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CATETER DE “DUPLO J” APRISIONADO POR CÁLCULO CORALIFORME: ABORDAGEM LAPAROSCÓPICA Tanaka MT, Mendes Jr JB, Pacagnan EF, Lima GB, Tanaka AS, Mendes MRSSB; Masterclínica, Cascavel, Paraná. Unioeste, Cascavel, Paraná OBJETIVO: Demonstrar o emprego da laparoscopia como opção terapêutica no tratamento de doença litiásica complexa. MATERIAL E MÉTODO: paciente feminino, 22 anos, portadora de doença litiásica severa com a seguinte história mórbida pregressa: diagnóstico em 2006 de cálculo coraliforme renal direito de 3 cm; submetida a 2 sessões de LECO sem resolução; pielolitotomia direita videolaparoscópica extraperitoneal há 3 anos; múltiplos tratamentos para infecção urinária; ureterolitotomia direita videolaparoscópica em março/2007 para tratamento de cálculo ureteral obstrutivo de 1 cm em cruzamento de vasos ilíacos; evoluiu 8 meses após com recorrência de um cálculo de 1,8 cm em rim direito que foi tratado por meio de LECO com implante prévio de cateter duplo J; tentativa fracassada de retirada de cateter duplo J 3 meses após, por aprisionamento de cateter pela formação de cálculo coraliforme completo em rim direito e cálculo vesical volumoso incrustado na extremidade distal; submetida a cistolitotripsia através do acesso suprapúbico por punção, utilizando litotridor balístico em dezembro/2008; realizada então pielitotomia videolaparoscópica transperitoneal nos seguintes tempos: 1 - paciente em semi-decúbito lateral esquerdo; 2 - instalação de pneumoperitôneo de forma convencional com agulha de veress; 3 - punção umbilical com trocarter de 10 mm para ótica e colocação de outros dois portais (10 e 5 mm) sob visão; 4 - descolamento medial de colon ascendente com abertura da fáscia de gerota; 5 - liberação de aderências com dissecção do pedículo e da pelve renal; 6 – abertura longitudinal ampla da pelve, seguida de extração de duplo J e mobilização completa do cálculo através da tração do cateter; 7 - flushing de via excretora e retirada de fragmentos menores; 8 - implante de um novo cateter duplo J e pielorrafia por meio de sutura contínua com PDS 4.0. RESULTADO: Tempo cirúrgico foi de 3h 40minutos, sem apresentar intercorrência per-operatória. Sangramento trans-operatório estimado em 100 ml. Paciente necessitou de procedimento de LECO complementar em fragmento residual calicial em rim direito. CONCLUSÃO: O emprego da laparoscopia constitui uma opção no tratamento de doença litiásica urinária complexa como apresentado neste caso. Antecedente de múltiplas cirurgias abdominais não constituiram uma contra-indicação e pode ser feita com toda a eficácia e segurança.

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CATETER DE “DUPLO J” APRISIONADO POR CÁLCULO CORALIFORME: ABORDAGEM LAPAROSCÓPICA

Tanaka MT, Mendes Jr JB, Pacagnan EF, Lima GB, Tanaka AS, Mendes MRSSB;

Masterclínica, Cascavel, Paraná.

Unioeste, Cascavel, Paraná

OBJETIVO: Demonstrar o emprego da laparoscopia como opção terapêutica no tratamento de doença litiásica complexa.

MATERIAL E MÉTODO: paciente feminino, 22 anos, portadora de doença litiásica severa com a seguinte história mórbida pregressa: diagnóstico em 2006 de cálculo coraliforme renal direito de 3 cm; submetida a 2 sessões de LECO sem resolução; pielolitotomia direita videolaparoscópica extraperitoneal há 3 anos; múltiplos tratamentos para infecção urinária; ureterolitotomia direita videolaparoscópica em março/2007 para tratamento de cálculo ureteral obstrutivo de 1 cm em cruzamento de vasos ilíacos; evoluiu 8 meses após com recorrência de um cálculo de 1,8 cm em rim direito que foi tratado por meio de LECO com implante prévio de cateter duplo J; tentativa fracassada de retirada de cateter duplo J 3 meses após, por aprisionamento de cateter pela formação de cálculo coraliforme completo em rim direito e cálculo vesical volumoso incrustado na extremidade distal; submetida a cistolitotripsia através do acesso suprapúbico por punção, utilizando litotridor balístico em dezembro/2008; realizada então pielitotomia videolaparoscópica transperitoneal nos seguintes tempos: 1 - paciente em semi-decúbito lateral esquerdo; 2 - instalação de pneumoperitôneo de forma convencional com agulha de veress; 3 - punção umbilical com trocarter de 10 mm para ótica e colocação de outros dois portais (10 e 5 mm) sob visão; 4 - descolamento medial de colon ascendente com abertura da fáscia de gerota; 5 - liberação de aderências com dissecção do pedículo e da pelve renal; 6 – abertura longitudinal ampla da pelve, seguida de extração de duplo J e mobilização completa do cálculo através da tração do cateter; 7 - flushing de via excretora e retirada de fragmentos menores; 8 - implante de um novo cateter duplo J e pielorrafia por meio de sutura contínua com PDS 4.0.

RESULTADO: Tempo cirúrgico foi de 3h 40minutos, sem apresentar intercorrência per-operatória. Sangramento trans-operatório estimado em 100 ml. Paciente necessitou de procedimento de LECO complementar em fragmento residual calicial em rim direito.

CONCLUSÃO: O emprego da laparoscopia constitui uma opção no tratamento de doença litiásica urinária complexa como apresentado neste caso. Antecedente de múltiplas cirurgias abdominais não constituiram uma contra-indicação e pode ser feita com toda a eficácia e segurança.