carvalho, mauri - lenin, educação e consciência socialista

19
 Comunidade Josef Stálin - ht  LENIN: E Enviado pelo camarad Comunidade Josef Stálin tp://comunidadestalin.blogspot.com/ DUCAÇÃO E CONSCIÊN SOCIALISTA Mauri de Carvalho à comunidade J Página 1 IA sef Stálin 

Upload: lauro-rocha

Post on 13-Jul-2015

108 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Comunidade Josef StálinLENIN: EDUCAÇÃO E CONSCIÊNCIA NIN: SOCIALISTAEnviado pelo camarada Mauri de Carvalho à comunidade Josef StálinComunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/Página 1Comunidade Josef StálinLENIN: EDUCAÇÃO E CONSCIÊNCIA SOCIALISTA Máuri de Carvalho Professor Associado I Do Departamento de Desportos do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo. Doutor e PósDoutorado em Filosofia e História da Educação na Faculd

TRANSCRIPT

Page 1: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 1/19

 

 

Comunidade Josef Stálin - ht 

LENIN: E

Enviado pelo camarad

Comunidade Josef Stálin

tp://comunidadestalin.blogspot.com/ 

DUCAÇÃO E CONSCIÊNSOCIALISTA

Mauri de Carvalho à comunidade J

Página 1

IA

sef Stálin 

Page 2: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 2/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 2

LENIN: EDUCAÇÃO E CONSCIÊNCIA SOCIALISTA

Máuri de CarvalhoProfessor Associado I Do Departamento de Desportos do Centro de EducaçãoFísica e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo. Doutor e Pós-

Doutorado em Filosofia e História da Educação na Faculdade de Educação daUniversidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Membro Pesquisadorvinculado ao HISTEDBR – História, Sociedade e Educação no Brasil da Faculdadede Educação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

INTRODUÇÃO

Paul Golay, socialista francês, fez a seguinte consideração sobre a produçãointelectual da esquerda de sua época:

As idéias mortas são as que se apresentam elegantemente vestidas, sem

acritude nem audácia. Estão mortas porque entraram na circulação geral eformam parte do grande exército de filisteus. As idéias vigorosas são asque chocam e escandalizam, provocam a indignação, a ira e a irritação deuns, ao mesmo tempo que o entusiasmo de outros (LENIN, 1985, t. 27, p.9).

Caminhando sobre o dito “golayniano”, constitui uma entusiástica aventuraintelectual perquirir a obra de Lenin a cata de sinalizações que afirmam a educaçãocomo coadjuvante indispensável à formação da consciência socialista. Esta aventurase torna mais prazerosa por ser essa obra um caminho à compreensão domaterialismo dialético e do materialismo histórico, e por ser o leninismo, a meu juízo,o marxismo do século XXI.

Ainda hoje, Lenin provoca irritação em alguns leitores e contentamento naquelespara quem o conjunto da sua obra é um inestimável tesouro ideológico, filosófico epolítico, um manancial inesgotável gnoseológico sobre as leis do desenvolvimento docapitalismo e sobre as vias de chegada ao socialismo – estádio inicial da sociedadecomunista.

Lenin é um daqueles pensadores sobre o qual não se pode tergiversar. Assim,muito além de um projeto formal do simples ato de ‘educar’, para ele a educação emseu sentido mais abrangente, era meio de formação e solidificação da consciência

socialista, crítica e revolucionária.

No presente, tecerei sucintas considerações sobre o marxismo e o método deanálise como entendia Lenin; a crítica do populismo e o oportunismo; o significadosimbólico e real do ‘drapeau rouge’ dos comunistas; enfim, algumas passagens sobre aeducação politécnica.

ESCÓLIO PROVOCATIVO

Lendo o opúsculo de Lenin (1981, t. 1, p. 96), “ Acerca da chamada questão dos

mercados”, compreendemos que sob a lei concorrencial do capitalismo  ainda nãosuperada, algumas conseqüências são inevitáveis: “enriquecimento da minoria de

Page 3: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 3/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 3

indivíduos e empobrecimento da classe operária e dos trabalhadores assalariadosurbanos e rurais”.

Atento à marcha do capitalismo no continente latino-americano, hoje sob aideologia neoliberal, descobre-se a trágica situação da vida dos camponeses pobres, os

sem-terra, que em virtude de terem perdido sua independência econômica sãocompelidos a assumir a condição de trabalhadores assalariados nos mais diversosestabelecimentos ampliados e/ou indústrias dos afortunados concorrentes.

Mais ainda, descobre-se que o desenvolvimento do capitalismo é paradoxal. Deum lado, o inexorável empobrecimento do ‘povo’, o consumo per capita decrescendo,a extorsão da força de trabalho recrudescendo aos níveis de mais-valia absoluta, dooutro lado, o mercado cresce para o deleite de minorias dissolutas. O empobrecimentodo ‘povo’ longe de representar um obstáculo ao desenvolvimento do modo deprodução capitalista, expressa seu desenvolvimento e, por ser sua condição, ofortalece.

Sob os limites do ideário neoliberal esse empobrecimento ocorreininterruptamente à medida que os meios de produção estão concentrados “nas mãosde uma minoria, se convertem em capital , e o produto criado entra no mercado comvalor de troca” (LENIN, 1981, t. 1, p. 103).

A cuidadosa análise da dinâmica do capitalismo contemporâneo explicita comoatual a tese defendida por Lenin (1981, t. 1, p. 179) em “Quem são ‘os amigos do povo’ 

e como luta contra os social-democratas”, segundo a qual  pari passu com a reduçãodo número de magnatas usurpadores de todas as vantagens do modo de produção emcurso, “há o aumento massivo da miséria, da opressão, da escravidão, da degradação e

da exploração”.Diante da lógica binária do capital e frente ao irrefutável quotidiano onde os

princípios foram deixados à margem da estrada como se arroubos de neófitos fossem,provocativo afirmo:

Não é marxista o intelectual que não compreende que o ambiente social no qualvive e elabora seus “projetos” é um ambiente burguês e que, por isto mesmo, todas asmelhorias realizadas no seu âmbito significam progresso e melhora da situação daminoria, proletarização e empobrecimento da maioria.

Não é marxista o intelectual que não entende que o Estado ao qual dirige seus

“projetos” de políticas públicas e/ou para todos(?) é um Estado da burguesia paraapoiar e salvaguardar os opressores e aplastar os oprimidos.

Não é marxista o intelectual que não entende que o tal ‘regime popular edemocrático’ não é antípoda do capitalismo, mas sua continuação direta, mais próximae imediata, seu desenvolvimento e seu fortalecimento.

Seguindo essa linha de raciocínio, penso ser necessário romper definitivamentecom as idéias e teorias pequeno-burguesas! Esse é o  principal  ensinamento que sedeve tirar do dia a dia da sociedade capitalista e apontá-lo como conteúdo daeducação dos operários e camponeses pobres. Mesmo porque, enquanto a burguesia

‘escuta e come’ e aumenta em proporções incomensuráveis o oceano de miséria, de

Page 4: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 4/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 4

desemprego forçado, de extenuação pela fome, os porta-vozes da burguesia apelamcom a ‘consciência tranqüila’ às profecias mais caducas e levianas.

Enquanto a intelectualidade burguesa busca vias alternativas ao capitalismo, aclasse dominante ‘escutando Wagner e comendo caviar’ empreende gigantescas

obras, criando um mercado para si mesma e pagando a Nomenklatura política paraimplementar reformas sociais que jogam a grande maioria dos trabalhadores nas filasdos sem trabalho, dos inimpregáveis e dos famélicos.

Diante deste quadro, a contemporânea atualidade da teoria leninista consisteem apresentar objetivamente a luta popular como produto de um determinadosistema de relações de produção, e em apontar a necessidade desta luta, seuconteúdo, o curso e as condições do seu desenvolvimento. Não se deve, como diziaLenin (1981, t. 1, p. 358), assumir esta luta perdendo de vista o caráter geral do seureal objetivo: “destruição completa e definitiva de toda exploração e de toda opressãovenha de onde vier, esteja onde estiver”.

Como o operário e o camponês pobre poderão entender a urgência datransformação da relação de dominação e extorsão quando eles mesmos estãoarraigados no que têm que transformar? Como compreenderão que estatransformação só é possível com uma ditadura de classe o que implica a participaçãodo campesinato como parte orgânica?

Salvo melhor juízo, acuados em sua relativa ignorância, eles não vêm que odesenvolvimento da atual sociedade segue duas vias: a linha de manutenção daburguesia industrial, fundiária e financeira, criação de um campesinato forte com‘espírito burguês’ e uma aristocracia operária; e a linha da abolição da propriedade

privada em geral e geração de camponeses e operários livres, mediante a troca radicalda base histórica dada.

Tal como está apontado no folheto “O sentido histórico da luta no seio do partido

na Rússia”, Lenin (1983, t. 19) entendia a discrepância ideológica, o diversionismoideológico, como condutora de operários e camponeses pobres às posturas políticasconciliadoras anacrônicas encobertas com concepções neoliberais tingidas de‘progressista’ e até mesmo de marxista.

O MARXISMO-LENINISMO

Lenin assumiu como pressupostos de sua investigação as condições materiais,objetivas e históricas da classe operária e dos camponeses pobres da Rússia. Para ele,apenas conhecendo os traços peculiares e fundamentais de cada época histórica, seriapossível traçar corretamente a tática a ser levado a termo pela organização partidáriaproletária, o Partido Comunista.

A transformação do capitalismo em imperialismo, sua etapa ‘superior’ ederradeira, era um processo histórico irreversível no interior do qual surgiam as  

condições objetivas, indispensáveis ao encerramento do ciclo histórico pautado nadicotomia trabalhadores e parasitas. Vale acrescentar, em “Sob bandeira alheia”, Lenin

(1984, t. 26, p. 146) chama a atenção dizendo que o capitalismo das revoluções

Page 5: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 5/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 5

burguesas seria substituído “pelo reacionário e internacional capital financeiroimperialista”.

Em sua forma contemporânea o capitalismo alcança sua ‘apoteosedesenvolvimentista’ onde tem lugar de destaque: a exportação de mercadorias e de

capital; a cartelização da produção e a internacionalização da vida econômicaadquirindo proporções consideráveis; e a retomada do colonialismo e a partilha doglobo terrestre.

Sob o método dialético, Lenin observou que ao par com o desenvolvimentodesigual de cada país capitalista, desenvolvem-se também e de forma desigual (emtempos diferentes) premissas históricas concretas indispensáveis à realização e vitóriadas revoluções sociais. Decorre dessa análise a impossibilidade de eclosão darevolução socialista simultânea em todos os países capitalistas; e a possibilidade enecessidade de que esta situação venha a acontecer em um só país ou em alguns.

Dessarte, a distorção da obra de Lenin é proporcional à sua importânciahistórica, política e militar e não apenas ao seu êxito no plano revolucionário ouenquanto teoria central da maior e mais importante revolução socialista do século XX.Ao meu juízo, não existiu no século XX outro pensador marxista com a estatura e aenvergadura intelectual de Lenin.

Portanto, leninismo (doravante marxismo-leninismo) é o conjunto das idéiaslavradas por Lenin enquanto práxis, crítica e revolucionária voltada à tomada do poderpelo proletariado, com a participação dos camponeses pobres, via expropriação dosexpropriadores, em direção à construção do socialismo e da sociedade comunista. Opensamento de Lenin, alvo de distorções, é apontado como trava teorética das

múltiplas possibilidades de avaliação do trabalho prático e teórico elaborada por Marxe Engels.

O marxismo-leninismo é a doutrina da esquerda revolucionária comprometidacom a (re)fundação do partido operário revolucionário comunista, implementaçãointegral do programa socialista, liderança proletária centralizada, direcionada à raziada burguesia.

Segundo a rubrica utilizada em economia, filosofia, política e sociologia omarxismo-leninismo é uma teoria prática, estribada na experiência das lutas de classesna Rússia do final do século XIX, afirmação e desenvolvimento do marxismo quanto adialética materialista, a teoria do imperialismo, a questão do Estado e a práticarevolucionária na qual a questão da educação política assume importância ímpar àgeração da consciência socialista.

O êxito da obra de Lenin é considerado apenas quanto ao seu aspecto de açãopolítica à empreitada revolucionária do movimento operário e bolchevique de 1917.Seus críticos esquecem que entre o fascínio pelo modelo da ciência positiva efidelidade aos democratas revolucionários russos de sua adolescência e a filosofia deMarx, premido pelo canto sedutor das sereias do capitalismo historicamentedeterminado como via alternativa ao modo de produção feudal, Lenin recusa osparaísos artificiais da burguesia, desentende-se com a própria sombra, esperneia nas

mãos dos próprios espectros e opta pela filiação definitiva à causa do proletariadomundial.

Page 6: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 6/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 6

Negado pela quase totalidade da intelectualidade intitulada ‘marxista’, omarxismo-leninismo tem uma contribuição incomensurável à produção gnosiológicaindispensável à compreensão do movimento contraditório das ideologias nassociedades capitalistas, reafirma a inexistência de uma filosofia neutra, pois todafilosofia é historicamente uma filosofia de partido.

Quando escreve Materialismo e empiriocriticismo / notas críticas sobre uma

  filosofia reacionária1, a contra-revolução e o ressurgimento da fé mística e

supersticiosa na religião marcavam de forma indelével a ciência, a literatura e as artes.Na filosofia o domínio do idealismo negava as leis objetivas do desenvolvimento danatureza e da sociedade, bem como a possibilidade de conhecê-las em seuspormenores e em sua totalidade.

No folheto, Contribuição à caracterização do romantismo econômico / Sismondi 

e nossos sismondistas pátrios, Lenin (1981, t, 2, p. 215) denuncia que a via da não‘resistência violenta à perversidade da ordem burguesa, a ‘busca por deus’ e a tarefa

de ‘encontrá-lo’ era o caminho alternativo predicado pelos intelectuais queadvogavam também o individualismo oposto “a união dos camponeses de uma mesmacomunidade ou dos artesãos de um mesmo ofício, contra o capitalismo que destruíaesses vínculos e os substituía pela competição”.

A ‘arte pela arte’, a renúncia à herança dos democratas revolucionários russosdos séculos XVIII e XIX e a insciência quase completa da obra de Marx e Engelsconstituíam o quadro histórico, no campo das idéias, peculiar aos intelectuais do finaldo século XIX, para quem a ação ‘blanquista’ e as tentativas bem intencionadas degenerosos indivíduos isolados e não a luta de classe do proletariado organizada é quelibertaria a humanidade das calamidades que o oprimiam.

A insciência sobre a obra de Marx e Engels obsta a compreensão que foramexatamente eles

Os primeiros a elucidar em suas obras científicas que o socialismo não éuma invenção de sonhadores, senão a meta e o resultado inelutável dodesenvolvimento das forças produtivas da sociedade contemporânea. Todaa história escrita tem sido até agora a história da luta de classes, a sucessãodo domínio e as vitórias de umas classes sociais sobre outras. (...) Porémquando, na década de 40, esses dois amigos colaboraram nas publicaçõessocialistas e participavam dos movimentos sociais de seu tempo, estas

concepções eram completamente novas. Então havia muitos homens de

1 O livro  Materialismo e empiriocriticismo. notas críticas sobre uma filosofia reacionária, escrito entre

fevereiro de outubro de 1908 e publicado em Moscou em maio de 1909 pela Editorial  Zvenó. Osmanuscritos da obra não foram encontrados. A correspondência de Lenin com seus familiares entre 1908

e 1909 mostra que a publicação do “  Materialismo e Empiriocriticismo” tropeçou com grandes

dificuldades à sua publicação na Rússia. Após a primeira revolução democrática burguesa de 1905-1907,

a imprensa não oficial foi garroteada e alguns editores foram enclausurados. Os censores conheciam

Lenin como um marxista revolucionário e conseqüente, por isto ele tinha dificuldade real em encontrar

um editor que publicasse sua obra no calor da repressão czarista. Todavia, o “ Materialismo...” foi

publicado em maio de 1909 com uma tiragem de 2000 exemplares. Os filósofos burgueses, os mais

reacionários, se abateram sobre a obra de Lenin como chacais humanos procurando dilacerar um animal

vivo; atacaram furiosamente essa obra e publicaram comentários defectivos, mas tudo de menosimportância. O “ Materialismo...” foi reeditado, pela primeira vez, em 1920 com uma impressão de 30 mil

exemplares. Essa edição encerra algumas correções textuais.

Page 7: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 7/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 7

talento e sem talento, honestos e desonestos, que no ardor da luta pelaliberdade política, da luta contra a autocracia dos monarcas, a polícia e oclero, não viam o antagonismo existente entre os interesses da burguesia eos do proletariado. (...) Por outro lado, abundavam os sonhadores, as vezesgeniais, que acreditavam ser suficiente convencer os governantes e asclasses dominantes da injustiça do regime social existente para queresultasse fácil implantar no mundo a paz e o bem-estar geral. Sonhavamcom um socialismo sem luta. (...) Por último, quase todos os socialistasdaquela época – e, em geral, os amigos da classe operária – viam noproletariado uma praga e contemplavam com horror como, ao par com ocrescimento da indústria, crescia também esta grande calamidade pública(LENIN, 1981, t. 2, p. 6).

No raiar do século XX, como no dealbar do século XXI, os intelectuais levaram atermo uma ‘rebelião de joelhos’, segundo a justa expressão de um marxista. Os

revisionistas “adquiriram esta triste fama por haver abandonado as concepçõesfundamentais do marxismo e mostrar timidez ou incapacidade para o franco, direto,decidido e claro ‘acerto de contas’ com os pontos de vista abandonados” (LENIN, 1983,t. 18, p. 10).

A crítica hoje é direcionada aos intelectuais que oferecem ao proletariado ecamponeses pobres, sob o nome de socialismo, um sistema econômico caótico ereacionário inexorável. Essa atitude evidencia o ‘espírito de partido’ em filosofia etorna atual a crítica assaz sarcástica e mordaz de Lenin aos filósofos que se postamacima da luta de classe contra classe, isto é, da chusma vil se pegando a dentadas.

O empiriocriticismo e o materialismo histórico é um texto que possibilita aoatento leitor ver que por trás da teoria do conhecimento e da filosofia idealistas hásempre uma douta escolástica procurando ocultar as duas tendências fundamentais,as duas direções fundamentais, na maneira de resolver as questões filosóficas:materialismo e idealismo (LENIN, 1983, t. 18).

O diversionismo ideológico, o subterfúgio escolástico e o malabarismo verbal sãoos principais obstáculos teóricos à percepção da luta histórica entre estas tendênciasfundamentais em filosofia. É mister desse diversionismo acoplar o materialismo aoidealismo, o ecletismo é o contra-argumento ao desprezo que Marx nutria “pelosprojetos híbridos de conciliação do materialismo e do idealismo” (LENIN, 1983, t. 18, p.

375).Todas as tentativas de acoplar o marxismo com o positivismo, existencialismo,

fenomenologia, etc., isto é, ultrapassar o primeiro com a feitura de uma suposta nova‘tendência crítica’ era e é apenas mais um aspecto do “charlatanismo professoral”. Aquestão é simples e sobre ela não se pode tergiversar:

Ou o materialismo conseqüente até o fim, ou as mentiras e a confusão doidealismo filosófico, tal é a alternativa apresentada em cada parágrafo do‘ Anti-Dühring’. Só as pessoas com o cérebro embotado pelareacionária(sic!) filosofia de cátedra (a filosofia professoral) são as únicasque não se aperceberam disto (LENIN, 1983, t. 18, p. 376).

Page 8: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 8/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 8

Se em política os partidos se agrupam em apenas dois campos, o da direitahistórica (a maioria) e o da esquerda (a minoria), então as ciências sociais também sedividem em duas e fundamentais: metafísica e materialismo, positivismo e marxismo.Não há, portanto, entre estes dois campos elementos intermédios, eqüidistantes,apenas “charlatães conciliadores, qualquer que seja seu rótulo, espiritualistas,sensualistas, realistas, etc., etc., (...) Os obscurantistas reacionários (Retraitebläser )consideram-se idealistas. Sendo o mais desprezível de todos, o do termo médio, o docentro” (LENIN, 1983, t. 18, p. 378).

Quando comparados “com um corpo sólido e um corpo líquido, o que está aomeio é só deliqüescência, astúcia lisonjeira para enganar alguém” (LENIN, 1983, t. 18,p. 378).

A incompreensão do espírito humano é como uma fossa de piolhos na qual ooportunismo e o ecletismo deitam suas lêndeas. Dirigindo-se aos professores defilosofia de seu tempo, aqueles que aceitavam a filosofia como ancilla theologiae,

chama-os de “mordomos diplomados cujos discursos sobre os ‘bens ideais’embruteciam o povo com a ajuda de um idealismo cheio de afetação” (LENIN, 1983, t.18, p. 379).

A crítica era em virtude de que esses senhores ufanavam-se de suaimparcialidade e de terem um só antípoda, exclusivamente o materialista. A nésciapretensão de se elevar acima do materialismo e do idealismo, de transpor essa antigaoposição, faz com que a ‘confraria do centro’ caia a cada instante no idealismosubjetivo afetado sustentando contra o materialismo uma velada guerra sem tréguas.

Lenin (1983, t. 18, p. 382) entendia que não era inteligente nas palavras, ainda

que numa só,dos professores de economia política, capazes de escrever obras deenorme valor no domínio das ‘investigações especiais’, sobre fatos reais,todavia, a economia política e, tanto quanto a filosofia, na sociedadecontemporânea, uma ciência de partido. Os professores de economiapolítica em geral, não são mais que comissionados eruditos da classe doscapitalistas.

Ontem como hoje, economistas e filósofos, (não todos senão a maioria) tecem‘novas’ calúnias ao marxismo-leninismo, dissimuladas na facúndia ‘liberdade de crítica’da “escolinha positivista” e essa “escolinha serve a quem deve servir, à burguesia e aoslatifundiários, e dela se servem como é devido” (LENIN, 1983, t. 18, p. 383-384).

Ao contrário doutros intelectuais de esquerda que empreendem a depreciaçãoda vasta obra de Lenin, vejo essa obra como uma unidade inabalável, articulada com acultura de seu tempo, que vai da economia à lógica, da estética à crítica da metafísicae da escolástica. Sob a preconceituosa depreciação, esquecem que o conteúdoobjetivo do processo histórico deve ser estudado “no momento concreto dado e nasituação concreta dada, a fim de compreender, ante tudo, o movimento de que classeé o principal recurso de um possível progresso nessa situação concreta” (LENIN, 1984,t. 26, p. 146).

O método de estudo usado por Lenin, e válido ainda hoje, encerra algumasexigências:

Page 9: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 9/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 9

Primeira, comprovar  e demonstrar  os dogmas com os quais os revisionistasapascentam a chama revolucionária do proletariado. Com outras palavras, énecessário restabelecer a unidade quebrada entre a teoria e a prática. Decorre daí afamosa frase lavrada no Que fazer? , sem teoria revolucionária, não há práticarevolucionária.

Não se trata aqui de uma ‘confraria de ortodoxos’ que perseguem os apóstatasque fazem uso de uma ideologia “independente”. Qualquer invectiva nesse sentidonão guarda nenhum traço de verdade, pois

Defender a teoria que segundo nossa mais profunda convicção é averdadeira, contra os ataques infundados e contra os intentos de torná-lapior, não significa, de modo algum, que somos inimigos de toda crítica. Nãoenfocamos, em absoluto, a teoria de Marx como algo acabado e intangível;estamos convencidos, ao contrário, de que (ele) colocou só as pedrasangulares da ciência que os socialistas devem impulsionar em todas as

direções, se não ser deixado para trás pela vida (LENIN, 1981, t. 4, p. 195).

Segunda, comprovar  e demonstrar que os horizontes políticos apontados pelasocial-democracia, distanciam-se da luta da classe operária. A coerência ou amanutenção da unidade teoria e prática é a única condição possível de angariar,conquistar e merecer a confiança do proletariado.

Terceira, organizar o trabalho partidário imprimindo-lhe direção revolucionária afim de educar seus quadros, a juventude e o proletariado para entender a revoluçãosocialista como única alavanca ao desmonte da burguesia e edificação da sociedadecomunista.

Quarta, exercitar a crítica e a autocrítica, pois a incapacidade de reconhecer ospróprios erros e com eles aprender a trilhar novos caminhos e novas metas, tem comoresultado extremo a criação de uma burocracia despregada da luta pela emancipação

intelectual dos trabalhadores urbanos e rurais.

Convencido da necessidade histórica do poder passar às mãos do proletariado edos camponeses pobres, o intelectual de esquerda deve contagiar o proletariadoconclamando-o a apropriar-se do marxismo: um “armazém” de elementos necessáriosà sua emancipação intelectual e à sua liberdade econômica.

Essa emancipação intelectual  é de vital importância para cauterizar as

insanidades pseudofilosóficas e afirmar a certeza de que a classe operária pode e devetomar o poder; que ele não se manterá no poder se não dispuser de quadros ilustradose administradores formados, capazes de organizar a administração do país. Naverdade, é preciso preparar quadros operários nas escolas de trabalhadores para atomada do poder.

Essa emancipação intelectual é da máxima importância à compreensão de que atese da greve geral do proletariado ainda é politicamente consistente, portantoaceitável, e que a luta exclusivamente parlamentar é uma ilusão da esperança onde ooperário não esclarecido permanece escravo dos humores do capital.

Diante disto, era e é de fundamental importância a educação política doproletariado e dos camponeses pobres com o objetivo de formar a consciência

Page 10: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 10/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 10

socialista. Assim, longe de ser um mero esquadrinhar de livros ou clássicos daliteratura política e filosófica mundial, o método de Lenin (1982, t. 9, p. 6), apontadono texto “Que tratamos de conseguir? ”, vai ao encontro da luta contra o oportunismointelectualesco e contra “a vacilação, desorganização e a anarquia intelectualista”.

É preciso desenvolver uma ampla e multifacetada agitação, oral e escrita,direcionada a combater o espírito de conciliação que oculta “a cabeça sob a asa epredica a cessação da luta da maioria contra a minoria” (LENIN, 1982, t. 9, p. 7).

ESTUDAR, PROPAGANDEAR, ORGANIZAR

É a tríade necessária às tarefas dos educadores comunistas. A prática teórica éde magna importância à medida que a teoria deve dar respostas efetivas à práticasocial, isto é, a teoria deve dar respostas aos desafios da vida diária do proletariado ecamponeses pobres. A teoria deve ser testada pelos dados da experiência enquanto

uma construção histórica.Por isto, no Projeto de resolução sobre a atitude diante da juventude estudantil ,

Lenin (1981, t. 7, p. 268) assume a preocupação com a educação política dos grupos ecírculos de estudantes para que estudassem “a fundo, por um lado, o marxismo e, poroutro, o populismo russo e o oportunismo europeu ocidental”.

No II Congresso do Partido Operário Social-democrata da Rússia, celebrado entre17 de julho e 30 de agosto de 1903, numa de suas participações grafada comoIntervenção acerca da atitude diante da juventude estudantil , Lenin (1981, t. 7, p. 328)recomenda cautela e o pôr-se em guarda contra a existência dos falsos amigos “que se

acercam da juventude, tratando de fazê-la crer que não necessita formar opinião sobreas diferentes tendências”.

Essa preocupação também lavrada no opúsculo “Projeto de resolução sobre a

atitude diante da juventude estudantil ”, é pertinente na exata proporção que ao seacercarem da juventude estudantil, os politicastros e oportunistas têm uma clara eúnica intenção:

Apartar a juventude da educação revolucionária mediante uma vácuafraseologia ‘revolucionária’ ou idealista e com lamentações de filisteusobre a perniciosa inutilidade que resultaria de uma polêmica violenta eapaixonada entre as tendências revolucionária e de oposição, pois, na

realidade, os ‘falsos amigos’ não fazem senão difundir a falta de princípiose de seriedade ante o labor revolucionário (LENIN, 1981, t. 7, p. 268).

Noutro folheto, Socialismo pequeno-burguês e socialismo proletário, Lenin (1982,t. 12, p. 39) demonstra que o marxismo não se consolida “de golpe, senão depois deuma longa luta contra todas as doutrinas atrasadas: o socialismo pequeno burguês, oanarquismo, etc.”.

Nessa perspectiva, o marxismo é um obstáculo às opiniões segundo as quais épossível acoplar as variegadas formas do socialismo pequeno burguês –proudhonismo2, blanquismo3 e anarquismo – que expressam claramente o ponto de

2 Proudhonismo - doutrina atribuída a PROUDHON, Pierre Joseph, nascido em 1809 e falecido em 1865,

portanto, contemporâneo de Marx e Engels, anarquista – segundo o critério dos marxistas

Page 11: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 11/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 11

vista da pequena burguesia e não do proletariado, com o socialismo proletário – omarxismo-leninismo.

A CRÍTICA DA ESCOLA CAPITALISTA

A escola capitalista é um espaço ambíguo de reprodução e transformaçãopossível, e de disputa entre o capital social (econômico) e o capital cultural. É fato quea educação depende da economia e da política, neste sentido, a dimensão política daeducação está a serviço da classe social dominante. Neste sentido, o desafio daeducação brasileira, na perspectiva socialista, consiste em contribuir com a formaçãode novas gerações capazes de decifrar e frear as políticas estatais de cunho populista,tecnicista, assistencialista, demagógico eleitoreiro, tornadas agentes de transformaçãosocial capazes de efetivar a educação popular em trincheira do processo indispensávelde emancipação intelectual do proletariado.

Penso que as contribuições de Lenin à questão dessa educação e construção deuma pedagogia socialista são pertinentes ao atual estágio da sociedade brasileira. Naverdade, o marxismo-leninismo sistematiza e reflete a aplicabilidade de umapedagogia socialista a partir dos fundamentos da concepção marxista de mundo.Assim, é possível assumir algumas:

(i) A reforma pedagógica. Entretanto, na perspectiva marxista-leninista nenhumareforma pedagógica, verdadeiramente popular e democrática, será efetivada antesque a classe – sujeito - objeto do processo histórico – interessada no seu concursoassuma o controle dos meios e instrumentos de produção material e intelectual.

(ii) A educação política. Diferente da educação capitalista ela contemplaespecialmente os interesses da classe operária e dos camponeses pobres. Estaeducação é indispensável para que a classe social dominada retire o mando dos meiose instrumentos de produção, do Estado e seus aparelhos ideológicos e repressivos, das

revolucionários, ideólogo pequeno burguês e ‘socialista dos pequenos camponeses e artesãos’, a quem

dedicou suas formulações sobre o ‘cooperativismo’, segundo comentários de Engels. Apesar de ser crítico

duro do capitalismo, ele não via saída pela destruição desse modo de produção, que engendrava a

espoliação do trabalhador, as desigualdades sociais e econômicas, o desemprego em suas formasestrutural e conjuntural, a violência urbana e rural e a miséria crescente. Para Proudhon, a saída estava,

como ainda hoje parte dos intelectuais de uma certa ‘esquerda’ prega, no aperfeiçoamento do capitalismo,

eliminando seus defeitos e abusos mediante um conjunto de reformas – fiscal, tributária, educacional,administrativa, previdenciária, urbana e rural – sob o controle não dos operários e trabalhadores

assalariados e muitos menos dos camponeses pobres, mas de uma burocracia de ‘esquerda’

legitimamente eleita. Marx na ‘

 

 Miséria da Filosofia’ (Moscú : Progreso, 1979), demonstra com todas asletras e acentos o caráter anticientífico contrário ao curso do desenvolvimento social e, portanto,

reacionário das formulações apologéticas de Proudhon.

3  Blanquismo – corrente do movimento socialista francês, cujo principal líder era BLANQUI, Louis

Auguste (1805-1888), eminente revolucionário e destacado representante do comunismo utópico francês.

Os blanquistas negavam a luta de classes e faziam apologia da emancipação da humanidade da escravidãoassalariada, não pela via revolucionária do proletariado, mas pela conspiração e o assalto do poder levado

a cabo e a termo por uma minoria de intelectuais ilustrados. Substituíam a atividade do partido

revolucionário por ações de grupos de conspiradores, não levavam em consideração a situação concreta

indispensável ao êxito da insurreição e faziam pouco caso dos vínculos com as massas. Para Lenin (1982,t. 12, p. 39), contrário ao marxismo – a doutrina da classe operária – “o blanquismo, o proudhonismo e o

anarquismo, expressavam claramente o ponto de vista do pequeno burguês”.

Page 12: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 12/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 12

mãos da burguesia, assumindo-os para implementar o desmanche do velho sistema, pari passu, com a construção de uma nova sociedade.

(iii) A prática social do ‘educador comunista’ laborando no controvertidocaminho da Universidade Pública, não pode ficar condicionado aos estreitos limites

impostos pela Nomenklatura acadêmica, nos quais a ordem burguesa põe por objetivosinecuras e prebendas.

(iv) A transformação estrutural da escola passa, necessariamente, pelatransformação estrutural da sociedade capitalista. Contudo, deve ficar claro que aescola é um importante espaço na luta pela solução das contradições materiais esociais imanentes ao capitalismo. Com efeito, a ambigüidade permite afirmar não ser aescola apenas mais uma peça no jogo da reprodução de idéias dominantes de umaépoca, mas também locus onde se trava a luta de classes e idéias heréticas circulam.

Esse é o paradoxo da educação: destinada à reprodução serve, também, àtransformação. Diante desta ambigüidade irrefutável, permanece viva a crítica sobreos intelectuais que teimam em “creditar” à escola a resolução das questões daeducação oficial. A meu julgar, com tal apologia olvidam um elenco de elementos quetão bem deveriam caracterizar a educação brasileira: relação indissociável entreconhecimento metódico e sistematizado e a prática social política; a realidadeconcreta como ponto de partida e de chegada do processo educativo e da práticacientífica; os conteúdos são definidos a partir das necessidades políticas; o trabalhoeducativo a partir de atividades sistematizadas internamente e da militânciaorganizada; o processo educativo só se concretiza a partir do conhecimento científicoe da militância organizada.

CONTRA O ECLETISMO

O título deste tópico vem a calhar como contribuição à polêmica do papel daeducação numa sociedade capitalista. A transigência com concepções e métodosdiversos, o insólito pluralismo epistemológico, teórico e metodológico, o popularecletismo ou ‘sopa metodológica’ representam nas ciências sociais, na filosofia e naeducação, uma espécie de ‘brain storm’ onde a estreita relação entre ciência e política,entre filosofia e partido é embaralhada e mimetizada.

O ecletismo ou o diversionismo ideológico, tão em voga hoje mais que dantes, é

usado para apontar o marxismo-leninismo como a negação da singularidade e dasubjetividade. O ecletismo – mistura tresloucada de métodos e reclamada comoalternativa ao método dialético – está onusto de falas individualistas ancoradas noidealismo subjetivo, que não ajudam a clarificar e fundamentar a incompatibilidade,por exemplo, entre Marx, teórico por excelência  da revolução, e outros pensadoresnão menos renomeados, mas conservadores e reacionários.

Sob o manto da suposta e falsa complementaridade entre concepções de mundoantitéticas, ergue-se sorrateiro o ecletismo como contraponto ao marxismo. Oecletismo oculta a verdadeira intenção de seus apologistas: estabelecer o pacto e aconciliação perdulários entre capital e trabalho.

Page 13: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 13/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 13

A rigor, sem o menor constrangimento, esses apologistas buscam formar outraconcepção de mundo colocada para além do conflito entre idealismo e materialismo,positivismo e marxismo. Mas se o método dialético é o procedimento ou processo depensamento e ação à compreensão e transformação da realidade, pergunto:

Para que servem os métodos que abafam a singularidade (forma de ver e pensara totalidade dialética) e se exercem sobre a generalidade que nada mais é que a justaposição de fragmentos guindados à condição de “totalidade”?

A propósito, tomei cuidado para não construir este trabalho sobre um “leninismoimaginário” encimado no método de análise da educação política pensado,idealmente, para a sociedade brasileira, capitalista dependente e periférica. Comefeito, contrariando o pensar oficial não trato aqui de afirmar a educação como algoque retira homens e mulheres do ‘útero socrático’, nem de afirmá-la como espaçorefratário aos movimentos contraditórios da sociedade, enfim, não coloco a luta declasses no interior da escola capitalista. Mesmo porque, educação como fulcro da ação

pedagógica, é expressão da luta de classes que a determina e constitui.

A análise marxista-leninista da sociedade desborda os únicos caminhos daeducação: fautor histórico de reprodução das relações sociais de produção capitalistasou instrumento nas mãos da classe operária para edificar outra sociedade e sem o qualnão será possível a consecução da sociedade comunista.

Não obstante, a escola capitalista é o local onde a educação, forma elevada deapreensão da realidade, não é para todos, mas para uma pequena minoria.Acrescento. Uma teoria da educação segundo a qual o ato de educar é um ato político,a prática social do educador não é neutra, mas vazada por uma teoria reacionária ou

por uma teoria revolucionária, isto é, ela circunscreve-se no âmbito da práticareacionária ou da prática revolucionária.

Os objetivos implícitos / explícitos do ‘educador comunista’, parafraseando oensaísta e poeta russo Dmitri Ivanovitch Píssarev, é resolver de uma vez por todas oproblema inelutável dos que têm fome e combater drasticamente, sem trégua e semquartel, os neoliberais e ‘progressistas’ que, com uma fraseologia parva, defendem aperpetuação e reprodução do capitalismo.

Nesta empreitada, Lenin produziu elementos imprescindíveis à demonstração dodesenlace de táticas e estratégia4 do proletariado na luta para conquistar suaemancipação intelectual , tomar o poder político e econômico em suas mãos e

4 A rigor, a partir da Revolução burguesa de 1789 o cenário e a compreensão sobre a guerra foram

profundamente modificados. Stalin (s.d., p. 93) procura estabelecer uma distinção por demais confundida

e embaralhada, ainda hoje, a saber: “tática é o emprego das forças individuais e/ou coletivas no combate

para obter a vitória, enquanto a estratégia é o emprego das vitórias a fim de atingir as finalidades da

guerra”. De forma menos simplificada, a tática é a assimilação e a utilização das formas de luta e

organização (neste caso específico, do proletariado revolucionário) para assegurar seu melhor

desempenho e aproveitamento para conseguir o máximo de resultados positivos, no interior dedeterminadas relações de força, necessárias à preparação do êxito estratégico. Segundo Stalin, “a tática é

uma parte da estratégia, a qual serve e à qual está submetida”. Ele refere-se à estratégia como “direção do

golpe principal de ataque do proletariado, tomando como base a etapa em que se encontra a revolução,

elaborar o plano adequado para a distribuição das forças revolucionárias (das reservas principais esecundárias), em lutar para levar a cabo este plano em todos os limites onde se encontre a revolução”

(STALIN, s.d., p. 99).

Page 14: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 14/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 14

deslanchar a construção doutra sociedade. Vale dizer, o marxismo-leninismo é a críticaexercitada contra a ideologia do reformismo sem reformas, presente na educaçãobrasileira e, ainda, é o zurzir a ideologia do imperialismo nos séculos XX e XXI.

Ao contrário do que se possa pensar, a teoria marxista-leninista para uma

escola socialista e revolucionária não é exeqüível nesta sociedade capitalista.Diferente do que tem sido feito com as teorias pedagógicas de Krúpskaia, Lunatcharski,Makarenko, Pistrak, Vigotsky e Sukholinski – todos colocados no “leito procustiano”(onde algo é forçado a entrar onde não cabe, esticando-o ou encolhendo-o) – ascontribuições de Lenin, tanto quanto as desses autores, à construção de umapedagogia socialista não podem ser aplicadas na sociedade capitalista paratransformar a ordem por dentro da ordem.

Salvo melhor juízo, as contribuições de Lenin servem de subsídios à análiseconcreta da realidade concreta e à projeção doutra sociedade para um futuro no qualas classes não mais existam e onde trabalhadores assalariados e camponeses pobres

sejam os donos dos meios e instrumentos de produção.

A teoria leninista sobre a educação só é exeqüível na escola em geral nasociedade superada: socialista e comunista. Nesse ínterim, esta teoria se materializana luta pela superação do barbarismo burguês, contra o violento processo social deacumulação ampliada de riqueza e do crescimento correlato da concentração do poderpolítico, econômico e militar nas mãos de minorias parasitárias.

Os fundamentos dispostos na obra leninista são imprescindíveis, eu diria, paradesvelar a realidade capitalista contemporânea, portanto, necessária à suatransformação revolucionária. O método empregado deve ser dois passos à frente, um

 passo atrás, isto é, caminhando com acuidade, abrindo caminho, é possível descobrirquem são os amigos do povo e como lutam contra os revolucionários . À ocultação dascontradições da sociedade capitalista e à permanência do imbróglio histórico daburguesia, a revolução social.

A educação política, em Lenin, representa a defesa do marxismo e a procuraincessante de praticá-lo e afirmá-lo como exeqüível à interpretação, compreensão etransformação da realidade. As teorias antípodas do marxismo são as responsáveispela ‘engenharia do consenso’ ratificada segundo os ‘discursos claustrais’ doimperialismo; reafirmam a cosmovisão burguesa e negam o papel da classe operáriaenquanto sujeito histórico da transformação da sociedade capitalista.

Herdeiro do Iluminismo, Lenin desnuda a necessidade da organização da classeoperária, construção de um partido político operário comunista e revolucionário ereafirma a imprescindibilidade do corpo teorético do marxismo sem o qual a práticasocial se transforma em inócuo ativismo.

O EDUCADOR COMUNISTA 

Ao ‘educador comunista’ cabe apoiar com todas as suas forças a luta camponesapela liberdade e pela terra; não se deter aí e ir mais longe, além de lutar por liberdade

e por terra, lutar também pelo socialismo e pelo comunismo. Para ele, a luta por terrae liberdade é uma luta democrática a não mexer nos fundamentos da sociedade

Page 15: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 15/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 15

capitalista, a propriedade privada sobre os meios de produção e o domínio do capitalsobre o trabalho; sua antípoda é a luta política pela destruição da dominação docapital, a luta pela edificação ulterior da sociedade comunista.

Neste sentido, a educação política encerra como conteúdo a dura crítica e o bom

combate aos sevandijas detratores de Marx, Engels e Lenin, que afirmamultrapassadas a revolução socialista, a ditadura do proletariado e o comunismo. Ascorrentes novidadeiras falseiam as posições políticas adotadas e predicadas pelosmarxistas.

A educação política, sob a ótica do marxismo-leninismo deve combater de formadura as teorias neoliberais que sobejamente usam o método subjetivo para negar ocaráter objetivo das leis do desenvolvimento social e o papel imprescindível e decisivodos explorados na construção da história da humanidade.

Na atual conjuntura, adversa aos interesses dos operários, funcionários públicose camponeses pobres, como escreveu Lenin (1981, t. 1, p. 439) no seu livro O conteúdo

econômico do populismo, toda a educação “pressupõe o partidarismo, por assim dizer,e impõe sempre o dever de defender franca e abertamente o ponto de vista de umgrupo (ou classe) social concreto sempre que se ajuíze um acontecimento”.

É inevitável dizer, se Lenin não foi um teórico da educação russa, não é possívelnegar ter ele dedicado uma extraordinária atenção e uma inestimável e inquestionávelpreocupação para com a educação política de crianças e adolescentes, filhos e filhasdos operários e camponeses pobres. Empreendeu esforços hercúleos para incorporaras novas gerações, o mais possível, ao movimento revolucionário pela criação de umanova sociedade.

A educação política é meio possível e necessário à exortação da juventude àforjar-se na concepção de mundo marxista-leninista. E mais ainda. Ele proclamava anecessidade de dar às novas gerações uma educação revolucionária. Essa posição foiassumida por Lenin em decorrência da imprescindibilidade de incorporar a juventude àvida política da sociedade e forja dos seus futuros quadros reconstrutores.

Dessarte assume importância capital construir escolas para os operários ecamponeses pobres, nas quais é possível ensinar, preferencialmente, as teoriassocialistas e comunistas elaboradas pelos utópicos franceses, democratasrevolucionários russos do século XVIII e outras que têm por pano de fundo a teoriaconstruída por Marx, Engels e Lenin.

Não é a educação em geral que os governantes temem, mas os conteúdosinsensíveis aos interesses da classe dominante e sensíveis às demandas da classeoperária e aliados, ministrados nas escolas; eles temem a possibilidade deestreitamento da relação entre a patuléia, a escumalha, a chusma vil com a escola.Como antanho, permanece o medo cerval quanto à junção do marxismo com opovaréu, digo, com a classe mais humilde, oposta à classe opulenta: a burguesia.

Os ideólogos da moderna educação capitalista sabem que a gnoseologia e afilosofia (tal qual predicadas pelo Iluminismo) são capazes de fazer com que osoperários saiam do obscurantismo intelectual no qual foram colocados há séculos.

Municiados com a força teorética revolucionária do marxismo-leninismo (e as teoriasque lhes são tributárias) os proletários tornar-se-iam uma força imbatível.

Page 16: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 16/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 16

O medo à educação política do proletariado e do campesinato pobre era real eradica no fato do marxismo ser utilizado diretamente na educação e organização davanguarda da classe operária. Coincidência histórica. Ocorre no Brasil moderno doséculo XXI, como na arcaica Rússia do século XIX, um velho e conhecido problema daeducação: ao mesmo tempo em que se proclama a falta de recursos para investir naeducação superior e remunerar melhor o trabalhador da educação, o governo escondeque bilhões de reais são desviados às aventuras do parasitismo e agiotageminternacional.

Como antanho, o moderno governo desta sociedade procura impedir o acessodo ‘povo’ à instrução pública, gratuita, laica e obrigatória. Ele, como seus antecessores,teme que o povaréu aprenda. Por isto, é mister subsumir as novas gerações noobscurantismo e embrutecimento. A educação oficial sob o controle irrestrito dogoverno federal chega ao povão como uma espécie de narcótico ideológico paramantê-lo distanciado da realidade objetiva.

Atento à história recente desta sociedade, o ‘educador comunista’ tomando porbase a obra de Lenin (1983, t. 17, p. 180), mormente o folheto Material inflamável na

  política mundial , deve procurar fazer com que as novas gerações entendam adicotomia “guerra e paz” como uma contrafação à medida que “a escola da guerra nãoé vã para os povos”.

A arte da guerra, segundo Sun-Tsu, Maquiavel, von Clausevitz e o próprio Engels,é uma escola difícil e seu estudo completo revela “ inevitavelmente vitórias da contra-revolução, desenfreio dos reacionários enfurecidos, selvagens represálias do velhoregime contra os insurgentes” (LENIN, 1983, t. 17, p. 180).

Lenin (1983, t. 17, p. 183) considerava necessário tirar algum ensinamento da‘arte da guerra’, enquanto unicamente os intelectuais empedernidos e caducos chorarsem convicção, repetidamente e com poucas lágrimas quando o povaréu ingressava naescola que

Ensina as classes oprimidas a fazer a guerra civil, ensina a fazer triunfar arevolução, concentra nas massas de escravos modernos todo o ódio queencerram eternamente os escravos oprimidos, obtusos e ignorantes e que osleva a grandiosas façanhas históricas quando adquirem consciência do opróbriode sua escravidão.

Ignorando esse ensinamento, tripudia-se sobre a importância das ‘conjurasmilitares’ ou da ‘arte da guerra’ na educação dos operários, trabalhadores ecamponeses pobres. Quase nenhuma importância é dada à questão militar, ainda queas condições de uma guerra civil ou de uma revolução não estejam postas nohorizonte.

A esquerda brasileira, salvo raras e honrosas exceções, deixou de colocar ‘a arteda guerra’ como tema de estudo e análise da educação brasileira. Esqueceu que, comoapontou Lenin (1982, t. 10, p. 355), no seu opúsculo Exército revolucionário e governo

revolucionário, sem os conhecimentos militares e os recursos castrenses não é possível“resolver o primeiro problema e mais urgente de todos, o problema da liberdade”.

Assim, mesmo considerando a importância da educação política para a classeoperária é preciso ensinar que para ela a revolução social é “apenas o primeiro degrau

Page 17: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 17/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 17

no caminho à emancipação por completo do trabalho de toda exploração, que leva àmagna meta socialista” (LENIN, 1982, t. 10, p. 359).

SOBRE A POLITECNIA

A educação comunista é uma preocupação implícita, embora nem sempre deforma clara, na obra leninista segundo a qual não é possível edificar o comunismo numpaís de analfabetos, a erradicação do analfabetismo, a educação e a politecniacompõem o eixo sobre o qual a formação social e econômica sem classes pode tornar-se realidade.

Não obstante, à consecução da educação politécnica, na situação econômicaextremamente grave da sociedade brasileira, exige a imediata “fusão” da escolafundamental e média com ensino profissionalizante e técnico e com o ensino superiornum único e bem montado plano nacional de educação. As escolas futuras deste país,

por motivos sintomáticos, devem ser escolas politécnicas.Devo acrescentar, há uma cuidadosa preocupação com a possibilidade da contra

informação afirmar que os marxista-leninistas querem que a escola capitalista sejatransformada em mera escola artesanal. Vale lembrar, na escola pensada peloscomunistas, pública, laica e gratuita, obrigatória para jovens até os 17 anos, cuida-separa que nela não seja posta em prática a especialização precoce. Ao mesmo tempo,nela deve ser proporcionado conhecimento a todos os estudantes, teoria e prática,sobre os principais ramos da indústria e da agricultura. Contra a educação mono-técnica a educação politécnica.

A escola politécnica e as instituições de ensino superior devem assumir apreocupação em reconstruir a escola para formar, no mais curto espaço de tempopossível e em virtude da necessidade prática determinada pela miséria do país,especialistas em todos os ramos da indústria e da agricultura – a partir do conjunto dosoperários e camponeses; deve congeminar a educação escolar com a extra-escolar(Partido, Sindicatos e Câmaras de Trabalhadores) em cada estado da federação.

Para isto, a formação intelectual é indispensável à constituição de uma novaRepública, socialista e comunista. Torna-se inadiável compreender que o incrementoda literatura marxista-leninista, a única a manifestar-se sobre o conjunto das questõessociais sem exceção, é impostergável para que as novas gerações compreendam que

ao tomar o poder político, assumir o controle das escolas primárias e dasuniversidades estatais, o proletariado não permita que a intelectualidade burguesacontinue corrompendo a juventude com o moralismo criticrasto, reles, critiqueiro daburguesia.

A educação politécnica é o meio dos operários e camponeses pobresmelhorarem sua própria condição de vida e não mais gerar lucros aos capitalistas elatifundiários; melhorar sua condição de vida implica por à termo a exploração secularque sobre eles se impõe como elemento determinante da sociedade capitalista.

Na contramão das políticas econômicas postas pelo capitalismo central para os

países dependentes e periféricos no século XX, a teoria leninista defende que osprofessores devem ser colocados em condição social e política à altura dos desafios de

Page 18: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 18/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 18

seu tempo. Essa é uma condição sem a qual não é possível falar de cultura alguma,nem proletária e nem burguesa. É preciso satisfazer as necessidades da educação elementar do ‘povão’ mergulhado por séculos e séculos no mais horrendoanalfabetismo e no mais hediondo obscurantismo.

A educação pública, laica, gratuita e obrigatória é coadjuvante da edificação dasociedade socialista, portanto, o ‘educador comunista’ deve assumir a condição quepretende estar e não a realidade capitalista. Essa condição à qual será guindado, éinerente ao processo de educação politécnica e à construção da sociedade comunista.

Há uma verdade sobre a qual não necessito demonstrar com maioresclarecimento. Era fato, é fato!, que o papel social e político do corpo docente éestratégico, em todos os níveis. Os docentes, no lugar de cabeça de ponte e arautos5 da escravidão assalariada, como são, até hoje, nas sociedades capitalistas, devem seconverter em menestréis da sociedade socialista, cabendo-lhes desviar o proletariadodas alianças com a burguesia e com os latifundiários, atraindo-o à constituição de uma

aliança histórica com o campesinato pobre.

Neste processo, o Estado burguês envida todos os esforços para manter oembrutecimento e a embriaguez do povaréu, levado a termo pela sofisticada literatura‘desinteressada’ da burguesia. Urge pois empregar todos os esforços para converter ooperário em portador e porta-voz do ideário marxista-leninista.

À GUISA DE CONCLUSÃO

A educação politécnica, enquanto um dos aspectos da educação política,

reforço, articula-se com a organização do proletariado na luta por sua emancipaçãointelectual e liberdade econômica. O objetivo dessa educação, face às transformaçõesdo mundo do trabalho e do capital, é a construção de um mundo melhor, justo,fraterno, solidário, comunista.

Apesar do que possa ser dito, contrário ou a favor, após a ulterior leitura destescriptum, reafirmo que o objetivo maior do autor é colocar Lenin, presençaimorredoura, como imprescindível à Universidade Pública, torná-lo disponível aosinteresses e demandas de estudantes de graduação e pós-graduação, docentes epesquisadores comprometidos de verdade, na teoria e na prática, com a construção deum caminho verdadeiramente democrático e revolucionário possível.

Essa possibilidade, ao meu julgamento, é um aspecto incontornável daconstrução histórica da vontade coletiva, antagônica aos caminhos previamenteformulados e afirmados pela Nomenklatura política, serva moderna do imperialismodirigida por ‘intelectocratas’ arautos da inexorabilidade do capitalismo e do socialismocomo mera quimera.

5  Arauto – antigo oficial das monarquias medievais, encarregado de missões secretas,

proclamações solenes, anúncio de guerra ou paz e informar os principais sucessos nas

batalhas. E mais, aquele que, por meio de pregão, tornava pública uma notícia ou o queconduzia mensagens; o portador, o que proclama, o que anuncia; o pregoeiro. Por

extensão, o que defende uma idéia, uma causa etc.; o propugnador.

Page 19: CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista

5/12/2018 CARVALHO, Mauri - Lenin, Educação e Consciência Socialista - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/carvalho-mauri-lenin-educacao-e-consciencia-socialista 19/19

 

Comunidade Josef Stálin

Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 19

Educação, agitação e propaganda compõem uma tríade indispensável à geraçãodoutro modo de produção e doutra scholé, local onde realmente as crianças aprendama convivência brincando e onde todas se reúnam à materialização do sonhobolchevique e tão bem traduzido pelo poeta e camarada Taiguara: “onde as criançascantem livres sobre os muros e ensinem o amor a quem não soube amar ninguém!”.

BIBLIOGRAFIA

LENIN, V. I. Obras Completas, t. 1. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1981.

---------------- Obras Completas, t. 2. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1981.

---------------- Obras Completas, t. 4. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1981.

---------------- Obras Completas, t. 7. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1981.

---------------- Obras Completas, t. 9. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1982.

---------------- Obras Completas, t. 10. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1982.

---------------- Obras Completas, t. 12. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1982.

---------------- Obras Completas, t. 14. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1981.

---------------- Obras Completas, t. 17, 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1983.

---------------- Obras Completas, t. 18. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1983.

---------------- Obras Completas, t. 19, 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1983.

---------------- Obras Completas, t. 26. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1984.

---------------- Obras Completas, t. 27. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1985.

---------------- Obras Completas, t. 34. 5ª Edição. Moscú, Editorial Progreso, 1985.

MARX, K. Miseria de la filosofia. Moscú : Progreso, 1979.

STALIN, J. Fundamentos do leninismo. Obras Escolhidas. Tirana, Editora do Povo, s.d.