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7º Prêmio Inovação em Educação SINEPE/RS Categoria Área Fim

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7º Prêmio Inovação em Educação SINEPE/RS

Categoria Área Fim

Apresentação da Instituição Educacional

Localizado em Porto Alegre e com 112 anos de atuação, o Colégio Marista Rosário é considerado uma das mais tradicionais escolas gaúchas. É o maior

Colégio da Rede Marista, presente em 17 cidades do Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e em seis cidades da Região Amazônica, com 18 escolas, além de

uma universidade (PUCRS), um hospital (São Lucas) e 17 obras sociais.

Com uma reconhecida trajetória na educação, a escola oferece infraestrutura completa para cada nível de ensino. Hoje, o Marista Rosário conta com cerca

de 2.800 alunos da Educação Infantil até o Ensino Médio, relacionando-se com cerca de 2.000 famílias, mais de 350 educadores, entre professores e

técnicos administrativos), 70 mil ex-alunos, além de fornecedores, parceiros, formadores de opinião e comunidade em geral.

Em seu Planejamento Estratégico, estão definidos sete valores institucionais: amor ao trabalho, audácia, espírito de família, espiritualidade, presença,

simplicidade e solidariedade. A missão e visão de futuro têm as seguintes redações:

Missão: Educar crianças e jovens, comprometidos com um mundo justo e fraterno, promovendo formação integral de excelência, à luz do Carisma Marista.

Visão: Ser referência nacional em educação integral de excelência, com a marca da inovação e da gestão sustentável.

Os objetivos estratégicos da escola são:

- Avançar na sustentabilidade econômica, social e ambiental.

- Promover relacionamentos que potencializem a captação de estudantes.

- Fortalecer a presença e a reputação do Colégio Marista Rosário junto à sociedade.

- Criar referência de inovação em educação.

- Garantir alto desempenho em avaliações externas.

- Garantir a Educação Integral.

- Implantar meios inovadores para o processo ensino-aprendizagem.

- Garantir excelência acadêmica.

- Desenvolver cultura de sustentabilidade.

- Desenvolver cultura de inovação.

- Qualificar a gestão de pessoas.

O Marista Rosário considera, em sua Proposta Pedagógica, a aprendizagem ativa e o juízo crítico. Essa postura está de acordo com o que anseia a

sociedade atual: cidadãos capazes de articular conceitos, pensar e solucionar conflitos. Por essa razão, o acesso à leitura e a criação de situações que

estimulem o contato com os livros e o hábito da leitura são fundamentais. Assim, os estudantes não apenas acumulam informações, mas

desenvolvem habilidades cognitivas e operacionais necessárias na vida diária, especialmente relacionadas à compreensão, à produção escrita e à

aquisição de conhecimentos.

Programa de Formação de Leitores

O Colégio tem um complexo Programa de Formação de Leitores, com projetos e ações contínuas, elaborados por professores, Coordenação

Pedagógica e Biblioteca, para todos os níveis de ensino. Tratam-se de iniciativas que incentivam o desenvolvimento de estudantes leitores, atendendo

às necessidades de estudos, interpretação e imaginação de cada faixa etária.

O programa começa na Educação Infantil, onde os estudantes dispõem de horários semanais na Biblioteca Pequeno Príncipe – voltada para crianças

de três a sete anos – horas do conto e leituras em sala de aula trabalhadas com livros.

A partir do 1º ano do Ensino Fundamental, a prática se intensifica com a consolidação do processo de alfabetização. Neste nível, tem início o projeto

Ciranda da Leitura, que visa aperfeiçoar a competência leitora e ampliar o repertório literário. Diferentes gêneros textuais, autores e ilustradores são

apresentados às crianças para transformar esse hábito em fonte de prazer, de conhecimento e de experiências com o imaginário e com a criação.

Dando continuidade à Ciranda da Leitura, inseridas no mundo das aventuras e do faz de conta, as crianças do 2º ano EF ampliam suas habilidades,

dedicando-se também à escrita, o que resulta na publicação de um livro da turma – projeto Pequenos Escritores, tema deste case.

No 3º ano EF, outras temáticas começam a ser trabalhadas em sala de aula e a proposta vai se diversificando, tanto em indicações, que perpassam

um número mínimo de autores, obras clássicas, livros premiados, como na dinâmica, que tem por objetivo atingir um número cada vez maior de

obras lidas. Cabe destacar que, independente da série/ano e da dinâmica, o maior objetivo é a leitura de fruição, onde as atividades estruturadas e

avaliativas são secundárias.

Descrição e justificativa

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, os estudantes são incentivados a ler, resumir, debater, opinar, criar esquetes e vídeos sobre, ao menos, três livros

por trimestre. No Ensino Médio, além dos diversos movimentos literários, autores e livros estudados, as obras exigidas para o vestibular da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) são trabalhadas com maior ênfase, culminando com o Seminário de Leituras Obrigatórias. Por meio do Rosário

Café, evento cultural que discute obras em horários extraclasse, enfoques mais aprofundados são possíveis, em debates que perpassam por estudos e

argumentações.

Anualmente, os projetos culminam na Feira do Livro do Marista Rosário, realizada em outubro. Uma das premissas do Projeto Pedagógico da escola é

estimular o hábito da leitura em todos os níveis de ensino, acompanhando os interesses de cada faixa etária.

Pequenos Escritores

O projeto Pequenos Escritores, criado em 1998, envolve estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental e objetiva marcar a escrita enquanto prática social.

O Marista Rosário acredita que, muito além de ser um hábito que deve estar presente no dia a dia, ler e escrever têm uma importante função, e é

necessário estar claro aos estudantes para que e para quem se escreve.

A proposta, desde o princípio, foi que cada turma do 2º ano EF (na época 2ª série) produzisse seu próprio livro, com escritos e ilustrações autorais, com a

intervenção dos professores. A publicação era um compilado de textos e imagens que, embora possuíssem um tema comum, não tinham ligação entre si.

Cada página levava a ilustração e a redação – digitada em computador – de um estudante, com uma narrativa que iniciava e findava naquele mesmo

espaço.

Desde 1999, os livros criados pelos estudantes sãolançados e autografados durante a Feira do Livro dePorto Alegre, em interação com a cidade e com osvisitantes deste espaço cultural amplamentereconhecido e valorizado pela comunidade,escritores e editoras de projeção local, nacional einternacional.

No presente case, descreveremos o programa no período de 2012 a 2015. Nesse cenário, uma proposta foi desenvolvida para valorizar ainda mais a

produção autoral: a obra passou a ser impressa com a letra cursiva dos próprios estudantes a partir de 2012, registrando também o desenvolvimento do

traçado de cada criança. Em 2013, as turmas foram convidadas a produzir poesias e narrativas poéticas – um gênero mais próximo à habilidade de escrita

e leitura da faixa etária. Nesse mesmo ano, a publicação aumentou de tamanho. Antes produzido em modelo A5, o exemplar começou a ser impresso em

tamanho A4, assemelhando –se aos livros costumeiramente conhecidos em livrarias, bibliotecas e na Ciranda da Leitura.

A grande reformulação do projeto Pequenos Escritores ocorreu em 2015. Com o objetivo de aproximar ainda mais a publicação de uma produção

literária, os exemplares passaram a apresentar uma história única criada de forma colaborativa. Desde então, as atividades começaram a fazer parte do

cotidiano das turmas desde o primeiro trimestre, quando os estudantes iniciam a exploração de obras em narrativa poética e com foco no tema que será o

gerador dos enredos. Nesse momento, há também o encontro com autores e ilustradores, oficinas e os primeiros ensaios de criação de personagens e

histórias. Em 2015, a obra O Mágico de Oz foi a grande inspiração dos escritores. As crianças se aprofundaram no estudo desse clássico da literatura,

conheceram seus personagens, compreenderam episódios da trama e, a partir das ideias e conhecimentos construídos, criaram um enredo para novos

personagens, que queriam chegar a Oz em busca de algo que lhes faltava.

Diferentemente do que era feito nos anos anteriores, a publicação ganhou uma roupagem realmente literária, quando as páginas são criadas de forma

cooperativa , contendo os versos e as ilustrações de duplas de estudantes , garantindo a narrativa com início, meio e fim. O Pequenos Escritores é

construído ao longo de boa parte do ano letivo, com atividades que ocorrem entre maio e novembro, já que muitas são as etapas para que essa escrita

consiga atingir o objetivo de colaborar para a compreensão da criança sobre o que é, de fato, ler e escrever no meio social. Mais do que tudo, a iniciativa

proporciona a criação conjunta de uma publicação que não é somente um objeto pedagógico, mas principalmente um livro literário. (Acesse aqui uma

das publicações).

Acompanho o projeto como apoiadora e como mãe de estudante, e noto um ganho enorme com a utilizaçãode um design atual e mais próximo ao utilizado nos livros infantis. Também acho muito importante essavalorização da escrita de cada aluno. É um registro pessoal do desenvolvimento das crianças.

Patrícia Langlois, ilustradora e autora apoiadora do projeto

Objetivos e desafiosHoje, o objetivo principal do Pequenos Escritores é marcar a escrita e a leitura como práticas sociais. Para isso, julga-se fundamental proporcionar aos

estudantes do 2º ano EF a aplicação real das competências necessárias, buscando também sistematizar os primeiros conhecimentos ortográficos e

gramaticais da língua materna.

Com isso em mente, o desafio é caracterizar o livro, já tradicional e publicado há quase duas décadas, como uma obra literária. Para tanto, é necessário

engajar alunos com idades entre 7 e 8 anos para que participem de atividades ao longo de seis meses, para que entendam o processo de produção de uma

publicação deste porte e, sobretudo, construam uma história de forma coesa.

Um dos grandes desafios enfrentados desde 2012 é a escrita da obra em letra cursiva. A escolha foi feita

com o objetivo de destacar mais uma das aprendizagens fundamentais do 2º ano EF. Apesar dos inúmeros

questionamentos atuais sobre o uso social da letra cursiva, a prática do Colégio mostra a importância dessa

aprendizagem que objetiva, entre outras coisas, a agilidade da escrita.

Também é desafiador o planejamento e a gestão do projeto envolvendo 225 estudantes, oito turmas, 26

educadores e serviços terceirizados. A construção de um cronograma de trabalho, definindo ações, prazos e

responsáveis é a ferramenta fundamental para que tudo saia da forma mais correta e ajustada possível.

O trabalho inicia com a construção do orçamento, sempre no ano anterior e com a reserva da data na Feira

do Livro de Porto Alegre. Desde esses primeiros passos, até o lançamento do livro, o papel da Coordenação

Pedagógica e da Equipe de Apoio em cada ação é que garante os bastidores do projeto, permitindo que as

atividades em sala de aula ocorram de forma construtiva. Junto a uma professora referência da série/ano,

todos os passos são planejados e acompanhados de forma criteriosa e detalhada.

Acredito que um dos diferenciais do projeto é a sua organização. O Pequenos Escritores é marcante para mim, apóstodos esses anos, também por ter sido bem planejado e executado durante vários meses. Lembro até hoje não só dolançamento do livro, mas da produção em conjunto com os colegas e do acompanhamento das educadoras.

Mariana Marques, estudante rosariense do antigo Jardim A e hoje aluna do 3º ano do Ensino Médio

Em 2015, o Marista Rosário tinha oito turmas de 2º ano

EF, cada uma com 25 a 30 alunos, um total de 225

estudantes. O Colégio tem entre suas premissas a

constante parceria entre família e escola, e na faixa etária

dos alunos-autores participantes, o acompanhamento

dos pais é ainda mais importante. Por isso, o

engajamento não só das crianças, mas, também, dos

responsáveis, é essencial.

A cada ano, são envolvidos no projeto de cinco a oito

escritores, ilustradores e editoras. Esses públicos, que

investem na formação de leitores, são extremamente

importantes para o sucesso e a qualidade do material

produzido com os estudantes.

Além de acompanhar e coordenar a produção em sala de

aula, os 26 educadores envolvidos no projeto estão

sempre se atualizando por meio de estudos e formações.

Em 2015, por exemplo, foram realizadas três oficinas

exclusivas para os professores, com foco no gênero

poesia e no processo de construção de livros literários e

na formação de leitores.

Envolvimento com os públicos de interesse

Formas de envolvimento

Diversas atividades são realizadas ao longo do ano letivo, como horas do conto semanais na Biblioteca e bate-papos com escritores e ilustradores. Em 2015,

foram convidados Antônio Schimeneck, Patrícia Langlois, Eliandro Rocha e Elma Neves, para que as crianças aprendessem sobre a importância de conectar

texto com imagem. Além disso, a Ciranda da Leitura, que ocorre de março a dezembro, conta com títulos que envolvem a temática do projeto e o gênero a

ser produzido. O trabalho continua em sala de aula, com a leitura da obra escolhida (em 2015 foi O Mágico de Oz), e nos meses de junho a agosto, inicia a

criação conjunta dos personagens, do enredo, das ilustrações, das fichas técnica e catalográfica e da publicação em si.

A culminância do Pequenos Escritores é o lançamento oficial das obras durante a Feira do Livro de Porto Alegre. Além das sessões de autógrafos, o evento

também conta com um momento cultural com dança, música e encenação artística, resultado de outra parte do trabalho realizado ao longo do ano. Esse

momento é planejado e organizado em parceria com as professoras especialistas em Expressão Corporal e Música, que em seus momentos semanais com

as turmas constroem a narrativa do ponto de vista expressivo, para além da produção escrita do livro.

O processo estruturado ao longo do ano letivo, bem como as diversas ferramentas utilizadas – livros adotados, oficinas comautores e evento de lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre – são muito importantes para o engajamento. Elesresultam em uma visível motivação pelo projeto de estudantes e familiares desde os primeiros encontros.

Gabriela Picoli, professora do 2º ano EF.

O projeto oferece uma oportunidade para que as crianças vejam a literatura em todas as suas nuances: não só comoleitores, mas também como escritores e ilustradores. Trazer os autores para as oficinas também é uma forma de tornarainda mais concreto esse encantamento.

Cleonice Guerra, professora do 2º ano EF.

Com certeza a participação no Pequenos Escritores foi muito importante para formar o meu gosto pela escrita. O livro émarcante para a minha família, que até hoje guarda o meu exemplar e o escrito pela minha irmã mais nova, quetambém estuda no Marista Rosário. Na época fiquei tão empolgada com o projeto que me inscrevi e fui vencedora deum concurso de redação para crianças promovido pelo jornal Zero Hora.

Alice Monteiro, estudante rosariense do antigo Jardim B e hoje estudante do 3º ano do Ensino Médio.

Elaboração dentro e fora da sala de aula

O trabalho de escrita coletiva ocorre em diversos momentos, abrangendo as diversas áreas do conhecimento e proporcionando o desenvolvimento da

linguagem oral e escrita. Essas atividades pedagógicas são planejadas com a intencionalidade de promover o encantamento pelo mundo literário e

estimular o estudante a estabelecer relações com o mundo por meio da leitura e criação de histórias. Conforme já descrito, o gênero escolhido para a

escrita em 2015 foi a narrativa poética, desta forma os estudantes tiveram contato com diversas obras e estudaram a sua estrutura.

Após o estudo e os trabalhos focados, iniciou-se a produção da escrita coletiva. Em 2015, cada turma escolheu ou criou um personagem que tivesse como

objetivo chegar à Terra Mágica de Oz e realizar um desejo. Os motes foram os mais diversos, como ajudar na preservação do planeta, incentivar o gosto da

leitura, ajudar as pessoas, entre outros que mostraram a imaginação e a sensibilidade das turmas expressas de forma colaborativa.

Em um primeiro encontro, o autor Antônio Schimeneck visitou cada turma fantasiado de Mágico de Oz, fazendo a motivação inicial de maneira lúdica.

Juntamente com as turmas, criou caminhos que os personagens escolhidos iriam trilhar. A partir daí, cada turma iniciou o processo de escrita, utilizando os

relatos dos estudantes, que compartilhavam as informações que gostariam de acrescentar à narrativa. A professora registrava no computador a parte que

cada um criou, e o próximo aluno a contribuir continuava o enredo, cuidando a quantidade de versos, rimas e o sentido da história.

Após a criação da narrativa poética, os estudantes foram organizados em duplas e criaram as ilustrações do livro. Observaram as características dos

personagens e dos locais descritos, a sequência da história e o espaço para a disposição das ilustrações. Para este trabalho foram utilizados os mais diversos

materiais e técnicas de desenho e pintura. A capa do livro foi criada em conjunto com elementos criados por cada estudante. Por fim, cada um escreveu em

a sua estrofe, utilizando a letra cursiva.

A literatura, desde sempre, está envolta em uma aura de mistério. O leitor, quando gosta da produção do escritor, cria umlaço de afeto com quem produziu o texto lido. Mais ainda isso se dá quando o leitor é criança. Acredito ser de supremaimportância o encontro dos pequenos com aqueles que criam as obras por eles lidas. Possivelmente minha carreira poderiater iniciado antes, se durante o período escolar tivesse a oportunidade de conhecer e conversar com um escritor.

Antonio Schimeneck, autor apoiador do projeto.

Em todos os momentos do processo de criação, a intervenção e a

mediação das professoras foram essenciais, auxiliando cada estudante em

suas necessidades, explorando o potencial de cada um de maneira

motivadora e incentivando o trabalho. As famílias também tiveram um

papel fundamental, pois acompanharam todo esse processo por meio da

partilha em reuniões, circulares enviadas via agenda, convites e a

presença no lançamento e na sessão de autógrafos.

Meu filho demonstrou muito interesse durante as atividades, se empenhando para escrever o livro tanto no Colégio quanto em casa. A esse empenho,somou-se o orgulho de autografar a publicação na Feira do Livro de Porto Alegre, um marco cultural da nossa cidade. A família aprova integralmente oprojeto, que valoriza a leitura e o escritor. Apesar de pequeno, o Gianluca percebeu a relevância do seu texto no conjunto dos de sua turma e a importânciado trabalho em conjunto com os colegas.

Alberto Bigatti, pai do estudante rosariense Gianluca Bigatti

Acredito que a base para uma boa educação parte do incentivo à leitura e à escrita. Com este conceito e o trabalho desenvolvido pela escola, nossos filhosatingem as expectativas em cheio. O Pequenos Escritores é um dos projetos que faz a nossa família ter certeza de que escolhemos um colégio diferenciado.

Marcos Roberto Pereira da Silva, pai dos estudantes rosarienses Artur e Julia Marques da Silva

Aspectos relacionados à prática

Conforme já descrito, o 2º ano EF é marcante no que tange à sistematização e consolidação da alfabetização. Ler e escrever, duas habilidades fundamentais

para a inserção social da criança no mundo letrado, são processos desafiadores para qualquer ser humano. Sendo assim, o grande desafio para essa faixa

etária é se apropriar das convenções e regras do sistema de escrita alfabético, além de compreender seus usos e funções sociais.

Pautado principalmente no desenvolvimento dessas competências, o Pequenos Escritores dialoga e marca essas aprendizagens sociais e escolares. Por

meio do projeto, os estudantes têm a oportunidade de entrar em contato com os mais diferentes suportes textuais e de explorar o processo de criação de

um livro literário, além do contato com autores e ilustradores. Com a construção das ilustrações e das estrofes em letra cursiva, exercitam a habilidade

motora e criativa e compreendem um pouco mais sobre a estrutura escrita da língua, na criação das narrativas.

Gestão do projeto

Estratégias e ações adotadas para atingir os objetivos

Leitura da obra geradora

As crianças começam a ser motivadas para o projeto com a leitura de uma obra base, que serve como

inspiração para a criação dos personagens e da narrativa.

Workshops com autor e ilustrador

Para que os estudantes possam compreender como ocorre o casamento entre texto e imagens, a criação

de enredos e a diferença de contar histórias para públicos diferentes, são convidados profissionais da área

para oficinas e bate-papos voltados para a faixa etária das turmas.

Construção conjunta da obra

Em sala de aula, cada turma cria os personagens e o enredo do seu livro em uma reunião mediada pela

professora. Após, a história, passa para o papel por meio da criação de narrativas poéticas. Cada estudante

cria uma estrofe, que ganhará uma página do livro, junto com a sua ilustração. Como a história é única, com

início, meio e fim, é necessário que cada um tenha presente o que os outros colegas estão produzindo. Por

isso a importância do trabalho em grupo. Quando toda a narrativa está pronta, há uma revisão de

linguagem, realizada por um profissional especializado na área e, aí sim, ela vai para a versão final de

escrita, onde cada estudante reescreve sua estrofe em letra cursiva. A capa do livro também é feita em

grupo, momento em que toda a turma decide como ela será composta e qual a participação autoral de

cada um nesse espaço.

Lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre

Todo o esforço é coroado com um lançamento durante a Feira do Livro da capital. Os estudantes fazem uma sessão de autógrafos dos livros para seus

familiares e amigos e apresentam um espetáculo com música e dança sobre o tema da obra. A iniciativa proporciona a experiência única de autografar uma

obra autoral em um dos principais festivais literários da América do Sul, fidelizando o hábito da leitura e da escrita como práticas sociais.

Recursos necessários (referentes a 2015)

Humanos

- Diretor: Ir. Onorino Moresco

- Vice-Direção Educacional: Adriana Kampff

- Vice-Direção Administrativa: Maurício Erthal

- Coordenação Pedagógica: Cristiane Granville

- Auxiliar de Coordenação Pedagógica: Daiane da Rosa

- Coordenação de Turno: Marcelo Guilherme Rödel

- Orientação Educacional: Mariana de Souza Arieta

- Professoras: Cleonice Barbosa Guerra, Danielle Caregnatto, Marcia Almeida Soares, Vanessa da Silva Oliveira, Mauren Poças Rodrigues, Janaina

Zeilmann Pinto, Viviane Soledar Pinho e Gabriela dos Santos Picoli

- Auxiliares de disciplina: Andressa Guimarães, Denise Bossoni Bohmgahren, Maicon Morais e Renata Conceição Mottola Lewandowski

- Biblioteca: Juliana Hugo, Letícia Felix Soares e Mariana Soares

- Comunicação e Marketing: Guilherme Endler, Juliana Matos e Patrícia dos Santos

- Projeto Gráfico: Marcos Secco

Parceiros: S2C Produção Gráfica, Editora Moderna e Livraria Independência

Financeiros

- Impressão de cartazes: R$ 15,00

- Impressão de convites: R$ 520,00

- Diagramação e impressão dos livros: R$ 8.000,00

- Ambientação para evento de lançamento: R$ 2.000,00

- Escritores/ilustradores convidados para as oficinas: R$ 1.000,00

Materiais

- Convites para os familiares comparecerem à sessão de autógrafos

- Cartazes espalhados pelo Colégio

- Circulares enviadas às famílias via agenda

- Matéria e álbum postados no site do Colégio com mais de 30 fotos

Resultados referentes à execução do projeto em 2015

Escrita e leitura como práticas sociais

- Matéria no jornal Correio do Povo

- Matéria no site Clipping Cultura

- Postagem no Twitter da Secretaria da Cultura de Porto Alegre

- 213 acessos na matéria postada no site do Colégio

- Mesa redonda na Festa Literária de Santa Tereza (Flist), no Rio de Janeiro

- Matéria no G1 sobre a Flist

- Matéria no portal da Secretaria da Cultura do Rio de Janeiro sobre a Flist

- Inserção na programação do evento no site da Flist

- Prêmio Biblioteca do Ano 2015 – agraciado pela Câmara Rio-Grandense do Livro a

instituições que promovem ações em prol de uma sociedade mais leitora

- Cerca de 800 exemplares publicados

(foram aproximadamente 100 exemplares por turma)

- Cerca de 900 familiares participantes

Conhecimentos em Língua Portuguesa

Como importante fonte para medir as competências e os conhecimentos desenvolvidos ao longo do Pequenos Escritores, o presente case utiliza o Sistema

Marista de Avaliação (Sima), aplicado pelo Instituto de Avaliação e Desenvolvimento Educacional (Inade) e aplicado anualmente com estudantes do 5º e do

9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio dos Colégios da Rede Marista. Trata-se de um conjunto de questionários contextuais, que

levantam dados socioeconômicos e culturais, além de investigar as percepções dos estudantes sobre o ambiente da escola e suas práticas pedagógicas,

bem como seu ambiente familiar e hábitos de estudos e leitura.

Os resultados do Colégio podem ser comparados com os de seu grupo de escolas similares em níveis nacional e estadual (denominado grupo de referência

da escola). Também é possível comparar os próprios resultados da instituição ao longo dos anos.

Utilizando o Sima como balizador, percebe-se uma clara evolução dos estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental quando são analisados dados

significativos à proposta do Projeto Pequenos Escritores. As proficiências dos alunos são apresentadas na Escala Inade – que varia de 500 a 1500 – e

demonstram crescimento nos seguintes quesitos:

Proficiência Média em Língua Portuguesa:Aumento de 887,4 em 2014 para 921,3 em 2015.

Interesse pela leitura:

Índice do nível Alto maior do que as demais escolas com o mesmo nível sociocultural

(o nível alto equivale a 32,9% no Marista Rosário e a 25,6% em escola similar).

Livros lidos por indicação do Colégio:

Percentual superior às demais escolas com o mesmo nível sociocultural.

Atividades propostas em aula

- Aproximadamente 28 atividades em sala de aula promovidas ao

longo de sete meses.

- 14 edições de Horas do Conto preparatórias realizadas na

Biblioteca da escola.

Avaliação da continuidade do projeto

Após quase 20 anos de existência, não há dúvida do valor do projeto Pequenos Escritores, tanto para os estudantes

quanto para as famílias e educadores envolvidos. O desafio tem sido, ano a ano, reavaliar cada ação, aprimorando os

processos. Para 2016, por exemplo, foi incluída a oficina Como nasce um livro, com o responsável pela diagramação

das obras. Assim, para além de toda a produção, as crianças têm a oportunidade de explorar a parte de construção

gráfica da literatura. O objetivo é promover constantes e gradativas melhorias, no sentido de marcar

significativamente a vida dos estudantes que se encontram na fase inicial da sua trajetória acadêmica.

Como visto neste case, o Pequenos Escritores mantém sua perenidade, reinventando-se. Um dos mais tradicionais

projetos promovidos pelo Colégio Marista Rosário foi ampliado e renovado sem perder suas principais forças: o

engajamento de estudantes, pais e educadores, a oportunidade de vivenciar experiências únicas para a faixa etária e o

incentivo da leitura e da escrita como práticas sociais. O processo, realizado ao longo de boa parte do ano letivo,

reforça o jeito marista de educar, tornando os alunos protagonistas em atividades dentro e fora do ambiente escolar.