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Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
Relatório de Atividades de 2018
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ÍNDICE
Introdução ............................................................................................................... 2
A Instituição (Missão, Valores e Visão) ............................................................................. 3
Corpos Sociais .......................................................................................................... 6
Vida Interna e Associativa ........................................................................................ 6
Património, Obras e Investimentos .......................................................................... 8
Respostas Sociais ................................................................................................... 10
Casa de Acolhimento .................................................................................................................................. 10
Apartamentos de Autonomização .............................................................................................................. 10
Áreas de Intervenção .................................................................................................................................. 12
Caracterização dos jovens acolhidos .......................................................................................................... 15
Atividades Desenvolvidas ...................................................................................... 20
Atividades de Férias e Tempos Livres ......................................................................................................... 20
Atividades com Voluntários ........................................................................................................................ 24
Atividades com o VIANA BOMBOS ............................................................................................................. 25
Atividades com Outros Parceiros Locais ..................................................................................................... 26
Outras Atividades........................................................................................................................................ 30
Outras Intervenções Sociais ................................................................................... 32
Serviço de Fornecimento de Refeições (Cantina Social e Parcerias) .......................................................... 32
Recursos Humanos ................................................................................................. 32
Parceiros e Relações Exteriores .............................................................................. 34
Sustentabilidade .................................................................................................... 35
Gráfica Casa dos Rapazes ............................................................................................................................ 35
Consignação IRS .......................................................................................................................................... 36
Comunicação e Imagem ......................................................................................... 36
Site na Internet www.casadosrapazesviana.pt .......................................................................................... 36
Facebook ..................................................................................................................................................... 37
Notícias ....................................................................................................................................................... 37
Conclusão .............................................................................................................. 37
Anexo (Contas, Balanço e Demonstração de Resultado .......................................... 38
Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
Relatório de Atividades de 2018
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Introdução
No presente relatório, a Direcção da Casa dos Rapazes de Viana do Castelo, pretende apresentar para
apreciação dos sócios reunidos em Assembleia Geral um resumo que se procura fundamentado e crítico da
forma como deu cumprimento ao Plano de Atividades aprovado para 2018, bem como das atividades que ao
longo desse ano foram sendo projetadas e desenvolvidas em resposta a situações decorrentes na normal
gestão de uma Instituição com a Missão Social focada no acolhimento de crianças e jovens.
Nos diversos capítulos do presente relatório será feito um balanço das atividades assumidas nas
áreas de intervenção da Instituição, procurando assumir os sucessos e as falhas no cumprimento das metas e
objetivos fixados quer no Plano de Actividades geral quer nos Planos de Ação específicos das Respostas
Sociais – Casa de Acolhimento e Apartamentos de Autonomização, bem como na vida Interna e Associativa e
na capacidade de comunicação e articulação com a comunidade Vianense.
Merecerá igualmente referência especial, no presente relatório, as questões relacionadas com a
sustentabilidade da Instituição, quer no campo financeiro, quer no do reforço da sua capacidade para o
cumprimento da Missão, Visão e Objetivos, coletivamente definidos e consolidados como património social e
cultural ao longo dos 66 anos da nossa atividade.
Com este relatório procuramos igualmente assumir um modelo na sua elaboração e apresentação
que, para além de traduzir uma reflexão mais ampla e envolvente da multiplicidade de atividades
desenvolvidas ao longo de um ano, possa ser um instrumento de divulgação da própria Instituição e um
documento de apoio no trabalho de todos que, com a dedicação do seu trabalho, garantem o cumprimento
do objetivo maior da Casa dos Rapazes que se consubstancia no acolhimento tecnicamente eficiente,
afetivamente envolvente e eficaz de todos os jovens acolhidos que encontram na Instituição condições para
o desenvolvimento de Projectos de Vida sustentáveis que permitam a sua autonomia de vida futura.
Viana do Castelo 28 de março de 2019
A Direção
Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
Relatório de Atividades de 2018
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A Instituição
Cónego Constantino Macedo de Sousa Fundador da Casa dos Rapazes
1924-2005
Num contexto histórico-social marcado pela pobreza, mendicidade, abandono e orfandade, em 13 de
janeiro de 1952, pela determinação do Cónego Constantino Macedo de Sousa e um grupo de católicos de boa
vontade, iniciou a sua atividade a então chamada Casa dos Rapazes da Rua que, em instalações alugadas na
Rua da Bandeira, assumiu o objetivo de acolher crianças e jovens do sexo masculino, pertencentes a famílias
desfavorecidas.
Inicialmente funcionando em regime de centro de dia, eram apenas 15 os jovens acompanhados,
tendo sido desenvolvido todo um trabalho de campo e de recolha de informação, de forma a tomar
conhecimento de quais seriam as famílias que necessitariam de maior apoio, constituindo-se assim o primeiro
grupo de crianças e jovens integrados na instituição.
Desde logo a Casa dos Rapazes, paralelamente com a ação assistencialista, assumiu igualmente
objetivos de preparação para a vida ativa profissional dos jovens acolhidos e instalou, em 1954, uma Oficina de
Encadernação que mereceu reconhecimento de qualidade dos seus clientes, de tal modo que, em junho de
1959, inaugurou uma designada Escola Tipográfica graças a equipamento de tipografia generosamente
adquirido e oferecido pela Direção da Associação Patriótica Nun' Álvares.
Esta Escola Tipográfica foi inicialmente instalada no r/c do edifício da Rua da Bandeira, propriedade
então do Orfanato e Oficinas de S. José mas onde, como inquilina se tinha instalado a Casa dos Rapazes, tendo
mudado de localização, em 1969, para novo espaço na Rua de Sto. António onde continua a funcionar como
Gráfica da Casa dos Rapazes.
No que respeita à missão principal da Casa dos Rapazes da Rua, cada dia mais integrada na cidade e no
carinho da sociedade vianense, foi dado passo significativo na sua consolidação e reforço da capacidade de
intervenção em prol de tantas crianças e jovens com a decisão, ocorrida em Fevereiro de 1972, da sua fusão
com o Orfanato e Oficinas de S. José que igualmente acolhia, desde 1933, crianças carenciadas, tendo surgido
a nova Instituição Casa dos Rapazes e Oficinas de S. José que viu os seus primeiros estatutos publicados em 11
de maio de 1972.
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Com a mudança democrática da sociedade portuguesa ocorrida em 1974, foram implementadas novas
políticas sociais, mais atentas e exigentes, de onde resultaram a celebração de Acordos de Cooperação com a
Tutela que aportaram novos recursos, nomeadamente a partir de julho de 1982.
Este contínuo crescimento da capacidade de intervenção teve um momento que importa realçar, pois
traduz uma visão de futuro da Direção da Casa dos Rapazes, consubstanciado na constituição de uma unidade
residencial para os jovens que chegavam à idade dos 18 anos e ainda continuavam a necessitar de apoio na
transição para o mundo laboral e a sua plena autonomia.
Assim, em 1995, com apoio do Ministério da Tutela, do Governo Civil e da Câmara Municipal são
adquiridos dois apartamentos na Rua de Sto. António que devidamente remodelados permitam a instalação da
unidade pretendida. De referir que todo o seu recheio, mobiliário e equipamento, foi obtido por numa
campanha “porta a porta” conduzida por voluntários amigos e dirigentes da Instituição.
Apesar de toda a boa vontade este projeto terminou a sua atividade dois anos depois, sendo retomado
em 2006 já com o objetivo de ser uma valência de apartamento de pré–autonomia, onde acolheu 10 jovens
com idade entre 16 e 21 anos, num ambiente humanizado, seguro e confortável, onde se reforça e acompanha
a sua capacidade para conduzirem, num futuro próximo, os seus próprio projetos de vida. Importa referir que
este projeto foi totalmente suportado em recursos humanos e financeiros pela Instituição.
Esta iniciativa de autonomia acabou por ser reconhecida pela Tutela tendo, em dezembro de 2013,
sido assinado um novo Protocolo que permitiu a comparticipação do Estado na instalação e funcionamento
dos dois atuais apartamentos de autonomia que acolhem dez jovens, igualmente com idades entre os 16 e os
21, mas que, em determinadas circunstâncias, pode chegar até aos 25 anos de idade.
Anteriormente, traduzindo mais uma vez a determinação dos seus dirigentes em reforçar a capacidade
de intervenção da Instituição, foi estabelecido com a Tutela um acordo que permitiu, a partir de 2003, iniciar o
processo de qualificação dos seus recursos humanos, através da contratação de um Diretor Técnico com a
missão de reestruturar o funcionamento organizacional da instituição, sobretudo ao nível do aumento da
capacidade e da qualidade da resposta social e da melhoria das condições de salubridade, conforto e
segurança do Lar.
Em 2008, foi celebrado o Protocolo do Plano DOM – Desafios, Oportunidades e Mudanças – que visava
incentivar a melhoria da promoção e proteção dos jovens acolhidos em Lares com foco importante na
definição e concretização de um projeto que promovendo a desinstitucionalização lhes garantisse a aquisição
de uma educação para a cidadania e de autonomia, promotora do seu desenvolvimento integral.
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O Plano Dom permitiu à Casa dos Rapazes, não só a criação de uma Equipa Técnica Pluridisciplinar,
através da contratação de quatro Técnicos(as) Superiores nas áreas da Psicologia, Serviço Social e Educação
Social como também a qualificação da intervenção e dos interventores.
A partir de 2009, a Casa dos Rapazes e, mais uma vez, com o objetivo de aumentar a sua qualidade
enquanto resposta social e nos termos dos compromissos assumidos no Plano DOM, foi concretizada a
supervisão da intervenção técnica e socioeducativa junto dos quadros da Instituição.
Em termos da melhoria das condições segurança e conforto, ao abrigo dos apoios da Medida de Apoio
à Segurança dos Equipamentos Sociais (MASES) foram realizadas obras parciais de recuperação e ampliação do
Edifício Sede que decorreram entre março de 2010 e dezembro de 2012.
Também no que respeita ao seu Edifício Sede foi possível iniciar no ano de 2017, quando se
completavam 65 anos da sua constituição, o processo de obras que vai permitir a sua completa remodelação,
mercê da disponibilidade da Câmara Municipal que incluiu esta intervenção no programa municipal PEDU
(Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano), com termos dos trabalhos previstos para julho de 2018.
Em síntese, a intervenção da Casa dos Rapazes evoluiu de uma perspectiva assistencialista para uma
intervenção sustentada numa visão mais abrangente das necessidades da criança/jovem, atendendo-se
simultaneamente às mudanças que se verificaram no tecido social, tipologia das famílias e problemáticas
psicossociais observadas. É uma instituição que tem vindo, ao longo dos tempos, a adequar e a atualizar as
suas práticas educativas, de acordo com a evolução dos conhecimentos ao nível do desenvolvimento e da
psicopatologia infantil mas também, acompanhando as mudanças na sociedade portuguesa e comunidade
local.
Mis
são Promover o
desenvolvimento integral de crianças e jovens em risco, através de uma intervenção securizante, terapêutica, participada e individualizada, que favoreça projetos de vida sustentados e autónomos.
Vis
ão Ser uma entidade de referência na área da Infância e Juventude, reconhecida como agente promotor e facilitador de projetos de vida sustentados e autónomos.
Val
ore
s A intervenção pauta-se pelos seguintes valores:
- proteção;
- qualidade;0
- participação;
- responsabilidade;
- desenvolvimento.
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Corpos Sociais
Vida Interna e Associativa
Neste capítulo, importa referir que, em 2018, continuamos a ser penalizados pela situação resultante das
acusações feitas contra trabalhadores da Instituição, embora possamos afirmar que internamente o ambiente,
fundamentalmente ao nível do dia-a-dia dos jovens acolhidos, foi emocionalmente estabilizado, as rotinas
foram revistas, ajustadas e implementadas com significativo contributo para o reforço da nossa capacidade de
prestação de um serviço de acolhimento tecnicamente eficiente, mas igualmente suportado por vivências de
afecto, carinho e disponibilidade que permitem conseguir um acolhimento institucional de qualidade e capaz
de permitir o pleno desenvolvimento dos jovens no caminho da construção de Projecto de Vida autónomos e
sustentáveis como desejamos e sempre procuramos concretizar.
Sentimos, e importa referir, que o não encaminhamento pela Segurança Social, sem que nunca nos tenha
sido referido claramente o motivo, de novas admissões, para além de estar a criar uma situação de
Assembleia Geral
Presidente
Henrique Rodrigues da Mata
Vice-Presidente
Fernando José Oliveira Matos
Secretário
Sofia Conceição Carvalho Manso
Direção
Presidente
Manuel Luís Adrião de Castro Brito
Vice-Presidente
Maria Cristina Cristo Parente
Secretário
Maria Manuela Santos Amorim
Tesoureiro
Gaspar Tiago C. S. Ferreira de Castro
Vogal
Ângela Maria Ribeiro da Lomba Costa
Vogal
Maria Luísa Cameira de Sousa
Vogal
Ilda Maria Fernandes Silva Grisantes
Suplente
Luís Augusto Carvalho Morais
Suplente
Maria de Lourdes Macedo de Sousa
Conselho Fiscal
Presidente
Paulo Jorge dos Santos Alves
Vogal
José da Silva Malheiro
Vogal
Almiro João Espírito Santo Nina
Suplente
Maria Orlanda Leitão Novo
Suplente
Belmiro Rodrigues
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insustentabilidade da Casa dos Rapazes, impede que se possam desenvolver plenamente a acção dos Técnicos
e Educadores e não contribui para a consolidação do espírito de harmonia institucional que todos desejamos e
procuramos contribuir.
Ao nível do relacionamento entre os trabalhadores, podemos afirmar que não se registaram momentos
que tenham perturbado o cumprimento das diversas tarefas ao nível das diferentes responsabilidades, não
havendo dúvida que o programa de formação já iniciado e a desenvolver plenamente no próximo ano, que
envolve todos os profissionais da Instituição, contribuirá para um melhor desempenho profissional de todos e
cada um.
As admissões de novos elementos contratados, para substituir demissões ou afastamentos de outros,
conseguiram uma melhoria global das qualificações técnicas e escolares que se mostraram um contributo para
a qualificação global pretendida e definida como objectivo.
No que respeita aos Corpos Sociais, verificamos um normal funcionamento dos diversos níveis de
responsabilidade, cumprindo as obrigações estatutárias e mantendo uma articulação harmoniosa, como tem
sido matriz da Instituição ao longo dos anos.
No que respeita à Direcção e por razões pessoais plenamente explicadas e aceites, quer pelos pares quer
pelo Presidente da Assembleia Geral, pediram o seu afastamento a Secretária Ana Maria Fonte e o Vogal Jorge
Manuel Ferreira. A ambos, a Direcção manifesta o reconhecimento pelo contributo que prestaram ao trabalho
colectivo do Órgão Social e à Casa dos Rapazes e manifestamos a vontade, como ambos afirmaram, de
continuarem presentes na vida da Instituição e nos seus eventos.
Para substituir estes elementos demissionários, passaram a directores efectivos Luísa Cameira de Sousa e
Ilda Grisantes. Na mesma reunião, foi entendido que o lugar de Secretária passaria a ser exercido por Manuela
Amorim.
Importa referir, e com grande satisfação, que o Natal de 2018 foi um momento de grande mobilização
espontânea de pessoas, empresas e organização, no apoio à Casa dos Rapazes, conseguindo não só a recolha
de elevado número de artigos, principalmente de higiene pessoal dos jovens como pedimos, mas igualmente
na possibilidade de proporcionarem aos jovens acolhidos momentos de lazer altamente apreciados e vividos
que, certamente, permitiram deixar recordações que vão perdurar na memória de cada um e do colectivo da
Instituição.
No capítulo respetivo do presente relatório, daremos individualizado conhecimento desses apoios, mas
não podemos deixar de destacar, aqui, a particular disponibilidade do Clube Rotário de Viana do Castelo no
apoio que nos disponibilizou, em particular na oferta de um momento único de vivência dos nossos jovens que
terá sido o mais marcante deste Natal de 2018. Saudamos esta disponibilidade que se está a traduzir numa
parceria importante com possibilidade e perspectivas de ainda maior desenvolvimento nos objectivos e no
tempo.
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Quanto à vida associativa, há que reconhecer que ficamos ainda longe de cumprir um dos objetivos
fixados no Plano de Atividades para 2018, nomeadamente ao nível da dinamização e participação dos sócios
na vida da Instituição.
Do mesmo modo, temos que assumir que não cumprimos o objetivo de manter regular contacto com os sócios
por meio de comunicação escrita, pois não tivemos capacidade para preparar e manter um meio escrito que
permita implementar essa regular comunicação institucional.
Acreditamos que o termo das obras no Edifício Sede e a disponibilidade de novos espaços funcionais e de
qualidade permitir-nos-á organizar momentos em que será possível acolher iniciativas dirigidas aos sócios e à
comunidade em geral, que dinamizem a vida associativa e reforcem os laços que garantam melhorar as
condições de sustentabilidade na vertente do reconhecimento comunitário, da capacidade e do cumprimento
da nossa Missão.
Ao longo de 2018 confirmamos a reativação de sócios, recuperando anteriores afastamentos, traduzindo
o generalizado apoio da sociedade Vianense em relação à Instituição.
Continua a haver condições para aumentar o número de sócios pelo que se justifica uma organizada
campanha com essa finalidade.
Importa, igualmente, referir que os momentos vividos e os apoios recebidos do Natal de 2018
possibilitaram antever sucesso na captação de novos parceiros e novos sócios que, para além do apoio
económico, reforcem a nova proximidade à comunidade vianense.
Com o termo das obras, retomamos este ano a organização da festa de S. Martinho, no interior das
Instalações devido às condições atmosféricas, e repetimos o momento da Ceia de Natal nas nossas instalações,
já com a possibilidade de utilizar um novo espaço para o momento lúdico e de distribuição de prendas, o que
se mostrou ser uma boa opção a dar continuidade.
Nesta celebração do Natal continuamos a contar com a disponibilidade da Escola de Monserrate cujos
Professores e Alunos nos ajudaram na organização do evento, abrilhantado com uma actuação de dança e
canto que encantou o “público” presente. A todos, fica o nosso agradecimento e votos que nos continuemos a
encontrar.
Património, Obras e Investimentos
No ano de 2018, foi possível cumprir um dos objetivos materiais mais importantes para a história da Casa
dos Rapazes de Viana do Castelo, que tendo sido anunciado em 2016, iniciado em 2017, foi concluído no ano
de 2018, concretamente a designada obra de Beneficiação do Edifício Sede da Instituição onde funciona a
Casa de Acolhimento, os Serviços Administrativos, os Serviços Técnicos e os Serviços Gerais que
consubstanciam e suportam o essencial da intervenção Social da Instituição, concretizando efetivamente um
sonho de dezenas de anos.
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Importa referir que esta intervenção foi possível por ter sido incluída no âmbito do Plano Estratégico de
Desenvolvimento Urbano – PEDU, de responsabilidade do Município, tendo recebido um apoio financeiro do
FEDER – Portugal 2020, no montante de €350.837,50. Contudo, esta obra de Beneficiação do Edifício Sede
obrigou a um investimento de fundos próprio da Instituição, alguns realizados mesmo antes do início desta
intervenção financiada parcialmente por dinheiros públicos, no montante de €182.518,40, o que significou
uma intervenção global de €595.268,40.
Paralelamente com a conclusão da obra no Edifício Sede e igualmente com apoio do Plano Estratégico
PEDU e apoio em 85% do investimento com fundos do FEDER – Portugal 2020, foi possível iniciar, em março
de 2018, a obra designada como de Recuperação de Habitação de Reintegração, na Rua Luís Jácomo, onde
serão conseguidos dois apartamentos – um T1 e um T2 – que projetamos destinar ao apoio de jovens que
connosco viveram e iniciam a sua plena integração na comunidade vianense de forma autónoma e
sustentada. Teremos um investimento global de €192.965,05 que, mais uma vez, obriga a Instituição a
disponibilizar €40.522,76 dos seus recursos para cumprir a sua parte no compromisso com o Adjudicatário.
De referir que, no momento da apreciação pelos sócios do presente relatório (março de 2019), esta obra
já se encontra concluída e a aguardar a sua receção provisória.
Como já referimos em relatórios anteriores, esta intervenção foi possível pelo empenho de diversos
técnicos que deram muito do seu trabalho sem custos ou que cobraram honorários “amigos”, para além do
apoio sempre disponível de funcionários da Câmara Municipal que nos ajudaram nos procedimentos de
candidatura aos fundos comunitários e nos procedimentos de concurso público das obras.
Na devida altura, neste ano de 2019, a atual Direção assumirá o necessário agradecimento público a
todos que se envolveram desta forma generosa neste projecto que fizeram também como seu.
Ainda no âmbito da gestão do património e da sua rentabilização, não foi possível, por absoluta
incapacidade de obter disponibilidade financeira e por prudência na gestão da Instituição, desenvolver
qualquer projeto relativamente aos imóveis da Rua João Rocha Páris onde qualquer intervenção possível
envolve verbas significativas, obrigando a opções balizadas por objetivos bem definidos e realisticamente
bem suportados. Nesta Assembleia Geral de 2019, a Direcção levará este assunto à apreciação e deliberação
dos sócios.
Um objectivo que não tivemos capacidade de concretizar foi a entrada em funcionamento de um
Albergue para Peregrinos de Santiago, que pretendemos instalar na fração do imóvel da Rua de Sto. António.
Dúvidas sobre o enquadramento legal deste tipo de alojamento condicionaram os passos necessários para a
sua legalização tendo sido recentemente assumido pela Direcção que, só depois de colocada a questão numa
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Assembleia de Condóminos, concretizar-se-á o registo desta unidade com caráter exclusivo de albergue para
peregrinos.
O registo em termos de actividade junto da Fazenda Pública está concretizado e o espaço encontra-se
completamente mobilado e equipado para o efeito, faltando somente a sua legalização como espaço de
alojamento.
Respostas Sociais
A Casa dos Rapazes de Viana do Castelo inscreve-se na resposta social de Casa de Acolhimento e
Apartamentos de Autonomização, enquadrando-se no Sistema Nacional de Acolhimento e Acompanhamento
de Crianças e Jovens em Situação de Risco, previsto na Lei de Proteção de Crianças e Jovens em perigo, nº
147/99, de 1 de setembro.
Com capacidade para 46 utentes, funciona 24 horas por dia e destina-se a crianças e jovens do género
masculino, a partir dos 6 anos, com medida de Promoção e Proteção aplicada. A Instituição acolheu, ao longo
do ano de 2018, 27 jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos, cujos contextos sócio-
familiares caracterizaremos no capítulo seguinte.
Casa de Acolhimento
A Casa de Acolhimento (edifício sede) funciona em regime aberto, o que possibilita a livre entrada e
saída dos jovens, tendo apenas como limites os resultantes das suas necessidades educativas e da proteção
dos seus direitos e interesses, como as visitas regulares aos pais ou aos representantes legais, aos fins-de-
semana e durante os períodos de férias escolares, conforme o Regulamento Interno da Instituição. Esta
estrutura está organizada em duas unidades residenciais:
Casa Azul – Com capacidade para 18 utentes, destina-se a acolher jovens recentemente integrados,
que necessitarão de passar por um período de adaptação e de integração no contexto institucional. Esta
unidade acolheu 11 jovens ao longo do ano de 2018;
Casa Verde – Possui capacidade para 18 jovens com o seu percurso em desenvolvimento, tendo
acolhido, em 2018, um total de 14 jovens.
Apartamentos de Autonomização
Os Apartamentos de Autonomização são estruturas de acolhimento de jovens com mais de 16 anos
de idade, com medida de promoção e proteção definida, que preconizam objetivos tais como: garantir
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condições de acolhimento aos jovens na transição para a vida ativa, proporcionando através dos mecanismos
adequados, a construção de um projeto de vida individual, visando a inserção social, profissional e formativa,
para a autonomia de vida; promover através do exercício da cidadania, a redução de desigualdades pessoais e
sociais; e ainda, desenvolver um conjunto de atividades no âmbito do acompanhamento social dos jovens,
preconizando a resolução de questões de âmbito financeiro, saúde, ensino e emprego. Os jovens integrados
nesta resposta social estão, ora abrangidos por medida de Acolhimento Institucional ora, são jovens que, após
a cessação dessa medida (por terem atingido os 21 anos de idade e por não se encontrarem em contexto
escolar/formativo) continuam a necessitar de apoio nas questões relacionadas com a sua autonomia.
Para o funcionamento desta resposta, a Casa dos Rapazes e Oficinas de S. José arrendou dois
apartamentos, inseridos no centro histórico da cidade de Viana do Castelo que, foram pensados,
transformados e estruturados para integrar dez jovens do género masculino (cinco em cada estrutura).
Durante o ano de 2018 integrou os Apartamentos de Autonomização um total de quatro jovens. Um de
21 anos, um de 19 anos e dois de 18 anos. Maioritariamente, os jovens integrados encontravam-se a estudar
no ensino profissional, sendo que dois deles trabalhavam em regime de part-time e um trabalhava a tempo
inteiro.
A Casa dos Rapazes, numa perspetiva mais holística das necessidades dos jovens que acolhe, tem
procurado nortear a sua intervenção com base em objetivos concretos:
Assegurar a sua proteção;
Promover o seu bem-estar, desenvolvimento integral, cidadania ativa e (re)inserção social, através de
estratégias, procedimentos e programas de cariz pedagógico e terapêutico;
Avaliar as necessidades e desenvolver as potencialidades de cada um, com base na sua história de vida
e na sua situação familiar;
Proporcionar um ambiente normativo de vida, que lhes disponibilize experiências diversificadas, ricas
e adequadas às suas necessidades e potencialidades;
Proporcionar um contexto o mais próximo possível de um ambiente familiar, promovendo laços
securizantes;
Assegurar o cumprimento e respeito dos seus direitos;
Promover a sua participação ativa nos diferentes contextos em que estão inseridos e nos processos de
decisão a seu respeito, nomeadamente na definição dos seus projetos de vida;
Conhecer as condições da família nuclear e alargada de cada um e desenvolver as suas forças e
competências, com o objetivo de, sempre que possível, se concretizar a (re)integração no seu meio
natural de vida;
Preparar para a sua autonomia e (re)inserção social.
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Intervenção com os jovens: ações, estratégias e procedimentos
ÁREAS DE
INTERVENÇÃO DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE INTERVENÇÃO
PARTICIPAÇÃO DOS
JOVENS NA DINÂMICA
INSTITUCIONAL
Reuniões de Unidade (Azul e Verde) e de Apartamentos de Autonomização - Reuniões
semanais com os jovens, com a Equipa Técnica e elementos da Equipa Educativa, no qual
são abordados assuntos relacionados com o funcionamento das Unidades e são feitas
reflexões, sugestões de atividades e propostas de alteração de estratégias. Procura-se
promover a participação, responsabilização e envolvimento do grupo nas decisões.
Conselho de Utentes - Com periodicidade mensal, é realizada uma reunião com a presença de dois representantes dos utentes de cada unidade residencial e Apartamentos de Autonomização, eleitos pelos colegas e pelas Equipas Técnica e Educativa, de acordo com o comportamento e postura demonstrados. Nesta reunião participam, ainda, um elemento da Direção da Instituição e a Direção de Serviços, e trata-se de um momento no qual os jovens podem apresentar críticas e sugestões, recolhidas junto dos seus colegas de Unidade, que considerem importantes para a melhoria das condições da Instituição e das suas práticas. O contributo que os jovens residentes podem trazer para estes momentos de reflexão constitui a visão de quem usufrui diretamente do conjunto de respostas que a Instituição disponibiliza; deste modo, o seu retorno constitui uma avaliação justa para o trabalho desenvolvido e para possíveis melhorias.
VALORIZAÇÃO DO
MÉRITO
Atribuição de Semanada - As Equipas Técnica e Educativa entenderam diferenciar os valores dados aos jovens, segundo a idade e grau de responsabilidade. Deste modo, recebem semanada, aqueles que corresponderam em comportamento e conduta, como forma de valorizar os bons resultados. Para os restantes, este valor fica temporariamente retido, apelando à sua melhoria e desenvolvimento. Quadro de Honra - Mensalmente, é eleito pelas Equipas Técnica e Educativa de cada Unidade um elemento do grupo de jovens que se destacou ao longo do mês pelos melhores motivos: postura, comportamento, colaboração, evolução. Este jovem é destaque do Quadro de Honra do mês, que é afixado com uma fotografia sua na Unidade onde reside e recebe uma prenda, habitualmente, uma quantia em dinheiro para utilizar numa atividade do seu interesse.
GESTÃO DE CASO
Participação no processo de admissão e de acolhimento dos jovens;
Avaliação diagnóstica dos jovens e elaboração do PSEI;
Atendimentos regulares aos jovens para balanço do PSEI e redefinição das estratégias de
atuação (se necessário);
Promoção do treino de competências pessoais e gestão económica, aconselhamento,
orientação, esclarecimento de dúvidas e encaminhamento de situações para respostas
específicas (sempre que necessário);
Contactos telefónicos e reuniões com os responsáveis parentais ou legais dos jovens, a
fim de se envolver a família no processo de acolhimento e preparação (conforme o caso)
para posterior reunificação e estreitamento dos laços familiares;
Acompanhamento das visitas familiares e/ou supervisão das mesmas sempre que
solicitado pelo tribunal.
ACOMPANHAMENTO
ESCOLAR
Preparação do ano letivo em parceria com o Responsável pela Sala de Estudo (Elemento
da Equipa Educativa);
Visita à escola (quando há mudança de escola);
Reuniões e articulação semanal com o Diretor de Turma/ Orientador de Curso para
acompanhamento do desempenho escolar, assiduidade e comportamento dos jovens;
Apoio diário ao estudo com o Responsável pela Sala de Estudo, voluntários da área do
ensino e professora destacada pelo ME – Plano CASA, em adequação com o horário
escolar e as necessidades de cada jovem.
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ACOMPANHAMENTO
PSICOLÓGICO
Acompanhamento psicológico aos jovens sinalizados pela Equipa Técnica e Educativa, realizado por uma entidade externa, de acordo com as orientações veiculadas pelo ISS no sentido de o acompanhamento terapêutico dos jovens acolhidos ser de caráter neutro e imparcial relativamente à realidade institucional; Acompanhamento pelo Centro de Respostas Integradas de Viana do Castelo (SICAD), no âmbito da redução dos comportamentos aditivos a jovens com esta problemática sinalizada.
ACOMPANHAMENTO NA SAÚDE
Acompanhamento dos jovens às consultas médicas (todos os jovens têm médico de família atribuído) no Centro de Saúde de Viana do Castelo e na ULSAM; Acompanhamento dos jovens às consultas da especialidade na ULSAM (habitualmente por encaminhamento do médico de família); Acompanhamento em Oftalmologia e em Medicina Dentária, para todos os jovens acolhidos, disponibilizado por médicos oftalmologistas e clínicas dentárias da comunidade, através do projeto Voluntariado Empresarial, dinamizado pelo Banco Local de Voluntariado de Viana do Castelo.
DESENVOLVIMENTO
DE COMPETÊNCIAS
COM VISTA À
AUTONOMIA
Execução diária de tarefas quotidianas, por parte dos jovens, visando a aquisição e/ou
desenvolvimento de competências ao nível da higiene pessoal, habitacional e da
organização do lar, essenciais para uma vida fora do contexto institucional.
Todos os jovens realizam, semanalmente, tarefas supervisionadas pela Equipa Educativa:
- Fazer a cama e arrumar o seu espaço individual;
- Pôr a mesa para as várias refeições do dia;
- Fazer a copa (colocar a loiça na máquina de lavar, arrumar a copa…);
- Limpar os espaços comuns nas respetivas unidades;
- Arrumar e organizar dos quartos e bens individuais.
DESENVOLVIMENTO
DAS EXPRESSÕES
ARTÍSTICAS
Sala de Artes e Manualidades: Espaço onde são dinamizadas atividades ligadas a diversas
artes, com o apoio de voluntários da comunidade especializados em diferentes áreas, tais
como:
- Atelier de Música;
-Atelier de Artes de Natal;
- Atelier de Pintura.
PROMOÇÃO DA
PRÁTICA DESPORTIVA
Integração dos jovens em clubes/associações desportivas da comunidade, segundo as suas preferências, para a prática desportiva de diferentes modalidades. Ao longo de 2018, os jovens que praticaram desporto dividiram-se entre as seguintes atividades:
- 5 praticantes de Futebol de 11 (Associação Desportiva Darquense, Clube de Futebol de Chafé, Clube de Futebol de Lanheses); - 3 praticantes de Atletismo (Clube de Atletismo Olímpico Vianense); - 5 praticantes de Natação (Viana Natação Clube); - 6 Praticantes de Crossfit (Ginásio Crossfit); - 3 praticantes de Kickboxing (Ginásio Crossfit). Nomeação de um elemento da Equipa Educativa, com formação superior na área do Desporto e Educação Física, para o desenvolvimento de atividades desportivas à medida dos gostos, interesses e aptidões dos jovens acolhidos. Futebol de Rua - A Casa dos Rapazes participa, desde 2004, no Campeonato Nacional de Futebol de Rua - um evento promotor da inclusão social e combate à pobreza, através da prática desportiva, destinado a jovens e adultos de ambos os sexos que se encontram integrados em projetos sociais ou a serem acompanhados por instituições de âmbito social, em parceria com diversas entidades públicas e privadas, promovido pela Associação CAIS. Este evento realiza-se com periodicidade anual e em diferentes pontos do país, incluindo equipas representantes dos vários distritos. Em 2018, a Casa dos Rapazes participou na X Edição deste evento, em Braga, com uma comitiva constituída por 7 jovens.
A INSTITUIÇÃO NA
COMUNIDADE
Viana Bombos – Grupo de Bombos da Casa dos Rapazes – Projeto socioeducativo e artístico na área da música tradicional, fundado em 2007, aquando do 55º Aniversário da Instituição e reformulado em maio de 2016 com o retorno à sua génese de inclusão única de jovens acolhidos na Instituição, excluindo a integração de elementos profissionais externos, e procurando perder, gradualmente, o seu carácter comercial. Este projeto
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permite aos jovens aprimorarem valores básicos como esforço, trabalho, trabalho em equipa, resiliência, cooperação, esforço e recompensa. Desenvolvem o espírito de compromisso e de entrega a um projeto que não só é deles como também dos demais. Participam de atuações relevantes, tanto no que toca à abertura da Instituição ao resto da comunidade, como na oferta de experiências diferentes aos jovens integrantes. Em 2018, realizaram-se as seguintes atuações:
04.02.2018 - Partida dos atletas no Trail de São Silvestre (Organização do Clube de Atletismo Olímpico Vianense)
18.03.2018 - Aniversário do Sport Clube Vianense 24.03.2018 - Inauguração do Edifício das Tílias (Santa Luzia) 06.04.2018 - Festas de Mazarefes 4, 5, 6 e 7.05.2018 - Ida a Pessac (França) 24.04.2018 - Abertura/desfile Campeonato Internacional de Canoagem 13.06.2018 - Encontrão do Agrupamento de Escolas de Monserrate 16 e 17.06.2018 - Feira Medieval de Viana do Castelo 23.06.2018 - Feirão no Mercado Municipal 29.06.2018 - Arraial do Lar da Caridade 24.07.2018 - Festas de São Silvestre (Cardielos) 09.11.2018 – Magusto da Casa dos Rapazes
Lamentavelmente, e devido à redução significativa do número de jovens acolhidos na Casa dos Rapazes, não foi possível ao Grupo participar da Romaria da Senhora d’Agonia em 2018.
PARTICIPAÇÃO ATIVA
DA COMUNIDADE
Voluntariado - A prática de Voluntariado na Casa dos Rapazes acontece em articulação com o Banco Local de Voluntariado de Viana do Castelo, um gabinete da autarquia do qual a Instituição faz parte da base de dados de entidades recetoras de voluntários já há alguns anos. Sempre que a Instituição necessita de um voluntário, para uma determinada área de intervenção, é realizado um pedido ao Banco Local, que realiza uma pré-seleção de voluntários a encaminhar. Estes voluntários participam de uma entrevista de seleção na Instituição, que averigua se aquela pessoa se enquadra na tarefa a desempenhar. Na Casa dos Rapazes, a área de intervenção que mais necessita de apoio, e que mais voluntários recebe ao longo do ano, é o apoio ao estudo dos jovens acolhidos. Neste ano, todas as semanas, de Segunda a Sexta-feira, as salas de estudo de ambas as unidades contaram com o apoio de 4 voluntários, que auxiliaram os jovens na realização dos trabalhos de casa e preparação para os testes. Também a Sala de Artes e Manualidades foi dinamizada por um grupo de 4 voluntários, com formações em áreas específicas, para o desenvolvimento dos Ateliers de Música, Pintura e Artes de Natal. Voluntariado Empresarial – O Banco Local de Voluntariado da Autarquia de Viana do Castelo desenvolve, desde 2013, a negociação entre as IPSS da cidade e empresas privadas que prestam serviços diversos, no sentido de serem estabelecidos protocolos de colaboração. Esta iniciativa tem permitido à Casa dos Rapazes usufruir de ofertas em áreas fundamentais da intervenção com os jovens: estética, saúde, alimentação e prática desportiva. Em 2018, os jovens acolhidos na Instituição beneficiaram de cortes de cabelo gratuitos em 3 Cabeleireiros, consultas em 4 gabinetes de Dentista, rastreios de visão em 2 Clínicas Oftalmológicas, aquisição de óculos graduados a preços reduzidos numa Óptica, bolos de aniversário de 3 Pastelarias e frequência de aulas de Crossfit e Kickboxing num Ginásio.
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Caracterização dos jovens acolhidos
Ao longo do ano de 2018, estiveram acolhidos na Casa dos Rapazes 27 jovens, com idades compreendidas
entre os 13 e os 21 anos, e uma média de idades de 16,5 anos.
Quadro 1.Caraterização dos jovens em função da idade (média = 16,5 anos)
Não houve nenhum acolhimento ao longo do ano e registou-se o término da Medida de Acolhimento em
6 jovens acolhidos: uma transferência institucional para resposta distinta (Comunidade Terapêutica), uma
autonomização (integração na formação do Exército Português), e cinco reintegrações no agregado familiar de
origem, após a maioridade. O tempo de permanência dos 27 jovens em situação de acolhimento é descrito no
quadro abaixo:
Quadro 2.Caraterização dos jovens em função do tempo de permanência em acolhimento (média = 3,9
anos)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 21 anos
5
7
3
2
3
7
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
> 6 anos
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Estes jovens são, maioritariamente, naturais do Distrito de Viana do Castelo e provenientes de famílias
multidesafiadas, ou que, num determinado momento, e devido a fatores diversos, entraram numa situação de
rutura ou de incapacidade para gerir a conduta dos menores a seu cargo. No seio deste grupo de 27 jovens
existem duas fratrias.
Quadro 3. Caraterização dos jovens em função da sua origem geográfica
Quadro 4. Caracterização Agregado Familiar
(caracterização das famílias em função da tipologia e da situação profissional)
Tipo de Família
Família nuclear com filhos 1
Situação Profissional dos elementos do
Agregado Familiar
Ativos 28 Família monoparental feminina 10
Família monoparental masculina 5 Não ativos e Estudantes 22
Família reconstituída 5
Família alargada 6 Desempregados 4
No que respeita à Educação/Formação dos jovens, Importa referir que, a sua maioria, aquando do
acolhimento, traz consigo um elevado desinteresse relativamente ao seu percurso escolar, principalmente
aqueles que se encontram integrados no Ensino Regular. É comum trazerem, já, um historial de retenções,
absentismo e abandono escolar. Neste sentido, tem-se procurado inserir os jovens em percursos formativos
profissionalizantes, sempre que estes se apresentam mais adequados às suas caraterísticas. De que referir que
11
2
15
3
1
3
1
Valença
Paredes de Coura
Ponte de Lima
Viana do Castelo
Póvoa do Varzim
Porto
Lisboa
Setúbal
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3 dos 27 jovens encontram-se inseridos, ou em condições de integrar o mercado de trabalho, e outros 2
jovens frequentaram respostas de ensino especializadas (Ex: APPACDM), como demonstrado no quadro
seguinte:
Quadro 5.Caracterização dos jovens em função do nível de escolaridade/formação
Relativamente aos motivos do acolhimento, podemos verificar que os comportamentos disruptivos, a par
com a negligência familiar, são os motivos mais destacados no grupo de jovens em acolhimento no ano de
2018, conforme está representado no Quadro 6:
Quadro 6.Motivos do Acolhimento
0
2
4
6
8
10
12
2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Cursos de Educação e Formação (9º ano)
Cursos Profissionais
Ensino Especializado
Mercado de Trabalho
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Negligência Familiar
Agressões Físicas e Psicológicas
Absentismo escolar
Abandono escolar
Comportamentos disruptivos
Precariedade económica
Transferência institucional
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Quadro 7. Entidades Sinalizadoras e de Acompanhamento das Medidas de Promoção e Proteção
Relativamente aos projetos de vida dos jovens acolhidos, estes passam maioritariamente pelo trabalho
com vista à sua autonomização:
Quadro 8.Projetos de vida dos jovens (curto, médio e longo prazo)
8
17
1 1
CPCJ
Tribunal
Tutela do Diretor da Instituição
Sem medida
14
2
9
2
Integração Família Nuclear
Integração Famiília Alargada
Autonomia
Acolhimento Permanente
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No que respeita à saúde dos jovens, é importante referir que 11 jovens receberam acompanhamento
pedopsiquiátrico pelo Serviço de Pediatria da Unidade Local de Saúde do Alto Minho - ULSAM, com
terapêutica medicamentosa prescrita. São problemáticas diagnosticadas entre os jovens acolhidos: Deficiência
Mental, Défice Cognitivo ou Dificuldades de Aprendizagem, Perturbações Emocionais, Perturbações
Disruptivas do Comportamento (Hiperatividade com Défice de Atenção e Perturbação de Desafio/Oposição), e
um caso de Perturbação Global do Desenvolvimento. No que respeita à adoção de comportamentos
desviantes/aditivos, este foi um quadro comum entre os jovens acolhidos na Casa dos Rapazes no ano de
2018, seguindo a tendência de anos anteriores.
Quadro 9.População acolhida em função das necessidades identificadas no campo da saúde física e mental
11
6
1
3
27
2
1
2
2
8
5
Pedopsiquiatria(com medicação)
Oftalmologia/Optometria(com medicação)
Cardiologia(com medicação)
Pneumologia(com medicação)
Dentista
Ortodontia
Urologia
Ortopedia
Otorrinolaringologia
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20
Atividades Desenvolvidas
Atividades de Férias e Tempos Livres
Atividades desportivas no pinhal e parque da Marina
Ginástica na Casa
Páscoa 2018- Kayak no Darque Kayac Club
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21
Janeiro 2018 – Aniversário da Casa dos Rapazes
Páscoa 2018 - Surf - Viana Locals (Cabedelo)
Agosto 2018- Piscinas Sereia da Gelfa
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22
Junho 2018- Futebol de Rua
Junho 2018- Feira Medieval
Julho 2018- Festival Internacional de Folclore
Outubro 2018- Halloween
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23
Novembro 2018 – Magusto
Acampamento com os Caminheiros de Viana do Castelo (Alvarães – 29 de Agosto a 1 de setembro de
2018
Programa Sem Fronteiras – Colónias da Segurança Social (Pousada da Juventude de Alijó – 2 a 9 de
setembro de 2018)
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24
Projeto “Conhecer a Nossa Terra” (praia, piqueniques e caminhadas)
Visita ao Viana BRIncKa 2018
Atividades com Voluntários
Julho de 2018 Atelier de Música - Workshop “O instrumento musical: construção e manutenção”
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25
Aprender a tocar um instrumento
Atividades do VIANA BOMBOS
Maio 2018- Bordéus, França
Junho 2018- Animação no Mercado Municipal
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26
Julho 2018- Animação das Festas de São Silvestre
Atividades com Outros Parceiros Locais
Março 2018- Workshops de formação – “Prevenção das Toxicodependência” – CRI-SICAD
Abril 2018- Visita à Mostra de Ensino Profissional ETAP Viana do Castelo - Orientação Vocacional - ETAP
de Viana do Castelo
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27
Maio 2018-Torneio Distrital de Futebol de Rua com a Associação CAIS de Lisboa
Junho 2018- “Encontrão” das Escolas do Agrupamento de Escolas de Monserrate
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28
Outubro 2018- Recolha do lixo Marinho - Atividade organizada pelo Município
Natal 2018- Cube de Ténis de Viana do Castelo
Natal 2018- Kivikart Kartódromo de Darque
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29
Natal 2018- Atividade Todo O Terreno com a colaboração da NATTUGA
Festa de Natal com o apoio dos alunos do Curso de Turismo Ambiental e Rural da Escola Secundária de
Monserrate
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30
Natal 2018- Viagem a Lisboa
Outras Atividades
Março 2018- Agrupamento de Escolas de Monserrate
Novembro 2018- Caminhada Solidária do Foz Health Club
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31
Dezembro de 2018 – Natal Solidário Inatel de Viana do Castelo
Dezembro 2018- Campanha de Natal de Recolha de Alimentos em parceria com o Banco Alimentar de
Viana do Castelo
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32
Outras Intervenções Sociais
Serviço de Fornecimento de Refeições
Protocolo Cantina Social -
A Cantina Social surgiu no âmbito do Programa de Emergência Alimentar, promovido pelo Instituto de
Segurança Social, I.P., cujo protocolo mantemos desde 2012.
Durante o ano de 2018 e de acordo com definido no Compromisso de Cooperação 2017-2018, a
Instituição manteve o fornecimento de refeições, no entanto, sujeita a gradual redução por implicações
referidas na adenda ao protocolo celebrada a 1 janeiro.
Mantendo o propósito e a preocupação de atuar junto das situações mais vulneráveis em termos sociais e
de expressa carência alimentar, fornecemos no 1º semestre uma média 27 refeições e no 2º semestre 24
refeições, resultando no apoio de uma média de 14 beneficiários.
Resultou na receita anual de € 21.225,00, relativa à comparticipação da Segurança Social, na medida em
que todos os beneficiários receberam as refeições gratuitamente, por comprovada carência económica.
Parcerias
Durante o ano mantivemos a parceria com o GAF – Gabinete de Apoio à Família, fornecendo refeições
pontualmente, como sendo em períodos de férias (Verão e Natal) e todos os fins-de-semana e feriados do ano.
A receita deste serviço prestado resultou no valor de € 2.0483,81.
No período das férias escolares fomos solicitados pelo Centro de Estudos OSBI Clube do Saber, servindo as
refeições nas nossas instalações a um grupo de alunos, confeccionando 87 refeições, perfazendo o montante
de € 217,50.
Recursos Humanos
Ao longo do ano de 2018, a Instituição continuou a viver momentos de grande preocupação com o
desenvolvimento do processo judicial que, instaurado a partir de acusações anónimas sobre eventuais maus
tratos ocorridos na Instituição, promoveu acusações contra cinco trabalhadores em março, com início de
julgamento em setembro deste ano.
A ausência da atividade profissional dos referidos trabalhadores na Instituição obrigou à contratação, ao nível
da equipa educativa, de dois elementos novos para minimizar o esforço pedido aos restantes membros da
referida equipa.
Ao nível do Corpo Técnico da Instituição, foi entendido como necessária a substituição da Diretora
Técnica, nomeada em comissão de serviço em 2016, situação que ocorreu antes de se ter verificado o seu
pedido de auto suspensão em face de acusações formuladas no processo judicial acima referido.
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Relatório de Atividades de 2018
33
Num esforço de reorganização da atribuição de responsabilidades e pondo em prática um plano de
intervenção, entretanto definido pela Direção, foi nomeada, igualmente em comissão de serviço, como
Directora Técnica, a Dr.ª Helena Barros, seguindo o critério aprovado em 2016 de escolha entre os membro da
Equipa Técnica e num sistema rotativo.
Foi igualmente definido que a coordenação da Equipa Educativa seria atribuída a um dos elementos da
Equipa Técnica, deixando de ser feita por um educador de cada uma das Unidades de Alojamento (Verde e
Azul), permitindo uma maior unidade no enquadramento da referida Equipa Educativa e uma valorização da
função de gestão desta.
Concretizando um objectivo definido pela Direcção desde o início do seu mandato, foi possível contratar
a partir de novembro, para a função de Direcção de Serviços, uma profissional da área social, concretamente
a Dr.ª Maria de Jesus Névoa com dezenas de anos de experiência na área de gestão de IPSS’s, a quem serão
progressivamente delegadas competências da Direcção no caminho de uma coordenação geral do
funcionamento da Instituição em completa articulação com projecto de intervenção definido pelos Corpos
Sociais e aprovado pelos sócios.
Quanto ao restante quadro de pessoal não foram feitas alterações significativas, tendo sido mantido o
número de trabalhadores dos diversos níveis e serviços. Também ao nível das remunerações não se
verificaram alterações para além de ligeiros ajustamentos resultantes da alteração do salário mínimo e os
decorrentes de ajustamentos da tabela salarial acordados pela CNIS com os Sindicatos do sector social.
No que respeita à formação profissional, temos que reconhecer que não se cumpriu o previsto no
planeamento aprovado, não tendo sido concretizado em 2018 uma intervenção de formação dos nossos
trabalhadores que, claramente, fosse uma resposta a necessidades reais bem identificadas.
Contudo, mercê do empenho da Dr.ª Helena Barros e da Dr.ª Maria de Jesus, estão já definidas
intervenções de formação, já iniciadas ou com início no princípio de 2019 em articulação com o IEFP ou por
nossa iniciativa, dirigidas não só para os nossos trabalhadores mas igualmente abertas a técnicos de outras
Instituições. Acreditamos que finalmente teremos uma intervenção na formação dos nossos trabalhadores
coerente com as necessidades específicas da nossa actividade e eficiente na sua concretização.
Mesmo sendo reconhecido este não cumprimento de um objetivo ao nível da formação, importa referir
que os trabalhadores da Instituição continuaram a assumir um empenho profissional que importa realçar e
tem sido a garantia da qualidade do serviço prestado no cumprimento da missão social coletivamente
assumida.
Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
Relatório de Atividades de 2018
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Foram planeadas e implementadas acções ao nível da Protecção de Dados dos trabalhadores, utentes e
sócios tendo sido designado um elemento da Equipa Técnica como responsável pelo acompanhamento desta
área.
Foi concluída uma revisão do Manual de Funções, elaborado um Manual de Acolhimento de
Colaboradores, e iniciado o processo de avaliação de desempenho que se pretende possa ser plenamente
implementado em 2019.
Parceiros e Relações Exteriores
Ao longo de 2018, inúmeras foram as manifestações de apoio e estreita colaboração entre a Casa dos
Rapazes e diversas empresas do concelho, quer através de Protocolo celebrado em sede da Câmara Municipal
de Viana do Castelo, no âmbito do Projeto “Cidadania e Voluntariado Empresarial”, no qual as variadas
empresas disponibilizam os seus serviços em benefício da Instituição, quer através da promoção de eventos
cujas receitas (monetárias ou materiais, como por exemplo, produtos de higiene, prendas de Natal, etc.)
reverteram a favor da Casa dos Rapazes (e outras instituições), da oferta de bilhetes para atividades, para
eventos desportivos ou culturais, ou convites para a prática de determinada modalidade desportiva.
Importa, no presente documento, reconhecer as empresas que demonstraram o maior interesse pelo bem-
estar e desenvolvimento global de cada criança/jovem.
Pro
toco
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roje
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Cid
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ia e
Vo
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tari
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Em
pre
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Clínica Dentária Manso Laranjo Clínica Dentária Joana Meira Rego Clínica Dental Art Clinic Clínica Oftalmológica de Viana do Castelo Vian’Óptica Opticália José Manuel Ribeiro – Oftalmologista Clube de Atletismo Olímpico Vianense Associação Desportiva Darquense Crossfit Viana do Castelo Foz Health Club Cabeleireiro Rui Manuel Cabeleireiro Gémeos Iria Cabeleireiros Pastelaria Cidade Nova Dona Farinha Carglass Auto-Reno Triauto Auto Rabal Sarah Trading Project Teatro do Noroeste
Ou
tras
Em
pre
sas
Equipa do Inatel Creches e Infantários da Santa Casa da
Misericórdia de Viana do Castelo, Escola Básica de Vila Nova de Anha, Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Escola
Inclusiva, da Associação de Estudantes e do Curso Superior de Gestão)
Associação Empresarial de Viana do Castelo Kartódromo KiviKart Cinema Cineplace Estação Viana Shopping. Estação Viana Shopping (Campanha da Sonae
Brinquedos que Tocam) Agência BPI Meadela e Lanheses (Projeto Ajude
uma Criança a Sorrir) Equipa de Animação do Clã 17 do Agrupamento
348 da Meadela do Corpo Nacional de Escutas Projeto Nós de Natal – Solidário apadrinhamento de jovens.
Rotary Clube de Viana (Visita a Lisboa) Clube Nattuga (automóveis todo-terreno –
percurso no monte) Clube de Ténis Voleibol Clube de Viana Sport Clube Vianense Juventude de Viana CrossFit Viana (EPIC
Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
Relatório de Atividades de 2018
35
A Instituição teve também a oportunidade de, ao longo de 2018, participar no Programa CRIAR VALOR-
ES Capacitação de Dirigentes e Equipas de Direção para a Sustentabilidade e Criação de Valor na Economia
Social (promovido pela TurnAround Social com o apoio da Fundação Montepio).
O Centro Dramático de Viana, quando tem oportunidade, e consoante a sua agenda de espetáculos,
também convida os jovens da Instituição a assistir a peças de teatro a título gratuito.
Sustentabilidade
Durante o ano de 2018, apesar de ter sido mantido o rigor e preocupação na gestão corrente da
Instituição de acordo com práticas e procedimentos de anos anteriores, temos de assinalar e refletir sobre o
que nos aporta o relatório de contas, com a identificação de uma situação deficitária que assume um valor
superior a 5% dos valores orçamentados para o ano em apreço.
Identificamos duas ocorrências que determinam esta situação que não deixa de ser preocupante apesar
de sentirmos e acreditarmos que pode ser revertida nas próximas gestões, desde que assumidas decisões que
mesmo difíceis não podemos deixar de encarar.
Assim, como primeiro motivo e o mais significativo que determinou a situação negativa na gestão
corrente resulta da decisão da Segurança Social, baseada em factos que nunca nos explicaram plenamente e
de forma clara, de não encaminhar jovens para a nossa Instituição, desde julho de 2017. Sendo a média etária,
nessa altura, de 17 anos, e sabendo nós que a maioria dos jovens chegando aos 18 anos pretendem regressar
à família, fomos sendo confrontados com a diminuição do número de jovens Institucionalizados o que, ao
baixar dos 65% do número estabelecido nos protocolos assinados, determinou um corte nos apoios da
Segurança Social que até ao momento contabilizamos já acima dos 100 mil euros.
Por outro lado, as obrigações financeiras resultantes da obra realizada, quer na Beneficiação do Edifício
Sede quer na Recuperação das Habitações da Rua Luís Jácome, obrigaram a suportar despesas, para além das
compartimentações recebidas do FEDER – Portugal 2020, que exigiram a mobilização das reservas existentes e
conseguidas ao longo de anos de gestão equilibrada, mas igualmente oneraram a gestão corrente da
Instituição com despesas consideradas contabilisticamente como corrente e não de investimento passíveis de
amortização ao longo de vários anos.
Importa igualmente referir que, no ano de 2018, estabelecemos com o IPVC, e concretamente com a sua
Escola de Gestão, uma parceria que se vem traduzindo no apoio à avaliação da nossa gestão global tendo sido
já identificados áreas aonde podemos melhorar as nossas práticas e onde devemos concentrar a nossa
atenção com particular cuidado, nomeadamente na gestão dos recursos humanos, no controlo de algumas
despesas correntes ao nível de gastos com energia, na implementação de um modelo de apresentação de
contas que melhor traduzam as receitas e despesas contabilizadas.
Quando à Gráfica Casa dos Rapazes, fomos confrontados com diversos momentos da sua gestão diária
em que, de dificuldades graves de tesouraria, resultou a impossibilidade de pagar a fornecedores e, mais
Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
Relatório de Atividades de 2018
36
grave ainda, de liquidar valores de IVA e TSU, obrigando a ser com valores de tesouraria da Instituição que se
supriu essa situação, sob pena de ficarmos em dívida à Fazenda Pública e Segurança Social, com o
consequente corte nos valores de comparticipação mensalmente recebidos.
Por outro lado, verificamos que a dívida de clientes atingiu valores um pouco acima de 20 % da faturação
anual, o que não pode ser permitido numa gestão normal e houve uma diminuição da procura em termos de
mercado por razões que ainda precisam ser percebidas.
Do estudo em curso pelo IPVC, já foi identificado os encargos com salários, em comparação com o
volume de negócio e com empresas da mesma dimensão, como uma das situações que importa encarar com
urgência, pois pode ser factor que inviabilize a sustentabilidade da Gráfica.
Temos que assumir, de forma clara e frontal, que passado o período de renovação dos equipamentos e
reforço organizativo implementado, não foi possível um funcionamento pleno que permitisse voltar a
encontrar o papel desejado no apoio à sustentabilidade da função social da Casa dos Rapazes.
Mesmo assim, podemos realçar que, ao longo de 2018, foi cumprido o plano de amortização dos
empréstimos contraídos para a aquisição de equipamentos da Gráfica.
Por tudo isto, a Direcção apresenta na Assembleia Geral de aprovação de contas de 2018 uma proposta
de intervenção na Gráfica que a autonomize em relação à Instituição, que estabeleça um modelo de gestão
que permita a sua recuperação e funcionamento nos moldes desejados e referidos.
Através da consignação de IRS, a Casa dos Rapazes apelou à colaboração da comunidade que direcionou
0,5% dos seus impostos pagos ao Estado para a Instituição. Este direito do contribuinte foi exercido no
momento da entrega da declaração anual de rendimentos, junto dos serviços tributários.
Comunicação e Imagem
Site na Internet www.casadosrapazesviana.pt
No ano de 2018, foi possível a criação de novo site institucional – www.casadosrapazesdeviana.pt.
Neste meio de comunicação é possível consultar a história da Instituição, os elementos dos Corpos Gerentes,
Relatórios de Atividades e Contas, projetos, informação relativa às respostas sociais inerentes à Instituição,
entre outras informações. O referido site também divulga atividades e eventos a realizar.
Casa dos Rapazes de Viana do Castelo
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Acompanhando as tendências atuais relativamente à utilização das redes sociais, nomeadamente o
Facebook, como meio de divulgação de atividades, de eventos e de qualquer informação tida como
pertinente, a Instituição mantém atualizado o seu perfil nessa plataforma digital. Regista-se grande interesse
e adesão por parte de toda a comunidade vianense, portuguesa e até além-fronteiras, através de “gostos”,
comentários em forma de elogios, assim como do “matar de saudades” e apresentação de cumprimentos
por parte de jovens e adultos que outrora cresceram e viveram nesta casa.
Notícias
Relativamente à comunicação social, a Instituição manteve uma relação estreita com diversas entidades
media como jornais, rádio e televisão, através das quais, com a divulgação de atividades, eventos e outras
novidades, a Instituição conseguiu divulgar, expandir e difundir a sua mensagem, missão, ações e feitos. Por
parte destes parceiros, denotou-se sempre interesse e recetividade na participação da divulgação da Casa
dos Rapazes de Viana do Castelo.
Conclusão
Pensamos que a leitura do presente relatório, que procura transmitir uma visão global da realidade da
Instituição e do seu funcionamento ao longo de 2018, permite afirmar, em modo de resumo, que a
Comunidade da Casa dos Rapazes, fundamentalmente no que respeita aos jovens acolhidos, vive de forma
emocionalmente estável, gerindo de forma bem articulada as rotinas normais numa Instituição como a nossa
e cumprindo os diversos aspectos do seu projecto educativo, recentemente revisto e revigorado, de forma
empenhada e coerente.
A conclusão das obras no edifício permitiu retomar o uso pleno das instalações, suprimindo as restrições
de circulação impostas pela segurança da obra e dos utentes, para além de permitir o acesso e usufruto de
novos espaços que melhoraram as condições de habitabilidade de conforto de todos que aqui vivem e
trabalham.
Estes novos espaços vão igualmente permitir a concretização e desenvolvimento de iniciativas internas e
abertas à Comunidade quer na área pedagógica, de formação e lúdicas.
Ao longo de 2018, ainda vivemos com alguns dos constrangimentos resultantes das acusações feitas
contra funcionários da Instituição, mas formos percebendo que a Comunidade Vianense foi alterando a
percepção sobre a vivência institucional, sendo o apoio recebido na época do Natal uma sinal evidente do
apoio e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol dos jovens que acolhemos.
Como aspecto negativo devemos referir as dificuldades financeiras que, pela não admissão de jovens,
podem vir a colocar em causa da manutenção da Instituição nos moldes actuais.
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ANEXO
Contas 2018
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Balanço 2018
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Demonstração de Resultados 2018