casa nova · 2017-09-30 · o crescimento do mercado de máquinas agrícolas levaram a ......
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2008 FARM FORUM 1
REVISTA DA CASE IHPARA O BRASILNº 23 | 2008
Case IH reabre fábricade Sorocaba
CASA NOVA
A Força da Nossa Marca
A capa desta edição de Farm Fórum
representa a concretização de uma
nova etapa da Case IH no Brasil: é
a retomada das operações em nossa fábrica
de Sorocaba, em São Paulo. Considerada
uma das fábricas mais modernas da marca
no mundo, a nova unidade vai receber, a
partir de janeiro de 2009, não apenas as li-
nhas de montagem das
nossas máquinas, mas
também o Centro de
Distribuição de Peças,
o maior da América
Latina e o mais mo-
derno da empresa no
mundo. Antes disso, já
em setembro, as áreas
comerciais e de marke-
ting estarão trabalhan-
do na nova casa.
Essa é a mudança mais visível e gran-
diosa que a Case IH viverá nos próximos
meses, mas não é a única. Este ano, ao to-
mar posse no cargo de Diretor Geral da
Case IH para América Latina, assumi tam-
bém o compromisso de ampliar e reforçar
o trabalho e a oferta de produtos e serviços
que a marca oferecia até agora. Novos tra-
tores e colhedoras serão lançados, vamos
completar nossa oferta de produtos, aten-
dendo áreas e setores que até então não
podiam contar com a tecnologia e o pacote
de soluções que só a Case IH pode ofere-
cer. Dentro das mudanças que estamos im-
plantando, devemos ampliar muito nossa
rede de distribuidores até 2010, atendendo
novas regiões, novas culturas, novos clien-
tes.
Estamos com uma nova organização e
uma estrutura mais ampla e capacitada,
motivada e focada na nossa maior mis-
são: atender e satisfazer a demanda e as
necessidades do cliente Case IH. Esta-
mos mudando nossa relação com o setor
produtivo da agricultura brasileira: que-
remos saber o que ele precisa, e oferecer
então soluções completas e eficazes para o
seu negócio. À frente desse novo projeto,
assume César Di Luca como Diretor Co-
mercial para o Brasil. César é engenheiro
agrônomo e está há dez anos na Case IH,
onde era responsável pelas operações co-
merciais da marca na América Latina. A
partir de agora, ele será o grande parcei-
ro dos clientes da nossa marca na busca
por resultados e soluções que atendam às
demandas dos nossos clientes.
Nosso objetivo, claro, é ajudar a construir
uma Case IH ainda maior, mas, principal-
mente, uma parceira mais comprometida
com o sucesso da agricultura brasileira e do
seu personagem principal: o produtor rural.
Nosso desafi o não é ser a maior nem a de
maior faturamento, mas ser uma marca lí-
der. Líder em tecnologia, líder em soluções,
líder em rentabilidade para o agricultor. Essa
é a nossa principal força. A força da marca
Case IH. E eu assino embaixo.
Sérgio Ferreira,
Boa leitura.
CARTA DO DIRETOR
2 FARM FORUM 2008
8 TENDÊNCIAModule Express 625 trabalhaem fazenda na Bahia
11 NEGÓCIOS & PERSPECTIVASExpectativa para o mercado
15 CASE NEWSCase IH investe no patrocínioa esportes
4 ESPECIALNova fábrica da Case IHem Sorocaba
2 CARTA DO DIRETORCase IH cada vez maior 13 ENTREVISTA
Para o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, Brasil vive oportunidade rara
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FARM FORUM (Ano 7, Número 23) é uma publicação da Case IH Latin America distribuída gratuitamente. A reprodução das reportagens é autorizada, desde que
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EXPEDIENTE: Produção e coordenação: Página 1 Comunicação Empresarial. Jornalista responsável: Jorge Görgen (SC-00423-JP). Editora-executiva: Ana Paula
Marinho Conselvan. Redação: Valmir Denardin, Maurício Bevervanso e Josiany Fiedler Vieira. Fotos: Christiano Diehl (SP), Eduardo Lena (BA), Gaspar Nóbrega
(SP), José Luiz Medeiros (MT), Marcos Campos (PR), Maurício Bevervanso (PR), Paulo Henrique (SP) e arquivo Case IH. Ilustração e Diagramação: Ctrl S
Comunicação (www.ctrlscomunicacao.com.br). CTP e Impressão: Sépia
4 158
2008 FARM FORUM 3
ESPECIAL
A nova casada Case IH
O aquecimento da economia e
o crescimento do mercado de
máquinas agrícolas levaram a
CNH Global – holding à qual pertence
a Case IH – a anunciar a reabertura da
fábrica de Sorocaba (SP). A unidade re-
ceberá investimentos de quase R$ 1 bi-
lhão e vai gerar 1.200 empregos diretos
e outros 2.500 indiretos.
O empreendimento integra o plano
de investimentos do Grupo Fiat, do qual
a CNH é subsidiária, para o quadriênio
2007-2010. “É uma prova da confiança
que temos no crescimento do agronegó-
cio e também do nosso compromisso de
continuar oferecendo máquinas cada vez
mais modernas e de alta performance”,
declara Valentino Rizzioli, presidente da
CNH para a América Latina.
O complexo de Sorocaba, que iniciará
a produção em 2009, atenderá o objetivo
da companhia de aumentar a fabricação de
máquinas agrícolas Case IH e de constru-
ção da marca Case. A planta estava desati-
vada desde 2001, dois anos depois da fusão
das empresas Case e New Holland, que re-
sultou na criação da CNH.
Num investimento de quase R$ 1 bilhão, empresa reativa unidade de Sorocaba e aumentará oferta de máquinas para um mercado em expansão
4 FARM FORUM 2008
Fábrica de Sorocaba (SP) estava desativada desde 2001. Com reabertura planta será ampliada, produzirá máquinas agrícolas, componentes e abrigará o maior centro de logística e distribuição da CNH na América Latina
Na época, a unidade paulista, com
área construída de 90 mil metros qua-
drados, produzia 500 máquinas por ano
e empregava 600 pessoas. Com a reaber-
tura, ela será ampliada, atingindo 150
mil metros quadrados de área constru-
ída, aumentando a produção e a geração
de empregos. Já para 2010, a produção
prevista é de 4.500 máquinas. A capa-
cidade total instalada será de 8 mil má-
quinas por ano.
Além de máquinas, a fábrica produzi-
rá componentes para equipamentos feitos
em outras unidades da CNH no Brasil e
também para a exportação. No mesmo
terreno, será construído o maior centro de
logística e distribuição de peças da com-
panhia na América Latina.
Com esse grande investimento, a
Case IH manterá em Sorocaba sua es-
trutura para a produção de tratores e
colheitadeiras de grãos. A fábrica de
Piracicaba (também no interior pau-
lista) continuará sendo a plataforma
da marca para os segmentos de cana e
café. Desde 2004, essa planta concentra
toda a produção mundial de colhedo-
ras de cana da marca.
Um dos mais importantes pólos in-
dustriais do País, Sorocaba possui loca-
lização estratégica. Está a cerca de 100
quilômetros do Aeroporto de Viraco-
pos, em Campinas – o maior terminal
brasileiro de cargas aéreas, tanto para o
mercado interno quanto o externo, o que
facilita o recebimento de componentes e
a expedição de peças – e a menos de 200
quilômetros do Porto de Santos, grande
terminal exportador de máquinas.
A reabertura da fábrica de Sorocaba
dará à Case IH uma capacidade ainda
maior de atender o mercado de máqui-
nas agrícolas, em forte expansão. Com
uma concepção moderna, a unidade
2008 FARM FORUM 5
Teremos a fabricação seqüenciada
e um fl uxo contínuo, o que permite produzir melhor e mais rápido. Essas condições favorecem o aumento da competitividade e a comercialização de produtos de alta tecnologia para os mercados interno e
externo”-Valentino Rizzioli,
presidente da CNH
para a América
Latina
2008 FARM FORU
presidente da CN
para a Amér
Lati
Cuiabá (MT)• Centro Avançado de Suporte ao Cliente
CASE IH NO BRASIL
• Investimento: Cerca de R$ 1 bilhão • Empregos diretos: 1.200• Empregos indiretos: 2.500• Área total: 526 mil m2• Área construída: 150 mil m2• Capacidade instalada: 8 mil máquinas por ano• Produção de componentes
para outras unidades da CNH
• Centro de Logística e Distribuição de Peças
• Certificação de Qualidade ISO 9.000 e ISO 14.000
NOVO COMPLEXO
á (Mrodo de e ao
Sorocaba• Indústria de tratores e
colheitadeiras de grãos• Centro de Logística e
Distribuição de Peças
Piracicaba• Indústria de colhedoras de
cana e café, pulverizadores e plantadeiras de grãos.
• Centro de Treinamento
SoS•
•
MT)) iPiP•
s
6 FARM FORUM 2008
Além de atualizar o processo de fabricação e ampliar a oferta de máquinas e equipamentos, o inves-timento de quase R$ 1 bilhão no complexo de Sorocaba trará benefí-cios diretos para o cliente Case IH. A estrutura abrigará o maior Centro de Logística e Distribuição de Peças da CNH na América Latina e o mais moderno do Grupo Fiat em todo o mundo.
O centro, que atualmente funcio-na em Itu (também no Estado de São Paulo), será transferido para So-rocaba em junho de 2009. Ocupará uma área construída de 60 mil me-tros quadrados e terá 154 mil itens
em estoque. Com equipamentos de movimentação automatizados e pro-cesso de embalagem de última ge-ração, a estrutura seguirá o conceito World Classic Logistic, que reúne as melhores prática mundiais de mo-vimentação, embalagem, controle e gestão de estoques.
O Centro de Logística da Case IH também estará adequado às mais modernas práticas ambientais. Será um Green Building, certificado que é conferido às edificações que preser-vam a área em que estão localizadas e que adotam sistemas como o apro-veitamento da água da chuva e o uso de energias alternativas – luz solar,
por exemplo.Do ponto de vista geográfico, a
localização do Centro de Logística e Distribuição de Peças não poderia ser melhor. Ele está próximo do Ae-roporto de Viracopos e é servido por excelente malha viária, o que per-mite o acesso rodoviário a todas as regiões produtoras do País – seja de grãos, cana, café ou algodão.
Para o cliente, isso é a garantia de entrega rápida da peça ou compo-nente que ele precisa, independente do ponto onde esteja sua lavoura. Principalmente porque a nova estru-tura manterá um serviço de entrega rápida noturna de encomendas.
EXCELÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS
estará totalmente alinhada ao processo
mundial de produção da CNH Global
e ao World Class Manufacturing, sis-
tema de manufatura mundial adotado
pelo Grupo Fiat.
“Teremos a fabricação seqüenciada e
um fl uxo contínuo, o que permite produzir
melhor e mais rápido. Essas condições fa-
vorecem o aumento da competitividade e a
comercialização de produtos de alta tecno-
logia para os mercados interno e externo”,
afi rma Valentino Rizzioli.
Todo o processo produtivo da nova fá-
brica terá a qualidade certifi cada pelo ISO
9.000 e o ISO 14.000. A unidade utilizará
equipamentos de última geração, como
máquinas de corte de chapas a laser com
alimentador automático, estações robo-
tizadas de solda, transportadores aéreos
para peças e componentes, centros de usi-
nagem de alta precisão e fl uxo sincroni-
zado de materiais. Os sistemas de pintura
são os mais modernos disponíveis: pin-
tura eletroforética por imersão e pintura
acrílica de baixa temperatura.
As obras do complexo estarão concluí-
das em meados de 2009.
NOVO CENTRO DE LOGÍSTICA• 60 mil m2 de área construída• 154 mil ítens em estoque• Serviço de entrega rápida noturna• Adaptado ao World Classic Logistic,
sistema de excelência mundial no setor
• Automação de equipamentosde movimentação
• Processo de embalagemde última geração
• 16 docas de expedição
2008 FARM FORUM 7
O HISTÓRICO DA CASE IH E A EVOLUÇÃO DE SUAS MÁQUINAS
2008 FARM FORUM 7
Ç
1842: Em Racine (EUA), Jerome Increase Case cria uma fábrica de máquinas debulhadoras, que se tornaria um dos
maiores fabricantes mundiais de máquinas agrícolas e de construção
1844: A JI Case lança a primeira máquina agrícolaautopropelida da história
1911: JI Case produz o primeiro trator movido a gasolina
1977: International Harvester, fabricante de colheitadeiras, lança a Axial-Flow, série 1400, seguindo o conceito de colheitadeira rotativa que vinha
desenvolvendo desde os anos 60
1985: Fusão da International Harvester coma JI Case cria a Case IH
1988: Case IH lança o trator Magnum, primeira máquina resultante da combinação da engenharia da Case
com a International Harvester
1996: Case IH une-se à Austoft, líder mundial em sistemas de cana, fundada na Austrália, em 1944, pelos irmãos Toft
1997: Case IH passa a atuar no Brasil
1998: Case IH incorpora a Tyler, fabricanteinternacional de pulverizadores
1999: Case IH passa a integrar a Case New Holland (CNH), holding de máquinas de construção e agrícolas do Grupo Fiat
2001: Lançada a Axial-Flow 2388, a primeira colheitadeira de grãos com rotor axial do Brasil
2004: Brasil se torna plataforma mundial, concentrando a fabricação de colhedoras de cana Case IH para todos os mercados
2006: Lançada a colheitadeira Axial-Flow 2399
2007: Case IH lança no Brasil a colhedora de algodão Module Express 625, a primeira capaz de formar módulos
simultaneamente à colheita
2009: Case IH reabre fábrica de Sorocaba (SP)
NEGÓCIOS & PERSPECTIVAS
8 FARM FORUM 2008
O Brasil deverá produzir 45,54 mi-
lhões de sacas de café na safra
2008/2009 – a maior safra dos úl-
timos cinco anos. Mas esses números não
devem ser motivo de muita euforia para
os produtores. “Os preços internacionais
do café estão altos e, como os estoques de
passagem são baixos, há uma expectativa
de preço sustentado no Brasil, sem alta
signifi cativa”, afi rma Nathan Herszkowicz,
diretor executivo da Associação Brasileira
das Indústrias de Café (Abic).
O pesquisador José Luiz dos Santos Ru-
fi no, da Embrapa Café, destaca que o Brasil
vive um cenário de estoques decrescentes,
tanto no setor público quanto na iniciativa
privada, que juntos somam 10 milhões de
sacas. Com a expectativa de produção de
45,5 milhões de sacas, para uma exporta-
ção de 28 milhões e um consumo interno
de 17 milhões de sacas, o estoque de pas-
sagem deve fi car estabilizado. Só que este
estoque é baixo, principalmente porque no
ano que vem a safra deve ser até 20% me-
nor (cerca de 38 milhões de sacas), devido
à bianualidade – após uma grande safra a
produtividade cai.
“Poderemos ter difi culdades no ano
que vem, por conta da safra menor. Vamos
precisar de controle entre a disponibilidade
do produto e os compromissos brasileiros
com os mercados externo e interno”, diz
Rufi no. Para ele, o cenário geral é de pouca
euforia para os produtores porque o preço
da saca está muito baixo.
“O mercado é muito afetado pela taxa
cambial e, neste ambiente de dólar desva-
lorizado, fi ca ainda pior, porque o preço
internacional é cotado em dólar.” A média
brasileira de produtividade é de 20 sacas
por hectare, e cada saca tem custo individu-
al de produção em torno de R$ 300. “Para
equalizar de verdade o mercado, o preço
de venda da saca deveria passar dos R$ 260
atuais para cerca de R$ 300”, calcula.
Outro fator que colabora para conter
a euforia dos produtores, segundo os es-
pecialistas, é a alta dos fertilizantes (cujos
preços dobraram no prazo de um ano), e
da mão-de-obra (alta de 25% no período),
apesar da mecanização crescente do setor.
Incertezas nomercado de café
Diante da maior safra dos últimos cinco anos, especialistas alertam que o Brasil precisa controlar estoques para enfrentar possíveis dificuldades em 2009
Apesar da safra 2008/2009 de café
bater números recordes no Brasil, para o
próximo período será preciso cautela
2008 FARM FORUM 9
Nathan Herszkowicz, diretor executivo da
Associação Brasileira das Indústrias de Café
Um dos nichos de mercado que
mais atraem os produtores é o dos
cafés certificados, ou “cafés sustentá-
veis”, justamente porque estes ofere-
cem a oportunidade de uma melhor
remuneração e rentabilidade. Segun-
do Sérgio Parreiras Pereira, autor do
estudo “Um Panorama sobre Cafés
Certificados”, nas últimas duas déca-
das a produção e comércio de cafés
especiais cresceu, gerando oportuni-
dades para a diversificação de produ-
tos com base em características espe-
cíficas de qualidade.
“As exigências dos consumidores
aumentaram muito, o que se refl etiu
em sensíveis alterações em todo o sis-
tema agroindustrial do café”, explica
o mestre em Fitotecnia e pesquisador
do Centro de Café Alcides Carvalho,
do Instituto Agronômico de Campi-
nas (IAC). Segundo ele, enquanto o
mercado do café para consumo geral
– ou “mercado de massa” – se mantém
praticamente estagnado, o mercado de
cafés especiais cresce ano após ano.
“Alguns selos relacionados à susten-
tabilidade chegaram a crescer até 20%
ao ano nos últimos anos, e isso tem ge-
rado oportunidades para alguns cafei-
cultores que trabalham com este nicho
específi co”, diz o pesquisador. Por outro
lado, conceitos que há alguns anos não
faziam parte do cotidiano do setor ca-
feeiro – como sustentabilidade, rastrea-
bilidade, certifi cação, responsabilidade
social e preocupação ambiental – per-
meiam hoje todos os elos do setor.
Além dos programas de certifi ca-
ção, também há várias iniciativas de
políticas públicas nacionais, estaduais
e municipais para auxiliar a inserção
dos cafeicultores no mercado de ca-
fés diferenciados. O mercado mun-
dial de café movimenta cerca de US$
70 bilhões anuais. O maior produtor
brasileiro é Minas Gerais, seguido por
Espírito Santo e São Paulo.
Novos nomes,a mesma qualidade
As colhedoras de café TCX 2100 e A2000, da Case IH, foram rebatizadas e passaram a se chamar Coffee Express 100 e Coffee Express 200. Mas elas continuam a ser as melhores opções do mercado em máquinas para a colheita. “São máquinas superiores à concorrência em todos os aspectos”, diz Richardson Gouveia, especialista em Marketing de Produtos da Case IH.
As máquinas permitem uma colheita mais seletiva do café, devido à maior flexibilidade dos ajustes. Desta forma, garantem maior qualidade do produto colhido e maior produtividade na safra seguinte, porque a colhedora causa menos danos ao cafeeiro. Além disso, em apenas uma hora de trabalho é possível colher até 150 sacas de 60 quilos com o modelo Coffee Express 200. A máquina pode trabalhar à noite, pois possui eficiente sistema de iluminação.
Outra vantagem da Coffee Express 200 é a versatilidade. O raio de giro da máquina (a volta que ela faz sobre o seu eixo) é o menor do mercado, o que facilita manobras durante a operação. Também possui um baixo centro de gravidade, com a maior parte do peso próximo ao solo, e um sistema de autonivelamento eletro-hidráulico que possibilita à máquina trabalhar em solos com até 15% de declividade. Assim, a colhedora se adapta a quase todos os tipos de terrenos e as manobras são mais simples e rápidas.
A produção brasileira,em milhões de sacas de 60 kg
EVOLUÇÃO DA SAFRA
2002/2003 » 48,482003/2004 » 28,822004/2005 » 39,272005/2006 » 32,942006/2007 » 42,512007/2008 » 33,742008/2009* » 45,54
* EstimativaFonte: Conab
10 FARM FORUM 2008
Paulo Mizote é o primeiro produtor
brasileiro a apostar na nova colhedora
da Case IH. Colocou a máquina para colher
em uma área de 8 mil hectares, na Bahia
TENDÊNCIA
REVOLUÇÃO nas lavouras de algodão do Brasil
Revolucionando a colheita de algo-
dão, a Case IH trouxe para o Bra-
sil, no primeiro semestre de 2008,
a Module Express 625. A máquina, que se
tornou sucesso nos Estados Unidos, está
pela primeira vez trabalhando em uma la-
voura brasileira. A estréia foi em campos
baianos, na Fazenda Mizote, em São Desi-
dério, município a 879 km de Salvador.
Com 16 mil hectares de plantação dis-
tribuídos entre algodão, soja, milho e café,
a administração da fazenda decidiu investir
em tecnologia para a cotonicultura, que é o
principal foco de trabalho da propriedade.
São 8 mil hectares destinados para a com-
moditie e lavouras de até sete quilômetros
com 11 máquinas trabalhando. Em pouco
tempo o grupo já percebeu as mudanças e
Module Express 625 entra em campo no Brasil
com o pé direito
2008 FARM FORUM 11
Kenji Nyriama, gerente da Fazenda Mizote, satisfeito com a economia gerada pela Module Express 625
as vantagens da Module Express. “Nos pri-
meiros 20 dias de colheita já percebemos a
economia e o maior rendimento”, comemo-
ra o dono da propriedade, Paulo Mizote.
Com a colhedora os gastos com equi-
pamentos e mão-de-obra diminuíram.
Com uma máquina convencional de seis
linhas, eles teriam que adquirir uma pren-
sa, três tratores conhecidos por Bass Boy
e contratar o trabalho de cinco ajudantes.
“Com essa máquina já reduzimos os cus-
tos com equipamento e com pessoal. Não
precisamos gastar com a prensa e nem com
o Bass Boy e de cinco passamos a ter dois
ajudantes na colheita”, diz o gerente da fa-
zenda, Kenji Niiyama.
DiferencialO motivo para a economia é que a Mo-
dule elimina etapas de colheita. Com um
modelo tradicional de seis linhas a colhei-
ta se constitui de cinco etapas: colheita,
transferência do algodão para o Bass Boy,
transporte para a prensa, prensagem e for-
mação do fardo e transporte para o bene-
fi ciamento. Com a colhedora Case IH três
etapas são extintas e a colheita passa a ter
dois processos: a colheita e o transporte.
Além disso, com a Module Express
625 o enfardamento é diferenciado. A
máquina forma, dentro do cesto, um blo-
co retangular, fácil para o transporte do
algodão colhido. Trata-se do meio fardão
-- já conhecido e trabalhado pelos cotoni-
cultores -- de 2,43 x 2,43 x 4,87 m - o que
dispensa alterações no sistema de benefi -
ciamento. Ele pesa, em média, 4.500 kg,
mas pode variar de 1.800 a 5.450 kg, de-
pendendo das necessidades e das condi-
ções da colheita. Outra vantagem é que o
cotonicultor não precisa envolver o fardo
com uma capa em sua etapa de formação,
ainda no interior da máquina. Ele pode
colocá-la sobre o fardo já no solo, depois
que a máquina descarregá-lo, como é feito
com os fardos convencionais. As correntes
que executam a descarga são sincroniza-
das com a velocidade de descarregamento
da máquina, o que permite que o fardo
não quebre ao tocar o solo.
“Estava preocupado com as difi culda-
des no carregamento do algodão por ele ser
feito por um mecanismo que não conhe-
cíamos. Mas não estamos tendo nenhum
problema”, diz Mizote.
A formação do fardo é possível porque
a máquina possui três sem-fi ns dotados de
sensores em suas extremidades. Essas pe-
ças fazem o trabalho de prensagem para
formação do fardo movimentando-se
longitudinalmente e de cima para baixo,
compactando o algodão uniformemente.
RendimentoCom a colhedora o rendimento em
campo também é grande. Na fazenda Mi-
zote as máquinas tradicionais colhem 15
mil hectares por dia e a Module Express
625 colhe cinco mil a mais, ou seja, 20
mil hectares/dia, com economia de com-
bustível. Os custos de produção também
diminuem. Por acre o cotonicultor inves-
te com a Module US$ 72,57, comparado
a US$ 98,46 das máquinas convencionais
e US$ 91,20 de outras máquinas que en-
fardam o algodão no campo.
Para o grupo familiar, que há 24
anos investe em tecnologia para faci-
litar o trabalho na fazenda, a Module
Express 625 também é mais segura e
confortável para o operador. “Para
trabalhar na máquina ele não precisa
de nenhuma adaptação e ainda tem a
facilidade de ter um monitor de rendi-
mento”, diz Niiyama.
Para facilitar o gerenciamento da pro-
dução, a colhedora é dotada de três moni-
tores. Um deles é o monitor de produtivi-
dade AFS Pro 600, o mesmo usado na linha
de colheitadeiras de grãos Axial-Flow. Há
ainda um monitor do módulo que calcula
a porcentagem da câmara que está cheia e o
status operacional da máquina. Um tercei-
ro equipamento de vídeo permite visuali-
zar o descarregamento do fardo.
A safra 2007/2008 do algodão no Brasil será de 1.556,9 mil toneladas, deixando o país na 5ª posição entre os maiores produtores do mundo, atrás da China (8.078 mil toneladas), Índia (5.355 mil toneladas), Estados Unidos (4.182 mil toneladas) e Paquistão (1.845 mil toneladas), segundo levantamento do ICAC – International Cotton Advisory Committee.
Para esta safra a área plantada, segundo dados da Conab, é de 1.086,1 mil hectares. Em dez anos, a produtividade do algodão brasileiro passou de 750 quilos por hectare, na safra 1998/1999, para 1.433 quilos por hectare, na safra atual. Em 1998 a produção de algodão no país era de 520,1 mil toneladas. Número que triplicou na última década.
O volume produzido no Brasil e exportado para outros países é significativo. O país é o quarto maior exportados na commoditie no mundo. De janeiro a junho de 2008, a balança comercial do algodão no Brasil está favorável. Segundo dados do Sistema ALICE/MDIC – Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, enquanto foram exportadas 193.972 mil toneladas, 35.727 mil toneladas foram importadas, deixando um saldo de US$ 158.245 milhões de dólares.
ALGODÃO MADE IN BRAZIL
dpamelC
da71at
oejBACIetU
MÁQUINAS CONVENCIONAIS
Necessidades: 1 prensa, 3 Bass Boy e 5 funcionários na colheita
Rendimento: 15 mil hectares/dia e gasto elevado de gasolina
MODULE EXPRESS 625
Necessidades: 2 funcionários
Rendimento: 20 mil hectares/dia e economia de gasolina
2008 FARM FORUM 13
ENTREVISTA
Ex-ministro Roberto Rodrigues alerta que o País precisará enfrentar gargalos para suprir demanda mundial de alimentos e biocombustíveis
“O Brasil vive uma oportunidade rara”
Só o Brasil possui condições para atender à gigantesca
demanda mundial por alimentos e biocombustíveis.
Mas, para assumir essa condição, precisa enfrentar de-
fi ciências logísticas e criar políticas públicas que protejam o
setor. Essa é a opinião do ex-ministro da Agricultura Roberto
Rodrigues, um dos mais entusiasmados defensores do agro-
negócio nacional.
Atualmente, ele coordena o Centro de Agronegócios da
Fundação Getúlio Vargas (FGV), preside o Conselho Supe-
rior de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp) e leciona Economia Rural na Universi-
dade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal. Mesmo com
tantas atividades, esse engenheiro agrônomo de 65 anos con-
tinua correndo o mundo em busca de negociações que be-
nefi ciem o setor. No fi nal de junho, entre uma dessas viagens,
ele concedeu a seguinte entrevista à Farm Forum.
14 FARM FORUM 200814 FARM FORUM 2008
Quais são as causas da atual es-cassez e a conseqüente infl ação so-bre os alimentos?
São cinco as principais causas. A mais deter-
minante é o crescimento da demanda acima do
crescimento da oferta. A demanda explodiu de
maneira inesperada devido ao aumento de renda
nos países emergentes e a oferta não consegue
acompanhar, até por razões climáticas. Os esto-
ques mundiais de trigo, arroz e milho estão hoje
num patamar de 50% do que eram há dez anos.
Em segundo lugar está o aumento dos cus-
tos de produção. Os preços do petróleo, do aço
e dos fertilizantes, por exemplo, triplicaram
em cinco anos, o que se refl ete nos preços fi -
nais dos produtos agrícolas. Outra causa é a es-
peculação nos Estados Unidos. Com a crise do
setor imobiliário, milhões de dólares migraram
para o mercado de commodities agrícolas.
Há também o crescimento da produção de
etanol de milho nos Estados Unidos. Do total da
safra daquele país, 20% deixaram de virar comida
para virar etanol, provocando aumento de preço
não só desse produto como também da soja. A
quinta causa é a não-conclusão da Rodada Doha
[câmera de negociação da Organização Mundial
do Comércio (OMC), cujo tema central é a redu-
ção dos subsídios pelos países ricos para estimu-
lar a produção nas nações em desenvolvimento].
Em poucos meses, o conceito in-ternacional em relação aos biocom-bustíveis mudou completamente: de solução ambiental e alternativa à escalada dos preços do petróleo, vi-raram os vilões da fome no mundo. O que está por trás desses ataques?
Esse lobby é resultado de uma série de in-
teresses contrariados, de grupos que perderam
dinheiro, como a indústria petrolífera. Tam-
bém há contribuição de governantes, institui-
ções, setores da mídia e até ambientalistas de-
sinformados, que acreditam que o Brasil está
derrubando fl oresta para plantar cana.
Um dos argumentos desse lobby é de que a produção de etanol rouba terreno dos alimentos, gerando es-cassez e infl ação.
Isso não é verdade. Não no caso do álcool
brasileiro, de cana. O álcool americano, de milho,
concorre com os alimentos e contribui, sim, para o
aumento dos preços. Mas isso não ocorre no Bra-
sil. A maior prova é que neste ano temos a maior
safra da história tanto de grãos quanto de cana,
além de produções recordes de carne e leite.
Qual será o papel do Brasil no atu-
al cenário? Como o País poderá aten-der ao crescimento das demandas por alimentos e biocombustíveis?
É uma oportunidade rara para o Brasil. A
previsão é de que, em 20 anos, a oferta interna-
cional de grãos e carnes tenha que crescer 42% e
a oferta de combustíveis líquidos precisa crescer
55% para atender a demanda. E o petróleo não
pode suprir essa demanda a preços hábeis.
Os espaços para o País são formidáveis. Temos
hoje 72 milhões de hectares com agricultura e 200
milhões de hectares com pastagens. Pelo menos 71
milhões de hectares dessas áreas com pastagens es-
tão aptos à agricultura e 22 milhões podem ser des-
tinados à cana. Com isso, podemos multiplicar em
seis vezes e meia a produção de álcool, chegando a
300 bilhões de litros por ano, e mais do que dobrar
a safra de grãos, saindo dos atuais 140 milhões para
até 350 milhões de toneladas. Isso tudo sem provo-
car desmatamento. Também temos um potencial
visível para carnes, leite e fl orestas plantadas.
Quais os entraves que o País pre-cisa enfrentar para aproveitar essas oportunidades?
Temos a melhor tecnologia de agricultura tropi-
cal no mundo, área para expansão e um agricultor
tecnifi cado. Somos altamente competitivos dentro
da fazenda. Precisamos de mais investimentos em
logística e infra-estrutura. Também é necessário
cuidar das questões macroeconômicas, como juros,
impostos e câmbio. O governo precisa investir em
pesquisa e criar mecanismos de proteção para os
anos de vacas magras, como o hedge em bolsas de
futuros e implementar a lei que cria o seguro rural,
aprovada na minha gestão no Ministério.
Também é necessário abrir mercados nas
negociações internacionais, estimular a união
dos pequenos produtores em cooperativas e
agregar valor aos produtos, exportando mais
carne e frango do que grãos.
A imagem externa de que o Brasil desmata para produzir alimentos e etanol pode prejudicar o País?
Precisamos desmistifi car as besteiras que
falam contra nós. Até porque destruir a Ama-
zônia para plantar cana seria uma estupidez
logística e agronômica.
O atual crise dos alimentos pode favorecer os países, como o Brasil, que apostam na redução de subsí-dios e outras barreiras para aumen-tar suas exportações?
É um bom momento. Torna-se indefensá-
vel se propor subsídios com os preços altíssi-
mos. Mas sou cético em relação a isso.
O Brasil
pode multiplicar em seis vezes e meia sua produção de álcool e mais do que dobrar a safra de grãos. Isso tudo sem provocar desmatamento”
2008 FARM FORUM 15
CASENEWS
Durante a temporada 2008 do Campeonato Brasileiro a Case estampará sua marca na camisa do Palmeiras através da cota de patrocínio fechada este ano entre o Grupo Fiat e o time paulista. Além da camisa, a marca Case também estará em placas de merchandising no Estádio Palestra Itália, no Centro de Treinamento na Barra Funda, na Sala de Entrevista Coletiva do clube, e, futuramente, nas demais peças do uniforme dos jogadores e da Comissão Técnica.
Cerca de 60 mudas de árvores foram plantadas pelos funcionários da planta da Case IH em Piracicaba (SP) dentro de uma mini-reserva na fábrica em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente. Outras 240 mudas foram distribuídas para os funcionários. Dentre as espécies plantadas e distribuídas estão araucárias, palmeiras, ipês roxo e amarelo e árvores frutíferas como jabuticabeiras e pés de acerola.
Presidente Prudenteganha nova loja Case IH
Os agroempresários de toda região oeste de São Paulo e parte do Mato Grosso do Sul ganharam uma nova opção de compra de máquinas Case IH. Foi inaugurada, dia 17 de junho, a nova loja da Central Máquinas Agrícolas, em Presidente Prudente (SP). Com 1.190 m², a nova revenda oferece aos clientes serviços da Case IH com atendimento personalizado, rápido, eficiente, e facilidade de financiamento através do Banco CNH Capital.
A marca também patrocina a equipe Ba-
rozi-Epilson, do grupo Infinity Bio-Energy,
que corre no carro 32 da “Le Mans Series”.
A competição é uma extensão da “24 Horas
de Le Mans”, a mais antiga e mais conhecida
entre as modalidades de resistência do auto-
mobilismo concebida em 1923 na França para
ajudar no desenvolvimento do automóvel.
Case IH na Le Mans Series
Trator Soluções Agrícolas conquista ISO 9001:2000
A Trator Soluções Agrícolas, de Araras (São Paulo), tornou-se a primeira revenda Case IH na América Latina a obter a certificação ISO 9001:2000. A certificação que visa o Sistema de Gestão da Qualidade foi avaliada pela SGS e concedida pela UKAS, após um ano de trabalho para adequação às normas. Cursos, treinamentos e palestras foram realizados durante 12 meses com o objetivo de habilitar os funcionários a realizarem os oito princípios da gestão da qualidade da ISO: focalização no cliente, liderança, envolvimento das pessoas, abordagem por processos, abordagem à gestão, melhoria contínua, tomadas de decisões baseadas em fatos e relação com fornecedores com benefícios mútuos.
los
o
e
s,
se
Funcionários plantam árvores em Piracicaba
Case na camisa do Palmeiras
O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
ESTÁ SEMPRE EXIGINDO MAIS.
E A CASE IH ESTÁ PRONTA
PARA ATENDER.
Esta unidade, junto com as plantas de Curitiba e Piracicaba, vai ampliar nossa capacidade produtiva, permitindo a oferta de mais soluções avançadas aos nossos clientes. São investimentos como este que, além de gerarem mais empregos e desenvolvimento, demonstram a nossa confiança na força do agronegócio brasileiro.
A CASE IH ESTÁ INAUGURANDO SUA NOVA FÁBRICA EM SOROCABA.
CASE IH. PARA AQUELES QUE EXIGEM MAIS.
NO SEU CONCESSIONÁRIO: