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CEASM - Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré Dia Internacional da Mulher – 8 de março Aulão interdisciplinar: 10 de março de 2014 1ª parte – início as 19h Vídeo: “Maioria oprimida” (10 min.) http://www.youtube.com/watch?v=bHJqNpJ8xAQ 1 – Breve histórico da luta feminina e a origem do Dia Internacional da Mulher Geral – Vinicius Silva Brasil e a Lei Maria da Penha – Francisco Overlande Histórico Dia Internacional da Mulher (8 de Março) é uma ocasião marcada por grupos de mulheres ao redor do mundo. Esta data também é comemorada nas Nações Unidas e é designado em muitos países como um feriado nacional. Quando as mulheres em todos os continentes, muitas vezes divididas por fronteiras nacionais e étnicas, linguísticas, diferenças culturais, econômicas e políticas, se reúnem para celebrar o seu dia, eles podem olhar para trás para uma tradição que representa pelo menos nove décadas de luta por igualdade, justiça , da paz e do desenvolvimento. Na Grécia antiga, Lisístrata iniciaram uma greve sexual contra os homens, a fim de acabar com a guerra, durante a Revolução Francesa, as mulheres parisienses, pedindo "liberdade, igualdade, fraternidade" marcharam em Versalhes para exigir o sufrágio feminino. O DIM é uma referência e um reflexo de todo um movimento em prol da igualdade de direitos, embora ainda hoje prevaleça a desigualdade de gênero. A banalização do problema da violência sofrida pelas mulheres, foi o que de pior poderia ter acontecido conjeturando-se que a respeito desse assunto tudo já se sabe e que muitas vezes na imaginação social a violência contra as mulheres, aliada ao comportamento do Estado, que nunca dispõe de recursos suficientes para agir com políticas públicas de peso contra o impacto da violência, levam a maioria a sentir uma sensação de impotência nas questões de igualdade em relação a homens e mulheres. A seguir está uma breve cronologia dos eventos mais importantes: 1788 – O político e filósofo francês Condorcet reivindica de direitos de participação das mulheres na política, emprego e educação. 1840 – Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos. 1859 – surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres. 1862 – durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia. 1865 – na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs. 1866 – No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas 1869 – é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres 1870 – Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina. 1874 – criada no Japão a primeira escola normal para moças 1878 – criada na Rússia uma Universidade Feminina 1901 – o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres 1857 – A cidade de Nova York foi palco da primeira greve conduzida por mulheres de que se tem conhecimento na história. Eram 129 operárias têxteis exigindo aumento de salários, redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias, melhores condições de trabalho de licença maternidade. O movimento terminou em tragédia. Para reprimir as grevistas, as forças policiais e os patrões atearam fogo na fábrica após trancarem as portas, e as operárias morreram queimadas no interior da empresa, onde estavam concentradas. 1909 – De acordo com uma declaração do Partido Socialista da América, o Dia Nacional da Mulher primeiro foi observado nos Estados Unidos em 28 de fevereiro. As mulheres continuaram a comemorar no último domingo do mês até 1913. 1910 – A Internacional Socialista, reunida em Copenhague, estabeleceu o Dia das Mulheres, de caráter internacional, para honrar o movimento pelos direitos das mulheres e para auxiliar na realização do sufrágio universal para as mulheres. A proposta foi recebida com aprovação unânime pela conferência de mais de 100 mulheres de 17 países, que incluiu as três primeiras mulheres eleitas para o parlamento finlandês.Sem data fixa foi selecionado para a observância. 1911 – Como resultado da decisão tomada em Copenhague no ano anterior, o Dia Internacional da Mulher foi marcado pela primeira vez (19 de Março), na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, onde mais de um milhão de mulheres e homens participaram comícios. Além do direito de votar e de ocupar cargos públicos, eles exigiram o direito ao trabalho, à formação profissional e para o fim da discriminação no trabalho. Menos de uma semana depois, em 25 de Março, o incêndio trágico em Nova York tirou a vida de mais de 140 meninas que trabalham, em sua maioria imigrantes italianos e judeus (este incêndio se dá principalmente por más condições de trabalho e segurança). Este evento teve um impacto significativo sobre a legislação de trabalho nos Estados Unidos, e as condições de trabalho que conduzem ao desastre foram invocadas durante observâncias subseqüentes do Dia Internacional da Mulher. 1913-1914 – Como parte da preparação movimento pela paz na véspera da Primeira Guerra Mundial, as mulheres russas observado Dia seus primeiros Internacional da Mulher no último domingo de fevereiro de 1913. No resto da Europa, por volta de 8 de Março do ano seguinte, as mulheres comícios ou para protestar contra a guerra ou para expressar solidariedade com suas irmãs.

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CEASM - Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré Dia Internacional da Mulher – 8 de março Aulão interdisciplinar: 10 de março de 2014

1ª parte – início as 19h

� Vídeo: “Maioria oprimida” (10 min.) http://www.youtube.com/watch?v=bHJqNpJ8xAQ 1 – Breve histórico da luta feminina e a origem do Dia Internacional da Mulher

� Geral – Vinicius Silva � Brasil e a Lei Maria da Penha – Francisco Overlande

Histórico

Dia Internacional da Mulher (8 de Março) é uma ocasião marcada por grupos de mulheres ao redor do mundo. Esta data também é comemorada nas Nações Unidas e é designado em muitos países como um feriado nacional. Quando as mulheres em todos os continentes, muitas vezes divididas por fronteiras nacionais e étnicas, linguísticas, diferenças culturais, econômicas e políticas, se reúnem para celebrar o seu dia, eles podem olhar para trás para uma tradição que representa pelo menos nove décadas de luta por igualdade, justiça , da paz e do desenvolvimento.

Na Grécia antiga, Lisístrata iniciaram uma greve sexual contra os homens, a fim de acabar com a guerra, durante a Revolução Francesa, as mulheres parisienses, pedindo "liberdade, igualdade, fraternidade" marcharam em Versalhes para exigir o sufrágio feminino.

O DIM é uma referência e um reflexo de todo um movimento em prol da igualdade de direitos, embora ainda hoje prevaleça a desigualdade de gênero. A banalização do problema da violência sofrida pelas mulheres, foi o que de pior poderia ter acontecido conjeturando-se que a respeito desse assunto tudo já se sabe e que muitas vezes na imaginação social a violência contra as mulheres, aliada ao comportamento do Estado, que nunca dispõe de recursos suficientes para agir com políticas públicas de peso contra o impacto da violência, levam a maioria a sentir uma sensação de impotência nas questões de igualdade em relação a homens e mulheres. A seguir está uma breve cronologia dos eventos mais importantes: 1788 – O político e filósofo francês Condorcet reivindica de direitos de participação das mulheres na política, emprego e educação. 1840 – Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos. 1859 – surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres. 1862 – durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia. 1865 – na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs. 1866 – No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas 1869 – é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres 1870 – Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina. 1874 – criada no Japão a primeira escola normal para moças 1878 – criada na Rússia uma Universidade Feminina 1901 – o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres 1857 – A cidade de Nova York foi palco da primeira greve conduzida por mulheres de que se tem conhecimento na história. Eram 129 operárias têxteis exigindo aumento de salários, redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias, melhores condições de trabalho de licença maternidade. O movimento terminou em tragédia. Para reprimir as grevistas, as forças policiais e os patrões atearam fogo na fábrica após trancarem as portas, e as operárias morreram queimadas no interior da empresa, onde estavam concentradas. 1909 – De acordo com uma declaração do Partido Socialista da América, o Dia Nacional da Mulher primeiro foi observado nos Estados Unidos em 28 de fevereiro. As mulheres continuaram a comemorar no último domingo do mês até 1913. 1910 – A Internacional Socialista, reunida em Copenhague, estabeleceu o Dia das Mulheres, de caráter internacional, para honrar o movimento pelos direitos das mulheres e para auxiliar na realização do sufrágio universal para as mulheres. A proposta foi recebida com aprovação unânime pela conferência de mais de 100 mulheres de 17 países, que incluiu as três primeiras mulheres eleitas para o parlamento finlandês.Sem data fixa foi selecionado para a observância. 1911 – Como resultado da decisão tomada em Copenhague no ano anterior, o Dia Internacional da Mulher foi marcado pela primeira vez (19 de Março), na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, onde mais de um milhão de mulheres e homens participaram comícios. Além do direito de votar e de ocupar cargos públicos, eles exigiram o direito ao trabalho, à formação profissional e para o fim da discriminação no trabalho. Menos de uma semana depois, em 25 de Março, o incêndio trágico em Nova York tirou a vida de mais de 140 meninas que trabalham, em sua maioria imigrantes italianos e judeus (este incêndio se dá principalmente por más condições de trabalho e segurança). Este evento teve um impacto significativo sobre a legislação de trabalho nos Estados Unidos, e as condições de trabalho que conduzem ao desastre foram invocadas durante observâncias subseqüentes do Dia Internacional da Mulher. 1913-1914 – Como parte da preparação movimento pela paz na véspera da Primeira Guerra Mundial, as mulheres russas observado Dia seus primeiros Internacional da Mulher no último domingo de fevereiro de 1913. No resto da Europa, por volta de 8 de Março do ano seguinte, as mulheres comícios ou para protestar contra a guerra ou para expressar solidariedade com suas irmãs.

1917 – Com 2 milhões de soldados russos mortos na guerra, as mulheres Russas novamente escolheram o último domingo de fevereiro de greve por "pão e paz". Os líderes políticos se opuseram ao calendário da greve, mas as mulheres foram de qualquer maneira. O resto é história: Quatro dias depois, o Czar foi forçado a abdicar eo governo provisório concedido às mulheres o direito de votar. Aquele domingo histórico caiu em 23 de fevereiro no calendário Juliano então em uso na Rússia, mas em 8 de março no calendário gregoriano em uso em outros lugares. 1921 – A Conferência das Mulheres Comunistas aprova, na 3ª Internacional, a comemoração do Dia Internacional Comunista das Mulheres e decreta que, a partir de 1922, será celebrado oficialmente em 8 de Março. 1955 – Dia 5/3, L´Humanité, jornal do PCF, fala pela primeira vez da greve de 1857, em Nova Iorque. Não fala da morte das 129 queimadas vivas. 1966 – A Federação das Mulheres Comunistas da Alemanha Oriental retoma o Dia Internacional das Mulheres e, pela primeira vez, conta a versão das 129 mulheres queimadas vivas. 1969 – Nos Estados Unidos, o movimento feminista ganha força. Em Berkley, é retomada a comemoração do Dia Internacional da Mulher. 1970 – O jornal feminista Jornal da Libertação, em Baltimore, nos EUA consolida a versão do mito de 1857. 1975 – A ONU decreta, 75-85, a Década da Mulher. 1977 – A Unesco encampa a data 8/3 como Dia da Mulher e repete a versão das 129 mulheres queimadas vivas. 1978 – O prefeito de Nova Iorque decreta dia de festa, no município, o dia 8 de Março, em homenagem às 129 mulheres queimadas vivas.

Desde os primeiros anos, o Dia Internacional da Mulher assumiu uma nova dimensão global para as mulheres em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O crescente movimento de mulheres internacional, o que foi reforçado por quatro conferências globais das Nações Unidas para mulheres, ajudou a tornar a comemoração de um ponto de encontro para esforços coordenados para exigir os direitos das mulheres e a participação no processo político e econômico. Cada vez mais, o Dia Internacional da Mulher é um momento de refletir sobre os progressos realizados, para chamar para a mudança e para celebrar atos de coragem e determinação por mulheres comuns que têm desempenhado um papel extraordinário na história dos direitos das mulheres.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Outra grande vitória das mulheres brasileiras foi a Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha.

Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

A Lei 11.340/06, conhecida com Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso.

Maria da Penha é biofarmacêutica cearense, e foi casada com o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros. Em 1983 ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi encontrado na cozinha, grtitando por socorro, alegando que tinham sido atacados por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocuta-la no chuveiro.

Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu 8 anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado há dez anos de reclusão mas conseguiu recorrer.

Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão.

O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Um conjunto de entidades então reuniu-se para definir um anti-projeto de lei definindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de violência, como também prestar assistência às vítimas.

Em setembro de 2006 a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menos potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.

� Música: “Maria da Penha,” Alcione – Beatriz Virgínia e André Fonseca

Comigo não, violão Na cara que mamãe beijou "Zé Ruela" nenhum bota a mão Se tentar me bater Vai se arrepender Eu tenho cabelo na venta E o que venta lá, venta cá Sou brasileira, guerreira Não tô de bobeira Não pague pra ver Porque vai ficar quente a chapa... Você não vai ter sossego na vida, seu moço Se me der um tapa Da dona "Maria da Penha" Você não escapa O bicho pegou, não tem mais a banca De dar cesta básica, amor Vacilou, tá na tranca

Respeito, afinal, é bom e eu gosto Saia do meu pé Ou eu te mando a lei na lata, seu mané Bater em mulher é onda de otário Não gosta do artigo, meu bem Sai logo do armário Não vem que eu não sou Mulher de ficar escutando esculacho Aqui o buraco é mais embaixo A nossa paixão já foi tarde Cantou pra subir, Deus a tenha Se der mais um passo Eu te passo a "Maria da Penha" Você quer voltar pro meu mundo Mas eu já troquei minha senha Dá linha, malandro Que eu te mando a "Maria da Penha" Não quer se dar mal, se contenha

Sou fogo onde você é lenha Não manda o seu casco Que eu te tasco a "Maria da Penha" Se quer um conselho, não venha

Com essa arrogância ferrenha Vai dar com a cara Bem na mão da "Maria da Penha"

2 – Sexo X Gênero – Laís

Violência (s)

INTRODUÇÃO Iremos discutir neste texto sobre três conceitos que perpassam a questão da violência de gênero e da Educação em Direitos

humanos. O primeiro deles, bastante polêmico na sociedade brasileira, é o aborto legal. Destacaremos, aqui, sobre quais condições o aborto é permitido por lei. Qual a relação entre o aborto legal e os Direitos humanos? Em seguida, discutiremos sobre o problema da violência doméstica e sexual. Como podemos definir a violência? Quais as suas dimensões? Em que medida os aspectos históricos, sociais e culturais interfere na produção da violência doméstica e sexual? Quem são suas principais vítimas? Lançamos com elas um convite à reflexão. Vamos lá?

1 . ABORTO LEGAL: Do que se trata? No Brasil, o aborto é considerado um crime previsto pelo Código Penal de 1940. Salvo exceções, a prática legal do aborto é

permitida às mulheres e aos profissionais de saúde somente nos casos em que a gravidez é decorrente de estupro ou quando esta representa risco de vida à gestante. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal decidiu por tornar legal, também, o aborto em casos de fetos com anencefalia (ausência de grande parte do cérebro e do crânio). Sobre essa questão, vejamos um trecho do artigo Uma escolha Severina, de Débora Diniz.

Parece que a longa espera pelo julgamento da ação de anencefalia chegará ao fim no Supremo Tribunal Federal. Há oito anos tramita na suprema corte "a ação Severina". Esse nome não é um apelo à história da miséria nordestina cantada pelos versos de João Cabral de Melo Neto, mas é o batismo encarnado em uma mulher agricultora e analfabeta, que divide sua vida entre as plantações de brócolis e o cuidado do filho, Walmir. Severina nunca havia pensado em visitar Brasília, mas está na capital do país para conhecer a corte que cruzou sua vida há oito anos em um hospital público de Recife. Fez sua primeira viagem de avião, acompanhada de Rosivaldo, seu marido. Severina e a corte se conheceram em 20 de outubro de 2004. Severina saiu de Chã Grande convencida de que passaria uma noite na maternidade em Recife. Estava grávida de 14 semanas de um feto com anencefalia, uma má-formação incompatível com a sobrevida fora do útero. A imagem transparente da ecografia não lhe deixou dúvidas: o feto não tinha cérebro. Rosivaldo exibia a ecografia como uma prova do que os olhos não viam. E, segundo os versos de Mocinha de Passira, repentista que cantou a história de Severina, não se vive "sem a peça genuína". Sem cérebro, não há vida, só uma sobrevida de minutos, horas ou dias (...). (DINIZ, 2012. Disponível em: http://www.unb/noticias/unbagencia/artigo.php?id=511).

Como vemos, é polêmica a discussão sobre a prática de aborto legal no Brasil, envolvendo razões de ordem moral, crenças

individuais e coletivas. Nesse sentido, a chamada objeção de consciência (DINIZ, 2011), ou seja, o dispositivo normativo de códigos profissionais e de políticas públicas que visa proteger a integridade de pessoas envolvidas em situação de conflito moral pode ser acionado, por exemplo, no caso de médicos que declarem objeção de consciência para não atender uma mulher que deseja abortar legalmente, desde que estes profissionais de saúde não o façam visando um julgamento moral de mulheres que procuram este serviço, mas estritamente em razão de sua moral privada, pautada em crenças religiosas. E para você, educador, a dignidade da pessoa humana - como um pressuposto fundamental de exercício dos Direitos humanos- manifesta-se, no caso do aborto legal, através da liberdade de decisão das mulheres? Vamos refletir. Para aprofundar a discussão sobre o tema, sugerimos que assista ao filme O aborto dos outros, Brasil, 2008, documentário exibido na 3ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos da América do Sul.

Nossa caminhada rumo ao conhecimento sobre os direitos da pessoa humana apenas começou. Estudaremos a partir de agora sobre a violência doméstica e sexual. O que é violência? Quais as suas principais dimensões e onde ela se manifesta? Ocorre contra quem? Vamos percorrer alguns caminhos, visando esclarecer conceitos e buscando suscitar junto a vocês novas reflexões. Aos estudos!

2 . EM BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA Cotidianamente, sobretudo através dos meios de comunicação de massa (TV, rádio, internet, jornais) tomamos conhecimento

sobre os mais diferentes fatos que envolvem a questão da violência. Não é raro encontrar notícias que abordam a violência física contra a pessoa e a propriedade, muitas vezes desconsiderando suas reais dimensões. Entretanto, conforme Schilling, A violência manifesta-se das mais diferentes formas, envolvendo os mais diversos atores, seja em relação à idade, sexo, classe social, raça, religião e nacionalidade. Pode se manifestar na casa, na família, contra crianças, jovens, mulheres, idosos, portadores de necessidades especiais. Pode ocorrer no trabalho, através das relações entre patrões e empregados. A violência se faz presente nas escolas, muitas vezes dissimulada através de práticas como o bullying. Encontra-se nas cidades, por meio da violência urbana, ou no campo, através dos conflitos agrários. A violência está no mundo, manifestando-se por meio de guerras entre as nações e de atentados terroristas. Mas afinal, como podemos definir a violência? Vejamos alguns significados.

Segundo a enciclopédia livre Wikipédia o termo “violência” deriva do latim violencia, sendo entendido como qualquer comportamento que deriva de vis, força, vigor. Marilena Chauí (1999) indo mais além na sua definição, afirma que a violência é:

1- Tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de algum ser (é desnaturalizar); 2- Todo ato de força contra a espontaneidade, à vontade e a liberdade de alguém (é coagir, constranger, torturar, brutalizar); 3- Todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade (é violar); 4- Todo ato de transgressão contra o que alguém ou uma sociedade define como justo e como um direito (...)

A violência é, assim, definida como “um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação, pelo medo e o terror. A violência se opõe à ética porque trata seres racionais e sensíveis, dotados de linguagem e de liberdade, como se fossem coisas, isto é, irracionais, insensíveis, mudos e inertes ou passivos.” (CHAUÍ, 1999. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/dc_1_4.htm).

Na sociedade brasileira, a violência comumente é associada ao mundo da criminalidade, ficando às vezes à margem de discussão várias de suas outras dimensões. Observem que na definição de violência proposta por Marilena Chauí são ressaltadas diferentes dimensões e manifestações da violência. Em algumas situações, a violência torna-se explícita por meio do uso da força física, da agressão, em outras não há necessariamente o uso da força, como ocorre com a violência psicológica, sendo esta uma prática sutil, difusa e por vezes imperceptível. Para Chauí, no Brasil, as desigualdades de ordem econômica, social e cultural, assim como as exclusões econômicas, políticas e sociais, o autoritarismo que permeia nossas relações sociais, a corrupção, o racismo, o sexismo, a intolerância religiosa, sexual e política, via de regra, não são vistos como formas de violência. Desta forma, afirma a autora que “a sociedade brasileira não é percebida como estruturalmente violenta e por isso a violência aparece como um fato esporádico superável.” (CHAUÍ, 1999).

Certas dimensões da violência, portanto, tornaram-se invisíveis, naturalizadas. É o que podemos constatar, por exemplo, quando olhamos mais atentamente para a questão da violência de gênero, conceito amplo que inclui não somente diferentes modalidades, mas também diferentes vítimas, como mulheres, crianças e adolescentes. (SAFFIOTI, 2004).

2 . 2 Violência doméstica: o que é? Vamos trabalhar aqui o conceito de violência doméstica a partir do que Heleieth Saffioti chama de “a ordem das bicadas.”

Vamos, lá, então? Você já deve ter observado (sobretudo se você tiver suas origens no meio rural) em algum momento de sua vida, como funcionam as regras de um galinheiro. Baseado (a) em sua memória, você seria capaz de descrever como se dão as relações de poder nesse terreno? Pois foi justamente o que imaginou Heleieth Saffioti. Ao tratar da questão da violência doméstica, a autora fez uma comparação entre o núcleo familiar e a “lógica do galinheiro”, lugar onde se delimita a “ordem das bicadas”. E as regras podem ser assim descritas: No galinheiro o galo pode bicar todas as galinhas; a galinha nº 1 é bicada pelo galo, mas tem o direito de bicar todas as outras galinhas; a nº 2 é bicada pelo galo e pela galinha nº 1, podendo bicar todas as demais, e assim sucessivamente, até que a última galinha seja bicada por todos, não bicando ninguém.

Trazendo essa lógica para o âmbito da família, conforme Saffioti, podemos identificar como se dá o exercício de poder de um indivíduo em detrimento de outros, e desta forma, perceber também na família uma “ordem das bicadas.” Via de regra, tal ordem é assim constituída: homem x mulher, adulto x crianças, jovens x idosos, etc. Em nossa cultura brasileira, alicerçada num modelo de família patriarcal, o homem adulto, historicamente, é o detentor por excelência da ordem das bicadas, embora se reconheça a dinâmica das relações sociais, refletida através de novos arranjos familiares. (SAFFIOTI, Heleieth apud SHILLING, Flávia, et al)

Mas a violência da (na) casa não está circunscrita somente a esfera privada, conforme nos diz Shilling, ela muitas vezes estende-se ao espaço público da rua. Assim, o que diferencia a violência doméstica de outros tipos de violência são suas motivações, cujo fundamento baseia-se em relações desiguais de poder entre pessoas unidas por laços de consaguinidadade, afinidade ou amizade. Devemos considerar também que a violência doméstica pode ser de ordem simbólica, psicológica, física ou sexual.

Dentre as formas mais comuns de violência psicológica destacam-se as agressões verbais, as ameaças, os insultos, as comparações, as humilhações e a ironia. É um tipo de violência sutil, atingindo sobremaneira a auto-estima de suas vítimas. Já na violência física são os socos, os beliscões, as mordidas, os chutes, as queimaduras, perfurações e cortes práticas constantes do agressor. Na violência sexual a vítima é coibida a praticar relações sexuais indesejadas. (SAFFIOTI, Heleieth apud SHILLING, Flávia). Sobre as conseqüências da violência sexual, vale lembrar que esta pode ser incisiva na saúde de suas vítimas, uma vez que pode resultar em graves lesões corporais, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Há ainda as conseqüências de ordem psíquica. Segundo especialistas, práticas de violência como o estupro, por exemplo, somadas a outros ‘fantasmas’ associados à sexualidade, podem ocasionar na mulher uma reação inicial de perda de referências em relação a sua própria identidade. (ROLANDO, et al., 2012, pág.04).

E o que dizer da violência simbólica? Para o sociólogo Bourdieu (2002) esse tipo de violência representa uma forma de dominação, haja vista que:

Institui-se por meio da adesão que o dominado não pode deixar de conceder ao dominador (logo, à dominação), uma vez que ele não dispõe para pensá-lo ou pensar a si próprio, ou melhor, para pensar sua relação com ele, senão de instrumentos de conhecimento que ambos têm em comum e que, não sendo senão a forma incorporada da relação de dominação, mostram esta relação como natural (...). (BOURDIEU, 2002)

No caso da sociedade brasileira, e considerando o modelo de família patriarcal predominante no Nordeste, em que medida

diferentes práticas de violência podem ser observadas, hoje? Ocorre contra quem? Vejamos alguns dados. Segundo dados do Mapa da violência 2012, a cidade de Fortaleza ocupava em 2010, a 10ª posição na lista de capitais brasileiras com maior número de homicídios de mulheres. Somente neste ano foram assassinadas 68 mulheres nesta capital, sendo que no estado do Ceará esse número cresce para 165, ficando entre o 21º estado em número de assassinatos de mulheres no país. As agressões contra as mulheres, segundo o mapa, revelam que em 68% dos casos registrados o principal cenário onde a violência ocorre é a casa das vítimas, e em 42% dos casos o principal agressor é o próprio parceiro ou ex- parceiro.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES, Maria Victoria. Educação em direitos humanos: do que se trata? São Paulo, 2000. Disponível em: http://www.hottopos.com/convenit6/victoria.htm. Acesso: 04/04/2012. BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2002.BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8069/1990. Fortaleza: Fórum DCA.

CHAUÍ, Marilena. Uma ideologia perversa. Folha de São Paulo, 14/03/1999. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/dc_1_4.htm Acesso: 17/04/2012. DINIZ, Débora. Uma escolha Severina. Disponível em: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=511# Acesso: 12/04/2012 DINIZ, Débora. Objeção de consciência e aborto: direitos e deveres dos médicos da saúde pública. Revista Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/2011nahead/2721.pdf. Acesso: 20/04/2012. FALEIROS, Vicente de Paula, et al., Escola que protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007. (Coleção Educação para Todos, nº 31). PINHEIRO, Ângela Alencar Araripe. A criança e o adolescente no cenário da democratização: representações sociais em disputa. Fortaleza: 2001. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal do Ceará. ROLANDO, Edna, et al. Violência sexual: uma questão de saúde e direitos humanos. Série Violência de gênero. (Cartilha) Disponível em:http://www.mulheres.org.br/violencia/documentos/violencia_sexual_saude.pdf. Acesso: 18/04/2012. SAFFIOTI, Heleieth. Contribuições feministas para o estudo de violência de gênero. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a07.pdf. Acesso: 18/04/2012. SERRÃO, Margarida, BALEEIRO, Maria Clarice. Aprendendo a ser e a conviver. São Paulo, FTD, Fundação Odebrecht, 1999. P.152. SHILLING, Flávia, et al. As violências. In: Pode ser diferente. Caderno sobre violência e discriminação. Centro Nacional de Formação Comunitária. Secretaria de Assistência Social, Rio de Janeiro. Ano [?]. WAISELFISZ, Julio Jacob. Mapa da violência 2012: os novos padrões de violência homicida no Brasil. Caderno complementar 1- Homicídio de mulheres no Ceará. Disponível em: www.mapadaviolencia.org.br Acesso: 28/07/2012.

Fonte: www.fpa.org.br/sites/default/files/cap5.pdf

Lei Maria da Penha não reduziu morte de mulheres por violência, diz Ipea Instituto divulgou dados inéditos sobre violência contra a mulher no país.

Crimes são geralmente praticados por parceiros ou ex-parceiros, diz estudo.

A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006 para combater a violência contra a mulher, não teve impacto no número de mortes por esse tipo de agressão, segundo o estudo “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Ipea apresentou uma nova estimativa sobre mortes de mulheres em razão de violência doméstica com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

As taxas de mortalidade foram 5,28 por 100 mil mulheres no período 2001 a 2006 (antes da lei) e de 5,22 em 2007 a 2011 (depois da lei), diz o estudo.

Conforme o Ipea, houve apenas um “sutil decréscimo da taxa no ano 2007, imediatamente após a vigência da lei”, mas depois a taxa voltou a crescer.

O instituto estima que teriam ocorrido no país 5,82 óbitos para cada 100 mil mulheres entre 2009 e 2011. "Em média ocorrem 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia”, diz o estudo.

O feminicídio é o homicídio da mulher por um conflito de gênero, ou seja, por ser mulher. Os crimes são geralmente praticados por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros, em situações de abuso familiar, ameaças ou intimidação, violência sexual, “ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos do que o homem”.

Perfil das vítimas Segundo o estudo do Ipea, mulheres jovens foram as principais vítimas --31% na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos.

Mais da metade dos óbitos (54%) foi de mulheres de 20 a 39 anos, e a maioria (31%) ocorreu em via pública, contra 29%

em domicílio e 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde.

A maior parte das vítimas era negra (61%), principalmente nas regiões Nordeste (87% das mortes de mulheres), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). A maioria também tinha baixa escolaridade (48% das com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo).

As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte concentram esse tipo de morte com taxas de, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100 mil mulheres. Nos estados, as maiores taxas estão no Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84), Roraima (8,51) e Pernambuco (7,81). As taxas mais baixas estão no Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28) e São Paulo (3,74).

Ao todo, 50% dos feminicídios envolveram o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou

contundente. Enforcamento ou sufocação foi registrado em 6% dos óbitos.

Em outros 3% das mortes foram registrados maus-tratos, agressão por meio de força corporal, força física, violência sexual, negligência, abandono e outras síndromes, como abuso sexual, crueldade mental e tortura.

“A magnitude dos feminicídios foi elevada em todas as regiões e estados. (...) Essa situação é preocupante, uma vez que os feminicídios são eventos completamente evitáveis, que abreviam as vidas de muitas mulheres jovens, causando perdas inestimáveis, além de consequências potencialmente adversas para as crianças, para as famílias e para a sociedade”, conclui o estudo.

Fonte: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/09/lei-maria-da-penha-nao-reduziu-morte-de-mulheres-por-violencia-diz-ipea.html

• Objetificação da mulher e Cultura do Estupro Vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=4lzsR7B4gpI http://www.emdialogo.uff.br/content/video-ironiza-culpa-da-mulher

• Psicológica – Karla Gregório

Mulher Mulambo Ele amava aquela múmia. Muda, mulher, mulambo. Ele a amava antes, desde antes. Agora não sabia mais. Não queria saber.

A culpa transbordava-lhe na fronte. Não era o que queria. Era. Mas não ponderou as consequências. Sua mulher estava morta. Muda, múmia, mulambo. Sua voz a matou. Mulher morta, morta em sua vida de amor.

A grandeza reduzida ao pó. Poeira no sarcófago do silêncio. Nos braços imóveis, abraços de dor. Ele a queria, mulher linda, forte e perfeita que era. Queria a volúpia de seus movimentos e a assimetria de seu corpo. Era o que queria, era o que nela amava. Mas infelizmente não sabia. A enfaixou. Começou pelos braços, cabeça e pés. Queria nela a perfeição ter. O desejo, a ambição que só sob seus olhos tinha vazão, perdeu a razão de ser. Se transformou em ilusão. A mulher forte, linda e viva se tornou mulambo.

Ultrage humano. Melhor que não estivesse vestida. Mais honra teria ao revelar nú corpo seu. Mas envolta em farrapos e mulambos, enfaixada feito múmia, mulher perfeita morreu. Morreu, pois se deixou enfaixar por fitas rosa de amor que a opressão veio sublimar. E dentro de si, numa redoma se fechou. Morreu asfixiada, asfixiada pelos afagos da voz do homem de seu amor. Muda, múmia, mulher-mulambo.

Por Karla Gregório

• Violência Institucional

Sugestões de textos: http://www.apublica.org/2013/03/na-hora-de-fazer-nao-gritou/ http://www.emdialogo.uff.br/content/cada-dois-dias-uma-brasileira-morre-por-aborto-inseguro

• Gênero X Raça X Classe

O Teu Cabelo Não Nega (Marchinha de Carnaval)

O teu cabelo não nega, mulata Porque és mulata na cor Mas como a cor não pega, mulata Mulata, eu quero o teu amor O teu cabelo não nega, mulata Porque és mulata na cor Mas como a cor não pega, mulata Mulata, eu quero o teu amor Tens um sabor bem do Brasil Tens a alma cor de anil Mulata, mulatinha, meu amor Fui nomeado teu tenente interventor

O teu cabelo não nega, mulata Porque és mulata na cor Mas como a cor não pega, mulata Mulata, eu quero o teu amor Quem te inventou, meu pancadão Teve uma consagração A lua te invejando faz careta Porque, mulata, tu não és deste planeta Quando, meu bem, vieste à Terra Portugal declarou guerra A concorrência, então, foi colossal Vasco da Gama contra o batalhão naval

Foram utilizados os termos Negros para: Pretos e Pardos; e Não-negros para: Brancos e Amarelos Fonte: Boletim DIEESE – Edição Especial – Novembro de 2001. “20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra”. Elaboração: Observatório Social.

• Homofobia Sexo, gênero e orientação sexual são três coisas distintas e há uma série de combinações entre os três. Sugestão de texto:

http://www.emdialogo.uff.br/content/preconceito-contra-gays-e-alto-mas-jovens-aceitam-melhor-diversidade Vídeos: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LqzEAai25cE http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Bew-QGZJXDg

CONCEITOS AULA GÊNERO Texto produzido coletivamente para a disciplina Laboratório de Ensino III – 2010. Graduação em Ciências Sociais da UFMG.

Gênero é a atribuição dada a cada um dos sexos em relação a características sociais, culturais, políticas, psicológicas... É diferente de sexo, que é a diferença biológica / física que distingue homens e mulheres. O gênero evidencia situações de poder entre os seres humanos. Como são características sociais, o gênero muda ao longo da história, atribuindo diferentes características ao masculino e ao feminino. Homem forte, racional, namorador e que não chora; em contraposição a mulher sentimental, chorona, mãe, obediente e boa esposa. É importante entendermos que essas características são construídas com o tempo pois isso nos coloca, homens e mulheres, na posição de poder modificar a realidade. Nascemos macho ou fêmea, e com o passar do tempo nos tornamos o homem e a mulher que a sociedade quer. O feminismo é o movimento organizado de mulheres que traz para a prática social o que é teorizado na categoria gênero, lutando pela igualdade de direitos entre homens e mulheres e pelo fim da opressão a mulher. Embora a luta seja cotidiana, as feministas já foram protagonistas de três grandes momentos na história da sociedade. O primeiro, no início do século XX, refere-se as lutas que as mulheres estabeleceram em todo mundo para a conquista do voto. O segundo momento, refere-se à década de 60 e as mobilizações em busca da libertação sexual, quando as mulheres queimaram soutiens em praça pública para visibilizar como estavam condenadas , assim como os seus problemas, apenas aos espaços privados. A terceira onda do feminismo é aquela em que vivemos hoje, quando além de lutarem pelas bandeiras das mulheres, também são visibilizadas as diferenças entre as próprias mulheres, como as mulheres ricas e pobres, as negras e brancas, as hetero e as homossexuais. Muitas foram as conquistas desses movimentos e muitas pautas ainda não fazem parte da realidade. Mas por outro lado, devemos nos perguntar: por que o mundo é dos homens? A divisão Sexual do Trabalho No mercado, a divisão sexual do trabalho contribui para a dominação masculina. Segundo Kergoat, a divisão sexual do trabalho, determinada histórica e culturalmente, não apenas

destina os homens à esfera produtiva e as mulheres à esfera reprodutiva, como também atrela os primeiros às funções de maior valor social. Em outras palavras, na divisão sexual do trabalho cabem duas análises: a primeira separa os trabalhos de homens e de mulheres, e a segunda organiza esses trabalhos hierarquicamente, sendo os trabalhos de homens (engenharia, medicina) melhor reconhecidos que os de mulher (enfermeira, professora). Isso questiona uma frase que sempre escutamos: mulher no volante perigo constante. O desenvolvimento educacional dos homens e mulheres está condicionado ao local onde essas pessoas estão inseridas, ou seja, as mulheres vão dirigir bem ou mal não porque tenham possibilidades menores de aprendizado, mas porque desde criança são estimuladas pra cumprirem e serem boas em outras funções, como o cuidado com a casa. Mas ainda assim, hoje as mulheres têm mais anos de estudos que os homens, o que mostra que elas vêm investindo na sua qualificação: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje mais mulheres do que homens têm mais de 12 anos de estudo ou ensino superior. Além desse trabalho que se faz fora de casa, há uma enorme quantidade de trabalho esquecido, ou invisibilizado. O trabalho doméstico é uma enorme quantidade de trabalho realizada gratuitamente por mulheres, sendo voltada para os outros e realizada em nome da natureza, do amor e do dever maternal. Assim, os empregadores não precisam se preocupar ou pagar para que uma série de tarefas aconteça, como fazer a comida, cuidar da roupa, das crianças e dos doentes. As mulheres que trabalham fora de casa gastam em média 22 horas por semana com as tarefas de casa, enquanto os homens gastam em média 10 horas, isso é o que chamamos tripla jornada de trabalho. Hoje a luta das mulheres é pra que esses serviços sejam oferecidos na rede pública, através de lavanderias coletivas, restaurantes comunitários e creches públicas. Mas ainda que existam mulheres alcançando êxito profissional, a grande maioria foi incorporada ao capitalismo de forma precarizada e barata, como nos empregos informais, em tempo parcial ou em domicílio, a exemplo das consultoras de beleza das empresas de cosméticos. A melhor forma de observar isso é

através da diferenças salariais. Pra uma pessoa que faz o mesmo serviço, e tem a mesma qualificação (anos de estudo), para casa R$100,00 que os homens recebem, as mulheres recebem R$63,00. Além disso 17% das mulheres que trabalham hoje são domésticas. Quando se pensa então nas mulheres negras, a diferença fica ainda mais marcante. Enquanto homens brancos recebem 5 salários, mulheres brancas recebem 3,5 salários em média; e mulheres negras 1,7 salários. A liberdade sexual Acredita-se que vivemos num mundo hoje em que há a mais absoluta liberdade sexual, pois se pode ter uma relação sexual com quem se quiser, e quando se quiser. Com um olhar mais cuidadoso, percebemos que isso não é verdade, e o que aconteceu foi a apropriação do corpo da mulher como se esse fosse algo a ser conquistado, símbolo de sucesso. Podemos ver isso na comercialização indireta do corpo da mulher (vendida junto com a cerveja), no simbolismo do corpo perfeito e na busca pelo padrão de beleza. Essa idéia de que só se alcança sucesso se tivermos um corpo alto, magro e loiro, vem sendo a causa de bulimia e anorexia nas jovens por um lado, e na eterna busca por uma mulher diferente da que eles convivem todos os dias por parte dos homens. Além disso, também existe a comercialização direta do corpo da mulher através do tráfico de mulheres, que é a terceira maior máfia em rendimentos do mundo (só perde pras drogas e pras armas). Essas mulheres são vendidas para serem prostitutas no exterior, associada à idéia de mulata submissa e gostosa Outra questão que mostra como as mulheres não têm direito ao próprio corpo é o aborto. A legislação brasileira que criminaliza o aborto data de 1940. Estima-se que são feitos 1,5 milhão de abortos ilegais por ano no Brasil em clínicas clandestinas. Desses, 10% das mulheres morrem ou ficam com seqüelas, sendo que a maior parte das mulheres que recorre a essa decisão desesperada são meninas que enfrentam o problema da gravidez na adolescência, as vezes sem o auxílio dos companheiros. Ser mãe deve ser uma opção da mulher, a ser tomada junto com seu companheiro, e não uma obrigação imposta pelo Estado. Para evitar essas mortes, que certamente incidem mais sobre as mulheres com poucos recursos e pouco amparo, necessitaríamos de uma política de saúde sexual e reprodutiva na rede de postos de saúde, onde as mulheres e homens pudessem dialogar sobre a importância dos métodos contraceptivos. Porém ressaltamos que as mulheres devem ser informadas sobre os diversos métodos para que então elas próprias possam escolher qual é o

mais indicado na sua situação. Segundo o IBGE, 40% das brasileiras (15 aos 45) estão esterelizadas devido a cirurgia de laqueadura das trompas, sendo que 30% delas não sabe que a cirurgia é irreversível. Violência Além da violência sofrida no mercado de trabalho (baixos salários) e na sociedade como um todo (trabalho doméstico invisível), a mulher é também a maior vítima da violência doméstica. A cada 15 segundos no Brasil, uma mulher sofre violência. E a cada 100 mulheres que foram mortas, 72 foram assassinadas por um homem com quem mantinham vínculo afetivo no dia a dia, ou seja, namorado, pai, marido... A chance de uma mulher ser agredida por um parente é 9 vezes maior do que ser atacada por um estranho na rua. Essa violência esta associada ao que as pessoas consideram o jeito certo da mulher se comportar, se vestir, se relacionar com o homem... Às vezes as situações de violência são mascaradas por proteção, amor, ou raiva. Mas ciúme excessivo é associado a posse, como se a mulher fosse do homem e tivesse como principal tarefa servi-lo. Quando ela não cumprisse bem seu papel, este poderia puni-la fisicamente. Essa realidade se mantém graças: ao silêncio das mulheres, que além de medo, têm sempre a esperança de que a agressão iria acabar; à impunidade, quando o homem violento usa o argumento de defesa da honra e é condenado a pagar cestas básicas; e a culpabilização das próprias vítimas, que são questionadas sobre o seu papel na violência, como por exemplo no caso do estupro, quando sempre se pergunta que roupa a mulher estava utilizando. Para mudar essa realidade, as mulheres vêm se organizando em grupos delas mesmas, tentando aumentar o número de denúncias na comunidade e na justiça a partir do seu apoio mútuo, rompendo o silêncio. A conquista de direitos sociais como as delegacias especiais e a Lei Maria da Penha existem pra dizer que em briga de marido e mulher, a sociedade deve meter a colher. A lei define o que é violência contra a mulher e tipifica, compreendendo as manifestações física, psicológica, patrimonial, sexual e moral, com penas intensificadas no caso da agressão a deficientes. A lei também altera o código penal, estabelecendo penas mais rígidas para o agressor que, inclusive, pode ter prisão preventiva ou em flagrante. Nem a bebida, o desemprego, ou perder a cabeça justificam a violência contra a mulher.

• Leitura - Adriana Kairos De Elisa Lucinda - Aviso da Lua que menstrua Moço, cuidado com ela! Há que se ter cautela com esta gente que menstrua... Imagine uma cachoeira às avessas: cada ato que faz, o corpo confessa. Cuidado, moço às vezes parece erva, parece hera cuidado com essa gente que gera essa gente que se metamorfoseia metade legível, metade sereia. Barriga cresce, explode humanidades e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar mas é outro lugar, aí é que está: cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita.. Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente que vai cair no mesmo planeta panela. Cuidado com cada letra que manda pra ela! Tá acostumada a viver por dentro, transforma fato em elemento a tudo refoga, ferve, frita ainda sangra tudo no próximo mês. Cuidado moço, quando cê pensa que escapou é que chegou a sua vez! Porque sou muito sua amiga é que tô falando na "vera" conheço cada uma, além de ser uma delas. Você que saiu da fresta dela delicada força quando voltar a ela. Não vá sem ser convidado ou sem os devidos cortejos.. Às vezes pela ponte de um beijo

já se alcança a "cidade secreta" a Atlântida perdida. Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela. Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas cai na condição de ser displicente diante da própria serpente Ela é uma cobra de avental Não despreze a meditação doméstica É da poeira do cotidiano que a mulher extrai filosofando cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso julgando a arte do almoço: Eca!... Você que não sabe onde está sua cueca? Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar, ladrar e latir então esquece de morder devagar esquece de saber curtir, dividir. E aí quando quer agredir chama de vaca e galinha. São duas dignas vizinhas do mundo daqui! O que você tem pra falar de vaca? O que você tem eu vou dizer e não se queixe: VACA é sua mãe. De leite. Vaca e galinha... ora, não ofende. Enaltece, elogia: comparando rainha com rainha óvulo, ovo e leite pensando que está agredindo que tá falando palavrão imundo. Tá, não, homem. Tá citando o princípio do mundo!

� Música: “Pagu,” Rita Lee - Beatriz Virgínia e André Fonseca

Mexo, remexo na inquisição Só quem já morreu na fogueira Sabe o que é ser carvão Uh! Uh! Uh! Uh! Eu sou pau pra toda obra Deus dá asas à minha cobra Hum! Hum! Hum! Hum! Minha força não é bruta Não sou freira Nem sou puta Porque nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem Nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem... Sou rainha do meu tanque Sou Pagu indignada no palanque Hanhan! Ah! Hanran!

Uh! Uh! Fama de porra louca Tudo bem! Minha mãe é Maria Ninguém Uh! Uh! Não sou atriz Modelo, dançarina Meu buraco é mais em cima Porque nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem Nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem Nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem

Intervalo de 15 minutos – 20:30 as 20:45 Exibição de charges, frases, e videos

� Música: “Maria,” Elis Regina - Beatriz Virgínia e André Fonseca

Maria, Maria É um dom, uma certa magia, Uma força que nos alerta Uma mulher que merece viver e amar Como outra qualquer do planeta Maria, Maria É o som, é a cor, é o suor É a dose mais forte e lenta De uma gente que ri quando deve chorar E não vive, apenas agüenta Mas é preciso ter força

É preciso ter raça É preciso ter gana sempre Quem traz no corpo a marca Maria, Maria Mistura a dor e a alegria Mas é preciso ter manha É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa marca Possui a estranha mania De ter fé na vida

3 – Mulher e o mercado de trabalho – Vinicius Silva

� População economicamente ativa � Pirâmide etária e planejamento familiar � Desigualdade salarial � Tráfico de mulheres � Questões do ENEM

QUESTÃO 1 - Leia o texto e observe o mapa a seguir:

O patriarcalismo é uma das estruturas sobre as quais se assentam todas as sociedades contemporâneas. Caracteriza-se pela autoridade, imposta institucionalmente, do homem sobre mulher e filhos no âmbito familiar. Para que essa autoridade possa ser exercida, é necessário que o patriarcalismo permeie toda a organização da sociedade, da produção e do consumo à política, à legislação e à cultura. [...].

A família patriarcal, base fundamental do patriarcalismo, vem sendo contestada neste fim de milênio pelos processos, inseparáveis, de transformação do trabalho feminino e da conscientização da mulher. CASTELLS, Manuel. "A era da informação": economia, sociedade e cultura. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. v.2. p.169-170. [Adaptado]. Tendo por referência o texto e o mapa,

a) identifique um país do continente americano onde a participação das mulheres, na PEA, com percentuais de 55 a 70, seja significativa; b) identifique um país do continente africano onde a participação das mulheres, na PEA, com percentual superior a 70, seja significativa; c) explique dois fatos socioculturais que justificam a atuação da mulher na sociedade contemporânea. GABARITO: 1 – a) Um país, entre os indicados abaixo: - Estados Unidos; - Canadá. b) Um país entre os indicados abaixo: Moçambique, Milavi, Tanzânia, Quênia, Uganda, Ruanda, Burundi, Angola, Benin, Gana, Guiné, Mali. c) Dois fatos socioculturais, entre os apresentados abaixo, além de outros: - o crescimento de uma"economia informacional global" que ampliou e diversificou o mercado de trabalho, garantindo à mulher remuneração pelo seu trabalho, embora a remuneração da maioria das mulheres seja inferior à dos homens; - a ampliação da atuação da mulher na esfera política, em decorrência da luta e do engajamento político das mulheres na sociedade contemporânea; - as mudanças tecnológicas no processo de reprodução da espécie (métodos contraceptivos, fertilização in vitro etc.) possibilitaram às mulheres a opção de terem filhos após os 30 anos, em conseqüência dos avanços da medicina; - a organização das mulheres em movimentos feministas, a partir da segunda metade do século XX, em defesa de direitos e em busca de igualdade com os homens; - o maior acesso à educação permitiu às mulheres desempenharem atividades até então inacessíveis, melhorando a qualificação.

� Música: “Desconstruindo Amélia,” Pitty – Beatriz Virgínia e Prof. André Fonseca

4 – Conceito de minorias sociais – Debate coordenado 5 – Saúde da mulher

� DST � Exames importantes � Etc.

6 – Proposta de redação para ser feita em casa e apresentar aos professores da área. Mulher gosta mesmo é de trocar o sachê da privada. É sim! Eu vi na TV Leonardo Sakamoto 08/03/2014 09:25

Neste sábado (8), celebramos o Dia Internacional da Mulher. Como profissional da comunicação, área com maioria feminina, mas em grande parte coordenada por homens que reforçam preconceitos de gênero, resolvi atender a leitores que pediram que um texto fosse atualizado e trazido para cá. Ofereço, pois, vertido em porcos versos, minha singela homenagem e o nosso mea culpa. Pois, como todos sabemos, os comerciais de TV e a nossa mídia em geral “entendem'' muito bem quem é e, principalmente, o que deve ser a mulher brasileira.

Ela é simpática, meiga, solícita, esperta. Independente, mas multitarefa. Não é que não queira a ajuda de ninguém, ela sabe que ninguém faz seus deveres tão bem. Faz questão de trabalhar o dia inteiro E chegar em casa e cuidar de tudo primeiro. Mas se o pobre do marido aguentar, Muito carinho dela ainda vai ganhar. Ela entende que a felicidade reside em uma boa faxina. Pois aprendeu isso desde menina. Daquelas pesadas, que incluem tirar gordura do fogão, O pó que se esconde nas frestas e a sujeira do chão. Desde que os produtos usados não irritem para sempre E que o sachê para privada possa ser trocado facilmente. Afinal de contas, ela não é uma coitada para se sentir dó Aguarda, com ansiedade, o Dia das Mães para ganhar uma geladeira e um aspirador de pó. Ela ama cozinhar para os amigos dos rebentos Garantir papinhas, fazer sanduíches, prover sustento É sempre ela que abre as garrafas de refrigerante Engordando a molecada a todo instante. Pois é raro homem na cozinha em comercial. Ele só vai para preparar pratos refinados, gourmet. No dia a dia, o reino das panelas é das mulheres. Para ele, outras tarefas: como anúncio de TV De carros tão potentes que chegam antes de ter saído Ou de cerveja, como se álcool fosse pavê Aí ressurge a brasileira, pelada, sensual Quase pedindo: “vem cá, me beba inteira, me ame''. Voltemos à mulher que acabou da louça lavar Com um detergente que transforma prato em espelho Colocou a roupa do futebol do marido velho Na máquina com um sabão que o encardido vai tirar. Ela, que nasceu com um cabelo cacheado, Aproveitou o tempinho livre para ele alisar

Com chapinha que comprou por um preço legal Para igual às amigas e às modelos ficar Que atendem a um padrão de beleza traçado Por uma elite de outro país, outro lugar Com a mensagem: branco é bom, negro é mal. Ela ainda aproveita alguns segundos para a barriga untar Com gel emagrecedor e alguns comprimidos tomar Feitos com esterco de besouro caolho de Myanmar Que promete emagrecer e, ao mesmo tempo, depilar As pernas peludas que o marido disse detestar. Ela. Está cansada. Desanimada. Estressada. Esgotada. Fatigada. Amuada. Mas o marido, depois de tanto comercial de cerveja Quer que tudo esteja pronto e sobre a mesa Ou sobre a cama. E que de manhã, antes dele, ela esteja de pé. Coitado, trabalha tanto, né? Corre ao banheiro e esconde o tempo, o cansaço E a idade com maquiagens mil. No espelho, ao ver outra mulher que não ela Uma mulher que tem certeza que viu Dia desses na TV, faz um aceno, oferece um abraço. Então, respira fundo para poder a vida aceitar Aquela que os comerciais garantiram ser a felicidade. Deita-se na cama, enquanto espera o marido terminar E, sozinha, viaja para longe do quarto, da casa, da cidade E pensa: não é muito mal Que antidepressivo Daqueles de uso intensivo Não apareça em comercial?