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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE PEDAGOGIA JOSE ADRIANO SILVA DE OLIVEIRA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE MARACANAÚ-CE FORTALEZA 2012

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE PEDAGOGIA

JOSE ADRIANO SILVA DE OLIVEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE MARACANAÚ-CE

FORTALEZA 2012

JOSE ADRIANO SILVA DE OLIVEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE MARACANAÚ - CE

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Cearense – FAC como requisito parcial para obtenção do grau de Pedagogo.

FORTALEZA 2012

O48a Oliveira, José Adriano Silva de.

Alfabetização e letramento: estudo de caso em uma escola

pública de Maracanaú-CE / José Adriano Silva de Oliveira. –

2012.

44 f.

Orientador: Profª. Ms. Luíza Lúlia Feitosa Simões.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Pedagogia, 2012.

1. Alfabetização. 2. Letramento. 3. Educação - Brasil. I.

Simões, Luíza Lúlia Feitosa. II. Título.

CDU 37.014.22

CDU 656(813.1)

CDU 658.155

CDU 347.922.6

CDU 338.48(813.1)

CDU 373.2

Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867

CDU 656(813.1)

CDU 658.155

CDU 347.922.6

CDU 338.48(813.1)

JOSE ADRIANO SILVA DE OLIVEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ESTUDO DE CASO NUMA ESCOLA PÚBLICA DE MARACANAÚ - CE

Monografia como pré-requisito para obtenção de título de Licenciatura Plena em Pedagogia, outorgado pela Faculdade Cearense-FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores a seguir: Data da aprovação: ____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

Professora Ms. Luiza Lúlia Feitosa Simões (Orientadora)

__________________________________________________________

Ms. Aleine Eduardo Fernandes Motta Moreira Dantas (membro)

__________________________________________________________

Esp. Mônica Helena Gurgel Barroso (membro)

Dedico este trabalho ao meu Deus, autor da

minha vida;

A minha mãe Mariana (in memorian) e ao

meu pai Nobre, responsáveis por minha

educação,

Aos amigos que me fazem mais feliz

E por fim, a todos educadores

alfabetizadores pela luta constante por uma

sociedade melhor.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao meu Deus que sempre esteve ao meu lado zelando por minha vida. Aos meus pais que souberam me educar de uma forma singular e são os maiores incentivadores da minha educação, jamais se cansaram em mostrar o verdadeiro caminho e me incentivaram a vencer mais uma etapa da minha vida. A minha mãe (in memorian) que mesmo em momentos tão difíceis soube me ensinar a ser honesto verdadeiro e paciente. Ao meu pai pela paciência em me ensinar o seu oficio, mesmo eu tendo trilhado outro. Aos meus amigos de sala que durante esses sete semestres estiveram comigo em especial à Hellen Paula, Deline Camila pela constante companhia; à Fernanda Catarina, à Kamille Oliveira e à Mayara Caetano; aos demais amigos: Débora Silva, Tiago Alencar, Rafael Brito pela paciência em ceder seu computador, à Sarah kesly e a sua mãe Leilian, enfim, a todos os amigos que me ajudaram a lutar por uma vida melhor. A minha orientadora Luiza Lúlia Feitosa Simões por sua dedicação e orientação nesse trabalho e por me conduzir na busca de novos conhecimentos. Obrigado por tudo. À Compassion que me ajudou desde os meus seis anos de idade investiu e acreditou no meu sonho, possibilitando o custeio da minha graduação. Não poderia também deixar de agradecer ao Projeto José Henrique que fez essa intermediação, em especial à direção na pessoa da senhora Evani Arraes e aos professores: Aurélio Barros, Sharleny Vieira, Rubenita Simões, Aurilene, Esli, Silvia e a todos os professores que contribuíram para minha formação. Ao meu especialista Wendell Miranda que por meio do programa de liderança – LDP me fez vivenciar o verdadeiro papel de líder. Para mim você é uma referencia de pai, amigo, líder e pastor. A minha mentora Natália Milhome, alguém que foi certamente um diferencial na minha vida. Você é um exemplo como profissional e cristã. Obrigado pela paciência e por despertar em mim vontade de seguir em frente e nunca perder o foco. E por fim, quero agradecer os professores acadêmicos pelo acolhimento e disponibilidade sempre, em especial ilustríssimas Gardênia Lustosa, Anita Lustosa, Maria Bernadete Almeida Adriano, Nídia Barone, Mônica Gurgel, Tânia Bezerra, Cristiane Borges e Cristiane Porfírio. Quero agradecer também aos inesquecíveis: Humberto, Judenildes, Maria Elia, Jerffeson, Jacqueline, Milena e Suzanety.

"[...] a minha contribuição foi encontrar uma

explicação segundo a qual, por trás da mão que

pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que

escutam, há uma criança que pensa."

Emília Ferreiro

RESUMO

A alfabetização e o letramento são dois temas atuais que fazem parte da etapa inicial escolar de cada individuo tendo em vista sua relevância na construção do homem enquanto cidadão participe em uma sociedade. Com isso este trabalho buscou apresentar as ações pedagógicas utilizadas em sala de aula com a finalidade de alfabetizar e letrar alunos com dificuldades de leitura e escrita no 5º ano do Ensino Fundamental. Assim como aclarar o Programa de Alfabetização na Idade Certa-PAIC e verificar as dificuldades dos discentes diante das atividades propostas pelo professor em sala de aula. Deste modo, foram realizadas pesquisas bibliográficas baseadas em estudos de autores como Soares (1985) e Batista (2010) que abordam os termos alfabetização e letramento de forma reflexiva e pontual além de um estudo de caso com aplicação de questionário para os professores polivalentes e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Assim, foi possível observar que o professor, mesmo enfrentando diversos desafios tais como: a super lotação das salas de aula, a displicência e a falta de estrutura física da escola possui a atribuição de levar o conhecimento aos alunos mesmo diante de tais diversidades. Para isso, o professor utiliza-se de instrumentos oferecidos pelo PAIC, tendo com expectativa melhorias para qualidade de vida do aluno quanto presente e futuro cidadão, que atua de maneira efetiva socialmente e busca possíveis transformações de vida social.

Palavra Chaves: alfabetização, letramento e Programa de Alfabetização na Idade Certa.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 10

2.1 Alfabetização e sua historicidade...................................................................... 10

2.2 O conceito de Alfabetização............................................................................... 12

2.3 Os métodos de alfabetização ............................................................................ 14

2.4 Letramento: historicidade e conceito................................................................ 15

2.5 O quadro atual da educação no Brasil ............................................................. 18

2.6 As leis que garantem um ensino de qualidade e o papel da escola.............. 20

3 PROGRAMA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA ....................................... 22

4 METODOLOGIA....................................................................................................... 25

5 ANÁLISE E DISCURSSÃO DE DADOS.................................................................. 27

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 34

REFERÊNCIAS BIBIOLGRAFICAS 36

APÊNDICES 38

8

1 INTRODUÇÃO

A alfabetização pode ser compreendida como “[...] a capacidade de

decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e, na escrita, a capacidade

de codificar os sons da língua, transformando-os em sinais gráficos.” (FERNADES

apud Batista, 2010 p. 1-2).

O termo alfabetização possui características mecânicas e pedagógicas.

Mecânicas, pois o seu uso epistemologicamente “não ultrapassa do significado

“levar à aquisição do alfabeto”, ou seja, ensinar o código da língua escrita”

(SOARES 1985, p. 20). Já em sua definição pedagógica, é um processo continuo

“que em seu sentido específico significa a aquisição do código escrito, das

habilidades de leitura e de escrita” (SOARES 1985, p. 20).

Desta forma, a alfabetização não é um processo simples que se configura

apenas na habilidade do ato de ler e escrever, mas em um conjunto de

aprendizagens e habilidades continuas que vão desde o nascimento até o fim da

vida. É importante também ressaltar que a aprendizagem da alfabetização se torna

mais pontual na escola, mas o aluno aprende também em seu cotidiano.

Ao analisar essa premissa entende-se que o aluno se utilizará dessa

aprendizagem também socialmente e isso levar a compreensão de outro conceito: o

letramento que embora antigo, só foi incluído recentemente nas discussões

educacionais. A alfabetização não pode ser desvinculada do conceito de letramento,

o qual deve ser trabalhado durante o ciclo escolar do aluno. O letramento pode ser

entendido como “[...] a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais de

leitura e escrita, mais avançadas e complexas que as práticas do ler e do escrever

resultantes da aprendizagem do sistema de escrita” (SOARES, 2005, p. 6).

Assim, refletindo acerca da alfabetização e letramento decidiu-se estudar

esses dois temas devido ao índice de alunos que estão em salas de 5º ano do

ensino fundamental em uma escola pública, mas que não possuem habilidades

suficientes que garanta um bom desempenho na prática de leitura e escrita, tal como

na interpretação de textos.

A motivação para realizar tal estudo partiu da experiência em sala de aula

como professor polivalente no 5º ano do ensino fundamental e da percepção de que

havia diversos alunos que apresentavam dificuldades de escrita, leitura e

interpretação de textos e enunciados de questões das avaliações. Também pela

9

própria experiência familiar e vivência escolar. Alunos e até mesmo parentes

estavam em uma determinada série que exigia como requisito a capacidade de

compreensão de leitura e escrita, mas não possuíam tais habilidades. Diante disso

percebe-se o alto índice de desistência, evasão e repetência escolar.

Por meio do exposto, formulou-se a seguinte guia da atividade

investigativa: Como se dá o processo de alfabetização em alunos com dificuldades

de leitura e escrita do 5º ano da escola pública municipal de Ensino Fundamental

Jatobá?

Para responder a tal pergunta foi realizado um estudo com professores e

alunos com aplicação de questionários e observações em sala de aula.

O objetivo geral desta pesquisa foi identificar propostas do processo

didático pedagógico da alfabetização nas salas do 5º ano de uma escola municipal

de Maracanaú.

Os objetivos específicos deste trabalho são: aclarar o programa de

incentivo a leitura e escrita que a escola possui dando suporte aos alunos com

dificuldades de leitura e escrita; descrever as atividades, que são desenvolvidas pelo

professor com os alunos que possuem dificuldades na aprendizagem de leitura

escrita e elencar as principais dificuldades dos discentes diante das atividades

propostas pelo professor em sala de aula.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo

constará uma introdução acerca dos objetivos e das características gerais desse

trabalho permitindo ao leitor uma visão panorâmica da monografia; o segundo

capitulo trata-se de um breve histórico sobre alfabetização e letramento embasado

em autores da área visando uma fundamentação teórica e exposição dos

pensamentos desses renomados articuladores que abordem esse tema em seus

trabalhos e que se portem na mesma linha de pensamento deste projeto; o terceiro

capítulo consiste em uma reflexão sobre o Programa de Alfabetização na Idade

Correta - PAIC e sua aplicação em escolas da rede municipal, com foco específico

na escola pesquisada; o quarto capitulo destina-se a apresentação da metodologia

empregada na realização deste trabalho, bem como a descrição das atividades que

foram aplicadas durante a execução dos objetivos iniciais; por fim, o quinto capítulo

destina-se a análise dos dados coletados e em seguida tem-se a apresentação das

considerações finais.

10

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Alfabetização e sua historicidade

Neste subtópico será abordado um breve histórico da alfabetização, seus

conceitos e a sua importância para escola. Para isso será levado em consideração o

momento histórico social, as concepções de alguns dos escritores que se dedicaram

ao estudo do tema ao longo de várias fases do que se conhece como a

consolidação da alfabetização no Brasil.

Como já abordado inicialmente, o conceito de alfabetização pode ser

entendido como aquisição das habilidades da leitura e escrita, tendo como nível de

desenvolvimento a capacidade de decodificar os sinais e sons gráficos. Atualmente

faz-se necessário que a escola desenvolva em seus alunos não apenas tais

habilidades (alfabetizar), mas o uso dessas habilidades em seu cotidiano

(letramento). Cabe ao professor além de ensinar, avaliar e mediar aprendizagem

dessa aquisição, para tanto deve apresentar competências específicas.

Ao longo do tempo verifica-se que a educação passou por diversas

mudanças que contribuíram para transformações radicais no ensino, por exemplo: a

alfabetização segundo Sodré apud Rubin e Leite (2010, p. 12) afirmam que o

processo de alfabetização pode ser dividido em três momentos históricos marcantes

por três métodos distintos, os quais serão abordados de modo mais claro

posteriormente:

Método Sintético - da antiguidade até meados do século XVIII, (o mais antigo de todos, tem mais de 2000 anos, ensinava as letras, depois as sílabas). Método analítico - oposição do método sintético tem início no século XVIII estendendo-se até o início do século XX, alfabetizava com palavras e sílabas. Método Paulo Freire - final do século XIX utiliza o universo vocabular do aluno.

Cada momento histórico acima citado mostram explicitamente as

transformações ocorridas nos modelos de ensinos e isso traz uma nova forma de

pensar a educação. Ao pesquisar sobre a história da alfabetização no Brasil foram

encontrados poucos os documentos que abordam esse assunto e percebeu-se que

desde os primórdios o conceito de alfabetização era concebido de forma diferente

dependendo da classe ou do grupo social, por exemplo: nas tribos indígenas a

educação era provida pela sucessão e transmissão dos valores dos antepassados,

11

mas com a chegada dos europeus a educação se deu com submissão dos índios ao

catecismo cristão de responsabilidade dos Jesuítas que dividia a língua portuguesa

e o latim para os índios. Como nos mostra Silvia (1998, p. 45):

“O discurso sobre a alfabetização no Brasil, isto é, sobre o acesso da população brasileira à leitura e a escrita em um espaço institucional ao longo da escrita de sua história dispersara-se, principalmente, no lugar do sujeito e da língua. Nos primeiros 46 séculos da colonização, a política lingüística e pedagógica dos jesuítas se sustentava em um bilingüismo dirigido. As línguas gerais foram, portanto, uma realidade do cotidiano das escolas e colégios, ao lado do português e do latim. Hoje, no entanto, essa parte fundamental para o ensino da leitura e da escrita é objeto de estudo por aqueles que se interessam por comunidades indígenas. Não faz parte da história da educação de todos os brasileiros. O mesmo sucede com o sujeito que se constitui nessa heterogeneidade lingüística.”

Mas a educação não estava acessível a todos, mesmo com a vinda da

família Real e a independência da colônia verifica-se que a educação ainda era

restrita aos que tinham posse e podiam pagar pelos estudos ou às pessoas com

vocação para padre e freira.

Depois desse memorável período Jesuítico, o Brasil passa então por

diversas mudanças e consequentemente a educação também, desde o período

colonial houve reformas significativas, como é o caso da reforma implantada por

Marques de Pombal que trouxe uma nova configuração à educação, também digna

de nota é o que aconteceu na logo após a Primeira República, sobretudo no governo

Vargas quando a educação esteve baseada em um modelo desenvolvimentista,

marcado por um populismo que favoreceu o ingresso da classe média nas escolas

culminando com a era Kubitschek. Já no período Militar e durante a transição

democrática pode-se perceber um novo momento.

Em meio as mais diferentes mudanças no ensino e na história da

alfabetização é preciso destacar o surgimento do Movimento Brasileiro de

Alfabetização, o MOBRAL, extinto em 1985, mas que atingiu uma meta de

alfabetizar pelo menos 30 milhões de jovens e adultos dos municípios que aderiram

essa ação. Seu principal objetivo segundo Paiva apud Borba (2006, p.18) era “[...] a

adaptação, a preparação da mão-de-obra para o mercado de trabalho. Para isso o

indivíduo deve ser alfabetizado a fim [...] desenvolver o trabalho que lhe está

reservado no desenvolvimento do país”.

Assim pode-se afirmar que a história da Educação brasileira tem um

princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em

rupturas marcantes, onde em cada período determinado teve características

12

próprias (BELLO, 2001). Com esse breve histórico sobre a educação no Brasil

percebe-se quão extenso foi o passado que trata a educação no Brasil e várias

mudanças refletem ainda hoje no ensino atual.

2.2 O conceito de alfabetização

A alfabetização pode ser concebida de diversas maneiras, por exemplo,

para Soares (1985, p. 20):

O termo Alfabetização não ultrapassa o significado de “levar à aquisição do alfabeto”, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribuir um significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização de sua natureza na configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição da competência de alfabetizar.

Soares (1985) também em seu artigo “As muitas facetas da alfabetização”

descreve o termo alfabetização como dois momentos considerados importantes no

desenvolvimento do individuo: o ato de aprender as habilidades do ler e escrever e

aprendizagem contínua do aluno em todos os ambientes em que ele vive. A autora

também nos mostra, no entanto que não é possível amplificar indistintamente o

termo para que o mesmo não perca sua especificidade.

O processo de alfabetização também pode estar restrito ao ambiente de

estimulação mecânica como mostra Lucas apud Kramer e Abramovay (2006):

[...] um processo ativo de leitura e interpretação, onde a criança não só decifra o código escrito, mas também o compreende, estabelece relações, interpreta. Desse ponto de vista, alfabetizar não se restringe à aplicação de rituais repetitivos de escrita, leitura e cálculo, mas começa no momento da própria expressão, quando as crianças falam de sua realidade e identificam os objetos que estão ao seu redor. Segundo nosso enfoque, pois, alfabetização não se confunde com um momento que se inicia repentinamente, mas é um processo de construção (p. 2).

Verifica-se assim a importância de um ambiente instigador, que favoreça

a interação social e a construção da aprendizagem que é desenvolvida desde o

nascimento até a velhice. Entende-se, portanto que o processo de leitura e escrita

são ativos e não se detém apenas a modelo de repetição e memorização, mas

envolve emancipação e desenvolvimento cognitivo. Tal aquisição, a da leitura e da

escrita, não é repentina e nem se inicia sem um conhecimento anterior do que está

sendo apreendido, mas constitui-se em um processo construtivista e continuo. Esse

pensamento pode ser confirmado através da afirmação de Lucas apud Perez (2006):

13

O processo de aquisição da linguagem escrita é um processo de expansão e de extensão de um modo de descobertas. Falar, ler e escrever são instâncias de desenvolvimento integral do sujeito. Nas produções das crianças observamos o ato de conhecer, conhecer não apenas a escrita da palavra, mas o mundo. A relação palavra/mundo revela que a palavra não é apenas um instrumento de comunicação, mas um momento de revelação de conhecimentos/consciência, intuição/imaginação, fantasia/desejo. (p.3)

O autor reforça nesta citação o que já descrito inicialmente: a

alfabetização é um conjunto de habilidades que não excluem os conhecimentos

anteriores que a criança traz para escola embora sabendo que essa relação

acontece na escola de forma pontual. Embora a aprendizagem do aluno seja o foco

principal da instituição, não é o único local em que a criança apreende. Isso mostra

que a aprendizagem depende também de outros fatores. Outro ponto considerável

no processo de alfabetização e que deve ser dado ênfase neste estudo é a ação

continua da alfabetização que se prolonga por outras etapas escolares como nos

mostra Lucas apud Cavalcanti (2006, p. 4) o processo de alfabetização extensivo, ou

seja, não se encerra em uma determinada série, mas avança pelos anos iniciais de

escolarização até o fim da vida.

A alfabetização pode ser considerada como um processo de

aprendizagem que acontece por meio de determinados fatores, dentre tais temos: a

fixação de atividades, dos sinais, dos códigos; além da repetição e memorização dos

mesmos e em meio a esse processo o professor apresenta-se como mediador e

deve possuir capacidades específicas e essências ao ensino da leitura e da escrita.

Esse processo de aquisição faz parte de um dos primeiros estágios que a escola

deve desenvolver no aluno com duração média de um ano conforme BRASIL (2009,

p. 32):

Durante o primeiro estágio, previsto para durar em geral um ano, o professor deveria ensinar o sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica) e algumas convenções ortográficas do português – o que garantiria ao aluno a possibilidade de ler e escrever por si mesmo.

Mesmo com as mais diversas teorias, conceitos e metodologias sobre tal

tema, a alfabetização ainda é um objeto de pesquisa e discussões já que é possível

encontrar alunos que chegam ao 5º ano do Ensino Fundamental I com baixo nível

14

em relação a habilidades de leitura e de escrita. Certamente que isto compromete

sobremaneira o seu desenvolvimento social, pessoal e intelectual.

2.3 Os métodos de alfabetização

A criança precisa então possuir uma boa qualificação de alfabetização

para grandes resultados de letramento. Cabe ao professor definir qual metodologia

usar analisando sempre o meio de intervenção. Os aspectos culturais, políticos e

sociais são relevantes para aplicação dos métodos. Neste subtópico serão

abordados três dos diversos métodos de ensino utilizados ao longo da história da

educação no Brasil. Como apontado no início desta pesquisa, dentre tantos,

merecem destaque os seguintes:

a) Método sintético: Neste método o processo de alfabetização é concebido de

forma mecânica. A criança aprende por imitação e por repetições por estimulo

ao ambiente, focando apenas nos padrões de correspondência aos estímulos

e associações entre o grafema e o fonema. A aprendizagem significativa é

descartada nesse modelo, pois é o professor que decide o que a criança deve

ou não “aprender”.

b) Método Analítico: Baseia-se na dedução onde a forma de aprendizagem

acontece considerando o todo e em seguida as unidades menores. Neste

caso, a criança deveria aprender de forma efetiva. O método analítico é

decomposto em três processos: palavração, sentenciação e conto. No

primeiro tipo (palavração) a criança aprende através de um estudo de

palavras, na silabação de palavras conhecidas e na criação de pequenos

textos com tais palavras fáceis e conhecidas. Na sentenciação o que

prevalece são as orações e suas decomposições em palavras e sílabas. Por

fim o conto que tem como ideia principal o entendimento dos textos em

pequenas frações.

c) Método Paulo Freire - Um dos métodos mais atuais da educação surgiu a

partir das idéias do educador Paulo Freire. Para ele o individuo deveria

aprender através do “universo vocabular”. Freire possuía tais idealizações,

pois era contra os métodos tradicionais que tinham como base o uso de

cartilhas focando numa aprendizagem mecânica. Em seus estudos os

agentes são ativos, pois professores e alunos devem participar da mesma

15

ação de alfabetização. O professor teria que compreender todo processo de

compreensão de leitura do aluno (mesmo que não saiba ler), pois todos

teriam uma leitura de mundo. Com a aquisição do sistema de códigos

linguísticos através do contato com diferentes tipos de textos o aluno poderia

ser considerado alfabetizado.

Para sintetizar vemos a seguir no que consiste o método: Buosi, Vito,

Buosi, Ozileire et al (2003, p.266)

O alfabetizando é desafiado a refletir sobre seu papel na sociedade enquanto aprende a escrever a palavra sociedade; é desafiado a repensar a sua história enquanto aprende a decodificar o valor sonoro de cada sílaba que compõe a palavra história.

Deste modo, a alfabetização possui uma extensão fora do contexto

escolar, o letramento. Essa continuação exige que o indivíduo aplique suas

habilidades de leitura e escrita de forma sociocultural. Neste contexto, a

alfabetização não pode ser dissociada do letramento, portanto, o professor

alfabetizador deve dar ênfase em alfabetizar letrando. A aprendizagem significativa é

um fator determinante de uma boa educação, desta forma os alunos precisam fazer

uma relação com as atividades propostas e suas socializações independentes do

lugar.

2.4 Letramento: historicidade e conceito

Neste subtópico serão expostos os dois termos importantes para o

desenvolvimento deste trabalho: a historicidade do letramento e a sua conceituação

pedagógica/ epistemológica. É preciso entender o que é o letramento a partir do

ponto de vista: epistemológico, pedagógico e histórico, para tanto tomou-se por base

a reflexão a partir das seguintes perguntas: Como surgiu o letramento? Qual o seu

objetivo? Por que do seu surgimento?

Inicialmente é preciso compreender o conceito de letramento como mais

uma forma especifica da alfabetização e a analise considerada para este termo terá

como objetivo esclarecer sobre sua construção estrutural, histórica e conceitual.

A partir de várias pesquisas e debates sobre educação percebeu-se a

necessidade de compreender o uso da língua oral e escrita socialmente, o que

implica uma compreensão além do simples conceito de alfabetização visto neste

16

trabalho como processo de aquisição do sistema de leitura e escrita. Devido às

mudanças históricas na educação averiguou-se que “se até o início do século XX

bastava que o sujeito assinasse o próprio nome para ser considerado alfabetizado,

como o passar do tempo, esta denominação careceu de maiores especificações”

(BRASIL, 2007 p.29).

No Brasil o surgimento do termo letramento, traduzido da palavra inglesa

“literacy”, se deu a partir dos anos de 1980 com a finalidade de especificar as

atividades do uso o sistema de codificação e decodificação diferenciando da

alfabetização (SOARES 1998, p.18). Assim, hoje, no contexto brasileiro, o

letramento pode ser entendido como:

“[...] o exercício efetivo e competente da escrita e implica habilidades, tais como a capacidade de ler e escrever para informar e informa-se, para interagir, para ampliar conhecimento, capacidade de interpretar e produzir diferentes tipos de textos, de inserir-se efetivamente no mundo da escrita, entre muita outras.” (BRASIL, 2009 p.29).

Historicamente o termo letramento se deu de forma diferente em países

desenvolvidos e os que estavam em desenvolvimento. Por exemplo, nos Estados

Unidos sua finalidade era categorizar indivíduos que possuíam na educação básica

a aprendizagem do sistema de leitura e escrita, mas não tinham habilidades

suficientes para sua inserção no meio social e/ou profissional. Já no Brasil (país em

desenvolvimento) o termo se vinculava ao conceito de alfabetização mesclando-se

de forma errônea, atrelando esses dois termos as etapas iniciais da aprendizagem

escolar (SOARES 1998, p.18).

Epistemologicamente a palavra letramento deve se a junção da palavra

inglesa literacy (que pode ser traduzida como letra-) e o sufixo -mento. Assim o

termo em seu sentido genuíno revela uma conotação de ação. “Letramento é, pois, o

resultado do ensinar ou o aprender a ler” (SOARES 1999, p.18).

Com essa analise epistemológica e histórica, a compreensão da palavra

letramento se difere melhor da palavra alfabetização. O objetivo, pois, é conceber a

diferenciação dos dois termos. Compete a escola o ensino da “tecnologia” do ler e

do escrever como também ensinar a utilização dessa “tecnologia” em ambientes fora

do contexto escolar. Ao longo dos anos, se observou a fusão desses dois conceitos,

mais aos poucos ver-se a mudança e a especificidade de cada uma destas palavras.

O Brasil passa por um momento histórico em que saber apenas ler e

escrever, ou seja, ser alfabetizado não garante a inserção social, o individuo

17

também precisa dominar essas habilidades usando em seu contexto cotidiano. Para

reforçar tal ideia é só observar as mudanças nos Censos que mostram

estatisticamente o crescimento da educação da população brasileira. Antes, muitos

se continham apenas em assinar o próprio nome para receber o título de

alfabetizado ou analfabeto, agora o termo “alfabetizado” se refere aos que sabem

além da escrita do próprio nome, sabem ler e escrever um bilhete simples. Mesmo

considerando que seja um método simplório e superficial para avaliar uma pessoa

alfabetizada, “já se evidencia uma avaliação de nível letrada e não apenas de nível

de alfabetização”. (SOARES 1998, p.22). Com esse critério o Brasil rapidamente se

enquadrou aos sistemas de avaliação dos países desenvolvidos, nos quais a

escolaridade básica é uma obrigação, o desafio é erradicar o analfabetismo.

Com base também nestas observações, verifica-se que a alfabetização e

o letramento são processos complementares, integrantes e constantes. Seu início

pode ser considerado quando a criança entra em contato com os mais diversos

segmentos de leitura e escrita, tais como: palavras do cotidiano, livros, receitas, e

etc. prolongando para toda sua vida, induzindo-o nas relações sociais que abranjam

a ação de leitura e escrita, como por exemplo, a escrita e leitura de textos, poemas,

sonetos músicas e etc. E esses dois momentos podem ser intensificados quando há

o intermédio da escola e professor mediador. Soares (1998) nos mostra que:

(...) letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita (p.18).

Nesta citação são percebidas duas ideias que viabilizam a concepção de

letramento. Na primeira, o letramento não está associado apenas às pessoas que

estão aprendendo ao sistema de leitura e escrita, mas que pode ser considerado o

resultado de quem ensina e de quem aprende. Na outra, o letramento está além da

simples técnica de ler e escrever, pois absorve as práticas que o individuo

desenvolve em suas atividades sociais e interacionistas.

Faz-se necessário também entender que o letramento ocorre de forma

diferente para a criança e para os adultos, neste sentido a escola tem papel

fundamental para inclusão de crianças no mundo letrado. Assim a criança não pode

ser considerada como uma tábua rasa no sentido de não possuir nenhuma “carga”

cultural e social além da sua linguagem especifica permitindo assim seu contato com

o meio. E cabe ao professor fazer essa mediação. Já que cada aluno possui uma

18

maneira diferente de aprender como nos mostra Leite & Rubin apud Sodré (2010,

p.17) “Cada um aprende de um jeito diferente, dependendo de sua história de vida,

de suas experiências” embasadas nas palavras do educador Leite & Rubin apud

Freire (2010, p.17), quando diz “que a leitura de mundo precede a leitura da

palavra”.

Do mesmo modo, a aprendizagem do adulto deve considerar seus

conhecimentos prévios e levar em conta também que a aprendizagem deve resultar

em uma maior integração com o ambiente no qual ele está inserido.

2.5 O quadro atual da educação no Brasil

Com base nos dados publicados por Santana, Vasconcelos, Ceccatto, et

al. (2011) ao comentarem sobre os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística- IBGE comparando o Brasil a outros países da América Latina afirmam

que ainda era muito elevado o índice de analfabetismo se comparado a países

subdesenvolvidos.

Atualmente são em média 11,1 milhões de pessoas analfabetas em comparação com vários dos demais países da America Latina, é o 20º colocado de população alfabetizada, a frente apenas da Jamaica, Bolívia, Republica Dominicana, El Salvador, Honduras, Guatemala,

Nicarágua e Haiti. SANTANA, VASCONCELOS, CECCATTO, et al. apud IBGE, (2011)

Nessa amostra de dados é perceptível o quanto é necessário melhorar

o nível de ensino no Brasil. A educação deve ser pensada como uma das formas de

mudanças sociais, já que a mesma está atrelada às deficiências sociais que

marginalizam uma grande parte da população brasileira. Essa média, de 11,1

milhões de pessoas analfabetas, se concentra em camadas sociais desfavorecidas

conforme afirma ainda os autores citados anteriormente e cujas palavras são

literalmente transcritas a seguir:

“Para melhor compreensão, esses números se referem – se a população acima de 15 anos de idade, das camadas mais pobres, idosos de cor pretos e pardos, localizados nas áreas de menor

desenvolvimento no país.” (SANTANA, VASCONCELOS, CECCATTO, et al. apud IBGE, 2011)

19

Os autores reproduzem um gráfico do IBGE e afirmam que no Brasil,

mesmo com os grandes avanços da educação e com a diminuição da taxa de

analfabetos, ainda tem-se como grande desafio: a melhora da qualidade do ensino.

O gráfico representa uma amostra de dados da taxa de analfabetismo e

vale salientar que a amostra considerou pessoas de 15 anos ou mais de idade no

Brasil 1996 – 2006. Portando a despeito do decréscimo na taxa de analfabetos na

última década, e do Brasil ter crescido e se desenvolvido, o país ainda possui uma

porcentagem muito alta, 10,4%, de analfabetos.

Após analisar o gráfico Santana, Vasconcelos e Ceccatto afirmam o que

já foi exposto anteriormente: o analfabetismo está relacionado aos problemas sociais

que marginalizam determinada classe social:

Historicamente as classes sociais mais baixas, os indivíduos negros, indígenas, de gênero feminino, e atualmente incluem- se os indivíduos brancos estão englobados na faixa dos analfabetos

(2011).

A partir deste enfoque, os autores afirmam que é possível conceituar

analfabetismo como “a cristalização de um processo histórico e atender esse

processo é crucial para desmitificar conceitos e rumos tomados em determinados

momentos históricos e não como um bem herdado”.

Em suma, ver-se que a educação é moldada a partir de fatores históricos

e assim a educação formal foi direcionada apenas para alguns indivíduos, percebe-

se ainda que apesar da massificação do ensino, não se garantiu a qualidade da

aprendizagem. Os processos de alfabetização e letramento, além de complexos,

demandam uma analise metodológica e políticas públicas eficazes, bem como

20

requer que as escolas tenham um padrão de qualidade compatível com um país que

pretende continuar se desenvolvendo. Deve ser pensado também na infraestrutura

dessas escolas e uma forma de desenvolver nos professores uma consciência

reflexiva e boas práticas pedagógicas. Assim, a educação de qualidade deixa de ser

apenas prescrita na lei e passa a ser assegurada, de fato, como direito e dever dos

cidadãos.

2.6 As leis que garantem um ensino de qualidade e o papel da escola

Nos capítulos anteriores, foram abordados temas como: a história da

alfabetização e do letramento, as diversas concepções de diferentes autores, os

fatores que contribuíram para a situação atual da educação no Brasil. Um dos

fatores que podem garantir a qualidade da educação, a erradicação do

analfabetismo, à expansão dos direitos e deveres do cidadão é o cumprimento das

leis.

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Educacional Nacional

(LDBEN) visa garantir condições mínimas para um ensino de qualidade e notei

políticas públicas referentes a este seguimento. Ao analisar o Artigo 2º, percebe-se

que o mesmo explicita a finalidade e os objetivos da educação.

Art. 2º- A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL 2010, p. 8)

Com essa premissa, pode-se discorrer e entender que a educação é

dever da família e que esta se constitui como o primeiro contato cultural que a

criança pode ter mesmo ao nascer e que é a família o primeiro suporte de vida em

sociedade. Em seguida temos o Estado, órgão que deve assegurar uma vida digna a

criança para seu exercício de cidadania. Averigua-se que neste artigo o objetivo

principal é assegurar o direito pleno do cidadão de ter uma educação formal e não

formal com responsabilidade da família e do Estado.

O direito a uma educação é uma das atribuições do Estado, o poder público

municipal tem como papel garantir a formação do aluno em sua etapa inicial na

escola:

21

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. (BRASIL 2010, p.25 e 26)

Nota-se que a criança ao iniciar sua trajetória escolar possui um

repertorio adquirido em ambientes familiares, amizades e sociais. Isso nos revela

que não se pode pensar num individuo “tabua rasa” sem nenhum conhecimento ou

passivo de suas próprias produções de escrita e leitura. A escola então fica com a

responsabilidade de sistematizar e mediar todo processo de alfabetização

aperfeiçoando tais habilidades linguísticas através do letramento.

O papel da escola é definido por Andriola, Borges e Ferreira (2012)

“Nesse sentido, a escola estará promovendo o acesso da criança aos padrões

formais da escrita, garantido a sua inserção e participação na cultura de forma crítica

e participativa e não como mero receptor de informações. (p. 27)”.

Na pratica pode ser revelado ainda que a escola nem sempre prima pelo

uso de tais métodos que podem favorecer para o desenvolvimento social e prático

do aluno. Algumas instituições de ensino dão ênfase, na maioria das vezes, na

linguagem culta e métodos sem se preocupar com a historicidade de cada criança.

Como nos mostra Andriola, Borges e Ferreira apud Cagliari (2012, p. 24):

(...) que muitas vezes a escola usa abusivamente da linguagem formal a fim de definir os papéis sociais de cada um, pois a maneira pela qual direciona os questionamentos faz com que o saber prévio do aluno seja desconsiderado, atribuindo a ela a detenção do saber e logo, também, a do poder.

Teoricamente fica à escola a responsabilidade de “ensinar” as

habilidades de leitura e escrita promovendo assim um saber significativo e aplicável

no cotidiano. Na escola também é preciso que cada sujeito possua capacidade para

execução do trabalho. Aos docentes cabem a capacitação e formação continuada

além da apropriação de métodos de ensinos atuais que dão uma nova perspectiva

para o conceito de alfabetizar. Cada professor deve considerar o que o aluno já sabe

e assim concretizar os conteúdos ao que o aluno deve apreender.

22

3 PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

Como exposto no capítulo anterior, cabe ao Estado zelar pela educação

com intuído de formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Neste

capítulo será abordado um breve histórico sobre o Programa de Alfabetização na

Idade Certa- PAIC que tem abrangência em nível nacional e inclui escolas

municipais com o objetivo de alfabetizar os alunos da rede pública.

O programa dispõe de cinco eixos que interveem na execução do projeto.

São eles: Eixo de Alfabetização, Eixo de Gestão Municipal, Eixo de Educação

Infantil, Eixo de Literatura Infantil e Formação do Leitor e por fim Eixo de Avaliação

Externa.

O Eixo de Alfabetização tem como objetivos e metas (BRASIL, 2012)

Oferecer assessoria técnico-pedagógica aos municípios no sentido de promover a implementação e implantação de propostas didáticas de alfabetização eficientes, focais e intencionais, que garantam a alfabetização das crianças matriculadas na rede pública de ensino até o 2º ano do Ensino Fundamental.

E como metas pretendem-se (BRASIL, 2012):

Alfabetização de 100% das crianças até o final do 2º ano do ensino fundamental. Alfabetização dos alunos não alfabetizados do 3º ao 9º ano do ensino fundamental

Neste eixo tem-se a primeira visão do programa: alfabetizar crianças que

estão no processo de aquisição da escrita e leitura. Visa também a garantia de uma

alfabetização eficaz que possa instituir a criança como alfabetizada até o 2º ano do

Ensino Fundamental, além de alfabetizar os alunos que cursam do 3º ao 9º ano do

ensino fundamental, porém não foram alfabetizados.

Configuram-se também no eixo de alfabetização as competências que se

espera que o aluno adquira e as ações exercidas pelo programa. Das competências

mais significativas espera-se que o aluno possa (BRASIL, 2012):

Identificar letras dentre várias formas gráficas, tais como rabiscos, desenhos, números e outros símbolos gráficos, apresentadas em diferentes seqüências.

Identificar a direção correta da escrita (esquerda, direta, de cima para baixo), identificando a localização do início e término da escrita em uma página de caderno ou em um texto.

Ler com compreensão palavras formadas por sílabas no padrão canônico: consoante/vogal (ex: sí-la-ba).

Identificar a finalidade ou “para quê” de textos de diferentes gêneros.

23

Associar elementos presentes no texto ou que se relacionem com a sua vivência, para compreender informações não explicitadas no texto.

Apoiar-se em elementos textuais, como: manchete, título, formatação do texto para formular hipóteses sobre o conteúdo do texto.

Ao analisar cada competência que se espera que o aluno adquira ver-se a

preocupação de que o aluno possa codificar e decodificar os sinais gráficos,

compreender e interpretar ativamente os diversos gêneros textuais como também

saber aplicar todo aprendizado em suas próprias produções textuais.

A ação deste eixo foca também a formação dos professores

alfabetizadores e as ações exercidas pelo programa que procura-se com o:

Fortalecimento do processo de acompanhamento

Formação de professores alfabetizadores multiplicadores do 1º ano

Formação Continuada em Matemática para os professores do 1º e 2º ano

Formação direta aos professores do 1º ano dos municípios com as menores proficiências, com base no resultado do SPAECE – ALFA

Formação de professores alfabetizadores multiplicadores do 1º ano

(BRASIL, 2012)

O segundo eixo desenvolve ação nas Gestões Municipais com o objetivo

de “promover o fortalecimento institucional dos sistemas municipais de ensino,

envolvendo assessoria técnica para a estruturação de modelo de gestão focado no

resultado da aprendizagem”. (BRASIL, 2012): A educação se torna eficaz também

se a gestão escolar estiver presente procurando estabelecer metas e projetos que

garantam a qualidade do ensino.

Das metas estabelecidas tem-se:

Elevação do IDEB para 6,0 nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Fortalecimento da autonomia das escolas.

Cumprimento de 100% dos 200 dias letivos.

Redução do abandono e da evasão escolar para 0% nos anos finais do ensino Fundamental.

Revisão dos Planos de cargo, carreira e remuneração do magistério municipal, contemplando o piso salarial, a carga horária e incentivos para a função docente, priorizando o professor alfabetizador de criança a partir de critério de desempenho Política de formação de professores

continuada e em serviço. (BRASIL):

Já o terceiro eixo refere-se ao Ensino Infantil que tem como objetivo:

Contribuir para a promoção da qualidade do atendimento oferecido ás crianças e suas famílias nas instituições de Educação Infantil dos municípios participantes do Programa Alfabetização na Idade Certa- PAIC;

24

Colaborar no processo de implantação e implementação das propostas pedagógicas e programas de formação continuada de professores da

Educação Infantil dos municípios participantes do Programa. (BRASIL, 2012)

Neste eixo instaram-se metas e objetivos que atendam a criança de 0 a

03 de idade em escolas municipais. Torna-se instigante este eixo, pois viabiliza a

educação não apenas para crianças que estão ou não no processo de alfabetização,

mas dá suporte aos alunos desde a idade mínima.

O quarto eixo trabalha a questão do aluno leitor incentivando a leitura dos

diversos gêneros textuais e a produção própria de textos literários. Com isso o 4º

eixo tem como objetivo (BRASIL, 2012):

Assegurar o direito da criança e do professor ao desenvolvimento humano, à formação cultural e à inclusão social, com o acesso à Literatura, promovendo a aquisição, a distribuição, a dinamização do uso de acervos e a formação contínua e permanente do educador, com foco na importância da Literatura Infantil no processo de letramento.

O quinto e último eixo refere-se às Avaliações Externas com dois

objetivos (BRASIL):

Difundir uma cultura de avaliação educacional nos municípios cearenses, de modo que estes tenham uma equipe nas SME conscientes dos seguintes fatores: (1) importância de avaliar o processo de aprendizagem de seus alunos; (2) responsabilidade de conduzir o processo de avaliação de forma apropriada e responsável; (3) necessidade de utilizar os resultados das avaliações de forma apropriada, responsável e ética, sempre visando promover mudanças no processo de ensino e aprendizagem

Diagnosticar a situação de aprendizagem da leitura, da escrita e compreensão textual dos alunos das séries iniciais das redes municipais de ensino, comunicando os resultados da avaliação por município, por escola, por turma e por aluno

Resumidamente, este eixo procura estabelecer por meio das avaliações

um diagnóstico que estabeleça a importância e a eficácia do programa nas escolas

assistidas pelo programa. Além de estabelecer novas políticas com a finalidade

erradicar o analfabetismo nos municípios brasileiros.

25

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Este trabalho está embasado numa abordagem qualitativa usando as

técnicas de: revisão bibliográfica para fundamentação teórica dos processos de

alfabetização e letramento tendo por base também um estudo de caso para o

levantamento de dados para a devida análise de modo a verificar de que forma a

alfabetização e o letramento se processam em uma escola da rede municipal de

Maracanaú.

4.2 Cenário

Todo processo de para coleta de dados e informações será realizada na

Escola de Ensino Infantil e Fundamental Jatobá da rede pública municipal de ensino

de Maracanaú CE, localizada no bairro Jardim Jatobá. Analisando o entorno da

Escola e as condições de acesso à mesma é possível uma grande quantidade de

terrenos vazios e casas abandonadas, rua sem asfalto, mas acessível já que existe

uma parada de ônibus próximo à escola, porém não há nenhuma sinalização, tais

como: faixa de pedestre, semáforos ou placas indicando passagem de alunos para

escola.

Na parte interna da escola é razoável o espaço destinado às salas, à

cozinha, banheiros e à administração. As salas são adequadas para cada tipo de

aluno, assim como os banheiros e refeitório. A biblioteca embora tenha um espaço

considerável possui apenas livros didáticos e quatro cadeiras. A quadra poliesportiva

é coberta. A escola possui dois andares com rampas para deficientes físicos.

Além da estrutura física, a escola tem uma equipe de professores titulares

e professores “P2” (são docentes que lecionam enquanto os professores titulares se

reservam para o planejamento semanal).

4.3 Participantes do estudo

A coleta de dados se deu com a participação de os cinco professores

polivalentes do 5º ano do Ensino Fundamental que atuam na rede pública municipal

26

de Maracanaú e uma amostra de dois alunos da sala do 5º ano totalizando dez

alunos. A seleção dos alunos se deu de forma aleatória com possibilidade de

selecionar alunos que não tinham domínio da leitura e escrita.

4.4 Coletas de dados

A coleta desses dados se fez através da aplicação um questionário de 12

(doze) questões abertas referente aos professores alfabetizadores considerando a

suas metodologias a fim de sanar possíveis dificuldades. Tais informações foram

essenciais para o desenvolvimento deste estudo, e assim pôde-se compreender

como se dá o processo de alfabetização e letramento em crianças do 5º do ensino

fundamental que não possuem as habilidades de interpretação, codificação e

decodificação.

Aos alunos também aplicou-se um questionário com seis questões

abertas com a finalidade de perceber a eficácia do trabalho docente em sala de aula

e as dificuldades que os alunos possuem na realização das atividades exposta pelo

professor.

27

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Foi aplicado um questionário aos cinco professores polivalentes que

lecionam na sala do 5º do Ensino Fundamental que serão identificados nesta

pesquisa como: educador A, educador B, educador C, educador D e educador E.

A questão 01 do questionário refere-se à formação acadêmica com

indicação do curso em que se graduou. Todos educadores informaram que possuem

graduação em pedagogia.

A questão 02 pergunta a respeito do tempo que cada um trabalha como

educador. O educador A respondeu que há 06 anos, o educador B há 18 anos, o

educador C há 24 anos, o Educador D a 16 anos e o educador E há 12 anos.

O emprego das perguntas 01 e 02 aos entrevistados têm um significado

de extrema importância, pois indaga sobre duas características que embasa as

competências que um professor deve ter em sua profissão: formação e experiência.

A relevância e a eficácia desses dois aspectos instigam novas formas de

conhecimento e prática do docente como salienta Silva apud Gardner (2012) “é na

prática refletida, na (ação- reflexão) que este conhecimento se produz, na

inseparabilidade entre teoria e prática”.

A pergunta 03 refere-se à quantidade de alunos por sala de aula. Na sala

do educador A são exatamente 29 alunos matriculados, na sala do educador B são

21 alunos, o educador C possui 28 alunos, o educador D 34 alunos e o educador E

33 alunos matriculados.

A quantidade de alunos em sala também reflete na qualidade do ensino.

A assistência que professor procura dar a cada aluno, como ele trabalha a

coletividade e individualidade em sala de aula tem como consequência em um bom

aprendizado para cada aluno.

A questão 04 interroga a quantidade de alunos que possuem a habilidade

de ler e escrever. Todos os alunos já sabem ler e escrever, na sala do educador A e

B apenas 11 alunos, na sala do educador C 20 alunos, na sala do educador D 32 o

mesmo também destacou que apenas dois dos alunos possuíam dificuldades de

leitura e escrita, mas que estavam em desenvolvimento e o educador E informou

que 90% da sala já tinham habilidades de ler e escrever. A sala de aula é um espaço

continuo de aprendizagem e o professor possui o papel de mediar tais

aprendizagens a assistência pedagógica que cada docente dar aos alunos com

28

dificuldade de leitura e escrita propõe a qualidade do seu trabalho em sala de aula.

Ao analisamos que em cada sala temos um total significativo de alunos com tal

dificuldade vemos que o processo de alfabetização possui falhas no seu estágio

inicial que perdura nas demais séries.

A questão 05 indaga sobre a importância o conhecimento prévio dos

alunos. O educador A diz que: “a partir de seus conhecimentos é que pode

desenvolver outras habilidades e competências”; o educador B considera

importante, pois “porque eles já chegam com um pouco de conhecimento, que é

importante quando eles participam dando opiniões”; o educador C diz que: “é

importante o conhecimento que eles já possuem, para que participe e dê opinião. O

conhecimento dos alunos deve ser considerado”. O educador D diz: “facilita a

aplicação dos conteúdos e as habilidades são trabalhadas”; já o educador E destaca

que conhecimento prévio é “primordial, através dela poderemos orientar uma

aprendizagem mais eficaz”.

O conhecimento prévio é um dos requistos básicos para uma melhor

abordagem da aprendizagem significativa. Filho apud Ausubel (2008, p 40) aborda a

da relação entre o conhecimento prévio e a aprendizagem significativa.

“O conhecimento prévio é um dos requistos básicos para uma melhor abordagem da aprendizagem significativa. Por conseguinte, parece aparente que não só a presença de ideias ancoradas claras, estáveis, discrimináveis e relevantes na estrutura cognitiva é o principal factor de facilitação da aprendizagem significativa, como também a ausência de tais ideias constitui a principal influência limitadora ou negativa sobre a nova aprendizagem significativa.”

A pergunta de número 06 indaga sobre as estratégias que o professor

utiliza para estimular a leitura e a escrita em sala de aula. Para o educador A é

essencial: abordar diferentes temas, leitura em grupo, leitura de textos pesquisados

pelos alunos e troca de revista. O educador B diz que faz leituras diariamente, lê

gibi, realiza produção de texto do PAIC +, e leitura de diversos gêneros e suas

funções sociais. O educador C descreve que faz leituras diariamente dos diversos

textos gêneros e suas funções sociais, além de desenvolver diversas atividades de

escrita como: produção textual, trabalhos em dupla e em grupo. O educador D

respondeu que baseia-se em metodologias do sociointerativismo. Já o educador E

explicita que além das leituras simples e compreensíveis valoriza a opinião oral e

escrita além de trabalhar com toda sala a “ciranda de leitura” em que cada aluno

29

pode escolher um determinado livro que será lido individualmente e depois toda

turma em circulo pode expor o que leu e entendeu do livro.

Essa pergunta torna-se importante neste trabalho, pois solicita a cada

professor um detalhamento de sua prática em sala de aula para estimular os alunos

ao hábito de leitura e escrita. Em uma analise geral das repostas de cada educador

é perceptível a preocupação em instigar o aluno à leitura através de gêneros textuais

a qual estejam mais familiarizados ou de fácil compreensão. Além de destacarem

pontos importantes que ajudam no desenvolvimento como: leitura coletiva, trabalhos

em dupla e a interação como toda sala. O estimulo da leitura e escrita em sala de

aula também pode ser considerado um dos fatores de relevância para o trabalho do

educador alfabetizador, a estratégia utilizada em sala de aula estimula e constrói o

aluno leitor e produtor de seus próprios textos.

A questão 07 aborda as dificuldades que os alunos apresentam no

tocante à leitura e escrita. O educador A elenca que a falta do hábito de ler

diariamente dificulta a compreensão de um texto lido, o que influencia diretamente

na escrita, já que leem apenas na escola. O educador B e C deram à mesma

resposta e dizem que os alunos que leem decodificando cometem muito erros de

ortografia. Alunos que quando terminam de ler não compreendem o que leu. Embora

que pequeno, não conseguem produzir um texto. O educador D respondeu que

devido à falta do hábito de ler e escrever, os alunos acabam tendo dificuldades em

compreender certos conteúdos em sala de aula. O educador E respondeu listou: o

desinteresse pela leitura e escrita, a compreensão de regras ortográficas e a

interpretação de textos lidos em sala de aula.

A questão 08 pergunta sobre a frequência em que o professor estimula

seus alunos a leitura e produção textual. Todos responderam que diariamente fazem

esta ação. Lemes, Brumes apud Miranda (2008, p. 7) discute também que esse

estimulo a leitura é um dos papeis que o professor exerce em sala: “o professor é

um elemento chave na organização das situações de aprendizagem, sendo o

responsável por dar condições para que o aluno “aprenda a aprender”

desenvolvendo situações de aprendizagem diferenciadas, a fim de estimular a

articulação entre saberes e competências”.

Fica em evidência que um dos desafios do professor alfabetizador é fazer

com que os seus alunos consigam não apenas ler e escrever, mas que interpretem

os mais diferentes tipos de gêneros textuais e a produção escrita. A interpretação

30

textual não está relacionada apenas as atividades de português, mas concebe-se

em todas as disciplinas a importância de compreender o que ler. Cabe ao professor

motivar seus alunos para adquirirem o hábito da leitura e fomentadores da produção

escrita de textos. Duarte (2012) aponta a necessidade da leitura com finalidade de

aprimorar a interpretação textual:

[...] é inegável a importância de estarmos aptos a interpretar todo e qualquer texto, independente de sua finalidade. E para que isto ocorra, é necessário lançarmos mão de certos recursos que nos são oferecidos, e muitas vezes não os priorizamos, como a leitura, a busca constante por informações extratextuais, para que assim nos tornemos leitores e escritores cada vez mais conscientes e eficazes.

Não se pode apontar apenas um fator determinante que leve os alunos ao

desinteresse pela leitura, já que o mesmo pode estar relacionado a problemas

cognitivos ou fatores culturais e/ ou sociais.

Na pergunta de número 09 interrogou-se aos professores que

procedimento ele utiliza para superar as dificuldades de seus alunos quanto à

aquisição de leitura e da escrita dos alunos com dificuldades. O educador A

descreve que gosta de trabalhar individualmente com esses alunos buscando leitura,

escrita e interpretação oral. O educador B faz leituras individuais e coletivamente; o

educador C também promove leituras individuais e coletivamente, além de utilizar

outras fontes e o projeto PAIC +. Em sala de aula também instiga a produção textual

duas vezes por semana; o educador D informou que semanalmente participam de

cursos de formação continuada oferecida pela Secretaria Municipal de Educação –

SME; já o educador é diz que alem dos cursos de formação continuada participa do

Programa de Alfabetização na Idade Certa – PAIC; o educador D listou “livros

didáticos, informática na escrita, “ciranda de leitura”, jornais, revistas e contagens de

histórias”; e o educador E informou que além das atividades lúdicas em sala de aula

levam os alunos para sal de multimeios ara estimulara a aprendizagem.

Ao analisarmos cada resposta dos educadores entrevistados vemos a

preocupação em propiciar aos alunos atividades que estimulem a leitura e a escrita

em sala de aula envolvendo dois aspectos: o trabalho individual e coletivo. Isso

certamente facilita a aprendizagem significativa.

As questões 10 e 11 estão relacionadas aos cursos de formação

continuada. A questão 10 foi perguntada se a escola disponibilizava cursos aos seus

docentes ambos os professores afirmam que sim. A questão 10 foi solicitada que

31

listasse os cursos oferecidos pela escola. O educador A informou que a escola

dispunha do Projeto de Leitura e Escrita - PLE; os educadores B e C apontaram o

Programa de Alfabetização na idade Certa - PAIC+; o educador D informou que

semanalmente participam de cursos de formação continuada oferecida pela

Secretaria Municipal de Educação – SME; já o educador E diz que além dos cursos

de formação continuada participa, do Programa de Alfabetização na Idade Certa -

PAIC.

A questão 12 foi anulada devido à afirmação da questão 09 já que a

mesma interrogava caso negativo, como o professor buscava formação continuada

com o objetivo de melhorar sua metodologia em sala de aula.

O professor precisa sempre atualizar seus conhecimentos e renovar o

que já foi aprendido na tentativa de “reciclar” seus conhecimentos. Um dos pontos

abordados na pesquisa foi à indagação da formação continuada que cada professor

possui. A formação continuada pode ser concebida como uma característica em que

o docente integra-se a sua prática a reflexão e a crítica, tornando seu trabalho

diligente. Silva (2000, p. 104), em um estudo sobre formação continua do docente

faz uma reflexão à cerca da importância dessa modalidade para o profissional:

É neste sentido que pensamos pertinente orientar as práticas de formação contínua de professores, as quais deverão integrar não só a racionalidade técnica, mas também a racionalidade prática e crítica que permitam aos formandos – aos professores – a sua atualização contínua, não exclusivamente numa perspectiva de aquisição (de conhecimentos, de qualificações), mas fundamentalmente de desenvolvimento profissional e pessoal.

A análise dos próximos dados refere-se à entrevista com 08 (oito) alunos

do 5º ano do ensino fundamental com o objetivo de verificar as dificuldades em que

os discentes possuem em sala de aula será feita com base nas respostas às

questões propostas aos mesmos, ou seja, a 1º questão indagou ao aluno se ele

sabe ler e escrever. Todos responderam que já sabem ler e escrever, mas que

possuem dificuldades para codificar e decodificar palavras “difíceis”.

A 2ª pergunta questionava sobre como fazem para resolver as atividades

passadas em sala de aula para resolverem em casa. As respostas podem ser

categorizadas de duas formas: com auxílio ou conseguem solucionar sozinhos. A

seguir vemos a resposta de cada aluno:

Aluno A- As que eu não sei e que minha mãe não sabe ai eu pesquiso na

32

internet, só às vezes. Porque às vezes eu respondo só.

Aluno B- Faço sozinha.

Aluno C- Eu faço sozinha

Aluno D- Só às vezes

Aluno E- Às vezes quando não sei uma questão “ae” peço ajuda a minha

mãe

Aluno F- Com ajuda do meu irmão

Aluno G- Sozinha, mas quando tem algo difícil peço ajuda

Aluno H- Com ajuda do meu pai

As questões 3 e 4 referem-se ao interesse por livros e a compreensão ao

ler destes livros. A maioria revelou que possuíam livros, mas que a leitura dos

mesmos somente era realizada em sala de aula (livro didático da escola) ou quando

necessitavam para algum trabalho escolar. Em sua maioria destacavam gibis como

principal gênero de leitura. A leitura e hábito são dois pontos que devem ser

instigados em sala de aula, verificou neste trabalho que mesmo com o incentivo dos

professores poucos foram os alunos que demonstraram algum interesse por leitura o

a utilização de livros fora do contexto escolar o que pode ser apontado como um

fator negativo, pois a leitura é um das ferramentas de melhoria da educação.

A questão 5 perguntava a respeito das dificuldades na resolução de

atividades em sala de aula.

Aluno A- Fico sem fazer.

Aluno B- Deixo sem fazer, e pergunto ao meu pai em casa. “Ae” às vezes

ela (professora) pede que no outro dia eu dê para ela o dever

Aluno C- Eu pergunto a professora.

Aluno D- Eu pergunto a Camila (amiga). Ela me pergunta e eu pergunto a

ela também.

Aluno E- Pergunto a ela (professora)

Aluno F- Pergunto ao professor.

Aluno G- Não faço

Aluno H- Não faço

Nesta questão traz a reflexão de dois pontos: qual a importância para

os alunos da atividade em sala e o que o professor pode fazer para ajudar cada

aluno a superar tal dificuldade. O que se expõe na resposta da maioria dos alunos é

ter como fonte de ajuda o professor. Mas que em alguns casos simplesmente

33

deixam de ir em busca de uma explicação para sanar dúvidas, o que pode ocasionar

numa sucessão de problemas dificultando aprendizagem de conteúdos.

34

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi realizado com o objetivo de elencar as propostas

pedagógicas que dão suporte aos alunos em processo de alfabetização em salas do

5º ano do ensino fundamental, além de abordar as dificuldades encontradas em sala

de aula para ajudar tais alunos.

O trabalho de um docente alfabetizador pode ser definido como

desafiador, pois a diversidade cognitiva encontrada em sala de aula é extensa. A

educação escolar e processo de alfabetização (seja essa nas salas de 1º ano do

ensino fundamental ou em qualquer outra série) exige do profissional capacitação,

experiência e dedicação pelo trabalho que exerce em sala de aula, isso pode ser

considerado como uma base para o docente que tem como prioridade a educação

de seus alunos. O papel do professor surge então como o mediador entre o

desenvolvimento cognitivo do aluno e o os conteúdos a serem apreendidos em toda

etapa do ciclo escolar.

Assim o processo de alfabetização dos alunos com dificuldade em leitura

e escrita se dá com incentivo a leituras independentes e coletivas, produções

textuais nos mais diversos tipos de gêneros textuais. Além da utilização de

ferramentas lúdicas como incentivadora pela busca de novos conhecimentos e a

interdisciplinaridade em laboratórios de informática e sala de multimeios que

expandem as possibilidades de se trabalhar melhor com tais alunos com essas

dificuldades.

A partir das pesquisas realizadas através de aplicação de questionários e

entrevistas gravadas percebe-se que o trabalho do docente não se resume na

preocupação em “repassar” os diversos conteúdos designados aos alunos, mas

perceber as dificuldades de cada aluno, levar em consideração o conhecimento

prévio de cada um e assim estruturar uma metodologia que facilite o aprendizado de

cada aluno.

A pesquisa também revelou que devido à quantidade excessiva de alunos

em sala de aula o professor mais uma vez se depara com outro desafio: como dar

assistência a todos os alunos? O que fazer quando em sala de aula temos alunos

com dificuldades em leitura e escrita? O professor deve sempre buscar por métodos

e projetos que instiguem a leitura e facilitem a compreensão de todos os conteúdos.

E um dos projetos que se possa destaca é a “ciranda da leitura”, o aluno tem a

35

oportunidade de escolher gêneros textuais que mais possuem afinidades e depois

socializar com a turma o que foi aprendido.

Outro fator importante questionado neste trabalho foi a formação

continuada dos professores. Percebe-se que todos os professores possuíam uma

formação em algum curso especifico ou estavam em desenvolvimento dos

programas do Estado. O professor precisa atualizar constantemente seus

conhecimentos, já que diariamente novos métodos, estudos e conceitos sobre

educação.

Na analise feita no questionário dos alunos, percebe-se que os alunos

mesmo com dificuldades com algum conteúdo ou na resolução de problemas nas

atividades propostas não buscam sanar a situação. A leitura, apenas dos livros da

escola, também pode ser considerada um problema, pois não há instigação pela

busca do conhecimento.

Com isso conclui-se que a educação ainda precisa buscar qualidade no

ensino, diariamente os professores devem buscar novos conhecimentos, novos

métodos, novas teorias e aplica-las em sala a fim de forma um aluno: leitor,

pesquisador e instigador ao conhecimento.

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento Prévio e Aprendizagem Significativa de Conceitos Históricos no Ensino Médio. São Paulo, 2008.

ANDRIOLA, Denise Maria Schmitt; BORGES, Enock Pereira Júnior; FERREIRA Renivaldo. Alfabetização/ Letramento na Concepção de Alguns Professores Alfabetizadores do Distrito Federal. 2012. Disponível em: http://www.trabalhosgratuitos.com/print/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o-Letramento/12018.html. Acesso em: 01 set 2012.

BELLO, José Luiz de Paiva. Educação no Brasil: a história das rupturas. 2001. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm. Acesso em: 01 nov. 2012.

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FERNADES, Ana Maria. Alfabetização e Letramento: definição de conceitos, apresentação de alguns dados sobre fracasso escolar e discussão do papel social da escola. Disponível em: http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao13/ref_01.pdf . Acesso em: 07 dez 2012.

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37

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PAIVA, Maria Nilma de. Alfabetização: a construção da leitura e da escrita. Formosa-GO, 2006. Disponível em: http://www.iesgo.edu.br/revistans/arquivos/trabalhos_discentes/alfabetizacao.pdf Acesso em; 26 set 2012.

RUBIN, Ana Maria Lima; LEITE, Dalva Maria Costa. A Alfabetização e o Letramento por meio de diferentes portadores de textos: uma proposta metodológica para desenvolver habilidades de leitura e escrita no 5º ano do ensino fundamental. Caxias: 2010. Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos-pdf/alfabetizacao-letramento-portadores-textos-leitura/alfabetizacao-letramento-portadores-textos-leitura.pdf. Acesso em: 25 set 2012.

SANTANA, José Rogério; VASCONCELOS, José Geraldo; CECCATTO, Vânia Marilande. et al [organizadores]. Inovações, cibercultura e educação. Fortaleza: Edições UFC, 2011.

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SILVA, Mariza Vieira. A história da alfabetização no Brasil: a constituição de sentidos e do sujeito da escolarização. 1998. Disponível em: http://www.ucb.br/sites/100/165/TeseseDissertacoes/HistoriadaalfabetizacaonoBrasil.pdf Acesso em: 25 set de 2012.

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__________. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

__________. Alfabetização e Letramento as muitas facetas. São Paulo, 2005. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf/. Acesso em 01 dez 2012.

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Anexos

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FACULDADE CEARENSE

CURSO DE PEDAGOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a),________________________________________________

portador (a) do CPF_______________________, você está sendo convidada a

participar de uma pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso II do curso de

Pedagogia da Faculdade Cearense, que estudará: O processo de Alfabetização de

alunos do 5º do ensino fundamental em uma escola pública em Maracanaú-CE

Para participar deste estudo, solicitamos sua valiosa colaboração para

responder a uma entrevista semi-estruturada com gravação de voz, para podermos

analisar os dados. Sua participação na pesquisa será voluntária e não remunerada,

com um horário para entrevista no seu local de trabalho ou em outro local se o (a)

senhor (a) nos autorizar.

Damos-lhe a garantia de que não usaremos seu nome e nada que puder lhe

identificar em nossa pesquisa. Sua identidade pessoal e profissional será mantida no

mais absoluto sigilo, inclusive no resultado final do trabalho, conforme preceitua a

Resolução de nº. 196/96 do CNS/MS.

Nós lhe damos a garantia de que a entrevista não lhe trará riscos, mas, caso se

sinta constrangida, poderá interromper a qualquer momento. Asseguramos, ainda,

que a senhor (a) tem a liberdade de retirar sua autorização ou consentimento a

qualquer momento, sem que isto lhe traga quaisquer prejuízos ao seu trabalho ou

vida pessoal.

Esclarecemos que este estudo terá como pesquisador Jose Adriano Silva de Oliveira

que se coloca a sua disposição para quaisquer esclarecimentos.

O estudo será orientado pela Ms. Luiza Lúlia Feitosa Simões, professora da

Faculdade Cearense, a qual poderá ser procurada para eventuais explicações a

respeito da pesquisa.

40

Declaração de Consentimento

Li as informações contidas neste documento antes de assinar este Termo de

Consentimento. Declaro que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste

estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para

todas as minhas dúvidas. Confirmo, também, que recebi uma cópia deste Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Compreendo que sou livre para me retirar do

estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra

penalidade.

Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo.

Nome do participante Assinatura do participante

Nome do pesquisador Assinatura do pesquisador

Fortaleza, ____ de _______________ de 2012.

41

Apêndice

42

APÊNDICE 1

Prezado (a) Professora (a), Gostaria de contar com sua colaboração no preenchimento deste questionário que visa coletar

dados para um estudo de cunho acadêmico que terá como objeto da pesquisa a Escola na qual você ministra aulas. A sua identidade será preservada, portanto responda do modo mais verdadeiro possível.

Desde já agradeço

Faculdade Cearense Curso: Pedagogia/ Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II

Aluno: Jose Adriano Silva de Oliveira

QUESTIONÁRIO PROFESSOR

1- Qual a sua formação acadêmica? _________________________________________________________________________

2- Quanto tempo o (a) senhor (a) leciona?

_________________________________________________________________________

3- Quantos (as) alunos (as) têm na sua turma?

_________________________________________________________________________

4- Quantos alunos possuem as habilidades de ler e escrever? _________________________________________________________________________

5- Qual a importância do conhecimento prévio do aluno para o (a) senhor (a)? _________________________________________________________________________

6- Que procedimentos são aplicados para facilitar a aquisição da leitura e escrita dos alunos com dificuldades?

_________________________________________________________________________

7- Que dificuldades o (a) senhor (a) tem para alfabetizar seus alunos? _________________________________________________________________________

8- Aponte os recursos usados para estimular à escrita e a leitura em sala de aula.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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9- A escola disponibiliza cursos para formação continuada de seus docentes? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) PARCIALMENTE 10- Se afirmativo quais?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11- Se negativo, de que forma o (a) senhor (a) atualiza seus conhecimentos como o objetivo de melhorar sua metodologia?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12- Com que frequência o (a) senhor (a) incentiva a leitura de textos e a produção textual?

( ) Diariamente ( ) Semanalmente ( ) Mensalmente ( ) Outros

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APÊNDICE 2

Embora o questionário tenha sido também aplicado aos alunos, às respostas foram preenchidas pelo pesquisador, tendo em vista que a amostra foi aleatória com possibilidades de selecionar pessoas que não tinham domínio da leitura e da escrita.

Faculdade Cearense

Curso: Pedagogia/ Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II Aluno: Jose Adriano Silva de Oliveira

QUESTIONÁRIO ALUNO

01-Você sabe ler e escrever?

02-Consegue resolver sozinho(a) as atividades propostas pela professora em

sala de aula ou para casa?

03-Tem interesse por algum tipo de livro?

04-Você compreende o que ler?

05-O que você faz quando não entende alguma atividade proposta pelo

professor?