centro de estudos da guiné portuguesa

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  1 O Centro de Estudos da Guiné Portuguesa nasceu há 25 anos, a 13 de Dezembro de 1946, através duma portaria assinada pelo Governador de então, Comandante Manuel Maria Sarmento Rodrigues. Destinava -se a promover a cultura, organizar um museu e dirigir o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, criado por uma portaria de 21 de Julho do mesmo ano. O Centro de Estudos cumpriu o primeiro objectivo, formando o primeiro núcleo de obras da biblioteca pública de Bissau e para ela encaminhando as permutas e ofertas de l ivros e revistas , promovendo conferência s e exposições, ed itando monografias sobre a Guiné , levando ao estrangeiro o saber e a ex periência dos seus melhores membros residen tes e trazendo à província nacio nais e estrangeiros , que a enriqueceram com os seus estudos e trabalhos. A crónica do Centro de. Estudos, na epígrafe Notas e Informações do Boletim Cultural, dá conta da sua actividade ao longo dos 25 anos da sua existência. O segundo objec tivo, a organ ização de um museu, também foi cumprido. O decreto n.º 36639, de 29 de Novembro de 1947, cria o Museu da Guiné Portuguesa, com sede em Bissau, ficando-lhe anexos uma Biblioteca e um  Arquivo Histórico. Foram previstas quatro s ecções par a o museu: Histór ia. Etnografia, Ciências Naturais e Economia. Para o Arquivo Histórico foram copiados, sobretudo do Arquivo Histórico Ultramarino, alguns milhares de documentos referentes à Guiné. Fizeram a recolha Fausto Duarte (que o Senhor levou, em plena laboração, em 7 de Maio de 1953) e Jorge Faro. Estes

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25 anos do Centro Cultural da Guiné Portuguesa

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O Centro de Estudos da Guiné Portuguesa nasceu há 25 anos, a 13 de

Dezembro de 1946, através duma portaria assinada pelo Governador de

então, Comandante Manuel Maria Sarmento Rodrigues. Destinava -se a

promover a cultura, organizar um museu e dirigir o Boletim Cultural da Guiné

Portuguesa, criado por uma portaria de 21 de Julho do mesmo ano.

O Centro de Estudos cumpriu o primeiro objectivo, formando o primeiro

núcleo de obras da biblioteca pública de Bissau e para ela encaminhando aspermutas e ofertas de livros e revistas, promovendo conferência s e

exposições, editando monografias sobre a Guiné , levando ao estrangeiro o

saber e a experiência dos seus melhores membros residentes e trazendo à

província nacionais e estrangeiros, que a enriqueceram com os seus estudos

e trabalhos. A crónica do Centro de. Estudos, na epígrafe Notas e Informações

do Boletim Cultural, dá conta da sua actividade ao longo dos 25 anos da sua

existência.

O segundo objectivo, a organização de um museu, também foi cumprido. O

decreto n.º 36639, de 29 de Novembro de 1947, cria o Museu da GuinéPortuguesa, com sede em Bissau, ficando-lhe anexos uma Biblioteca e um

  Arquivo Histórico. Foram previstas quatro secções par a o museu: História.

Etnografia, Ciências Naturais e Economia. Para o Arquivo Histórico foram

copiados, sobretudo do Arquivo Histórico Ultramarino, alguns milhares de

documentos referentes à Guiné. Fizeram a recolha Fausto Duarte (que o

Senhor levou, em plena laboração, em 7 de Maio de 1953) e Jorge Faro. Estes

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documentos constituem o ponto de partida para o muito que há acerca da

Guiné nos arquivos metropolitanos, brasileiros e doutras nações com as quais

esta nossa Guiné manteve, no passado, relações comerciais, mormente a

França e a Inglaterra. A Biblioteca, anexa ao Museu, acaba de ascender à

categoria de Nacional através do Diploma Legislativo Ministerial n.º 1/70. O

mesmo Diploma, no artigo 7º, principia: «Anexo à Biblioteca Nacional daGuiné, e enquanto não se considerar necessária a sua existência autónoma,

funcionará o Arquivo Histórico da Guiné».

Cumpriu ainda o Centro de Estudos o terceiro objectivo: dirigir o Boletim

Cultural da Guiné Portuguesa. Com mais ou menos páginas, com uma

colaboração mais ou menos seleccionada, ora impresso em Lisboa (na

Sociedade Industrial de Tipografia, desde o primei ra número ao número 40.0 

(fim de 1955) e do número 45.º ao número 59." (Julho de 1960), ora impresso

em Bolama (números de 1956), ora impresso no Porto (na Imprensa

Portuguesa), desde o número 60.º (Outubro de 1960) até à actualidade, com

maior ou menor apoio financeiro do Governo da Província, o nosso Boletim

Cultural  subsistiu até hoje, desafiando os prognósticos dos pessimistas,

vencendo todas as crises, a mais grave das quais se situou em Junho de 1956,

quando foi encarregado do Governo o Capitão Abel d e Sousa Moutinho. A voz

autorizada do Comandante Avelino Teixeira da Mota fez -se então ouvir e, não

eram passados quatro meses, a normalidade voltou.

Um dos problemas que o Centro de Estudos teve de enfrentar. após a euforia

dos primeiros anos. foi a obtenção de original. A questão foi levantada na

reunião da Comissão Executiva de 4 de Dezembro de 1952. A 3 de Fevereiro

do ano seguinte, a Comissão Executiva propôs um Concurso a fim de obter melhores e maior quantidade de originais. Tais concursos hão -de repetir-se

pelos anos fora. Outra maneira de arranjar original foi as Bolsas concedidas a

investigadores. Edmundo Correia Lopes, falecido inesperadamente em

Bubaque a 7 de Junho de 1948, viera à Guiné como bolseiro do Centro de

Estudos realizar estudos filológicos. O pintor Martins da Costa percorrera a

Província em 1948 a colher motivos para a sua arte, igualmente como bolseiro

do Centro de Estudos. No Arquivo Histórico Ultramarino trabalharam Fausto

Duarte e Jorge Faro na recolha de documentos destinados ao Arquivo

Histórico da Guiné. O Dr. João Tendeiro publicou muitos estudos no nossoBoletim Cultural  à custa da Bolsa concedida pelo Centro de Estudos. No

entanto, o sistema não dava suficiente resultado. Pela primeira vez, na reunião

da Comissão Executiva de 14 de Setembro de 1960, falou-se no pagamento

dos artigos a publicar. Todavia, a 30 de Novembro do mesmo ano ainda se fixa

o quantitativo das bolsas a conceder em função do dinheiro disponível. Mas na

reunião de 28 de Dezembro decidiu-se definitivamente substituir as bolsas

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pelo pagamento de cada trabalho, processo ainda hoje seguido. Na

valorização dos estudos a publicar atende -se um pouco à categoria do autor,

outro pouco à extensão, outro pouco ao trabalho e à despesa feita pelo autor,

ainda ao valor intrínseco do estudo, sem se descurar um elemento muito

importante: a disponibilidade de verba.

 Ao longo destes 25 anos, a Comissão Executiva reuniu -se 463 vezes. Aparte estas reuniões, essencialmente deliberativas e executivas, houve

umas tantas «Reuniões Magnas», públicas, promovidas para apresentar os

relatórios anuais e para eleger membros honorários. A última Reunião Magna

levada a efeito data de 22 de Outubro de 1956. Em 18 de Maio de 1960, a

Comissão Executiva propôs para membro honorário o Governador de então,

Dr. Alvaro da Silva Tavares, aliás já membro residente desde a primeira hora

do Centro de Estudos. A eleição fora prevista para o dia 9 de Junho durante

uma «Reunião Magna». Razões imprevistas não permitiram a sua realização

nesse dia... e ficou adiada para sempre.

 As reuniões ordinárias principiaram por ser feitas numa dependência da

Repartição do Gabinete, às quintas-feiras, primeiro às 17.30 horas, depois às

18 horas. Em Maio de 1953, já com sede no Museu desde há anos,

transferiram-se as reuniões para o sábado de tarde, às 16 horas, a fim de

poderem assistir os membros residentes de Bissau. Em Junho de 1954

voltaram a efectuar-se às quintas, pelas 17 horas, e, pouco depois, às sextas,

pelas 21. Em 1956, no mês de Outubro, as reuniões ordinárias fixaram -se mais

uma vez às quintas-feiras, pelas 18 horas. Em fins de 1964, foram marcadas

de 15 em 15 dias para as sextas -feiras e às 21 horas. A seguir - e até hoje - as

reuniões começaram a ser cada vez menos regulares, cerca de mês a mês,tendo sido entregue o expediente mais urgente e imediato ao Secretário do

Centro, Sr. Joaquim Augusto Areal, ao qual compete também a administração

financeira na qualidade de Conservador do Museu.

  A Comissão Executiva do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa

exerceu sempre as suas funções sem qualquer remuneração monetária .

Como a quaisquer outros membros, é-lhes oferecido o Boletim Cultural.

Precisamente por isso é que n ão há termo de posse. Disse-o há anos Teixeira

da Mota: «A entrega de poderes das Comissões Executivas não se faz

através de assinaturas de posse. O Centro de Estudos não é um serviço

público».

Noutra ocasião, o mesmo Teixeira da Mota, definindo o Centro de

Estudos, escreveu: «O Centro não é verdadeiramente um organismo de

investigação... O Centro tem feito aquilo que consiste fundamentalmente em

estimular e facilitar as actividades intelectuais dos indivíduos, funcionários ou

particulares».

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O Centro de Estudos tinha, há 25 anos, uma importância diferente e mais

ampla do que tem hoje. A promoção e o desenvolvimento cultural da Guiné,

que era então o principal objectivo, foram confiados aos Serviços de

Educação da Província, criados apenas há uns 10 anos e scassos [em 1961,

potanto]. Em 1946, o ensino rudimentar e primário era ministrado em poucas

escolas oficiais e oficializadas missionárias , cujos assuntos corriam pelaEstatística. O ensino médio e superior era todo ministrado fora da Guiné .

Com o andar dos tempos, a escolarização rudimentar atingiu a maioria das

crianças e o ensino secundário pôde ser ministrado em Bissau. Advirta -se,

contudo, que a instrução primária e a secundária não são pontos de chegada,

antes são pontos de partida para a cultura. E o modesto Centro de Estudos de há

um quarto de século, que materialmente começava com nada, com a genica de um

punhado de pioneiros criou, indirectamente, a necessidade duma cultura de base a

ministrar na escola. Está ele ainda na origem do projectado Centr o Cultural de

Bissau, constituído pela Biblioteca Nacional (que vai ser implantada em edifício

condigno de quatro pisos), pelo Museu (a ampliar notavelmente, de forma a poder 

satisfazer às diversas secções, de que foi dotado na criação em 1947) e,

finalmente, pelo Centro de Estudos propriamente dito (com mais espaço para

trabalhar), cuja principal tarefa tem consistido na publicação do Boletim Cultural da

Guiné Portuguesa, uma revista de alcance internacional, que muito tem honrado

esta Província.

 A escola fornece, na verdade, as bases da cultura. A cultura, porém, ultrapassa a

escola. A palavra cultura sugere qualidades de espírito, de crítica e de

sentimentos. Como conjunto de respostas do homem à sua situação no mundo, a

cultura inclui a ciência e a técnica, mas é mais vasta do que elas. A ela competecriar as ideias orientadoras fundamentais, reafirmar os valores que dão sentido à

acção. O nível de cultura dum indivíduo ou dum povo afere -se pelo seu poder de

inserção no conjunto do seu pensamento ou da sua vida. Um homem culto é um

ser espiritualmente equilibrado, capaz duma síntese vivencial que ao mesmo

tempo o integra no seu meio sociológico e o faz reagir a esse meio.

O nosso Boletim Cultural, precisamente, pretende arquivar o que de mais

válido for produzindo a escola em matéria de valores espirituais, ao nível da Guiné

Portuguesa. A ciência teórica da escola, em si dispersa e não integrada num

sistema, produzirá surpreendentes resultados ao contacto com a vida. Osconhecimentos puros aliados à experiência quotidiana modelam os espíritos

superiores e provocam-lhes reacções que o Centro de Estudos deveria estar apto

a discutir e a promover.

Estamos fora - e queremos continuar a estar fora - das estruturas

educacionais da Província, o que não significa alheamento ao que nela se vai

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produzindo. Queremos mesmo estar muito atentos a todos os reais valores que a

escola desperte, para os aproveitar e pôr a render 100 %, dentro da sua específica

esfera de acção, desintegrados da estrutura escolar e integrados numa vida de

adultos e de construtores dum mundo mais perfeito, mais humano, mais justo e

mais belo.

  As verdades desarticuladas aprendidas na escola e na experiênciaquotidiana precisam da elaboração intelectual, de forma a transformarem-se em

valores humanos universais. O filósofo Henrique Bergson chamava «socialização

da verdade» à tentativa de substituir os conceitos, que são universais, por coisas,

que são concretas, individuais e fáceis de observar. Ora, é no dom de ver o

particular sob o ângulo do universal que consiste a cultura. A observação e a

experiência hão-de andar de mãos dadas com a reflexão intelectual, criadora de

princípios gerais, os únicos capazes de resolver os problemas técni cos dos

experimentalistas puros. Só quem tem a capacidade de ultrapassar a visão do

facto para entrar no domínio do princípio, através de madura reflexão, con segueser paladino do progresso autêntico.

Muito gostaríamos de aproveitar os valores humanos que por essa Guiné

dormitam. Quando, em 1916, foi lançado o Inquérito Etnográfico por Avelino

Teixeira da Mota, coadjuvado pelo Governador Com. Sarmento Rodrigues,

alguns investigadores se revelaram com produções de muito mérito, que

teriam ficado no perpétuo olvido se não fosse aquela oportunidade que se lhes

ofereceu. Que poderíamos nós hoje fazer para encontrar vocações perdidas?

Bastará dizer-lhes que as páginas do nosso Boletim Cultural estão abertas a

quem quer que julgue possuir uma palavra de novidade a dar acerca dos

problemas desta Província?O Centro de Estudos foi uma realidade no passado; o presente

apresenta-se-nos com frágeis perspectivas, em face das quais o futuro se nos

entrevê com alguma interrogação. A previsão é apanágio de homens que

sabem o que querem e para onde se encaminham. Estamos a querer 

equacionar os problemas de hoje, para que amanhã possam ser resolvidos. E,

com certa mágoa, verificamos os homens mais válidos da nossa terra virados

por demais ao material, ao efémero, sem tempo para reflectir sobre os

momentosos problemas que as circunstâncias lhes põem diante. O

engrandecimento da técnica exige um «suplemento de alma», no pensamentode Bergson. O desequilíbrio entre um corpo desmesurado e uma alma

anémica, pequenina, provoca tensões e mal-estar. Só uma filosofia de valores,

que saiba dimensionar a acção em função do pensamento, mediante o culto da

verdade, do bem e do belo, permitirá trazer uma relativa felicidade ao homem.

 Ao serviço do homem total, da Guiné Portuguesa e da cul tura tem estado

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o nosso Centro de Estudos. Queremos que ele continue com idênticos

objectivos. Enunciando aqui o que se realizou e quem o realizou, parece -nos

a melhor maneira de homenagear os nossos ante cessores, alguns deles já  

falecidos, de despertar valores adormecidos do presente e de servir de

estímulo aos vindouros.

Não pode haver qualquer espécie de dúvida acerca do Boletim Cultural da

Guiné Portuguesa, publicado pelo Centro de Estudos, como o mais válido meio

de difusão da Guiné Portuguesa, nos seus mais variados aspectos. As suas

quase 20 mil páginas já  publicadas constituem precioso material de base para

o conhecimento da Província. Isto não significa que possamos adormecer 

sobre os louros. Há ainda longos caminhos a percorrer. Abrimos pistas

durante os passados 25 anos. Que os nossos vindouros as saibam percorrer,

não desmerecendo daqueles que laboriosamente lançaram o grão à terra.*

* *

Para comemorar as BODAS DE PRATA do Centro de Estudos, vamos a

seguir apresentar uma espécie de índice do que ele foi, princi piando pela

documentação publicada no Boletim Cultural. Prestamos ainda modesta

homenagem aos nossos antecessores e colaboradores, apontando -lhes os

nomes e a respectiva colaboração. T eremos uma palavra final acerca da

expansão do Boletim Cultural.

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Quem se der à paciência de consultar todas as páginas apontadas,

ficará com uma ideia bastante completa da história do Centro de Estu dos da

Guiné Portuguesa.

Como qualquer organismo hu mano, teve horas de Tabor e horas de

Calvário, como se depreende sobretudo das comunicações de A. Teixeira da

Mota e dos relatórios anuais, que habitualmente eram apresen tadospublicamente nas «Reuniões Magnas».

  Através deles, verificamos as sólidas estr uturas iniciais e o impulso

decisivo dado pelos pioneiros, de forma que as crises por que tem pas sado o

Centro de Estudos não invalidaram a obra realizada ao longo dos seus

primeiros 25 anos de vida.

Se ao Governo da Guiné o Centro de Estudos sempre mere ceu especial

carinho, as sucessivas Comissões Executivas envidaram os melhores

esforços para que ele correspondesse aos objectivos da sua fundação e

existência.

O nível científico do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, que o Centro de

Estudos publica há 25 anos ininterruptos, com as suas quase 20 mil páginas,

constituem o mais válido testemunho de como é possível criar, mesmo num

clima inóspito e num meio sociocultural pouco propicio à investigação, à arte e

à especulação filosófica.

 Aqui está a nossa revista a desmentir os velhos do Restelo de sempre e a

projectar voos mais altos para o futuro. Na verdade, parece lógico que a larga

alfabetização que decorre na Guiné, com mais amplo acesso aos cursos

médios e superiores a quem quer que dê provas de inteli gência e de iniciativa,

traga, num futuro mais ou menos próximo, uma colaboração preciosa, maisdiversificada e em primeira mão para o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa,

que precisa de sangue, sangue novo, em constante renovação, de forma a

interessar o maior número possível de leitores.

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Este mapa dos membros do Centro de Estudos sugere-nos algumas

observações.

Em primeiro lugar, notamos a enorme desproporção entre os mem bros

residentes e os membros correspondentes - certo que alguns falecidos. Nos

primeiros dez anos, os membros residentes foram em maior número e assim mais

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facilmente puderam superar as dificuldades surgidas. Quando os membros

residentes entraram em minoria, já se tornaram mais graves as crises. Repare-se

como é que em meados de 1956 se tentou resolver o problema da falta de

membros residentes. Nomearam-se então sete duma só vez, precisando-se

embora de alterar a portaria da criação do Centro de Estudos. A reacção foi

dolorosa, mas salutar, pois quando em Outubro do mesmo ano se voltou àprimitiva constitucionalidade, viu-se que a constância da linha de pensamento se

robusteceu com esta crise de crescimento. Como qualquer outro corpo vivo, a

mudança dentro de certa continuidade deve ser a regra.

Há uma terceira categoria de membros, os «membros honorários», que não

são de nomeação do Governo, mas proclamados em «Reuniões Magnas».

Contamos apenas cinco membros honorários, todos proclamados nos primeiros

anos de existência do Centro de Estudos. Em 1960, como já se referiu, foi

proposto pela Comissão Executiva o Dr. Álvaro Rodrigues da Silva Tavares, aliás

 já membro residente. Como a Reunião Magna, em princípio marcada para o dia 9de Junho de 1960, foi adiada sine die, não chegou a ser proclamado.

No primeiro ano do Centro foram nomeados 23 membros, quatro dos quais

correspondentes; no ano seguinte, 8 (dois não residentes); mais 8 em 1948 e 12

em 1949. Quer dizer, nos primeiros quatro anos foram nomeados nada menos de

51 membros, entre residentes, correspondentes e honorários, portanto mais do

que nos vinte anos seguintes. Nos últimos dez anos o Centro contou apenas com 8

novos elementos.

Todos reconhecemos a falta de novos membros, sobretudo resi dentes, com

renovadas ideias. O que tem valido ao Boletim Cultural  têm sido os membroscorrespondentes, que principiaram quase todos por ser membros residentes e cuja

experiência directa dos problemas da Guiné mais os qualifica em tudo quanto

escrevem acerca desta Província.

Embora não seja tão fácil, como parece, discriminar a categoria dos

membros do Centro de Estudos, organizámos o seguinte mapa, que nos dá

uma ideia rápida do que foram ou são os nossos colaboradores:

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  Alguns dos «funcionários», aqui tomados no sentido restrito, são

formados pelas nossas escolas de Ensino Superior, com graus acadé micos.

Dizemos em sentido restrito, porque a maioria dos membros do Centro de

Estudos, duma maneira ou doutra, são funcionários do Estado, a começar 

pelo Prof. Dr. Marcelo Caetano, que é Professor de Direito da Universidade

de Lisboa e actualmente Presidente do Conselho de Ministros, logo seguido

pelo Oficial de Marinha, Comandante Manuel Pereira Crespo, actual Ministro

da Marinha, e de tantos outros.

Tivemos Engenheiros civis, agrónomos e silvicultores.

Os Professores Universitários distribuem-se por diversas Faculdades e

Institutos Superiores, tanto nacionais como estrangeiros.

Dentre os médicos contámos veterinários especialistas da doença do

sono, radiologistas e outras especialidades, sem contar os professores

universitários.

Os formados em Direito ocuparam lugares vários na administração pública ou

exerceram a actividade privada.

Os Investigadores formaram-se em Ciências Naturais ou outros ramos do

saber humano, todos com cursos universitários.

Desta forma, as múltiplas ocupações e interesses dos nossos colaboradorespossibilitaram uma diversificação de temas que enriqueceram o panorama

intelectual do Boletim Cultural.

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· Permitimo-nos fazer breve comentário a cada um dos três mapas, a começar 

pelo dos Presidentes do Centro de Estudos.

Nos últimos 25 anos houve nove presidentes efectivos da Comissão

Executiva. Chamamos a atenção para o caso do administrador reformado AntónioBarbosa Carreira, que exerceu o cargo, interinamente, por três vezes, e continua

ainda hoje a viver com intensidade os problemas do Centro de Estudos da Guiné,

onde passou toda a sua vida profissional. A sua colaboração no Boletim Cultural é

das mais vastas e mais diversificadas. Outro extraordinário obreiro do Centro de

Estudos tem sido o Comandante Avelino Teixeira da Mota e, no entanto, apenas

assumiu a presidência após a crise de 1956 e por multo breve tempo. De notar 

ainda que de 1957 a 1970 apenas houve dois presidentes e nos 12 anos anteriores

os presidentes foram seis. De início, a presidência durava apenas um ano, a qual

poderia ser atribuída ao mesmo em anos sucessivos. Depois, a lei foi modificada, afim de haver maior estabilidade e continuidade nas Comissões Executivas.Os Vogais da Comissão Executiva do Centro de Estudos são escolhidos

entre os membros residentes. Abriu-se uma excepção para a primeira, comoera natural, em 1946; abriu-se outra excepção para a constituída em 14 deJunho de 1956, que funcionou apenas até 1 de Outubro do mesmo ano.

Contamos, ao todo, 30 vogais, alguns dos quais serviram o Centro de

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Estudos em diversas e sucessivas (ou alternadas) Comissões Exe cutivas.Dentre eles, pela permanência e pela actividade. é justo salientar os nomes de  A. Teixeira da Mota, Fernando Rogado Quintino, António Carreira e JoséMendes Moreira.

Não se fixou nunca o número de vogais. Em certas épocas, chega ram aaparecer nas reuniões meia dúzia; normalmente, não passaram de quatr o;não faltaram períodos em que foram menos de quatro. A sua escolha,apresentada pela presidência da Comissão Executiva, é feita pelo Governo daProvíncia. Assim tem sucedido terem sido nomeados certos vogais, nãopropriamente em substituição de outros, m as para preencher lugares deausentes.

  A lista dos secretários é curta, graças ao dinamismo do Sr. Joaquim Augusto Areal, que detém o título desde há vinte anos, substituído, nas suasausências e férias, pelo ex -arquivista do Museu, João Francisco Mendes.

Trata-se de lugar muito importante na orgânica do Centro de Estudos, pois aoSecretário compete fazer rolar a máquina burocrática, intimamente ligada aoMuseu da Guiné, onde se tem processado - desde a fundação do Museu - todoo expediente. Primeiro, o expediente corria pela Repartição do Gabinete.Pouco depois passou para a Repartição da Estatística; finalmente, ficou ligadoà secretaria do Museu.

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COLABORADORES DO CENTRO DE ESTUDOS

Nem todos os membros do Centro de Estudos escreveram para oBoletim Cultural. Todos, porém, colaboraram dentro da sua esfera de acção,mais ou menos vasta e valiosa. No artigo 1.º dos Estatutos lê-se: «Os

membros residentes e correspondentes são designados entre os cola -boradores do «Boletim Cultural da Guiné Portuguesa» e as pessoas quedirectamente tenham prestado serviços notórios ao Centro de Estudos».

 A lista dos membros colaboradores mostra, no entanto, como a grandemaioria escreveu no «Boletim Cultural» ou redigiu monografias publicadaspelo Centro e como há membros da primeira hora a prestar ainda hoje umacolaboração efectiva.

 A principal actividade do Centro de Estudos tem sido a literária.

  As Comissões Executivas têm recorrido a diversos expedientes, como

se referiu noutro lugar, no sentido de obterem colaboração variada e de nível,

sempre relativa à Guiné.

Os aspectos históricos e etnográficos desta província têm sido talvez os mais

explorados. A História da Guiné está belamente representada com os estudos de

  A. Teixeira da Mota, Fausto Duarte, Jorge Faro, António Carreira, João Basso

Marques, Amadeu Nogueira, Jaime Walter, José de Oliveira Boléo, Francisco

Grandão, Gago Coutinho, Raymond Mauny, Henrique Alberto de Sousa Guerra,

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Jorge Frederico Velez Caroço, Theodore Monod, Michael Teaçue, Francisco Leite

Faria, Raúl Sousa Machado, A. P. Kup, Amílcar Mateus, António Morais Trigo,

  Augusto de Barros, Luís António de Carvalho Viegas, Luís Ledo Pontes, Mário

 Alberto Nunes Costa, P. H. Haír e Henrique Pinto Rema.

 A Etnografia aparece um pouco por toda a parte, sobretudo nos estudos

históricos e de geografia humana. Há, todavia, trabalhos específicos acerca dosmuitos povos da Guiné, assinados sobretudo por administrativos que, pela força

das circunstâncias, os conhecem mais a fundo. Lembramos os nomes de A.

Teixeira da Mota, António Carreira, Amadeu Nogueira, Augusto Jesus Santos

Lima, José Mendes Moreira, Octávio Gomes Barbosa, Fernando Rogado Quintino,

Carlos L. Almeida, Francisco Artur Mendes, Artur Martins Meireles, James Pinto

Buli, Eduíno Brito, António Cunha Taborda, Artur Augusto Silva, Fernando

Barraqão, Rui Álvaro Vieira, João Eleutério Conduto, José Eduardo Silva Marques,

Carlos Bento Correia, Amílcar Mateus, A. Gomes Pereira, Carlos Santos Reis,

Fernando Schiappa Campos, J. Lombard e Joaquim Garcia de Carvalho.

Entre outros, parece-nos de evidenciar, em Geografia física e humana. os

nomes de Alfredo de Carvalho Guerra e Carlos Armindo Guimarães

(climatologia), Manuel Pereira Crespo, Manuel Lopes de Mendonça e José

Beja Neves (hidrografia), A. Teixeira da Mota, Fausto Duarte, Jaime Monteiro

de Barros, José Emílio Estiveiro Cabido Ataíde, M. Marques Mano e J.

Dresch.

  A crise estalou no Centro de Estudos em meados de 1956 precisamente

porque se entendia não estar o Centro de Estudos a desenvolver uma acção

em profundidade do ponto de vista económico, com a publicação de estudos

que dessem os princípios determinantes da acção aos governantes . A.Teixeira da Mota respondeu claramente à objecção, indicando os temas

teóricos ventilados no Boletim Cultural  susceptíveis de serem explorados

pelos homens da acção imediata. Eis os colaboradores que nos parecem

mais ligados à Economia da Guiné: Filomeno Caetano de Sá, Aguinaldo

Veiga, L. Patrício Ribas, Fernando Rogado Quintino, Manuel Ferreira Rosa,

Maria Sofia Pomba Guerra, António Carreira, João Basso Marques, José de

Oliveira Boléo, Carlos Baeta Neves, Pio Coelho de Mendonça, Carlos Alberto

de Figueiredo Salgeiro Rego, A. Picado Horta, Luís dos Santos Lopes,

Zeferino Monteiro de Macedo e Tomás Joaquim da Cunha Alves.

Ligados mais à  Administração, explorando assuntos de Direito comum e

particular das diversas etnias podemos enumera r Honório José Barbosa.

  Álvaro Rodrigues da Silva Tavares, Artur Augusto Silva. Joaquim Areal,

Eduíno Brito, António Carreira e Arnaldo Brazão.

O grande estudioso de assuntos de Demografia foi António Carreira. No

entanto, Eduíno Brito, F. Rogado Quintino e A. Picado Horta merecem uma

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lembrança.

Em F ilologia e Linguística são notáveis os estudos de Edmundo Correia

Lopes, de Louríde de Sousa Bela, de João Basso Marques, de W. André

Wilson, de António Carreira, de Fernando Rogado Quintino e ainda, para um

pormenor acerca da origem do nome «Guiné», de M. Dias Belchior.

 A Literatura, no sentido estrito, anda na Guiné muito ligada à etnografia eà história. O Boletim Cultural  tem publicado páginas de ficção de múltiplos

interesses, assinadas por Fausto Duarte, Fernando Rogado Quintino,

  Alexandre Barbosa, Maria Rosa, Luís Ledo Pontes, Fernando Barragão,

James Pinto Bull, António Carreira, Amadeu Nogueira, Artur Martins

Meireles, António Cunha Taborda, João Eleutério Conduto, Egídio Álvaro,

Francisco Valoura e A. Gomes Pereira.

 A Botânica teve igualmente os seus cultores: Jaime Walter , Joaquim

Espírito Santo. Estela de Sousa e Silva, Jaime dos Santos Pinto. Fer nando

Jorge Pereira Nunes e J. da Fonseca George.

 Aliados à Botânica andam os assuntos de  Agricultura e Silvicultura, que,

por sua vez, têm grandes reflexos na economia e na etnografia. Ao longo dos

25 anos de existência do Boletim Cultural  foram publicados assuntos

notabilíssimos sobre os mais diversos aspectos da agricultura e silvicultura,

cujos nomes importa registar: Manuel Martins Baptista, António Castro, J. da

Fonseca George, Amílcar Cabral, José Alberto Lemos Martins Santareno,

Raul Albuquerque Sardinha e José Luís Ferreira Mendes.

Dedicaram-se à Zoologia  André Villiers e sua mulher, J. Araújo Ferreira,

João Tendeiro, Fernando Frade, Estela de Sousa e Silva, Jaime dos Santos

Pinto, Jorge Paulo Fonseca e Luís dos Santos Lopes. Ainda há muito queexplorar neste capítulo.

 A  parasitologia animal  é que teve um emérito estudioso na pessoa de

João Tendeiro, que fora precedido, mais no aspecto da medicina, por F. Cruz

Ferreira, e seguido, igualmente no aspecto da medicina, por entomólogos

como Armando Castelo Branco, A. C. Tordo, Maria Luísa Gomes Alves e

sobretudo Manuel Gardette Correia, ainda em plena elaboração.

 A Medicina Tropical está representada talvez em milhares de páginas no

Boletim Cultural, mediante as penas ilustres de Jaime Walter, F. Cruz Ferreira,

  Augusto Reimão Pinto, Carlos Lehmann de Almeida, Maurício de Oliveira

Lecuona, Rui Alvaro Vieira, Fernando Coutinho Costa, Carlos Tríncão, Herbert

Bíllman, João Tendeíro, F. Moura Pires, A. Ruas, Abel Noronha da Silva,

Carlos Alberto do Carmo Lopes da Cunha, Fernando das Neves Almeida,

  António Scarpa, Manuel Gonçalves Dias, Rui Rodolfo Roncon e Manuel

Gardette Correia.

 As Religiões, sobretudo o animismo, aparecem nos estudos históricos e

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sobretudo etnográficos. Também ali o muçulmanismo é tratado de muitas

maneiras. Alguns nomes merecem citação especial nesses aspectos:

Sarmento Rodrigues, António Carreira, José Júlio Gonçalves, Fernando

Rogado Quintino, Manual Dias Belchior, Eduíno Brito e Amadeu Nogueira. A

religião cristã foi estudada, do ponto de vista histórico, por Henrique Pinto

Rema.Os problemas da  Arte mal foram esboçados até ao presente. F. Rogado

Quintino. Artur Augusto Silva. Carlos Bento Correia. José Júlio Gonçalves e

 Abílio Gomes (música) escreveram. ao todo. umas largas centenas de páginas

sobre diversos temas.

 A Matemática indígena foi estudada por António de Almeida. E até houve

um cultor de F ilatelia. Joaquim Pires de Figueiredo.

Dois nomes da Engenharia civil publicaram pequenos estudos sobre

pavimentos e construções de moradias: Rego Cabral e Mário Ven tim Neves.

  Assuntos de  Antropologia surgiram também. Lembramos apenas dois

nomes: Carlos Santos Reis e Emília de Oliveira Mateus.Toda esta colaboração veio publicada em 24 monografias e sobre tudo nos 25

volumes do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa. Para se avaliar melhor o esforço

desenvolvido pelas Comissões Executivas do Centro de Estudos, damos a seguir o número de páginas de cada volume:

EXPANSÃO DO BOLETIM CULTURAL

 Não obstante estar suspensa a remessa do nosso   Boletim Cultural  paravárias nações, sobretudo africanas, ainda hoje é esta a sua expansão:

A

maior parte das permutas e ofertas respeita a institutos culturais, o que tomamuito mais vasta a expansão da revista do que se se tratasse de ofertas a pessoas singulares.

Ainda que a Europa é relativamente a mais beneficiada com as nossas  permutas e ofertas, respectivamente 14 e 7, o mapa mostra-nos a suaexpansão pelos quatro continentes, naturalmente com maior relevo para os

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  países africanos, com os quais houve no passado muito mais intercâmbio  para mútua utilidade. Apesar de a cultura ser a política, por um lado. econstituir elo espiritual entre os povos, mesmo assim levantam-se-lhe barreiras que todos lamentamos.

** *

Ao dar por finda esta nota comemorativa das BODAS DE PRATA doCentro de Estudos da Guiné Portuguesa, queremos agradecer a colaboraçãoenviada para este número do   Boletim Cultural   pelo actual Governador,General António Ribeiro de Spínola, e pelo fundador do Centro de Estudos,Contra-Almirante Sarmento Rodrigues. A colaboração destes dois ilustresgovernadores da Guiné [refere-se a artigos enviados por eles para o Boletim

comemorativo] constitui o elo de ligação do passado ao presente e é garantiado futuro. Esperamos, pois, que daqui a 25 anos outros possam celebrar -lhecom maior brilho as BODAS DE OURO.

Publicado no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa,

Volume XXVI, Nº 101, Janeiro de 1971