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CASO CLÍNICO DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NO RECÉM-NASCIDO Interna: Camila Rodrigues Coordenação: Dra Márcia Pimentel de Castro HMIB ESCS – Escola Superior de Ciências da Saúde www.paulomargotto.com.br Brasília, 10 de fevereiro de 2014

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CASO CLÍNICODISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NO RECÉM-NASCIDO

Interna: Camila Rodrigues Coordenação: Dra Márcia Pimentel de Castro

HMIB

ESCS – Escola Superior de Ciências da Saúde

www.paulomargotto.com.br Brasília, 10 de fevereiro de 2014

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CASO CLÍNICO

ANAMNESE MATERNA NPSE, 17 anos, SES: 5064968 G1P0A0C0 TS: A positivo Nº de consultas de pré natal: 4 Sorologias: HIV, hepatite B,

toxoplasmose(2ºT) negativos. VDRL da admissão:Não Reagente. CVM: não realizou

IG: 27 semanas. DUM:??? DPP:17/04/14 Nega patologias prévias ou intercorrências

gestacionais

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CASO CLÍNICO

DADOS DO PARTO Data:14/01/14 Hora:01h01min Tipo de parto: vaginal Bolsa rota no ato Líquido amniótico fétido RN chorou ao nascer. Colocado em berço

aquecido, secado, retirados campos úmidos, aspirado boca e vias aéreas.

Evoluiu para intubação, devido a desconforto respiratório

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CASO CLÍNICO

DADOS DO RN Sexo: masculino IG:27sem APGAR:9/9 EXAME FÍSICO: 

BEG, ativo, reativo, corado, hidratado, acianótico, anictérico, eupneico.

ACV: RCR em 2T, sem sopros AR: MVF, sem RA. ABD: RHA +,depressível, sem massas ou

visceromegalias.Coto umbilical: 2 artérias e 1 veia 

Genitália externa sem alterações aparentes. Diurese:sim. Mecônio:não

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CASO CLÍNICO

DADOS DO RN Peso: 900g / Estatura: 33cm Perímetro Cefálico: 24cm Classificação:RNPT / AIG (Lubchenco) CD:

Internado na UTIN-Ventilação mecânica(VM)

Hidratação venosa Ampicilina+Gentamicina Aminofilina

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (2h de vida) Realizado cateterismo venoso umbilical Parâmetros da VM

SIVM  FiO2: 50% / FR = 40/ Pins = 19 PEEP = 4, TI =0,35, PS = 8, saturação= 99%

CD: Colhido hemocultura Solicitado RX de tórax e abdome

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CASO CLÍNICO

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (10h de vida) Dispositivos:

TOT nº 2,5 SOG Cateter umbilical Oximetria de pulso Suporte Ventilatório: VM em SIMV com -Pressão de suporte:9/ Pressão

inspiratória:19/PEEP:5/ FiO2 de 21% /FR:30/Tempo Inspiratório:0,35/

-SatO2:96%

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (10h de vida) Exame Físico

Tax 36,5ºC/FC 136 bpm/Sat 96%/Diurese: 3,3 ml/kg/h REG, corado, hidratado, ativo, confortável em VM,

acianótico, afebril e anictérico. ACV: NDN AR: MVF, sem RA,com boa expansibilidade torácica

sem esforço respiratório. ABD: semi-globoso, flácido, ruídos hidroaéreos

presentes, sem visceromegalias. Coto umbilical cateterizado.

Fontanela anterior plana e normotensa.

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (10h de vida) Exames:

Hb 11,9/ Ht 32,6/Leucócitos 15.500 (Bast 2/ Segm 71/ Mono 1/ Linfo 26)/Plaquetas: 191.000/ mm3/ PCR:1,04

CD: Iniciado dieta por SOG Extubação CPAP nasal Mantido antibiótico

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (34h de vida) RN estável, eupneico em CPAP nasal

FiO2 25%, mantendo oximetria adequada

CD: Mantido dieta por SOG, com boa aceitação Mantido CPAP nasal Solicitado radiografia de tórax após

extubação e após tração do cateter Solicitado passagem de PICC (cateter

central de inserção periférico)

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CASO CLÍNICO

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (43h de vida) CD:

Retirado CPAP nasal. Instalado O2 - 1 L/min RN ficou calmo, manteve boa saturação e

bom padrão respiratório

EVOLUÇÃO (45h de vida)  RN evoluiu com icterícia ( +/4 até zona

III) CD:Fototerapia

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (6º dia de vida) Suspenso O2 suplementar Ecocardiograma: FOP 1,8mm, com fluxo da

esquerda para direita, PCA de 2 mm, com fluxo esquerda direita e gradiente de 11 mmHg. FE:67%. DD: 33,3%. Ausência de imagens sugestivas de trombo ou vegetações

CD:Iniciado ciclo de Ibuprofeno (tentativa de fechamento farmacológico do canal arterial)

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (8º dia de vida) RN apresentou quedas de saturação, sendo

retornada oxigenoterapia com 0,5 L/min Exames:

BT: 1,46/BD: 0,51/BI: 0,95 /Ca: 10,5/Cr: 1,10/Mg: 2,6/K: 5,40/Na: 135/TGO: 29/TGP: 30/TRIG:123/Ur: 72/Hb:10,3/Ht:27,8/Leuco:17.200/seg:36% /Eos:3%/Mono:4%/Linf:57%/Plaq: 288.000

CD: Solicitado concentrado de hemácias Aguardando hemocultura para avaliar

suspensão de antibioticoterapia (1º esquema) Solicitado nova radiografia de tórax

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CASO CLÍNICO

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (9º dia de vida) 1ª Hemocultura (14/01): negativa Ecotransfontanela (22/01): normal Completou ciclo de Ibuprofeno (3 dias) CD:

Suspenso antibiótico (Ampicilina +Gentamicina) após 8 dias de uso

Suspenso Ibuprofeno

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (9º dia de vida) Evoluiu com apnéia de 25 seg, sendo

colocado em CPAP com FiO2 a 40% Apresentou mais 3 episódios de apnéia,

sendo procedido intubação orotraqueal, com tubo 3 , fixado em 7cm

Parâmetros da VM:  FR:40 Pi:17 PEEP:4 Ti:0,35 Pressão

suporte:11 Fi:40% Iniciado fentanil infusão contínua

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (13º dia de vida) Suspenso Fentanil e reduzido FiO2 para 30% Hemocultura (23/01): Staphylococcus capitis CD:

Mantido dieta por SOG Solicitado nova radiografia de tórax Trocado PICC Solicitado cultura de ponta de cateter Realizado PL Iniciado Vancomicina

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CASO CLÍNICO

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CASO CLÍNICO

EVOLUÇÃO (14º dia de vida) RN estável, sem drogas vasoativas,em VM com

baixos parâmetros SIMV FR 25, Dp 10, PS 8, PEEP 5, FiO2 40%

Exame Físico Tax: 35,3-37°C /FC: 127-178 bpm/SO2: 97%Diurese: 7 mL/kg/hora/Evacuações: 3x/DX= 115mg%  REG, ativo e reativo, corado, acianótico, anictérico,

hidratado, bem perfundido.AR= MV+ e simétrico.ACV= RCR em 2 T, sem soprosAbdome= flácido, sem megalias, RHA+Ext= bem perfundidas e os pulsos são palpáveis e simétricos.

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CASO CLÍNICO

EXAMES Citobioquímica do LCR: Líquor

límpido/Glic:106/ PT:141,6/ Cl:102/ Leuco:8/mm³/Hemácias:5/mm³.

Cultura do LCR: negativa

Cultura de ponta de cateter: S. epidermidis

CD: Manter Vancomicina por 7 dias

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DISCUSSÃO

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INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

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INTRODUÇÃO

Crescimento do tecido pulmonar depende de: Espaço adequado na caixa torácica LA em quantidade adequada Movimentos respiratórios fetais (11sem)

Sistema surfactante Fatores hormonais Cortisol Fibroblastos FFP Pneumócito II

↑Surfactante

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INTRODUÇÃO Transição para respiração gasosa:

Epitélio pulmonar Reabsorção de Na Líquidos dos

alvéolos para interstício

Absorção pelos vasos sanguíneos Transformação: epitélio secretor superfície

absortiva Catecolaminas Glicocorticóide Vasopressina Prolactina

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INTRODUÇÃO

Início da respiração ao nascimento: Compressões sobre a caixa torácica no canal de parto Remoção de líquido de dentro do pulmão Padrão respiratório contínuo: - Ar mais frio - Diferença de Pressão intrauterina e Pressão

atmosférica - ↓PaO2 e ↑ PaCO2 -Acidificação do pH Prematuros - Controle da respiração -Caixa torácica muito complacente

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TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN

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DEFINIÇÃO

Taquipnéia e/ou dispnéia iniciada logo após o nascimento

Bebê a termo ou pré termo, submetidos a cesárea

Resultado da dificuldade de reabsorver o líquido pulmonar

Recuperação completa dentro de 3 dias

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ETIOPATOGENIA

Reabsorção do líquido pulmonar: Eliminação através das VAS durante a

passagem no canal de parto Secagem completa:6h do pós parto

Fatores de risco: Cesárea eletiva sem trabalho de parto Asfixia perinatal Diabetes e asma maternos Policitemia

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EVOLUÇÃO CLÍNICA

Primeiras horas de vida: taquipnéia (60-100 irpm), raramente, gemência e retração

Melhora em 12 - 24h com FiO2<40%

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RADIOGRAFIA

Hipotransparência pulmonar

Trama vascular proeminente

Cissuras espessadas

Hiperaeração

Eventual cardiomegalia e/ou derrame pleural

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RADIOGRAFIA

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TRATAMENTO

Suporte

Oferta de O2(FiO2<40%) por cateter nasal/HOOD/CPAP nasal

FR:60 irpm Dieta por SOG

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SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO MECONIAL

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DEFINIÇÃO

Aspiração de líquido amniótico (LA) meconial durante trabalho de parto difícil e prolongado

Grupos de risco Pós termo Asfíxicos Crescimento intrauterino restrito Pélvicos Macrossômicos

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FISIOPATOLOGIA

Sofrimento fetal agudo e crônico

↓Fluxo sanguíneo placentário

Hipóxia↑peristaltismo intestinal

Relaxamento esfincteriano

Liberação de mecônio

Pneumonite química

Obstrução de pequenas VA

Aprisionamento de ar

Atelectasia +Shunt intrapulmonar

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QUADRO CLÍNICO

RN pós maturo, com impregnação meconial, pele seca, enrugada e sem vérnix

Sinais de insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida

Leve:FiO2<40% por <48h Moderado: FiO2>40% por >48h Grave:VM ou Hipertensão arterial

pulmonar Complicações:

Pneumotórax/Pneumomediastino Hipertensão arterial pulmonar

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RADOGRAFIA

Infiltrado grosseiro e difuso

Áreas de hipotransparência e hiperinsuflação

Atenção para as complicações: pneumotórax, enfisema intersticial

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RADIOGRAFIA

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DIAGNÓSTICO

Relato de LA meconial

Presença de mecônio aspirado da traquéia em RN deprimido

Insuficiência respiratória precoce

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TRATAMENTO

Manutenção temperatura, glicemia e calcemia

Oxigenação(PaO2:60-90mmHg)

Assistência respiratória: HOOD (FiO2 até 80%) - VM

Antibiótico: de acôrdo com critérios clínicos e laboratoriais. Não deve constituir rotina!

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DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA

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DEFINIÇÃO

Causada pela deficiência de surfactante pulmonar no RN prematuro

60-80%:RN<28semanas Fatores de risco:

Prematuridade Asfixia perinatal Mãe diabética Hemorragia materna Parto cesáreo

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FISIOPATOLOGIA

20 -24 sem: Pneumócito I Pneumócito II 25-30 sem: Detecção do surfactante 33 sem: estabilidade alveolar

Principal função do surfactante :↓ tensão superficial

Evita colabamento do alvéolos final da expiração

Cortisol Fibroblastos FFP Pneumócito II ↑Surfactante

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FISIOPATOLOGIA

Deficiência do surfactante

↑Tensão superficial

Atelectasia progressiva

↓Complacência pulmonar

Alteração da relação V/Q

Hipóxia + hipercapnia

Acidose mista

Vasoconstrição APe hipoperfusão pulmonar

Lesão do epitélio alveolar

Edema intersticial

Depósito de fibrina no alvéolo

Membrana hialina

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QUADRO CLÍNICO

Taquipneia/dispnéia Esforço respiratório moderado a grave Retração subcostal, batimento de asa de

nariz, palidez cutânea e gemência Evolução progressiva com piora nas

primeiras 24h Persistência do quadro por 3 dias

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RADIOGRAFIA

Hipotransparência homogênea Padrão retículo granular(“vidro moído”):

microatelectasias + edema intersticial Broncograma aéreo (lobo superior) RX inicial normal. Evolução para padrão

típico em 6-12h

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RADIOGRAFIA

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TRATAMENTO

Controle da temperatura, suporte hemodinâmico e oferta calórica

Oxigenoterapia: PaO2: 50-70 mmHg/Sat de O2:90-95%

Surfactante Iniciar nas primeiras 2h de vida

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PROFILAXIA

Prevenir o parto prematuro

Corticóide 48h antes do parto Betametasona 12mg IM a cada 12h Gestação: 24-34 sem

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PNEUMONIA NEONATAL

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DEFINIÇÃO

Precoce:iniciada até 48h de vida Adquiridas antes do nascimento:CMV,

toxoplasmose, rubéola,sífilis Adquiridas durante o

nascimento:estreptococo beta hemolítico grupo B, E.coli e L.monocytogenes

Tardia: após 48h de vida Flora hospitalar Gram negativos, S. aureus, estafilococos

coagulase negativos e fungos

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FATORES DE RISCO

Corioamnionite clínica Mãe: Tax>37ºC, FC>100bpm,

Leucometria>20.000 FC fetal>160bpm

Rotura de membranas>18h ITU não tratada nos últimos 15 dias antes

do parto Colonização materna pelo estreptococo

beta hemolítico do grupo B Mãe<20 anos

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FISIOPATOLOGIA

Estreptococo beta hemolítico do grupo B Coloniza: trato urogenital, gastrointestinal e

vias respiratórias altas Bacteriúria assintomática, ITU,

corioamnionite, endometrite e bacteremia Fatores de risco para sepse neonatal

precoce: Febre materna intraparto Rotura prolongada de membranas 24

horas) ≤34 sem

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DIAGNÓSTICO

RN com desconforto respiratório + hemocultura positiva ou 2 ou mais dos seguintes critérios: Fatores de risco para sepse neonatal Sinais clínicos de sepse: intolerância alimentar,

letargia, hipotonia, distensão abdominal Alterações radiológicas persistentes>48h Triagem laboratorial alterada -Leucograma anormal,, plaquetas<150.000. PCR

positivo Radiografia de tórax: não permite diferenciar da

doença da membrana hialina (DMH). Suspeita de pneumonia quando: DMH que não responde ao surfactante e que necessita de drogas vasoativas

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TRATAMENTO

Terapêutica empírica Ampicilina 200mg/kg/dia:S. agalactiae // L.

monocytogenes Gentamicina 5 mg/kg/dia: gram negativo

entérico

Pneumonia neonatal tardia: de acordo com a flora bacteriana predominante. Oxacilina + Amicacina

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PROFILAXIA

Cultura para triagem para o Estreptococo beta hemolítico do grupo B (GBS) : todas mulheres grávidas a partir de 35-37 sem

Indicações de Penicilina Cristalina EV intraparto: Cultura de rastreio positiva Bacteriúria por GBS durante a gravidez História de uma criança anterior com doença

invasiva por GBS Mulheres sem cultura + que entram em

TPP(<37sem), ruptura prolongada de membranas(>18h) ou febre intraparto(>38ºC)

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INFECÇÃO RELACIONADA A CATETER

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ETIOLOGIA

Estafilococos coagulase negativos*

Bacilos gram negativos

Fungos: Candida sp.

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QUADRO CLÍNICO

Infecção de sítio de saída do cateter Inflamação localizada: eritema,

hipertermia, dor e secreção purulenta

Infecção sistêmica Febre, calafrio, instabilidade hemodinâmica

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DIAGNÓSTICO

Considerar infecção relacionada ao CVC: Crescimento do mesmo agente na cultura

de sangue periférico e do cateter Hemocultura de sangue do cateter positiva

2h antes da hemocultura colhida do sangue periférico

Cultura de ponta de cateter positiva: Crescimento ≥ 15UFC

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MANEJO

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TRATAMENTO

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PREVENÇÃO

Usar técnica asséptica Higienizar as mãos antes de manipular Fazer antissepsia da pele (clorexidina

alcoólica 0,5%) Usar curativo estéril para cobrir local de

inserção Trocar curativo se úmido, solto ou sujo Remover o cateter assim que não for

mais necessário

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OBRIGADA!

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Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto.

Surfactante pulmonar exógenoAutor(es): Paulo R. Margotto

Consultem os capítulos do livro Assistência ao Recém-Nascido,ESCS, Brasília,3ª Edição, 2013,

Editado por Paulo R. Margotto

Causas da dificuldade respiratória no recém-nascidoAutor(es): Paulo R. Margotto

Acesso vascular ao recém-nascido: Cateterismo de vasos umbilicais, cateterismo venoso central

percutâneo e vias de administração de medicamentos Autor(es): Paulo R. Margotto/ Martha G. Vieira, Jefferson G.

Resende, Carla Pacheco Brito, Kátia Rodrigues Menezes, Lady Maria C. A. de Andrade, Vicência Soares de Almeida

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Infecções bacterianasAutor(es): Paulo R. Margotto, Martha Gonçalves Vieira, Marta David

Rocha