ELISA STEINHORST DAMASCENO

III CONGRESSO WAINER DETERAPIAS COGNITIVAS

2019

CASO CLÍNICO 1: 2ª PARTEO DESENVOLVIMENTO DO VÍNCULO E QUALIDADE DAS RELAÇÕES HUMANAS

À LUZ DA TEORIA DO APEGO DE JOHN BOWLBY

O CUSTO DO DESENVOLVIMENTOCHEGAR À FASE ADULTA DEMANDA MUITO INVESTIMENTO

• ENGRAVIDAR

• TER UMA GESTAÇÃO SAUDÁVEL

• TER UM PARTO BEM SUCEDIDO

NÃO INICIA COM UMA PESSOA, NÃO

DEVE CONTINUAR COM UMA PESSOA

NASCEMOS MUITO IMATUROS

COMO GARANTIR O CUIDADO E INVESTIMENTO PELO TEMPO NECESSÁRIO?

APEGO

De acordo com John Bowlby,o apego é a disposição para buscar

manutenção da proximidade de adultos cuidadores, que desempenhem funções de

proteção e sejam capazes de fornecer alimento e conforto, tendo como principal objetivo o estabelecimento do senso de

segurança.Possui uma clara função biológica de

sobrevivência da espécie

Proteção

• O COMPORTAMENTO DE APEGO É INSTINTIVO, EVOLUI AO LONGO DO

CICLO DA VIDA, E NÃO É HERDADO; O QUE SE HERDA É O SEU

POTENCIAL.

• O RELACIONAMENTO DA CRIANÇA COM OS PAIS É

INSTAURADO POR UM CONJUNTO DE SINAIS INATOS DO BEBÊ,

DEMANDANDO PROXIMIDADE.

• A QUALIDADE DESTA RELAÇÃO DEPENDE DANATUREZA DAS INTERAÇÕES ENTRE A DÍADECUIDADOR-CRIANÇA.

• DEPENDE DA RESPONSIVIDADE CONTINGENTEDOS PAIS EM RELAÇÃO AO BEBÊ, OU SEJA, DASENSIBILIDADE DO ADULTO AO QUE O BEBÊCOMUNICA, E DA RESPOSTA OFERECIDA EMTEMPO E DE FORMA A COMUNICAR DE VOLTAAQUILO QUE VENHA A ALIVIAR OU ACALMAR ACRIANÇA.

• NO RELACIONAMENTO CUIDADOR/CRIANÇA O ADULTO PODE RESPONDER DE DIFERENTES

MANEIRAS.

• OBSERVANDO O TIPO DE INTERAÇÃO ENTRE ESTA DÍADE, MARY AINSWORTH DESENVOLVEU

UMA CLASSIFICAÇÃO DOS PADRÕES DE APEGO ENTRE O CUIDADOR E A CRIANÇA, SENDO AS

CATEGORIAS ORGANIZADAS EM:

• M. MAIN & E. HESSE (1990), EXPANDINDO O MODELO DE AINSWORTH, AINDA CHEGARAM A

UM QUARTO PADRÃO DE APEGO:

Apego Seguro

Apego Ambivalente ou Resistente

Apego Evitativo

Apego Desorganizado ou Desorientado

PADRÃO DE APEGO SEGURO

• RELACIONAMENTO CUIDADOR-CRIANÇA É PROVIDO DE UMA BASE SEGURA, NA QUAL A CRIANÇA PODE EXPLORAR SEU AMBIENTE DE FORMA ENTUSIASMADA E MOTIVADA E, QUANDO ESTRESSADA, MOSTRA CONFIANÇA EM OBTER CUIDADO E PROTEÇÃO DAS FIGURAS DE APEGO, QUE AGEM COM RESPONSIVIDADE.

• AS CRIANÇAS SEGURAS INCOMODAM-SE QUANDO SEPARADAS DE SEUS CUIDADORES, MAS NÃO SE ABATEM DE FORMA EXAGERADA.

• O CUIDADOR E A CRIANÇA INTERAGEM DE FORMA COOPERATIVA, COM INSTRUÇÕES SEGURAS E MONITORAMENTO POR PARTE DO CUIDADOR, QUE AO MESMO TEMPO ENCORAJA A INDEPENDÊNCIA DA CRIANÇA.

PADRÃO DE APEGO RESISTENTE OU AMBIVALENTE

• CRIANÇAS QUE POSSUEM ESTE PADRÃO DE APEGO PROVAVELMENTE RECEBERAM CUIDADOS DE ACORDO COM SUAS DEMANDAS EM ALGUNS MOMENTOS E, EM OUTROS, NÃO, O QUE PODE TER PROVOCADO FALTA DE CONFIANÇA NOS CUIDADORES NO QUE SE REFERE AOS PRÓPRIOS CUIDADOS E À DISPONIBILIDADE E RESPONSIVIDADE DESTES ADULTOS.

• A CRIANÇA APRESENTA POUCO INTERESSE EM EXPLORAR O AMBIENTE.

• VOLTA SUA ATENÇÃO AOS CUIDADORES FREQUENTEMENTE, DE MANEIRA PREOCUPADA.

• RESSENTE-SE DE SEUS CUIDADORES QUANDO ESTES SE AUSENTAM, NÃO BUSCANDO OUTRAS FIGURAS DE APEGO, MAS QUANDO ESTES RETORNAM A CRIANÇA ALTERNA ENTRE BRABEZA E BUSCA DOS CUIDADORES.

PADRÃO DE APEGO EVITATIVO

• CRIANÇAS QUE APRESENTAM ESTE PADRÃO DE APEGO POSSIVELMENTE SOFRERAM ALGUM TIPO DE REJEIÇÃO DOS CUIDADORES. APESAR DE OS CUIDADORES DEMONSTRAREM PREOCUPAÇÃO, NÃO CORRESPONDEM AOS SINAIS DE NECESSIDADE QUANDO A CRIANÇA OS INDICA. A HIPÓTESE SUGERIDA PARA A COMPREENSÃO DESSAS CRIANÇAS É DE QUE TENHAM SIDO REJEITADAS QUANDO REVELARAM SUAS NECESSIDADES, APRENDENDO A OCULTÁ-LAS EM MOMENTOS RELEVANTES (CORTINA & MARRONE, 2003).

• ESSAS CRIANÇAS PODEM BRINCAR DE FORMA TRANQUILA, MOSTRANDO-SE POUCO INIBIDAS COM ESTRANHOS

• INTERAGEM POUCO COM OS CUIDADORES

• SÃO CRIANÇAS MENOS PROPENSAS A PROCURAR O CUIDADO E A PROTEÇÃO DAS FIGURAS DE APEGO QUANDO VIVENCIAM ESTRESSE.

PADRÃO DE APEGO DESORGANIZADO OU DESORIENTADO

• PODEM DESENVOLVER ESSE PADRÃO CRIANÇAS QUE TIVERAM EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ADAPTADO, COMO SITUAÇÕES DE ABUSO. OS PREJUÍZOS OCORREM TANTO QUANDO O ABUSADOR É EXTERNO E FAZ AMEAÇAS À CRIANÇA, QUE NÃO É PROTEGIDA DE FORMA EFICAZ POR SEUS CUIDADORES, OU QUANDO O PRÓPRIO CUIDADOR É O ABUSADOR.

• ASSIM, O PADRÃO DESORGANIZADO É ASSOCIADO A FATORES DE RISCO E AOS MAUS-TRATOS INFANTIS, SENDO QUE FATORES ADICIONAIS PODEM SER INCLUÍDOS NA MANIFESTAÇÃO DESSE PADRÃO, COMO, POR EXEMPLO, A PRESENÇA DE PSICOPATOLOGIAS NOS CUIDADORES.

PADRÃO DE APEGO DESORGANIZADO OU DESORIENTADO

• AS CRIANÇAS PODEM APRESENTAR COMPORTAMENTOS CONTRADITÓRIOS E/OU

ESTRATÉGIAS DE COPING INCOERENTES PARA LIDAREM COM SITUAÇÕES DE SEPARAÇÃO DAS

FIGURAS DE APEGO.

• NA PRESENÇA DOS CUIDADORES, AS CRIANÇAS PODEM EXIBIR UM COMPORTAMENTO

CONSTANTE DE IMPULSIVIDADE, DEMONSTRANDO APREENSÃO DURANTE A INTERAÇÃO.

• ELAS VIVENCIAM UM CONFLITO, SEM TER CONDIÇÕES DE MANTER UM ESTRATÉGIA

ADEQUADA PARA LIDAR COM O QUE AS ASSUSTA.

MODELOS INTERNOS DE FUNCIONAMENTO

• O SISTEMA DE COMPORTAMENTO DE APEGO É COMPLEXO E, COM O DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA, PASSA A ENVOLVER UMA HABILIDADE DE REPRESENTAÇÃO MENTAL, DENOMINADA

MODELO INTERNO DE FUNCIONAMENTO, QUE SE REFERE A REPRESENTAÇÕES DAS

EXPERIÊNCIAS DA INFÂNCIA RELACIONADAS ÀS PERCEPÇÕES DO AMBIENTE, DE SI MESMO E

DAS FIGURAS DE APEGO (BOWLBY, 1969/1990; 1973/1980).

MODELOS INTERNOS DE FUNCIONAMENTO

• SÃO REPRESENTAÇÕES OU EXPECTATIVAS QUE GUIAM O COMPORTAMENTO PRÓPRIO, E QUE

SERVEM COMO UMA BASE DE PREDIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE

OUTRAS PESSOAS ÀS QUAIS SE É APEGADO.

• OS MODELOS INTERNOS DE FUNCIONAMENTO ESTÃO RELACIONADOS COM OS

SENTIMENTOS DE DISPONIBILIDADE DAS FIGURAS DE APEGO, COM A PROBABILIDADE DE

RECEBIMENTO DE SUPORTE EMOCIONAL EM MOMENTOS DE ESTRESSE E, DE MANEIRA GERAL,

COM A FORMA DE INTERAÇÃO COM ESSAS FIGURAS (BOWLBY, 1989).

• A CONFIANÇA OU NÃO NA FIGURA DE APEGO É O

QUE DEFINE A FORMA COMO SE ESTRUTURAM ESSES

MODELOS FUNCIONAIS, OU SEJA, O SENTIMENTO DE

REJEIÇÃO OU AFEIÇÃO POR PARTE DO ADULTO, O

SENTIMENTO DE QUE O OUTRO É OU NÃO UMA BASE

SEGURA PARA EXPLORAÇÃO DO MUNDO.

• ISTO SIGNIFICA QUE É NESSE MOMENTO QUE SE

DESENVOLVE NA CRIANÇA UM CONCEITO POSITIVO

OU NEGATIVO DE SI, QUE SE TRADUZ NO

SENTIMENTO DE SER OU NÃO MERECEDOR DE AMOR,

CUIDADO E ATENÇÃO, TAMBÉM, E UM CONCEITO

POSITIVO OU NEGATIVO DO OUTRO, QUE VAI

INDICAR SE ELE É MERECEDOR OU NÃO DE

CONFIANÇA E INVESTIMENTO AFETIVO DO SUJEITO.

• OS MODELOS INTERNOS DE FUNCIONAMENTO, DESTA FORMA, PODEM DETERMINAR A

QUALIDADE DAS RELAÇÕES FUTURAS DO INDIVÍDUO.

OBRIGADA!!!

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