cartilha geraÇÃo prateada

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CARTILHA GERAÇÃO PRATEADA

CARTILHA GERAÇÃO PRATEADA

1ª edição

Rio de Janeiro - RJ

2021

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE TRABALHO E RENDA - SETRAB/RJ COORDENADORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

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CARTILHA GERAÇÃO PRATEADA

CLÁUDIO CASTRO GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PAULO TEIXEIRA SECRETÁRIO DE ESTADO DE TRABALHO E RENDA

JÚLIO SARAIVA SUBSECRETÁRIO EXECUTIVO

NÉLIO GEORGINI COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE TRABALHO E RENDA - SETRAB/RJ COORDENADORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

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CARTILHA GERAÇÃO PRATEADA

©2021 SETRAB/RJ Proibida a duplicação ou a reprodução deste volume, total ou parcialmente, por quaisquer meios, sem a autorização expressa da SETRAB/RJ. Informações e Contato: SETRAB/RJ – Secretaria de Estado de Trabalho e Renda Avenida Erasmo Braga, nº 118, 2º andar, Centro, Rio de Janeiro-RJ, CEP: 20020-000 Telefone: 21 2332-9999 Site: http://www.rj.gov.br/secretaria/Default.aspx?sec=TRABALHO E-mail: [email protected] Coordenadoria de Projetos Especiais: - Nélio Georgini – Coordenador - Elenice Meneses - Rafael Gomes - Sandra Baptista Colaboradores: - Antônio Leitão: Gerente Institucional do Instituto de Longevidade MAG - Daniele Chapelen: advogada previdencialista - Fernanda Prado: especialista em direito e processo do trabalho pelo IBMEC e presidente de Comissão Nacional de Direitos Sociais, Diversidade e Inclusão da Associação Brasileira de Advogados (ABA) - Heloísa Barbosa Brum: advogada em Direito do Consumidor, Mediação e Conciliação - Thaís de Siqueira Campos: advogada imobiliária e trabalhista, membro da Comissão de Estudos de Direito e Processo do Trabalho da OAB/RJ e membro da Comissão Nacional de Direitos Sociais, Diversidade e Inclusão da Associação Brasileira de Advogados (ABA) - - Projeto Gráfico e Diagramação: Revisão Ortográfica:

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CARTILHA GERAÇÃO PRATEADA

Sumário 1. APRESENTAÇÃO .................................................................. 8

2. GERAÇÃO PRATEADA E TRABALHO .......................... 10

2.1. Descontruindo os mitos do trabalho .................................... 10

2.2. Benefícios na Contratação do Trabalhador Idoso ................ 12

2.3. Geração Prateada, Direito e Processo do Trabalho ............. 13

2.3.1. Garantia ao Trabalho ......................................................... 13

2.3.2. Procedimentos para Admissão........................................... 15

2.3.3. Vale Transporte ................................................................. 17

2.3.4. Direitos do Idoso aposentado ............................................ 18

2.3.4.1. Pecúlio ............................................................................... 20

2.3.4.2. Desaposentação ................................................................. 21

2.3.4.3. Não cumulatividade da aposentadoria ............................... 21

2.3.4.4. Salário-Família .................................................................. 22

2.3.4.5. Reabilitação Profissional ................................................... 22

2.3.4.6. Plano de Saúde Empresarial .............................................. 23

2.3.5. FGTS e multa rescisória do empregado aposentado ............. 24

2.3.5. Estabilidade provisória no emprego ................................ 26

2.3.7. Como reconhecer que está sendo vítima de assédio moral no

trabalho? .......................................................................................... 28

3. GERAÇÃO PRATEADA E EMPREENDEDORISMO .... 30

4. GERAÇÃO PRATEADA E QUALIDADE DE VIDA ....... 33

4.1. Envelhecimento Saudável.................................................... 33

5. GERAÇÃO PRATEADA E ECONOMIA DA

LONGEVIDADE ............................................................................... 38

5.1. Oportunidade de Negócios: produtos e serviços para o

público 60+ ..................................................................................... 38

6. CONSIDERAÇÃO FINAL ................................................... 39

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7. SERVIÇOS IMPORTANTES .............................................. 40

7.1. Telefones Úteis .................................................................... 40

7.2. Sites ..................................................................................... 41

8. GLOSSÁRIO ......................................................................... 42

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................. 45

ANEXO ............................................................................................... 49

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“O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. ”

Estatuto do Idoso, Art. 26 (2003)

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“O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social...”

(Estatuto do Idoso, art. 8°)

1. APRESENTAÇÃO

Nos últimos anos o estado do Rio de Janeiro vivencia um acelerado crescimento da Geração Prateada (população com idade igual ou superior a 60 anos), o que é uma grande conquista. Entretanto, é preciso assegurar a essa geração o direito de envelhecer com qualidade de vida, autonomia e independência.

Para isto, se faz necessário proporcionar oportunidades também no mundo do trabalho, reafirmando o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente o Objetivo 8 - ''Trabalho Decente e Crescimento Econômico'', que pretende "promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos''.

Objetivando contribuir com a Geração de Emprego e Renda, bem com a saúde e bem-estar da população 60+, a Secretaria de Estado de Trabalho e Renda, por meio da Coordenadoria de Projetos Especiais, elaborou esta cartilha informativa de linguagem clara e acessível, que traz informações sobre direitos trabalhistas e também promoção à saúde, podendo ser utilizada por empregadores, trabalhadores, familiares entre outros.

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O conteúdo da cartilha "Geração Prateada" foi elaborado tendo como referência a Lei Federal nº 10.741 de 01 de outubro de 2003 e suas atualizações, lei também denominada de Estatuto do Idoso.

Assim, acredita-se que com as atenções necessárias é possível combinar longevidade, saúde e trabalho, uma tríade desejada por muitos.

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2. GERAÇÃO PRATEADA E TRABALHO

O aumento da expectativa de vida somado à disposição de manter-se ativo e a necessidade de complementar a renda são alguns motivos para a população 60+ continuar a trabalhar.

Outro fator relevante e decisivo é a pessoa 60+ ser provedor de sua família - responsável pelo sustento familiar. O Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que em mais de 17 milhões de famílias no Brasil o provedor é um idoso, isto representa 24,89% dos lares ou quase ¼.

2.1. Descontruindo os mitos do trabalho

Os desafios da população 60+ no mundo do trabalho não são diferentes de outros desafios que envolvem o envelhecer. No entanto, o ageismo e a discriminação, com certeza, são as maiores barreiras a serem trabalhadas e descontruídas.

Por outro lado, cabe também ao Primeiro, Segundo e Terceiro Setor colaborarem para desmitificar o trabalho da pessoa idosa e encontrar uma forma de valorizar profissionalmente o ser humano, independente de sua idade.

Sem contar que todos devem se despir dos próprios mitos em relação à idade, e acreditar que sempre haverá um tempo para recomeçar, mesmo que para isso tenha que se reinventar.

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A pessoa 60+ colabora com a sociedade com sua experiência e sabedoria. É necessário desmitificar os mitos para extinguir as representações negativas, discriminatórias e preconceituosas do envelhecimento.

O idoso é esquecido.

É possível que com o avançar da idade, possa se ter um pequeno déficit de atenção. No entanto, não significa que terá perda de memória. É fundamental cuidar da mente, tanto quanto do corpo.

O envelhecimento desacelera a produtividade. A produtividade depende fundamentalmente de dois

fatores: saúde e conhecimento. Se a pessoa tiver esses fatores, seja em qual for a idade, será produtiva.

O indivíduo idoso não é capaz de aprender coisas novas.

Sabemos que o cérebro possui uma enorme plasticidade quer permite a contínua incorporação de novos conteúdos ao longo de toda a vida.

Quanto mais memorizamos, mais consumimos a capacidade intelectual. É necessário economizar memorizamos só o que for importante.

A memorização favorece o desenvolvimento de habilidades específicas. A preocupação em economizar a memória não se justifica.

DESMITIFCANDO OS MITOS

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2.2. Benefícios na Contratação do Trabalhador Idoso

Experiência profissional somada a experiência de vida

Comprometimento, dedicação e valorização de seu emprego

Contribuição para o desenvolvimento econômico e social

Contribuição para uma vida justa e igualitária

Comprometimento com a responsabilidade social

Contribuição para a qualidade de vida da pessoa 60+

Contribuição na implementação de políticas públicas estruturantes e inclusivas pelo estado do Rio de Janeiro

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2.3. Geração Prateada, Direito e Processo do Trabalho

A necessidade de uma renda adicional, a ocupação do tempo livre, o desejo de reinserção e a falta de profissionais capacitados para determinadas áreas faz com que muitos cidadãos com idade igual ou superior a 60 anos permaneçam por mais tempo inseridos no mercado de trabalho.

Muitas empresas têm valorizado a Geração Prateada pela sua experiência, maturidade, sabedoria, comportamento, gentileza, paciência, responsabilidade e capacidade de solucionar problemas.

Aquelas que ainda não se beneficiaram dessa mão de obra, precisam se adaptar a esse tipo de empregado, que é muito experiente e pode agregar valor ao negócio, mas também tem suas especificidades que merecem atenção para que a relação trabalhista seja uma experiência benéfica para ambos.

A Geração Prateada, composta por homens e mulheres acima de 60 anos, tem sido cada vez mais valorizada, capacitada e absorvida pelo mercado de trabalho em decorrência da tendência atual e global do envelhecimento populacional e seus reflexos. Entende-se a importância de analisar o ordenamento jurídico pátrio e as reflexões doutrinárias relacionadas ao direito do idoso ao trabalho, para constituí-lo em um direito fundamental que tenha por base as normas jurídicas vigentes.

2.3.1. Garantia ao Trabalho A Constituição da República Federativa do Brasil (1988)

tem como escopo garantir a qualquer cidadão trabalhador,

independente de idade, raça, religião, cor, sexo, entre outras,

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a dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho, a

livre iniciativa, a construção de uma sociedade livre, justa e

igualitária, bem como a prevalência dos direitos humanos.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741 de 2003), além de definir

que o idoso é a pessoa que possui idade igual ou superior a 60

anos, também corrobora com os mesmos ideais da

Constituição Federal quando menciona que o trabalho é um

direito social a que todo cidadão faz jus.

O direito ao exercício da atividade profissional é um

direito do cidadão, inclusive o idoso, sendo respeitadas as suas

condições físicas, intelectuais e psíquicas (Estatuto do Idoso –

art. 26), visto que o idoso poderá, eventualmente, apresentar

limitações físicas que deverão ser observadas no ato da

contratação.

O art. 7º da Constituição Federal prevê os direitos dos

trabalhadores urbanos e rurais com o objetivo de proporcionar

melhorias na sua condição social.

E, desta forma, por inexistir discriminação em razão da

idade, todos os direitos dos trabalhadores estão bem definidos

e detalhados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A sociedade precisa ter uma visão macro da economia,

como uma grande engrenagem em que o trabalhador com 30

anos ou 60 anos de idade seja umas das peças mais

importantes para a empresa, pois sem ele a mesma não avança

e sem a empresa a sociedade também não progride. E, diante

disso, a Constituição Federal e posteriormente o Estatuto do

Idoso, enxergam o trabalhador como cidadão único, que deve

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ter seus direitos respeitados, tamanha sua importância em

aspecto geral.

Portanto, a cultura precisa ser desmitificada e a

economia fomentada, inclusive pensando no setor

consumerista. Conclui-se que quanto mais oportunidades de

emprego os maiores de 60 anos tiverem, por mais tempo a

economia do país ficará aquecida. E com isso todos ganham,

tanto os idosos que estarão ativos no mercado de trabalho, os

empresários com a lucratividade e a sociedade como um todo.

2.3.2. Procedimentos para Admissão

A Lei 10.741 de 2003 (Estatuto do Idoso), no seu art. 26, expõe expressamente que ao idoso será garantido o direito ao exercício da atividade profissional, respeitadas as suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. O profissional idoso poderá apresentar limitações e essas

devem ser respeitadas pela empresa no ato da contratação e na alocação da vaga, não podendo o empregador exigir esforços maiores que seus limites.

Porém, o fato da lei determinar que o empregador observe essas limitações, não permite que o procedimento de admissão de empregados idosos seja diferenciado dos demais, sendo necessário, portanto, que estes recebam o mesmo tratamento nos processos de seleção.

O artigo 27 do Estatuto do Idoso prevê que no processo de admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é

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proibida a discriminação e a indicação de limite máximo de idade, inclusive, para concursos públicos, a não ser em casos que a natureza do cargo assim exigir.

Além disso, em casos de concurso público, o critério de desempate será sempre a idade, dando-se preferência ao candidato com idade mais elevada.

Desta forma, na forma o Art. 28 do referido estatuto, cabe ao poder público criar e fomentar programas sociais em favor do idoso voltados para a sua profissionalização incentivando sempre a sua inserção no trabalho formal promovendo as seguintes ações:

I) profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;

II) preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania; e

III) estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

É importante lembrar que a Constituição Federal traz como fundamentos a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho.

Negar ao trabalhador, que atingiu determinada idade, o direito de ser admitido ou de continuar trabalhando é negar o reconhecimento dos princípios fundamentais eleitos pela Constituição que são: a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho.

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2.3.3. Vale Transporte

O Estatuto do idoso e a CLT são omissos quanto a obrigatoriedade do pagamento do vale-transporte ao trabalhador idoso maior de 65 anos. Isto porque, aos trabalhadores maiores de 65 anos é assegurada

a utilização gratuita dos transportes coletivos públicos, urbanos e semiurbanos, conforme previsão do art.39 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003).

Já na contratação dos idosos de idade igual ou superior a 60 anos até o limite de 64 anos, conforme art. 1º da lei n° 10.741/2003 não há diferenciação, seguindo a regra geral da obrigatoriedade do pagamento do vale-transporte, regulamentada pelo Decreto Federal n° 95.247/87.

O empregador só é obrigado a realizar o pagamento do vale-transporte ao idoso, quando este se enquadrar na situação supramencionada, ou seja, se tiver idade igual ou superior a 60 anos até o limite de 64 anos e a necessidade de utilizar o vale-transporte para o seu deslocamento até o local de trabalho.

Diante disso, as empresas serão desoneradas do pagamento do vale-transporte ao realizarem a contratação dos idosos com idade igual ou superior a 65 anos. Ou seja, terão uma folha de pagamento mais enxuta no tocante às rubricas e consequentemente o capital da empresa será preservado nesse sentido.

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Para os que ainda não completaram 65 anos, o vale-transporte poderá ser concedido sem qualquer impedimento, assim como qualquer funcionário contratado sob o regime da CLT.

Por outro lado, também não poderá o empregado que já possui direito à gratuidade, receber o valor dos vales-transportes, pois trata-se de uso indevido considerado falta grave, passível de justa causa, conforme artigo 482, alínea “a” da CLT.

Como a legislação carece de fundamentos com relação a esse ponto, orientamos que o sindicato da categoria seja consultado, a fim de verificar se existe norma em Convenção Coletiva nesse sentido; ou ainda, que a Secretaria do Trabalho de sua região seja consultada, a fim de verificar qual o entendimento predominante.1

2.3.4. Direitos do Idoso aposentado

É importante esclarecer que não há diferença na forma do recolhimento da contribuição previdenciária do empregado idoso, porém é necessário pontuar alguns detalhes. O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é o órgão do Ministério da Economia criado

com o propósito de gerenciar, organizar e instrumentalizar o reconhecimento de direitos da Previdência Social, os direitos previdenciários.

1 Disponível em: https://www.afbras.org.br/?p=5194, acesso em 22 abr. 2021.

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Para fazer jus aos direitos previdenciários, é necessário contribuir com o sistema, mantendo a qualidade de segurado, seja na condição de segurado obrigatório ou facultativo.

A contribuição para INSS possui dois efeitos: I. Possibilitar o reconhecimento da concessão de uma

aposentadoria; II. Como é um seguro, visa proteger o contribuinte ou

seu dependente de eventual ocorrência dos riscos sociais, isto é, oferece ao contribuinte ou ao seu dependente, a possibilidade de recebimento de valores no caso de ocorrência de morte, doenças, acidentes, prisão, entre outros.

O artigo 18 da Lei 8.213/91 (Lei de Benefício da Previdência Social) elenca quais são os benefícios previdenciários existentes para os segurados (aposentadorias, auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-família, salário-maternidade), para os dependentes (pensão por morte e auxílio reclusão), para o segurado e dependente (reabilitação profissional).

A concessão de aposentadoria não é causa de extinção do contrato de trabalho, se o empregado permanecer prestando serviços ao empregador após se aposentar, conforme entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho na Orientação Jurisprudencial 361 da SBDI-I do TST.

Diante disso, o idoso aposentado ou não, que esteja inserido no mercado de trabalho, auferindo renda decorrente do exercício do seu labor, seja na condição de empregado ou empreendedor (contribuinte individual), ele é considerado segurado obrigatório e, portanto, deve contribuir com o INSS, por força do artigo 12 da Lei 8.212/91 (Lei de Benefício da Previdência Social), exceto o aposentado por invalidez. Essas contribuições serão utilizadas apenas para custeio da Seguridade Social, e não para o aumento de seu benefício.

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Contudo, os efeitos jurídicos das contribuições previdenciárias dos aposentados, após sua aposentadoria, são diferentes, pois não estão cobertos quanto a todos os riscos sociais, estes já elencados no parágrafo acima.

Isto porque, o artigo 18, §2º da Lei 8.213/91 dispõe que “o aposentado pelo Regime geral da previdência social (RGPS)” que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício de sua atividade, exceto salário-família e reabilitação profissional, quando empregado”. Isso significa que, apesar de o aposentado ter a obrigação de contribuir com o sistema, não existe contrapartida quanto aos riscos sociais.

2.3.4.1. Pecúlio

A Lei n.º 6.243 de 1975 criou o “pecúlio” que era a possibilidade de o aposentado reaver, em cota única, as contribuições recolhidas ao INSS, após a sua aposentadoria. O tema estava previsto no artigo 81 da Lei de Benefício da Previdência Social, e consistia na devolução das

contribuições recolhidas por quem, aposentado por idade, tempo de serviço ou por invalidez, voltasse a exercer atividade abrangida pelo INSS.

Essa permissão foi revogada pelas Lei 8.870/1994 (para as pessoas aposentadas por idade ou tempo de contribuição antes de 15/04/1994), e pela Lei 9.129/1995 (para as pessoas aposentadas por invalidez).

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2.3.4.2. Desaposentação

A tese da “Desaposentação” visava o aproveitamento das contribuições previdenciárias posteriores a aposentadoria para a concessão de uma nova aposentadoria. Em 2016, Supremo Tribunal

Federal firmou entendimento sobre o tema através dos Recursos Extraordinários nº 661.256 e 827.833, fixando a seguinte tese:

“No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à ‘desaposentação’, sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8213/91”. Desta forma, as contribuições descontadas nos salários

de empregados aposentados ou posteriores a concessão da aposentadoria, não podem ser aproveitadas para concessão de revisão de aposentadoria, ou nova aposentadoria; e não é possível a devolução dos valores pagos.

2.3.4.3. Não cumulatividade da aposentadoria

Importante destacar também que, além de o aposentado não poder utilizar das contribuições recolhidas ao INSS em favor de nova aposentadoria, também está impedido de acumular a sua

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aposentadoria com outros benefícios previdenciários, como: I - aposentadoria e auxílio-doença; II - mais de uma aposentadoria; III - aposentadoria e abono de permanência em serviço;

conforme disposto no artigo 12ª da Lei 8.213/91. No entanto, há uma exceção prevista que é quando as

aposentadorias forem concedidas em regimes previdenciários diferentes, por exemplo, é possível acumular uma aposentadoria concedida pelo INSS (Regime Próprio) com uma aposentadoria concedida pelo Estado (Regime Próprio), caso preenchidos requisitos legais em ambos os regimes.

2.3.4.4. Salário-Família

O salário-família está previsto no artigo 201, inciso IV da Constituição Federal. O aposentado de baixa renda, caso tenham mais de 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher, e que possuam filhos menores de 14 anos ou inválidos (sem

limite de idade), tem direito ao salário-família. O valor do benefício dependerá do número de

dependentes e o critério de baixa renda é definido através de Portarias Ministeriais anuais.

2.3.4.5. Reabilitação Profissional

A reabilitação profissional está prevista no artigo 89 da Lei 8.2133/91 (Lei de Benefício da Previdência Social), e é garantido ao aposentado na forma do artigo 90 da mesma Lei.

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O benefício consiste em oferecer ao aposentado da ativa, que ficar impedido de realizar atividades por incapacidade total ou parcial para o trabalho, meios de reeducação e de readaptação profissional e social para participar do mercado de trabalho, através da concessão de recursos materiais necessários a reabilitação profissional, como: próteses, órteses, instrumentos de auxílio de locomoção, entre outros previstos no parágrafo único do artigo 89 da Lei 8.213/91.

2.3.4.6. Plano de Saúde Empresarial

O aposentado com vínculo empregatício que possua plano de saúde fornecido pela empresa na modalidade de “coparticipação”, isso é, parte custeada pela empresa e parte pelo empregado, tem o direito de manter o convênio depois que se aposenta. Entretanto, o empregado

aposentado deverá arcar com o valor integral. Porém, se o empregador paga integralmente o seu

plano de saúde e o beneficiário só assume o pagamento do plano de seus dependentes e/ou o pagamento de coparticipação, ou franquia quando utiliza os serviços (consultas, exames, cirurgias), o aposentado não tem direito a manter o plano de saúde.

É permitido ao aposentado permanecer vinculado ao plano de saúde do ex-empregador. No que se refere a tempo de permanência permitido após a aposentadoria, dependerá do tempo em que o aposentado se manteve vinculado ao

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plano, isso é, se por período superior ou inferior a 10 anos. Vejamos:

I - Aposentado que contribuiu para o plano de saúde por período inferior a 10 anos – poderá permanecer no plano por um ano para cada ano de contribuição, desde que a empresa empregadora continue a oferecer esse benefício aos seus empregados ativos e que não seja admitido em novo emprego. II - Ex-Empregado demitido ou exonerado sem justa causa – a manutenção no plano será correspondente a 1/3 (um terço) do tempo de permanência em que tenha contribuído para o plano, com um mínimo assegurado de seis e um máximo de 24 meses.2 III – Se o aposentado possuir 10 anos na empresa ou mais, poderá permanecer no plano indefinidamente, desde que não seja admitido em novo emprego, enquanto a empresa mantiver o plano de saúde para os empregados ativos.

2.3.5. FGTS e multa rescisória do empregado aposentado

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, previsto no art. 15 da Lei 8.036/1990, deve ser recolhido normalmente por todos os empregadores em todo dia 7 de cada mês no valor relativo a 8% da remuneração

2 Disponível em:

http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_ por_assunto/cartilha_aposentadosedemitidos.pdf. Acesso em 22.abr.2021

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em conta vinculada, inclusive do empregado idoso ou aposentado.

Se o empregado idoso já for aposentado, de acordo com o § 1° do artigo 35 do Decreto n° 99.684/90, a conta vinculada poderá será movimentada ao final do contrato de trabalho, sem nenhum impedimento em caso de dispensa sem justa causa ou a pedido.

No caso de empregado que se aposentou e continuou trabalhando na mesma empresa, poderá movimentar sua conta vinculada mensalmente, conforme previsão do inciso III do artigo 20 da lei n° 8.036/90.

O recolhimento do FGTS do empregado idoso que também é aposentado, em nada difere do recolhimento de outros empregados, inclusive nos casos de rescisão sem justa causa em que o empregador deverá pagar a multa de 40% do FGTS.

Os tribunais trabalhistas, inclusive, entendem que a concessão de aposentadoria especial pelo INSS não extingue automaticamente o contrato de trabalho.

A aposentadoria espontânea não configura causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação (aposentadoria), assim entende o Tribunal Superior do Trabalho – TST através da Orientação Jurisprudencial 361 da SDI-1.

Há que se destacar que não se justifica a demissão por justa causa no caso de empregado que já conseguiu o benefício previdenciário, sendo que tal concessão não impede que este empregado continue trabalhando.

A dispensa do empregado aposentado segue a regra geral da CLT, como o pagamento de aviso prévio, 13º salário

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proporcional, férias proporcionais, FGTS e multa de 40% e horas extras.

Todos os direitos trabalhistas devidos ao trabalhador menor de 60 anos, também são devidos ao trabalhador idoso ou aposentado, nos casos de dispensa imotivada.

E, na ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.

Cabe ao empregador realizar a solicitação de Saque, quando há rescisão de contrato, bem como comunicar o ocorrido à Caixa, por meio do Conectividade Social.

Por fim, cumpre observar que, mesmo que o empregado já tenha sacado uma parte desses valores depositados na conta vinculada, ainda assim, será necessário calcular a multa, sobre o valor total que deveria estar lá depositado.

2.3.5. Estabilidade provisória no emprego

O trabalhador idoso, por essa condição, não possui estabilidade no emprego; porém, cabe esclarecer que, se o idoso estiver empregado e em vias de se aposentar por tempo de contribuição, especial ou por idade, é interessante verificar se a norma coletiva aplicada à

sua categoria adota o precedente normativo n° 85 do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Tal precedente garante a estabilidade do trabalhador por 12 meses antes da aposentadoria voluntária, desde que ele trabalhe na empresa há pelo menos 5 anos.

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Porém, apenas esta condição não assegura ao empregado, por si só, a estabilidade pré-aposentadoria, sendo imprescindível a comprovação da existência de norma coletiva aplicável no âmbito da empresa.

Se houver fechamento da empresa por motivo de força maior, o empregado estável dispensado sem justa causa tem garantida a indenização paga em dobro.

E, ainda, se o empregado for membro de Sindicato, também há a previsão de estabilidade.

A estabilidade não se aplica a cargos de diretoria, gerência ou cargo de confiança. É assegurado, ao empregado com estabilidade que perder sua função gratificada, a reversão ao cargo efetivo que haja anteriormente ocupado.

O pedido de demissão do empregado estável, seja ele idoso ou não, só terá validade se for feito com a assistência do respectivo Sindicato, assim determina o art.500 da CLT. Caso não haja Sindicato na região, a autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho local poderá assisti-lo, dando a assistência necessária.

Destaca-se que o empregado bancário possui estabilidade desde que conte com dois ou mais anos de serviços prestados ao mesmo estabelecimento, assim prevê a CLT no seu art. 919 em consonância com o art. 15 do DECRETO N. 24.615 – de 9 de julho de 1934.

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2.3.7. Como reconhecer que está sendo vítima de assédio moral no trabalho?

O assédio moral é o conjunto de comportamentos que expõem o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho de forma repetitiva, de modo a ofender sua honra, sua vida privada ou sua imagem, como dispõe o artigo 5º, X, da Constituição Federal.

Neste passo, o assédio moral sofrido pelo empregado idoso no âmbito da relação de emprego, ocorre tanto na figura do empregador que age de forma ilícita quanto de seus prepostos que assim procedem, ainda que sem o seu conhecimento. Assim, não havendo dúvida quanto à sua responsabilidade pela reparação do prejuízo.

O trabalhador idoso irá perceber que está sendo vítima do ageísmo no ambiente de trabalho, ou seja, o preconceito pelo fator idade, quando perceber que está sofrendo uma sequência de atos abusivos de natureza psicológica que inclusive pode atentar contra a sua ordem psíquica com a finalidade de exclusão.

O assédio moral contra o idoso pode ocorrer mediante brincadeiras repetidas e piadas disfarçadas de falas discriminatórias no ambiente de trabalho, fazendo menção à sua faixa etária, como por exemplo: “velho deveria estar em casa e não trabalhando; as pessoas mais velhas são todas iguais, teimosas mesmo; elas possuem saúde debilitada por isso não deveriam estar aqui; os idosos são frágeis, não

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aguentam a nossa rotina; os mais velhos nada têm a contribuir, pararam no tempo; está gagá mesmo, fica repetindo toda hora a mesma coisa”.

O ageísmo ainda é um mal muito latente nos dias de hoje. E advém de estereótipos que fazem parte da construção da sociedade, como os preconceitos referem-se à saúde, a capacidade e empenho, idade, fragilidade entre outros. Os preconceitos precisam ser combatidos para serem enfrentados.

Ressalta-se que a empresa, ao contratar um trabalhador idoso, não atrai para si mais uma responsabilidade, pois a obrigação de fiscalizar os atos praticados pelos seus prepostos sempre existiu com o objetivo de evitar a prática de preconceito contra qualquer empregado, assim evitando um passivo trabalhista.

É importante que as empresas busquem se informar sobre o tema, fazendo difundir as cartilhas de boas práticas, como instrumento de prevenção ao assédio moral em relação ao trabalhador idoso.

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3. GERAÇÃO PRATEADA E EMPREENDEDORISMO

Empreender é uma possibilidade na trajetória produtiva da população 60+ como uma alternativa para uma vida mais ativa dedicando-se a algo estimulante conectada ao mercado e a outras pessoas com foco na realização pessoal, profissional e financeira.

A busca pelo equilíbrio entre essa tríade é fundamental. Pois é necessário pensar a realização pessoal como um ideal de vida, a realização profissional como algo que promove prazer no dia-a-dia e a realização financeira o resultado satisfatório do esforço empreendido. Essas realizações estão conectadas umas às outras.

Incentivar o empreendedorismo é importante para manter a população idosa dentro da economia produtiva, sem contar que ganha cada vez mais espaço entre os idosos. Nunca é tarde para empreender.

Sabendo que o futuro empreendedor pode necessitar de estímulo para começar, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE criou um roteiro para seguir e iniciar bem o novo negócio. Confira os seis passos para ter sucesso na abertura do seu empreendimento:

1. Saiba que negócio abrir Você quer se tornar um empreendedor, mas não sabe por

onde começar ou que negócio abrir? Então, confira os menus Ideias de Negócios e Tipos e Ramos. Confira sugestões de como ganhar dinheiro, descubra o que é preciso ter para montar um negócio e veja como o Sebrae classifica e apoia a atividade escolhida.

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2. Veja se você tem perfil Para tornar um negócio realidade, é preciso ter perfil

empreendedor, conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócios. Clicando, você aprenderá a fazer o documento, que serve como um mapa para sua empresa chegar ao sucesso.

3. Reúna informações sobre o negócio Em seguida, você precisa coletar informações para dar

subsídio consistente à criação da empresa, pesquisando dados sobre:

Mercado Finanças Marketing Localização do empreendimento

Para isso, saiba detalhadamente quais informações obter e como fazer o levantamento.

4. Organize-se A quarta iniciativa é organizar as informações coletadas. Ao

conhecer o mercado você conseguirá construir o plano de negócios e definir estratégias para posicionar corretamente a sua empreitada.

5. Como obter crédito Para obter crédito, você pode precisar de dicas de gestão

de dinheiro e de como conseguir auxílios financeiros para as suas necessidades profissionais. Você terá auxílio com os seguintes tópicos:

Fornecedores e os prazos de pagamento. Financiamentos e análise das necessidades. Renegocie o pagamento de empréstimos.

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Qual o melhor financiamento para o seu negócio. Que garantias a empresa deve apresentar para

obter crédito.

6. Coloque a mão na massa A última etapa é registrar o negócio e torná-lo realidade.

Saiba o que é necessário para formalizar o empreendimento. Nessa página você encontrará informações e dicas sobre como registrar marcas e patentes e os seguintes materiais:

Um guia prático para o registro de empresas Dicas e procedimentos para a formalização do nome

da empresa Um passo a passo para entender as diferentes

constituições de empresas e outras formas de atuação

Curso EAD Sebrae Iniciando um Pequeno e Grande Negócio.

Fonte: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/6-passos-para-iniciar-bem-o-seu-novo negocio,a28b5e24d0905410VgnVCM2000003c74010aRCRD

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4. GERAÇÃO PRATEADA E QUALIDADE DE VIDA Para se ter uma boa qualidade de vida é importante

desenvolver atitudes de autocuidado durante toda a existência, por meio das mudanças de hábitos e adoção de novos padrões de comportamento.

“Muitas pessoas pensam em estimulação apenas como exercícios físicos: caminhadas, corrida, natação, esteiras, bicicletas, alongamento. A maioria só faz exercícios fortalecer os músculos, para melhor condicionar as articulações, como se cuidar da saúde fosse apenas preocupar-se com o físico. Pouco se fala em estimular a inteligência, a memória, a capacidade de aprendizagem, os relacionamentos, os pensamentos, a autoestima, enfim, os aspectos da esfera socioemocional” (Zimerman -2000).

Para a autora, “... estimular é criar uma postura de busca constante, de realizar atividades, de sentir-se alguém, para com isso, ser parte integrante e ativa de seu grupo. É incentivar a busca de satisfação nas realizações do dia-a-dia, a fim de ampliar o mundo interno e externo, tornando-se satisfeito, ajustado, valorizado e integrado, para que não seja um peso para si, para sua família e para a sociedade. ”

4.1. Envelhecimento Saudável

É fundamental a adoção de hábitos que tenham como objetivo melhorar a qualidade de vida. Ou seja, realizar atividades que possuem um caráter multidimensional em relação a questões de saúde, trabalho e lazer. Pensar no envelhecimento como uma experiência positiva é pensar em uma vida mais longa acompanhada de Qualidade de Vida.

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Para ter uma boa qualidade de vida é preciso possuir saúde física e mental e um estilo de vida equilibrado. A qualidade de vida colabora para evitar o presenteísmo e o absenteísmo no caso daqueles que se encontram no mercado de trabalho, sem contar que melhora a autoestima.

Atividade física

A prática de atividade física orientada contribui para o envelhecimento saudável, colaborando diretamente para a qualidade de vida, diminuindo e retardando as perdas funcionais, mantendo a pessoa ativa. Dicas: · Yoga . Caminhada · Corrida . Dança . Exercícios respiratórios · Natação · Hidroginástica · Modalidades esportivas · Musculação . Ginástica · Pilates . Outros

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Atividade Mental

O cérebro necessita de estímulo durante toda a vida para o seu bom funcionamento. Com o processo de envelhecimento o cérebro vivencia perdas. Entretanto, estas perdas podem ser compensadas pelas experiências vividas e as atividades desenvolvidas diariamente. Algumas atividades podem contribuir para a conservação da memória, fortalecimento das habilidades e, sobretudo, para manter a mente ativa. Dicas: . Ouvir música · Cantar . Leitura · Palavras cruzadas · Trabalhos manuais · Jogos quebra-cabeça e tabuleiro · Outros

Alimentação Alimentação saudável é de suma importância em todas as fases da vida do ser humano, desde o nascimento até a terceira idade. O cuidado é fundamental para a saúde. Porém, à medida que a pessoa envelhece ocorrem alterações

fisiológicas que interferem diretamente nos hábitos alimentares, como a diminuição na sensação de gosto e do cheiro. Assim, a alimentação do idoso deve ser balanceada para

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proporcionar um estado nutricional adequado. Vale lembrar que é preciso considerar as necessidades alimentares especiais, valorizar e respeitar as características culturais e regionais, bem como, a situação socioeconômica da pessoa.

Vacinação

A vacinação é uma das medidas de proteção e prevenção mais importantes para a Geração Prateada, pois reduz os adoecimentos e mortes e, sobretudo, contribui para a melhoria na qualidade vida e oportuniza a longevidade saudável.

Sexualidade

O processo de envelhecimento traz consigo diversas transformações. Em relação à sexualidade não é diferente, entretanto, existem crenças em relação a sexualidade da pessoa idosa que culturalmente negam ao idoso o direito de expressá-la e vivê-la com segurança e plenitude.

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Lazer

O lazer para a população 60+ tem um papel fundamental de estimular a socialização, o compartilhar de experiências e o aprendizado, além de melhorar a autoestima,

contribuir para diminuição de quadros depressivos, entre outros.

Trabalho

Em relação a discussão que surge a partir dos temas Envelhecimento e Trabalho verifica-se que, apesar do trabalho exercer um papel inegavelmente positivo na vida dos trabalhadores, torna-se necessário pensá-lo como mais uma alternativa de se “produzir vida”.

O trabalho é fonte de renda, satisfação pessoal e também é importante para a manutenção da qualidade de vida. Benefícios do trabalho para a pessoa 60+:

Vida ativa Melhora do relacionamento interpessoal Mais facilidade de manter a rotina Sentimento de maior propósito Melhora cognitiva Ajuda a trabalhar a concentração Melhora da autoestima

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5. GERAÇÃO PRATEADA E ECONOMIA DA LONGEVIDADE

A Economia Prateada ou da Longevidade é a soma de toda atividade econômica promovida pelas necessidades das pessoas com 60 anos ou mais.

Estima-se que a Economia Prateada seja a terceira maior atividade econômica do mundo, uma indústria que movimenta no Brasil 1,8 trilhões de reais por ano.

5.1. Oportunidade de Negócios: produtos e serviços para o público 60+

Em decorrência do aumento da expectativa de vida e a disposição do idoso em continuar ativo na vida pessoal e profissional, as empresas que miram a própria longevidade devem buscar produtos e serviços alinhados a faixa etária da Geração Prateada e aos seus anseios.

Lembrando que esse público tem criado novas demandas de produtos e serviços em setores que vão muito além de saúde, seguros e cuidados. Portanto, as empresas e negócios devem se adaptar e apostar neste mercado promissor.

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6. CONSIDERAÇÃO FINAL Que essa cartilha possa contribuir para uma melhor compreensão sobre o processo de envelhecimento e desmitificar a visão negativa construída sobre o idoso. É esperado que políticas públicas direcionadas ao público mais velho possam ser criadas e reformuladas, não se limitando apenas a garantias de cuidados à saúde. Mas de integração e reinserção do idoso na sociedade e no mercado de trabalho.

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7. SERVIÇOS IMPORTANTES

7.1. Telefones Úteis

o Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Idosa do Rio de Janeiro: (21) 2334-5678

o Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro – Núcleo Especial de Atendimento à Pessoa Idosa (NEAPI): 2332 – 6338

o Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa de Terceira

Idade (DEAPTI): (21) 2333-9260

o Promotorias de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa Portadora de Deficiência - RJ (denúncias de abusos e maus-tratos): (21) 2550-9050 – Ouvidoria: 127

o Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Nacional – Seção Rio de Janeiro: (21) 2235-0038

o UNATI - Universidade Aberta da Terceira Idade: (21) 2334-0168

o DETRAN/RJ: (21) 3460-4040

o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS: 135

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7.2. Sites

Estatuto do Idoso: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm

www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br http://www.unatiuerj.com.br/iphone.html https://www.saude.rj.gov.br/atividade-na-terceira-idade/

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8. GLOSSÁRIO

o Absenteísmo – ausência do trabalhador ao seu posto de trabalho, seja em razão de faltas, seja em decorrência de atrasos ou saídas antecipadas do serviço e é, atualmente, um dos principais problemas enfrentados pelas organizações.

o Ageísmo – visão negativa, aversão e preconceito social contra determinadas idades, em especial com os idosos.

o Autonomia – habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas próprias regras e preferências.

o Discriminação – ato de diferenciar, de dar tratamento diferente, é a ausência de igualdade ou a manifestação das preferências, causando cisões sociais entre os indivíduos.

o Expectativa de Vida Saudável – uma expressão geralmente usada como sinônimo de “expectativa de vida sem incapacidades físicas”.

o Inclusivo – termo utilizado para designar toda e

qualquer política de inserção de pessoas ou grupos excluídos na sociedade.

o Independência – entendida como a habilidade de

executar funções relacionadas à vida diária – isto é, a

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capacidade de viver independentemente na comunidade com alguma ou nenhuma ajuda de outros.

o Longevidade – designação de vida prolongada, longa ou duradoura. Significa ter uma vida longa e saudável.

o Presenteísmo – configura uma forma de ausência em que o trabalhador se apresenta a seu posto de trabalho, mas é incapaz de se dedicar completamente às suas tarefas. Ou seja, o indivíduo está fisicamente presente, mas a mente não está.

o Qualidade de Vida – percepção que o indivíduo tem de

sua posição na vida. É um conceito amplo que incorpora de maneira complexa a saúde física, o estado psicológico, o nível de dependência, as relações sociais, as crenças e a relação com características proeminentes no ambiente. À medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência.

o Primeiro Setor – relativo ao poder público. Fazem parte deste grande bloco as administrações públicas distritais, municipais, estaduais e federal. Ou seja, prefeituras e suas secretarias, os governos e suas secretarias e o Governo Federal e seus ministérios. Também entram aqui autarquias e equipamentos públicos.

o Segundo Setor – formado por empresas privadas.

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o Terceiro Setor – organizações de iniciativa privada, sem fins lucrativos que atuam desenvolvendo serviços de caráter público, em prol do atendimento dos direitos básicos da cidadania.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso em: 2 abr. 2021. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL - ONU BR. 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/>. Acesso em: 2 abr. 2021 MPPR. DIREITOS DO IDOSO. Disponível em: https://idoso.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=66. Acesso em: 21 abr.2021 SEDOLA, Leticia. Garantias Constitucionais dos Trabalhadores. Disponível em: https://bit.ly/3velg8b. Acesso em 21 abr.2021. BRASIL. LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências. BRASIL. DECRETO Nº 99.684, DE 8 DE NOVEMBRO DE 1990. (Vide Recurso extraordinário nº 522897): Consolida as normas regulamentares do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d99684.htm. Acesso em: 22 abr.2021

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SARAIVA, Renato; LINHARES, Aryanna; SOUTO, Rafael Tonassi. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT COMPLETA. 26.ª edição, Revista e atualizada. Salvador: ed. JusPodium, 2020. BRASIL. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT e normas correlatas. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. BRASIL. DECRETO Nº 24.615 – de 9 de julho de 1934. Cria o instituto de aposentadoria e pensões dos bancários. TST, PRECEDENTE Nº 85. GARANTIA DE EMPREGO. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. Disponível em: https://www3.tst.jus.br/jurisprudência/PN_com_indice/PN_ completo.html#Tema_PN85 . Acesso em: 22 abr.2021. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-jun-28/reflexoes-trabalhistas-assedio-moral-trabalho-responsabilidade-empregador. Acesso em: 22 abr.2021 Disponível em: https://sbgg.org.br/etarismo-o-preconceito-contra-os-idosos/ Acesso em: 22 abr.2021 Disponível em: https://hoje.unisul.br/como-reconhecer-os-indicios-do-assedio-moral/ Acessado em 22 abr.2021 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 2010 SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em:

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<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/6-passos-para-iniciar-bem-o-seu-novo negocio,a28b5e24d0905410VgnVCM2000003c74010aRCRD>. Acesso em: 28abr.2021 RIO DE JANEIRO, Estado do. Secretaria de Saúde. Atividade na Terceira Idade. Disponível em: https://www.saude.rj.gov.br/atividade-na-terceira-idade/ Acesso em: 16 abr.2021

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ANEXO

Carta de Indianarae Siqueira* (2021):

“A importância do estado investir em parcerias que possam promover a inclusão das pessoas de 60+ se faz necessário pois estamos cada vez tendo uma expectativa de vida pra além dos 70 anos onde as pessoas estão ativas e com um preconceito existente no mercado de trabalho que parece que a medida que vc vai envelhecendo vai perdendo vitalidade adoecendo o que hoje não é verdade e com isso a experiência dessas pessoas é perdida e não vira algo que possa ser complementar com as novidades que os jovens trazem. Então nesse sentido quem perde é a sociedade.

Mas pra além disso se fomentarmos e incentivarmos que as pessoas com 60 + que queiram continuar trabalhando possam desempenhar suas funções geramos também uma economia aquecida pois estas pessoas também são consumidores que poderão inclusive estar hoje usando produtos que no futuro serão melhores adaptados pras próximas gerações de 60+.

É um benefício em cascata pro futuro. Pra um futuro de 60+ com cada vez mais qualidade de vida para todes.

Indianarae Siqueira Presidente do Grupo Transrevolução, Coordenadore do

Fórum TT RJ, Rede Brasileira de Prostitutas, PreparaNem, CasaNem e FIST"