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INTERPROFISSIONAIS CASOS CLÍNICOS

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INTERPROFISSIONAIS

CASOSCLÍNICOS

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FOLHA DE ROSTO CASOS CLÍNICOS INTERPROFISSIONAIS.pdf 1 08/12/2020 10:59:20

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Editora Sanar Ltda.Rua Alceu Amoroso Lima, 172 Caminho das Árvores,Edf. Salvador Office & Pool, 3º andar.CEP: 41820-770, Salvador - BA.Telefone: 0800 337 [email protected]

2020© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem per-missão expressa da Editora.

Título |Editor |

Projeto gráfico e Diagramação |Capa |

Copidesque |Conselho Editorial |

Casos Clínicos InterprofissionaisThalita GaleãoCarlos Augusto Machado e Everton Augusto MachadoMateus MachadoPedro Muxfedlt e Micheline ChahoudCaio Vinicius Menezes NunesPaulo Costa Lima Sandra de Quadros Uzêda Silvio José Albergaria da Silva

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP)

____________________________________________________________________________________________________________ M838c Moreira, Marcel Aureo Farias (org.). Casos Clínicos Interprofissionais: Da teoria à Prática Clínica. / Organizadores: Marcel Aureo Farias Moreira e Janaila Maria de Aguiar Silva.– 1. ed.– Salvador, BA : Editora Sanar, 2020. 240 p.; il.; 16x23 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-65-87930-63-3 1. Casos Clínicos. 2. Condutas. 3. Equipe Médica. 4. Interprofissional. I. Título. II. Assunto. III. Moreira, Marcel Aureo Farias. IV. Silva, Janaila Maria de Aguiar.

CDD 610 CDU 616 ____________________________________________________________________________________________________________ ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Medicina. 2. Medicina Clínica. __________________________________________________________________________________________________

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846

Referência bibliográfica MOREIRA, Marcel Aureo Farias; SILVA, Janaila Maria de Aguiar (org.). Casos Clínicos Interprofissionais. 1. ed. Salvador, BA: Editora Sanar, 2020.

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APRESENTAÇÃO

''Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso, aprendemos sempre’’, assim falava Paulo Freire. Sua fala é tão verdadeira quanto atual. Ao longo dos anos, o conhecimento de saúde foi se ampliando e fragmentando. Novos cursos de saúde foram criados, assim como novas especialidades e até subespecialidades.

E, como ninguém consegue saber tudo, essa fragmentação foi extremamente impor-tante para o aumento do conhecimento nas mais diversas áreas de saber. Contudo, acabou evidenciando ainda mais a nossa limitação individual em muitos saberes e habilidades. No campo da saúde, isso gerou a fragmentação do cuidado e, muitas vezes, restrição da assistência prestada.

Curiosamente, o novo conceito de saúde, vai na contramão disso. Ora, se a saúde é algo holístico, amplo nos sentidos biológico, mental e social, a fragmentação do cuidado inviabiliza a integralidade da assistência, podendo resultar em omissões ou duplicações do cuidado. Diante dessa realidade, o tema interprofissionalidade só cresce. Sendo uma forma de atuação cooperativa, ou seja, operação em conjunto, no âmbito da saúde, a interprofissionalidade proporciona ao paciente uma ótima assistência advinda do ganho de conhecimento proporcionado pelo compartilhamento de saberes de diferentes cate-gorias profissionais da saúde, sem limitar a assistência do cuidado, já que os profissionais se complementam.

Um ponto a ser destacado é que, embora a interprofissionalidade seja aplicável aos mais diversos cenários, contextos e níveis de complexidade, a uniprofissionalidade, a multiprofissionalidade, a pluriprofissionalidade e outras formas de abordagem, ocasional-mente, podem ocorrer paralelamente à interprofissionalidade, em momentos distintos do acompanhamento de saúde de um indivíduo.

Nesse sentido, construímos um livro didático que aborda esse tema ainda pouco co-nhecido por muitos profissionais e estudantes da área de saúde. O tema é estimulado pela Organização Mundial de Saúde e tem sido cada vez mais implantado nos cursos de graduação de saúde no Brasil e no exterior. No entanto, a literatura existente sobre o tema ainda é escassa, sobretudo a nacional.

Nesse livro, o leitor da área da Saúde vai poder conhecer e compreender os conceitos envolvidos e observar como esse processo poderia ocorrer na prática. Ressalta-se que, por ser um conceito relativamente novo, há muitos desafios para essa nova forma de atuação, seja no sistema de saúde público ou privado atualmente vigente no País. Entretanto, o entendimento da interprofissionalidade pelos profissionais e gestores de saúde pode ser justamente o primeiro passo para que as adaptações necessárias ocorram.

Boa leitura!

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AUTORES

Allan Bruno Gomes Sales

Graduado em Medicina pela Universidade de Fortaleza.

Amanda Macêdo Fechine

Acadêmica de Medicina pela Faculdade Santa Maria- FSM. Atualmente faz o 7º período e faz parte do corpode membros da extensão Universitária Liga Acadêmica de Clínica Médica (LACLIM).

Ana Caroline Ximenes Gurgel

Graduada em enfermagem pela Estácio do Ceará. Especialista em terapia intensiva pela Universidade Federal do Ceará (UECE). Doula formada pela GAMA-SP. Terapeuta Holística em iniciação, experiência em saúde da família e da comunidade, atualmente enfermeira em saúde da família em um município do Ceará e empreendedora da área de enfermagem.

Amalia Claudia Facundo de Brito

Assistente Social do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará, atuação na equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Walter Cantídio.

Ana Carla Mesquita Cisne

Acadêmica de Medicina na Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí (FAHESP) / Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba (IESVAP). Atualmente é membro efetivo da Liga Acadêmica de Pneumologia e Doenças Cardiovasculares - LAPEC e diretora científica da Liga Acadê-mica de Pediatria - LAPED. Participante voluntária no Laboratório da Farmacologia da Inflamação e Desordens Gastrointestinais (LAFIDG) na Universidade Federal do Delta do Parnaíba.

Ana Luíza de Azevedo

Estudante do 9° semestre de graduação em Enfermagem pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB). Experiência em Enfermagem em Estomaterapia.

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Ana Ricarlanda Cajaseiras Liberato

Médica formada pela Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte-CE, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Instituto de Medicina Integrado Professor Fernando Figueira – IMIP (RECIFE -PE); com aperfeiçoamento em UROGINECOLOGIA pelo IMIP. Atualmente trabalha no setor de urgência obstétrica do Hospital Geral Dr César Cals em FORTALEZA-CE.

Anderson de Sousa Morais

Graduando em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará. Bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET Saúde Interprofissionalidade). Experiência em Extensão na Atenção Primária, Farmácia Clínica e Auditoria Farmacêutica.

Ana Paula Franco Pacheco

Enfermeira graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Ciências Mé-dicas e Saúde do adulto pela UFSC. Mestre em Ciências Médicas e Educação Estruturada em saúde pela UFSC. Especialista em Medicina Chinesa pela Faculdade Santiago de Compostela - Espanha. Especialista em educação em Diabetes. Profª substituta da Universidade de Brasília (UnB) na área de urgência e emergência e UTI. Atualmente docente de nível superior na Instituição Unieuro - Brasília.

Ana Paula Rocha

Graduanda em enfermagem pela UNINASSAU.

Ana Sara Aguiar Queiroz

Enfermeira pela Universidade Federal do Ceará. Membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Saúde da Mulher e do Assoalho Pélvico (GISMAP). Atuou durante a graduação em educação interprofissional pelo programa PET-SAÚDE.

Antônia Fabiana Ribeiro Correia

Técnico de Agente comunitário de saúde em andamento. Atualmente é Agente Comunitário de Saúde na UAPS Guiomar Arruda.

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Ariane Ambrizzi

Graduada em medicina pela Universidade de Marília (UNIMAR)-2010. Formação como médica psi-quiatra pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP)- 2014. Título de Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) -2015. Médica Psiquiatra dos CAPS II e CAPS AD da cidade de Catanduva. Preceptora do curso de Medicina das Faculdades Integradas Padre Albino (UNIFIPA).

Bárbara Rebeca Fernandes de Farias

Mestranda em Saúde e Sociedade, pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Pós-gra-duanda em Cardiologia e Hemodinâmica, pela Universidade Estadual do Ceará. Pós-graduada em Enfermagem do Trabalho, pela Faculdade Metropolitana de Ciências e Tecnologia. Graduada em Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Atualmente é Enfermeira do Trabalho na empresa de agrobusiness Agrícola Famosa LTDA. Expe-riência em Unidade de Terapia Intensiva, Home Care e Cardiologia.

Camila de Brito Pontes

Mestre em Odontologia pela Universidade de Fortaleza. Graduada em Odontologia pela Universidade de Fortaleza. Especialista em Periodontia pela Academia Cearense de Odontologia.

Augusto Portomeo Cançado Lemos

Acadêmico de Medicina do 4° período na Universidade de Franca- SP.

Beatriz Pereira Vilela

Graduanda de Medicina pela Universidade Federal de Jataí (UFJ). Atualmente cursa o quarto período do curso pela UFJ.

Eberth Beraldo Cançado Lemos

Possui graduação em Nutricão pela UEMG/Passos-MG, graduação em Ciências Econômicas pela Faculdade de Ciências Econômicas Administrativas e Contábeis de Franca-SP e Graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Franca (FDF-SP), mestrado em Direito Privado pela Universidade de Franca (UNIFRAN- SP). Possui MBA em Administração Geral-Gestão Empresarial pela USP/FUNDACE e MBA pela FGV/UEMG - Gestão Empresarial.

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Eloilda Maria de Aguiar Silva

Residente de Clínica Médica do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC - UFC). Pós-graduação em Estudos em Medicina de Emergência (UniBF). Médica pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Felipe Macário dos Santos Rodrigues

Especialista em Terapia Intensiva, pela Residência Multiprofissional do Hospital Universitário Walter Cantídio e Graduado em Farmácia, pela Universidade Federal do Ceará . Atualmente é mestrando em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Ceará e atua como coordenador de Farmácia Clínica em hospital privado na cidade de Fortaleza. Experiência em Farmácia Clínica e Hospitalar.

Francisca Irvna Mesquita Cisne

Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário UNINTA. Atualmente é presidente Local da Fe-deração Internacional das Associações dos Estudantes de Medicina - IFMSA Brazil do comitê local UNINTA. Monitora de farmacologia. É Ligante da Liga Acadêmica de Medicina Intensiva de Sobral (LAMIS). Possui interesse na área de medicina intensiva e gastroenterologia.

Fabiana de Freitas Bombarda Nunes

Mestre e especialista em Estomatologia e Imaginologia pela Faculdade São Leopoldo Mandic - Campinas/SP. Graduada em Odontologia pela Universidade de Maringá/ PR. Habilitação em Odon-tologia Hospitalar pelo Centro Multidisciplinar de Odontologia/RJ. Habilitação em Laserterapia pelo Laboratório Especial de Laser em Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Atualmente é Estomatologista do Centro de Especialidades Odontológicas da Prefeitura Municipal da Serra/ES; Cirurgiã dentista do Hospital Meridional e CIAS-Unimed Vitória; Sócia da empresa Medicina Bucal especializada: atendimento odontológico ambulatorial, hospitalar e domi-ciliar; Membro do Colégio Brasileiro de Odontologia Hospitalar e Intensiva; Membro da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Bucal; Membro da Comissão de Odontologia Hospitalar do CROES; Professora do Curso de graduação em Odontologia da FAESA Centro Universitário e da DOCTUM Rede de Ensino e de vários cursos de pós - graduação. Experiência em oncologia, lesões bucais, câncer de boca, odontogeriatria, cuidados paliativos e atendimento de pacientes com comprometimentos sistêmicos em geral em ambiente hospitalar, ambulatorial e domiciliar.

Felipe Torres Amato

Especialista em Psicodrama Sócio-Educacional e Terapêutico pela Universidade 7 de Setembro. Graduação em Psicologia pela Universidade de Fortaleza. Atualmente é psicoterapeuta clínico com foco individual, casal e familiar, além de ministrar em diversas disciplinas na Especialização em Psicodrama. Experiência em Psicoterapia de Grupo e Recursos Humanos.

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Francisco de Lima Neto

Graduando em Odontologia (UFC) - sendo presidente do Centro Academia Raymundo Gomes, Monitor de periodontia (UFC) - com ênfase em cirurgias periodontais. Membro da Liga de Odonto-logia em Ambiente Hospitalar (UFC) - tendo atuação no Hospital Universitário com pacientes com necessidades especiais. Membro do Núcleo Rondon (UFC) - Com ações extensionistas no âmbito de visitas domiciliares, como no atendimento clínico em unidades básicas de saúde (UBS) e Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no interior do estado e Membro do PET Saúde interprofissio-nalidades SMS/UFC (UFC) - com foco em visitas domiciliares e abordagens nas UBS.

Glacyana da Silva Pinheiro

Farmacêutica graduada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente atua como farmacêuti-ca no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart, com ênfase em farmácia clínica e Stewardship.

Gustavo Nelson Martins Leao Gondim

Graduado em Nutrição pela Universidade de Fortaleza. Atualmente membro do grupo de pesquisa metabolismo dos nutrientes na prática clínica.

Francisco Vandecir da Silva

Estudante de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará. Extensionista do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde - PETSAÚDE UFC. Membro da liga de Fisioterapia Cardiovascular da UFC e do Grupo de Pesquisa em Fisioterapia Cardiorrespiratória - INSPIRAFISIO UFC. Experiência em visita domiciliar e atenção de pacientes diabéticos.

Gleyce de Melo Falcão Monteiro

Pós-graduanda em Terapia Intensiva Adulto. Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio do Recife. Com experiência em dermatofuncional e traumato-ortopedia.

Hiroki Shinkai

Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará. Médico de Família e Comunidade, pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Especialista em Geriatria pela Escola de Saúde Pública do Ceará. Atualmente é professor da Universidade Federal do Ceará e da Universidade INTA.

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Idarlana Sousa Silva

Enfermeira graduada pela Universidade Federal do Ceará. Possui interesse nas áreas de Saúde do Adulto e Saúde da Família. Atua como preceptora de estágio na Atenção Básica, na disciplina de Saúde Coletiva da Faculdade Uninta Itapipoca.

Janaila Maria de Aguiar Silva

Graduanda em Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do PET-SAÚDE Inter-profissionalidade da UFC. Ex-membro da Liga de Estudos em Doenças Infecciosas (LEDI) da UFC. Ex-voluntária do PET-SAÚDE GraduaSUS da Universidade de Pernambuco (UPE).

Jorge Luís Maia Morais

Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará. Bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade). Atuação em Cuidados Paliativos.

Jéssica Silva Araújo

Acadêmica em Educação Física - Licenciatura, pela Universidade Federal de Goiás, campus de Jataí.

Ilana D'Avila Fonteles de Sousa

Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Federal do Ceará. Extensionista no Projeto de Fisio-terapia na Saúde da Mulher - PROFISM e bolsista PIBIC.

Joice Fabricio de Souza

Mestranda em Saúde Coletiva pela Universidade de Fortaleza, atuando na linha de Pesquisa: Ciências Sociais e Epistemologia em Saúde. Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte. Atualmente é bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico e dedica-se exclusivamente ao mestrado. Integrante do Grupo de Pesqui-sa Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde- GPLIN/URCA. Tem experiência em Formação em Saúde e Promoção da Saúde de grupos sociais vulneráveis.

Jardel Harison da Costa Freitas

Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará. Experiência em Saúde Coletiva.

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José Marcos Sousa Rodrigues Filho

Farmacêutico formado pela Universidade Federal do Ceará e mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Ceará.

Laís Araújo Souto

Acadêmica do sexto período de medicina do Centro Universitário de Brasília- UniCEUB.

Julyana Ribeiro Leal

Graduada em Psicologia, com pós-graduação em andamento em Avaliação Psicológica. Atualmente atua como psicóloga clinica na Aura Saúde e no Espaço Recriar. Experiência no atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e psicologia organizacional.

Liane Carvalho de Brito de Souza

Doutoranda em Anestesiologia, Ciências Cirúrgicas e Medicina Perioperatória pela Universidade de São Paulo(USP). Residência Médica em Anestesiologia no Hospital do Servidor Público Esta-dual Francisco Morato de Oliveira. Área de Atuação em Medicina da Dor e Cuidados Paliativos pela AMB-SBA. Graduação em Medicina na Universidade Federal do Piauí. Atualmente é Coor-denadora do Serviço de Dor do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará. EBSERH.

Juarez Lobo Bessa

Psiquiatra membro titular da Associação Brasileira de Psiquiatria. Psiquiatra Forense. Professor da disciplina de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí (FAHESP/IESVAP). Mestrando em Criminologia Forense pela Universidad de Ciencias, Empresariales y Sociales (UCES - Buenos Aires AR).

Laise Cajuba Almeida Britto

Residência Médica em Neonatologia na Maternidade Escola Assis Chateaubriand pela Universidade Federal do Ceará. Residência Médica em Pediatria no Hospital Regional de Taguatinga pela Secre-taria de Saúde do Distrito Federal. Graduada em Medicina - FACIPLAC - DF. Professora da UFPI e da FAHESP/IESVAP.

Kelton de Oliveira Conceição

Acadêmico do quarto período de medicina do Centro Universitário de Brasília - UniCEUB.

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Luana de Sousa Marques

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário INTA. Atualmente atua na área clínica em consultó-rio. Tem experiência hospitalar através de estágio extracurricular no Hospital do Coração de Sobral.

Marcel Aureo Farias Moreira

Graduado em Medicina pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Autor-coordenador do Livro Ma-nual Prático de Habilidades e Procedimentos Médicos da Editora Sanar. É colunista mensal do site SanarMed, plataforma de artigos médicos.

Maria Luíza Rocha Barreto de Carvalho

Mestre em Saúde da Família pela Universidade Federal do Ceará/RENASF/Fiocruz. Graduada em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará. Especialista em Saúde da Família e Comunidade pela Universidade Estadual do Ceará e especialista em Dentística Restauradora pela Associação Brasileira de Odontologia. Atualmente exerce a função de cirurgiã-dentista da Estratégia Saúde da Família na Prefeitura Municipal de Fortaleza. É preceptora de campo do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde/Interprofissionalidade) e atua como docente no curso de graduação em Odontologia do Centro Universitário Fametro.

Lucas Soares Vasconcelos

Pós-Graduando em Saúde da Família e Comunidade pela Escola de Saúde Pública do Ceará. Graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará. Atua na Atenção Básica como Psicólogo Residente em Saúde da Família e Comunidade. Possui experiência na área de Psico-logia, atuando nos seguintes temas: Interprofissionalidade; Políticas Públicas; Saúde Mental e Reforma Psiquiátrica.

Maria Juliana Vieira Lima

Mestra em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará. Especialista em Pediatria pelo programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará, em parceria com o Hospital Infantil Albert Sabin. Especialista em Psicologia da Saúde pelo Conselho Regional de Psicologia. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará. Atua como psicóloga hospitalar e psi-cóloga clínica. Tem experiência na área de pesquisa em Psicologia Hospitalar, Psicologia da Saúde, Ética e Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: terminalidade, cuidados paliativos, infância e adolescência, gestalt-terapia.

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Maria Vanessa Tomé Bandeira de Sousa

Enfermeira da Equipe de Cuidados Paliativos do Complexo Hospitalar Universitário Walter Cantidio da Universidade Federal do Ceará. Enfermeira do Instituto Dr. José Frota, atuando em emergência e Comissão de doação de órgãos e tecidos para transplantes.

Marta Flávia Freire Teles

Graduanda em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza.

Monalisa Mesquita Arcanjo

Graduanda em enfermagem pelo Centro Universitário UNINTA.

Nayara Ferreira de Abreu

Graduanda em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto na Universidade de São Paulo. Atualmente é Segunda Secretária da Liga Acadêmica de Estomatologia de Ribeirão Preto.

Mario Aureo Gomes Moreira

Graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará - UFC (1998) e Doutorado em Odontologia - Dentística - Facultade de Odontologia -Universidade de Granada (Espanha) (2004). Pós-doutorado na Universidade de Nova York (2016). Professor Associado do Curso de Graduação em Odontologia da UFC (campus Sobral). Experiência na área de Odontologia, com ênfase em Dentística e Materiais Dentários.

Matheus Henrique de Abreu Araujo

Especialista em Movimento Humano e Especialista em Metodologia do Treinamento Esportivo de Alto Rendimento, pela Universidade Estadual de Goiás. Graduado em Educação Física, pela Universidade Es-tadual de Goiás. Atualmente, graduando em Medicina pela Universidade Federal de Jataí e acadêmico da especialização, em andamento, em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício Físico, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP). Experiência na área de Treinamento Esportivo e Personal Trainer.

Myrian Machado de Paula Silveira

Mestrada do Programa de Pós-Graduação em Neurociências na Faculdade Federal de Minas Gerais. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, com ênfase em Psicologia Clínica. Experiência em Neuropsicologia e Terapia cognitivo-comportamental e familiar.

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Nayra Raquel Pontes De Carvalho

Pós-Graduanda em Nutrição aplicada a Gastronomia pela Faculdade Unyleya. Graduada em Nutrição pela Universidade Estadual do Ceará, com ênfase em Nutrição Clínica. Atualmente é Nutricionista Clí-nica no Espaço Moviment, Clínica de Fisioterapia em Fortaleza. Experiência em Alimentação Coletiva.

Rebecca Emanuelle Freitas Lima

Graduada em Nutrição pela Universidade de Fortaleza. Pós graduanda em Nutrição Clínica e Fun-cional no Centro de Nutrição Funcional. Experiência em Nutrição Clínica.

Ricardo Hosanã Dias da Silva

Graduado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física. Membro do grupo de pes-quisa Exercício Físico e Doenças Crônicas não Transmissíveis ESEF-UPE. Atualmente trabalha como personal trainer e professor de musculação.

Sarah Rodrigues Basílio

Graduanda em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral.

Pedro Henrique Alves da Silva

Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará. Bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET - Saúde/Interprofissionalidade). Experiência em Psicogerontologia e em Atenção Primária em Saúde.

Renato Abritta Zacarias

Graduando de Medicina pela União das Faculdades dos Grandes Lagos. Ex-diretor da AGEACAC em Portugal. Atualmente é o diretor responsável pelos projetos Mamma Africa e Samadhi.

Ronikelson Rodrigues

Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela Faculdade Inspirar. Atualmente é gerente do serviço de fisioterapia intensiva do Hospital e Maternidade Dra Zilda Arns Neumann - Fortaleza/Ceará.

Taís Sousa dos Santos

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará.

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Tatiana Costa Athayde

Psicóloga e neuropsicóloga clínica. Facilitadora na Pós-graduação de Psicologia Hospitalar do Escutha Psi. Facilitadora de treinamentos. Graduação em Psicologia na Unifor. Especialização em Neurop-sicologia pela Unichristus. Especialização em Psicodrama pela Fa7. Pós-Graduação em Transtornos Ansioso e Depressivo no Hospital Israelita Albert Einstein.

Tatiana Moreira Ferreira

Bacharela em Saúde pela Universidade Federal da Bahia. Graduanda em Odontologia pela Univer-sidade Federal do Ceará.

Vanessa Alves Gheller Antunes

Graduada em Nutrição pela Universidade de Fortaleza. Pós-graduanda em Nutrição Clinica e Fun-cional pela VP Centro de Nutrição Funcional. Experiência em nutrição clínica.

Tatiana Monteiro Fiúza

Medica pela Universidade Federal de MG, titulo de especialista em MFC pela SBMFC, especialização em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas de MG. Mestre em Saúde Pública pela UFC. Doutora em Saúde Coletiva pela UFC.

Vanderlânia Macêdo Coêlho Marques

Mestranda em saúde Coletiva pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Graduada em Enfermagem pela Universidade Leão Sampaio (UNILEAO). Pós Graduada em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família (UNINTER). Atualmente Enfermeira Hospital São Camilo (FORTALEZA). Experiência em Cuidados Paliativos, Maternidade, Pacientes Transplantados Hepático e Renal, Clínica Médica e Cirúrgica. Membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Membro do Grupo de Pesquisa Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde (GPCLIN).

Yngrid Dos Anjos Monteiro

Acadêmica do quarto período de odontologia na faculdade DOCTUM-SERRA. Membro da LIHOFES.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO À INTERPROFISSIONALIDADE ....................................................... 21

1. CONCEITOS ........................................................................................................................... 212. HISTÓRICO ............................................................................................................................253. EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL ....................................................................................254. ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL ........................................................................................285. A INTERPROFISSIONALIDADE NO BRASIL .......................................................................29

2. A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE PARA O TRABALHO EM EQUIPE ....... 33

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................331. O QUE É A PRÁTICA COLABORATIVA? ..............................................................................332. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA COLABORATIVA NA ASSISTÊNCIA ...............................343. COMO A EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL QUALIFICA O PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA UMA PRÁTICA COLABORATIVA? ...................................................................344. O BINÔMIO ENSINO-SERVIÇO ...........................................................................................365. FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL E SUAS ESPECIFICIDADES .....................................376. POTENCIALIDADES E DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA EIP NA FORMAÇÃOPROFISSIONAL .........................................................................................................................38

3. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DE DOENTES CRÔNICOS ............................ 43

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................431. CASO CLÍNICO ......................................................................................................................491.1 Abordagem da obesidade e alimentação descompensada ......................................501.1.2 Formulário PAR-Q ...........................................................................................................521.2 Abordagem da Diabetes Mellitus ...................................................................................531.3 Abordagem da Hipertensão Arterial .............................................................................53

4. ATENÇÃO INTERPROFISSIONAL NA SAÚDE DA MULHER .................................... 59

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................591. CASO CLÍNICO .....................................................................................................................592. DISCUSSÃO INTERPROFISSIONAL ....................................................................................603. ABORDANDO A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO ................................................. 614. ABORDAGEM DAS QUESTÕES PSICOLÓGICAS ..............................................................635. ABORDANDO MUDANÇAS DE ESTILO DE VIDA .............................................................646. INTERVENÇÃO CONJUNTA DA EQUIPE INTERPROFISSIONAL .....................................65

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5. SAÚDE DO HOMEM NO CONTEXTO INTERDISCIPLINAR:

ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS ........................................................................ 69

1. A ORIGEM DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM (PNAISH) E OS ENTRAVES PARA A IMPLEMENTAÇÃO .......................................692. O HOMEM, AS CONDIÇÕES DE SAÚDE E OS ENTRAVES PARA O AUTOCUIDADO:UMA PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL ...............................................................................713. O HOMEM E A VIOLÊNCIA .................................................................................................754. SAÚDE SEXUAL/ REPRODUTIVA E MASCULINIDADE ....................................................775. CASO CLÍNICO ......................................................................................................................775.1. EXAME FÍSICO ....................................................................................................................78

6. ATENÇÃO INTERPROFISSIONAL NA SAÚDE MENTAL .......................................... 87

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................871. ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL ....................................................882. UM OLHAR SOBRE A DEPRESSÃO: CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES .......................893. CASO CLÍNICO ......................................................................................................................904. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................94

7. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL NA SAÚDE DO PACIENTE PEDIÁTRICO ..... 97

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................971. CASO CLÍNICO ......................................................................................................................982. ACOLHIMENTO.....................................................................................................................993. ATENDIMENTO ...................................................................................................................1004. NOTIFICAÇÃO .....................................................................................................................1015. SEGUIMENTO .....................................................................................................................102

8. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL NA SAÚDE DO PACIENTE ADOLESCENTE .....105

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1051. CASO CLÍNICO ....................................................................................................................1071.1 Abordagem da bulimia nervosa ...................................................................................1081.2 Abordagem da lesão de cárie ativa cavitada, perimólise e xerostomia................1091.3 Abordagem das deficiências nutricionais ................................................................... 1101.4 Abordagem das questões psicológicas ....................................................................... 110

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9. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL NA SAÚDE DO PACIENTE IDOSO ............. 115

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1151. CASO CLÍNICO .................................................................................................................... 1171.1 Construção do Projeto Terapêutico Singular com a equipe interprofissional .....1211.2 Abordagem à PAC (queixa principal) ...........................................................................1231.3 Abordagem à Depressão ...............................................................................................127

10. INTERPROFISSIONALIDADE NA VISITA DOMICILIAR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

À SAÚDE ...................................................................................................................... 131

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1311. CASO CLÍNICO ....................................................................................................................1332. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO .........................................................................................1343. PROPOSTAS PREVENTIVAS E PROMOÇÃO EM SAÚDE ................................................1344. PROPOSTAS DE TRATAMENTO ........................................................................................1355. ANEXOS ...............................................................................................................................139

11. PRÉ-NATAL INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ............ 145

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1452. CASO CLÍNICO ...................................................................................................................1462.1 Principais questões-problema do caso .......................................................................1472.1.1 Pré-natal de início tardio .............................................................................................1472.1.2 Abordagem da gravidez na adolescência ................................................................1482.1.3 Abordagem da odontalgia ..........................................................................................1482.1.4 Abordagem da lombalgia............................................................................................1492.1.5 Abordagem das náuseas ............................................................................................1502.1.6 Abordagem das questões familiares ........................................................................ 1512.1.7 Abordagem do aconselhamento em contracepção ............................................... 1513. SAIBA MAIS .........................................................................................................................152

12. A INTERPROFISSIONALIDADE NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE............. 155

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1551. CASO CLÍNICO ....................................................................................................................1562. ANEXO .................................................................................................................................162

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13. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DO PACIENTE INTERNADO EM

ENFERMARIA .............................................................................................................. 167

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1671. CASO CLÍNICO ....................................................................................................................1692. ABORDAGEM DA ENFERMAGEM ...................................................................................1703. ABORDAGENS ODONTOLÓGICAS .................................................................................. 1714. ABORDAGENS NUTRICIONAIS ........................................................................................1735. ABORDAGENS PSICOLÓGICAS ........................................................................................175

14. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DO PACIENTE EM TERAPIA INTENSIVA ......179

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1791. CASO CLÍNICO ....................................................................................................................1832. PROPOSTAS TERAPÊUTICAS ............................................................................................185

15. ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS .................. 197

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1971. CASO CLÍNICO ....................................................................................................................2012. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................206

16. TRAZENDO PARA A ATUALIDADE A INTERPROFISSIONALIDADE FRENTE

À COVID-19 .................................................................................................................. 209

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................2091. SISTEMA DE SAÚDE E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO À EPIDEMIA .........2102. COVID-19 NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE ..................................................................... 2123. CASO CLÍNICO .................................................................................................................... 2134. COVID-19 NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA ....................................................................... 2175. PROBLEMAS BIOPSICOSSOCIAIS RELACIONADOS À PANDEMIA .............................2176. TELEATENDIMENTO DE SAÚDE .......................................................................................2197. A IMPORTÂNCIA DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA NA TOMADA DE DECISÕES ................220

17. A INTERPROFISSIONALIDADE NAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E

COMPLEMENTARES .................................................................................................... 225

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................2251. CASO CLÍNICO  ...................................................................................................................2292. CONCLUSÃO .......................................................................................................................234

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43

CAPÍTULO

03

INTRODUÇÃO

Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são definidas como condição afetada pelo estilo de vida, fatores genéticos e socio-econômicos, contribuindo, após se instalar e sem tratamento correto, para uma inflamação progressiva em todo organismo. São doenças multifatoriais relacionadas a determinados fatores de risco modificáveis que contam com uma abordagem comum para sua prevenção. Dentre eles, destacam-se o tabagismo, o consu-mo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, as dislipidemias, a alimentação não saudável e a inatividade física. Pequenas mudanças nestes fatores podem ter um enorme impacto na redu-ção de mortes e incapacidades1,2.

Em 2019, de acordo com a World Health Or-ganization (WHO), as doenças cardiovasculares foram apontadas entre as DCNT mais frequen-tes, sendo responsáveis pelo maior número de mortes por doenças crônicas não transmissí-veis ao causar 17,9 milhões de pessoas por ano. Outro quadro bastante presente é a Diabetes Mellitus, que afetou 422 milhões de pessoas, provocando a morte de 1,6 milhão de indiví-duos. No Brasil, em 2016, a doença atingiu em sua maioria idosos e pessoas do sexo feminino, alcançando no total 72,7 mil mortes3.

Em 2018, o câncer (CA) foi responsável por 9,6 milhões de mortes no mundo, sendo mais comuns os cânceres de mama e próstata. No Brasil, foram 559 mil diagnósticos de CA e 243 mil mortes. Por fim, foi visto que as Doenças Respiratórias Crônicas também afetam alto número da população global (235 milhões),

sendo mais comum o quadro de asma e mais prevalente na faixa etária infantil. Além disso, a maioria das mortes é causada por Doença Pul-monar Obstrutiva Crônica, com a mortalidade atingindo mais de 3 milhões de indivíduos no mundo3.

Em virtude disso, é necessário maior aten-ção para esses quadros patológicos que atingem grande parte da população mundial. Entretan-to, em 2017, foi visto que poucas pessoas conse-guem assistência no Brasil para tratamento de doenças cardiovasculares (menos de 25%), mes-mo sendo o grupo de DCNT que mais acomete a população. Esse valor reflete no manuseio ina-dequado do tratamento das DCNT3.

Nas últimas décadas, observa-se um pro-cesso de transição epidemiológica com reper-cussões na saúde mundial. Com ele, as DCNT ultrapassaram as doenças infecciosas, tornan-do-se as principais causas de morte e incapaci-dades6. Dessa forma, com objetivo de melhorar o quadro de DCNT, entre outras condições que acometem a população global, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2016, jun-tamente com Estados membros, elaborou um plano de ação para Educação Interprofissional em Saúde (EIP), definida como a interação entre profissionais da saúde, promovendo aprendiza-do e consequentemente melhoria na qualidade da saúde, enfatizando colaboração de todas as áreas, trabalho em equipe e centralização no indivíduo, seguindo os princípios do SUS4.

De acordo com um estudo realizado no Rio Grande do Sul, algumas dificuldades foram en-

Autores: Rebecca Emanuelle Freitas Lima, Allan Bruno Gomes Sales, Ricardo Hosanã Dias da Silva, Marta Flávia Freire Teles

ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DE DOENTES CRÔNICOS

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CAPÍTULO 3

contradas no processo de cuidado no enfrenta-mento às DCNT, como falta de vínculo da po-pulação com as equipes de saúde, ineficiência da prática diante da grande demanda e da des-responsabilização de profissionais pelo usuário diante de problemas na rede de atenção, deven-

do essa experiência alertar quanto à necessida-de de planejamento e capacitação permanente para todos os profissionais de saúde, os quais, em suas áreas, poderão agregar no desenvolvi-mento do cuidado ao indivíduo5.

Fatores de risco

Principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissiveis segundo anos de vida ajustados por incapacidade, de acordo com sexo e faixa etária

15 a 49 anos 50 a 69 anos

Homens Mulheres Homens Mulheres

1 Consumo de álcool Alto índice de massa corporal Pressão arterial elevada Alto índice de massa corporal

2 Alto índice de massa corporal Consumo de álcool Alto índice de massa corporal Pressão arterial elevada

3 Pressão arterial elevada Glicose alta no sangue Hábito de fumar Glicose alta no sangue

4 Colesterol total elevado Pressão arterial elevada Glicose alta no sangue Hábito de fumar

5 Glicose alta no sangue Hábito de fumar Consumo de álcool Colesterol total elevado

6 Consumo de drogas Consumo de drogas Colesterol total elevado Consumo de álcool

7 Hábito de fumar Colesterol total elevadoDieta deficiente em castanhas

e sementesFunção renal prejudicada

8Dieta deficiente em castanhas

e sementesRiscos ergonômicos Função renal prejudicada

Dieta deficiente em castanhas e sementes

9 Riscos ergonômicos Sexo sem proteção Dieta deficiente em vegetais Dieta deficiente em vegetais

10 Dieta deficiente em vegetais Função renal prejudicada Partículas em suspensão Partículas em suspensão

11 Dieta deficiente em frutasDieta deficiente em castanhas

e sementesDieta rica em sódio Falta de atividade física

12 Função renal prejudicada Dieta deficiente em vegetais Dieta deficiente em frutas Carcinógenos ocupacionais

13 Partículas em suspensão Dieta deficiente em frutas Carcinógenos ocupacionais Dieta deficiente em frutas

14 Carcinógenos ocupacionais Partículas em suspensão Falta de atividade física Sexo sem proteção

15 Dieta deficiente em fibrasDieta deficiente em grãos

integraisDieta deficiente em ômega-3 Dieta rica em sódio

16 Dieta deficiente em ômega-3 Carcinógenos ocupacionais Dieta deficiente em fibrasDieta deficiente em grãos

integrais

17 Dieta rica em sódio Dieta deficiente em fibras Tabagismo passivo Dieta deficiente em ômega-3

18Dieta deficiente em grãos

integraisTabagismo passivo Riscos ergonômicos Tabagismo passivo

19 Falta de atividade física Falta de atividade físicaDieta deficiente em grãos

integraisDieta deficiente em fibras

20 Ruído ocupacional Dieta deficiente em ômega-3 Exposição a chumbo Riscos ergonômicos

21 Tabagismo passivo Dieta rica em sódio Ruído ocupacional Consumo de drogas

22 Exposição a chumbo Ruído ocupacional Consumo de drogas Exposição a chumbo

Fonte: Adaptado7

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ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DE DOENTES CRÔNICOS

Diante disso, a medicina preventiva envol-ve uma prática consciente de educação para a saúde e cabe ao médico, bem como aos demais profissionais da saúde, investigar os hábitos de vida e aspectos sociais de cada paciente, além de conhecer as medidas preventivas es-pecíficas, o custo de suas aplicações e a reação dos pacientes. O médico deve dar atenção es-pecial aos pacientes em aparente comprome-timento do estado de saúde e estender seus serviços preventivos, sempre que possível, a toda família, considerada como unidade so-cial básica8.

Neste cenário, o enfermeiro também exer-ce sua participação pautada no julgamento clínico e no conhecimento científico por meio da consulta de enfermagem, pautada na Lei n°7.498/86, estabelecida pelo anexo I da Portaria n°648/2006, posteriormente alterada pela Portaria n°1.625/2007 do Ministério da Saúde. Desde 1993, com base em resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a consulta de enfermagem é obrigatória em todos os níveis de assistência à saúde em ins-tituições públicas e privadas9.

A enfermagem é responsável pelo cuidado nos diversos níveis de atenção à saúde, subsi-diada por diferentes teorias que auxiliam na assistência do indivíduo de forma integral e individualizada. Por meio do Processo de En-fermagem (PE), o enfermeiro identifica neces-sidades daqueles que estão sob seus cuidados e estabelece um fluxo de comunicação entre pa-ciente e enfermeiro, assim como entre os pro-fissionais de saúde que atuam na unidade10.

Segundo Silva et al11, o processo sistematizado do cuidado de Enfermagem no Brasil foi desen-volvido com raízes na teoria de Wanda Horta, por meio de um modelo teórico próprio, com ações organizadas e interrelacionadas prati-cadas de forma dinâmica que visam à assis-tência integral ao ser humano. A promoção, a prevenção, a recuperação e a reabilitação da saúde do indivíduo, da família e da comuni-dade, subsidiada pelo Processo de Enferma-gem (PE) e pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), consistem no foco da

Enfermagem. O trabalho do enfermeiro, res-ponsável pela implementação da SAE e de seus recursos metodológicos, como o Processo de Enfermagem, requer disposição, conheci-mento científico e habilidade para o julga-mento clínico necessário para o desenvolvi-mento do método10.

Além da consulta de enfermagem, que é um atendimento individualizado, o enfer-meiro, em sua práxis, desenvolve a visita do-miciliar e o atendimento coletivo, além de considerar os determinantes sociais. Isso per-mite identificar condutas ampliadas, pensan-do no conceito positivo de saúde e na pessoa em sua integralidade. Também se percebem ações mais tecnicistas. Portanto, é necessá-rio instigar os profissionais a desenvolverem mais práticas ampliadas, que já fazem parte do seu processo de trabalho, mas nem sempre de maneira contínua11.

A atuação do enfermeiro permite avaliar as necessidades do cliente com DCNT, assim como as variáveis que interferem em seu tra-tamento, permitindo um espaço de descober-ta, interação e favorecendo uma abordagem mais precisa e próxima da realidade do pa-ciente. Entretanto, a qualidade dessa consulta pode ser influenciada por fatores que incluem dificuldades pessoais dos profissionais e difi-culdades estruturais e organizacionais da ins-tituição de saúde12.

O processo de educação em saúde é faci-litado quando o enfermeiro mantém uma relação de empatia com o usuário durante a consulta. A relação de quem cuida com quem é cuidado requer compreensão sobre a visão de mundo. Tal atitude será concretizada pela escuta atenciosa, permitindo a expressão de sentimentos, crenças, valores e aspectos gerais sobre o cumprimento ou não do tratamento13.

Entende-se que a orientação é uma ferra-menta que permite ao profissional de enfer-magem promover o cuidado através da edu-cação em saúde no momento da consulta de enfermagem, pois proporciona ao paciente o conhecimento quanto aos meios para con-trolar a doença, contribuindo para a preven-

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ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DE DOENTES CRÔNICOS

1. CASO CLÍNICO

de 40,83 kg/m² indicando obesidade grau III. Aferição da PA no valor de 160 x 100 mmHg, glicemia em jejum de 320 mg/dl, FC de 99 bpm, FR de 16 irpm. Pele íntegra com algu-mas marcas de sol. Cavidade oral preservada, fazendo uso de prótese dentária. Apresenta abdome globoso por adiposidade, sem visce-romegalias e dor à palpação superficial e pro-funda, RHA presentes, sem manchas. Mem-bros inferiores edemaciados bilateralmente, sinal de Godet positivo com graduação de 3+, com limitações na mobilidade devido ao des-conforto, presença de calos, perda de sensibi-lidade e fissuras nos pés.

Medicações de uso contínuo: hipoglice-miante oral e anti-hipertensivo, relatando que às vezes esquece de tomar ou toma em horários irregulares.

Após realização de todo atendimento ini-cial, com coleta de todos os dados pela equi-pe de saúde, foi iniciado acompanhamento individualizado e contínuo diante de com-plicações da paciente devido ao seu quadro patológico atual. Foi realizada uma reunião com toda a equipe para discussão do caso e desenvolvimento de um plano terapêutico interprofissional, visando ao melhor prog-nóstico, buscando incentivar a adesão da paciente ao tratamento e autocuidado, sendo valorizado no processo a participação de cada profissional. Sendo assim, o cuidado prestado à paciente foi realizado mediante um acordo entre os profissionais da saúde.

Problemas encontrados

a) Obesidade e alimentação descompensada;b) Diabetes Mellitus (DM);c) Hipertensão arterial.

O tratamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis é complexo e envolve vários profissionais de saúde. Deve ser individualiza-do, sob supervisão idealmente interprofissional

Paciente A.B.F.L., sexo feminino, 55 anos, casada, trabalha como diarista, reside em casa própria com marido e filha. Compareceu à Unidade Básica de Saúde (UBS) trazendo queixas de cefaleia intensa, polidipsia, poliú-ria, alterações visuais e edema. Há 4 anos, foi diagnosticada com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e Hipertensão Arterial. Relatou que a mãe faleceu aos 78 anos devido a um AVC e o pai faleceu aos 80 anos devido a um câncer de próstata. Afirma ser fumante há 20 anos, fa-zendo uso de uma cartela de cigarro por dia, é obesa, sedentária e nega etilismo. Além disso, nega lesões em órgãos-alvo.

Reside em casa própria com saneamento básico. Na consulta com a enfermagem, co-mentou que realiza quatro refeições ao longo do dia (desjejum, almoço, jantar e ceia), com mastigação rápida, apresentando ingestão hídrica de 2,5 litros, possui aversão a frutas e alimentos com gosto amargo e/ou azedo, negando tabus alimentares, com preferên-cias por refrigerantes e pizzas. Além disso, apresenta consumo excessivo de carboidratos simples, como açúcares utilizados para ado-çar preparações, tapioca, arroz branco, batata inglesa e produtos industrializados. Afirmou ainda ter relação de “descontar estresses” na alimentação, comendo de forma exacerbada. Relatou ter sono interrompido em algumas noites por morar perto de um restaurante onde ocorrem apresentações ao vivo, além de não possuir tempo suficiente para repousar, pois trabalha seis dias da semana realizando faxinas em locais diferentes e em seu dia de folga, normalmente aos domingos, trabalha em sua casa. Descreveu ter hábito intestinal com frequência de duas a três vezes por dia, com aumento nos últimos dias das elimina-ções urinárias. Alegou ausência de relações sexuais há quatro anos. Relatou que não re-aliza nenhuma atividade física.

Exame físico: altura de 1,55 m, peso de 98 kg, circunferência abdominal de 90 cm, IMC

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CAPÍTULO 3

contínua e mantido quando seguro e efetivo. O tratamento farmacológico inicia-se como for-ma de impedir a progressão da doença para um estágio mais grave e prevenir complicações e deterioração posterior da paciente28.

1.1 Abordagem da obesidade e alimentação descompensada

Por se tratar de uma doença crônica de-terminada por diversos fatores ambientais, genéticos e psicossociais, o tratamento do paciente obeso tem grande probabilidade de fracasso se feito por apenas um profissional, seja ele de qualquer especialidade, sendo fun-damental o apoio de uma equipe com profis-sionais de saúde de diferentes áreas42.

O tratamento farmacológico da obesidade pode estar indicado nos seguintes critérios: 1) IMC maior ou igual a 30 kg/m²; 2) IMC maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² na presença de co-morbidades (dependendo do medicamento); 3) falha em perder peso com tratamento não farmacológico (história prévia de fracasso com tentativa de dieta com restrição calórica é suficiente)28.

Existem três medicamentos aprovados para tratamento da obesidade no Brasil: si-butramina, orlistate e liraglutida. Além des-ses, existem medicamentos que, embora não atuem diretamente na redução da gordura corporal, atuam nos neurotransmissores neu-ronais, estimulando alterações compulsórias e podendo ocasionar perda de peso através da reeducação alimentar. Dentre esses medica-mentos estão incluídos os Inibidores Seleti-vos de Recaptação da Serotonina (ISRS), como fluoxetina e sertralina, topiramato, bupro-piona e naltrexona28.

Considera-se que o tratamento da obesi-dade foi bem-sucedido quando há uma per-da de 5% a 10% do peso em um período de seis meses e que se mantém com resultados benéficos sobre doenças associadas, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e dis-

lipidemia. O sucesso em longo prazo depen-de de fatores como controle da ingestão de alimentos, adequação do nível de atividade física, apoio social e familiar, além de auto-monitorização28.

Quanto maior o IMC do paciente, menor é a expectativa de vida e maior a mortalidade por causa cardiovascular, sendo, em alguns casos, necessária intervenção cirúrgica. Os critérios para o paciente realizar cirurgia ba-riátrica são: 1) IMC maior ou igual a 40 kg/m²; 2) IMC maior ou igual a 35 kg/m² com uma ou mais comorbidades graves relacionadas à obesidade; 3) comprovação de que o paciente não conseguiu perder peso ou manter a perda de peso apesar de cuidados médicos apropria-dos realizados regularmente há pelo menos dois anos28.

Portanto, o médico decidiu por iniciar tra-tamento medicamentoso da obesidade para a paciente em questão. Além disso, foi reforça-do, juntamente com os demais profissionais da saúde, a importância da mudança no esti-lo de vida, através de uma dieta balanceada, ingesta hídrica adequada e realização de ati-vidades físicas regulares de, pelo menos, 150 minutos por semana, e a equipe pediu para a paciente retornar à UBS em seis meses.

Ficou acordado que após seis meses, caso a paciente conseguisse perder em torno de 10% do seu peso inicial, saindo do grau III da obe-sidade, a equipe de saúde reforçaria a manu-tenção do tratamento medicamentoso e das mudanças do estilo de vida. Entretanto, caso a paciente ainda estivesse no grau III de obe-sidade seria conversado com a paciente sobre encaminhamento ao cirurgião geral para rea-lização de cirurgia bariátrica.

Nesse sentido, o nutricionista iniciou in-tervenções no âmbito alimentar realizadas para controle das queixas e diagnósticos da paciente, a fim de potencializar as condutas dos outros profissionais. Para isso, foi reali-zada uma avaliação nutricional completa, composta por anamnese nutricional, investi-gando história da doença, história familiar,

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1.1.2 Formulário PAR-Q

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ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL DE DOENTES CRÔNICOS

Por fim, como já citado, o tratamento ne-cessita de uma abordagem comportamental, sendo o objetivo ajudar a paciente a encontrar motivação com relação ao tratamento e evitar efeitos ‘sanfona’, onde há recaídas e posterior ganho de peso, retornando ao peso do início do tratamento ou até mesmo valor mais elevado. Dessa forma, a equipe, após entregar as condu-tas acordadas, conversou e incentivou a pacien-te em relação ao automonitoramento, controle de estímulos, resolução de problemas, reestru-turação cognitiva, buscando alterar pensamen-tos e crenças que trazem negatividade, além de ter sido estimulada a participação em grupos terapêuticos guiados por profissionais de saúde de diferentes áreas, fortalecendo o suporte so-cial, não apenas de profissionais, mas também da família e amigos28.

1.2 Abordagem da Diabetes Mellitus

Durante a consulta, foi realizado um exame físico voltado para complicações da diabetes, sendo analisadas as articulações quanto à ca-pacidade de flexão, extensão, limitações de mo-bilidade e edemas e os pés quanto à presença de bolhas, sensibilidade, ferimentos, calosidade e corte de unhas. Foi avaliado o grau de risco do pé diabético com o monofilamento 10 g, diapasão 128 Hz, teste de com a água quente e fria. Foi obtida classificação grau 1 (baixo), com presença de perda da sensibilidade, sendo assim necessário um retorno para consulta uma vez a cada seis meses. Foi realizada orientação com relação à adesão do uso correto do medi-camento, listando os malefícios causados pelo uso incorreto da medicação. Também foi ne-cessária uma orientação sobre a importância da alimentação adequada para ofertar junto com o medicamento para conseguir uma melhora no quadro de saúde da paciente.

Caso a paciente não consiga obter o con-trole glicêmico, podem surgir complicações como hipoglicemia e hiperglicemia. Assim, em pacientes diagnosticados com DM, além das orientações sobre mudança no estilo de vida,

deve-se iniciar tratamento com agentes hipo-glicemiantes, a fim de obter o menor valor de glicemia possível sem ter o risco de ocasionar hipoglicemias. Caso a paciente não consiga ob-ter resultados satisfatórios com a mudança no estilo de vida e com os hipoglicemiantes orais, o próximo passo para o controle glicêmico será o uso da insulinoterapia subcutânea44.

Deve-se também solicitar a hemoglobina glicada (HbA1c), pois é considerado o exame padrão-ouro para avaliar o controle metabólico de um indivíduo com DM. Sua meta em um pa-ciente diabético varia de 6,5% a 7% em adultos. Em crianças e adolescentes, segundo a Interna-tional Society for Pediatric and Adolescent Diabetes (ISPAD), a meta da HbA1c deve ser menor do que 6,5%; e em idosos deve ser menor do que 7,5% naqueles sem outras comorbidades e me-nor do que 8% naqueles institucionalizados ou com outras comorbidades graves, sendo sempre importante individualizar o tratamento. Além disso, deve-se reforçar para a paciente a avalia-ção da glicemia capilar 30 minutos antes das refeições (pré-prandial) e a glicemia duas horas após as refeições (pós-prandial), objetivando como meta da glicemia pré-prandial um valor menor que 100 e a meta para a glicemia pós--prandial um valor menor que 16044.

A partir disso, o médico reforçou com a pa-ciente o uso regular do hipoglicemiante oral de prescrição prévia e prescreveu dose de insulina regular de resgate para reduzir a alta glicemia da paciente no momento. Além disso, foram solicitados exames de glicemia em jejum e de hemoglobina glicada (HbA1c) para averiguar o controle glicêmico da paciente. Orientou-se, juntamente com os demais profissionais da saúde, sobre as mudanças no estilo de vida ne-cessárias para impedir complicações mais fre-quentes da diabetes.

Neste sentido, em associação com o trata-mento medicamentoso, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)44 traz a alimentação e a perda de peso como fundamentais para o controle gli-cêmico, visto que a redução de peso de 5% a 7% do peso corporal inicial melhora os parâmetros de glicemia e ajuda na diminuição da necessi-