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CATACLISMA No olho do furacão 1ª Edição Novembro 2011 http://cataclismafca.blogspot.com/ Eles estão de volta! Depois de 14 anos, a du- pla mais escrota da TV retorna às telas E ainda: A mulherada solta o verbo: elas também entendem de futebol O que rolou na Zombie Walk deste ano e no 1º Halloween da FCAD Casamento com prazo de validade E muito mais. Google Imagem

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Revista criada pelos alunos do 4º semestre de Jornalismo, da FCAD, Ceunsp. Sob a orientação dos professores Pedro Courbassier e Leandro Alamino.

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Page 1: Cataclisma

CATACLISMANo olho do furacão1ª

Edi

ção

Nove

mbr

o 20

11 http://cataclismafca.blogspot.com/

Eles estão de volta!

Depois de 14 anos, a du-pla mais escrota da TV retorna às telas

E ainda:

A mulherada solta o verbo: elas também entendem de futebol

O que rolou na Zombie Walk deste ano e no 1º Halloween da FCAD

Casamento com prazo de validade

E muito mais. Goog

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Como a primeira vezEscrotos e engraçados, Beavis e Butt-Read prometem agitar a tela da MTV, p. 12

ÍNDICE

Na boca do povo, p. 14

Redescobrindo a história, p. 15

Tirinha, p. 15

Super dica, p. 15

Artista do mês, p. 16

Quando a primeira escolha não é a certa, p. 4

O dilema da Copa de 2014, p. 6

Elas amam futebol, p.7

Invasão Zumbi, p. 8

Sozinho? Jamais! p. 10

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EDITORIAL

EXPEDIENTE

Prof. orientador: Pedro CourbassierEditora: Gisele Lourenço GutierrezRedator: Adla Loyany MachadoReportagem: Adla Loyany Machado, Gisele Lourenço Gutierrez, Guilherme Casita e Ricardo dos SantosFotografia: Alex Furquim, Eduardo Mota, Robson Senne, Alexandre Tikamori.Diagramação: Gisele Lourenço GutierrezCataclisma é uma produção independente. Todos os textos são de responsabilidade de seus autores.

Direto do olho do furacão aterrizando em pleno Bloco K da FCAD. Assim nasceu Cataclisma, que chega trazendo um tornado de novi-dades. E a primeira é para o pessoal que acompanhou a MTV nos anos 90: Beavis e Butt Head estão de volta, mais escrotos e estranhos do que nunca. Conheça a história dos moleques mais pirados da TV.

Também fomos atrás de universitários que desistiram no meio do curso. Acredite, isso é mais normal do que se pensa. Normal também é o debate sobre o que está na cabeça de todo bom brasileiro: Copa do Mundo. Será que o Brasil chega lá? E falando em futebol, descobrimos que a mulherada anda invadindo a praia alheia e estão adorando.

Saiba também o que rolou no Zombie Walk 2011, curta as fotos do 1º Halloween FCAD, saiba o que a galera anda pensando na nossa enquete e muito mais.

Boa leituraGisele Lourenço Gutierrez

Charge

Em 2011, somam-se 256 mil vítimas de acidente de trânsito. Dispensa maiores comentários.

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“Quando comecei a faculdade pensava somente em curtir os

barzinhos, festas e mulheres. Após um tempo, vieram notas baixas. Descobri que meu curso não era o meu favorito e desisti”, conta Bruno Gomes, 19, ex-aluno de Engenharia, agora cursando Tecnologia da Informação. Casos como o de Bruno são comuns do que

se imagina nas faculdades brasileiras. Os motivos? Não faltam: falta de afini-dade com o curso e aulas pouco atra-tivas são alguns exemplos.

Estudantes recém saídos do Ensino Médio se vêem obrigados a escolher a carreira muito cedo, com pouca infor-mação. “Poucos colégios dão oportu-

nidade para os alunos conhecerem as profissões oferecidas no mercado”, ex-plica a psicóloga Paula Mostasso, “além disso, poucos alunos têm autoconhec-imento e maturidade suficientes para descobrir o que trilhar para o resto da vida”, diz Paula. Para ela, uma solução interessante, seria que as escolas cri-assem um semestre em que o aluno

pudesse escolher entre disciplinas de várias áreas de conhecimento (Exatas, Humanas e Saúde). “Assim, o número de desistentes seria menor (na univer-sidade) e os estudantes teriam noção

do que gostariam de fazer”, justifica a psicóloga.

Carlos Alexandre Pedroso, 29, for-mado em Direito, enfrentou o proble-ma quando adolescente. “Fiz diversos cursos na minha juventude e descobri a minha vocação com 24 anos”, relem-bra, “nunca é tarde para descobrir isso. Sou muito feliz na minha car-reira e meus erros durante a juventude me ajudaram.”

As desistências acontecem por di-versos motivos, nem sempre está li-

Futuro incerto

“São poucos alu-nos que têm au-

toconhecimento e maturidade sufi-

cientes para desco-brir o que trilhar o

resto da vida.” Paula Mostasso,

psicóloga.

Porque tantos jovens abandonam a universidadeRicardo Santos

Mundo Jovem

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gada a qualidade do curso e da fac-uldade. Muitos imprevistos ocorrem durante os anos na universidade e alu-nos são obrigados a desistir, mesmo querendo continuar. Mayara Novaes, ex-aluna de Jornalismo no Ceunsp, desistiu do curso no segundo semes-tre: “Fiquei grávida durante o curso e não consegui concluir o segundo semestre. Quero voltar quando meu filho estiver maior”, afirma Mayara. Já para Otávio Pavão, também ex-aluno de Jornalismo, a indecisão foi o fator principal da desistência. “Sou melhor em Matemática que em Português”, explica Otavio, “moro em Cabreúva e a região está crescendo muito, por isso quero fazer Engenharia.” Otávio não se arrepende de ter começado o curso de Jornalismo, muito menos da decisão de abandonar o curso e faz planos para o futuro: “pretendo fazer novamente, mas como hobby”, diz.

Claudia Cristina Soares, profes-sora de Biologia no Ensino Médio, acredita que a escola pública não pre-para o aluno para encarar um curso superior. “A forma que os alunos têm para passar no vestibular é decorando tudo, utilizando truques para lembrar tudo na hora da prova, sendo que a base mesmo não existe. Os alunos têm que chegar a universidade com experiência no pensar, no questionar, no refletir, porque é isso que eles vão

ter que fazer no futuro”, enfatiza Clau-dia. Josefina Tranquilin, professora do Ceunsp, acrescenta: “A desistência acontece porque os jovens saem dos colégios despreparados para enfren-tar a vida, não sabem o que querem.” Para Josefina, as expectativas que os alunos trazem para a universidade não condiz com a realidade e quando se dão conta disso, desistem. “Ele (os alunos) vem com a visão que tudo é festa ou então que vão se dar super bem, que vão adorar o curso”, explica, “as expectativas são frustradas porque eles não encontram nem a festa, nem

o chão que eles foram buscar”. A pro-fessora ainda ressalta que a sociedade em que hoje vivemos, que incentiva a competição nem sempre sadia, acaba assustando os mais jovens, o que gera insegurança e a falta de certeza se con-seguirão vencer todos os desafios que aparecem no caminho. Fina ainda diz que não acredita que a desistência do curso é sinônimo de fracasso: “Desis-tir é sinal de coragem. Ficar sem ter o menor interesse é muito mais covarde do que sair e tentar de outra forma buscar a felicidade colocada pela so-ciedade de consumo de hoje”, conclui

a docente.

Porém, tomar a decisão de desistir do curso nem sempre tem como mo-tivo a indecisão do universitário. É o que defende Rafael Maçal, 20, aluno de Publicidade e Propaganda. Para ele, o que levou a muitos de seus colegas a abandonar o curso tem mais a ver com os professores e a maneira como as aulas são ministradas. “As disciplinas mais importantes são as dos primeiros semestre e tive aulas com professores que não preparavam aula, faziam tudo na hora”, relembra Rafael, “com isso, muitos alunos desistiram do curso porque achavam as aulas chatas ou os professores despreparados”, completa. Agnelo Fedel, professor do Ceunsp, discorda e explica: “É complicado ju-lgar todos por conta de apenas de um professor. A instituição oferece todo o apoio para todos (os docentes) desde quando ele é contratado. O aluno pode ter saído por vários fatores e jogar a culpa em alguém, não passa de uma desculpa para não culpar a si próprio”, analisa Agnelo.

Independente do motivo, seja falta de afinidade ou de vontade mesmo, o importante é manter a mente aberta e olho vivo, assim fica mais fácil desco-brir o que se quer da vida. Pois nunca é tarde para descobrir o caminho das pedras, basta querer.

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Bola Brazilis

O ano de 2011 já se foi e, consequente-mente, 2014 está cada vez mais per-

to. E o que tem de tão especial em 2014? A tão esperada COPA DO MUNDO, e o mel-hor: no Brasil!

Muitos brasileiros estão otimistas, esper-ando essa data para largar o trabalho mais cedo, sentar em frente a televisão com os amigos e torcer desesperadamente pela nos-sa seleção. “No meu serviço sempre compen-samos horas quando tem muitos feriados e quando é ano de copa. Já estou disposto há trabalhar algumas horas a mais para poder ver a canarinho brilhando em campo”, disse Lucas Ferraiol, operador de telemarketing. O mundo para perante o futebol, ainda mais os brasileiros, que moram no país que transfor-mou esse esporte em identidade nacional, ele já faz parte da nossa cultura. Já pensou ser hexacampeão em casa? Que maravilha que seria heim!

Mas para que tudo isso possa realmente acontecer, não se pode descuidar da infraes-trutura necessária para que o país possa aco-modar um evento deste porte. Que, por ta-manha grandeza, não se faz da noite para o dia.

Precisamos de estádios novos para supor-tar as multidões de torcedores, aeroportos eficientes espalhados pelo Brasil todo, hotéis para acomodar todos os turistas, organização para poder chegar aos estádios facilmente,

sem perder tempo no trânsito e por último, mas não menos importante, é imprescind-ível pensar em segurança para todos, tanto para os brasileiros como para os estrangei-ros. Mas, o caminhar parece lento demais, será que vai dar tempo de tudo ficar pronto até 2014? Afinal, já está chegando.

O governo se mostra otimista. “Das 12 arenas que receberão jogos, 10 já estão sendo reformadas e nove com o prazo de serem en-tregues até dezembro de 2012. Muito antes da Copa”, afirma a presidente Dilma Rousseff em entrevista sobre o assunto. O Brasil tem muito a ganhar com a copa sendo sediada no país, mas antes dos lucros é preciso gastar, investir. Além disso, em 2016 tem Olimpía-das e, no fim das contas, todas as melhorias realizadas ficarão para os próprios brasilei-ros.

É claro que a tem a turma do contra: muitos brasileiros não querem a realização de tais eventos no país. “Acho que o Brasil não tem tanta capacidade de promover um evento desse porte. Vamos passar vergonha perante o mundo todo”, critica o blogueiro Guilherme Moraes. Mas no fundo, no fundo, que brasileiro não está orgulhoso de poder ver de perto competições que param o mun-do inteiro? Sem contar que, apesar de todo “Cala a boca Galvão” da copa da África, bem que queremos ouvir o locutor oficial de to-das as copas berrando: “ÉHEXA! É HEXA!” em pleno Maracanã.

‘Tá chegando!!!Guilherme Casita

“Das 12 arenas que receberão os jogos, nove serão entregues em

dezembro de 2012.”Dilma Rousseff

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Nós estamos cada vez mais presentes em estádios, an-

damos pelas ruas e exibimos com paixão a camisa do nosso time. Discutimos com a ala masculina de igual para igual nas famosas rodin-has de bares. Damos nossas opin-iões sobre escalações, xingamos os juízes. E, não duvidem, sabemos bem o que é impedimento, tiro-de-meta, lateral, escanteio, falta… Machistas de plantão: sim, nós mulheres gostamos e entendemos de futebol.

No fim do século XIX, o inglês Charles Miller trouxe o futebol para o Brasil. Quase um século de-pois ainda era atividade exclusiva de homem. Existia até um decreto-lei que proibia a prática do esporte por mulheres, que vivendo em uma sociedade extremamente machista, não poderiam nem se quer pensar em bola. Dos anos 1980 para cá a coisa mudou e o tal decreto-lei foi abolido em 1975. E assim, contrar-iando a famosa frase machista de que “lugar de mulher é na cozinha”, nós estamos ganhando cada vez

mais espaço, tanto dentro quanto fora das quatro linhas, e mostran-do que futebol já não é mais coisa só de macho.

Se engana quem acha que, quando nos juntamos, falamos só de bolsas, sapatos, homens e afins. O futebol é assunto frequente en-tre a mulherada, seja naquelas fa-mosas rodinhas, durante o passeio no shopping ou naquela ida básica juntas ao banheiro.

E se vocês, homens, machistas e atrasados, acham que o único as-sunto que falamos são das pernas e da beleza dos jogadores, estão muito enganados. Comentamos sobre a partida, sobre quem jogou melhor ou pior, sobre aquele gol que foi impedido, ou aquela man-cada do juiz em não cobrar aquela falta que poderia ter resultado na vitória do nosso tão amado time. O quê? Você acha que, por sermos femininas e educadas, não xinga-mos o juiz quando ele está errado? Xingamos sim, afinal de contas, “seu juiz”, mexer com o resultado do nosso time é brincadeira, né?

Mulherices Gostamos de sapatos, bolsas, maquiagens e... futebol!Adla Machado

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Desde 2001 o dia 2 de novem-bro, tradicionalmente conhe-

cido como Dia de Finados, não é mais o mesmo. Foi nessa data que, há 10 anos, um grupo de californianos re-solveram invadir as ruas fantasiados... de zumbis! Nascia o Zombie Walk.

No Brasil, a brincadeira começou em 2006 e parece que chegou para ficar. A edição deste ano, em São Paulo, reuniu cerca de 20 mil zum-bis, segundo a Polícia Militar. Campinas também aderiu a festa e realizou sua 3º caminhada zumbi, que ocorreu no dia 31 de outubro.

Zombie Walk São Paulo/2011

Zombie Walk São Paulo/2011

Como sobreviver a um ataque zumbi

Super Manual

1ª Assista a todos os filmes do gêne-ro. Depois de conhecer cada detalhe de The Walking Death e Resident Evil (1, 2, 3, 4...), você não servirá de banquete de morto-vivo nenhum. E não deixe de ler o Guia de sobre-vivência a zumbis, de Max Brooks. Será mais útil do que você imagina.

2ª Compre um facão, um arco e fle-cha ou até mesmo um taco de beise-bol e aprende a usá-los. Infinitamente melhores que armas de fogo: silen-ciosas e não precisam recarregar.

3ª Ok, você pode ter uma arma de fogo, qual melhor sit-uação que não essa para es-tourar alguns miolos por ai?

4ª Seja um ótimo corre-dor, isso ti livrará mais vez-es do que você pode imaginar.

5ª Se for procurar um prédio para se esconder, que seja um supermercado. Pior que mor-rer mordido é morrer de fome.

6ªOs que escandalosos são sempre os primeiros a mor-rer. Portanto, não grite, nunca.

7ª E nunca, jamais, em hipó-tese alguma, seja mordida. Você não terá uma segunda chance!

Eles estão de voltaGisele Gutierrez

Cultura Pop

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A FCAD não ficou de fora dessa. No dia 1º de novembro os monstros esta-vam a solta no Bloco K. Confira o que rolou por lá.

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A INVASÃO

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Tudo o que é demais é veneno Você já saiu e, quando percebeu

que estava sem o celular, voltou para casa somente para buscá-lo? Ficou inquieto porque a conexão com a in-ternet caiu? Não fica mais que cinco minutos sem acessar uma rede social (Orkut, Facebook, Twitter) ou mandar uma mensagem? Cuidado, você pode estar sofrendo de uma síndrome mod-erna: a monofobia.

Definir monofobia não é tão sim-ples. Os especialistas divergem quan-to ao motivo que leva a pessoa a ter medo de ficar sozinha. Mas, no geral, é o medo de ficar incomunicável. E, cla-ro, esse mal se manifesta mais na hu-manidade com o aumento da influên-cia da tecnologia e o surgimento de aparelhos de comunicação portáteis que criou a necessidade que a maio-ria das pessoas tem de se comunicar o tempo todo.

Com a portabilidade oferecida pe-los notebooks, tabletes e smartphones da vida, é possível estar conectado o tempo todo e falar com qualquer pes-soa, de qualquer lugar, a qualquer hora. Se antes os celulares eram utili-

zados somente para ligações, hoje é o que menos fazem. Além de despertar e tocar sua música favorita, acessam

redes sociais, sites de notícias, e-mails, baixam jogos, músicas, passam vídeos, entre outras tantas funções que este

mundo de modernidade e facilidade oferece. Agora imagina tirar tudo isto de uma pessoa que já está acostuma-da? É, segundo os especialistas, como tirar o cigarro de um viciado em ta-baco.

“Se eu ficasse sem internet eu fi-caria desesperada”, afirma a universi-tária Beatriz Peixoto, 18, que se con-sidera uma viciada em comunicação 24 horas. É comum encontrar pessoas que trocaram os bons e velhos diários para contar sobre suas vidas nas mí-dias sociais. “Tudo que eu faço ou vejo alguém ao meu redor fazendo, sinto uma necessidade de comentar em re-des sociais”, conta Beatriz, que ainda completa: “Não sou só viciada em redes sociais, também gosto de estar bem informada a respeito de tudo e a internet proporciona isso sempre que preciso.”

É claro que tanta sede de infor-mações e necessidade de estar o tempo todo conectado gera uma dependên-cia demasiada. Para a psicóloga Paula Mostasso, tudo que é em excesso, faz mal a saúde. “Pessoas que ficam de-pendentes de algum meio de comuni-cação, acabam perdendo o limite entre o aceitável e o vício”, comenta. Para ela, quem divulga sempre detalhes de suas vidas em sites de relacionamentos,

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voltam para casa porque esqueceram o celular, ou se sentem irritados quando perdem a conexão com a internet já estão totalmente dependentes. “Com tudo isso, acabam perdendo o con-trole de suas próprias vidas”, completa a psicóloga.

Mas ao contrário de Beatriz, exis-tem pessoas que conseguem conviver normalmente sem internet ou celular. O estudante de Jornalismo Filipe Gat-ti, 23, depois que terminou o Ensino Médio, fico sem celular, e isso não foi nenhum problema. “Sempre podemos procurar outro meio de comunicação, fiquei cinco anos sem celular e não me fez nenhuma falta”, declara. Mas Filipe acabou se rendendo ao mundo digi-

tal e comprou, pouco tempo, um dos aparelhos que é sonho de consumo de muita gente. “Hoje os celulares não são mais para telefonemas, com eles você pode interagir de várias formas”, conta o estudante, que hoje não sai de casa sem o novo brinquedo. “O que menos faço com ele é ligações”, justifica.

Já para Rogério Calamante, tam-bém estudante de Jornalismo, as re-des sociais não eram importantes. “Eu não utilizava as redes sociais, porque achava sem graça”, conta. Para ele, não fazer parte de nenhuma rede social, o fazia se sentir excluso da sociedade. “Eu me sentia atrasado, ainda mais quando agente estuda comunicação”, completa Rogério, que hoje possui uma conta no Facebook.

Assim como Rogério e Filipe, tantas outras pessoas, cedo ou tarde, com a influência da tecnologia e a facilidade de acesso aos meios de comunicação, acabam se rendendo ao mundo das mídias sociais, e ficar sozinho acaba sendo uma tarefa difícil, para muitas pessoas a mais remota possibilidade de não estar acompanhadas, mesmo

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que seja pelo IPhone, traz uma sen-sação de puro desespero, o que a tor-na monofóbica.

Então o que fazer para amenizar e controlar esses vícios modernos? A psicóloga Paula Mostasso alerta que é necessário avaliar os sintomas vi-síveis e o que as pessoas que sofrem dessa dependência sentem a respeito deles. “Se para elas, estar o tempo todo em comunicação as fazem se sentir presentes perante o mundo, é

necessário verificar em que momento isso tudo começou, para dar início a algum tratamento”. Para Paula, só é necessário tratamento aqueles que tem comportamentos considerados graves perante a situação. E completa: “Com esse mundo globalizado, é im-portante estar em comunicação, mas desde que seja tudo bem moderado e não prejudique a saúde.” É como dizem por ai: tudo o que é demais é veneno.“Tudo que eu faço

ou vejo alguém ao meu redor fazendo, sinto necessidade de comentar em redes

sociais.”Beatriz Peixoto

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Quem nunca ouviu a frase “I’m the great cornholio” dita por Beavis (per-sonagem do desenho), ou então “That suck”, quando os personagens odeiam algum videoclipe e reclamam não sabe o que está perdendo. Beavis and Butt-Head é um desenho norte americano criado em 1993 por Mike Judge e ex-ibido, entre 1994 a 1998, pela MTV.

A história mostra a adolescência de dois garotos delinqüentes que vivem na fictícia cidade de Highland. Lá, eles

arrumam muitos problemas e se aven-turam nas mais diversas situações. Ainda na era pré-internet, Beavis and Butt-Head conquistaram legiões de fãs ao redor do mundo com seus es-tilos despojados e com palavreados pouco comuns na época. Tornaram-se sinônimo de Cult (termo em inglês para algo cultuado, maneiro, clássico).

Mas agora, depois de uma década no ostracismo, eles voltaram com for-ça total na MTV americana. O criador da série afirmou que chegou a hora deles voltarem para tirarem sarro dos realities shows e também do UFC (Ul-timate Fighting Championship). Para quem assistiu as primeiras tempo-radas na década de 90, o sentimento é de estar voltando à adolescência e resgatar a memória, que muitas vezes fica perdida. Para os mais novos é a oportunidade de conhecer um pou-co sobre os desenhos que seus pais e irmãos mais velhos assistiam há dez anos. Guilherme Casita, 19, estudante de jornalismo, acha que desenhos

como este faz lembrar a sua breve ado-lescência rebelde. “Não cheguei a ver as primeiras temporadas na década de 90 porque eu era muito pequeno, mas como meus amigos falam muito bem do desenho, e rola muito palavrão. Não vou perder”, afirma Guilherme.

E é exatamente ai que começam os problemas para Beavis e Butt: Devido ao linguajar inadequado da série, al-gumas pessoas são contra o desenho pelo fato de influenciar negativamente a educação de crianças e transformá-las em pessoas que excedem em suas palavras. Renato Estevez Rocha, 25, Técnico de Informática, concorda. “Eu não tenho nada contra o desen-ho, mas jamais deixaria meu filho ver

Entretenimento

Eles estão de volta:

Ricardo dos Santos

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pelo excesso de palavrões. Acho ina-dequado para menores”, afirma Renato.

Mas Gisele Lourenço, 32, estudante de Jornalismo, acredita que séries an-tigas são melhores que as de agora e que a moda dos remakes acabou por ser um prêmio para os fãs da série. “Beavis and Butt-Head fizeram parte da minha adolescência, e quero vê-los novamente na televisão. Adoro as pia-das deles, tirando sarro de tudo e to-dos. Quero que a molecada veja o que é realmente um desenho bacana”, afirma.

E ela não é a única. Depois de um longo período de descanso da dupla, os milhares de fãs dos meninos re-solveram que era hora de regressar. Movimentos na internet foram or-ganizados pedindo a volta do desen-

ho e o criador da série, as voltas com tantas cobranças, não conseguiu dizer não, assim, o desenho voltou à grade da MTV americana em outubro deste ano e a MTV Brasil já informou que a nova fase da dupla chega à grade da emissora brasileira em 2012, mas ainda sem mês definido para a estréia.

Para o bem ou para o mal, Bea-vis and Butt-Head voltam para sen-tar no trono, vazio desde a série foi interrompida. Seus fãs irão se deli-ciar com suas histórias repletas de sarcasmo e ironias, e para quem não gosta... bem, quem não gosta sempre pode optar em mudar de canal. De qualquer forma, será bom voltar aos anos 90 e relembrar a adolescência, que, com certeza, não seria a mes-ma coisa sem Beavis and Butt-head.

Quem acompanhava a programação da MTV e era fã de Bea-vis e Butt Head, sabe que o ponto alto de cada episódio eram os clássicos comentários que os moleques faziam para algu-mas bandas. E eles não perdoavam ninguém. Confira os melhores:

Para quem: Lars, baterista do MetallicaMúsica: For Whom The Bell Tolls

“Sente e toque bateria do jei-to que você sabe fazer, Lars”

Sem dó!Gisele Gutierrez

Para quem: AC/DCMúsica: Dirty Deeds Done Dirt Cheap

“Esses caras sempre usam as mesmas roupas, isso é legal. Ei, nós sempre usamos as mesmas roupas!”

Para quem: Judas PriestMúsica: Breaking The Law

“Este vídeo é uma merda!!!”

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Sim. Assim as pessoas pensariam melhor antes de juntarem as escovas de dentes.

“Casamento é coisa séria. Tomar decisões pre-cipitadas é mais sério ainda. Aliás, a gente não conhece a pessoa 100%, às vezes só conhecemos depois de muito tempo. Então prá que casar?”Adriana Rodrigues Ribeiro, 32, professora.

Na boca do povo Casamento com prazo de validadeCom a taxa de divórcio beirando os 50%, o México apresenta uma solução que está dando o que falar: casamento com prazo de validade (mínimo de dois anos). E você, concorda?

Foram entrevistadas 22 pessoas entre os dias 13 a 21 de novembro. Destas, quatro não con-cordam com a lei criada no México estipulando um prazo de validade para os casamentos. Duas concordam, alegando que assim as pessoas pensariam melhor antes de se unirem. E 16 pessoas acreditam que a lei deve ser uma opção e não um obrigação para os casais.

Não. Casamento é para a vida toda!

“O casamento deve ser uma união indissolúvel. Eu concordo com o divórcio como último caso. Mas criar um prazo de validade é ridículo, perde a força do sentido de matrimônio. Então somente morem juntos, fiquem noivos, continuem namorando, se mudem para o Oriente Médio e pratiquem a bigamia, ou procure outra pessoa que você realmente se disponha à trocar votos de união eterna (até que a morte os separe).”Guilherme Leme, 20, universitário. Talvez. Deveria ser uma opção para os casais e não uma

obrigação.

“Se a taxa de divórcio está alta assim, os próprios casais já estão decidindo que o casamento tem prazo de validade antes de se casarem, pois não escolhem com prudência com quem se casam e não sabem para quê se casam.”Elaine Exel, 44, diretora de escola.

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Redescobrindo a história

A história da históriaA História e a Arte sempre andaram de mãos dadas, isso não é segredo

para ninguém. No Brasil isso não é diferente e invariavelmente recorre-mos às mais diversas obras para ilustrar a história do país. Mas e quando a arte mascara a verdadeira história. Em muitos aspectos a história do país foi con-struída de modo a parecer muito mais pomposa do que realmente é. Duvida? Então vamos brincar!

O quadro abaixo, de Pedro Américo, é um dos mais famosos (e mentirosos) da nossa história. Eis o desafio: encontre quatro erros históricos da obra de Inde-pendência ou morte. Confira a resposta na próxima edição de Cataclisma.

Gisele Gutierrez

Tirinhas

Super dica Novidades no mundo do cinema, música, games e muito mais.

Chegou quem faltava

Começou no último dia 22 a pré-venda

para o próximo festival que aterriza em

Sampa: o Lollapalooza. Serão dois dias (7

e 8 de abril) e a apresentação pricincipal é

quem faltava: Foo Fighters. Mas quem ten-

tou garantir seu ingresso pelo site do festi-

val está tendo trabalho. “Fiquei da uma da

manhã até as quatro para conseguir fazer

a compra”, conta Rodrigo Rocatto. Persis-

tente o garoto!

ACABOU!!!Está chegando ao fim a história mais mela cueca de todos os tempos: a saga Cre-púsculo manda ver na 1ª parte de Ama-nhecer e (até que enfim!) Bella e Edward (o vampiro mais brilhante da história do cinema) ficarão juntos para toda eterni-dade. A pré estreia foi no último dia 17 e ficará em cartaz até os fãs enjoarem.

Sem Sodoma.Quem nunca assistiu ou leu sobre a máfia? Assunto tão presente no cenário cultural, mas são sempre an-tigos, com cara de velhos, de décadas passadas. É ai que entra Gomorra, livro do italiano Roberto Saviano (que também deu origem ao filme homônimo), que na contramão dos antigos mafiosos, belos e românticos, mostra a violência da máfia italiana.

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Artista do mês

Kandinsky (1866-1944)

“Pintar é um estrondoso choque de mundos opostos predestina-dos a criar juntos, na luta e a partir dela, um novo mundo que se chama obra.” Kandinsky Composição VII, 1913

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