centenário da república

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Comemoração dos 100 anos da República

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Neste ano do Centenário da Implantação da República Portuguesa (1910-2010) não podia deixar de evocar este grande acontecimento da História Contemporânea Nacional. Irei descrever um pouco sinteticamente:• Os antecedentes imediatos; • O acontecimento revolucionário; • Algumas das consequências mais importantes ao nível das rupturas do novo regime político.

Centenário da Implantação da

República

Governo exercido por um rei. A monarquia portuguesa era hereditária, isto é, passava de pais para filhos.

Reinava em Portugal, o Rei que se chamava D. Carlos.

As pessoas não estavam nada contentes com esta forma de governo, pois, viviam mal, o rei e a família gastavam muito dinheiro e não estavam preocupados com o povo.

monarquia

Em meados do século XIX, Portugal estava a passar por uma grande crise.

República - Forma de governo em que o Chefe de Estado (Presidente) é eleito pelos cidadãos ou seus representantes.

REPÚBLICA

CAUSAS DA QUEDA DA MONARQUIA

A Conferência de Berlim

• A Conferência de Berlim _ Reunião celebrada entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de Fevereiro de 1885 na cidade de Berlim entre os países industrializados de maneira a decidir a posse dos territórios de África:

• Bélgica• França• Alemanha• Itália• Portugal• Espanha• …

• A partilha foi feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo o que contribuiu para muitos conflitos até aos dias de hoje.

OS ANTECEDENTES IMEDIATOS

Os antecedentesimediatos

A Grã Bretanha pretendia

dominar um território que

atravessava toda a África de Norte

a Sul, ou seja, desde o Egipto até à

África do Sul. Para defender os

interesses de Portugal, o governo

português, na Conferência de

Berlim, em 1886, apresentou o

Mapa Cor-de-Rosa, no qual ele

esboçou a intenção de ligar Angola

a Moçambique a fim de aprimorar a

comunicação entre as duas colónias

e tornar mais fácil o comércio e o

transporte de mercadorias.

Divisão da ÁfricaOs antecedentes imediatos

Eu, o mapa Cor-de-Rosa Os antecedentes imediatos

PÁGINA 10

PÁGINA 17

A 11 de Janeiro de 1890 a Inglaterra, que também pretendia os mesmos territórios, apresentou ao rei D. Carlos um Ultimatum* (ultimato): Ou saem de África ou a questão é resolvida pelas armas.Os portugueses viram-se obrigados a aceitar o ultimato porque Portugal não tinha força militar para se opor aos Ingleses e acabou por ceder à vontade dos Ingleses. Isso provocou manifestações de descontentamento.Os Portugueses tudo fizeram para mostrar o seu ódio à Inglaterra, insultar a Inglaterra, boicotar os produtos Ingleses. Os jornais exigiam a demissão do governo. Os poetas lançaram versos que davam voz à revolta nacional. Os teatros levaram à cena textos de um patriotismo e foi mesmo num teatro que nasceu A Portuguesa, que saltou para a rua cantada por milhares de pessoas e que viria a tornar-se no Hino Nacional com a República.

O UltimatumOs antecedentes imediatos

PÁGINA 15

A situação do país

O processo político em Portugal estava degradado. O Partido Regenerador e o Partido Progressista alternavam-se no poder e na oposição. Chamava-se a isso o Rotativismo.

O rei escolhia um novo chefe de governo que marcava eleições e ganhava-as sempre.Os governos duravam pouco tempo. Eram

eleitos, caíam, vinha novo governo.

O partido do governo procurava tomar decisões e o partido da oposição fazia tudo para impedir que o governo aprovasse as leis.

A indústria portuguesa era frágil, pois não havia industria metalúrgica que era um sector fundamental para fabricar maquinaria moderna para outras indústrias.

• Não abundavam os recursos energéticos, quer dizer, havia pouco carvão e electricidade.

Os trabalhadores chegavam a trabalhar 15 horas por dia.

Não havia descanso semanal, nem ao sábado nem ao domingo.

A alimentação era de fraca qualidade.

Os problemas de saúde, muitos.

A emigração era a porta de saída

O país estava cada vez mais endividado.Para pagar as dívidas os impostos

aumentavam.

As classes médias e os trabalhadores rurais viviam com muitas dificuldades.

Três homens em cada quatro e seis mulheres em cada sete não sabiam ler.

Os antecedentes imediatos

D. Carlos era, parava pouco no Palácio Real e mantinha-se tão afastado quanto possível dos assuntos do Estado e do Governo.

O povo queixava-se e dizia que o Rei só sabia gastar dinheiro e não tratava dos problemas do Reino.

D. Carlos não se poupava em gastos que custavam caro ao País. Mudava de iate como quem muda de camisa. O Amélia I depressa se torna pequeno para dar lugar ao Amélia II que não demora muito até ser ultrapassado pelo Amélia III a que logo sucede o Amélia IV.

O País era pobre, e se não podia ter um rico rei, muito menos podia sustentar um rei rico.

A situação do país

desportista

caçador

artista

agricultor

Os antecedentes imediatos

A família real era o maior devedor do tesouro público. Eram feitas acusações em que se afirmava terem sido gastas nos arranjos da sala de jantares solenes do Palácio das Necessidades, e nas iluminações eléctricas deste Palácio e dos da Ajuda e Belém, quantias que rondavam as fabulosas somas de 131 891$715 réis para o primeiro caso e 354 082$333 réis para os segundos.Desde 19 de Outubro de 1889 que D. Carlos recebia um conto de réis de vencimento por dia, importância que junto à dos vencimentos dos seus familiares custava ao País mais de 520 contos anuais, soma esta muito superior às que recebiam as famílias reinantes de países mais ricos como a Noruega e a Dinamarca.

A situação do país

Os antecedentes imediatos

O Palácio das NecessidadesO Palácio das Necessidades, em Lisboa, proporciona uma visita aliciante e bastante atractiva para os olhos Actualmente, é a sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas já foi palácio real e convento. Grande parte do convento encontra-se revestido por azulejos do século XVIII, nomeadamente acozinha, as escadarias, os salões e os corredores.

Uma visita guiada

A belíssima cozinha dos frades do Convento da Congregação do

Oratório de Lisboa. Uma visita guiada

O mobiliário também tem peças bastante interessantes.

Uma visita guiada

Porém, a Sala de Jantar é belíssima com esta imitação de um balcão de

teatro. Uma visita guiada

A Tapada do Palácio é aberta ao público em geral.

Uma visita guiada

Em 1906, D. Carlos nomeia João Franco para chefe do Governo que se vai tornar numa ditadura. Faz aprovar um aumento do dinheiro que o Estado reserva para os gastos da família real e promulga a lei contra a liberdade de imprensa.O seu governo é permanentemente contestado por tudo e por todos.A conspiração contra a Monarquia alargava-se a olhos vistos e era formada por uma grande variedade de grupos: o Partido Republicano, os anarquistas, os socialistas, alguns maçons, os carbonários, bombistas e terroristas.

João Franco. Busto em Guimarães

A situação do paísOs antecedentes imediatos

Deste modo, a Carbonária preparou a acção revolucionária com o fabrico de bombas e o seu detonamento em diversas ocasiões na cidade de Lisboa.

Organização secreta revolucionária, antimonárquica, de origem Italiana fundada em Portugal em 1822. Os seus membros organizavam-se em grupos chamados Choças, Barracas e Vendas e tinham por obrigação possuir uma arma de fogo em condições de ser usada. Tinham por objectivo lutar pela liberdade, pela perfeição humana, acabar com a Monarquia, apoiar a educação popular e dar assistência aos desvalidos.

CARBONÁRIAOs antecedentes imediatos

PÁGINA 29

MAÇONARIAMaçonaria é uma associação ou uma ordem de caráter universal que agrega homens de todo e qualquer credo religioso, raça e nacionalidade. Seus membros são escolhidos dentre os outros para participarem da sociedade por suas qualidades intelectuais e morais, e convidados a participarem da maçonaria com o objetivo de auxiliarem na construção de uma sociedade humana que seja fundada no amor fraternal entre os homens e o universo. Os maçons ou pedreiros-livres cultivam qualidades como amor a Deus, a família, ao próximo e a pátria, e virtudes como a  sabedoria e a tolerância, constantemente buscando a verdade sob o lema: liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princípios da justiça e da razão.

Os antecedentes imediatos

PÁGINA 27

A 28 de Janeiro de 1908 falha uma tentativa de assassinar João Franco e proclamar a República. Esta falha aumentou a repressão policial franquista provocando mais ódio à Monarquia. Este crescente ódio terminou no regicídio do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe a 1 de Fevereiro desse ano..

O Regicídio O acontecimento revolucionário

PÁGINA 38, 39, 40, 41

Assim, no dia 4 de Outubro de 1910, Machado dos Santos, membro da mais alta direção da Carbonária, entra no Quartel de Infantaria 16 e dá início à revolução que conduziu à queda da Monarquia e à instauração da República em Portugal.Tudo começou no topo da Avenida da Liberdade, onde é hoje a Praça de Marquês de Pombal, onde existiam uns terrenos baldios a que chamavam Rotunda.

O acontecimento revolucionário

É nesse local que se vão dar os combates decisivos.Os militares e civis revoltosos concentram-se na Rotunda. Constroem-se barricadas.

As forças leais à monarquia, chefiadas por Paiva Couceiro, atacam a Rotunda. São derrotados e têm que retirar.

O acontecimento revolucionário

O rei D. Manuel está no Palácio das Necessidades.

No rio Tejo estão ancorados 2 navios que apoiam o movimento revolucionário. De repente, começam a bombardear o Palácio...O rei compreende que corre um grande perigo! Ele e a sua família fogem em segredo para Mafra e, no dia seguinte, abandonam o país com destino à Inglaterra onde casa e passa o resto dos seus dias.

Fuga do Rei D. Manuel II e da família realO acontecimento revolucionário

A vitória está garantida!Há a lamentar 76 mortos, dos quais 51 são civis. Estão feridos 122 militares e 186 civis.Na manhã do dia seguinte, 5 de Outubro de 1910, José Relvas sobe à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e proclama a Implantação da República.

A Monarquia tinha acabado em Portugal.Hoje ainda comemoramos este dia memorável: é feriado

nacional.

José Relvas, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, proclamando a implantação da República em Portugal.

Lisboa, 5 de Outubro de 1910 (Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa)

O acontecimento revolucionário

PÁGINA 33, 34,35,36

O primeiro presidente foi Teófilo Braga

Foi apenas presidente do Governo Provisório até às eleições, onde foi eleito como primeiro Presidente de Portugal Manuel de Arriaga. Exerceu este cargo entre 29 de Maio de 1915 e 5 de Outubro de 1915.

 Manuel de Arriaga (1911-1915)

1911 – Manuel de Arriaga é eleito presidente da República.– “A Portuguesa” é adoptada como hino nacional.– Criação do “escudo” como unidade monetária.– Reforma do Ensino Primário e Universitário.– Instituição do descanso semanal obrigatório

Algumas das consequências mais importantes ao nível das rupturas do novo regime político.

Teófilo Braga (1915)

1915 - Teófilo Braga é eleito presidente da República

http://www.youtube.com/watch?v=B6o08jsac9k

E como é a nossa Bandeira?

E as suas cores? O que significam?

Que existe ao centro, sobre as duas cores?

A Bandeira Nacional é dividida na vertical com duas cores fundamentais: verde escuro do lado esquerdo (ocupando dois quintos) e encarnado à direita (ocupando três quintos). o vermelho é uma cor de força, coragem e alegria, que representa o sangue derramado pelos portugueses;- o verde, a cor da esperança e do mar, foi escolhida em honra de uma batalha onde esta cor deu a vitória aos portugueses. Ao centro, sobre as duas cores, tem o Escudo das Armas Nacionais, e a Esfera Armilar Manuelina, em amarelo e avivada de negro.Simboliza as viagens dos navegadores portugueses pelo Mundo, nos séculos XV e XVI.

E que representa o Escudo?

1. O branco representa a paz;2. O Escudo lembra a defesa do território;3. As Quinas, a azul, representam as primeiras batalhas na

conquista do País(diz-se que são os cinco reis mouros vencidos na Batalha de

Ourique por D.Afonso Henriques);4. Cada quina contém cinco pontos brancos: as cinco

chagas de Cristo que ajudou D. Afonso Henriques a vencer esta batalha;

5. Os sete castelos amarelos representam os castelos tornados aos mouros por D. Afonso III.

Sabes o que significa a esfera armilar?

Foi um símbolo que o Rei D. Manuel I escolheu para representar as descobertas marítimas.