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C ata n d u va S P2 01 3

DivalDo Franco Joanna de Ângelis22 23

Periodicamente surgem como desafios ao status quo, cha-mando a atenção pela maneira exibicionista através da qual projetam a imagem prepotente que escraviza a sua vítima, desse modo realizando-se de maneira chocante para autorrealizar-se.

Têm efêmera duração, porque os seus líderes, vencidos pe-las angústias que os envenenam e que não têm coragem de enfrentar, fogem da realidade para as fantasias que se lhes transformam em pesadelos hediondos, insuportáveis…

De igual maneira, ocorrem esses fenômenos na fé religiosa, sob outros aspectos, porém com os mesmos efeitos psicológi-cos, nas diferentes definições em que se ajustam.

O cristianismo, por exemplo, não constituiu exceção no seu extraordinário mapa de expansão terrena.

Desde quando Lucas, o futuro apóstolo do evangelho, fas-cinado por Jesus Cristo, no glorioso período da pregação pau-lina, sugeriu que os Seus discípulos fossem chamados cristãos, que a identificação os inscreveu na história como os conquis-tadores do mundo espiritual.

A princípio, a força ciclópica da abnegação e do amor que os animava escreveu no holocausto da própria existência a mais desafiadora página de dedicação ao próximo e a Deus de que se tem notícia, e o martirológio tornou-se o sublime recurso de expansão da mensagem libertadora, que passou a dominar praticamente, no Ocidente, o mundo conhecido de então.

Todavia, conforme escreveu Santo Eusébio, cristão primi-tivo do século iv, à medida que as facilidades e as disputas hu-manas substituíram os testemunhos e os sacrifícios dos már-tires, a floração sublime da fé emurcheceu e quase feneceu…

Mais tarde, a denominação passou a inspirar suspeitas, pa-vores e mesmo ódios, pela alucinação e pelo fanatismo que to-maram conta daqueles que, dessa maneira, identificavam-se.

Uma noite terrível, inevitavelmente, abateu-se sobre a so-ciedade debilmente iluminada, de quando em quando, pelos

status quo no estado em que se

encontrava antes

efêmero breve

hediondo horrível; pavoroso, repulsivo

paulina relativa ao apóstolo Paulo

ciclópico extraordinário;

colossal, gigantesco

holocausto sacrifício

martirológio lista de mártires

emurchecer perder o vigor

fenecer acabar, terminar; morrer

apóstolos da verdade que renasceram com a missão de susten-tá-la nos estertores em que se encontrava.

Quase nada permaneceu das apoteóticas mensagens de amor e de compaixão ensinadas e vividas por Jesus, obrigando a caridade a ocultar-se, envergonhada, nos mantos da divina misericórdia…

Veio o Consolador, e novamente o formoso brilho do evan-gelho como um sol especial passou a iluminar as vidas e a aquecer o frio das almas.

Lentamente, porém, à medida que se vem popularizando, a vulgaridade e a insensatez humanas tomam conta das suas fileiras, tentando empanar-lhe as sublimes claridades.

•Nesse báratro que domina a sociedade hodierna que es-

torcega nos sofrimentos inenarráveis e atemoriza-se ante as ameaças perversas de outros males sem conta, a identidade cristã perdeu quase completamente o seu significado inicial.

Negocia-se, mente-se, guerreia-se, infelicita-se em nome de Jesus, firmam-se tratados e decretos citando as Suas palavras, enquanto o ser humano prossegue abandonado à própria sorte…

Não poucos cristãos novos, por sua vez, que bebem na fonte lustral do evangelho desvelado pelo espiritismo a água pura e cristalina do dever, do amor e da caridade, descuidam-

-se da conduta crística, aquela de ser irmão dos sofredores, de seguir mil passos a mais ao lado daquele que lhe solicita a companhia por apenas mil; de dar o manto a quem necessita somente da capa; de despir-se da ostentação, do orgulho e do egoísmo para servir, ao invés de ser servido pela mensagem que se expande pelo mundo.

O campeonato das vaidades, ao lado das disputas pelos fa-vores de César e pelas glórias de Pirro desequilibram incontá-veis valorosos servidores que se comprometeram em não mais repetir os erros clamorosos do passado.

estertor agonia; declínio que precede o fim

apoteótico relativo a apoteose (o ápice de um fato); extraordinário

Consolador espi-ritismo, Consolador prometido por Jesus, conforme o relato evangélico de João (14:15–17, 26)

bár atro abismo, despenhadeiro

hodierno atual, moderno, dos dias de hoje

estorcegar contorcer-se

lustr al purificador

césar Caio Julio César (13/Jul/100 a.C.

– 15/Mar/44 a.C.) foi um nobre, líder mili-tar e político romano

pirro (318 a.C. – 272 a.C.) foi rei do Épiro e da Macedônia, tendo ficado famoso por ter sido um dos principais opo-sitores a Roma

DivalDo Franco Joanna de Ângelis28 29

destituída de valor, adquiria um sentido surpreendente, arre-batando o espírito e renovando-o.

À semelhança de prisioneiros no corpo físico, ao tomarem conhecimento do evangelho, rompiam-se-lhes os ergástulos vigorosos ante as poderosas lições do pensamento de Jesus.

O martírio era recebido com hinos de louvor e júbilos, mesmo que a debilidade emocional às vezes gerasse pavor e lágrimas, no abismo a que eram atiradas as vítimas da cruel-dade. O momento do sacrifício era encarado como o instante em que se aureolavam de tudo quanto os sentimentos nobres aguardavam, felicitando-os.

Ante essa desconhecida energia que vitalizava os mártires, os seus algozes mais se enfureciam, aplicando mais terríveis azorragues e punições que, de forma alguma, aquebrantavam-

-lhes o ânimo. Pelo contrário, quanto mais açoites e ondas de ódio, mais resignação e misericórdia mantinham em relação aos sicários implacáveis. Essa reação de amor desequilibrava-

-os, porque eles aguardavam a presença do ódio a que esta-vam acostumados nas refregas da inferioridade moral a que se entregavam.

Jesus, desde quando passava a ser conhecido, mudava-lhes completamente os conceitos existenciais e o sentido psicoló-gico em torno da vida.

A aspiração pela independência ao corpo, a fim de ser fruída a liberdade total, fascinava-os e os conduzia aos piores tipos de execução com o rosto iluminado pela esperança de plenitude.

Deixavam-se entranhar pelas sublimes lições de amor en-sinadas pelo Amigo Sublime e experimentavam o suave e doce encantamento da paz que passavam a sentir, adornando-se da alegria imortalista.

Jesus conquistava-os plenamente, e eles deixavam-se condu-zir em totalidade pelo enlevo e encantamento da Sua mensagem.

ergástulo cárcere, prisão

júbilo intensa alegria, grande

contentamento

aureol ar coroar; adquirir prestígio

algoz carras-co, perseguidor

azorr ague flagelo; castigo físico ou moral

aquebr antar abater

sicário assassino contra-

tado; malfeitor

refrega luta, confronto

Quanto mais severas as punições injustas, mais deslum-bramento e mais dedicação daqueles que se Lhe afeiçoavam.

Foi esse estoicismo invulgar, dantes e depois jamais igua-lado, que inscreveu nas páginas da história a presença inso-fismável e inapagável de Jesus.

•Com a adesão da fé cristã à política infeliz do império ro-

mano e com a formulação engessadora nos dogmas, deixou de arder nos corações e de iluminar as mentes, para transformar-

-se a crença em entidade terrena poderosa, na qual o poder tornava-se essencial em detrimento do amor sublime que a caracterizava.

Mediante a alteração dos objetivos, a troca do reino dos céus pelas ilusões e glórias mentirosas de César no mundo, o combustível poderoso da fé escasseou e a convicção cedeu lu-gar às conveniências humanas.

Salvadas algumas exceções, que foram os mártires de todos os tempos, os discípulos de Jesus, na atualidade, pouco dife-rem daqueles que O não aceitam.

As perseguições, antes sofridas, passaram a ser infligidas por eles próprios aos outros, que se lhes opunham, ante a fas-cinação das conquistas e louvaminhas humanas. A vida es-piritual cedeu lugar ao luxo e à prepotência, à dominação e à arbitrariedade.

Quando esmaeceu quase totalmente ante os camartelos da ciência que a tem desprezado, perante o comportamento dos que se diziam discípulos de Jesus, então escassos de servidores fiéis e abnegados, o vazio existencial tomou conta da socieda-de, gerando desequilíbrios e alucinações.

Nesse comenos de dor e de amargura, o Consolador chegou à Terra e reacendeu a chama da verdade, arrancando-a dos dogmas ultramontanos e reativando a pulcritude dos ensina-mentos incomparáveis do Mártir do Gólgota…

estoicismo resignação diante do sofrimento, da adversidade, do infortúnio

insofismável indiscutível, irrefu-tável, incontestável

dogma ponto fundamental de uma doutrina, apresentado como certo e indiscutível

césar Caio Julio César (13/Jul/100 a.C.

– 15/Mar/44 a.C.) foi um nobre, líder mili-tar e político romano

louvaminha elogio excessivo; adulação, lisonja

esmaecer perder o vigor; enfraquecer

camartelo instru-mento usado para quebrar, demolir

comenos ocasião, oportu-nidade, instante

Consolador espi-ritismo, Consolador prometido por Jesus, conforme o relato evangélico de João (14:15–17, 26)

ultr amontano relativo ao ultra-montanismo (dou-trina que defende a infalibilidade papal)

pulcritude for-mosura, perfeição

DivalDo Franco Joanna de Ângelis34 35

de alto valor tecnológico para o esquecimento dos problemas, vivenciando o mundo de fantasias e do cansaço, das caminha-das exaustivas, dos suores e dos aborrecimentos inevitáveis, esteja-se onde se estiver…

Quando se chegam aos lugares paradisíacos, passada a pri-meira emoção, logo se descobre que quase todo mundo to-mou a mesma decisão, escolheu o mesmo local e suas ofertas fantásticas, passando a ouvir os guias monótonos, as crianças em fase de irritação, as despesas não previstas, que pioram o orçamento, algum desencanto inicial…

Ao invés do repouso anelado, defronta-se o corre-corre das filas imensas ou o silêncio dos lugares selecionados que, após algum tempo, induzem ao tédio e ao arrependimento.

As promoções muito bem elaboradas magoam aqueles que não podem participar dessas festas, sentindo-se humilhados no grupo social, levando-os à depressão.

Que busca, afinal, a criatura humana, senão as aparências, os aplausos, a ilusão?

É claro que todo esforço prolongado culmine em cansaço e mal-estar, causando sensações de aniquilamento e de abandono.

A recreação surge, como estímulo renovador, capaz de pro-porcionar júbilo, facultando estímulos edificantes.

O ser humano é possuidor de inesgotável cabedal de ener-gias e de vitalidade.

Sucede que, fascinado pelo exterior, não se anima a auto-penetrar-se, a encontrar as respostas claras para as próprias necessidades.

A fantasia, que faz parte da imaginação enriquecida, con-vida aos voos, alguns alucinantes das conquistas consumistas, ou à jornada dos problemas, quando a vida propõe os enfren-tamentos que são superados pelas naturais soluções.

Nessa sofreguidão, o indivíduo não pensa na sua realidade imortal, optando pela enganosa postura de vítima necessitada

anel ado muito cobiçado; desejado

júbilo intensa alegria, grande

contentamento

de apoio, invejando os lutadores que considera como privile-giados pela vida.

Há lazeres no lar, no trabalho, na comunidade, ricos de divertimentos domésticos não desgastantes, como frutos da consciência objetiva do dever.

•Se te sentes afadigado no trabalho a que te dedicas, muda

a rotina, retempera o ânimo e sentirás renovação emocional, tornando-te tranquilo.

Reflexiona em torno dos teus compromissos e põe-lhes o sal do amor, pensando nas metas a alcançar, especialmente quando portadoras de significado profundo.

Considera que o trabalho é bênção que deves honrar, não acalentando o anseio infantil somente de férias e de repouso.

Quem opera no bem conscientemente experimenta inefável alegria e, quando é alcançado pela estafa, transfere-se para outro tipo de ação, renovando-se e prosseguindo.

Toda ilusão, ao ser defrontada pela realidade e esfumar-se, deixa significativas marcas de desencanto. Ocorrendo-lhe a morte, alguns indivíduos também sentem o morrer das suas aspirações caracterizadas pela falsa necessidade do gozo, do prazer, do possuir…

As alegrias das férias de encantamento passam e retornam os compromissos que ficaram aguardando, esquecidos nos es-caninhos da magia e do encantamento de breve duração.

Pessoas que residem nas montanhas e entediam-se com as paisagens encantadoras anelam por viver à beira-mar, nas praias, onde outras que ali vivem, desmotivadas pelo largo pe-ríodo no mesmo local, sonham com os altiplanos…

Enquanto os turistas risonhos locupletam-se nos paraísos do prazer, os funcionários que os servem com sorrisos pro-fissionais, muitas vezes interiormente irritados, acalentam o

afadigado cansado; aborre-cido, entediado

inefável que não se pode descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indescritível

estafa extremo cansaço; esgotamento

anel ar desejar intensamente

altipl ano planalto

locupletar tornar-se cheio; encher-se, abarrotar-se

Colofão

Diretor Ricardo PinfildiDiretor eDitorial Ary Dourado

Conselho eDitorial Abel Sidney, Ary Dourado, Fernando Araújo, Ricardo Pinfildi, Rubens Silvestre

© 2013 by InterVidas

título Ilumina-Te autoria Divaldo Franco (médium), Joanna de Ângelis (Espírito) eDição 1.ª especial eDitora InterVidas (Catanduva sp) isBn 978 85 60960 12 5 Páginas 208 tamanho miolo 15,3 × 22,5 cm, capa 15,5 × 22,5 cm CaPa Audaz Comunicação e Design foto autores arquivo pessoal notas Ary Dourado ínDiCe Ary Dourado revisão Ademar Lopes Junior, Ary Dourado Projeto gráfiCo Ary Dourado Diagramação Ary Dourado tiPografia texto principal DsType Leitura News Roman 2 10,5/15 nota DsType Leitura Sans Grot 7,8/10,5 índice DsType Leitura News Roman 2 7,5/10 título DsType Leitura Display Roman 20/20 olho DsType Leitura Display Roman 10/15 capa DsType Acta Poster, Bauer Bodoni manCha 103,33 × 175 mm, 33 linhas (sem título corrente e fólio) margens 25:17,22:34,44:25 mm (interna:superior:externa:inferior) ComPosição Adobe InDesign cs5.5 (plataforma Windows 8) PaPel miolo Suzano Pólen Soft 80 g/m² capa Suzano Supremo Alta Alvura 250 g/m² Cores miolo 2 × 2 preto escala e Pantone 138 pc (cmyk 0:42:100:30) capa 4 × 0 cmyk tinta miolo Seller Ink, capa Seller Ink Pré-imPressão cTp em Platesetter Kodak Trendsetter 800 iii Provas miolo hp DesignJet 1050C Plus capa hp DesignJet Z2100 Photo Pré-imPressor Lis Gráfica e Editora (Guarulhos sp) imPressão ofsete miolo Heidelberg Speedmaster sm 102 4P capa Komori Lithrone S29 aCaBamento miolo cadernos de 32 e 16 pp., costurados e colados capa brochura, orelhas de 9 cm, laminação bopp fosca, verniz uv com reserva imPressor Lis Gráfica e Editora (Guarulhos sp) tiragem 20 mil exemplares (especial) tiragem aCumulaDa 30 mil exemplares (especial e premium) ProDução Agosto/2013

1.ª edição | agosto de 2013 | 30 mil exemplares (especial e premium)

ínDiCes Para Catálogo sistemátiCo1. Reflexões : Espiritismo 133.9 2. Espiritismo 133.9

Parte da renda desta obra é revertida à Mansão do Caminho, obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção, fundado em 1947 por Divaldo Franco,

Nilson de Souza Pereira e Joanna de Ângelis (Espírito), em Salvador, ba.

toDos os Direitos Desta oBra reservaDos àEditora InterVidas (Organizações Candeia Ltda.)

cnpj 03 784 317/0001–54 ie 260 136 150 118Rua Minas Gerais, 1520 Vila Rodrigues 15 801–280 Catanduva sp

17 3524 9801 www.intervidas.com

Impresso no Brasil Printed in Brazil Presita en Brazilo

DaDos internaCionais De Catalogação na PuBliCação (CiP Br asil)

[F8252i]Franco, Divaldo (*1927)

Ilumina-TeDivaldo Franco; Joanna de Ângelis (Espírito)InterVidas: Catanduva, sp, 2013

208 pp. 15,5 × 22,5 cm Índice

isbn 978 85 60960 12 5

1. Espiritismo 2. Reflexõesi. Franco, Divaldo ii. Joanna de Ângelis (Espírito) iii. Título

cDD 133.9 cDu 133.9

ISBN 978 85 60960 14 9

IlumIna r-se é acender a claridade do discernimento na mente e do amor no sentimento.

O extraordinário orador, médium, autor e educador Divaldo Franco psicografou esta incrível obra da venerável Joanna de Ângelis.

Com a experiência de quem há séculos já se iluminou pelo Cristo, Joanna de Ângelis aborda temas conflitivos da atualidade e oferece a fórmula eficaz para a sua vivência dignificante,

haurida no evangelho de Jesus.

O silêncio interior, a busca da iluminação, as lutas abençoadas… os lazeres e divertimentos, os sentimentos perversos,

a enfermidade da alma… a renúncia, a serenidade, o perdão… os relacionamentos, a mediunidade, o dever…

Tudo isso e muito mais em 30 capítulos cativantes e objetivos, acompanhados por mais de 450 notas explicativas

e índice geral com mais de 800 entradas.

Entenda por que a busca da autoiluminação é proposta inadiável para a conquista da harmonia interior, da plenitude, da paz.

IlumIne-se!

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