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0 Centenário da Iluminação Pública em União da Vitória - PR
Rita LeôniaStachera
SECRETARIADE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
CENTENÁRIO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA EM
UNIÃO DA VITÓRIA:
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS A PARTIR DE
UMA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA LOCAL
RITA LEÔNIA STACHERA
UNIÃO DA VITÓRIA – PR
2011
Centenário da Iluminação Pública em União da Vitória – PR Rita LeôniaStachera
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SUMÁRIO
1 IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................................................... 2
2APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................... 3
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................................................. 5
4 PROPOSTA DE ATIVIDADES ..............................................................................................................10
5 AVALIAÇÃO ..........................................................................................................................................23
6REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................24
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................26
Centenário da Iluminação Pública em União da Vitória – PR Rita LeôniaStachera
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1 IDENTIFICAÇÃO
Área: História
Professor PDE: Rita L. Stachera
Professor orientador: Eloy Tonon
IES Vinculada: Universidade Estadual do Centro-Oeste Unicentro- Guarapuava
Escola de Implementação: Colégio Estadual Túlio de França
Público Objeto de Intervenção: Ensino Médio
Tema de Estudo da Intervenção: A Implantação da energia na cidade de União da Vitória: suas principais transformações
econômicas, sociais e culturais na História Local.
Título: O Centenário da Iluminação Pública em União da Vitória: Transformações Sociais e Econômicas a partir de uma
perspectiva de História Local.
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2APRESENTAÇÃO
A presente Unidade Didática foi idealizada pela
professora PDE, Rita L. Stachera, supervisionado pelo
professor orientador da FAFIUV, Eloy Tonon. É resultado de
todo um trabalho realizado nesse período de afastamento da
sala de aula, dentro do programa do PDE, foi de suma
importância para o aprimoramento dos meus conhecimentos
na minha área de estudo, serviu de subsídio para a
elaboração desta Unidade Didática.
O interesse pelo trabalho surgiu, a partir da
necessidade de refletir no âmbito escolar, o papel da escola e
sua relação com a sociedade. Partimos da ideia que a
Histórica Local enriquece e inova a relação de conteúdos a
serem abordados, tornando-os mais próximos a realidade
social dos alunos. É fundamental igualmente para que, o
educando conheça aspectos da formação de uma identidade
local .Pensando nesse sentido que faço um recorte temporal
com um grande acontecimento que marcou a História de
União da Vitória: a implantação da energia elétrica.
As abordagens realizadas, objetivando entender como
se faz importante a construção do conhecimento, estão
pautadas em reflexões humanistas, sócio-culturais
referenciadas em Paulo Freire, “[...] ensinar exige pesquisa,
não há ensino sem pesquisa’’(FREIRE,1996,p.16),que define
a democratização da cultura, e situação do cotidiano escolar,
em busca de valores, respeito e curiosidade da comunidade
escolar.Com isso será oferecido aos alunos uma
oportunidade para reflexão em torno da História Local
possibilitando um novo olhar para a História, levando-o a
aprendizagem.
Para se trabalhar o tema é necessário que os alunos
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tenham o mínimo de fundamentação teórica quanto á
temática proposta, portanto, o presente material didático
apresenta: conceitos, textos, referências e sugestões de
como abordar esse tema .
Coloco como um dos principais objetivos desse
material didático, as várias opções metodológicas que
possam estar contribuindo para elevar a aprendizagem em
História dos alunos da 1ªSérie do Ensino Médio
Profissionalizante (Formação de Docente)do Colégio Estadual
Túlio de França.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A partir de uma concepção de História pautada nas
Diretrizes Curriculares do Paraná, que são as DCEs, onde
não existem verdades prontas e acabadas em História,
porque efetivamente essa disciplina deve dialogar com várias
correntes historiográficas, sempre procurar seguir uma
objetividade, dentro de uma linha de pesquisa. Diante disso o
historiador alemão, Rüsen (2001), propõe uma matriz
disciplinar da História para que se compreenda a organização
do pensamento histórico dos sujeitos.
Nesse sentido, a finalidade principal do ensino da
História seria a formação de um pensamento histórico, a partir
da produção do conhecimento. Sabemos que o conhecimento
é ainda provisório, ainda se está buscando elementos
necessários para a sua elaboração, configurado pela
consciência histórica dos sujeitos.
Segundo o historiador Jörn Rüsen (2001,p.16):
''[...]aprendizagem histórica é uma das dimensões e
manifestações da consciência histórica. Está articulada ao
modo como a experiência do passado é vivenciada e
interpretada de maneira a fornecer uma compreensão do
presente e a construir projetos de futuro.''
Diante do aprender proposto por Rüsen (2001, p.
64):”A consciência histórica é local em que o passado é
levado a falar, e este só vem a falar quando é questionado, e
a questão que o faz falar se origina da carência de orientação
na vida prática atual, diante das suas experiências no tempo
[...]'', trata-se de uma lembrança interpretativa que faz
presente o passado no aqui agora, e só sente-se essa
necessidade de buscar no passado respostas muitas vezes
para problemas que estamos vivenciando no presente.
Dentre as novas correntes historiográficas atuais é de
suma grandeza a temática da História Local, na qual
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procuramos buscar a proximidade com a realidade social do
aluno e sua relação com as histórias regionais, pois permitem
a investigação e comparação necessária ao processo
histórico.
Segundo Cainelli e Schmidt (2006, p.114):
[...] a História local facilita, também a construção de problematizações, a apreensão de várias histórias lidas com base em distintos sujeitos da História, bem como de histórias que foram silenciadas, isto é que não foram institucionalizadas sob forma de conhecimento histórico''. Tudo isso possa estar contribuindo para que os alunos percebam-se como parte integrante dessa história, ou melhor sujeitos dessa história.
Na questão de construção da sua própria identidade a
partir do outro, que enfatizarei a importância do
desenvolvimento do projeto envolvendo a História Local, mais
precisamente o fato marcante da história de União da Vitória:
a implantação da energia elétrica na cidade, bem como, as
principais transformações ocorridas na vida dos moradores da
cidade. Sendo de grande importância aprofundar os
conhecimentos sobre os locais de origem, sua realidade,
tradições culturais, enfim uma revisita histórica.
Essa reflexão sobre a História local que estou
propondo remete a uma interseção com a micro-história. Os
historiadores que se filiam a essa corrente historiográfica
pretendem construir narrativas que tem buscado uma
descrição mais realista do comportamento humano. Pelo fato
que a micro-história tem um estilo realista, por compreender
tanto que um recorte que privilegia as histórias particulares de
indivíduos, vilarejos e grupos específicos, como uma
abordagem que compreende a ''ação social como resultado
de uma constante negociação, manipulação escolhas e
decisões individuais''.(GIOVANII, citado por REZNIK, 2011,
p3).
Diante disso fica claro que ao trabalhar com o tema
que envolvam a História local, exige que se estabeleça ,de
forma contínua e sistemática, a articulação entre os
conteúdos da História Regional, da nacional e da mundial,
para que não seja algo disperso, sem sentido para o aluno.
Em suma, o ensino da história local, não pode somente dar
muita ênfase na história de ''heróis”, dos grandes
personagens das elites, pessoas tidas como ilustres da
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sociedade, de acontecimentos maiores, mas também basear-
se em sujeitos sociais que fazem parte dessa história.
Com relação ao meu objeto de estudo que é o processo de
implantação da luz elétrica na cidade de União da Vitória, e
está relacionado á história da energia no Paraná, sendo
bastante contemporânea com relação ao seu uso no País.
Essa história tem pouco mais de um século, porque as
primeiras usinas elétricas do Brasil surgiram no ano de
1883,em Campos(RJ), Juiz de Fora e Diamantina.
União da Vitória foi quarta cidade do Paraná a implantar o
sistema de iluminação Pública tendo, como fonte de energia
elétrica. Com a concessão de 24 anos, Grollmann inaugura
em 12 de outubro de 1910 a luz elétrica em União da Vitória,
geradas por máquina a vapor de 100HP.As lâmpadas
elétricas substituem os quarenta e um lampiões de querosene
que eram acessos todos os dias ao por do sol e apagados a
meia noite. No ano de 1916,Alexandre Schlemm, empresário
Joinvilense adquire a massa falida de Godofredo Grollmann,
composta de várias propriedades e a empresa geradora de
energia elétrica do município.
A partir de 1927, a cidade está em processo de
crescimento, a empresa Alexandre Schlemm e Cia. com muito
esforço e espírito de pioneirismo inaugura a sua primeira
usina hidrelétrica, situada no salto do Palmital, iniciando
dessa forma com a capacidade de 500HP.
Em 1973, a Copel assume o fornecimento contínuo de
luz e força motriz. A Copel assume definitivamente os
serviços de geração e distribuição de energia no estado,
adquirindo a maioria das empresas privadas, inclusive
Alexandre Schlemm S.A, em 31 de outubro desse mesmo
ano. Assim sendo quero analisar como esse grande
acontecimento veio provocar mudanças substanciais na vida
dos moradores do município de União da Vitória, que seriam
no caso as dinâmicas sociais, econômicas e culturais que
foram alteradas com a instalação da luz elétrica na cidade.
(SILVA, 2006).
Quando hoje observamos a cidade União da Vitória
não deixamos de perceber todo esse passado imerso em
nossa memória, a arquitetura das casas, a antiga estação, a
“maria fumaça”, nas praças estátuas de figuras ilustres, esse
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passado está muito presente no nosso dia a dia em forma de
vários referenciais históricos, e que Jacques Le Goff nos fala
muito bem a esse respeito“ a memória é um elemento
essencial de que se costuma chamar identidade, individual ou
coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos
indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na
angústia”,(LE GOFF, 2003,p.476), e que essa memória e a
sua preservação está vinculada com a questão de cidadania,
no sentido do direito fundamental desse cidadão de construir
uma identidade cultural, que seja cidadã e plural.
Com relação essa discussão sobre memória pelo fato
que está elencado ao meu objeto de estudo, e enfatizando a
sua importância como suporte construtor das identidades e
solidificador das consciências, pois;
A memória, em sua extensa potencialidade, ultrapassa, inclusive, o tempo de vida individual. Através de histórias de famílias, das crônicas que registraram o cotidiano, das tradições, das histórias contadas através de gerações e das inúmeras formas de narrativas, constrói-se a memória de um tempo que antecedeu ao da vida de uma pessoa. Ultrapassa-se a cronologia atual e o homem mergulha no seu passado ancestral (DELGADO, citado por LE GOFF, 2003p.19).
No material didático pedagógico, farei uso de várias
fontes históricas para serem aplicados na sala de aula, entre
essas fontes vou estar trabalhando com uso da iconografia,
imagens fotográficas, que vão estar mostrando alguns
aspectos da cidade de União da Vitória vinculando na questão
da Luz Elétrica, evidenciando a principais transformações da
cidade.
Atualmente tem se discutido a esse respeito, o uso desse
recurso nas aulas de História e das dificuldades encontradas
pelo professores na sua aplicação. Em relação a essa
questão aponto alguns cuidados para analisar uma imagem
e/ou fotografia:
a) entender a fotografia que a fotografia é uma
representação do real;
b) também não é estática, depende do olhar de que se
lança sobre ela;
c) é subjetiva, desde a sua produção existe sempre um
sujeito por trás da máquina fotográfica;
d) é necessário perguntar o que está sendo
fotografado, a fim de compreender por que e para
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que.
Para que realmente essa fonte histórica seja bastante
explorada em sala de aula, e entender as imagens sedutoras
das fotografias seria necessário fazer essa desconstrução,
sendo que a compreensão passa pelo entendimento dos
limites dessa impressão do real, afirma o historiador Bóris
Kossoy.(1989).
Também nesse material irei trabalhar com entrevistas, que é
um metodologia de pesquisa que se baseia em fontes orais,
uma estratégia usada com certa frequência nas aulas de
História, e que a opção pelo trabalho com a oralidade no
ensino de História precisa considerar que a reflexão
acompanha todo o processo e não depois de seu término. É
necessário entender que o trabalho com a oralidade é uma
fonte diferenciada de captação de informações, a qual está
muito relacionada com estudo da História Local. A história
oral é uma metodologia muito significativa voltada para a
produção de narrativas como fontes do conhecimento, mas
principalmente do saber. Dessa maneira “[...] a razão
narrativa desemboca no sabercontar um fato real ou
imaginário, despertando no ouvinte o desejo de significar
experiências vividas, que não retornam mais’’(GROSSI;
FERREIRA, citados por DELGADO, citado por LE GOFF,
2003, p.23).
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4 PROPOSTA DE ATIVIDADES
Para a implementação do Material Didático(Unidade Didática)na escola, serão realizadas as seguintes atividades:
ATIVIDADE 1- ( 2 aula do mês de agosto)
Nesse primeiro contato com meus alunos pretendo
expor o projeto, e as várias etapas de seu desenvolvimento
em forma de slides, colocando a importância de trabalhar com
a temática que envolve a História local.
ATIVIDADE 2 – (1 aula do mês de agosto)
Elaboração de uma linha do tempo, situando os alunos dentro
dos fatos importantes da História de União da Vitória antes e
depois da Luz Elétrica, relacionando a História do Paraná e
do Brasil.
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ATIVIDADE 3 – (3 aulas agosto e setembro)
Para essa atividade faremos leituras e discussão de
fragmentos de textos, autoras: Mª Auxiliadora Schmidt &
Marlene Cainelli (2005) que abordam a História Local como
uma metodologia de ensino-aprendizagem em História,
apontando seus limites e possibilidades.
Fragmentos de Textos
Texto 1 - “Frequentemente se coloca uma oposição entre
ensinar a História Local, a nacional e a história universal.
Essa discussão parece-me inútil. A contraposição entre o
local e o universal, o próximo e o longínquo, parece-me falsa
do ponto de vista científico e contraproducente em termos dos
objetivos educacionais propostos.” (Adaptado de SCHMIDT,
2009;CAINELLI, 2006).
Texto 2 - “Todo ensino tende a ser uma abertura e convida a
conhecer ainda mais. É universalista e, por essa razão,
transcende a função de conferir identidade. Contribui para
situar cada um de nós relativamente aos demais. No entanto,
essa abertura tropeça rapidamente com a seguinte
dificuldade: como continuar sendo mesmo a praticar a
tolerância com as demais civilizações? Com efeito,
o descobrimento da pluralidade de culturas jamais é um
exercício inofensivo. O risco é converter-se em um entre os
demais ou, pior ainda dissolver-se na cultura alheia
[...]”.(Adaptado de SCHMIDT, 2009; CAINELLI, 2006).
Texto 3 -“O termo patrimônio histórico teve por base o
conceito de monumento histórico gestado na Europa a partir
da segunda metade do séc.XIX, de onde se difundiu
progressivamente. A Revolução Industrial emprestou a esse
conceito uma abrangência universal. Enquanto processo
irreversível, a industrialização, com seu constante movimento
transformador, tornou necessário o guardar o passado que se
esvaía rapidamente .Daí a proteção do patrimônio histórico.
(Adaptado de SCHMIDT, 2009; CAINELLI, 2006).
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ATIVIDADE 4- (3 aulas do mês de setembro)
Trabalhando com fotografias
Análise de fotografia antiga sobre União da Vitória, que retratam
alguns momentos importantes a respeito da Implantação da Luz
Elétrica, pois de acordo com Abud (2010, p.148):
A utilização de fotografias na sala de aula, precisa levar em conta, que se trata de um recorte, do “congelamento” de um instante que existiu no passado. Para que pesquisadores, alunos e professores possam compreender as imagens registradas pelas fotografias(as situações em que foram produzidas e as intenções dos fotógrafos),as informações não são dadas pelas imagens, mas sim pelos textos, pelas informações que as acompanham na forma de explicações, legendas, entre outros elementos. Essas informações permitem a compreensão do contexto histórico em que as imagens foram criadas; desta forma, é possível entender as transformações, permanências, enfim, a dinâmica social da época.
Construção 1ªUsinaTermoelétrica- Godofredo Grolmann. Fonte: FamiliaSchelenn
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Rua Profº Cleto Fonte: Arquivo da Família Dalmaz
Rua XV de novembro Fonte: Arquivo Público- Porto União/SC
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Praça Alvir Riesemberg - União da Vitória na atualidade Fonte: arquivo família Dalmaz
ATIVIDADES
1) O que você pode observar nestas imagens?
2) A partir do que foi estudado sobre a Luz Elétrica
em União da Vitória, relacione essas fotografias
com esse fato:
3) Defina a cidade de União da Vitória a partir da
implantação da Luz Elétrica:
4) Você acredita que esse fato foi determinante para
o desenvolvimento da cidade? Vocês conseguem
perceber essas transformações através das
fotografias? Comente:
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ATIVIDADE 5-( 3 aulas do mês de setembro)
Nessa atividade trabalharemos com alguns textos que envolvem a História Oral, para discutirmos os limites e possibilidades
de se trabalhar com essa metodologia na sala de aula, já é um preparação dos alunos em relação as entrevistas que farão com
antigos moradores de União da Vitória a respeito do processo de Implantação da Luz Elétrica na cidade.
Fragmentos de Textos
Texto 1 - “[...] a relação entre o entrevistador e o entrevistado é outro aspecto constitutivo da produção de um depoimento. A
postura de um entrevistador deve ser de um parteiro que não conhece a pressa e a impaciência e está disponível para ouvir as
histórias do entrevistado com o mesmo cuidado, atenção e respeito, tenham estes significados ou não para a pesquisa em tela.
[...](Adaptado de SCHMIDT, 2009; CAINELLI, 2006).
Texto 2 - “[...] a história oral escolar serve para diminuir a brecha entre o acadêmico e a comunidade; traz a história à casa, já que
relaciona o mundo da sala de aula e o livro didático com o mundo social direto e cotidiano da comunidade em que vive o
estudante”. (Adaptado de SCHMIDT, 2009; CAINELLI, 2006).
Atividade sobre os textos
1) Em grupo, leiam e sistematizem as principais ideias dos textos e redijam uma conclusão, apontando as possibilidades da
utilização da história oral no ensino da História, em seguida apresentem na sala de aula.
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QUESTIONÁRIOS PARA AS ENTREVISTAS
Os Pioneiros – 1910
-Nome:
-Idade:
-Endereço:
-Profissão:
- Sobre União da Vitória a partir da energia elétrica: O que
você lembra a esse respeito? O que outras pessoas
comentavam? Foi um grande acontecimento?
-Toda a população foi beneficiada com a energia elétrica? Ou
só alguns moradores?
-De que maneira esse acontecimento veio alterar a vida dos
moradores de União da Vitória, com relação ao seus hábitos e
costumes?
-Quais foram os benefícios que a luz elétrica trouxe para o
município de União da Vitória?
Década de 40 e 50
-Nome:
-Idade:
-Profissão:
-Faz quanto tempo que você mora em União da Vitória?
-Que tipos de indústrias existiam em União da Vitória nas
décadas de 40 e 50?
Qual que predominava mais? Principal matéria-prima
utilizada nessas indústrias?
-Você acredita que a luz elétrica foi um fator determinante
para o desenvolvimento de União da Vitória?
-Com relação à madeira, você acha que se não fosse a
madeira, União da Vitória não se tornaria um polo de
crescimento industrial?
-E essa atividade que foi predominante muito tempo aqui na
nossa região não foi fator de degradação do nosso meio
ambiente, no sentido do desmatamento?
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Década de 80 e 90
-Nome:
-Idade:
-Profissão:
-Em relação a Energia Elétrica, você acredita foi fator de
desenvolvimento em União da Vitória? E o fato que a partir
dos anos 70, a energia ficar subsidiada a Copel, foi
necessária essas mudanças para o desenvolvimento da
cidade de União da Vitória?
-E esse tipo de energia foi decisivo para se criar indústrias em
União da Vitória?
-Quais seriam os principais impactos a natureza trazidos a
partir da construção de Usinas Elétricas aqui na região?
-Que tipo de matéria-prima estão sendo utilizadas nas
principais indústrias da região?
-Atualmente já está sendo pensado em outras fontes de
energia para o município de União da Vitória , que possam
substituir as atuais fontes de energia?
As entrevistas realizadas pelos alunos com alguns antigos
moradores que residem em União da Vitória, acontecerá fora
do horário de aula e o prazo para a sua realização será de
duas semanas, sendo que o questionário aplicado podem
ser gravado ou filmado e depois transcrito para a
apresentação.
Será entregue também aos alunos o formulário de Termo
de Cessão de Direitos Autorais, que deverá ser preenchido
antes da entrevista. Este documento é necessário, pois as
entrevistas poderão ser anexada se publicadas junto a esta
Unidade Didática.
As informações obtidas pelos alunos através dessas
entrevistas serão discutidas em sala de aula e posteriormente
acrescentadas a outras atividades desenvolvidas pela turma
na parte final do projeto, que estarão contempladas na
produção do artigo.
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ATIVIDADE 6
(2 aulas do mês de setembro)
ANÁLISE DE DOCUMENTOS DE ÉPOCA:
O uso de documentos nas aulas de História justifica-se pelas contribuições que pode oferecer para o desenvolvimento do pensamento histórico. Uma delas é facilitar a compreensão do processo de produção do conhecimento histórico pelo entendimento de que os vestígios do passado se encontram em diferentes lugares, fazem parte da memória social e precisam ser preservados como patrimônio da sociedade. (BITTENCOURT, 2005, p.333).
Conta de luz da Empresa de Eletricidade Alexandre Schlemm S.A e da Copel Fonte: Rita L.Stachera
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Contrato assinado entre a Prefeitura Municipal de União da Vitória e Alexandre Sachelmm/1916 Fonte: RitaL.Stachera
Conta de Luz da Empresa de Alexandre Schlemm Fonte: Rita L.Stachera
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Rita LeôniaStachera
Essa atividade consiste em fazer uma leitura e discussão
sobre esses documentos e procurando relacioná-lo ao
processo de Implantação da Luz Elétrica em União da Vitória,
e que segundo (ABUD,2010,p.17),o professor deve
apresentar ao seus alunos alguns procedimentos, como esse
modelo a seguir e discuti-los:
1)CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA:
-Autoria do documento (quem escreveu?);
-datação (quando foi escrito?);
-Localização geográfica (onde foi escrito?);
-destinatário (a quem destinava?).
2)OBJETIVO:
-É possível determinar a qual grupo socioeconômico e/ou
político o autor pertence;
-Trata-se de documento de cunho pessoal ou institucional (de
órgãos governamentais, empresas privadas, veículos de
imprensa, entre outros?)
-A quais pessoas ou grupos sociais/e ou políticos o
documento se refere?
3)ASPECTOS MATERIAIS:
-Produção do documento: foi feito manualmente (à caneta,
lápis etc) ou utilizou algum tipo de máquina (computador,
máquina de escrever);
-Tipo de suporte da escrita (papel, pergaminho, papiro etc);
-Medida (tamanho do documento: largura x comprimento).
4)DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO:
Essa etapa tem como objetivo extrair informações do texto
que poderão indicar com qual finalidade foi compilado.Várias
questões devem ser feitas em relação ao documento:
-Qual o assunto central?
-Quais as frases ou palavras sintetizam sua intenção?
-Quais as necessidades ou possibilidades de solução de um
problema apresentadas ao leitor?
-Ocorre defesa ou crítica a alguém (pessoa, grupo
social,instituição)?
-Com quais argumentos? Quais as razões utilizadas para
construir essa opção? Em que está embasada tala
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argumentação?
5)INTERPRETAÇÃO: Algumas observações em relação a
esse item;
-os alunos perceberão que nem sempre é possível extrair
todos os dados do documento para que possa ter
interpretado na sua totalidade;
-hipóteses podem ser levantadas e discutidas em sala de
aula;
-o cruzamento de informações entre diferentes fontes de um
mesmo período pesquisado pode auxiliar um aluno ou todo o
grupo a chegar uma interpretação mais consistente
-é importante levar em consideração que o documento não
foi criado com a intenção de deixar material de pesquisa para
os historiadores, mas para satisfazer as necessidades da
época;
-outro fator relevante é que usamos “lentes diferentes’’ para
realizar a interpretação;
-condicionantes políticos, sociais, econômicos e culturais
influenciam nos parâmetros que norteiam nossa análise (nem
o documento nem o historiador são neutros, o que se aplica
também ao professor e a seus alunos).
22 Centenário da Iluminação Pública em União da Vitória - PR
Rita LeôniaStachera
ATIVIDADE 7- (duas aulas mês de setembro)
Em relação a essa atividade, levaremos os alunos a conhecer
o local onde foi construída a 2ª Usina Elétrica sob o comando
da família Schlemm, localizado na região de Palmital e
atualmente esse local pertence aCopel,onde os alunos irão
fazer as observações necessárias do local procurando
relacioná-las a questão da Energia em União da
Vitória,posteriormente será incluído no relatório ,podemos
colocar também que: “O estudos do meio representa uma
excelente estratégia para a construção do conhecimento
histórico por professores e alunos pelo fato de unir pesquisa,
contato direto com um contexto (meio),sua observação e
descrição, aplicação de entrevistas , análise de elementos
que compõe o patrimônio histórico e memória”. (ABUD, 2010,
p.79)
ATIVIDADE 8- ( 3 aulas- setembro e outubro)
Término das atividadesa partir do que foi trabalhado com eles,
o envolvimento em todas as atividades propostas, os alunos
irão produzir uma narrativa histórica em relação a temática do
projeto, posteriormente será produzido um painel
contemplando todos os seus trabalhos.
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5 AVALIAÇÃO
Avaliação terá um caráter formativo,diagnóstico e
contínuo e os alunos serão avaliados através dos seguintes
instrumentos:
- Participação nas discussões do tema proposto;
- Atividades desenvolvidas em grupo;
-Envolvimento na elaboração das entrevista;
- Apresentação dos resultados da entrevistas;
-Sua participação na pesquisa de campo;
- Apresentação do relatório dessa pesquisa;
- A sua produção do texto sobre a temática do projeto.
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6REFERÊNCIAS
ABUD, K.M.;SILVA,A.C de M.;ALVES,R.C.Ensino de História.SãoPaulo:CengageLearnig, 2010.(Coleção Idéias em Ação). BITTENCOURT, C. (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto,2005. CAINELLI, M.; SCHMIDT, M. A. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2006. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberesnecessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra,1996. HISTÓRIA oral no sentido das entrevistas. Revista da Associação Brasileira de História Oral,n.6,jun. 2003. KOSSOY,B.Fotografia e história.São Paulo:Ática,l989.
LE GOFF, J. História e memória. 5.ed. Campinas: Unicamp, 2003. REZNIK, L. Qual o lugar da história local. Projeto ”História de S. Gonçalo: Memória Identidade”.UERJ. Disponível em: <http://www.historiadesaogoncalo.pro.br/txt_hsg_artigo_03.pdf>. Acesso em: 9 maio 2011. _____;FERNANDES, R. A. Um acontecimento revelador: inauguração do Hospital de São Gonçalo. Projeto Disponível em:<http://www.rj.s2.anpuh.org/conteudo/view?ID_CONTEUDO=305>. Acesso em: 9 maio de 2011. RÜSEN, J. Razão histórica:teoria da história. Os fundamentos da ciência histórica. Brasília: Universidade de Brasília, 2001.
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SCHMIDT, M. A.; SBARCA,I.(orgs).Aprender história:perspectiva da educação histórica.Ijui, RS: Unijui,2009. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares daEducação Básica. História. Paraná:2008.
SILVA, C. da.Apontamentos históricos de União da Vitória. Curitiba: Imprensa Oficial, 2006.
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AGRADECIMENTOS
Ao término dessa Unidade Didática não posso deixar de agradecer algumas pessoas que se empenharam para realização
desse trabalho.
Ao meu orientador Profº Eloy Tonon pelo apoio incentivo e orientações durante a elaboração deste trabalho.
Ao Profº Divair Dalmaz , grande incentivador na realização desse projeto, e gentilmente cedeu parte de seu acervo
particular para elaboração do material didático.
E seu Luis Schlemm bisneto de Alexandre Schlemm, permitiu fotografar algumas imagens de seu acervo particular
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