,6% 76,9% 61,5% 61,5% 69,2% 76,9% 69,2%

SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS

100% 87,5% 75% 87,5% 100% 100% 87,5%

MÉDIA 92,3% 82,2% 68,2% 74,5% 84,6% 88,4% 78,35%

O atendimento de todos os itens relacionados à Estrutura, Serviços

Obrigatórios e Serviços Desejáveis são necessários para que um albergue obtenha

o credenciamento junto à FBAJ. A qualidade ou o grau de diferenciação na

prestação de serviços que um estabelecimento oferece ao hóspede o auxilia a

alcançar o maior nível de classificação da entidade – Muito Bom.

Todos os albergues credenciados pesquisados estão classificados como

Muito Bom, porém percebe-se que nenhum dos 02 (dois) estabelecimentos atendem

100% dos itens.

Page 62: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A hipótese que sustentava esta pesquisa era de que a maioria dos

Albergues não são credenciados a FBAJ devido ao grau de dificuldade em atender

as exigências estipuladas pela FBAJ com relação à infra-estrutura e aos serviços, ao

pagamento de uma taxa de manutenção da marca e a necessidade de registro junto

à EMBRATUR, além da falta de interesse dos proprietários em se adequar às

normas de serviços da FBAJ.

Contudo, percebeu-se que o credenciamento de um albergue junto a FBAJ

é condicionado por fatores que vão além do cumprimento às exigências estipuladas

no Manual de Credenciamento da entidade, como o estabelecimento estar

localizado em município de interesse turístico e de fácil acesso, e haver demanda

para um novo empreendimento ligado à Rede, constatado através de uma reunião

entre os albergues já credenciados a fim de analisar a possibilidade de um novo

credenciamento com anuência dos mesmos.

Pelo que foi constatado nas entrevistas junto aos albergues credenciados

pesquisados e com membros da Associação de Albergues da Juventude do Estado

do Rio de Janeiro (ALBERJ), caso um albergue interessado no credenciamento

possua uma boa taxa de ocupação a FBAJ não toma conhecimento, pois ao invés

de checar as condições do estabelecimento interessado, a Federação reúne-se com

os membros para verificar a possibilidade de um novo participante. Com essa atitude

a FBAJ desestimula a disseminação da marca Hostelling International baseada em

critérios subjetivos. A preocupação dos albergues federados com a ocupação média

não se mostra clara, embora não se tenha podido analisá-la como proposto.

Page 63: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Considerando que a maioria dos albergues já está em funcionamento, o

credenciamento poderia demonstrar um aumento da qualidade da oferta de

hospedagem no Centro Histórico ou na Barra, evidenciando a diferenciação entre

credenciados e não credenciados.

Com relação ao grau de dificuldade de cumprimento dos critérios de

estrutura e de serviços pelos albergues não credenciados, verificou-se a falta de

espaço nos estabelecimentos para que reformas possam ser feitas a fim de atender

as exigências, o que dificultaria o processo, e que em relação às exigências

relacionadas aos serviços indicados pela Federação, os albergues deixam de

atendê-las por não se interessarem em se diferenciar do mercado para atrair uma

maior clientela.

Mediante as visitas aos estabelecimentos extra-hoteleiros e os resultados

dos questionários aplicados, percebeu-se que os credenciados possuem uma maior

preocupação em satisfazer as necessidades e desejos dos hóspedes do que os que

não possuem o credenciamento. Essa atitude pode ser condicionada pela falta de

especialização e conhecimentos específicos do funcionário para o trato com o

público e a despreocupação dos proprietários em manter uma boa imagem perante

seu cliente externo.

O pagamento de uma taxa de manutenção da marca e a necessidade de

registro junto à EMBRATUR, não são fatores que influenciem o interesse dos

estabelecimentos em se credenciar a FBAJ. Em geral, os albergues não

credenciados não se interessam em filiar-se a FBAJ, devido à dificuldade imposta

pela Federação em permitir a entrada de novos membros ou pelo fato de a

considerarem uma entidade politizada e fechada, embora não apresentem nenhum

fato que justifique essa visão.

Page 64: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

Constata-se que, caso o atendimento aos critérios físicos e funcionais

impostas pela FBAJ para a obtenção de credenciamento de um estabelecimento

fossem os únicos fatores que levassem um albergue a obter a filiação, os Albergues

da Juventude localizados na Barra e no Centro Histórico teriam poucas

possibilidades de obter o credenciamento. Somente 01 (um) dos estabelecimentos

não credenciados, o Albergue D, se iguala a 01 (um) dos albergues credenciados , o

Albergue 2, em quantidade de itens atendidos. Porém, caso o quesito Serviços

Desejáveis não fosse levado em consideração, 02 (dois) Albergues, os Albergues C

e D, atenderiam a um maior número de itens que o Albergue 2. Sendo assim,

conclui-se que o quesito Serviços Desejáveis é o responsável pela diferenciação

obtida pelos albergues pesquisados e que se ele não fosse levado em consideração,

um maior número de albergues teria melhores condições de obter o credenciamento.

Além disso, para se filiar os proprietários dos Albergues não credenciados teriam

que fazer algumas mudanças nos seus estabelecimentos, como construir banheiros,

fazer manutenção de espaços físicos e equipamentos, qualificar melhor seus

funcionários e separar as funções exercidas por eles.

Um aspecto relevante e que não pôde ser analisado, devido à escassez de

tempo e recursos para o desenvolvimento desta pesquisa, é a qualidade percebida e

a preferência dos hóspedes em relação aos dois tipos de albergues, os

credenciados e os independentes, pois a partir destas informações os proprietários

destes estabelecimentos poderiam avaliar melhor a situação de seus

estabelecimentos e se conscientizarem da necessidade, caso ela exista, de reverter

a situação.

Com o desenvolvimento desta pesquisa, chegou-se a conclusão que os

proprietários de estabelecimentos de hospedagem devem procurar satisfazer o

Page 65: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

hóspede através de serviços qualificados e uma boa infra-estrutura. Isso torna-se

necessário à medida que há um número crescente de meios de hospedagem nas

regiões pesquisadas, principalmente relacionados aos albergues - credenciados à

IYHF ou independentes - hospedagem extra-hoteleira que vem atraindo um número

cada vez maior de hóspedes.

Essa pesquisa contribui com um maior conhecimento a cerca do tema

abordado, uma vez que existem poucas pesquisas e publicações relacionadas ao

alberguismo. Verifica-se a necessidade de outros trabalhos relacionados ao tema e a

estrutura hoteleira da região e da cidade de Salvador para que o Turismo possa ser

um fator de desenvolvimento sustentável e permanente.

Page 66: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

REFERÊNCIAS

ANDRADE, José Vicente. Turismo: fundamentos e dimensões. São Paulo: Àtica, 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HOTÉIS. Disponível em: <http://www.abih.com.br/site.php>. Acesso em: 27 ago. 2005. BAHIATURSA. Disponível em: <http://www.bahia.com.br>. Acesso em: 04 ago. 2005. CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. 9. ed. São Paulo: EDUCS, 2001. 594 p. CHON, Kye-Asung (Kaye); SPARROWE, Raymond T. Hospitalidade: conceitos e aplicações. Tradução de Ana Beatriz de Miranda e Silva Pereira. São Paulo: Pioneira Thomason Learning, 2003. 393 p. Título Original: Welcome to hostility: an introduction. EMBRATUR. Legislação. Disponível em: <http://www.institucional.turismo.gov.br> . Acesso em: 19 ago. 2005. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ALBERGUES DA JUVENTUDE. Disponível em: <http://www.hostel.org.br>. Acesso em: 07 ago. 2005. HOSTELLING INTERNATIONAL. Disponível em: <http://www.hihostels.com>. Acesso em: 30 ago. 2005. MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.

GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – HI Hostel. In: TRIGO, Luiz Gonzaga Godoy (Org.). Análises Regionais e Globais do Turismo Brasileiro. São Paulo: Editora Roca, 2005, p. 423-436.

Page 67: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

MEDEIROS, Andressa Andrade de. Educação, Cultura e Hospitalidade. Revista de Turismo. Jun. 2003. Disponível em: <http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/artigos/hospitalidade.html>. Acesso em: 26 abr. 2005. MESQUITA, Antônio Rafael. Turismo da Juventude na Promoção do Turismo Interno e Inclusão Social. Revista de Turismo. Ago. 2005. Disponível em <http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/artigos/turismojuventude.html>. Acesso em: 04 set. 2005. MONTEJANO, Jordi Montaner. Estrutura do mercado turístico. Tradução de Andréa Favano. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001. 426 p. Título Original: Estructura del mercado turístico. NASCIMENTO, Frederico Ribeiro do. Crescimento do Mercado Turístico no Brasil. Revista de Turismo. Jan. 2003. Disponivel em: <http://revistaturismo.cidadeinternet. com.br/artigos/crescimentomercadobrasil.html>. Acesso em: 27 jul. 2005. NUNES, Luiz Carlos. Disponível em : <http://www.abih.com.br >. Acesso em: 25 ago. 2005. PRAIA DO FORTE HOSTEL. Disponível em: <http://www.albergue.com.br>. Acesso em: 25 set. 2005. SEBRAE. Ponto de Partida para Início de Negócio: Albergue. 2004. Disponível em: < www.sebraemg.com.br/arquivos/pontodepartida/albergue.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2005. SOUZA, João Cândido; SOUZA, Lícia Soares de. Turismo Sustentável: Cultura – Relações Públicas – Qualidade. Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo (SCT), 2002. 124 p. VIANNA, Maranhão Martina. Considerações sobre os tipos de serviços prestados pelos Albergues de Salvador, localizados na Barra e Pelourinho. 2004. 80 f. Monografia (Graduação em Turismo) – FIB Centro Universitário da Bahia, Salvador, 2004. Orientação: Profª. Sandra Pereira.

Page 68: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA PARA

OS ESTABELECIMENTOS CREDENCIADOS

ENTREVIASTADO(A): 1. Nome do Estabelecimento: 2. Endereço: 3. Telefone: 4. E-mail: 5. Nome do Proprietário: 6. Data de Fundação: 7. Perfil dos clientes (faixa etária, nacionalidade): 8. Número de Funcionários (alta e baixa estação):

a. Eles possuem alguma qualificação: 9. Qual a Tarifa cobrada na Alta e na Baixa Estação? 10. O imóvel onde funciona o estabelecimento é próprio? 11. O estabelecimento possui Alvará de funcionamento? Possui Registro na

EMBRATUR? 12. Por que o(a) senhor(a) optou pelo credenciamento? 13. Há quanto tempo o estabelecimento é filiado à FBAJ? 14. Como foi o processo de credenciamento? Qual foram as exigências mais

difíceis de serem cumpridas? 15. Existem três Albergues credenciados a FBAJ aqui em Salvador, caso algum

outro estabelecimento do gênero queira se credenciar a rede o que ele deve fazer? Salvador comporta mais albergues que sejam credenciados a Rede?

16. O valor da tarifa é estipulado pela FBAJ?

Page 69: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

APÊNDICE B

ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA PARA OS ESTABELECIMENTOS NÃO-CREDENCIADOS

ENTREVIASTADO(A):

1. Nome do Estabelecimento:

2. Endereço:

3. Telefone:

4. E-mail:

5. Nome do Proprietário:

6. Data de Fundação:

7. Perfil dos clientes (faixa etária, nacionalidade):

8. Número de Funcionários (alta e baixa estação):

a. Eles possuem alguma qualificação: 9. Qual a Tarifa cobrada na Alta e na Baixa Estação?

10. O imóvel onde funciona o estabelecimento é próprio?

11. O estabelecimento possui Alvará de funcionamento? Possui Registro na

EMBRATUR? 12. O senhor(a) tem ou já teve interesse em se credenciar a Hostelling

internacional? Se sim, por que não obteve o credenciamento? Quais os pontos o(a) senhor(a) considera mais difícil de ser atingido para a obtenção do credenciamento? Se não, porque não se interessou pelo credenciamento?

13. O que o(a) senhor(a) considera mais difícil para o cumprimento das normas da

FBAJ: as taxas cobradas ou o atendimento dos serviços e estrutura?

Page 70: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

APÊNDICE C

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROPRIETÁRIOS OU REPRESENTANTES

DE ALBERGUES CREDENCIADOS E NÃO CREDENCIADOS ENTREVISTADO(A):

1. Estrutura:

- Hall de Entrada e Recepção: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, como funciona a recepção? - Dormitórios Coletivos: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Dormitórios de Casal: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Dormitórios de Família: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Alojamento para Gerentes Residentes ou para Funcionários Residentes: ( ) SIM ( )NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Dormitórios para Guias Acompanhantes e Motoristas: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são e quais os equipamentos encontrados neles? - Sanitários Coletivos: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são? Sua quantidade é suficiente para atender a quantidade de leito? - Área de Estar ou Convívios: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os equipamentos encontrados? - Cozinha: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os equipamentos encontrados? A quantidade é proporcional ao número de leitos? - Local para Refeições: ( ) SIM ( ) NÃO - Despensa: ( ) SIM ( ) NÃO

Page 71: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

- Depósito/Almoxarifado: ( ) SIM ( ) NÃO - Rouparia: ( ) SIM ( ) NÃO - Lavanderia: ( ) SIM ( ) NÃO - Depósito de Lixo: ( ) SIM ( ) NÃO - Reservatório de Água: ( ) SIM ( ) NÃO - Equipamentos de Extinção de Incêndio: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, o número é suficiente? - Bebedouros: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos são? - Escritório/Gerência: ( ) SIM ( ) NÃO

12. Serviços:

12.1. Obrigatórios:

- Café da manhã servido pelo Albergue da Juventude: ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, como é feito o serviço? - Roupa de cama e banho: ( ) SIM ( )NÃO De que maneira eles são oferecidos aos hóspedes? - Serviço de cofre para guarda de valores e de documentos pessoais: ( ) SIM ( )NÃO - Serviço de guarda de bagagens: ( ) SIM ( ) NÃO - Ficha de registro de hóspedes e/ou livro: ( ) SIM ( ) NÃO - Lavanderia: ( ) SIM ( ) NÃO - Cozinha aberta para o alberguista: ( ) SIM ( ) NÃO - Mural em área próxima da recepção com informações sobre o Albergue da

Juventude, quadros de horários de transporte local, etc: ( ) SIM ( ) NÃO

- Recepção aberta 24 horas: ( ) SIM ( )NÃO Se não, como funciona a recepção? - Caixa de primeiros socorros: ( ) SIM ( ) NÃO

Page 72: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

- Fornecer informações turísticas da região: ( ) SIM ( ) NÃO

12.2. Desejáveis:

- Telefone público: ( ) SIM ( ) NÃO - Caixa de correios: ( ) SIM ( ) NÃO - Loja de conveniência com venda de produtos de primeiras necessidades como sabonete, shampoo, absorventes, bronzeador, hidratante, remédios de primeiros socorros, preservativos, fichas telefônicas, selos, cartões-postais, chocolates, biscoitos, e demais produtos de primeira necessidade: ( ) SIM ( ) NÃO - Serviço de refeições e lanches rápidos: ( ) SIM ( ) NÃO

- Equipamentos esportivos e de praia para alugar: ( ) SIM ( ) NÃO - Prestação de serviços turísticos próprios ou de terceiros para transfer In/out, passeios na cidade, city tour by night, reservas de meios de transporte aéreo e rodoviário: ( ) SIM ( ) NÃO

- Informatização do Albergue da Juventude: ( ) SIM ( ) NÃO - Elaborar e confeccionar folheteria em português e em mais um idioma (espanhol ou inglês): ( ) SIM ( ) NÃO

12.3. Outros serviços que o Albergue dispõe:

Page 73: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

ANEXO A

MODELO DE CARTA CONSULTA

À Federação Brasileira de Albergues da Juventude ou Associação Responsável Prezados Senhores, A presente tem a finalidade de consultar V.Sas., sobre a possibilidade de abertura de um Albergue da Juventude, no seguinte endereço : - Rua ........................................................... nº ..................................... - Bairro ........................................cidade ............................................. - CEP .......................................... fone ................................................. - nº de leitos ( ) casa própria ( ) casa alugada ( ) Colocamo-nos a disposição para maiores informações sobre o espaço disponível para o Albergue, assim como sobre os serviços que podemos oferecer. Na expectativa de breve resposta desta Federação/Associação, subscrevemo-nos Atenciosamente, Assinatura do Proprietário RG

(FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)

Page 74: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

ANEXO B

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA OBTENÇÃO DE CREDENCIAMENTO (Todos em 02 vias)

- Carta-consulta resposta emitida pela FBAJ; - Comprovação de propriedade de imóvel; - Cópia do contrato social da empresa que administrará o Albergue da Juventude; - Mapa com localização do Albergue da Juventude em relação a cidade;

- Alvará de funcionamento e localização no nome do Albergue da Juventude emitido pelo órgão municipal e cadastro na Embratur;

- Certidão Negativa dos proprietários

- Pedido por escrito para ser credenciado como Albergue da Juventude à FBAJ ou

Associação Estadual que é um Termo de compromisso (fornecido pela FBAJ/Associações), assinado pelo responsável/proprietário do Albergue, onde se compromete a obedecer às normas relativas ao movimento alberguista estabelecidas pelas entidades e órgãos responsáveis (o proprietário deve se comprometer em respeitar o número de leitos, participar dos curso de proprietários, respeitar os aspectos de construção, serviços e equipamentos, e ser pontual na entrega dos relatórios estatísticos mensais etc);

- 02 (duas) cópias do projeto de ambientação (lay-out) assinados pelo profissional

responsável, com as devidas áreas e números de leitos; - Cheque nominal à FBAJ no valor relativo às placas "Hostelling International"; - Ficha de inscrição do Estabelecimento no Ministério da Fazenda (nº do CGC); - Descrição por escrito, pormenorizada, de como chegar ao albergue vindo do

terminal rodoviário e do aeroporto (número de ônibus, onde pegar e onde descer e horário de funcionamento);

- Descrição pormenorizada de todos os serviços que serão prestados pelo Albergue

da Juventude; - 04 slides e 04 fotografias, internas e externas, do Albergue da Juventude depois de

pronto, a serem enviadas para a Federação Brasileira de Albergues da Juventude; - 20 fotos da fachada com padrão fotográfico profissional para serem trabalhadas

pela Assessoria de Imprensa do Albergue da Juventude, das Associações Estaduais e FBAJ.

(FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)

Page 75: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

ANEXO C

MODELO DA RESPOSTA DE CARTA CONSULTA

São Paulo, ________ de _____________________ de 200___. Ilmo(a) Sr(a)(o) Prezado(s) Senhor(es) Servimo-nos da presente para informar que mediante consulta formulada por V.Sa. sobre a possibilidade de abertura de Albergue da Juventude na cidade de ........................................................., situada a Rua ....................................................................................................... Nosso parecer é, (favorável/desfavorável) à abertura do referido Albergue. À disposição para esclarecimentos, subscrevemo-nos Atenciosamente, Assinatura do Responsável Federação Brasileira/Associação

(FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)

Page 76: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA BAHIA · TABELA 8 - Comparativo en tre as Médias obtidas pelos albergues ... Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

ANEXO D

SOLICITAÇÃO DE CREDENCIAMENTO

_____________ , ________ de ________________ de _______.

À Federação Brasileira de Albergues da Juventude ou Associação Estadual .........................................................., portador(a) da carteira de identidade nº ...................................., CPF.............................................., profissão ..........................................., residente na ................................. ...........................................................,cidade.........................................., estado................................................., CEP ..........................................., Fone ................................................, Fax ..............................................., representante de direito da ....................................................................., empresa proprietária do Albergue da Juventude ..................................., situado na cidade de ..........................Estado de ...................................., CEP ........................ Fone ........................... Fax .................................... atendidos os requisitos mínimos constantes do manual operacional de Albergues da Juventude em vigência, solicito o credenciamento do referido Albergue da Juventude, assumindo desde já o compromisso do cumprimento de todas as normas de funcionamento preconizadas pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude, pretendo buscar sempre o aprimoramento e profissionalização do empreendimento, objetivando a qualidade da rede, dando preferência de hospedagem aos membros do "Hostelling International" e respeitando os valores máximos determinados para a taxa de pernoite. Assumindo ainda o compromisso de pagar a uma taxa equivalente ao valor de 4 pernoites/mês referente ao uso da marca " HOSTELLING INTERNATIONAL", à Associação Paulista de Albergues da Juventude. Como representante do Albergue da Juventude me comprometo a participar de todos os Seminários técnicos ou cursos realizados pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude. Caso desista de continuar operando como Albergue da Juventude ou dentro das normas e padrões que norteiam a atividade, comprometo-me a solicitar por escrito, de imediato, o descredenciamento e a devolver a placa de identificação do estabelecimento credenciado pela FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ALBERGUES DA JUVENTUDE. Assinatura do Proprietário com firma reconhecida Testemunha (FONTE: MANUAL PARA CREDENCIAMENTO. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 05 mai. 2005.)