casarão 1919

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Patrimônio Histórico: Residência Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, 1919 Cerqueira CésarSão Paulo/SP

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Trabalho realizado para a matéria de Teoria do Restauro - UNIP Alphaville Casarão 1919 da Avenida Paulista Equipe: Hanna Mizoguchi, Maíra Serrano, Barbara Barquilha, Gabriela Malva e Carolina Suzuki

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Patrimônio Histórico:

Residência Joaquim Franco de Mello,

Avenida Paulista, 1919 – Cerqueira César– São Paulo/SP

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Sobre o Casarão:

• Construída em 1905 pelo engenheiro

Antônio Fernandes Pinto, para o

proprietário Joaquim Franco de Mello;

• A casa destaca-se como a única

construção remanescente da primeira

fase de ocupação da Avenida Paulista,

entre 1891 e 1937;

• Localizada entre a Rua Padre João

Manuel e a Alameda Ministro Rocha

Azevedo;

• O terreno possui 860m² e carrega uma grande área verde, a casa tem 35 cômodos e écaracterizado pelo ecletismo de sua fachada.

Foto por: Hanna Mizoguchi

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Sobre o Casarão:

• Torres mouriscas;

• Capitéis e frontões em estilo provençal-urbano;

• Detalhes renascentistas no telhado, commansarda;

• Telhas francesas e torreão;

• Janelas ornamentação rococó no frontão curvo enos caixilhos. ;

•Possui um toque da estética rococó Luís XV.

• Reformada e ampliada em 1921, tendo recebido o“habite-se” em 1932.Desenho por Bajzek: http://www.flickr.com/bajzek

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

“ Existia uma sala dourada, quase sempre fechada, aberta apenas para visitas

ilustres. Havia uma outra azul, onde os parentes se reuniam em recitais de

estritamente familiares de piano e violino.”

conta o herdeiro Renato Franco de Mello.

Sobre a família

Alguns líderes do Brasil pertenciam a família como:

Dr. Ricardo Gumbleton Daut médico e patrono do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Estado

de São Paulo; Dr. Prudente de Morais Barros, presidente do Brasil ; Manoel Ferraz de Campos

Salles e José de Salles Leme empresário e acionista majoritário da estrada de Ferro de Barra Bonita

além de cafeicultor e fundador da cidade de Barra Bonita e também seu genro, Joaquim Franco de

Mello fundador da cidade de Lavínia.

Joaquim Franco de Mello foi casado com dona Livinia Daut Salles Lemme, deste casamento nasceram

três filhos:

Dr. Rafael Franco de Mello, médico ativo nos meios médicos do brasil;

Dr. Raul Franco de Mello, médico fundador do conselho de endocrinologia, membro da UNESCO e

empresário na Comunidade Comercial da cidade de São Paulo, casado com Charlotte Franke Franco

de Mello primeira consulesa na América Latina e representando o Governo Norte Americano em São

Paulo, tiveram um filho chamado Joaquim Franco de Mello Neto, atual empresário e pecuarista, com

atividade em transportes aéreos e construção civil;

Dr. Rubens Franco de Mello, advogado, empresário e pecuarista, exerceu cargos públicos como

secretário da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, foi casado dom Lia Junqueira Franco

de Mello e Ildenira Duquini, teve seis filhos com Lia, Rubens Filho, Ricardo, Renato, Joaquim Mario,

Rita Helena e Antônio Sérgio.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Joaquim Franco de Mello

Lavinia Daut Salles Lemme

Rafael Franco de Mello

Charlotte F. Franco de MelloRaul Franco de Mello

Rubens Franco de Mello Lia J. de Franco de Mello

Joaquim Franco de Mello de

Neto

Rubens Franco de Mello

Filho

Ricardo Franco de Mello

Renato Franco de Mello

Joaquim Mário Franco

De Mello

Antonio Sergio Franco

De Mello

Rita Helena Franco

De Mello

Sobre a Família:A Família Franco de Mello começou por volta de 1501 em Portugal e Espanha.

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Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Villa Fortunata. Fonte: Álbum Iconográfico da Avenida Paulista.

Sobre o Entorno:Vila Fortunata

•Localizada na Avenida Paulista, n 1853,

esquina com a Alameda Ministro Rocha

Azevedo;

•Foi construída em 1903, a pedido de

Alexandre Honoré Marie Thiolier, proprietário

da primeira livraria de São Paulo, a Casa

Garroux;

• Sua arquitetura refletia a influência européia,

construída no estilo eclético;

•Uma das mais imponentes casas da regiãono início do século XX.

•Um dos moradores era Roberto Burle Marx

•Artistas intelectuais freqüentaram a casa, como Mário de Andrade e Oswaldo de Andrade, Anita Malfatti,

Guilherme de Almeida, os que viriam a organizar a semana da Arte Moderna de 1922.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

•Vila Fortunata foi tombada em 1922;

•O casarão foi demolido em 1972, devido à representativa

área verde;

•O terreno pertenceu ao Banerj (Banco do Estado do Rio de

Janeiro), abrigando um estacionamento;

•Em 2008 nasceu o Parque Mário Covas no lugar da

residência;

•O parque faz parte do Programa 100 Parques para São

Paulo;

•A área do Parque é de 5.9396m²

•Foi inaugurado no dia do aniversário da cidade de São

Paulo, 25 de Janeiro de 2010;

•O parque conta com bicicletários, banheiros, e Central de

Informações Turísticas (CIT).

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Sobre a Avenida Paulista:

•O projeto da Avenida Paulista foi estabelecido

por Eugênio de Lima ;

•Planejadas pelo agrimensor Tarquínio Antônio

Tarant;

•Três vias destinadas ao bonde, às carruagens e

aos cavaleiros;

•Foi necessário alterar o esquema original, com

os bondes correndo pelo centro da Avenida;

•O espigão é bem homogêneo, retilíneo, com

largura variando entre 100 e 300 metros e altitude

média entre 815 e 820 metros. 2,8 quilômetros de

extensão;

É bom lembrar que fator físico-territoriais fizeram com que ela fosse implantada no espigão mais alto da

região. A resposta é fácil:

A Avenida foi projetada no local mais alto da cidade, sendo um ponto estratégico para a

visualização do horizonte da cidade, podendo assim avistar facilmente a chegado possíveis

invasores.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Linha do Tempo

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Sobre a Avenida Paulista:

•A inauguração da Avenida ocorreu em 1891;

• Já apresentava apreciável número de

edificações de porte;

• Avenida ficou conhecida como a Avenida dos

casarões dos grandes fazendeiros, barões e

condes;

•Na cidade, a recém-chegada elite cafeeira

ergueu opulentos palacetes das mais diversas

composições arquitetônicas européias.

•Na época, a Avenida Paulista se transformava

num dos grandes empreendimentos residenciais

de luxo da cidade. E contava até com uma área

destinada para o parque de passeio das famílias,

que é hoje o Parque da Avenida (Trianon).

Com o fim da era dos reis e barões do

café, em 1929, iniciou-se a verticalização

na Paulista.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Sobre a Avenida Paulista:

•Nos anos 70, a Paulista sofre um processo desgastante: com a valorização dos terrenos e a ameaça de

tombamentos das mansões pelo patrimônio histórico, surge a ação desesperada, vandálica-demolidora.

Tratores noturnos avançam sobre os casarões, tornando-os semi-arruinados, para impedir o tombamento.

Além da grande importância financeira, a Avenida sempre foi também centro de polêmicas e manifestações.

Há Três casarões Originais da AvenidaPaulista do início do século passado.

•Primeiro Casa das Rosas;

•Segundo Ocupado pelo McDonald’s ao lado do Clube Homs;

•Terceiro é do da família Francode Mello.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

“As cidades brasileiras crescem muito rapidamente e, entre elas, São Paulo mais

que qualquer outra. A velocidade é tão grande a ponto de apagar, no espaço de uma

vida humana, o ambiente de uma geração anterior: os jovens não conhecem a cidade

onde, jovens como eles, viveram os adultos. Assim, as lembranças são mais

duradouras que o cenário construído, e não encontram nele um apoio e um reforço”

– Leonardo Benévolo, 1980.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Físico-Territorial

Leis de Zoneamento:

Segundo o Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de Pinheiros contido na Lei 13.885,

de 25 de agosto de 2004, a Avenida Paulista está localizada na Zona Mista com densidade

demográfica e construtiva alta - ZM-3b/18.

As características de aproveitamento para esse zoneamento são:

•Coeficiente de Aproveitamento Máximo igual a 4,0;

•Taxa de Ocupação máxima igual a 0,5, podendo atingir 0,7 no caso de usos

residenciais, com comércio e serviço no térreo;

•Lote Mínimo 125m²;

•Frente Mínima 5 metros;

•Recuo Frontal Mínimo 5 metros;

•Recuos Laterais e Fundos Mínimo 3 metros;

•Gabarito/ altura sem limite;

•Taxa de Permeabilidade Mínima é igual a 0,15 (quinze centésimos) da área do lote;

•Índice de ajardinamento mínimo é de 0,50 (cinco décimos) da área permeável.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Métrico-Arquitetônico

Características da Edificação

•A residência de porão alto;•Marca uma transição entre os velhos sobrados e as casas térreas;•Pequena escada e, em seguida, a porta de entrada; •Escadaria, colunas e frontões de pedra ornavam com freqüência as fachadas dos edifícios principais;•Novos esquemas de implantação nos lotes, afastadas dos vizinhos e com jardins laterais.;•Jardins que surgiam no recuo frontal do lote eram delimitados por gradis de ferro entre o lote e o passeio público;•Quatro fachadas valorizadas pelos recuos, encontrando-se isolada no terreno;•Porões altos e programas mais complexos;•Sua fachada é em estilo eclético, com influências da arquitetura de Luiz XV nos enfeites rococó do frontão curvo e nos caixilhos das janelas e mansarda renascentista com telhas francesas e torreão;•Possui 35 cômodos;•Foi construída por Antonio Fernandes Pinto, construtor licenciado e cidadão português;•As residências de propriedades da elite foram executadas com refinamento técnico construtivo; •Coincidiu com a instalação dos primeiros banheiros com água corrente e com o aparecimento das venezianas; •O emprego de madeiras serradas, com junções mais perfeitas, difundiu o uso de assoalhos encerados.;•Iniciando-se, em decorrência, o uso de tapetes e móveis mais finos.

Planta esquemática

Atual

Elevação lateral esquerda atual

Elevação frontal e posterior atual

Cortes

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Patologias/Estado de Conservação

O estado de conservação interno é de ótimo estado, sendo isto declarado por Lito Fernandez, biólogo responsável pelo programa Natureza em Forma, declara:

“Junto ao Movimento Bela Vista Bela realizamos a captação de recursos para pequenas intervenções no exterior do casarão. O interior está em ótimo estado.”

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Diagnóstico

•O objeto escolhido é de natureza material, sendo um imóvel, e meio ambiente;

• O tema escolhido é o valor do casarão não apenas para a história dele, mas da avenida e

também de toda a população, visto que já está tombado pelo Condephaat desde 1992;

•Com mais de 100 anos, este casarão presenciou toda a construção do que hoje é uma das

maiores avenidas comerciais, econômicas, importantes não só de São Paulo, contando com a

maior parte dos bancos e com a melhor infra-estrutura;

•A memória é visível e presente em cada habitante que passa pela avenida;

•Uma obra de valor, um objeto que faz parte de uma cultura, parada em uma época de grande

crescimento na cidade de São Paulo, atuando com escalas.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Referências

Dzintari Forest Park / Substance

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Referências

Cafe la Miell / Suppose Design Office

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

O projetoO partido do projeto de restauro adotado pode ser resumido nos seguintes itens:

1.Restauro das patologias e manutenção do casarão, sendo icnentivado pelo lucro obtido na área

anexa ao mesmo.

2.Adaptação dos antigos banheiros residenciais por sanitários feminino e masculino para o público.

3.Preservação do muro frontal, por conta do tombamento, sendo adaptado nas laterais (do anexo e

da praça) qualquer outro tipo de contenção que não interfira na qualidade da paisagem.

4.Retirada dos muros laterais do lote, onde se insere a praça e o anexo, para a ligação dos três lotes

(remembramento) a fim de conectar os espaços internamente, sem a necessidade de utilizar a via.

O partido do projeto da praça adotado pode ser resumido nos seguintes itens:

1.Mantida as árvores, que muitos delas são centenárias e tombadas.

2.Proposta uma área para inserção da banca situada na calçada da Avenida Paulista, para liberar a

fachada do parque e tornar o espaço da um lugar mais agradável, com bancos e sombra para uma

leitura rápida.

3.Foi pensado em uma cobertura orgânica (ameba) para a exposição ao ar livre.

4.Espaço destinado a quiosques fixos (ver anexos da referência), os quais terão tecnologia para

abertura e fechamento da cobertura e local de armazenamento dos produtos, de forma segura e

funcional, com qualidade tanto para o consumidor quanto para o vendedor.

5.Arenas entre árvores e intersecções de caminhos destinadas à diversas apresentações, como

teatros, musicais, saraus, entre outras expressões sejam elas políticas, religiosas ou culturais.

A escolha desses equipamentos para a praça, retoma ao movimento da Semana de 22, o qual muitos

artistas vanguardistas frequentaram o local da praça, quando ainda existia a Vila Fortunata, pertencente a

René Thiollier. A expressividade dessa fase cultural foi desencadeante para a possibilidade de liberdade de

expressão dentro da praça, nos locais propostos.

Casarão 1919 Residência Joaquim Franco de Mello

Através da praça se dá a ligação até o anexo, o qual, o programa pode ser resumido nos seguintes itens:

1.A partir do momento em que a Avenida Paulista foi criada com a ascenção cafeeira, utilizamos como

inspiração o fato e criamos um café na parte térrea, para apreciação externa do casarão e da área

verde.

2.No primeiro pavimento se encontram área de exposição, biblioteca e livraria, com varanda para

apreciação do entorno.

3.No terceiro pavimento, oficinas multifuncionais e livraria, além de sala de dança e espaço para

exposições. A sala de dança se situa na fachada frontal, vislumbrando o movimento da avenida

Paulista.

4.Aos fundos, de todos os pavimentos, se encontram os serviços, como área de carga e descarga,

cozinha, vestiários, refeitório e administração.

Esse partido permite, simultaneamente, preservar o edifício existente, conferindo novo uso para a área

externa, compatível com a sua importância e utilização de maior intensidade sem interferência na paisagem

existente, valorizando os espaços já construídos.

Segue abaixo o programa de necessidades disposto ao anexo:

Programa de necessidades para o projeto de Restauro da

Residência 1919.

Ambiente Quantidade Área (m²)

Recepção (posto de atendimento) 01 24,62

Área de estar 01 187,54

Sanitários 08 78,27

Oficina de livros infantis 01 35,65

Oficina de pintura 01 35,65

Oficina de dança 01 35,65

Oficina de ginástica 01 92,51

Oficina de restauro de livros 01 35,65

Biblioteca 01 72,40

Sanitários com vestiário 01 47,78

Área de carga e descarga 01 264,85

Depósito de limpeza 01 8,22

Sala da administração 01 37,21

Cozinha 02 107,48

Refeitório dos funcionários 01 59,90

Sala de reuniões 01 37,21

Livraria 01 168,30

Universidade Paulista

Curso Arquitetura e Urbanismo

Turma : AU8A06

Barbara Silveira Barquilha – R.A.: 391644-8

Carolina Baptista Suzuki Silva – R.A: 419197-8

Gabriela Malva – R.A.: 385705-0

Hanna Carina Mizoguchi – R.A.: 417316-3

Maíra Paiva Serrano – R.A.: 261957-1

Santana de Parnaíba, Novembro/2010.