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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 1 LÍNGUA PORTUGUESA Questões de 01 a 20 Atenção: As questões de números 1 a 6 baseiam-se no texto apresentado abaixo. CASCAS DE BARBATIMÃO Eu ia para Araxá, isto foi em 1936, ia fazer uma reportagem para um jornal de Belo Horizonte. O trem parou numa estação, ficou parado muito tempo, ninguém sabia por quê. Saltei para andar um pouco lá fora. Fazia um mormaço chato. Vi uma porção de cascas de árvores. Perguntei o que era aquilo, e me responderam que eram cascas de barbatimão que estavam ali para secar. Voltei para meu assento no trem e ainda esperei parado algum tempo. A certa altura peguei um lápis e escrevi no meu caderno: “Cascas de barbatimão secando ao sol.” Perguntei a algumas pessoas para que serviam aquelas cascas. Umas não sabiam; outras disseram que era para curtir couro, e ainda outras explicaram que elas davam uma tinta avermelhada muito boa. Como repórter, sempre tomei notas rápidas, mas nunca formulei uma frase assim para abrir a matéria - “cascas de barbatimão secando ao sol.” Não me lembro nunca de ter aproveitado esta frase. Ela não tem nada de especial, não é de Euclides da Cunha, meu Deus, nem de Machado de Assis; podia ser mais facilmente do primeiro Afonso Arinos, aquele do buriti. Ela me surgiu ali, naquela estaçãozinha da Oeste de Minas, não sei se era Divinópolis ou Formiga. Um dia, quando eu for chamado a dar testemunho sobre a minha jornada na face da terra, que poderei afirmar sobre os homens e as coisas do meu tempo? Talvez me ocorra apenas isto, no meio de tantas fatigadas lembranças: “cascas de barbatimão secando ao sol.” (Rubem Braga. Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 7.ed, 1998, p.175) 1) A citação de autores consagrados em nossa literatura permite afirmar que o cronista a) cria uma situação de humor involuntário, atribuindo algo sem importância a Machado de Assis. b) avalia com ironia a si mesmo e aquilo que escreve, como se sua obra não tivesse valor literário. c) sabe, com desprezo, que não consegue escrever uma obra longa e de vulto, como o fez Euclides da Cunha. d) se considera também um importante defensor da cultura brasileira, respeitando os costumes populares.

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 1

LÍNGUA PORTUGUESA – Questões de 01 a 20 Atenção: As questões de números 1 a 6 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

CASCAS DE BARBATIMÃO

Eu ia para Araxá, isto foi em 1936, ia fazer uma reportagem para um jornal de Belo Horizonte. O trem parou numa estação, ficou parado muito tempo, ninguém sabia por quê.

Saltei para andar um pouco lá fora. Fazia um mormaço chato. Vi uma porção de cascas de árvores. Perguntei o que era aquilo, e me responderam que eram cascas de barbatimão que estavam ali para secar. Voltei para meu assento no trem e ainda esperei parado algum tempo. A certa altura peguei um lápis e escrevi no meu caderno: “Cascas de barbatimão secando ao sol.”

Perguntei a algumas pessoas para que serviam aquelas cascas. Umas não sabiam; outras disseram que era para curtir couro, e ainda outras explicaram que elas davam uma tinta avermelhada muito boa.

Como repórter, sempre tomei notas rápidas, mas nunca formulei uma frase assim para abrir a matéria - “cascas de barbatimão secando ao sol.” Não me lembro nunca de ter aproveitado esta frase. Ela não tem nada de especial, não é de Euclides da Cunha, meu Deus, nem de Machado de Assis; podia ser mais facilmente do primeiro Afonso Arinos, aquele do buriti. Ela me surgiu ali, naquela estaçãozinha da Oeste de Minas, não sei se era Divinópolis ou Formiga.

Um dia, quando eu for chamado a dar testemunho sobre a minha jornada na face da terra, que poderei afirmar sobre os homens e as coisas do meu tempo? Talvez me ocorra apenas isto, no meio de tantas fatigadas lembranças: “cascas de barbatimão secando ao sol.”

(Rubem Braga. Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 7.ed, 1998, p.175) 1) A citação de autores consagrados em nossa literatura permite afirmar que o

cronista

a) cria uma situação de humor involuntário, atribuindo algo sem importância a Machado de Assis.

b) avalia com ironia a si mesmo e aquilo que escreve, como se sua obra não tivesse valor literário.

c) sabe, com desprezo, que não consegue escrever uma obra longa e de vulto, como o fez Euclides da Cunha.

d) se considera também um importante defensor da cultura brasileira, respeitando os costumes populares.

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LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA 2ª Série – 2015

2 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

2) A continuidade do texto se baseia:

a) nas diferentes opiniões emitidas por algumas pessoas a respeito da utilidade das cascas de barbatimão.

b) na alternância entre a 1ª pessoa verbal, para marcar a visão pessoal do autor e a 3ª pessoa, como um narrador de fora dos acontecimentos.

c) no uso da frase entre aspas, sempre repetida, que une a narrativa da viagem a uma reflexão pessoal, na segunda parte do texto.

d) na sequência de presente, passado e futuro, respectivamente, marcada pelos tempos verbais, que garante o desenvolvimento cronológico do assunto.

3) A intenção do autor, insistindo no uso das aspas, em uma das frases do texto,

é:

a) repetir informações obtidas em outros autores. b) assinalar o caráter singular da frase. c) valorizar o conhecimento popular a respeito de uma árvore. d) realçar a pouca importância do seu sentido no contexto.

4) Considere os três primeiros parágrafos do texto. É CORRETO afirmar que o

elemento que desencadeia o desenvolvimento da história está:

a) na parada do trem por um tempo além do previsto, numa das estações do percurso feito regularmente.

b) na necessidade de esclarecer os leitores de um jornal, com informações exatas a respeito de um fato qualquer.

c) no desconhecimento dos demais viajantes sobre as propriedades oferecidas pelas cascas de certas árvores.

d) na falta de informações precisas dos responsáveis, a respeito de problemas ocorridos durante uma viagem.

5) "Cascas de barbatimão secando ao sol."

Em relação à frase acima, está correto o que se afirma: a) No final do texto, o cronista atribui a ela um sentido figurado,

relacionando-a ao sentido da vida, diferente do sentido com que aparece no final do 1º parágrafo.

b) A frase está empregada sempre em seu sentido próprio, como cascas de um tipo de árvore, todas as vezes em que surge no contexto.

c) A frase apresenta sentido figurado, sempre que é repetida no contexto, simbolizando as dificuldades da vida.

d) O cronista não consegue atribuir sentido à frase, por ignorar a utilidade das cascas de barbatimão.

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 3

6) O hábito de tomar notas rápidas, como afirma o cronista, se deve à circunstância de

a) viajar constantemente, por lugares que desconhecia. b) estar sujeito a contratempos, em suas viagens. c) dar testemunho dos fatos ocorridos em sua vida. d) ser ele um repórter, atento a fatos interessantes.

Instruções: O poema abaixo é referência para as questões de números 7 a 10.

CANÇÃO DE TODOS

”Duas almas deves ter... É um conselho dos mais sábios; Uma, no fundo do Ser, Outra, boiando nos lábios! Uma, para os circunstantes, Solta nas palavras nuas Que inutilmente proferes, Entre sorrisos e acenos: A alma volúvel das ruas, Que a gente mostra aos passantes, Larga nas mãos das mulheres, Agita nos torvelinhos, Distribui pelos caminhos E gasta sem mais nem menos, Nas estradas erradias, Pelas horas, pelos dias... (...) A outra alma, pérola rara, Dentro da concha tranquila, Profunda, eterna e tão cara Que poucos podem possuí-la, É alma que nas entranhas Da tua vida murmura Quando paras e repousas. A que assiste das Montanhas As livres desenvolturas Do panorama das cousas (...) Fonte do Sonho, jazida Que se esconde aos garimpeiros, Guardando, em fundos esteiros, O ouro da tua Vida.”

(LEÔNI, Raul de. Canção de todos. Obtido em http://www.jornaldepoesia.jor.br/ra.html#cancao com cortes)

Vocabulário:

Volúvel: instável Torvelinhos: redemoinhos Entranhas: profundezas Erradias: sem direção definida Jazida: depósito de minérios Esteiros: partes estreitas de rio ou mar

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LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA 2ª Série – 2015

4 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

7) No poema, a alma que reside “no fundo do ser” é associada a imagens que lembram

a) meios de transporte, como vemos nos trechos “distribui pelos caminhos”

ou “nas estradas erradias”. b) extração de pedras preciosas, como nos trechos “pérola rara”, “jazida /

que se esconde aos garimpeiros”. c) lazer e diversão, como vemos em “Entre sorrisos e acenos: A alma volúvel

da ruas”. d) meditação e vida contemplativa, como vemos em “Larga nas mãos das

mulheres, / Agita nos torvelinhos”. 8) Releia os versos com atenção e, a seguir, responda.

“A outra alma, pérola rara, Dentro da concha tranquila, Profunda, eterna e tão cara Que poucos podem possuí-la”

O pronome oblíquo “la” destacado no trecho refere-se a:

a) concha tranquila. b) tão cara. c) eterna. d) outra alma.

9) "Canção de todos" contém uma oposição de sentido que estrutura todo o

poema – as "duas almas". Assinale a alternativa que revele dois pares de versos, com significados opostos, que representem essa oposição estrutural.

a) "Solta nas palavras nuas / Que inutilmente proferes" e "As livres

desenvolturas / Do panorama das cousas". b) "Quando paras e repousas. / A que assiste das Montanhas" e "É alma que

nas entranhas / Da tua vida murmura". c) "Agita nos torvelinhos, / Distribui pelos caminhos" e "E gasta sem mais

nem menos, / Nas estradas erradias". d) "Alma volúvel das ruas / Que a gente mostra aos passantes" e "Alma que

nas entranhas / da tua vida murmura".

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 5

10) Assinale a alternativa que melhor expressa a tese defendida no poema.

a) Todos os seres humanos devem ter duas caras: uma verdadeira, para exibir aos outros, e outra falsa, para guardar para si.

b) Todos os seres humanos deveriam ser autênticos para com os outros, pois a verdade faz com que a vida cotidiana seja vivida com mais intensidade e leveza.

c) Os seres humanos devem desenvolver uma alma para fora, a fim de ser usada na vida cotidiana, e outra para dentro, guardada para os momentos mais importantes.

d) Os seres humanos não devem cultivar uma vida interior; a intensidade dos momentos vividos tem de estar presente no mundo exterior, mais do que na subjetividade.

Instruções: O texto a seguir serve como base para a resposta das questões de números 11 a 14.

Cientistas extraem DNA de pêlos de mamutes congelados

Pesquisadores criam técnica para retirar DNA dos fios de espécimes conservados em museus

Pesquisadores extraíram DNA dos pesados casacos de pêlo dos mamutes, em um esforço para entender melhor esses gigantes extintos. Ninguém sabe o que levou esses animais a desaparecer - se mudança climática, humanos famintos ou alguma outra coisa - mas eles deixaram vestígios, muitos congelados sob a vegetação do Ártico.

Tentativas já foram feitas para sequenciar o DNA dos mamutes a partir de exemplares congelados, mas o processo é complicado por contaminações.

Na edição desta sexta-feira da revista Science, no entanto, cientistas afirmam que os pêlos parecem ser uma excelente fonte de material genético bem conservado.

"É importante entender a composição genética de um organismo antes de sua extinção", explica o principal pesquisador envolvido no trabalho, Stephan C. Schuster, da Universidade Estadual da Pensilvânia. Os cientistas tentam compreender o parentesco entre diferentes grupos de animais, especialmente os em grave risco de extinção, para ver se as espécies poderão enfrentar um destino comum, disse Schuster.

"Queremos usar isso para sequenciar (DNA de) espécimes de museu e, assim, entender a evolução da espécie, usando coleções de museus que datam de vários séculos atrás", disse ele.

DNA extraído do pêlo é muito mais limpo e menos danificado que o de outras partes dos mamutes, disse Schuster, e, portanto, é mais econômico de sequenciar.

Ele explica que a queratina, a cobertura rígida do pêlo, pode proteger o DNA. Também é mais simples remover contaminantes, como bactérias, dos pêlos.

(http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid57534,0.htm, com cortes)

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LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA 2ª Série – 2015

6 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

11) Assinale a alternativa que apresenta o motivo pelo qual os cientistas justificam suas tentativas de sequenciamento do DNA de mamutes.

a) Entender por que os pêlos de animais preservam o DNA. b) Reconhecer os processos pelos quais certos micro-organismos interferem

na preservação do DNA. c) Compreender como os mamutes evoluíram em um período anterior à

extinção. d) Compreender a evolução de espécies parasitas, como bactérias, em

animais de grande porte. 12) O artigo traz um subtítulo (trecho em negrito logo após o título). Sobre sua

função, afirma-se que ele apresenta

a) a informação principal do artigo. b) um desdobramento secundário das informações. c) uma conclusão que não está apresentada no texto. d) a ideia de um dos pesquisadores a respeito do tema.

13) Assinale a alternativa que melhor apresenta o tema do texto.

a) Tentativas de clonagem de mamutes congelados. b) Dificuldades do processo de retirada de DNA de pêlos de animais. c) Contaminação por bactérias do material genético e a dificuldade causada

no processo de extração do DNA. d) Extração e tentativas de sequenciamento do DNA de mamutes

congelados. 14) Releia o trecho a seguir:

“Os cientistas tentam compreender o parentesco entre diferentes grupos de animais, especialmente os em grave risco de extinção, para ver se as espécies poderão enfrentar um destino comum, disse Schuster.”

Do trecho relido, infere-se que

a) as pesquisas com mamutes têm o objetivo exclusivo de evitar a extinção

de outros animais. b) as pesquisas com mamutes têm também um objetivo relacionado ao

futuro de outras espécies. c) o sequenciamento genético de mamutes não permite a realização de

previsões futuras. d) as pesquisas apresentadas no texto não guardam relação com a

atualidade.

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 7

15) Leia os textos:

TEXTO I

O chamado “fumante passivo” é aquele indivíduo que não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. Até hoje, discutem-se muito os efeitos do fumo passivo, mas uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros.

O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão expostas à fumaça “de segunda mão”, enquanto nos Estados Unidos, 88% dos fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool.

Disponível em: www.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).

TEXTO II

Disponível em:http://rickjaimecomics.blogspot.com. Acesso em: 27 abr.2010. Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram demonstrar que

Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram demonstrar que a) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa, diariamente, excede o

máximo de nicotina recomendado para os indivíduos, inclusive para os não fumantes.

b) para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fumar, será necessário aumentar as estatísticas de fumo passivo.

c) a conscientização dos fumantes passivos é uma maneira de manter a privacidade de cada indivíduo e garantir a saúde de todos.

d) os não fumantes precisam ser respeitados e poupados, pois estes também estão sujeitos às doenças causadas pelo tabagismo.

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LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA 2ª Série – 2015

8 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

16) Leia:

MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE

ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.

Campanha publicitária de loja de eletrodomésticos. Revista Época. Nº 424, 03 jul. 2006

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, a função da linguagem predominante é a) conativa. b) denotativa. c) fática. d) metalinguística.

17) Leia o seguinte texto de Ubirajara Inácio de Araújo:

Todo texto é uma sequência de informações: do início até o fim, há um percurso acumulativo delas. Às informações já conhecidas, outras novas vão sendo acrescidas e estas, depois de conhecidas, terão a si outras novas acrescidas e, assim, sucessivamente. A construção do texto flui como um ir e vir de informações, uma troca constante entre o dado e o novo.

É CORRETO afirmar que, nesse texto, predominam:

a) Função referencial e gênero do tipo dissertativo. b) Função fática e gênero de conteúdo didático. c) Função poética e gênero do tipo narrativo. d) Função conativa e gênero de conteúdo lírico.

18) Leia com atenção a seguinte frase:

Sou profundamente melancólico. Se não fosse a literatura

Já tinha metido uma bala na cabeça.

Carlos Heitor Cony (escritor). Veja, 21/04/99

Neste trecho está presente a função:

a) Referencial. b) Emotiva. c) Metalinguística d) apelativa

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 9

19) Leia:

Canção amiga

Eu preparo uma canção, em que minha mãe se reconheça todas as mães se reconheçam e que fale como dois olhos.

[...]Aprendi novas palavras E tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças.

ANDRADE, C. D. Novos poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948 (fragmento).

A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo autor com o objetivo principal de a) transmitir informações, fazer referência a acontecimentos observados no

mundo exterior. b) envolver, persuadir o interlocutor, nesse caso, o leitor, em um forte apelo

à sua sensibilidade. c) realçar os sentimentos do eu lírico, suas sensações, reflexões e opiniões

frente ao mundo real. d) destacar o processo de construção de seu poema, ao falar sobre o papel

da própria linguagem e do poeta. 20) Assinale a função morfológica de caro em “Ele vendeu caro as mercadorias”.

a) Verbo. b) Pronome. c) Advérbio. d) Preposição.

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10 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

LITERATURA – Questões de 21 a 40

Leia o soneto abaixo e responda as questões de 21 a 23

Via Láctea

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”.

In Péricles Eugênio da Silva Ramos. Panorama da poesia brasileira, v. 3, Parnasianismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1959.

21) A partir da comparação do texto seguinte com o anterior,

Ouvir estrelas

Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estás beirando a maluquice extrema. No entanto o certo é que não perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema.

Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabroso é o tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto p’ra um poema.

Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizem? Que sentido têm suas frases de sabor tão raro?

Amigo, aprende inglês para entendê-las, Pois só sabendo inglês se tem ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.

TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 11

verifica-se que,

a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa.

b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.

c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.

d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”

22) Sobre o poema da estética Parnasiana pode–se afirmar que,

a) No soneto, há traços românticos de Olavo Bilac, e o sujeito poético faz o elogio do sentimento amoroso, o que contrasta com outros textos mais parnasianos do autor.

b) Há no texto preocupação excessiva com a forma, impassibilidade e arte pela arte segundo a concepção parnasiana.

c) Há no poema versos impecáveis, misturando a mitologia clássica com o sentimento amoroso.

d) O vocabulário do poema é preciosista, com o emprego de palavras vulgares e apurado culto à forma.

23) O poema é de Olavo Bilac, importante poeta da escola parnasiana. Pode-se

dizer que o texto:

a) ressalta a objetividade de sua elaboração. b) revela sentimento íntimo na sua composição. c) segue a tendência parnasiana à impessoalidade. d) observa a orientação parnasiana ao racionalismo.

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LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA 2ª Série – 2015

12 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

24) (PUC-PR) Sobre o poema Neologismo, de Manuel Bandeira, é possível afirmar que,

“Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana. Inventei, por exemplo, o verbo teadorar Intransitivo: Teadoro, Teodora.”

a) O poema traduz o sentimento de mundo caótico da poesia de Manuel

Bandeira. b) Está presente no texto o conflito entre o eu-lírico e o mundo. c) O ritmo traduz, na quebra dos versos, a inquietude do poeta. d) A invenção de palavras é recurso usado por pessoas que falam pouco.

25) “A língua sem arcaísmo. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição

milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos”.

Neste trecho do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, depreende-se um dos programas propostos pelos modernistas:

a) a invenção de uma nova língua, estruturalmente diferente da falada e

escrita pelos portugueses. b) a incorporação da fala brasileira à língua literária nacional. c) a imitação do discurso dos autores populares da literatura oral brasileira. d) repúdio à literatura dos escritores do passado, apenas porque eram

afeitos à extrema correção. 26) (UFRS) O Modernismo Brasileiro, através de seus autores mais

representativos na Semana de Arte Moderna, propôs:

a) o apego às normas clássicas oriundas do neoclassicismo mineiro. b) a literatura como espaço privilegiado para a expressão dos falares

brasileiros. c) uma literatura que investisse na idealização da figura indígena como

ancestral do brasileiro. d) a ruptura com as vanguardas europeias, tais como o futurismo e o

dadaísmo.

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2ª Série – 2015 LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA

SISTEMA EQUIPE DE ENSINO GABARITO 1 13

Leia o poema para responder as questões de 27 a 29.

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

BILAC, Olavo. Antologia Poética. São Paulo, 1990.

27) Considerando a leitura do texto A Língua Portuguesa afirma-se que,

a) O soneto, nas suas quatro estrofes, traduz um sentimento subjetivo e uma métrica despreocupada com a forma comum aos textos de Olavo Bilac e de outros autores parnasianos, como Alberto de Oliveira.

b) “Última flor do Lácio” é uma expressão que demonstra o quanto a poesia de Bilac, claramente de natureza parnasiana, cuidadosamente metrificada, apresenta a mesma atenção no trato com o vocabulário erudito.

c) O eu lírico, em todas as estrofes, por meio de versos pouco metrificados e linguagem desatenta à sintaxe lusitana, faz uma ode à língua portuguesa, enfocando o amor à pátria.

d) O eu lírico, em vários versos do poema, adjetiva o idioma português com palavras que deixam transparecera despreocupação da estética parnasiana em relação à métrica poética.

28) A expressão metafórica usada para referir à linguagem portuguesa é:

a) exílio amargo. b) amor sem brilho. c) última flor do Lácio. d) gênio sem ventura.

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LINGUA PORTUGUESA – LITERATURA 2ª Série – 2015

14 GABARITO 1 SISTEMA EQUIPE DE ENSINO

29) Considerando o texto “Língua Portuguesa”, bem como os conteúdos a ele

relacionados, pode-se afirmar que,

a) A declaração de amor que Bilac faz à língua portuguesa na terceira estrofe do poema em análise aponta que, embora o eu-lírico expresse seu amor, ao mesmo tempo demonstra reconhecer a fragilidade da língua.

b) Há, como se percebe, na última estrofe do poema em análise, traços de intertextualidade, o que, talvez – ou de maneira categórica – ponha Bilac para fora do seleto grupo dos parnasianos brasileiros.

c) A expressão “Última flor do Lácio, inculta e bela” escrita por Bilac traz à tona uma das características do parnasianismo: o uso de vocabulário comum e prosaico, simples e ordinário.

d) O poema de Bilac possui, de um ponto de vista formal, quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos. Essa estrutura aponta características bem delineadas da chamada estética parnasiana.

Leia o soneto abaixo para responder as questões 30 e 31.

XXXI

Longe de ti, se escuto, porventura, Teu nome, que uma boca indiferente Entre outros nomes de mulher murmura, Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura Sofre de amargo exílio, e tristemente A linguagem natal, maviosa e pura, Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome De uma pátria distante e idolatrada, Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera E a eterna luz da terra abençoada, Onde, entre flores, teu amor me espera.

BILAC, Olavo. Melhores poemas. Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: Global, 2003. p. 54.

Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços românticos em sua obra.

30) No soneto apresentado, observa-se o seguinte traço romântico:

a) Objetividade do eu lírico b) Predominância de descrição c) Utilização de universo mitológico d) Idealização do tema amoroso

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31) Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços

românticos em sua obra. No soneto apresentado observa-se o seguinte traço romântico:

a) objetividade do eu lírico. b) utilização de universo mitológico. c) erudição do vocabulário. d) idealização do tema amoroso.

32) (VUNESP-SP)

Irene preta/ Irene boa/ Irene sempre de bom humor/ Imagino Irene entrando no céu:/ Licença, meu branco! / E São Pedro bonachão: / Entra, Irene, você não precisa pedir licença. Pode-se enquadrar o poema acima no Modernismo, pois o poeta:

a) incorpora aspectos da modalidade coloquial da linguagem. b) expressa nitidamente preocupação com as coisas do cotidiano. c) volta-se para a valorização dos aspectos formais. d) emprega linguagem conotativa.

33) A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928):

a) faz uma síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista

b) incentiva a pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores

c) enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clássica d) confere ao nível coloquial da fala brasileira a categoria de valor literário

34) (PUCCAMP-SP) - São características da primeira fase do Modernismo:

a) retomada da ficção regionalista, cultivo de uma poesia neobarroca e visão de mundo em perspectiva elitista.

b) predominância dos temas políticos, crítica ao uso indiscriminado das máquinas e visão de mundo em perspectiva universalista.

c) libertação dos modelos acadêmicos, experimentalismo em novas formas de expressão e rompimento com o nacionalismo tradicional.

d) pesquisa de lendas e narrativas folclóricas, valorização do índio enquanto mito romântico e cultivo de fórmulas estéticas consagradas.

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35) (PUC-PR) Este fragmento de conhecido poema de Manuel Bandeira expõe

características permanentes de sua poesia:

“E quando eu estiver mais triste. Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar – Lá sou amigo do rei - Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.”

Aponte a alternativa que contém a correspondência dos versos com a permanência temática da obra de Manuel Bandeira:

a) A vida provisória. b) A percepção dos limites pessoais e a transformação da realidade. c) O sentimentalismo incorrigível. d) Lirismo intimista e recusa dos lugares-comuns.

36) (UNIFOR-CE)

Relicário

No baile da Corte Foi o Conde d'Eu quem disse Pra Dona Benvinda Que farinha de Suruí Pinga de Parati Fumo de Baependi É comê bebê pitá e caí.

Nesse poema de Oswald de Andrade está presente a seguinte preocupação dos modernistas:

a) ridicularizar os poetas que não dominavam as normas da versificação b) documentar fatos marcantes da história recente do país c) realçar a expressividade e a graça da linguagem oral d) enaltecer o Brasil, recuperando a visão nacionalista dos primeiros

românticos. 37) A poesia modernista caracteriza-se, formalmente, pelo predomínio de:

a) versos livres, sem metrificação regular, sem rima b) versos regulares, metrificados, sem rima c) versos brancos, sem metrificação regular, com estrofes

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d) versos irregulares, com rima, preferência ao soneto 38) Leia o poema para responder à questão.

Remorso

Às vezes, uma dor me desespera... Nestas ânsias e dúvidas em que ando, Cismo e padeço, neste outono, quando Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando, Sem os gozar numa explosão sincera... Ah! mais cem vidas! com que ardor quisera Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que esperdicei na juventude; Choro, neste começo de velhice, Mártir da hipocrisia ou da virtude,

Os beijos que não tive por tolice, Por timidez o que sofrer não pude, E por pudor os versos que não disse!

BILAC, Olavo. Remorso. Em: Melhores poemas de Olavo Bilac. Seleção Marisa Lajolo. São Paulo: Global, 2003. p. 106. (Melhores Poemas, n. 16).

Considerando os recursos estilísticos, pode-se afirmar que esse poema:

a) enquadra-se tipicamente no estilo parnasiano, apresentando uma

descrição objetiva da realidade vivida pelo eu lírico. b) aproxima-se da estética romântica, uma vez que o eu lírico faz confissões

de seu estado de alma. c) afasta-se radicalmente do estilo romântico, traduzindo uma preocupação

excessiva com o rigor formal. d) traduz uma característica da poesia simbolista, voltada para a

supervalorização da forma em detrimento do conteúdo do texto.

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39) Leia os versos de Olavo Bilac e responda

Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.

Os versos caracterizam-se pelo (a)

a) vocabulário simples e pouca preocupação com as qualidades técnicas do

poema, já que as sugestões sonoras não estão neles presentes. b) emoção expressa racionalmente, embora seja bastante evidente o caráter

subjetivo na construção das imagens. c) busca da perfeição na expressão, visando ao universalismo, como

exemplificam os termos Beleza e Verdade, grafados com maiúsculas. d) afastamento da realidade social, decorrente de uma visão idealizada do

mundo, descrito por metáforas pouco objetivas. 40) (ENEM) Leia o texto abaixo atentamente:

Erro de Português

Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de Sol O índio tinha despido O português.

Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de janeiro:Civilização Brasileira, 1978.

O primitivismo observável no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante.

a) o regionalismo do Nordeste. b) a poesia Pau-Brasil. c) o concretismo paulista. d) o simbolismo pré-modernista.

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