cartillha maria da penha 2015 web bx (1)

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    Perguntasere

    spostas

    Emfavordavida,

    pelofimdaimpunidade

    Leimariadapenha

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    FICHA TCNICA

    Realizao:Procuradoria Especial da Mulher do SenadoComisso Parlamentar Mista de Combate Violncia Contra a Mulher

    Textos:

    Eurico Antnio Gonzalez dos SantosJuliana Magalhes OliveiraRita Polli RebeloRaquel Madeira

    Reviso:Paula Bento

    Rita Polli Rebelo

    Projeto Grfico e Diagramao:Secom | Comap | Henrique Porath

    Ilustraes:Secom | Comap | Fernando Ribeiro

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    Sumrio

    A Lei Maria da Penha fundamental ........................ 4

    Apresentao............................................................... 6

    Prefcio ....................................................................... 10

    Por que Lei Maria da Penha? ................................. 12

    O que violncia domstica e familiar? ................ 13 Por que ainda hoje existe esse tipo de violncia? 14

    Existe um perfil dos agressores? ............................. 15

    O que fazer para mudar a cultura da violncia? ... 16

    Em que lugar a mulher mais sofre violncia? ........ 17

    A violncia fora do ambiente domsticotambm se enquadra na Lei? ..................................... 18

    A Lei pode tambm incriminar mulheres? ............ 18

    Quais so os tipos de violnciadeterminados pela Lei? .............................................. 20

    A violncia contra a mulher com deficinciarecebe tratamento diferenciado?.............................. 24

    Estou vivendo em situao de violncia,como posso ser atendida? ......................................... 24

    Quais so os meus direitos?Eles sero mesmo garantidos? .................................. 26

    O que o Ligue 180? ............................................ 26 O que a rede nacional de enfrentamento violncia contra a mulher? ...................................... 28

    O que so as medidas protetivas de urgncia? ... 29

    Posso ser atendida em qualquer delegacia? ........ 31

    Oagressor poder ser preso rapidamente? ......... 32 Oque vai acontecer com meus pertences? .......... 34

    A pena ao agressor pode ser abrandada? ............ 35

    Posso mesmo confiar na aplicao daLei Maria da Penha? ..................................................... 36

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    H 17 anos a Constituio brasileira j

    consagrava a igualdade entre homens e mulheres.

    Infelizmente entre o enunciado constitucional e

    a dura realidade social ainda h um abismo, em

    que pesem as iniciativas do legislador. Comandos

    legais que buscam valorizar a mulher, livrando-ados preconceitos e da inferioridade, esto por

    todo o campo normativo.

    Porm, a luta pelo fim da violncia domstica

    permanece um problema que exige empenho,pois deixa marcas no apenas na mulher,

    mas tambm em crianas e jovens. Conduzi,

    pessoalmente, a sesso plenria que aprovou a

    Lei Maria da Penha, Lei 11.340 de 2006, em 12 dejulho de 2006, ciente de que seria um mecanismo

    primordial para proteo da famlia.

    Estudo patrocinado pelo Instituto de

    Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea), em marodeste ano, mostra que a Lei Maria da Penha fez

    diminuir em cerca de 10% a taxa de homicdio

    A Lei Maria da Penha

    fundamental

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    contra as mulheres dentro dos lares. Contudo,

    essa reduo no se deu de forma uniforme pelo

    pas, principalmente, porque vrios servios de

    proteo s vtimas no esto institucionalizados.

    Aps quase uma dcada de existncia da Lei

    Maria da Penha, estou convencido de que nuncaser perdido qualquer esforo na preveno e

    represso da violncia domstica, e ainda h

    muito o que fazer. Com esta cartilha, ampliamos

    os instrumentos elucidativos na esperana deque a sociedade avance rumo a uma convivncia,

    definitivamente, igualitria e de paz.

    Senador Renan Calheiros(PMDB-AL)

    Presidente do Senado Federal

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    A Procuradoria Especial da Mulher, a Bancada

    Feminina do Senado e a Comisso Permanente

    Mista de Combate Violncia contra a Mulher

    apresentam esta cartilha, em formato de perguntas

    e respostas, para alertar as mulheres que sofrem

    violncia domstica e familiar no Brasil de que

    viver sem violncia um direito.

    O Brasil comemora em 2015, com o maiselevado esprito de justia, os nove anos da Lei

    Maria da Penha, n 11.340, de 2006, que garante

    a proteo da mulher e de seus filhos para

    prevenir e impedir a continuao de situaesde violncia.

    A promulgao da Lei foi resultado da luta

    e mobilizao das mulheres brasileiras durante

    anos e mereceu apoio de rgos governamentais,como a Secretaria de Polticas para as Mulheres

    da Presidncia da Repblica (SPM-PR), o Poder

    Judicirio, entidades da sociedade civil organizada

    e ainda organismos internacionais. Desde ento, asociedade brasileira aprofundou o debate sobre

    o combate violncia praticada cotidianamente

    contra todas as mulheres, independentemente de

    Apresentao

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    classe social, idade, raa/cor, etnia, cultura, nvel

    educacional, local de moradia, religio, orientao

    sexual e condio de deficincia fsica ou mental.

    Apesar de a Lei ter se tornado popular, a

    violncia domstica e familiar contra a mulher no

    Brasil ainda persiste e retira de forma inaceitvel

    o direito humano fundamental de viver sem

    violncia. Dados da Organizao Mundial deSade (OMS), organizados pelo Centro Brasileiro

    de Estudos Latino-Americanos (CEBELA) e pela

    Faculdade Latino-Americana de Cincias Sociais

    (FLACSO) , apontam que o Brasil ocupa o stimolugar no ranking mundial dos pases com mais

    crimes praticados contra as mulheres. A pesquisa

    mostrou que, por ano, ocorrem em torno de 4,5

    homicdios para cada 100 mil mulheres.Uma grande conquista em favor das mulheres

    em situao de violncia foi a Casa da Mulher

    Brasileira, que faz parte do Programa Mulher,

    Viver sem Violncia, coordenado pela Secretariade Polticas para as Mulheres da Presidncia

    da Repblica. A Casa concentra atendimento

    humanizado e oferece acolhimento e triagem;

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    Uma a cada cinco brasileiras vtima de

    violncia domstica ou familiar.

    75% das agresses so praticadas por

    homens com quem as mulheres tm ou tiveram

    relao afetiva.

    66% das vtimas sofrem violncia fsica.

    Estes dados so da Pesquisa sobre violncia

    domstica e familiar contra a mulher, realizada

    pelo DataSenado e divulgada em agosto de 2015.O Brasil ocupa o 7 lugar no vergonhoso

    ranking mundial dos pases com mais crimes

    praticados contra mulheres.

    Estamos falando de uma triste realidade quepode e deve mudar.

    Os movimentos sociais e as instituies

    pblicas h anos atuam na luta em defesa das

    mulheres e na busca pela conquista do direitomais bsico: o de no ser agredida e ser respeitada

    em sua integridade fsica, moral e psicolgica.

    Esta cartilha traz, de forma clara, informaes

    imprescindveis para as mulheres conhecerem osprocedimentos que devem tomar e os servios

    pblicos disponveis para ajud-las a interromper

    o ciclo da violncia domstica e familiar.

    Prefcio

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    A Lei n 11.340/2006 leva o nome de uma

    mulher, que, como tantas outras Marias, Amandas

    e Daniellys, sofreram e sofrem violncia nos

    lares brasileiros diariamente. Maria da Penha

    Maia Fernandes ficou paraplgica aps ter sido

    vtima de duas tentativas de assassinato pelo seu

    marido. A biofarmacutica cearense tornou-se o

    smbolo da luta para que o Brasil tivesse uma leique contribusse para a diminuio da violncia

    domstica e familiar contra a mulher no Brasil.

    Certamente o avano desejado no vir

    apenas com as leis, mas com a efetivao dasnormas nelas contidas. Essa jornada envolve o

    Poder Pblico e toda a sociedade civil, por meio

    da mudana da cultura machista e do esforo para

    o fim da impunidade dos agressores. O caminhoainda longo. Os passos so dados a cada dia.

    Por que Lei Maria da Penha?

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    O que violncia domstica e familiar?

    Qualquer ao ou omisso baseada no

    gnero que lhe cause morte, leso, sofrimento

    fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou

    patrimonial. Lei Maria da Penha, Art.5.

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    A desigualdade histrica e sociocultural

    entre homens e mulheres pode ser considerada

    uma das razes. Mais forte fisicamente, ele,

    ao longo dos sculos, se considerou superior

    e a fora bruta falava mais alto em momentos

    de frustrao.

    Esta realidade vem mudando paulatinamente.

    Mas os passos da caminhada ainda esto noincio, basta observar o machismo expresso e

    amplamente divulgado pela mdia por meio

    de msicas e programas de TV. Alem disso, so

    muito comuns comentrios e piadas nas rodasde amigos que colocam a mulher em situao

    de inferioridade intelectual ou como um mero

    objeto de desejo sexual.

    A cultura de superioridade masculina,associada ao senso comum de que em briga de

    marido e mulher no se mete a colher, estimula

    as prticas de violncia domstica contra as

    mulheres que, quase sempre, so silenciadas porvergonha ou por medo.

    Por que ainda hoje existe essetipo de violncia?

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    O maior nmero de casos de violncia

    domstica e familiar contra a mulher cometido por

    homens: maridos, companheiros ou namorados.

    Est presente em todas as classes sociais. Os

    motivos podem ser os mais diversos: cimes,

    ressentimento, inveja, prepotncia, machismo,

    competio, frustrao, rejeio... Muitas vezes os

    atos de violncia no possuem motivo.

    Existe um perfil dos agressores?

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    Em primeiro lugar preciso garantir a

    aplicao da lei. Antigamente, as mulheres

    no tinham esse amparo, pois a legislao era

    carregada de crenas falsas relacionadas

    desigualdade e ao machismo, atribuindo aos

    homens papis de liderana, deciso e deteno

    da propriedade (inclusive da esposa).

    Com a evoluo dos costumes, as leis foramse alterando aos poucos, desde a instaurao de

    nossa Repblica, no final do sculo XIX, e durante

    todo o sculo XX, at chegarmos Constituio

    Cidad de 1988 e ao novo Cdigo Civil.Ao longo de todo esse tempo, dezenas de

    leis surgiram no apenas para defender a mulher

    da violncia domstica e familiar, mas tambm

    para promover os seus direitos e afirmar suaigualdade perante os homens.

    O que fazer para mudar acultura da violncia?

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    A violncia pode acontecer na residncia da

    vtima. Em geral praticada por pessoas que tem

    algum tipo de vnculo, inclusive por quem apenas

    ocasionalmente se agrega casa, como tio, filho,

    irmo, padrasto, vizinho, amigo, etc. A violncia

    tambm pode ocorrer em quaisquer outros meios

    familiares formados por parentes ou aparentados

    da vtima.

    Em que lugar a mulhermais sofre violncia?

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    A violncia pode ocorrer fora do mbito

    familiar e no se limita a um ambiente fsico,

    pois h casos em que basta a existncia de

    uma relao ntima de afeto com agressor,

    independentemente de coabitao, como

    o caso de namorados ou, como se diz mais

    modernamente, ficantes.

    A convivncia no precisa ser cotidiana, nematual, basta que a vtima mantenha ou tenha

    mantido uma relao de afetividade ou contato

    com o agressor. Ou seja, mesmo que o vnculo

    tenha sido temporrio, espordico ou eventual,fica caracterizada a violncia domstica. Portanto,

    no indispensvel que o agressor more na

    mesma casa da vtima.

    Outro ponto importante que a Lei Maria

    da Penha no exclui do seu mbito de proteoa prtica de violncia em relaes homoafetivas

    entre mulheres. Uma mulher pode tambm ser

    agredida por outra no mbito do lar e da famlia.

    A Lei pode tambm incriminar mulheres?

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    A violncia fora do ambientedomstico tambm se enquadra na lei?

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    So cinco tipos de atitudes violentas contra

    as mulheres: fsica, psicolgica, moral, sexual

    e patrimonial.

    A violncia fsica representada por qualquer

    ato que prejudique a sade ou a integridade do

    corpo da mulher. praticada com o uso da fora

    fsica, no acidental, que causa leso vtima,

    podendo incluir o uso de armas. So tapas,empurres, socos, mordidas, chutes, queimaduras,

    cortes, estrangulamento, leses por armas ou

    objetos, exigncia de ingesto de medicamentos

    desnecessrios ou inadequados, lcool, drogas ououtras substncias, inclusive alimentos.

    Normalmente, a violncia fsica apresenta

    um padro cclico, chamado de Ciclo de Espiral

    Ascendente de Violncia. marcado por trsfases: a fase da tenso, a fase da exploso e a fase

    da lua-de-mel.

    A fase da tenso prvia ao ataque e

    manifesta-se no tom de voz, na comunicao,como ataques e insinuaes. A fase da exploso

    traz a ira, a reao desproporcional, sem razo

    aparente, e as agresses fsicas. A fase da lua-de-

    mel o momento posterior descarga agressiva.

    Quais so os tipos de violnciadeterminados pela lei?

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    uma fase de manipulao afetiva, do pedido de

    desculpas, de presentes e de promessas.

    A vtima precisa entender que a chamada fase

    da lua-de-mel no marca o fim da violncia, como

    deseja, mas, muito provavelmente intensifica o

    ciclo, que se repetir, com as fases ficando mais

    curtas e a violncia mais intensa.

    A violncia psicolgica bastante ampla e

    resulta de qualquer ato que coloque em risco

    o desenvolvimento psicoemocional da mulher.

    toda ao ou omisso que causa ou visacausar dano autoestima, identidade ou ao

    desenvolvimento da pessoa.

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    Inclui insultos constantes, humilhao,

    desvalorizao, chantagem, isolamento de amigos

    e familiares, ridicularizao, rechao, manipulao

    afetiva, explorao, negligncia (atos de omisso

    a cuidados e proteo contra agravos evitveis

    como situaes de perigo, doenas, gravidez,

    alimentao, higiene), ameaas, privao arbitrria

    da liberdade (impedimento de trabalhar, estudar,

    cuidar da aparncia pessoal, gerenciar o prprio

    dinheiro), confinamento domstico, crticas pelo

    desempenho sexual . o assdio moral, que ocorrecom a humilhao, a manipulao e controle por

    parte do agressor.

    A violncia sexual inclui qualquer ao

    cometida para obrigar a mulher, por meio da forafsica, coero ou intimidao psicolgica, a ter

    relaes sexuais ou presenciar prticas sexuais

    contra a sua vontade. Ocorre em uma variedade

    de situaes como estupro, sexo forado nocasamento, abuso sexual infantil, abuso incestuoso

    e assdio sexual. Tambm acontece quando a

    mulher obrigada a se prostituir, a fazer aborto ou

    a usar anticoncepcionais.A violncia patrimonial, econmica ou

    financeira, ocorre quando o agressor retm,

    subtrai, parcial ou totalmente, destri os bens

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    pessoais da vtima, seus instrumentos de trabalho,

    documentos e valores, como joias, roupas,

    veculos, dinheiro, a residncia onde vive e

    at mesmo animais de estimao. Tambm se

    configura quando o agressor deixa de pagar a

    penso alimentcia ou de participar nos gastos

    bsicos para a sobrevivncia do ncleo familiar,

    quando usa recursos econmicos da idosa,

    tutelada ou incapaz, destituindo-a de gerir seus

    prprios recursos e deixando-a sem provimentos

    e cuidados.Por fim, a violncia moral ocorre quando a

    mulher sofre com qualquer conduta que configure

    calnia, difamao ou injria praticada por seu

    agressor. A calnia ocorre quando este afirmafalsamente, que a mulher praticou um crime que

    ela no cometeu. J a difamao ocorre quando o

    agressor atribui mulher fatos que maculem a sua

    reputao. Por sua vez, a injria acontece nos casosem que o agressor ofende a dignidade da mulher

    chamando-a, por exemplo, de ladra, vagabunda,

    safada, prostituta. Este tipo de violncia vem

    comumente ocorrendo pela internet, por meiodas redes sociais, como facebook e instagram.

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    A mulher em situao de violncia dever

    procurar assistncia nas unidades da Rede de

    Enfrentamento Violncia contra a Mulher :

    a) Centros de Referncia de Atendimento Mulher (CRAMs): so espaos de acolhimento

    e acompanhamento psicolgico e social a

    mulheres em situao de violncia, que tambm

    fornecem orientao jurdica e encaminhamentopara servios mdicos ou casas abrigo;

    b) Casas Abrigo (Casas de Acolhimento

    Provisrio ou Casas-de-Passagem): oferecem

    asilo protegido e atendimento integral(psicossocial e jurdico) a mulheres em situao

    de violncia domstica (acompanhadas ou no

    Estou vivendo em situao deviolncia, como posso ser atendida?

    A pena ao agressor nesse caso ser

    aumentada em 30% se a vtima for mulher com

    deficincia fsica ou mental.

    A VIOLNCIA CONTRA A mulhercom deficincia recebe

    tratamento diferenciado?

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    dos filhos) sob risco de morte. O perodo de

    permanncia nesses locais varia de 90 a 180

    dias, durante o qual elas sero orientadas a

    reunir as condies necessrias para retomar as

    rdeas da prpria vida. O encaminhamento

    feito pelas Delegacias Especiais de Atendimento

    Mulher (Deams);

    c) Centros de Referncia da Assistncia Social

    (CRAS): unidades pblicas que desenvolvem

    trabalho social com as famlias, com o objetivo

    de promover um bom relacionamento familiar,o acesso aos direitos e melhoria da qualidade

    de vida.

    d) Centros de Referncia Especializados em

    Assistncia Social (CREAS): so servios pblicosespecializados e continuados a famlias e

    indivduos em situao de ameaa ou violao de

    direitos (violncia fsica, psicolgica, sexual, moral

    e patrimonial) com o objetivo de dar famliao acesso a direitos socioassistenciais, por meio

    da potencializao de recursos e capacidade

    de proteo.

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    Ao procurar ajuda do Poder Judicirio, ser

    assegurado a voc:

    a) acesso prioritrio remoo quando

    servidora pblica;

    b) manuteno do vnculo trabalhista, quando

    necessrio o afastamento do local de trabalho,

    por at seis meses.

    Alm disso, voc poder ser includa nos

    cadastros de programas assistenciais do governofederal, estadual e municipal, conforme o Art. 9

    da Lei Maria da Penha.

    Quais so os meus direitos? Elessero mesmo garantidos?

    A Central de Atendimento Mulher Ligue

    180 - uma ferramenta importantssima para

    auxiliar a mulher vtima da violncia.O Ligue 180 foi criado pela Secretaria de

    Polticas para as Mulheres da Presidncia da

    Repblica (SPM-PR) para servir de canal direto

    de orientao sobre direitos e servios pblicospara as mulheres em todo o pas, em especial as

    que sofrem com a violncia domstica e familiar.

    A ligao gratuita.

    O que o Ligue 180?

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    parte do programa Mulher, Viver sem

    Violncia do governo federal, lanado em

    maro de 2013, com o objetivo de cobrir o pas

    com servios pblicos integrados, inclusive

    nas reas rurais. Em maro de 2014, o Ligue

    180 transformou-se em disque-denncia, com

    capacidade de envio de denncias para asSecretarias de Segurana Pblica com cpia para

    o Ministrio Pblico de cada estado.

    Alm disso, existem Ncleos da Mulher

    nas Defensorias Pblicas na maior parte dosestados, assim como Promotorias Especializadas

    e Juizados Especiais de Violncia Domstica e

    Familiar contra a Mulher.

    A lei ainda garante o acesso aos benefciosdecorrentes do desenvolvimento cientfico

    e tecnolgico, incluindo os servios de

    contracepo de emergncia, a profilaxia das

    Doenas Sexualmente Transmissveis (DST) e daSndrome da Imunodeficincia Adquirida (AIDS)

    e outros procedimentos mdicos necessrios nos

    casos de violncia sexual.

    O que a rede nacional deenfrentamento violncia

    contra a mulher?

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    Para proteger as mulheres das diversas

    formas de violncia, a Lei Maria da Penha inovou

    e trouxe um elenco de medidas protetivas de

    urgncia contra o agressor e a favor da vtima.

    Ao submeter seu pedido de medida protetiva,

    a mulher ser atendida pelo Poder Judicirio,

    preferencialmente perante os Juizados deViolncia Domstica e Familiar contra a Mulher,

    com Juzes especializados, o que permite um

    julgamento mais rpido.

    A Lei Maria da Penha instituiu, ainda, acompetncia mista dos Juizados de Violncia

    Domstica e Familiar contra a Mulher. Isso

    permite que o mesmo juiz julgue criminalmente

    o agressor e decida, ao mesmo tempo, questesde Direito Civil e de Famlia, como a guarda de

    filhos, o pagamento de alimentos vtima e aos

    filhos e a indenizao dos prejuzos resultantes

    da agresso.Outra grande novidade da Lei Maria da Penha,

    que vinha sendo muito exigida pela sociedade,

    foi a proibio de condenar o agressor apenas ao

    O que so as medidasprotetivas de urgncia?

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    pagamento de cestas bsicas. A pena de priso

    no pode ser substituda pelo pagamento de

    multa ou pela prestao de servios, pois no se

    aplicam os institutos da Lei n 9.099, de 1995, a

    Lei dos Juizados Especiais.

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    Tanto as delegacias comuns quanto

    as especializadas da mulher oferecem o

    atendimento. Atualmente, todos os vinte e seis

    estados brasileiros e o Distrito Federal possuem

    delegacias especializadas no atendimento

    mulher vtima de violncia domstica e familiar.

    Ao sofrer qualquer tipo de violncia, mesmoameaas verbais, a mulher deve se dirigir

    autoridade policial que dever garantir proteo

    policial, quando necessrio, comunicando

    de imediato ao Ministrio Pblico e aoPoder Judicirio.

    A autoridade policial dever encaminhar

    a mulher ao hospital ou posto de sade e ao

    Instituto Mdico Legal, se necessrio; deverfornecer transporte para ela e seus dependentes

    para abrigo ou local seguro, quando houver

    risco de vida; ainda dever acompanh-la para

    assegurar a retirada de seus pertences do localda ocorrncia ou do domiclio familiar.

    Posso ser atendida emqualquer delegacia?

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    A priso poder ser decretada de imediato.

    a chamada priso preventiva para garantir a

    execuo das medidas protetivas de urgncia,

    tambm decretada pelo juiz sempre que o

    agressor ameaar a vtima ou as testemunhas, ou

    atrapalhar as investigaes.

    Constatada a prtica de violncia domstica

    e familiar contra a mulher, o juiz poder aplicarao agressor, de imediato, as seguintes medidas

    protetivas de urgncia:

    I - suspenso da posse ou restrio do porte

    de armas;II - afastamento do lar ou do local de

    convivncia com a ofendida;

    III - proibio de determinadas condutas,

    como: a) aproximao da ofendida, de seusfamiliares e das testemunhas, fixando o limite

    mnimo de distncia; b) contato com a vtima, seus

    familiares e testemunhas por qualquer meio de

    comunicao (ligaes telefnicas, mensagens,e-mail); c) frequentar determinados lugares a fim

    o agressor poder serpreso rapidamente?

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    de preservar a integridade fsica e psicolgica

    da vtima;

    IV - restrio ou suspenso de visitas aos

    dependentes menores de idade, ouvida a

    equipe de atendimento multidisciplinar;

    V - prestao de alimentos provisionais ou

    provisrios.

    Alm disso, o juiz poder deferir medidasprotetivas de urgncia prpria mulher e seus

    filhos, como:

    I encaminh-la com os dependentes a

    programa oficial ou comunitrio de proteo oude atendimento;

    II - determinar o retorno dela e dos

    dependentes ao respectivo lar, aps afastamento

    do agressor;III - determinar o afastamento da vtima do

    lar, sem prejuzo dos direitos relativos a bens,

    guarda dos filhos e alimentos;

    IV - determinar a separao de corpos.

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    Quanto aos aspectos de proteo patrimonial

    dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de

    propriedade particular da mulher, o juiz poder

    determinar, liminarmente, as seguintes medidas:

    I - restituio de bens indevidamente

    subtrados pelo agressor ofendida;

    II - proibio temporria para a celebrao

    de contratos de compra, venda e locao depropriedade em comum;

    III - suspenso das procuraes conferidas

    pela ofendida ao agressor;

    IV - prestao de cauo provisria, mediantedepsito judicial, por perdas e danos materiais

    decorrentes da prtica de violncia domstica e

    familiar.

    Como visto, a Justia dura com o agressore existem diversas medidas que podem ser

    determinadas pelo Juiz, com o objetivo de afastar

    a vtima da situao de violncia e coibir novas

    ocorrncias.Com a Lei Maria da Penha, ficou mais difcil

    a mulher desistir do processo judicial por ter

    perdoado o seu agressor.

    o que vai acontecer commeus pertences?

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    Certamente. Desde a criao da lei, as

    mulheres que vivem em situao de violncia

    domstica e familiar possuem instrumentos

    eficazes de proteo para enfrentar seus

    agressores e prevenir a ocorrncia de novas

    violaes.

    Caber prpria mulher se conscientizar

    de que esse tipo de violncia crime punidoseveramente e buscar romper o ciclo de

    humilhao e agresso que a cerca.

    O caminho para se desvencilhar da opresso

    rduo, mas sabemos que mulheres podem sercada vez mais parceiras e solidrias com outras

    mulheres.

    Portanto, colaborar para construir uma rede

    de proteo, compartilhando informaes eexperincias tambm uma forma de contribuir

    para o fim da violncia.

    Coragem, perseverana e confiana nas

    instituies, nos familiares e nos amigos prximosso virtudes necessrias no trajeto em busca de

    uma vida plena e digna.

    Posso mesmo confiar na aplicaoda lei Maria da Penha?

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    A Procuradoria Especial da Mulher do Senado

    e a Comisso Permanente Mista de Combate

    Violncia contra a Mulher so parceiras nessa

    empreitada!

    Senado Federal:www.senado.leg.br

    Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal:

    www12.senado.gov.br/institucional/procuradoria

    Secretaria da Mulher da Cmara dos Deputados:www2.camara.leg.br/a-camara/secretaria-da-mulher

    Comisso Permanente Mista de Combate Violncia contra a Mulher:

    http://bit.ly/com_mista_viol_mulher

    Secretaria de Polticas para as Mulheres daPresidncia da Repblica:

    www.spm.gov.br

    Casa da Mulher Brasileira em Braslia-DF:Setor de Grandes reas Norte (SGAN)

    601 Norte Bairro Asa Norte - Lote J. Braslia-DF

    Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande-MS:Rua Braslia, s/n - Lote A Quadra 2

    Bairro Jardim Im, Campo Grande-MS

    Conhea mais

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