ficha de trabalho 7 tratores e equipamento agrícola atuação em caso de acidente parte ii

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Ficha de Trabalho- Tratores e equipamento agrícola: Atuação em caso de acidente – Parte II ATUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE: 1- Ferimentos (Traumatismo) e Hemorragias Sempre que um agente traumático, como uma faca, um prego ou um golpe forte, entra em contato com a pele, produzindo a sua rotura, ocorre um ferimento ou traumatismo. Se houver lesão apenas das camadas superficiais da pele, dizemos que houve apenas uma escoriação local, porém se o trauma rompe todas as camadas da pele, teremos uma ferida . Sempre que ocorrer uma ferida, haverá uma hemorragia , que é a perda de sangue em maior ou menor quantidade, devido ao rompimento de um vaso sanguíneo (veia, artéria ou capilar) e que, dependendo da quantidade, poderá ser fatal. O ferimento é uma das lesões mais frequentes e, pode ocorrer pelos mais variados motivos, entre os quais batidas em ferramentas, máquinas, partes do trator, quedas, etc. Atenção: Nunca colocar álcool ou tintura de iodo, diretamente numa ferida; isso danifica os tecidos e atrasa a cura. Usar água e sabão. Ferimentos leves, superficiais e com hemorragia moderada Como atuar : • lavar as mãos com água e sabão, antes de fazer o penso; • lavar a parte atingida com água e sabão, removendo do local eventuais porcarias como terra, pedaços de vidro, etc.; • colocar um antisséptico, se houver; • cobrir o local com gaze esterilizada ou com um pano limpo, não deixando o ferimento destapado; procurar Assistência Médica, pela necessidade de tratamentos específicos (perigo de tétano). Viticultura – 2013/2014 Página 1 de 21 Profissional de Técnico de Viticultura e Enologia Nome: ______________________________________ Nº___

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Ficha de Trabalho- Tratores e equipamento agrícola: Atuação em caso de acidente – Parte II

ATUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE:

1- Ferimentos (Traumatismo) e HemorragiasSempre que um agente traumático, como uma faca, um prego ou um golpe forte, entra em contato com a pele, produzindo a sua rotura, ocorre um ferimento ou traumatismo. Se houver lesão apenas das camadas superficiais da pele, dizemos que houve apenas uma escoriação local, porém se o trauma rompe todas as camadas da pele, teremos uma ferida.Sempre que ocorrer uma ferida, haverá uma hemorragia, que é a perda de sangue em maior ou menor quantidade, devido ao rompimento de um vaso sanguíneo (veia, artéria ou capilar) e que, dependendo da quantidade, poderá ser fatal.O ferimento é uma das lesões mais frequentes e, pode ocorrer pelos mais variados motivos, entre os quais batidas em ferramentas, máquinas, partes do trator, quedas, etc.

Atenção: Nunca colocar álcool ou tintura de iodo, diretamente numa ferida; isso danifica os tecidos e atrasa a cura. Usar água e sabão.

Ferimentos leves, superficiais e com hemorragia moderadaComo atuar:• lavar as mãos com água e sabão, antes de fazer o penso;• lavar a parte atingida com água e sabão, removendo do local eventuais porcarias como terra, pedaços de vidro, etc.; • colocar um antisséptico, se houver;• cobrir o local com gaze esterilizada ou com um pano limpo, não deixando o ferimento destapado;• procurar Assistência Médica, pela necessidade de tratamentos específicos (perigo de tétano).

Ferimentos profundos, extensos e com hemorragia nos membrosComo atuar:

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Profissional de Técnico de Viticultura e Enologia

Nome: ______________________________________ Nº___ Tª____10º ano

• estancar a hemorragia, mantendo o membro atingido em elevação e comprimindo o local com gaze esterilizada ou um pano limpo, até parar a hemorragia;• lavar as mãos com água e sabão antes de fazer o penso;• lavar a parte atingida com água e sabão removendo do local eventuais porcarias como terra, pedaços de vidro, etc.;• colocar um antisséptico, se houver;• cobrir o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo;• esperar pelo socorro (112) ou encaminhar para a assistência médica imediatamente, para orientação adequada.

Ferimentos com exposição de órgãos internosNum acidente, pode acontecer que o ferimento seja extenso e profundo; quando isso acontece, através da ferida, podemos ver os órgãos internos como os músculos, tendões, ossos, pulmões, intestinos, etc.Devido à extensão do ferimento, os intestinos ou outros órgãos poderão inclusive sair pela ferida. Nesse caso, não se deve tentar colocar os órgãos afetados no lugar.São casos muito graves e os primeiros socorros devem ser efetuados urgentemente, chamando-se a assistência médica e observando-se sinais vitais (pulso, batimentos cardíacos, respiração, etc.;).Como atuar:• colocar antisséptico nas bordas da ferida, nunca tocando nos órgãos expostos;• cobrir com compressas ou gaze esterilizadas, molhadas, com água oxigenada, sem, no entanto, tentar recolocar no lugar, os órgãos expostos;• prender a compressa ou gaze com uma ligadura, sem apertar.

Ferimentos na cabeçaNuma queda, tombo, ou queda sobre a cabeça de um objeto pesado, pode ocorrer ferimento do crânio, assim como uma hemorragia intensa. Pode o acidentado ficar desmaiado ou simplesmente atordoado, e não ocorrendo a hemorragia, formar no local do choque traumático, um hematoma, também conhecido como "galo".Como atuar:• deitar a vítima de costas, sem travesseiro;• afrouxar todas as roupas;• ocorrendo a hemorragia, tomar condutas como nos ferimentos hemorrágicos, comprimido bem o penso.

1.1- Hemorragias

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Hemorragia é a perda de sangue através de ferimentos e cavidades naturais como nariz, boca, etc.; pode ser também interna, resultante de um traumatismo.

Hemorragia nasalPode ocorrer quando o indivíduo é exposto a altas temperaturas ou então pode ser provocada por choque traumático.Como atuar:• sentar a vítima em uma cadeira, acalmando-a;• comprimir a narina que sangra com os dedos;• usar um chumaço de algodão tapando a narina que sangra;• colocar uma compressa de pano frio ou uma bolsa de gelo (nunca diretamente sobre a pele) no nariz e na fronte.

Hemorragia por tosseEm ambientes onde existam muitas poeiras, podem acontecer crises de tosse. Em algumas crises, a tosse é acompanhada de escarro, e este de sangue. Neste caso, está a ocorrer algum problema pulmonar.Como atuar:• sentar a vítima, acalmando-a;• deixar tossir à vontade, evitar que a vítima fale e não dar líquidos a beber;• procurar a assistência médica imediatamente, para a orientação adequada.

Hemorragia digestivaAcontece nas pessoas que ingerem produtos químicos corrosivos, por acidente, ou é provocada por alguma doença no estômago.

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Em alguns casos mais raros, a hemorragia não é causada por um ferimento superficial da mucosa do nariz. Assim é necessário consultar um médico se a vítima apresentar um dos seguintes sintomas:

A hemorragia continua ao fim de 20 minutos com compressão.

O sangramento tiver começado depois de um ferimento na cabeça.

Levou uma pancada no nariz e suspeita que este esteja partido.

Como atuar:• deitar imediatamente a pessoa, acalmando-a;• afrouxar todas as roupas;• colocar uma bolsa de gelo na região do estômago;• dar pequenas quantidades de água, mas não outras bebidas;• deixar vomitar à vontade, colocando a vítima de lado para que não aspire o vómito (P.L.S. ou Posição Lateral de Segurança);• chamar a assistência médica imediatamente, para orientação adequada.

Hemorragia internaUma colisão, um choque com objeto pesado pode originar, muitas vezes, uma hemorragia interna. A hemorragia traduz-se pelo rompimento de vasos sanguíneos (veias ou artérias) internamente, ou de órgãos importantes como o fígado ou baço.Como não vemos o sangramento, temos que prestar atenção a alguns sinais externos, para podermos diagnosticar e encaminhar ao tratamento médico imediatamente e evitar o estado de choque.

Como atuar:• observar os seguintes sinais externos de hemorragia interna:

PulsaçãoTemos no nosso corpo vários pontos onde podemos sentir a pulsação. Colocando dois dedos (o indicador e o médio), conforme a figura da direita (pulso radial) ou a figura da esquerda (pulso carotídeo ou femoral), podemos notar, nesses casos, se o pulso está fraco ou acelerado.

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A PLS também deve ser adotada em todas as situações de inconsciência. Em caso de a vítima agravar o seu estado, esta posição permite que se possa voltar a vítima com facilidade para o decúbito dorsal (ou posição supina: o paciente fica deitado de costas).

PeleEstá fria, com bastante suor. Apresenta-se pálida, e as mucosas dos olhos e da boca estão brancas. Estando consciente, sentirá o acidentado muita sede e tonturas e, com o tempo, poderá ir ao estado de choque clínico.

Mãos e dedosFicam arroxeados pela diminuição da irrigação sanguínea provocada pela hemorragia.

• observar rigorosamente a vítima para evitar paragem cardíaca e respiratória;• deitar o acidentado, com a cabeça num nível mais baixo que o do corpo, mantendo-o o mais imóvel possível;• colocar uma bolsa de gelo ou compressas frias no local do traumatismo.

1.2- Feridas com alto risco de infeção graveAs feridas que se seguem têm um alto risco de infeção grave:

feridas sujas, ou causadas por objetos sujos; feridas perfurantes e outras feridas profundas; feridas produzidas em locais onde se guardam animais – currais, pocilgas, etc.; feridas grandes com laceração (tipo de ferida provocada por um corte ou rasgo

dos tecidos); mordeduras, especialmente de cães, ratos ou pessoas; feridas provocadas por balas.

1.3- O risco de tétanoQuando se está a tratar de feridas, é preciso pensar sempre no risco do tétano. O risco de desenvolver tétano é pequeno quando se trata de ferimentos pequenos e superficiais que apresentam uma contaminação mínima. Mas, por vezes, mesmo esses ferimentos podem causar tétano se não forem bem limpos e tratados. Em geral, o risco de tétano é grande quando os ferimentos são extensos e profundos e quando estão sujos com terra ou fezes de animais. Por isso, as feridas devem ser sempre muito bem limpas, de acordo com as instruções acima descritas.

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Pode prevenir-se o tétano com a vacina contra o tétano e, se for necessário, o soro antitetânico pode ser administrado pelos técnicos de saúde.

2- QueimadurasQueimadura é toda e qualquer lesão ocasionada pela ação do calor sobre o corpo. Elas podem ser originadas por agentes químicos, térmicos e elétricos. Exemplos:• contato com metais incandescentes;• contato direto com o fogo;• vapores quentes ou líquidos ferventes;• substâncias químicas como ácidos em geral, soda cáustica, etc.;• contato elétrico;• radiação infravermelhas e ultravioletas emanadas por fornos ou por exposição à luz solarVerifica-se, de acordo com os agentes citados, que a sua ocorrência no trabalho se dá potencialmente em qualquer atividade, variando em função das condições de trabalho.

Classificação das queimaduras:

Quanto à profundidade:1º grau - quando a lesão é superficial, provocando apenas a vermelhidão da pele, sem formar bolhas.2º grau - quando provoca a formação de bolhas e apresenta restos da pele queimada soltos.3º grau - além da formação de bolhas, atinge os músculos e a camada interna do corpo.

Quanto à extensão:É a mais importante e baseia-se na área do corpo queimada. Quanto maior a extensão da queimadura, maior é o risco que corre a vítima. Uma queimadura de 1º grau que abranja uma vasta extensão será considerada de muita gravidade.

2.1- Procedimento em Queimaduras Agentes Químicos

Como atuar:Retirar a roupa do acidentado, pois o resto de substância química pode causar danos enquanto estiver em contato com a pele. Em seguida, lavar a área queimada com bastante água fria.

Fogo, Metais Incandescentes, Líquidos Ferventes e VaporesComo atuar:Apagar o fogo, utilizando água ou extintor apropriado, tomando-se o cuidado para não atingir os olhos. Pode-se abafar com cobertor ou rolar o acidentado no chão. No caso

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Procedimento com queimadura de 1º grau e de pequena

extensão

de metais incandescentes, líquidos ferventes e vapores, afastar o acidentado desses agentes. Retirar a roupa do acidentado e lavar o ferimento com água fria.

EletricidadeComo atuar:Tirar a vítima do contato elétrico, com toda a precaução necessária, desligando-se a energia. (Ver item 3- Choque Elétrico).

Por Radiação Infravermelha e Ultravioleta (solar)Como atuar:•afastar o acidentado da fonte de calor radiante.• retirar a roupa do acidentado, com cuidado. Se necessário, usar uma tesoura para cortá-la;• lavar a área queimada com água fria ou soro fisiológico (se houver), do centro para fora, com cuidado, para não perfurar as bolhas;• dar de beber água, se a vítima estiver consciente;• cobrir, sem tocar com as mãos, a região com gaze esterilizada (se houver) ou com pano limpo;• encaminhar logo à assistência médica, para tratamento.

2.2- Uso de Pomadas, Líquidos e CremesExistem várias modalidades de pomadas, líquidos e cremes para queimaduras. Elas poderão ser utilizadas, mas somente em queimaduras de 1º grau, com orientação médica. Nas de 2º e 3º graus, estão formalmente contraindicadas. O que não deve fazer:- Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura.- Rebentar as bolhas ou tentar tirar a pele das bolhas que rebentaram.- Aplicar sobre a queimadura outros produtos além dos referidos, ou seja, NÃO utilize manteiga, gelo ou álcool.

3- Choque ElétricoA eletricidade pode produzir inúmeros acidentes, muitos dos quais mortais.Quando uma pessoa sofre uma descarga elétrica, esta passa pelo seu corpo e as consequências podem ser mais ou menos graves, dependendo da intensidade da corrente elétrica, resistência e voltagem.No trabalho, encontramos esse acidente quando há falta de segurança na eletricidade como: fios descarnados, ferramentas portáteis, parte elétrica de um motor que, por defeito, está em contato com a sua carcaça, etc.Como atuar:

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• antes de socorrer a vítima, cortar a corrente elétrica, desligando a chave geral de força (quadro elétrico), retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada;• se o item anterior não for possível, usar luvas de borracha grossa ou um amontoado de roupas ou jornais secos e afastar da vítima, o fio ou aparelho elétrico:• se o acidente ocorrer ao ar livre, afastar o fio da vítima com o auxílio de uma vara comprida e seca ou com um ramo de árvore seco, fazendo esta operação com todo o cuidado para não se encostar no fio;• se o choque foi leve, seguir os itens do 6- Estados de Choque;• se o choque for acompanhado de paragem cardíaca ou respiratória, fazer as manobras de reanimação conforme 11- Paragem Cardíaca e 12- Paragem Respiratória;• se houver queimaduras, proceder conforme 2- Queimaduras;• encaminhar logo à assistência médica, para tratamento específico.

4- Calor excessivoO empregado que exerce a sua atividade em ambientes cuja temperatura é alta está sujeito a uma série de alterações no seu organismo, com graves consequências para a sua saúde. São ambientes onde, geralmente, existem fornos, forjas, caldeiras, fundições, ou no trabalho ao ar livre, durante o verão.Os transtornos térmicos mais comuns são:• problemas circulatórios;• anidrose (deficiência de suor).

Os problemas circulatórios ocorrem por deficiência de circulação sanguínea e geralmente acontece com indivíduos inaptos ao ambiente. A pessoa sente cansaço, náuseas, calafrios e apresenta respiração superficial e irregular, palidez ou tonalidade azulada no rosto, temperatura do corpo elevada, pele húmida e fria, diminuição da pressão arterial.Como atuar:• retirar a vítima do ambiente de trabalho, onde esteja exposta ao calor;• deitá-lo com a cabeça mais baixa que o resto do corpo;• afrouxar a roupa da vítima;• se estiver consciente, dar de beber água fresca, em pequena quantidade;• levar imediatamente ao atendimento médico, para tratamento.

A deficiência do suor (anidrose) ocorre quando uma parte da superfície corpórea não transpira. A vítima sente a pela seca, vermelha e quente. Apresenta pulsação rápida, dificuldade respiratória, náuseas, vómitos, convulsões, desmaios, temperatura do corpo elevada, podendo chegar até a morte.Como atuar:• levar a vítima para um lugar arejado e fresco, despir as suas roupas e colocar a sua cabeça sobre um travesseiro;• banhar o corpo da vítima com água fria;• envolver a vítima com lençol húmido;• se a vítima estiver consciente, dar líquidos para ela beber, mas nunca bebidas alcoólicas ou estimulantes como café, chá, etc.;• procurar logo a Assistência Médica, pela necessidade de diagnóstico e tratamento precisos.

5- Frio excessivoTemos acidentes por frio nas empresas que trabalham com industrialização de alimentos congelados, armazenamento de alimentos e medicamentos que necessitam de temperaturas baixas, ou no trabalho ao ar livre, durante o inverno. O equipamento

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de proteção individual, que serve para isolar do frio, pode causar dificuldades na movimentação, na condução de máquinas, ao segurar objetos, etc. As luvas e as botas, com a humidade, podem congelar as mãos e pés. Isso tudo pode levar a acidentes no trabalho, como quedas, derrube de materiais, congelamento das mãos e dos pés, desmaios, etc.

No caso de congelamento dos pés ou das mãosComo atuar:• levar a pessoa para um lugar aquecido, mantendo-a deitada;• tirar imediatamente as botas, meias e luvas;• aquecer as partes congeladas com água quente (não a ferver) ou panos molhados com água quente, realizando massagens delicadas para ativar a circulação nas partes próximas do membro congelado;• dar bebidas quentes, como café ou chá (nunca bebidas alcoólicas);• pedir ao acidentado para movimentar os pés ou as mãos, para ajudar a recuperação da circulação (nunca massajar a parte congelada).

No caso de desmaios em ambientes friosComo atuar:• retirar imediatamente o acidentado do ambiente de trabalho;• retirar toda a roupa de trabalho (nunca deixar o empregado com as mesmas roupas).• cobrir com um cobertor ou dar um banho de água morna;• fornecer bebidas quentes como chá ou café, se estiver consciente, mas nunca bebidas alcoólicas;• observar sinais vitais (pulso, respiração, batimentos cardíacos, etc.);• levar imediatamente à assistência médica.

6- Estado de ChoqueO estado de choque dá-se quando há um mau funcionamento entre o coração, vasos sanguíneos (artérias ou veias) e o sangue, instalando-se um desequilíbrio no organismo.As causas que levam ao estado de choque podem ser cardíacas: enfartes, taquicardias (coração batendo de modo acelerado), bradicardias (coração batendo lentamente), processos inflamatórios do coração; diminuição da quantidade de sangue dentro dos vasos: hemorragias, alteração dos vasos, traumatismos cranianos, envenenamentos, queimaduras.Na agricultura, todas as causas citadas acima podem ocorrer, merecendo especial atenção os acidentes graves com hemorragias extensas, com perda de substâncias orgânicas, em acidentes com tratores, ou por envenenamentos por produtos químicos, ou por exposição a temperaturas extremas. O indivíduo em estado de choque pode apresentar palidez, lábios arroxeados, suor intenso, respiração rápida, curta e irregular, batimentos do coração mais frequentes, agitação, pele fria, muitas vezes tremores, pulso fraco e rápido.

Como atuar:• deixar a vítima deitada com a cabeça mais baixa que os pés;• afrouxar as roupas da vítima;• agasalhar a vítima, envolvendo-a com cobertores, toalhas, jornais;• estancar a hemorragia, se houver;• observar paragem cardiorrespiratória (pulso, respiração, batimentos cardíacos, etc.);

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• procurar logo a Assistência Médica, pela necessidade de diagnóstico e tratamento precisos.

7- DesmaiosÉ a perda de consciência temporária e repentina, devida à diminuição de sangue e oxigénio no cérebro. O desmaio pode dar-se por falta de alimentos, emoção, susto, acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea, ambiente fechado e quente, ou mudança brusca de posição. Na agricultura, o desmaio pode ocorrer em qualquer atividade, desde que esteja presente alguma das causas acima citadas. Antes do desmaio, o indivíduo sente fraqueza, sensação de falta de ar, tonturas, zumbido nos ouvidos e vómitos. A pessoa torna-se pálida, apresentando suores frios. A seguir há escurecimento da visão, falta de controle dos músculos e ela cai, perdendo os sentidos.Como atuar:• manter o indivíduo deitado, colocando a sua cabeça e os ombros em posição mais baixa em relação ao resto do corpo;• afrouxar as roupas;• manter o ambiente arejado;• se a pessoa estiver sentada ou for difícil deitá-la, colocar a sua cabeça entre as pernas e pressioná-la para baixo;• se a vítima parar de respirar, fazer imediatamente a respiração artificial (ver 12- Paragem Respiratória);• nos desmaios causados por calor intenso, depois de reanimar a pessoa, e esta estiver consciente, oferecer água à vítima.

Nota: uma vítima que permaneça inconsciente pode ser colocada em PLS porque permite uma melhor ventilação, libertando as vias aéreas superiores.

1. Ajoelhar ao lado da vítima com um dos joelhos ao nível da linha intermamilar e o outro ao nível da linha umbilical

2. Manter a via aérea permeável através de uma correta extensão da cabeça (levantando o queixo) e virá-la para o seu lado, mantendo a extensão

3. O braço da vítima, do seu lado, dever ser

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dobrado pelo nível do ombro e colocado junto da cabeça de modo a ficar ao lado desta – figura 2

4. As suas mãos vão pegar nos membros do lado oposto da vítima, colocando uma mão ao nível do antebraço, evitando fazer quaisquer rotações deste, e a outra por debaixo do joelho, fazendo com que esta articulação fique em flexão – figuras 3, 4 e 5

5. Com os joelhos bem fixos no terreno, puxar suavemente naqueles pontos de modo a que a vítima fique em decúbito lateral, apoiando-a se necessário com as suas coxas, até que a estabilidade final da posição seja conseguida – figuras 6, 7 e 8

.

8- ConvulsãoÉ a perda súbita da consciência, acompanhada de contrações musculares bruscas e involuntárias. Como causas de convulsões, podemos citar a febre muito alta, traumatismo na cabeça, intoxicações, epilepsia e outras doenças.Na agricultura, podemos encontrar esta situação em indivíduos em qualquer função. De um modo específico, podemos encontrar empregados com convulsão quando expostos a agentes químicos de poder convulsionante, tais como os inseticidas clorados e o óxido de etileno.No ataque típico, o indivíduo perde a consciência, pode parecer que para a sua respiração e, ao mesmo tempo, o seu corpo vai se tornando rígido. Aparecem movimentos incontrolados das pernas e braços. Pode-se notar a contração do rosto ou do corpo. Geralmente os movimentos incontrolados duram de 2 a 4 minutos, tornando-se, então menos violentos e a vítima vai recuperando gradualmente. Durante a recuperação há perda da memória, que retorna aos poucos. As contrações podem variar na sua gravidade e na sua duração.Como atuar:• amparar a cabeça;• acomodar o indivíduo;• retirar da boca pontes, dentaduras e eventuais detritos;• afrouxar as roupas da vítima;• virar o rosto para o lado, para evitar asfixia por vómitos ou secreções;• colocar um lenço entre os seus dentes para evitar que morda a língua ou a engula provocando asfixia;• afastar o indivíduo de objetos pontiagudos, que possam causar traumatismos durante as contrações;• deixar repousar a vítima até que volte a consciência;• não estimular a vítima com sacudidas, álcool, amoníaco, vinagre, ou água;• encaminhar para a Assistência Médica para orientação e tratamento adequado.

9- Intoxicações e EnvenenamentosSão muito frequentes, na agricultura, os casos de envenenamentos e/ou intoxicações por substâncias químicas. Essas substâncias podem ser diversas naturezas, dependendo do produto utilizado, mas normalmente, são fertilizantes e pesticidas. Os meios de intoxicação são por:

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Via oral, em que o acidente provocado através dela, ocorrer quase sempre acidentalmente. O hábito de fumar, lanchar ou tomar refeições sem lavar as mãos, portanto a falta de higiene, pode levar ao acidente.

Via respiratória, quando se fala, por exemplo, em intoxicações por vapores libertados por fitofármacos. O agricultor exposto a agentes químicos acima de determinadas quantidades, sem o uso de equipamento de proteção respiratória, poderá em pouco tempo intoxicar-se.

Via cutânea (pela pele), quando alguns agentes tóxicos penetram através das roupas, contaminando a pessoa.

Para socorrer um acidentado, devemos conhecer todas as substâncias químicas que são utilizadas.

Intoxicação por via oral de produtos cáusticosSubstâncias ácidasComo atuar:• retirar o intoxicado do local de trabalho;• se estiver consciente, dar de beber água em pequena quantidade, para diluir o ácido; leite de magnésio ou leite comum;• se estiver inconsciente, retirar todos os objetos que estão dentro da boca, como dentaduras, restos de comida, saliva, etc.• encaminhar para a Assistência Médica para orientação e tratamento adequado.

Substâncias alcalinas (soda, potassa)Como atuar:• retirar o intoxicado do local de trabalho;• se estiver inconsciente, retirar todos os corpos estranhos da boca;• eventualmente pode dar-se pequenas quantidades de água ou leite (150ml para adultos).• encaminhar para a Assistência Médica para orientação e tratamento adequado.

Nunca provocar o vómito em intoxicação por produtos cáusticos.

Intoxicação por via respiratóriaComo atuar:• retirar o acidentado do local de trabalho;• verificar a respiração da pessoa intoxicada;• se houver paragem respiratória, iniciar imediatamente a respiração artificial (ver 12- Paragem Respiratória);• encaminhar para a Assistência Médica para orientação e tratamento adequado.

Intoxicação por via cutâneaComo atuar:• retirar o acidentado do ambiente de trabalho, levando-o para um lugar fresco e arejado;• retirar toda a roupa do acidentado;

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• lavar o corpo com bastante água;• encaminhar para a Assistência Médica para orientação e tratamento adequado.Atenção: Se possível, guardar os rótulos ou composição das substâncias intoxicantes para fornecer à assistência médica. Contatar o CIAV - Centro de Informações Antivenenos - através do número 808 250 143.

10- Fraturas e Lesões de ArticulaçõesÉ o rompimento total ou parcial de um osso ou de uma cartilagem. As fraturas podem ser fechadas, quando a pele não é rompida pelo osso partido, e expostas ou abertas, quando o osso atravessa a pele e fica exposto. Todas as supostas fraturas e lesões de articulação devem ser imobilizadas. No trabalho agrícola, a fratura pode ocorrer devido a quedas e movimentos bruscos do empregado, batidas contra objetos, ferramentas, assim como quedas dos mesmos sobre o empregado.Suspeita-se de uma fratura ou lesão articular quando houver sido constatado pelo menos dois itens dos abaixo mencionados:• dor intensa no local, que aumente ao menor movimento ou toque na região;• edema local (inchaço);• crepitação ao movimento (som parecido com o amassar de papel);• hematoma (rompimento de vaso com acúmulo de sangue no local) ou equimose (mancha de coloração azulada na pele), que aparece horas após a fratura;• paralisia (lesão dos nervos).

Observação: nunca se deve tentar colocar o osso no lugar. Isso deverá ser feito em local e por pessoal qualificado. Não massajar ou friccionar o local afetado.

Como atuar:A) em caso de fraturas:• colocar a vítima deitada em posição confortável;• estancar eventual hemorragia, em caso de fraturas expostas ou abertas;• imobilizar as articulações mais próximas do local com suspeita de fratura, a fim de impedir a movimentação, utilizando jornais, revistas, tábuas, papelão, etc.; convém acolchoar com algodão, lã ou trapos os pontos em que os ossos ficarão em contato com a tala;• não deslocar ou arrastar a vítima antes de imobilizar o segmento fraturados;• encaminhar a vítima para a Assistência Médica para diagnóstico e tratamento precisos;

B) em caso de lesão articular: (entorses, luxações e contusões)• colocar a vítima deitada ou sentada em posição confortável;

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• nas primeiras 24 horas, aplicar frio intenso no local com bolsa de gelo ou compressas frias húmidas; (posteriormente, aplicar calor local);• imobilizar a região afetada com faixas ou panos para impedir os movimentos, diminuindo assim a dor;• após decorridas as primeiras 24 horas, pode-se aplicar calor no local e imobilizá-lo, mantendo a região aquecida;• encaminhar, (se necessário) a vítima à Assistência Médica para diagnóstico e tratamento precisos.

11- Paragem Cardíaca - Massagem CardíacaA paragem cardíaca é a interrupção do funcionamento do coração, que pode ser constatada quando não se percebe os batimentos do mesmo (ao encostar o ouvido na região anterior do tórax da vítima), não se puder palpar o pulso e ainda quando houver dilatação das pupilas. A vítima apresenta palidez, ausência de pulsação tanto nos membros como no pescoço, dilatação das pupilas, inconsciência e aparência de estar morto. Geralmente apresenta, concomitantemente, paragem da respiração.A paragem cardíaca pode ser causada por enfarte do miocárdio (coração), choque elétrico, intoxicação medicamentosa, monóxido de carbono, produtos químicos agrícolas e outros, casos de hipersensibilidade do organismo a certos medicamentos, acidentes graves e afogamentos.No ambiente de trabalho deve-se dedicar especial atenção aos trabalhos com monóxido de carbono, produtos químicos agrícolas, especialmente produtos organofosfatados, e trabalhos com eletricidade, embora o enfarte do miocárdio ou um acidente grave possa ocorrer nas mais variadas situações.Como atuar:• colocar a vítima deitada de costas sobre uma superfície dura; • se a vítima for adulta, dar dois a três golpes no peito, na parte mediana do tórax sobre o osso externo, na sua parte inferior;• logo a seguir, apoiar a metade inferior da palma de uma mão nesse local e colocar a outra mão por cima da primeira. Os dedos e o restante da palma da mão não devem encostar no tórax da vítima;

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• fazer regularmente compressões curtas e fortes, cerca de 60 por minuto;• ao mesmo tempo, associar a respiração aplicada (ver 12- Paragem respiratória - Respiração artificial), caso haja 2 socorristas;• no caso de 1 só socorrista deverão ser feitas 15 compressões cardíacas para 2 respirações aplicadas;• continuar a massagem cardíaca até que a vítima seja atendida por um médico.

12- Paragem Respiratória - Respiração ArtificialChamamos paragem respiratória ao cessamento total da respiração, devido à falta de oxigénio e excesso de dióxido (ou monóxido) de carbono no sangue. Pode ocorrer por afogamento, choque elétrico, intoxicação por medicamentos, monóxido de carbono, produtos químicos agrícolas, etc.A paragem respiratória pode ser constatada pela coloração azulada da face, lábios e extremidades e pela não movimentação do tórax. Através de um espelho ou metal polido colocado próximo ao nariz, nota-se o não embaciamento que ocorreria normalmente. O oxigénio é vital para o cérebro e, quando há falta de oxigénio e excesso de dióxido (ou monóxido) de carbono no sangue, ocorre o cessamento total da respiração, chamada paragem respiratória.São várias as causas de paragem respiratória, enumeradas no quadro seguinte:

Causas Frequentes de Alterações RespiratóriasAsfixia • Obstrução das vias respiratórias (engasgamento)

• Intoxicação (dióxido ou monóxido de carbono)• Fratura ou esmagamento de costelas• Traumatismo Craniano• Envenenamento• Afogamento• Nas crianças, por presença de corpos estranhos

Outras causas

• Lesões cardíacas como o enfarte agudo do miocárdio• Electrocução• Soterramentos

Como atuar:A - Respiração Boca-a-Boca• agir com rapidez, deitando a vítima de costas sobre uma superfície dura;• afrouxar as roupas da vítima;• retirar da boca da vítima dentaduras ou outros corpos estranhos que encontrar e limpar a boca com um lenço ou pano limpo;

• levantar a nuca da vítima com uma das mãos e com a outra inclinar a cabeça para trás ao máximo, ficando a ponta do queixo voltada para cima. Manter a vítima nesta posição durante toda a respiração artificial, estabelecendo uma passagem livre para o ar;

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• tapar as narinas da vítima com o polegar e indicador de uma mão e abrir completamente a boca da vítima;• encher bem os pulmões e colocar a sua boca sobre a da vítima, sem deixar nenhuma abertura, e assoprar com força até perceber que o tórax da vítima está-se elevando;• afastar a boca e destapar as narinas da vítima, deixando que os pulmões se esvaziem naturalmente e enquanto isso inspirar novamente, prosseguindo num ritmo de 12 vezes por minuto;• se não houver pulsação, efetuar ao mesmo tempo a massagem cardíaca. No caso de haver um único socorrista, fazer 15 compressões cardíacas e, com rapidez, aplicar duas respirações artificiais;• se houver dois socorristas, um fará a respiração artificial alternadamente com a outra pessoa, que fará a massagem cardíaca. Nesse caso, fazer 5 compressões cardíacas para uma respiração aplicada;• manter a respiração artificial (e a massagem cardíaca se necessário) até que a vítima seja atendida por um médico.

B - Respiração Boca-a-NarizÉ usada em bebés e quando a vítima sofreu fratura da mandíbula, cortes com hemorragia na boca ou quando não se conseguir abrir a sua boca:• executar os itens a, b, c e d, do método Respiração Boca-a-Boca;• apertar os maxilares para evitar a saída de ar pela boca (soprado pelas narinas);• colocar a sua boca em contato com as narinas da vítima e sobrar com força;• afastar a boca;• abrir a boca da vítima o quanto puder e observar o esvaziamento natural dos pulmões;• recomeçar a operação e prosseguir num ritmo de 12 vezes por minuto;• manter a respiração artificial ( e a massagem cardíaca se necessário) até que a vítima seja atendida por um médico.

Atenção: As novas regras para os primeiros socorros defendem que quem não tem formação em reanimação não deve fazer respiração boca a boca num doente em paragem cardíaca. Para os restantes, o salvamento continua a incluir esta manobra juntamente com a massagem cardíaca, por ser mais eficaz, dizem os especialistas.12.1- Asfixia por obstrução das vias respiratóriasNo caso específico de paragem respiratória por obstrução das vias respiratórias (engasgamento) há diferentes procedimentos:Como atuar:

A- Técnicas de Desobstrução das Vias Aéreas:• Efetuar a manobra de extensão da cabeça;• Desapertar roupas, colarinhos, gravatas, cintos e lenços;• Abrir a boca, colocar os 2 dedos envolvidos num pano limpo, retirando as próteses dentárias soltas, corpos estranhos, vómito e sangue.

B- Pancadas Interescapulares e Manobra de Heimlich

Estas manobras poderão ser utilizadas em caso da existência de um corpo estranho, que se encontre a obstruir as vias aéreas.

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Desobstrução da Via Aérea

Nas Pancadas Interescapulares a posição do socorrista deverá ser a seguinte:

• Junto da vítima, ao lado e ligeiramente por trás, em posição de equilíbrio;• Com uma mão suster o tórax da vítima, inclinando-a ligeiramente à frente;• Com a outra mão aplicar 5 pancadas entre as omoplatas;• Assim que se observar a reversão da obstrução interromper a manobra.

Na Manobra de Heimlich a posição do socorrista deverá ser a seguinte:

• Junto da vítima, por detrás deve-se colocar os braços em redor desta, na região superior do abdómen, entre o apêndice Xifóide e o umbigo;• Cerrar o punho sobre esta região, agarrá-lo com a outra mão e aplicar 5 movimentos bruscos e secos, no sentido para dentro e para cima;• A manobra tem como objetivo, diminuir o volume da caixa torácica e assim aumentar a pressão no interior das vias aéreas provocando uma expulsão súbita de ar e com isso a expulsão de algum corpo estranho;• Podem-se conjugar ambas as manobras Pancadas Interescapulares e Manobra de Heimlich.

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Pancadas Interescapulares

Manobra de Heimlich