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ELEIÇÕES 2014 Meu voto meu futuro

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ELEIÇÕES 2014

M e u v o t omeu futuro

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ApresentaçãoQueridos irmãos e irmãs,

Para mim, na missão de bispo diocesano, é uma ocasião significativa apresentar este material para que nossas Comunidades, espalhadas nas mais diversas regiões da cidade, reflitam ao longo desta campanha eleitoral de 2014. Material este, preparado com tanta dedicação pelo grupo de Fé e Política da nossa diocese.

Esclareço que não existe contradição entre fé e política. A nossa atuação nas eleições, durante a campanha e durante o acompanhamento dos eleitos, será genuinamente cristã. O momento do voto, de apertar os números dos candidatos, deve ser uma ocasião de dar um autêntico testemunho cristão. Recordo o alerta do papa Francisco ao dizer: “Uma fé autêntica – que nunca é cômoda e individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ele...” (A Alegria do Evangelho 182-183).

Tenho clareza que sem sonhos não existem mudanças na sociedade. Por isso, nossa Cartilha apresenta algumas indicações formativas para mudar o modo de pensar e fazer política no Brasil. Nela não encontramos nomes de Partidos nem de candidatos (as), pois não queremos ferir a liberdade das pessoas. Encontramos, sim, várias indicações sobre o Brasil que queremos fundamentadas no espírito cristão e cidadão.

Na Cartilha há uma recorrente insistência: Democracia não é somente escolher quem vai governar ou propor leis, mas é também ter participação na condução do ato de governar, propor, fiscalizar e denunciar, quando for necessário. Lembrem-se dessas sete dicas, que ofereço, de antemão:

1. “Ficha Limpa” não é projeto, é lei,2. Sonhar com uma sociedade justa e fraterna é virtude,3. Veja no candidato idéias que defendam a vida,4. Veja no candidato projetos de inclusão social,5. Veja no candidato projetos para a Cultura da Paz,6. Veja no candidato projetos em relação à sustentabilidade do planeta,7. Veja no candidato atitudes no combate às formas de corrupção.

Queira Deus que sejam frutuosas tantas reflexões e orações pelo “Brasil que queremos”. Parabenizo e rezo pelos animadores e animadoras dos grupos. Tenho certeza que realizarão encontros com diálogos de altíssimo nível no fortalecimento da consciência democrática.Fiquem com Deus,

+Edmilson Amador Caetano, O.Cist.Bispo diocesano de Guarulhos

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PRIMEIRO ENCONTRO

VER

Tema: Ver como anda a política no Brasil Personagens: Jesus na sinagoga de NazaréTexto: Lc 4,1-16Palavras-chaves: Espírito Santo, Missão, pobres, cegos, liberdade, ano da

graça do Senhor, Brasil que queremos.Perspectiva: Compreender que tudo ao nosso redor é política, mas que

existe um espaço comum e exigente: o voto. Por meio do voto elegemos

pessoas para nos representar no exercício do poder.“O espírito do Senhor me ungiu e me enviou para anunciar....

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1. Preparar o ambiente· Colocar no centro a Bíblia, vela, flores e um quadro do Santo

Padroeiro da família ou da comunidade.· Escrever numa cartolina o tema do encontro

2. AcolhidaDirigente: Como irmãos e irmãs, acolhemos a presença de Deus emnosso meio: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...

Dirigente: Este ano, a Igreja do Brasil nos convida a refletir e aprofundar o valor do nosso voto. Votaremos para os cargos de Presidente, Governador, Senadores, Deputados Federal e Estadual. São pessoas nas quais depositaremos nossa confiança de nos representar na administração dos interesses públicos. Em clima de alegria, vamos nos apresentar, dizendo nossos nomes, pois iremos estar juntos nestas quatro semanas. (Em clima de alegria todos se abraçam dando as boas-vindas).

Dirigente: Deus se faz presente todas as vezes que estendemos a mão às pessoas que estão ao nosso redor e quando acolhemos a mão que nos é estendida. Na certeza de que o projeto de Deus é a vida partilhada:

Nossa alegria é saber que um dia todo este povo se libertará;Pois Jesus Cristo é o Senhor do mundo, nossa esperança realizará. (bis)

O Cristo veio libertar os pobres e ser cristão é ser libertador;Nascemos livres pra crescer na vida,Não pra ser pobres, nem viver na dor. (bis)

Vendo no mundo tanta coisa errada, a gente pensa em desanimar;Mas quem tem fé sempre está com Cristo.Tem esperança e força pra lutar. (bis)

3. Motivando a conversa

Leitora ou leitor 1: Em outubro de 2014, vamos mais uma vez, manifestar nossa cidadania por meio do voto. Elegeremos: presidente, governadores, deputados federais e estaduais, parte dos senadores. Pensando na necessidade de uma boa preparação para esta missão, as pastorais sociais da Igreja Católica no Brasil decidiram oferecer

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algumas sugestões para todos os cristãos. Pois como disse o Papa Francisco, respondendo a um jovem, durante a Jornada Mundial: “Envolver-se na política é uma obrigação de todo cristão”.

Dirigente: Essa eleição de outubro tem um significado especial: é a primeira vez que iremos voltar às urnas depois das manifestações de junho e julho de 2013. Na época milhares de pessoas ocuparam as ruas e praças exigindo melhores serviços de transporte, educação e saúde de qualidade. Gritaram contra os políticos corruptos. Manifestaram insatisfação quanto ao modo que políticos eleitos exercem o poder. O Papa Paulo VI afirmava que “ A política é uma forma sublime do exercício da caridade”. A Igreja Católica no Brasil valoriza a política e a tem em alta estima porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade da vida humana.

Leitora ou leitor 2: A política se ocupa de leis e de medidas concretas que afetam diretamente a vida de milhões de pessoas, não apenas um grupo, mas a totalidade dos membros de uma cidade, estado ou nação. Assim, na medida em que a política pode propiciar o bem-estar a todos, ela não deixa de ser um exercício de amor e de justiça: “Felizes os que têm fome e sede de justiça”.

4. Inspiração de uma leitura bíblicaDirigente: Vamos acolher a Palavra de Deus e nos deixar envolver pela alegria de Deus, que sempre vem ao nosso encontro. Cantemos:

Dá-nos um coração grande para amar.Dá-nos um coração forte para lutar.

Leitor ou leitora 3: Ler Lucas 4, 16-21

Dirigente: Para conversara) Como Jesus apresenta sua missão?b) O que significa a expressão: “O Espírito do Senhor está sobre mim,porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres'.c) Quais relações existem entre Jesus e nossa tarefa nas próximas eleições?

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5. Iluminando o texto bíblico: um apoio para o grupo

Leitor ou leitora 4: A prática do amor, da misericórdia, da solidariedade e da justiça estão na origem da missão de Jesus. Como um homem do seu tempo, Jesus se deparou com as situações de pobreza reinante na região da Galileia. Andou, compartilhou sonhos de uma vida melhor com os grupos de pobres, coxos, pessoas consideradas “afastadas da graça de Deus” como afirmavam os sacerdotes e doutores da lei de sua época. O evangelho de Lucas insiste que a libertação dos pobres não será possível sem a transformação das estruturas sociais injustas. De acordo com este evangelho, a missão de Jesus reflete-se em nossa missão: propor mudanças significativas no modo de exercer o poder. Pessoas que possam realmente trabalhar para o Brasil que queremos.

6. Lembrando alguns fatos do Brasil: um apoio para o grupo

Dirigente: Vamos olhar um breve retrato do Brasil que temos:

Leitor ou leitora 1: Notamos algumas conquistas nos últimos dez anos. Vejamos: 28 milhões de brasileiros deixaram a extrema miséria e pobreza. Passaram a ganhar e a comprar mais. A renda familiar melhorou. Um dos fatores importantes para isso foi o aumento real do salário-mínimo – acima da inflação. Outro fator foi o programa de transferência de renda para famílias extremamente pobres, o Bolsa-família. A taxa de desemprego vem caindo. Outros fatores foram ações governamentais na região nordestina, através do financiamento de cisternas para as famílias na região: mais de 400 mil foram construídas e ajudaram a enfrentar a seca que castigou duramente a região.

Leitor ou leitora 2: Mas nem tudo é maravilha. Há muitos desafios que devemos olhar nestas eleições. Faltam políticas públicas mais firmes.

Leitor ou leitora 3: Para saber para quem o governo trabalha basta ver para onde seguem partes dos recursos arrecadados pelo governo: Os gastos com a dívida pública é enorme. Vejamos esses dados: 40 % do orçamento de tudo que o governo arrecadou, em 2013 foi para o pagamento de juros, rolagem da dívida, junto aos bancos., enquanto que somente 5% foi destinado para a saúde e menos de 4% para a educação.

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Leitor ou leitora 2: Se o gasto do governo é maior com setores privados – bancos e empresários – é evidente que faltam recursos para um transporte de qualidade, saúde, educação e saneamento básico.

Leitor ou leitora 4: Há outro projetos que seguem em ritmo de câmera-lenta. Vale a pena listá-los: 1) Lentidão na reforma agrária. Os grandes proprietários se beneficiam com a lentidão da justiça na desapropriação e de quebra contratam pistoleiros para ameaçar e matar as lideranças dos indígenas e quilombolas e dos sem-terra; 2). A terra urbana como capital especulativo: Nos centros urbanos os terrenos se valorizam, enquanto os pobres seguem residindo ou buscando um lugar nas periferias das cidades. Não há uma reforma urbana que beneficie os pobres; 3) As privatizações: Do governo Collor, passando pelo governo de Fernando Henrique, até o governo Lula e Dilma tudo segue sendo privatizado: portos, rodovias, aeroportos, ferrovias. Agora teveram início os leilões das áreas do pré-sal, no campo de Libra.

Leitor ou leitora 1: No desejo de conhecer o Brasil que temos, oportuno anotar o funcionamento do sistema tributário. No Brasil os que mais pagam impostos são os pobres e não os donos de grandes fortunas. Impera o chamado sistema regressivo. Isto é: a maior parte dos impostos recai sobre o consumo e não sobre a renda. Sem contar que a legislação permite uma série de atalhos para bancos e empresas violarem a Receita Federal.

Leitor ou leitora 2: Para enriquecer nossa conversa, não podemos deixar de olhar o funcionamento da grande mídia no Brasil. A mídia – rede de TV, sistema de rádio, telefonia, jornal – segue na mão de poucas famílias e sem nenhum interesse de denunciar ou promover os reais problemas da população mais pobre. Há mais de vinte anos os setores da sociedade reivindicam a democratização dos meios de comunicação.

Leitor ou leitora 3: Vamos anotar a gravidade da situação ambiental. O atual modelo de desenvolvimento está levando a um aumento do aquecimento do nosso planeta Terra. Para se ganhar dinheiro vale tudo: destruição das florestas, poluição das águas, envenenamento dos alimentos, intoxicação do solo. Este modelo econômico desconsidera o mínimo de respeito com o meio ambiente.

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Leitor ou leitora 1: E por fim,a atuação dos cristãos na política, ganha especial importância na fiscalização dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O monitoramento dos poderes públicos deve ser feito pela defesa dos valores éticos, pelo combate à corrupção e pela luta contra a violência em suas diversas manifestações.

7. Conversando sobre o Brasil que temos

DirigenteAntes de partir, vamos a uma conversa para aprofundar o nosso VER, com esses informes citados:

a) O que pensamos sobre as manifestações de junho e julho de 2013 no Brasil?

b) Para as eleições deste ano, os programas dos partidos levam em consideração os desafios apontados?

c) Quais as luzes e sombras que percebemos olhando o nosso Brasil?

8. Gesto concreto.

Vamos acompanhar e anotar os programas de notícias. Quais deles abordarão os temas apontados em suas reportagens?

9. Bênção final

Dirigente: Que o Deus da vida, como deu forças para Jesus anunciar o Reino de Deus, esteja conosco ao longo desta semana. O Senhor esteja conosco nos trabalhos, nos estudos, nas atividades familiares, nas viagens. Ele que é o Deus da ternura e do amor derrame sobre nós as suas bênçãos.

Todos/as: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Hino da Família: Abençoa Senhor as Famílias, Amém. Abençoa Senhor a minha também (bis).

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SEGUNDO ENCONTRO

Julgar

Tema: Julgar o andamento da política no Brasil Personagens: Jesus diante dos poderes de sua épocaTexto: Mt 13,24-30Palavras-chaves: Reino de Deus, saber esperar, discernimento para separar

os bons dos maus políticos, olhar os sinais dos tempos Perspectiva: Compreender que tudo ao nosso redor é política. Saber que

nem tudo está perdido na vida pública. Dar importância ao voto. Eis que

chega o tempo de mudar e separar o joio do trigo. “O Reino de Deus é comparado ao homem que semeou boa semente...”

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1- Preparar o ambienteColocar no centro a Bíblia, vela, flores e um quadro do Santo Padroeiro da família ou da comunidade. Não esquecer de providenciar o documento do papa Francisco “Alegria do Evangelho”.Escrever numa cartolina o tema do encontro

2- Acolhida

Dirigente: Como irmãos e irmãs, saudemo-nos uns aos outros com um forte abraço. Iniciamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.....

Dirigente: No primeiro encontro tivemos a lição de VER a realidade, o nosso Brasil, nosso Estado e nossa Cidade....Neste encontro temos o dever de olhar dentro de nossa fé, nossa igreja, nosso evangelho e julgar se estamos realmente vivendo o projeto de Cristo.

Vivemos dentro de um Sistema Econômico e Político do TER, onde consumir é a medida que faz “cada um ser melhor que o outro”.

3- Fatos que ajudam o Julgar:

Leitora ou leitor 1: Diante da realidade consumista que vivemos onde o que importa é o TER; a pessoa humana com seus talentos, carismas e sonhos acaba ficando de lado, à margem da sociedade. Não podemos esquecer que o voto consciente é uma importante ferramenta para mudar este modelo injusto. Por qual motivo? Vejamos!

Leitora ou leitor 2: Este ano vamos ter eleições para governo federal e estaduais, deputados e senadores. Quais valores queremos que eles defendam? Sabemos pela nossa realidade, que só vai ocorrer soluções para as populações mais pobres, se se unirem e pressionarem os governantes, isto é comprovado. Basta lembrar que em julho do ano passado, bastou o povo ir às ruas e muitas leis foram aprovadas, mas que com o passar dos meses não saíram do papel.

Leitora ou leitor 3: Lembro que meu pai sempre falava: “político no Brasil é que nem feijão: Só funciona na pressão”.

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Leitora ou leitor 1: Outra forma encontrada, e que vem crescendo não só no nosso país, é a Economia Solidária, como alternativa de outro modelo de desenvolvimento, onde o ponto central é o ser humano e não o dinheiro, o capital. Pessoas produzem em cooperação com as outras, sem hierarquia e sem distinções e, desta forma, conseguem sustentar suas famílias. Alguém, entre nós já ouviu falar deste tipo de economia? Quem sabe de onde ela vem? Quem pode participar?

Leitora ou leitor 2: Outra solução ou alternativa é encontrarmos políticos éticos, que não entram em negociatas, e que estão comprometidos com o bem comum. Isto só poderá acontecer se os mesmos permitirem que seus mandatos sejam participativos, sejam acompanhados por aqueles que nele confiaram ao votar. Cabe-nos atuar de modo que as decisões não saiam de sua cabeça, mas representem de fato a comunidade que o elegeu.

Dirigente:Oportuno cochichar um pouco sobre essas propostas: O que acham delas? São viáveis? Já conheciam? Querem sugerir outras?Aprendendo com o Evangelho de Jesus

Dirigente: Vamos ver de perto o modo de Jesus agir. Quais dicas podemos aprender com o Evangelho? Vamos ler Mt 13,24-30. (Antes do bate-papo sobre o texto de Mateus, o animador ou animadora pode propor o canto Igreja é Povo que se organiza).

4- Cinco dicas para compreender o texto:

1) As parábolas foram um modo todo especial de Jesus ensinar os mistérios do Reino de Deus. Elas não querem dar uma resposta direta, mas fazer os ouvintes de Jesus pensar e tomar uma atitude diante da construção do Reino.

2) Nesta parábola, mais uma vez Jesus consegue nos surpreender. Fomos acostumados a pensar que o Reino de Deus é o trigo bem guardado no celeiro, depois de ter sido queimado todo o joio. Jesus diz que não. O Reino dos Céus está sendo construído, não podemos nos omitir. O Reino já chegou. Ele já está presente em nossas vidas!

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3) Outra dica, a parábola nos ensina que só olhar para frente pode ser uma tentação muito perigosa. Olhar o hoje com os olhos do amanhã, além de ser uma ilusão, pode levar a decisões equivocadas e erradas. É preciso ter paciência e as vezes isso nos falta.

4) O Reino de Deus não é futuro, mas processo. Por isso que Jesus alerta a não arrancar o joio, manda deixar os dois crescerem juntos. A parábola nos ajuda a enxergar o Reino no meio do conflito, misturado com a terra, com a massa.

5) É uma pena debatermos política apenas em época de eleição. Mas esse tempo é uma boa oportunidade para separar os bons dos maus. Isso exige de nós discernimento, inteligência para ver as qualidades de alguns e as leviandades de outros.

Dirigente: Voltemos a falar do Brasil que queremos. O que podemos propor?Animador divide em grupos de 2 ou 3 pessoas (depende do tamanho do grupo), cada grupo lê e discute uma letra (a,b,c,d,..k) e depois expõe para o grupo maior.

a) Que promova uma reforma política com a participação do povo e que as decisões sejam compartilhadas com os cidadãos e cidadãs como: as questões econômicas, impacto ambiental, privatizações, que o poder judiciário possa ser controlado pela sociedade.

b) Que reveja o modelo econômico estabelecido, supere o neoliberalismo, o modelo neodesenvolvimentista, centrados no capital financeiro (principalmente o especulativo). Construa um modelo econômico centrado nas pessoas, na realização de seus direitos, em harmonia com a natureza, superando a crise ecológica, que este novo modelo esteja a serviço da VIDA.

c) Que se realize uma auditoria da dívida pública, conforme exigência de nossa Constituição. Essa dívida e os juros afastam os países das possibilidades viáveis da sua economia, e os cidadãos do seu real poder de compra. Oportuno ler este parágrafo da carta do papa Francisco: “Uma reforma financeira que tivesse em conta a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitude por parte dos dirigentes políticos, a quem exorto a enfrentar este desafio com determinação e clarividência, sem esquecer naturalmente a especificidade de cada contexto. O dinheiro

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deve servir, e não governar! O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética própria ao ser humano” (A alegria do Evangelho, parágrafo 58).

d) Que sejam os megaprojetos em execução que estão destruindo o habitat dos povos indígenas, quilombolas, das populações ribeirinhas e o meio ambiente. Aos futuros megaprojetos sejam feitas amplas consultas (plebiscitos) à população.

e) Que o próximo governo assuma compromisso de investir nas energias renováveis, principalmente na energia solar, caminhando assim para acabar com o uso de energias prejudiciais ao meio ambiente e perigosa para a vida.

f) Que realize de fato a Reforma Agrária, prometida e até o momento não realizada, reforma estrutural necessária para acabar com a concentração de terras (poder). Hoje 1% dos proprietários detém mais de 50% das terras cultiváveis do país. Que a reforma consiga democratizar o uso da terra para quem nela produz para atender ao mercado interno, diminuindo assim a desigualdade e a fome.

g) Que promova a Reforma Urbana, com cidades para as pessoas e não para carros. Que a mobilidade seja feita garantindo transportes públicos decentes para todos. Que se promovam projetos para acabar com a poluição sonora, ar, estresse e excesso de engarrafamentos.

h) Que se democratizem os meios de comunicação, seja quebrado o atual oligopólio que favorece a um pequeno grupo que vê nos meios de comunicação uma maneira de enriquecer e não de informar a sociedade e respeitar seus direitos.

i) Que se universalizem os Direitos Humanos, políticos, civis, econômicos, sociais, culturais, religiosos e ambientais. Que sejam garantidos, independente de ser uma pessoa pobre ou rica, um bom sistema de saúde, de educação, de transporte, de saneamento básico e de segurança pública.

j) Que sejam valorizados trabalhadores e trabalhadoras promovendo a redução da jornada de trabalho, sem redução do salário, permitindo ampliar a garantia de emprego.

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k) Que haja ética na Política, especialmente por aqueles que pretendem se dedicar ao serviço da sociedade, do bem comum, do serviço público. “Dos agentes políticos em cargos executivos exige-se a conduta ética [....]. Dos agentes políticos, no parlamento, deva-se esperar uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”. Após a partilha, a animadora ou animador encaminha a conclusão do encontro.

5- Gesto concreto.

Reflexão para casa: 1. Como nos colocamos diante das palavras do Papa Francisco?2. O Estado que temos é de todos e para todos?3. Qual o papel do governo estadual e dos senadores?

6- Benção final

Dirigente: Que o Deus da vida, como deu forças para Jesus anunciar o Reino de Deus, esteja conosco ao longo desta semana. O Senhor esteja conosco para sermos construtoras e construtores do Reino. Que nos esforcemos a agir com inteligência e entendimento, com os dons do Espírito Santo. Ele que é o Deus da ternura e do amor derrame sobre nós as suas bênçãos.

Todos/as: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Canto final : Cálix Bento.

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Ó Deus salve o oratórioÓ Deus salve o oratórioOnde Deus fez a moradaOiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiáOnde mora o calix bentoOnde mora o calix bentoE a hóstia consagradaÓiá, meu Deus, e a hóstia consagrada, oiá

De Jessé nasceu a varaDe Jessé nasceu a varaE da vara nasceu a florOiá, meu Deus, da vara nasceu a flor, oiáE da flor nasceu MariaE da flor nasceu MariaDe Maria o SalvadorOiá, meu Deus, de Maria o Salvador, oiá

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TERCEIRO ENCONTRO

Agir

Tema: Agir na busca do Brasil que queremos Personagens: Jesus indica o que fazer: ser fermento na massaTexto: Mateus 13,31-33Palavras-chaves: Missão, atuação no mundo, busca os sinais do Reino,imitadores de Jesus Cristo.Perspectiva: Compreender que todo homem e toda mulher são sujeitos da construção de um mundo melhor. A força do voto está no ato de acompanhar e propor ações para uma sociedade mais justa e solidária. “O fermento foi misturado com a farinha, e tudo ficou fermentado”.

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1- Preparar o ambiente

· Colocar no centro a Bíblia, vela, flores e um quadro do Santo Padroeiro da família ou da comunidade. Providenciar a carta do papa Francisco “

2- Acolhida

Dirigente: Motivação para a oração de abertura:

Leitora ou leitor 1:

Leitora ou leitor 2:

Dirigente: Com as palavras de Jesus e de nossos bispos, vamos iniciar nosso encontro de hoje, cantando: Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo estamos aqui.....

3- Motivando a conversa de hoje

Leitora ou leitor

Alegria do Evangelho”. Espalhar pelo ambiente revistas, jornais com notícias sobre a política, a realidade da cidade etc.

“Indo e vindo, trevas e luz/ Tudo é graça, Deus nos conduz”.

“Nem todo aquele que diz: 'Senhor, Senhor!' entrará no Reino dos Céus, mas aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7, 21)

“Os católicos versados em política, e devidamente firmes na fé e na doutrina cristã, não recusem cargos públicos se puderem com uma digna administração prover o bem comum e ao mesmo tempo abrir caminho para o Evangelho” (Apostolicam Actuositatem, AA 14).

Dirigente: Em nosso primeiro encontro, procuramos identificar o mundo em que vivemos, com suas luzes e trevas, com as conquistas e avanços, mas também as mazelas e os grandes problemas presentes em nosso País, nosso Estado, nosso Município e nosso Bairro. No nosso segundo encontro, fomos buscar motivos para julgar essa realidade a partir de nossa Fé, à Luz da Bíblia e dos Documentos da Igreja.

1: Hoje queremos nos comprometer com a ação necessária para transformar a nossa realidade, para sermos fermento na massa!!!!

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Leitora ou leitor

4- Inspiração de uma leitura bíblica

Leitora ou leitor 1

Leitora ou leitor 2

Leitora ou leitor 3

2: E temos um grande desafio: as eleições 2014! E esse desafio é importante não apenas porque presidente, deputados, senadores e governadores influenciam diretamente em nossas vidas mas porque está em jogo também o projeto político, social e econômico para o Brasil.

Leitor ou leitora 3: A grande pergunta que devemos fazer é: Que projeto de Brasil nos temos? Que projeto? Para responder a essas perguntas, temos que pensar o que queremos mudar. Para responder a essas perguntas, temos que pensar o que queremos mudar. Como fazer?

· preparando-nos para as eleições de modo crítico· discutindo em grupo, em comunidade· refletindo sobre como contribuir para as mudanças· debatendo com os candidatos e questionando-os· conhecendo as propostas em disputa.

Dirigente: Vale a pena perceber o modo de atuar de Jesus. Hoje, vamos ler e meditar uma outra parábola, jeito especial de Jesus se comunicar.

Leitora: evangelho de Mateus 13,31-33

: Grão e fermento são duas imagens que concretizam a catequese de Jesus sobre o Reino de Deus plantado no coração da história humana.

: Jesus apresenta dois personagens: homem e mulher. Não fala de sacerdotes, reis, políticos. Nada. Somente um homem que lança a semente e uma mulher que põe fermento na massa.

: A semente de mostarda mostra a força do anúncio. Precisamos reconhecer a força do Reino no início das pequenas coisas. Esta semente já tem a força que irá levar para o futuro feliz, segundo a vontade de Pai.

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Leitora ou leitor 1

Leitora ou leitor 3

Leitora ou leitor

Leitora ou leitor 2: Não podemos esquecer da necessidade de se constituir e aperfeiçoar instrumentos de participação democrática no

: A parábola do fermento revela o contraste: pouco fermento e grande quantidade de massa. O anuncio do reino atua discretamente na história, mas é possuidor de um poder de transformação incalculável. As discípulas e discípulos são portadores dessa força transformadora.Dirigente: Penso que podemos entoar um canto, antes de continuar nossa conversa sobre o Agir. (Escolha de uma canção conhecida do grupo)

5- Pistas para o Agir

Dirigente: Mas o cristão não pode jamais aceitar que sua participação como cidadão se resuma ao momento do voto! Como cristãos, devemos nos ocupar de todo e qualquer espaço que permita contribuir na construção de outra política. Nosso horizonte deve ir além das eleições. É a construção de uma sociedade mais justa.

: Vejamos o que nos diz sobre isso o papa Francisco:“O grande risco do mundo atual, com a múltipla e avassaladora oferta de consumo, é a tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada” (Alegria do Evangelho, n.2).

6- Em busca de uma ação que seja coletiva

1: As transformações que necessitamos só podem ser realizadas se nossa ação acontecer de forma organizada, em conjunto com outros homens e mulheres que anseiam pela construção de uma sociedade justa, de um novo Estado, de uma verdadeira democracia, de um país onde a política seja efetivamente um serviço ao bem comum.

Dirigente: Este momento que antecede as eleições é muito propício para promover debates com os candidatos(as) para que possam apresentar suas propostas e, a partir daí,analisarmos as condições de ocupar o cargo, se entendem ou não do que vão fazer e, acima de tudo, a motivação do(a) candidato(a) que deseja pleitear um cargo.

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Município, no Estado e no País. A participação deve ser permanente, e não apenas na época das eleições. Temos que exigir e construir instrumentos permanentes de participação democrática. Vejamos o que disseram nossos bispos: “A democracia representativa não esgota todas as formas de vivência democrática. Outras ações devem ser acrescentadas, para que o povo possa exercer plenamente o seu ser político”.

7- Reforma política urgente

Dirigente: As manifestações de junho e julho, no ano passado, jogaram muita luz sobre os problemas do sistema político brasileiro. Os bispos, profeticamente já chamavam atenção para este assunto no Documento 91, onde conclamavam toda a sociedade a trabalhar por uma Reforma política do Estado com a participação de todos. Em um dos temas, nos lembravam: “A causa fundamental da corrupção em nosso país está no financiamento das campanhas eleitorais e dos partidos políticos por empresas privadas, bancos empreiteiras e grandes empresas”.

Leitora ou leitor 1: Aqueles que são eleitos – governos ou parlamentares – terminam por levar à frente as políticas que os financiadores querem e não aquelas que são reivindicadas pelos eleitores. O financiamento empresarial privado vem corrompendo governos e parlamentares que se tornam servidores dos interesses dessas empresas. Por isso, a proibição do financiamento de campanha por empresas privadas e substituí-lo por financiamento público é a providência mais urgente para acabar com a corrupção.

Cristãos e cristãs: há muito que fazer!

Dirigente: Ouçamos o que disse há muito tempo o papa Paulo VI: “É tarefa própria do fiel leigo anunciar o Evangelho comum exemplar

testemunho de vida, radicado em Cristo e vivido nas realidades temporais: família, compromisso profissional no âmbito do trabalho, da cultura, da ciência e da pesquisa; exercício das responsabilidades sociais, econômicas, políticas.Todas as realidades humanas seculares, pessoais e sociais, ambientes e situações históricas, estruturas e instituições, são o lugar próprio do

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viver e do agir dos cristãos leigos”.

Leitor ou leitora 1: O período eleitoral deve ser um momento especial à participação dos cristãos, de quem se espera uma atuação consciente no processo decisório sobre aqueles que conduzirão a coisa pública.

Leitor ou leitora 2: Para além das urnas, deve-se proceder ao rigoroso acompanhamento do trabalho dos eleitos. E tudo isso exige cuidado na preparação ao exercício do poder, que, leigos e leigas devem assumir, especialmente quando são chamados a tais encargos pela confiança dos cidadãos.

8- Cidadania como prática pastoral

Dirigente: Por isso, nossa tarefa é avançar no sentido de criar grupos e espaços permanentes, com a consolidação de práticas pastorais condizentes, ou seja, uma prática contínua e consolidada, como a Pastoral e a Escola de Fé e Política Diocesanas.

Dirigente: Antes do término do nosso encontro de hoje, gostaria de destacar algumas ações já organizadas pelas comunidades católicas e outras entidades:

10- Orientações para uma ação pastoral de conjunto permanente:

1. Formação dos cristãos e cristãs para que assumam como sujeitos políticos junto aos demais e que tenham uma prática cidadã;

2. Reflexão e estudo que levem à elaboração de materiais formativos e informativos no que diz respeito à prática da cidadania, aos acontecimentos do momento, principalmente no âmbito do município;

3. Formação e participação de Comissões de Acompanhamento do Legislativo ou do Executivo, bem como nos conselhos de cidadania anteriormente citados;

4. Divulgação da prática da democracia participativa no município, seus avanços e seus problemas;

5. Informação sobre as práticas dos agentes políticos;6. Apoio e acompanhamento dos eleitos.

9- Gesto concreto.

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11- Para saber, se inteirar e participar:

Leitor ou leitora 1: A Coalização pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, promovida por mais de noventa movimentos sociais, pastorais e entidades da sociedade civil (entre as quais a CNBB e a OAB), apresentou em 2013 um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para o qual estão sendo coletadas um milhão e meio de assinaturas. O projeto contempla os seguintes itens:

1. Afastamento do poder econômico das eleições;2. Adoção do sistema eleitoral em dois turnos: primeiro, o voto dado ao

partido (valorizando os seus projetos de governo); segundo, o voto nos candidatos de uma lista formada democraticamente;

3. Valorização da alternância de gênero nas listas dos/as candidatos/as;4. Favorecimento do uso dos mecanismos de democracia direta, através da

regulamentação do artigo 14 da nossa Constituição: Projeto de Lei de Iniciativa Popular, Referendos e Plebiscitos.

Leitor ou leitora 2: Outra iniciativa foi tomada: vários movimentos sociais e entidades da sociedade civil se articularam para organizar um Plebiscito popular, tendo como tema a aprovação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva para elaborar a Reforma Política.

12- Benção final

Dirigente: Que o Deus da vida, como deu forças para Jesus anunciar o Reino de Deus, esteja conosco ao longo de nossas atividades. O Senhor esteja conosco nos trabalhos, nos estudos, nas atividades familiares, nas viagens. Ele que é o Deus da ternura e do amor derrame sobre nós as suas bênçãos.

13- Canto: Pelas estradas da vida

a

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Pelas estradas da vida,nunca sozinhos estás, contigopelo caminho Santa Maria vai.

Ó vem conosco, vem caminharSanta Maria vem! (bis)

Mesmo que digam os homens:“tu nada podes mudar!” Luta porum mundo novo, de unidade e paz

Se pelo mundo os homens, semconhecer-se vão, não negues nuncaa tua mão, a quem te encontrar.

Se parecer tua vida inútilcaminhar, lembra que abrescaminho, outros te seguirão.

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Celebração de encerramento

Um Novo Mundo, uma Nova Sociedade

Acolhida e saudação inicial (espontânea). Pode-se entoar um canto, também. Ex.: O Profeta (“Tenho que gritar, tenho que arriscar, ai de mim se não o faço...”) ou outro, conhecido do Grupo ou da Comunidade.

Um grito a favor da vida

A – Prezados irmãos e irmãs, com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo, podemos e queremos contemplar o mundo, a história, a nossa sociedade brasileira com todos os nossos limites e as nossas conquistas.

T – Fomos criados para viver a liberdade gloriosa de filhos e filhas de Deus.

L1 – Conhecer Jesus Cristo pela fé é nossa alegria, segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos escolher e nos chamar.

T – Deus conta com cada um de nós para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

L2 – Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus e nosso Salvador, chegue a todos os homens e mulheres preocupados com o presente e o futuro de nosso país.

T – Buscamos um novo Mundo, uma nova Sociedade!

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L1 – Desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo mestre e Senhor, chegue a todos os que estão se preparando para votar nessas Eleições.

T– Com muita disposição, queremos seguir o apelo do Evangelho e a orientação da Igreja.

Palavra de Deus

A – O desconhecimento e o não cumprimento de nossos deveres políticos é uma forma de omissão. A comunhão com Cristo é garantia de vida e nosso interesse por eleições mais conscientes e responsáveis nos leva a uma maior comunhão com nossos irmãos nesse momento da vida de nosso país.

T – A palavra de Deus é palavra de vida e salvação.

Canto de acolhida da Palavra

L1 – Evangelho de Jesus Cristo narrado por São João (10, 7-15).Palavra da Salvação.

T – Glória a vós, Senhor.

Reflexão

A – Acabamos de ouvir Jesus dizer:

T – “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”.

L1 – O anúncio do Evangelho é sempre uma renovação do gesto criador de Deus que nos criou para a vida em abundância, a

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vida plena. Mas ainda vemos em nosso país muitos sinais de sofrimento e morte e, diante disso, não podemos ficar indiferentes e insensíveis, não podemos nos calar.

T – “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor (...) quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge...”

L2 – “... a política implica numa enorme responsabilidade. Da ação de cada político vai depender a sorte de muitas pessoas para melhorar suas condições de vida ou não”. (...) “... o compromisso político é uma expressão qualificada e exigente do compromisso cristão a serviço da vida...”

T – Somos responsáveis uns pelos outros e pelo destino de nosso país.

L1 – “A busca do bem comum; o exercício do poder como serviço ao outro; a busca da justiça com uma atenção particular para com as situações de desigualdade, de pobreza e sofrimento; a urgência de repensar a economia.”

T – A falta de responsabilidade política é uma negação da fraternidade e leva a erros que prejudicam milhões de pessoas em nosso país.

L2 – “As eleições deste ano de 2014 são importantes não só porque Presidente, Deputados, Senadores e Governadores têm uma incidência muito grande na vida da população, mas porque está em jogo também o projeto político, social e econômico para o Brasil.”

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T – Para as eleições de outubro devemos nos mobilizar para que esse projeto possa envolver e comprometer mais os candidatos(as) e os eleitores(as).

L1 – “Desta forma, temos que pensar o que queremos mudar: preparando-nos para as eleições de modo crítico; discutindo em grupo, em comunidade; refletindo sobre como contribuir para as mudanças; debatendo com os candidatos e questionando-os; conhecendo as propostas em disputa.”

T – “O cristão deve ocupar todo e qualquer espaço que lhe permita, pautado por sua fé e esperança, contribuir na construção de outra política, firmada nos valores éticos de promoção e defesa da vida”.

Partilhando a vida

A – Vamos partilhar o que cada um de nós espera que Deus ajude a transformar, ou melhorar, nessas Eleições que se aproximam.

O caminho de conversão

A – Ficamos escandalizados quando vemos os muitos casos de corrupção, de descaso público e outros que assolam o nosso país, atingindo milhões de cidadãos e cidadãs, sobretudo trabalhadores, enfermos, idosos, mulheres, jovens, e crianças.

T – A luz do Evangelho ainda não dissipou todas as trevas do mau comportamento político brasileiro.

L1 – “Só podemos conseguir as necessárias transformações se a nossa ação acontecer de forma organizada, em conjunto com outros homens e mulheres que, sentindo as mesmas angústias

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frente à situação presente, anseiam pela construção de uma sociedade justa, de um novo Estado, de uma verdadeira democracia, de um país onde a política seja efetivamente um serviço ao bem comum.”

T – O caminho da conversão é feito de uma escolha renovada a cada dia e a cada eleição.

L2 – “Mas não basta o voto. Devemos ter a consciência de que – embora o voto constitua um momento privilegiado de participação cidadã numa democracia representativa – está longe de encerrar a responsabilidade cristã. Para além das urnas, deve-se proceder ao rigoroso acompanhamento do trabalho dos eleitos.”

T – “Acomodar-se não condiz com o batismo cristão. Ao contrário, a Igreja propõe que seus filhos cresçam na fé e se insiram no mundo, transformando-o corajosamente”. (Papa Francisco)Final

(Lembrar os nomes dos candidatos católicos que já estão atuando e os que vão disputar as próximas eleições, rezando por eles e pelas eleições. De acordo com o momento, aconselha-se expor o Santíssimo Sacramento e fazer um momento de adoração). Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai...

(Cântico final e abraço da paz)

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O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não

ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos

políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do

feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do

remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e

estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe

o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a

prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os

bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto

e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Bertolt Brecht