cartilha do empreendedor...

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O QUE É UMA INCUBADORA?

Conforme a definição dada pela Anprotec, entidade que apoia os processos de incubação em todo o Brasil, um incubadora é:

"Uma entidade que tem por objetivo oferecer suporte a empreendedores para que eles possam desenvolver ideias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso".

O PROCESSO DE SELEÇÃO

Assim, pessoas que têm projetos inovadores se candidatam a serem acolhidas por incubadoras. Algumas entidades oferecem seminários de pré-incubação para orientar os candidatos sobre como devem apresentar seus projetos. Em geral, uma comissão decide quais projetos serão incubados. A escolha é feita pelos critérios de grau de inovação e viabilidade de cada projeto.

Uma vez dentro da incubadora, o empreendedor passa a contar com infraestrutura material, capacitação, consultoria, assessoria e suporte gerencial. Os técnicos da incubadora orientam os empreendedores sobre aspectos administrativos, comerciais, financeiros e jurídicos, entre outras questões essenciais ao desenvolvimento de uma empresa ou projeto inovador.

TIPOS DE INCUBADORA

Existem diversos tipos de incubadoras: as de base tecnológica (abrigam empreendimentos que realizam uso de tecnologias); as tradicionais (dão suporte a empresas de setores tradicionais da economia); as mistas (que aceitam tanto empreendimentos de

1 O QUE É A INCUBADORA CULTURAL E COMO FUNCIONA

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base tecnológica, quanto de setores tradicionais) e as sociais (que têm como público-alvo cooperativas e associações populares).

BENEFÍCIOS DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO

Ao oferecer suporte efetivo aos empreendedores, as incubadoras possibilitam que os seus empreendimentos tenham muito mais chances de sucesso.

Além de condições favoráveis de infraestrutura operacional e de capacitação dos empreendedores, as empresas incubadas – que ficam em um espaço onde há vários empreendimentos inovadores do mesmo porte – contam com inúmeras conexões, que favorecem o crescimento do negócio e o acesso ao mercado. No caso das empresas de base tecnológica, os empreendedores têm, ainda, oportunidade de acesso a universidades e instituições de Pesquisa e Desenvolvimento, com as quais muitas incubadoras mantêm vínculo. Isso ajuda a reduzir custos e riscos do processo de inovação, pois permite o acesso a laboratórios e equipamentos que exigiriam investimento elevado.

De acordo com dados de um estudo realizado em 2011 pela Anprotec e pelo Ministério de C i ê n c i a , Te c n o l o g i a e Inovação (MCTI), lançado em 2012 , o Bras i l t em 384 incubadoras em operação, que abrigam 2.640 empresas, gerando 16.394 postos de trabalho. Essas incubadoras também já graduaram 2.509 empreendimentos, que hoje faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas.

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COMO UMA EMPRESA PODE INGRESSAR EM UMA INCUBADORA?

Para ingressar em uma incubadora, a empresa precisa passar por um processo seletivo. As regras de seleção variam de acordo com cada incubadora, mas pode-se dizer que o pré-requisito mais importante é a inovação. De acordo com o estudo realizado em 2011 pela Anprotec, em parceria com o MCTI, 98% das empresas incubadas inovam, sendo que 15% em nível internacional, 55% em âmbito nacional e 28% localmente.

O QUE É UMA EMPRESA INCUBADA?

É um empreendimento que está passando pelo processo de incubação, isto é, que está abrigada por uma incubadora e recebendo suporte para o desenvolvimento de seu projeto inovador. A empresa pode ser incubada residente (quando ocupa um espaço dentro do prédio da incubadora) ou incubada não residente (caso em que tem sua própria sede, mas recebe suporte da incubadora por meio de uma intranet e também consultorias presenciais quando necessário, que são previamente agendadas).

O tempo médio de incubação de uma empresa é de três anos. Esse prazo, no entanto, varia de acordo com as características do empreendimento. Empresas da área de Tecnologia da Informação e Comunicação tendem a ficar menos tempo incubadas do que empreendimentos do setor de Biotecnologia, que podem ficar incubados por até cinco anos. O importante é que o empreendimento, ao se graduar, ao final do processo de incubação, esteja de fato preparado para ser vitorioso no mercado. Durante o processo de incubação, as incubadoras realizam acompanhamentos periódicos para avaliar o nível de desenvolvimento das empresas.

O QUE É UMA EMPRESA GRADUADA?

É uma empresa que passou pelo processo de incubação, ou seja, que recebeu suporte de uma incubadora e já possui competências

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suficientes para se desenvolver sozinha no mercado. A empresa, depois de graduada, pode continuar sendo associada à incubadora, mas não pode mais residir no espaço físico da instituição.

O QUE É UMA INCUBADORA CULTURAL?

É uma entidade que se dedica a dar suporte a projetos culturais inovadores. As Incubadoras Culturais tradicionais abrigam empresas de natureza cultural. A Incubadora do PAC – Pró-Apoio Comunitário, organização não governamental que idealizou esta cartilha, não incuba empresas, mas sim projetos culturais, que são desenvolvidos por indivíduos, que podem ser pessoas físicas que estejam na informalidade dentro do mercado de trabalho ou que pertençam a alguma pessoa jurídica, com ou sem fins lucrativos.

O QUE É PROJETO CULTURAL?

Um projeto é considerado cultural quando está vinculado a uma área ou segmento beneficiado por uma lei de incentivo à cultura. No caso da Lei Rouanet, mecanismo federal de incentivo fiscal à cultura, as áreas, segmentos e modalidades culturais são assim definidas:

LEI ROUANET

Artes Cênicas

Teatro - Dança - Circo - Ópera - Mímica - Congêneres

Artes Integradas

Quando o projeto envolver mais de uma área, por exemplo: um festival de arte e cultura, ou oficinas de música e artes plásticas,

estará classificado como Artes Integradas

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Artes Visuais

Artes Plásticas - Artes Gráficas - Filatelia - Gravura - Cartazes - Fotografia - Exposição - Exposição Itinerante

Audiovisual

Longa, Média e Curta-Metragem - Vídeo - CD-ROM - Rádio - TV - Infraestrutura Técnica - Distribuição - Exibição - Eventos -

Multimídia

Humanidades

Edição de Livros - Obras de Referência - Acervo Bibliográfico - Biblioteca - Arquivo - Periódicos - História - Filosofia - Evento

Literário

Música

Música em Geral - Música Erudita - Música Instrumental

Artes Cênicas

Teatro - Dança - Circo - Ópera - Mímica - Congêneres

Artes Integradas

Quando o projeto envolver mais de uma área, por exemplo: um festival de arte e cultura, ou oficinas de música e artes plásticas,

estará classificado como Artes Integradas

Patrimônio Cultural

Histórico - Arquitetônico - Arqueológico - Ecológico - Museu - Acervo - Acervo Museológico - Cultura Indígena - Cultura Afro-

Brasileira - Artesanato - Folclore

Rádios e TVs Educativas e Culturais

Programas de Rádio - Programas de TV (Somente para emissoras de caráter não-comercial)

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Ÿ Acervo bibliográfico Ÿ Acervo museológico Ÿ Aquisição de

equipamentos cênicos Ÿ Aquisição de

equipamentos instrumentais musicais

Ÿ Bolsas Ÿ Canto coral Ÿ Capacitação de artistas e

técnicos Ÿ Catalogação Ÿ Catálogos Ÿ Circulação Ÿ Concertos Ÿ Concurso Ÿ Construção Ÿ Dicionários Ÿ Edição de partituras Ÿ Emenda Ÿ Enciclopédia/Atlas Ÿ Estudos e pesquisas Ÿ Fascículos / encartes /

cadernos Ÿ Feiras Ÿ Festival Ÿ Formação infanto juvenil Ÿ Formação de platéia Ÿ Gravação de CD Ÿ Guias / agendas Ÿ História /Ciências SociaisŸ Jornais Ÿ Literatura geral Ÿ Montagem

Ÿ Mostra Ÿ Multimídia Ÿ Oficina / curso / workshopŸ Orquestras brasileirasŸ Orquestras estrangeirasŸ Patrimônio paisagístico

natural Ÿ Plano anual de atividadesŸ Prêmio Ÿ Preservação de livros /

documentos Ÿ Promoção da LeituraŸ Promoção de intercâmbioŸ Promoção de leitura em

biblioteca Ÿ Reforma e modernização

de espaços Ÿ Reforma / ampliação /

adaptação Ÿ Regional / FolcloreŸ Restauração Ÿ Revistas Ÿ Seminários Ÿ Show de música Ÿ Técnico paradidáticoŸ Técnico artístico Ÿ Tratamento de acervo

As MODALIDADES previstas pela Lei Rouanet são as seguintes:

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No caso da Lei do ICMS/RJ, lei de incentivo fiscal à cultural em vigor no Estado do Rio de Janeiro, as áreas e segmentos culturais são assim definidos:

I. Artes cênicas: teatro, performance, dança, circo, ópera e afins;

II. Artes integradas: no caso do projeto cultural envolver mais de uma área artística;

III. Artes visuais: arte gráfica, arte pública e intervenção urbana, fotografia, vídeo e performance, novas mídias e afins;

IV. Audiovisual: filme de ficção, animação e documentário, filme de longa-metragem e curta-metragem, telefilme e série para cinema, televisão, internet, celular ou outras mídias, conteúdo multiplataforma, jogos eletrônicos e afins;

V. Equipamentos culturais: centros culturais, cinemas, cineclubes, cinematecas, bibliotecas, museus, arquivos, espaços de preservação e educação em cultura, e formação e conservação de acervos, inclusive digitais e afins;

VI. Culturas populares; arte popular, folclore, artesanato e afins;

VII. Diversidade cultural: projetos de políticas afirmativas, grupos étnicos da cultura fluminense e programas de acessibilidade cultural para portadores de necessidades especiais e afins;

VIII. Informação e documentação: formação cultural presencial e à distância, programas de rádio, revistas impressas e eletrônicas, sítios eletrônicos, portais e afins;

IX. Literatura: ficção, poesia, biografia, antologia, compilação, literatura popular, quadrinhos e afins;

X. Música: popular, de concerto, urbana, eletrônica, novas mídias e afins;

XI. Patrimônio cultural material e imaterial: marcos naturais, parques e jardins históricos e afins;

XII. Gastronomia: festivais, publicações e afins;

XIII. Moda e Design.

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Observação: é importante constatar que, no caso da Lei do ICMS/RJ, áreas como Arte Pública e I n t e r v e n ç ã o U r b a n a , N o v a s M í d i a s , Equipamentos Culturais, Diversidade Cultural, Informação e Documentação, Gastronomia, Moda e Design são consideradas áreas culturais, o que não acontece no caso da Lei Rouanet. Por estarem apoiados pela Lei Estadual, a Incubadora Cultural também acolhe projetos dessas áreas.

No caso da Lei do ISS/RJ, lei de incentivo fiscal à cultura em vigor no Município do Rio de Janeiro, as áreas e segmentos culturais são assim definidos:

Artes Visuais / Artesanato / Audiovisual / Bibliotecas / Centros Culturais / Cinema / Circo / Dança / Design / Folclore / Fotografia / Literatura / Moda / Museus / Música / Multiplataforma / Teatro / Transmídia / Preservação e restauração do patrimônio natural, material e imaterial, assim classificados pelos órgãos competentes

Observação: no caso desta lei de incentivo à cultura, são consideradas culturais as áreas de Multiplataforma, Transmídia e Centros Culturais, o que não acontece no caso dos outros dois mecanismos de incentivo. E por isso a Incubadora Cultural também acolhe projetos dessas áreas apoiadas pela Lei do ISS-RJ.

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4 Seleção de 120Projetos Culturais43 Comissão

de Seleção31 Seminário de Pré-inscrição

Formulário de inscrição2

O QUE É A INCUBADORA CULTURAL CRIADA PELA ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL PAC – PRÓ-APOIO COMUNITÁRIO?

Trata-se de um tipo especial de incubadora, patrocinada pela PETROBRAS e que não abriga empresas, mas, como já foi mencionado anteriormente, apóia o desenvolvimento de projetos culturais. Os responsáveis pelos projetos não precisam estar à frente de uma pessoa jurídica durante todo o processo de incubação. Porém, ao final do ciclo de desenvolvimento do projeto, quem estiver na informalidade é estimulado a criar uma pessoa jurídica de natureza cultural. Conforme a natureza de seu projeto, o responsável será orientado para se tornar um MEI – Microempreendedor Individual, ou para criar uma empresa de produção cultural, uma empresa de prestação de serviços, ou uma ONG ou Cooperativa. Ao final desta cartilha, haverá informações mais detalhadas sobre este tema.

COMO É POSSÍVEL INSCREVER UM PROJETO NA INCUBADORA CULTURAL?

No começo de cada ano, são abertas as inscrições, que podem ser feitas por telefone, pela internet ou presencialmente. Em seguida, o candidato ao processo de incubação deverá apresentar seu projeto para avaliação do Coletivo de Professores e Consultores da Incubadora. Somente os projetos aprovados, que devem, sempre, ter um grau de inovação, poderão ser beneficiados pelo Processo de Incubação. A inscrição é gratuita e todos os cursos e consultorias ofertados pela Incubadora Cultural também são gratuitos, uma vez que se trata de uma iniciativa apoiada pela Área de Responsabilidade Social e Ambiental da PETROBRAS.

Confira abaixo como se realiza o processo de inscrição dos candidatos ao processo de incubação e como é feita a escolha dos projetos que serão apoiados efetivamente pela Incubadora:

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COMO FUNCIONA O PROCESSO DE INCUBAÇÃO?

Tem a duração de um ano e se desenvolve através de etapas consecutivas de capacitação dos incubados. No total, são seis etapas, constituídas por módulos de capacitação, caracterizando, ao final do processo, um ciclo completo de desenvolvimento do projeto cultural. As seis etapas são as seguintes:

Na etapa de Idealização, o incubado trabalha os principais conceitos e objetivos do seu projeto, de modo que possa estruturá-lo de maneira mais consistente na etapa seguinte, que é de Concepção. Com base nas informações e conhecimentos estratégicos transmitidos pelos professores, o incubado ingressa na etapa de Desenvolvimento do seu projeto, que significa mais detalhamento, montagem de orçamento, refino de metodologias, cortes e acréscimos ao conteúdo, entre outras providências ligadas ao aperfeiçoamento da sua proposta. A etapa seguinte é a da Maturação, que envolve a finalização estrutural do projeto e a busca das melhores formas de viabilizá-lo no mercado.

Cada etapa tem a duração de dois meses. Os incubados assumem o compromisso de cursar todas as disciplinas que fazem parte de cada módulo de capacitação. Essas disciplinas são as seguintes:

ETAPA DE IDEALIZAÇÃO

Disciplinas:

Ÿ Projetos CulturaisŸ Cultura e Patrimônio no BrasilŸ Metodologia de PesquisaŸ Informática I

1 Idealização

6 Acompanhamento Pós-Incubação

3 Desenvolvimento2Concepção

4Maturação 5 Desincubação

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Ao final de cada disciplina, os incubados assumem o compromisso de realizar um trabalho de conclusão indicado pelo professor ou professora, que deverá ser aprovado para que o incubado possa passar à etapa seguinte de capacitação.Os incubados têm direito a solicitar consultorias presenciais de cada professor, para tirar dúvidas e obter as orientações necessárias para desenvolver seu projeto.

Cada etapa também envolve palestras e/ou seminários, que são ministrados por profissionais de grande experiência no mercado cultural. No caso da etapa de Idealização, o Seminário previsto abordará o seguinte tema:

Ÿ Acervos e Memória

ETAPA DE CONCEPÇÃO

Disciplinas:

Ÿ Produção CulturalŸ Direito Autoral e Leis de Incentivo Fiscal à CulturaŸ Planejamento EstratégicoŸ Informática I (continuação)

Além das consultorias e assessorias realizadas por demanda dos incubados, nesta etapa o tema previsto para o Seminário é:

Ÿ Leis de incentivo, Direito Autoral e Políticas Públicas

ETAPA DE DESENVOLVIMENTO

Disciplinas:

Ÿ Gestão Financeira de Organizações CulturaisŸ Fundamentos de Administração CulturalŸ Fundamentos de Marketing CulturalŸ Financiamento e Captação de RecursosŸ Retorno Financeiro em Mídias DigitaisŸ Gestão de Projetos CulturaisŸ Mídia e DivulgaçãoŸ Informática II

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Além das consultorias e assessorias realizadas por demanda dos incubados, nesta etapa o tema previsto para o Seminário é:Ÿ Administração Cultural e Economia de Mercado

ETAPA DE MATURAÇÃO

Disciplinas:

Ÿ Elaboração de Projetos para PatrocinadoresŸ Elaboração de Plano de Negócios.

Além das consultorias e assessorias realizadas por demanda dos incubados, nesta etapa estão previstos dois Seminários, com os seguintes temas:

Ÿ Multiculturalismo, Identidade Cultural e Economia da CulturaŸ Arte, Cultura e Desenvolvimento: Indústria Criativa e Economia

Criativa

Nesta fase, os incubados que não estiverem ligados a nenhuma pessoa jurídica são estimulados, com base em seu próprio projeto, se devem uma empresa de produção ou de prestação de serviços, uma cooperativa, uma ONG ou uma OSCIP. Alguns poderão optar por se tornaram MEIs – Microempreendedores individuais.

ETAPA DE DESINCUBAÇÃO

Disciplinas:

Ÿ Empreendedorismo CulturalŸ Cultura e MercadoŸ Técnicas de NegociaçãoŸ Gestão de Produto CulturalŸ Cultura e TecnologiaŸ Cultura e ConsumoŸ Cultura e Desenvolvimento

O Seminário previsto tem o seguinte tema:

Ÿ Tradição Cultural e as Novas Tecnologias

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Nesta fase, além das consultorias e assessorias presenciais, os incubados fazem uma apresentação de seus projetos (Pitching) para o coletivo de professores. Os projetos são pontuados pelos professores e após reunião para formação de consenso, são escolhidos os cinco projetos mais viáveis, que serão encaminhados para empresas patrocinadoras em potencial.

Outros cinco projetos são também selecionados para receberem apoio intensivo dos professores, de modo que sejam aperfeiçoados a ponto de poderem se candidatar à obtenção de recursos no mercado (o que poderá ocorrer mediante concorrência a editais de fomento direito dos órgãos governamentais de cultura – Ministério da Cultura, Secretaria de Estado de Cultura ou Secretaria Municipal de Cultura).

ETAPA DE ACOMPANHAMENTO PÓS-INCUBAÇÃO

Nesta etapa não existem mais cursos e os incubados se desligam da Incubadora para tentar a sorte no mercado. Mas eles continuam a ser monitorados pelos professores e consultores, para que seja registrado o seu sucesso ou insucesso no mercado cultural, fatores que servem como subsídios para fortalecer o processo de incubação tal como ele existe ou para corrigir rumos, caso isto fique evidente no processo de acompanhamento dos pós-incubados.

O U T R O S B E N E F Í C I O S D A I N C U B A D O R A CULTURAL

Em seu site – http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/anota-ai - a Incubadora Cultural do PAC – Pró-Apoio Comunitário possui uma seção intitulada SUPORTE PARA ALUNOS, com diversos links para manuais, informativos, guias, oficinas e dicas que são de grande valia para que eles possam desenvolver a contento os seus projetos incubados.

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RECURSOS GOVERNAMENTAIS

LEIS FEDERAIS DE INCENTIVO À CULTURA

A conquista de patrocínio para projetos em empresas privadas, com base em incentivos fiscais concedidos pelos órgãos governamentais, é uma das formas mais utilizadas no Brasil para viabilizar projetos culturais.

A nível federal, existem duas leis de incentivo:

Ÿ A Lei Rouanet, que se baseia em descontos do imposto de renda;

Ÿ A Lei do Audiovisual, exclusiva para a produção de filmes e vídeos nacionais, que se baseia em descontos do imposto de renda por meio de patrocínio direto, aquisição de cotas de fundos de investimento regulados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e parcelas de impostos devidos por contribuintes estrangeiros. Cada uma dessas modalidades será explicada mais à frente, no capítulo correspondente.

LEI ROUANET – LEI N.º 8.313, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1991

Para que possam gozar de patrocínio das empresas, os projetos precisam, primeiramente, ser encaminhados para a aprovação no Ministério da Cultura. Na atualidade, o encaminhamento de projetos é realizado através do preenchimento de um formulário eletrônico, denominado Salic Web, que pode ser encontrado no site do Ministério da Cultura.

O MinC elaborou um manual que ensina como deve ser preenchido o formulário eletrônico. Esse manual pode ser

2FONTES DE RECURSOS GOVERNAMENTAIS E PRIVADOS PARA O MERCADO CULTURAL

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encontrado no seguinte link:

http://www.cultura.gov.br/documents/10883/1028576/Manual+de+inscri%C3%A7%C3%B5es+no+SALICWEB.pdf/d4090a73-1a3e-460b-bd8d-6c84c7624bf0

O acesso direto ao formulário eletrônico Salic Web está no link:

http://novosalic.cultura.gov.br/

Para facilitar o trabalho dos Incubados, o site da Incubadora Cultural disponibiliza o formulário da Lei Rouanet em arquivo word, que pode ser preenchido como documento-base para o posterior preenchimento do formulário eletrônico. O arquivo pode ser encontrado no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ por este caminho:

SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI ROUANET / Formulário da Lei Rouanet em Word. Na mesma pasta da LEI ROUANET está o modelo da Planilha Orçamentária.

Podem patrocinar projetos culturais pela Lei Rouanet as empresas que pagam seu imposto de renda com base no lucro real (grandes empresas). Essas empresas não podem aplicar em projetos culturais mais do que 4% (quatro por cento) do valor total do seu imposto a pagar no exercício de cada ano. Com esse limite, apenas empresas de grande porte possuem recursos disponíveis para investir em cultura. Se a empresa estiver devendo ao fisco, ou se tiver solicitado parcelamento de sua dívida junto à Receita Federal, estará proibida de patrocinar cultura até que pague tudo que deve ao governo. Empresas que pagam seu imposto de renda com base no lucro presumido, através de carnês mensais, não podem patrocinar projetos por meio dos incentivos concedidos pela Lei Rouanet.

Pessoas físicas também podem patrocinar projetos pela Lei Rouanet, no limite de 6% (seis por cento) do imposto de renda a pagar num único exercício. E aqui se impõe a conclusão de que é preciso reunir muitas pessoas físicas patrocinadoras para conseguir o volume de recursos suficientes para patrocinar

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determinados projetos. Esse volume pode ser conquistado, por exemplo, negociando o desconto em folha de pagamento dos executivos de uma empresa, dos médicos de uma cooperativa ou dos professores de uma grande universidade.

O gráfico abaixo ilustra os limites para patrocínios concedidos pelas empresas ou por pessoas físicas:

O trâmite de aprovação de um projeto cultural na Lei Rouanet é um processo burocrático, que envolve as seguintes etapas:

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Num primeiro momento, os técnicos do MinC analisam se o projeto pode ser inscrito no PRONAC – Programa Nacional de Cultura. Caso seja aceito, recebe um número, conhecido como NÚMERO DO PRONAC, que identifica o projeto ema todas as etapas da sua aprovação. Na etapa seguinte, o projeto é encaminhado a um parecerista técnico, que é especialista na área cultural do projeto. Esse parecer is ta poderá fazer ex igênc ias ou pedi r esclarecimentos ao autor do projeto. Todas as demandas e pendências criadas pelo parecerista devem ser atendidas, ou o projeto será arquivado. Na última etapa de avaliação, o projeto é encaminhado para análise da CNIC – Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que é formada por representantes de todas as áreas e segmentos culturais. O trabalho da CNIC é coordenado por uma das secretarias do MinC, a SEFIC – Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura. A CNIC é composta da seguinte forma:

Não é qualquer tipo de projeto que pode ser aprovado pelo Ministério da Cultura para desfrutar dos incentivos fiscais federais. Projetos de natureza ambiental, esportiva ou educacional, por exemplo, não são considerados projetos de natureza cultural e não podem gozar dos incentivos fiscais previstos na Lei Rouanet. Nas páginas iniciais desta Cartilha você encontrará a Tabela das Áreas, Segmentos e Modalidades que são regulamentadas pela Lei Rouanet.

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Atenção: alguns tipos de projetos têm o privilégio de contar com 100% (cem por cento) de incentivos fiscais. Isto quer dizer que a empresa patrocinadora poderá descontar do seu imposto de renda o valor integral dos recursos aplicados no patrocínio de um projeto cultural. Os projetos que gozam de 100% de incentivo são indicados pelo Artigo 18 da Lei Rouanet e referem-se aos seguintes segmentos culturais:

a) artes cênicas;b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;c) música erudita ou instrumental;d) exposições de artes visuais;e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos;f) produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual;g) preservação do patrimônio cultural material e imaterial;h) construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comunitários, em municípios com menos de cem mil habitantes.

Com base nesse dispositivo da Lei, é importante perceber que, por exemplo, projetos de música popular com letra não contam com 100% de incentivo. Eles somente gozam de 67% (sessenta e sete por cento) de incentivo, devendo a empresa patrocinadora arcar com 33% do valor do patrocínio, parcela que não poderá descontar do seu imposto de renda. Assim determina o Artigo 26 da Lei Rouanet.

A existência do Artigo 18 fez com que as empresas patrocinadoras passassem a dar preferência para o patrocínio de projetos que gozam de 100% de incentivo fiscal, deixando os demais com maiores dificuldades para conseguir patrocínio.

Importante: não há limites para o número de patrocinadores de um projeto. Pode ser um ou mais de um patrocinador, mesclando inclusive pessoas físicas e pessoas jurídicas.

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Existem duas vertentes de apoio a projetos na Lei Rouanet: patrocínio e doação. No primeiro caso, a empresa pode fazer propaganda da sua ação, associando sua logomarca ao projeto patrocinado – e esta vertente se chama Mecenato. Quem faz doações ganha o direito de fazer um abatimento maior no imposto de renda, mas a doação não pode ser divulgada. Podem receber doações às pessoas físicas ou jurídicas de natureza cultural sem fins lucrativos, e o Fundo Nacional de Cultura.

Se o projeto estiver enquadrado no Artigo 18, o doador poderá abater 100% do valor da sua doação. Se o projeto estiver inscrito no Artigo 26, o doador poderá abater 80% do valor do projeto, devendo comparecer com os 20% restantes como contrapartida sem incentivos fiscais (este percentual é maior do que o valor previsto para o patrocínio no regime de mecenato, que determina 67% como valor a ser abatido no caso de projetos enquadrados no Artigo 26 e 33% como valor da contrapartida financeira do patrocinador ao projeto, sem qualquer benefício fiscal relativo a esta parcela).

No site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ pode ser encontrada a relação dos documentos obrigatórios que devem ser apresentados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas ao MinC, para que possam obter o enquadramento de seus projetos. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI ROUANET / Documentos necessários para Lei Rouanet.

O patrocinador somente poderá receber 25% dos produtos gerados pelo projeto se custeá-lo integralmente. Por exemplo: livros, CDs, DVDs, ingressos para um espetáculo etc. Se o patrocínio foi de metade do valor do projeto, por exemplo, sua cota será de até 12,5%, que é metade de 25%. Se houver mais de um patrocinador, esse percentual deverá ser rateado entre eles.

A aprovação de um projeto na Lei Rouanet dá a ele três anos de prazo para captação de patrocínio. Se no final do ano o patrocínio não foi conquistado, é preciso pedir uma prorrogação ao MinC para o próximo ano. Ao final de três anos sem patrocínio, o projeto

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será arquivado.

Para tirar dúvidas e receber informações adicionais, os artistas e produtores culturais devem fazer contato com os funcionários da SEFIC – Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Após a realização de um projeto cultural incentivado pela Lei Rouanet, é obrigatório fazer a Prestação de Contas do uso da verba de patrocínio pelo produtor cultural. Essa prestação tem um prazo máximo de trinta dias após a finalização do projeto e deve ser realizada da maneira mais correta possível. Se houver sobra de verba na conta bancária vinculada ao projeto, esse saldo positivo deverá ser repassado ao Governo Federal, mediante depósito no FNC – Fundo Nacional de Cultura. Se houver improbidade no uso da verba, o produtor cultural poderá ser condenado a devolver a quantia desviada aos cofres públicos e esse valor também recairá sobre a empresa patrocinadora, que ficará proibida de descontar o imposto de renda correspondente.

Para fazer uma Prestação de Contas correta, basta seguir as seguintes recomendações:

Ÿ Não faça nenhuma despesa e nenhum pagamento sem obter o recibo ou nota fiscal correspondente. Guarde todos as notas e recibos;

Ÿ Recibos simples de pagamento a pessoas físicas não têm valor contábil. Por isso, consiga sempre uma nota fiscal ou um RPA – Recibos de Pagamento a Autônomo devidamente inscrito na Prefeitura da cidade em que o serviço for prestado;

Ÿ Faça Prestações de Contas Mensais, conforme o Formulário fornecido pelo Ministério da Cultura. Anexe fotocópias dos recibos e notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo);

Ÿ Após a execução do projeto cultural, faça a Prestação de Contas consolidada, com todas as despesas realizadas ao longo do tempo. Anexe fotocópias de todos os recibos e todas

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as notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo).

No site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ podem ser encontrados os modelos de Formulários de Prestação de Contas da Lei Rouanet. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI ROUANET / Roteiro e Formulários de Prestação de Contas ao MinC.

LEI DO AUDIOVISUAL – LEI N.º 8.685, DE 20 DE JULHO DE 1993

Os incentivos fiscais desta Lei beneficiam apenas produtoras audiovisuais brasileiras e independentes, devidamente registradas na ANCINE – Agência do Cinema Nacional, órgão do Ministério da Cultura. E os incentivos são concedidos pelo governo federal somente para obras brasileiras e independentes.

Para os efeitos desta lei, as definições conceituais são as seguintes:

Ÿ Produtora brasileira: é aquela cujo capital majoritário está nas mãos de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, com poder decisório de fato e de direito;

Ÿ Produtora independente: é aquela que produz obra audiovisual cuja produtora majoritária (51%) não tenha vínculo direto ou indireto com emissoras de TV ou com operadoras de TV por assinatura;

Ÿ Obras beneficiadas: não podem ser obras publicitárias, nem registros de shows e performances musicais;

Ÿ Gêneros: ficção, documentário ou animação são os gêneros incentivados;

Ÿ Primeira exibição: no cinema ou na televisão;

Ÿ Limite dos recursos incentivados: 95% (noventa e cinco por cento) do orçamento aprovado para cada projeto, evidenciando que pelo menos 5% do valor global devem ser recursos próprios

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da proponente ou de terceiros (contrapartida);

Ÿ Nacionalidade: as obras independentes beneficiadas devem ser inteiramente nacionais ou coproduções internacionais reconhecidas como brasileiras pela ANCINE;

Ÿ Coprodução brasileira nacional: é aquela realizada por produtora brasileira e diretor brasileiro ou residente há mais de três anos no Brasil, tendo 2/3 da equipe formada por artistas e técnicos brasileiros ou residentes no país há mais de cinco anos;

Ÿ Coprodução internacional: realizada por uma produtora brasileira, associada a uma estrangeira, tratada como “brasileira” mediante acordo internacional de coprodução audiovisual ratificado pelo Brasil ou, na ausência desse acordo, a produtora brasileira deve ser proprietária de pelo menos 40% (quarenta por cento) dos direitos patrimoniais da obra audiovisual a ser realizado e contando com uma equipe formada por pelo menos 2/3 de artistas e técnicos brasileiros ou residentes no país há mais de três anos.

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Para gozar dos benefícios fiscais, o projeto de obra audiovisual deve ser aprovado primeiramente no Ministério da Cultura, pela ANCINE, por meio de preenchimento de formulário eletrônico.

Como devem agir os patrocinadores pessoas jurídicas

Ÿ Primeiro passo – Empresas tributadas em lucro real (com faturamento acima de R$ 48 milhões) podem investir em produções cinematográficas aprovadas pela ANCINE (Agência Nacional de Cinema) nos artigos 1º ou 1ºA da Lei do Audiovisual.

Artigo 1º: Dedução de até 3% do IR para empresas, sendo que estas podem também lançar, no livro de apuração do lucro real, o valor investido como despesa operacional. O investidor se torna, portanto, sócio patrimonial do filme já que o patrocínio é convertido em certificados audiovisuais da obra por meio de operação inteiramente regulamentada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Artigo 1ºA: Dedução de até 4% do IR para empresas, assim como a Lei Rouanet.

Ÿ Segundo passo – O investidor deve depositar o valor desejado para o patrocínio na conta bancária do projeto (aberta e supervisionada pela Ancine) até o último dia útil do ano corrente. Após o depósito, a entidade ou pessoa que propôs o projeto irá emitir um recibo e enviar ao patrocinador, sendo que este servirá como comprovante para que a renúncia fiscal se efetue.

Ÿ Terceiro passo – O ressarcimento do patrocínio feito virá no ano seguinte, na forma de restituição ou abatendo do valor do IR a pagar.

Como devem agir os patrocinadores pessoas físicas

Ÿ Primeiro passo - Pessoas físicas podem investir em produções cinematográficas aprovadas pela ANCINE (Agência Nacional de Cinema) nos artigos 1º ou 1ºA da Lei do Audiovisual,

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podendo o valor chegar até 6% do IR devido em ambos os casos (o mesmo limite determinado pela Lei Rouanet).

Ÿ Segundo passo – O investidor deve depositar o valor desejado para o patrocínio na conta bancária do projeto (aberta e supervisionada pela ANCINE) até o último dia útil do ano corrente. Após o depósito, a entidade ou pessoa que propôs o projeto irá emitir um recibo e enviar ao patrocinador, sendo que este servirá como comprovante para que a renúncia fiscal se efetue.

Ÿ Terceiro passo – O ressarcimento do patrocínio feito virá no ano seguinte, na forma de restituição ou abatendo do valor do IR a pagar.

Inscrição de projetos para aprovação pela ANCINE

Os manuais dos procedimentos passo a passo para inscrição de projetos na Lei do Audiovisual estão no site da ANCINE, nos seguintes links:

Ÿ Índice geralhttp://www.ancine.gov.br/manuais/passo-passo-sistemas/sadŸ Registro de Agente Econômico:h t t p : / / w w w. a n c i n e . g o v. b r / m a n u a i s / p a s s o - p a s s o -sistemas/sad/registro-de-agente-economicoŸ Emissão de CPB – Certificado de Produção Brasileira: Obras

seriadas / Obras não seriadas / Obras incentivadas, independentes e coproduções internacionais / Modelos de Documentos para Requerimento do CPB

h t t p : / / w w w. a n c i n e . g o v. b r / m a n u a i s / p a s s o - p a s s o -sistemas/sad/passo-passo-para-emissao-CPBŸ ROE – Registro de Obra Estrangeiraht tp : / /www.anc ine.gov.br /s i tes/defau l t /fi les/ROE%20-%20Registro%20de%20obra%20estrangeira_v.pdfŸ Vídeo tutorial que orienta sobre como registrar obra estrangeirahttps://www.youtube.com/watch?v=NBELe9JeqEI&feature=youtu.beŸ Emissão de CRT – Certificado de Registro de Título de obra

publicitária

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http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/manuais/passo-a-passo-emissao-CRT-pub-maio-2013.pdfŸ Emissão de CRT – Certificado de Registro de Título para obra

não publicitária: obra brasileira seriada / obra brasileira não seriada / obra estrangeira seriada / obra estrangeira não seriada

h t t p : / / a n c i n e . g o v . b r / m a n u a i s / p a s s o - p a s s o -sistemas/sad/emissao-de-crt-de-obras-nao-publicitariasŸ Passo a passo para apresentação de projetos pelo formulário

eletrônicohttp:/ /www.ancine.gov.br/si tes/default /fi les/ instrucoes-normativas/passoapassoapresentacaodeprojetos2014.pdfŸ Passo a passo para envio de conteúdos vinculadoshttp://www.ancine.gov.br/sites/default/files/manuais/passo-a-passo-envio-lista-conteudo-04022013.pdf

Regras para os patrocínios pela Lei do Audiovisual

Ÿ Obras cinematográficas de curta, média ou longa metragem / Minisséries (mínimo de 3 e máximo de 26 capítulos, com duração máxima de 1.300 minutos / Telefilmes (mínimo de 50 e máximo de 120 minutos) Obras seriadas / Programa de TV de caráter educativo e cultural – contam com incentivo fiscal semelhante ao do Artigo 18 da Lei Rouanet, ou seja: abatimento integral do valor aportado, a título de patrocínio, que não pode ser lançado como despesa operacional, até o limite de dedução de 4% do imposto de renda devido. Pessoas físicas também podem patrocinar esses tipos de obras audiovisuais, no mesmo limite da Lei Rouanet: 6% do imposto devido.

Ÿ FUNCINES – Fundos de Financiamento à Indústria Cinematográfica ( invest imento) – Tais fundos são regulamentados pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários e beneficiam os seguintes tipos de projetos audiovisuais:

- Produção de obras audiovisuais brasileiras independentes realizadas por empresas produtoras brasileiras;- Construção, reforma e recuperação das salas de exibição de empresas brasileiras;- Aquisição de ações de empresas brasileiras para produção,

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comercialização, distribuição e exibição de obras audiovisuais brasileiras independentes, bem como para prestação de serviços de infraestrutura cinematográficos e audiovisuais;- Comercialização e distribuição e obras audiovisuais cinematográficas brasileiras independentes; e- Projetos de infraestrutura realizados por empresas brasileiras.Nestes casos, os contribuintes do Imposto de Renda, pessoas jurídicas e pessoas físicas, podem adquirir cotas do Funcine até o limite de dedução de 3% (três por cento) do imposto de renda devido, com abatimento integral do valor despendido por contribuinte, mas a operação não pode ser lançada como despesa operacional.

Ÿ Produtores, distribuidores e intermediários estrangeiros, que recebem rendimentos decorrentes da importação, aquisição e exploração de obras estrangeiras no Brasil podem efetuar o abatimento integral de até 70% (setenta por cento) do imposto de renda incidente sobre a remessa de lucros para o exterior, desde que decidam aportam tal valor para projetos audiovisuais aprovados pela ANCINE. Os contribuintes estrangeiros podem obter isenção da CONDECINE incidente sobre a remessa de lucro para o exterior (11%), desde que aportem o valor mencionado no parágrafo anterior para projetos previamente aprovados pela ANCINE.

O QUE É CONDECINE

A Contr ibuição para o Desenvolvimento da Indústr ia Cinematográfica Nacional - CONDECINE foi instituída pela Medida Provisória 2.228-1/2001. A contribuição incide sobre a veiculação, a produção, o licenciamento e a distribuição de obras cinematográficas e videofonográficas com fins comerciais, bem como sobre o pagamento, o crédito, o emprego, a remessa ou a entrega, aos produtores, distribuidores ou intermediários no exterior, de importâncias relativas a rendimento decorrente da exploração de obras cinematográficas e videofonográficas ou por

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sua aquisição ou importação, a preço fixo.

A partir da entrada em vigor da Lei Nº 12.485/2011, marco regulatório do serviço de TV por assinatura, que abriu o mercado às operadoras de telefonia, a CONDECINE passou a ter também como fato gerador a prestação de serviços que se utilizem de meios que possam, efetiva ou potencialmente, distribuir conteúdos audiovisuais.

O produto da arrecadação da CONDECINE compõe o FSA – Fundo Setorial do Audiovisual, sendo revertido diretamente para o fomento do setor.

Com o aumento no volume de recursos, o FSA se tornou hoje o maior mecanismo de incentivo ao audiovisual brasileiro, realizando investimentos em todos os elos da cadeia produtiva do setor.

Ÿ Coprodução: este mecanismo é beneficiado por incentivos fiscais da seguinte forma: obras cinematográficas de longa, média e curta-metragem / coprodução de minisséries e obras seriadas / coprodução de telefilmes / investimento no desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas de longa-metragem. A empresa estrangeira coprodutora, ao se tornar contribuinte do imposto de renda, deve depositar os recursos em conta específica (“conta de recolhimento”), celebrar o contrato de coprodução com empresa brasileira independente para produção de obra audiovisual apta à captação de recursos e assim terá 180 dias (prorrogáveis por mais 180 dias) para utilizar os recursos, indicando formalmente o projeto beneficiado. Se os procedimentos não forem corretos, os recursos financeiros serão revertidos para a ANCINE.

A programadora internacional que aplicar 3% do valor das remessas que receber em decorrência da aquisição, l i cenc iamen to , impo r tação e exp lo ração de ob ras cinematográficas ou videofonográficas em projetos aprovados pela ANCINE, está isenta de recolher a CONDECINE (de 11%)

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incidente sobre essas remessas, o que resulta em um benefício fiscal real de (11% - 3% =) 8% do valor da remessa.

Um modelo do formulário de apresentação de projetos para a ANCINE está disponível no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI DO AUDIOVISUAL / Formulário da Lei do Audiovisual.

Após a realização de um projeto incentivado pela Lei do Audiovisual, é obrigatório fazer a Prestação de Contas do uso da verba de patrocínio pelo produtor cultural. Essa prestação tem um prazo máximo de trinta dias após a finalização do projeto e deve ser realizada da maneira mais correta possível. Se houver sobra de verba na conta bancária vinculada ao projeto, esse saldo positivo deverá ser repassado ao Governo Federal, mediante depósito no FNC – Fundo Nacional de Cultura. Se houver improbidade no uso da verba, o produtor cultural poderá ser condenado a devolver a quantia desviada aos cofres públicos e esse valor também recairá sobre a empresa patrocinadora, que ficará proibida de descontar o imposto de renda correspondente.

Para fazer uma Prestação de Contas correta, basta seguir as seguintes recomendações:

Ÿ Não faça nenhuma despesa e nenhum pagamento sem obter o recibo ou nota fiscal correspondente. Guarde todos as notas e recibos;

Ÿ Recibos simples de pagamento a pessoas físicas não têm valor contábil. Por isso, consiga sempre uma nota fiscal ou um RPA – Recibos de Pagamento a Autônomo devidamente inscrito na Prefeitura da cidade em que o serviço for prestado;

Ÿ Faça Prestações de Contas Mensais, conforme o Formulário fornecido pelo Ministério da Cultura. Anexe fotocópias dos recibos e notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo);

Ÿ Após a execução do projeto cultural, faça a Prestação de Contas consolidada, com todas as despesas realizadas ao longo do tempo. Anexe fotocópias de todos os recibos e todas

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as notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo).

No site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ podem ser encontrados os modelos de Formulários de Prestação de Contas da Lei do Audiovisual. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI DO AUDIOVISUAL / Manual de Prestação de Contas - ANCINE.

FUNDO NACIONAL DE CULTURA

Trata-se de um fundo cujos recursos são provenientes de arrecadação e outros recursos públicos, permitindo ao Ministério da Cultura investir diretamente em projetos culturais, mediante celebração de convênios e outros instrumentos similares. O FNC financia, no máximo, 80% (oitenta por ceto) do valor do projeto, e exige que o proponente entre com os demais 20% (vinte por cento) como contrapartida, que deve ser comprovada através de depósito em conta bancária. A contrapartida pode ser feita em recursos financeiros ou em bens ou serviços necessários ao projeto e deverá estar especificada na planilha de custos. Neste caso, o proponente também precisa comprovar a disponibilidade real da contrapartida, efetivamente depositada numa conta bancária

Podem solicitar recursos a FNC tanto pessoas jurídicas como pessoas físicas. As pessoas jurídicas devem ser de direito privado, sem fins lucrativos (fundações particulares, organizações culturais não-governamentais, associações, institutos etc.) ou serem de direito público (da esfera federal, estadual ou municipais, tais como prefeituras, secretarias estaduais e municipais, fundações culturais municipais ou estaduais e autarquias).

Por sua vez, as pessoas físicas somente podem solicitar ao FNC passagens para viajar ao Brasil ou exterior para cursos, exposições, palestras ou eventos culturais relevantes.

Empresas privadas podem fazer doações para o FNC, carimbando ou não a verba para uso em determinado projeto. Nas doações

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sem direcionamento, cabe ao MinC escolher os projetos que serão beneficiados. No caso da verba direcionada, o MinC só poderá aplicar o recurso no projeto cultural indicado. Muitos proponentes pedem a empresas que contribuam exatamente com os 20% de contrapartida exigidos pela legislação brasileira. Outros proponentes conseguem os 20% nas Prefeituras ou Governos Estaduais.

Após a realização de um projeto apoiado pelo FNC – Fundo Nacional de Cultura, é obrigatório fazer a Prestação de Contas do uso da verba de patrocínio pelo produtor cultural. Essa prestação tem um prazo máximo de trinta dias após a finalização do projeto e deve ser realizada da maneira mais correta possível. Se houver sobra de verba na conta bancária vinculada ao projeto, esse saldo positivo deverá ser repassado ao Governo Federal, mediante depósito no FNC – Fundo Nacional de Cultura. Se houver improbidade no uso da verba, o produtor cultural poderá ser condenado a devolver a quantia desviada aos cofres públicos e esse valor também recairá sobre a empresa patrocinadora, que ficará proibida de descontar o imposto de renda correspondente.

Para fazer uma Prestação de Contas correta, basta seguir as seguintes recomendações:

Ÿ Não faça nenhuma despesa e nenhum pagamento sem obter o recibo ou nota fiscal correspondente. Guarde todos as notas e recibos;

Ÿ Recibos simples de pagamento a pessoas físicas não têm valor contábil. Por isso, consiga sempre uma nota fiscal ou um RPA – Recibos de Pagamento a Autônomo devidamente inscrito na Prefeitura da cidade em que o serviço for prestado;

Ÿ Faça Prestações de Contas Mensais, conforme o Formulário fornecido pelo Ministério da Cultura. Anexe fotocópias dos recibos e notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo);

Ÿ Após a execução do projeto cultural, faça a Prestação de Contas consolidada, com todas as despesas realizadas ao

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longo do tempo. Anexe fotocópias de todos os recibos e todas as notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo).

No site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ podem ser encontrados os modelos de Formulários de Prestação de Contas ao Fundo Nacional de Cultura, que são os mesmos referentes à Prestação de Contas para a Lei Rouanet. A diferença é que no cabeçalho, no lugar da palavra INCENTIVO, deve ser colocada a expressão FUNDO NACIONAL DE CULTURA.

Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / FUNDO NACIONAL DE CULTURA / Roteiro e Formulários de Prestação de Contas ao MinC.

LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA DO RIO DE JANEIRO

A nível estadual, existe a Lei do ICMS-RJ, que permite às empresas radicadas em território fluminense abater um percentual do ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, tributo que é pago mensalmente.

As empresas que pagam ICMS são as indústrias em geral, as empresas distribuidoras (de bebidas, de energia elétrica, os supermercados) e aquelas que atuam no comércio em geral (bares, restaurantes, lojas etc.). Porém somente as empresas que são grandes pagadoras de ICMS, como a Light, a BR Distribuidora, a AMBEV, ou a BRASKEN. As empresas que desejam usar os incentivos fiscais precisam se cadastrar na Secretaria de Estado de Cultura. As empresas já cadastradas podem ser encontradas neste link:

http://www.cultura.rj.gov.br/leidoincentivo/patrocinadoreshabilitados.php#init

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FUNCIONAMENTO DA LEI DO ICMS-RJ

Esta lei funciona de modo semelhante ao da Lei Rouanet: é preciso aprovar antes o projeto na Secretaria de Estado de Cultura, preenchendo um formulário eletrônico que tem algumas diferenças em relação à Lei Rouanet, como veremos a seguir.

No site da Incubadora Cultural, no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ pode ser encontrado o modelo do formulário eletrônico que é preciso preencher para aprovar um projeto na Secretaria de Estado de Cultura. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI DO ICMS-RJ / Modelo do Formulário Eletrônico da Lei do ICMS-RJ.

Uma diferença importante da Lei Estadual do Rio de Janeiro é esta: é preciso conseguir o patrocinador antes de dar entrada no projeto, o que não acontece na Lei Rouanet, que possibilita o enquadramento do projeto sem a conquista antecipada de uma empresa patrocinadora. No caso da Lei Estadual, a exigência de apresentação de um patrocinador efetivo no momento da inscrição do projeto indica que o órgão público de cultura não deseja investir tempo e trabalho na aprovação de projetos que depois não serão patrocinados. O uso da lei fica, assim, restrito a artistas e produtores culturais que já têm maior experiência no mercado.

Áreas e Segmentos Incentivados

Artes Cênicas

Teatro - Performance - Dança - Circo - Ópera e Afins

Artes Integradas

No caso do projeto cultural envolver mais de uma área artística

Artes Visuais

Arte gráfica - Arte pública e intervenção urbana - Fotografia - Vídeo e performances - Novas mídias e afins

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Audiovisual

Filme de ficção, Animação e Documentário - Filme de Longa-Metragem e Curta-Metragem - Telefilme e Série para Cinema,

Televisão, Internet, Celular e outras mídias, Conteúdo Multiplataforma - Jogos Eletrônicos e Afins

Equipamentos Culturais

Centros Culturais - Cinemas - Cineclubes - Cinematecas - Bibliotecas - Museus - Arquivos - Espaços de preservação e educação em cultura - Formação e conservação de acervos,

inclusive digitais e afins

Culturas Populares

Arte popular - Folclore - Artesanato e afins

Diversidade Cultural

Projetos de políticas afirmativas - Grupos étnicos da cultura fluminense - Programas de acessibilidade cultural para

portadores de necessidades especiais e afins

Informação e Documentação

Formação cultural presencial e à distância - Programas de rádio - Revistas impressas e eletrônicas - Sítios eletrônicos - Portais e

afins

Literatura

Ficção - Poesia - Biografia - Antologia e Compilação - Literatura popular - Quadrinhos e afins

Música

Popular - De concerto - Urbana - Eletrônica - Novas Mídias e afins

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Patrimônio

Patrimônio Cultural Material e Imaterial - Marcos Naturais - Parques e Jardins Históricos e Afins

Gastronomia

Festivais - Publicações e Afins

Moda e Design

Moda - Design

No caso de projetos de Formação Cultural é obrigatório preencher um formulário adicional. No qual o proponente informará o planejamento metodológico da sua proposta, o conteúdo programático e o detalhamento do trabalho dos instrutores.

ETAPAS DE APROVAÇÃO DOS PROJETOS

Os proponentes de projetos que visam à obtenção de patrocínio empresarial através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura deverão ser inscrever nos editais publicados em DOERJ e disponíveis no sítio eletrônico da Secretaria de Estado de Cultura.

Os projetos culturais serão avaliados em duas etapas:

Ÿ Parecer técnico;

Ÿ Aprovação pela CAP – Comissão de Avaliação de Projetos

Durante a etapa de parecer técnico, a Superintendência da Lei de Incentivo fará avaliação do projeto cultural tendo em vista a adequação da proposta às determinações legais e os aspectos relacionados à área específica do projeto e sua linha de ação. A Comissão de Avaliação de Projetos - CAP - é formada por representantes da SEC e por membros com notável experiência no setor cultural e fará a avaliação e aprovação dos projetos culturais que estejam de acordo com a política de incentivo à

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cultura.

PERCENTUAIS DE BENEFÍCIOS FISCAIS E CONTRAPARTIDAS

De acordo com o Decreto Nº 42.292, de 10 de fevereiro de 2010, a Lei do ICMS-RJ passou a funcionar com três faixas de incentivo fiscal:

Benefício fiscal concedido à empresa patrocinadora: 80% da cota de patrocínio e contrapartida com recursos próprios – 20%;

Benefício fiscal concedido à empresa patrocinadora no caso de projeto cultural que tenha o nome do patrocinador ou que seja realizado em instituições direta ou indiretamente a ele vinculadas – 60% da cota de patrocínio e contrapartida com recursos próprios – 40%;

Benefício fiscal concedido à empresa patrocinadora no caso de projeto cultural cuja realização esteja condicionada à comercialização exclusiva de produtos do patrocinador: 40% da cota de patrocínio e contrapartida com recursos próprios – 60%,

LIMITE DO INVESTIMENTO DAS EMPRESAS EM PATROCÍNIOS DE PROJETOS CULTURAIS

Conforme o Artigo 5º do Decreto 42.292, de 11 de fevereiro de 2010, o aproveitamento do benefício fiscal será realizado mediante a dedução, pelo patrocinador, do valor correspondente a até 4% (quatro por centos) do ICMS a recolher em cada período e 1% (um por cento) para o incentivo às produções culturais estrangeiras, consolidando-se com a escrituração de crédito presumido de ICMS na exata proporção dos valores deduzidos em cada período.

CADASTRO PRÉVIO DAS EMPRESAS PATROCINADORAS

No caso desta lei, a empresa patrocinadora precisa, obrigatoriamente, cadastrar-se antes no site da Secretaria de Estado de Cultura, inserindo no Sistema de Cadastro os seguintes documentos:

a) cópia do Contrato Social ou Estatuto com a última alteração / última ata;

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b) cópia de RG e CPF do dirigente ou representante legal;c) comprovante de inscrição e situação cadastral do CNPJ;d) Certidão Negativa de Débito para com o INSS;e) Certificado de Regularidade de Situação relativa ao FGTS;f) Certidão Negativa ou positiva com efeitos de negativa da Procuradoria Geral do Estado;g) Certidão de Regularidade Fiscal emitida pela Secretaria de Estado de Fazenda;h) Certidão Conjunta Negativa de Débitos Relativos aos Tributos Federais e á Dívida Ativa da União.

CADASTRO DO PROPONENTE (PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA)

O proponente deverá obrigatoriamente inserir

Os seguintes documentos:

I - Declaração de Patrocínio - DEP, assinada pelo representante legal do patrocinador, tantas quanto forem os patrocinadores do projeto cultural específico;II - Documentação do Proponente Pessoa Física:a) Cópias de RG e CPF;b) Comprovante de residência do proponente;c) Comprovação de abertura de conta corrente exclusiva para receber os recursos de patrocínio, em banco credenciado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro;d) Declaração de que o objeto do projeto cultural ainda não foi executado.III - Documentação do Proponente Pessoa Jurídica:a) Cópia do Contrato Social ou Estatuto Social com última alteração / última ata;b) Cópia do RG e CPF do dirigente ou representante legal do proponente;c) Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral do CNPJ;d) Certidão Negativa para com o INSS;

e) Certificado de Regularidade de Situação relativa ao FGTS;f) Certidão Negativa ou positiva com efeitos de negativa da Procuradoria Geral do Estado;

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g) Certidão Negativa Conjunta da União;h) Comprovação de abertura de conta corrente exclusiva para receber os recursos de patrocínio, em banco credenciado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro;i) Certidão Conjunta Negativa de Débitos Relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa da União;j) Certidão de Regularidade Fiscal emitida pela Secretaria de Estado de Fazenda;k) Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT);l) Declaração de que o objeto do projeto cultural ainda não foi executado.

A Superintendência da Lei de Incentivo da Secretaria de Estado de Cultura procederá à análise dos documentos elencados neste artigo e, estando à documentação regular, deferirá a habilitação do proponente.

Somente os proponentes habilitados na forma do § 1º estarão aptos a realizar projetos culturais.

Será indeferida a habilitação de proponente cuja documentação estiver irregular ou incompleta.

Estando o proponente em débito com o Estado, seu pedido será indeferido de plano.

Para tirar dúvidas, receber orientações e obter informações adicionais sobre a Lei do ICMS-RJ, os artistas e produtores culturais devem dirigir-se à SUPLEI – Superintendência da Lei de Incentivo, na Rua da Ajuda, 5 – 13º andar (o horário de atendimento é das 10 às 18h) / Telefone: 2333-1344 e Fax 2333-1 4 0 8 . P a r a a t e n d i m e n t o e l e t r ô n i c o , o e - m a i l é [email protected],

Após a realização de um projeto incentivado pela Lei do ICMS-RJ, é obrigatório fazer a Prestação de Contas do uso da verba de patrocínio pelo produtor cultural. Essa prestação tem um prazo máximo de trinta dias após a finalização do projeto e deve ser realizada da maneira mais correta possível. Se houver improbidade no uso da verba, o produtor cultural poderá ser

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condenado a devolver a quantia desviada aos cofres públicos e esse valor também recairá sobre a empresa patrocinadora, que ficará proibida de descontar o imposto de renda correspondente.

Para fazer uma Prestação de Contas correta, basta seguir as seguintes recomendações:

Ÿ Não faça nenhuma despesa e nenhum pagamento sem obter o recibo ou nota fiscal correspondente. Guarde todos as notas e recibos;

Ÿ Recibos simples de pagamento a pessoas físicas não têm valor contábil. Por isso, consiga sempre uma nota fiscal ou um RPA – Recibos de Pagamento a Autônomo devidamente inscrito na Prefeitura da cidade em que o serviço for prestado;

Ÿ Faça Prestações de Contas Mensais, conforme o Formulário fornecido pelo Ministério da Cultura. Anexe fotocópias dos recibos e notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo);

Ÿ Após a execução do projeto cultural, faça a Prestação de Contas consolidada, com todas as despesas realizadas ao longo do tempo. Anexe fotocópias de todos os recibos e todas as notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo).

No site da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, no link http://www.cultura.rj.gov.br/prestacao/prestacao.php você encontrará todas as orientações sobre o que deve ser feito para uma correta prestação de contas de projetos incentivados pela Lei do ICMS-RJ.

LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA DO RIO DE JANEIRO

Esta lei de incentivo à cultura é de âmbito municipal, só é válida para Rio de Janeiro Capital e funciona com base em descontos do ISS – Imposto sobre Serviços, que determinados tipos de empresas são obrigadas a pagar à Prefeitura do Rio de Janeiro. As empresas que são as maiores pagadoras de ISS são: os bancos,

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as empresas de engenharia, as clínicas e cooperativas médicas, e as empresas de prestação de serviços em geral.

A Lei do ISS-RJ funciona com base em um calendário fixo anual, estabelecido pelo Artigo 8º da Lei nº 5.553 de 14 de janeiro de 2013. O calendário prevê atividades entre os meses de maio e dezembro, a fim de organizar o recebimento e análise dos projetos, bem como a inscrição e emissão dos certificados. A Tabela abaixo resume o calendário:

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ÁREAS INCENTIVADAS

As áreas culturais incentivadas são as seguintes:

Artes Visuais - Artesanato - Audiovisual - Bibliotecas - Centros - Culturais - Cinema - Circo - Dança - Design - Folclore -

Fotografia - Literatura - Moda - Museus - Música - Multiplataforma - Teatro - Transmídia - Preservação e

restauração do patrimônio natural, material e imaterial, assim classificados pelos órgãos competentes;

OS PERCENTUAIS DE INCENTIVO

As empresas que são contribuintes de ISS podem destinar até 20% (vinte por cento) do imposto a pagar, calculado com base no exercício do ano anterior, para patrocínio dos projetos culturais previamente aprovados e certificados pela CCPC – Comissão Carioca de Promoção Cultural , que é composta por representantes das áreas culturais incentivadas, que são responsáveis pela avaliação e aprovação dos projetos para gozo de incentivos fiscais.

A cada ano, a Prefeitura determina qual é o valor global do incentivo permitido. Em 2015, esse valor foi de R$ 47.955.706,53 (quarenta e sete milhões, novecentos e cinquenta e cinco mil, setecentos e seis reais e cinquenta e três centavos), tomando por base a arrecadação do ano de 2013.

A empresa contribuinte e patrocinadora não pode exceder 5% desse valor pré-determinado pela Prefeitura, que, portanto, em 2015 correspondeu a um valor máximo de patrocínio na faixa dos R$ 2.397.785,33 (dois milhões, trezentos e noventa e sete mil, setecentos e oitenta e cinco reais e trinta e três centavos), para o incentivo à realização de projetos culturais.

No caso de GRUPO ECONÔMICO (pool de empresas), o limite global para todos os contribuintes do ISS do grupo, independentemente do número de empresas, é de até 10% (dez por cento) do valor global pré-determinado pela Prefeitura, o que

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equivaleu em 2015 a R$ 4.795.570,65 (quatro milhões, setecentos e noventa e cinco mil, quinhentos e setenta reais e sessenta e cinco centavos) para o incentivo à realização de projetos culturais.

No caso de os valores inscritos pelas empresas contribuintes ultrapassarem o apurado pela SMF – Secretaria Municipal de Fazenda, prevalece este último.

O valor do patrocínio de cada projeto poderá ser abatido integralmente pela empresa patrocinadora (100% de incentivo fiscal), desde que respeitados os limites aqui mencionados.

PROCESSO DE ENQUADRAMENTO E PATROCÍNIO

Recomenda-se aos artistas e produtores culturais que negociem com as empresas patrocinadoras antes de fazerem a inscrição de seus projetos. A Secretaria Municipal de Cultura publica sempre em seu site a relação das empresas que se inscreveram oficialmente para patrocinar projetos.

Nesta perspectiva, de 01 a 31 de maio de cada ano os produtores culturais devem inscrever seus projetos. No site da Incubadora Cultural, no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ pode ser encontrado o modelo do formulário eletrônico que é preciso preencher para aprovar um projeto na Secretaria de Estado de Cultura. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI DO ISS-RJ / Modelo do Formulário Eletrônico da Lei do ISS-RJ.

Os projetos são então analisados pela Comissão Carioca de Promoção Cultural e a lista dos aprovados é divulgada no site SMC no decorrer do mês de julho.

De 01 a 31 de agosto, as empresas que desejarem patrocinar projetos como contribuintes do ISS devem se cadastrar por via online, também no site da SMC. A lista das empresas habilitadas, que estiverem em dia com seus impostos e com a documentação exigida, é então divulgada no site da SMC, no decorrer do mês de setembro.

A Secretaria Municipal de Fazenda faz então o cálculo da

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proporcionalidade, informando às empresas contribuintes patrocinadoras os valores dos incentivos fiscais que poderão usar. O resultado é publicado no site da SMC até o dia 15 de outubro.

Cabe então às empresas patrocinadoras entregarem à SMC um Termo de Adesão, até o dia 31 de outubro.

Os patrocínios se concretizam por meio de um Termo de Compromisso, que é assinado tanto pelo produtor cultural como pela empresa patrocinadora, oficializando a transferência de recursos empresarias para o projeto. A obtenção do Termo de Compromisso é de responsabilidade do produtor cultural deve ser entregue à SMC até o dia 15 de dezembro. A execução do projeto, obviamente, acontece no ano seguinte.

Mensalmente, a empresa contribuinte deverá encaminhar à Secretaria Executiva da CCPC uma carta de direcionamento, na qual detalha a transferência de recursos financeiros para o projeto cultural incentivado.

Para obter orientações e informações adicionais sobre o funcionamento da Lei do ISS-RJ, os produtores culturais devem procurar a Divisão de Atendimento ao Proponente / Comissão Carioca - Telefones: (21) 2273-2896 - (21) 2976-2155.

Após a realização de um projeto incentivado pela Lei do ISS-RJ, é obrigatório fazer a Prestação de Contas do uso da verba de patrocínio pelo produtor cultural. Essa prestação tem um prazo máximo de trinta dias após a finalização do projeto e deve ser realizada da maneira mais correta possível. Se houver improbidade no uso da verba, o produtor cultural poderá ser condenado a devolver a quantia desviada aos cofres públicos e esse valor também recairá sobre a empresa patrocinadora, que ficará proibida de descontar o imposto de renda correspondente.

Para fazer uma Prestação de Contas correta, basta seguir as seguintes recomendações:

Ÿ Não faça nenhuma despesa e nenhum pagamento sem obter o recibo ou nota fiscal correspondente. Guarde todos as notas e recibos;

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Ÿ Recibos simples de pagamento a pessoas físicas não têm valor contábil. Por isso, consiga sempre uma nota fiscal ou um RPA – Recibos de Pagamento a Autônomo devidamente inscrito na Prefeitura da cidade em que o serviço for prestado;

Ÿ Faça Prestações de Contas Mensais, conforme o Formulário fornecido pelo Ministério da Cultura. Anexe fotocópias dos recibos e notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo);

Ÿ Após a execução do projeto cultural, faça a Prestação de Contas consolidada, com todas as despesas realizadas ao longo do tempo. Anexe fotocópias de todos os recibos e todas as notas fiscais de todas as despesas e pagamentos efetuados (guarde os originais consigo).

No site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ podem ser encontrados os modelos de Formulários de Prestação de Contas vinculados à Lei do ISS-RJ. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / LEI DO ISS-RJ / Manual de Procedimentos da CCPC.

VERBAS DE FOMENTO DIRETO

Os órgãos governamentais de cultura também disponibilizam para artistas e produtores culturais as chamadas verbas de fomento direto. Para ter acesso a essas verbas, os produtores culturais precisam concorrer a editais, que têm prazos para acontecer. Esses editais são direcionados para áreas e segmentos culturais específicos e são divulgados exclusivamente nos sites dos órgãos governamentais, por isso é preciso ficar constantemente atento a eles, nos seguintes endereços eletrônicos:

Ÿ Ministério da Cultura – http://www.cultura.gov.br/editaisŸ Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro -

http://www.cultura.rj.gov.br/editais/editais.php Ÿ Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro – o estímulo

governamental acontece através de dois programas, o CULTURA VIVA e o FOMENTO DIRETO:

- http://www.rio.rj.gov.br/web/smc/cultura-viva

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- http://www.rio.rj.gov.br/web/smc/fomento-direto#

Observação: com base nesses programas, o uso das leis de incentivo, na medida em que exigem a intermediação de uma empresa patrocinadora no processo, é considerado um mecanismo de fomento indireto à cultura.

Esses editais são muito variados e incluem fundos setoriais (específicos para cinema, teatro, música etc.), premiações, estímulo a pesquisas, redação de monografias sobre temas culturais e verbas de apoio a viagens ou para participação de brasileiros em eventos culturais no exterior.

MINISTÉRIO DA CULTURA

No caso do Ministério da Cultura, uma importante fonte de recursos é o FUNDO NACIONAL DE CULTURA

Outras fontes de recurso comprovam que o MinC fornece apoio múltiplo a diversos campos culturais, como os Pontos de Cultura, as comunidades quilombolas, a cultura indígena, a cultura afro-brasileira (através da Fundação Cultural Palmares), o fortalecimento de redes culturais brasileiras, o fomento à leitura na Bienal do Livro, para mencionar apenas alguns.

A FUNARTE – Fundação Nacional de Artes, entidade vinculada ao Ministério da Cultura, oferta bolsas de estudo de estímulo à criação artística em artes visuais, bolsas para residência em artes cênicas, para formação em artes circenses, além de editais para grupos teatrais interessados em ocupar as casas teatrais administradas pelo Governo Federal. Além disso, a FUNARTE oferece bolsas de estímulo para produção críticas nas áreas de artes visuais, música, conteúdos artísticos em mídias digitais, produção crítica sobre culturas populares. A FUNARTE também apoia festivais, performances e salões regionais no campo das artes visuais.

A produção de filmes brasileiros de curta, média ou longa-metragem é apoiada pela ANCINE, por meio de verbas de fomento direto. O Fundo Setorial do Audiovisual, por sua vez, beneficia projetos para televisão e filmes de longa-metragem, em operações

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que movimentam milhões de reais investidos na produção independente brasileira.

Ÿ Cultura Viva - O Programa Cultura Viva foi criado e regulamentado por meio das Portarias nº 156, de 06 de julho de 2004 e n° 82, de 18 de maio de 2005 do Ministério da Cultura. Ele é executado pela Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC).

O Programa surgiu para fortalecer o protagonismo cultural na sociedade brasileira, valorizando as iniciativas culturais de grupos e comunidades, ampliando o acesso aos meios de produção, circulação e fruição de bens e serviços culturais, tendo como base os Pontos e Pontões de Cultura. O Programa é financiado por recursos do Governo Federal e dos parceiros públicos e privados, por meio de convênios, bolsas ou prêmios concedidos através de chamamento público. Seus objetivos são:

- Reconhecer iniciativas e entidades culturais;- Fortalecer processos sociais e econômicos da cultura;- Ampliar a produção, fruição e difusão culturais;- Promover a autonomia da produção e circulação cultural;- Promover intercâmbios estéticos e interculturais;- Ampliar o número de espaços para atividades culturais;- Estimular e fortalecer redes estéticas e sociais;- Qualificar Agentes de Cultura como elementos estruturantes de uma política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura.

O MinC também apoia projetos nas áreas de Literatura (bolsas para pesquisas, criação literária, feiras de livros, tradução e pesquisas no acervo da Biblioteca Nacional. Nos campos da Identidade e Diversidade, oferece edital para microprojetos, oficinas para povos tradicionais de terreiro e para Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Brasília, com enfoque em Terras e Povos Indígenas.

No importante universo do patrimônio (material e imaterial), o MinC

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tem verbas de fomento para pesquisas, seminários e programas de apoio à extensão universitária.

Na área dos museus, através do IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, o Governo Federal oferece verbas para aquisição, manutenção e preservação de acervos, bem como para obras de modernização de instituições museológicas.

Ÿ Prêmios – O MinC também disponibiliza recursos através da oferta de premiçãoes de diversos tipos, cuja relação é a seguinte:

Artes Cênicas, Visuais e Música

- Prêmio de Modernização dos Museus- Prêmio Casa de Rui Barbosa- Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga- Prêmio RN Junino- Prêmio Pontos de Leitura de Bento Gonçalves (RS)- Prêmio Mais Cultura de Pontos de Leitura do Rio de Janeiro- Prêmio Funarte de Concertos Didáticos- Prêmio Circuito Funarte de Música Clássica- Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – ocupação dos espaço da Funarte- Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua- Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo- Prêmio Funarte de Teatro Miriam Muniz- Prêmio Funarte Festival de Artes Cênicas- Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia- Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afrobrasileiras- Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça- Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna- Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia

Artes Integradas

- Prêmio de Estado de Minas Gerais de Artes Cênicas-Prêmio Publicações em Língua Estrangeira de Arte Contemporânea- Prêmio Estudos e Pesquisas sobre Arte e Economia da Arte no Brasil

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- Prêmio Mostras de Artistas no Exterior- Prêmio Mais Cultura de Apoio às Bibliotecas Comunitárias do Estado do Ceará- Prêmio Funarte de Dança Klauss Viana- Prêmio Funarte de Arte Contemporânea

Secretaria do Audiovisual

- Prêmio SAV de Pesquisa em Cinema

Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas

- Prêmio Boas Práticas e Inovação em Bibliotecas Públicas- Prêmio Leitura para Todos: projetos Sociais de Leitura- Prêmio Viva Leitura- Prêmio Estórias de Pontos de Cultura- Prêmio Literário

Identidade e Diversidade

- Prêmio Hip Hop- Prêmio Culturas Populares Mestra Dona Izabel- Prêmio Cultural Loucos pela Diversidade- Prêmio Cultural LBGT- Prêmio Culturas Populares Mestre Humberto de Maracanã- Concurso Público de Apoio a Paradas de Orgulho LBGT- Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa- Prêmio Culturas Indígenas- Prêmio de Produção Crítica em Música- Prêmio Funarte Nelson Rodrigues- Prêmio Agente Jovem de Cultura

Monumento e Patrimônio

- Prêmio de Pesquisa em Cultura – Políticas Públicas de Cultura

Museus

- Prêmio Mario Pedrosa- Prêmio Darcy Ribeiro- Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça

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Patrimônio Imaterial

- Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade- Prêmio VivaLeitura- Prêmio Culturas Populares Mestre Duda

Patrimônio Material

- Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

- Prêmio Mario Pedrosa

Como se vê, são inúmeras as possibilidades de obtenção de recursos para projetos culturais na esfera federal. Cabe ao artista e/ou produtor cultural ficar atento à ´publicação dos editais no site do MinC.

VERBAS ESTADUAIS

São ofertadas pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, através de suas Superintendências específicas, que decidem o direcionamento dos recursos para os projetos. Essas superintendências são as seguintes:

Ÿ Superintendência de Arteshttp://www.cultura.rj.gov.br/editais/edsuperartes.phpSeleciona grupos teatrais que ocuparão os teatros administrados pelo Estado, projetos de preservação e memória da cultura fluminense, o Circuito Estadual das Artes e Festivais de Música, Artes Cênicas e Audiovisual.

Ÿ Superintendência de Audiovisualhttp://www.cultura.rj.gov.br/editais/edsuperaudiovisual.phpApoia o desenvolvimento de filmes de curta e longa-metragem (inclusive de baixo orçamento), séries de TV e jogos eletrônicos para console, internet ou computador. Também seleciona produtores audiovisuais para participar de festivais internacionais de cinema.

Ÿ Superintendência de Cultura e Sociedadehttp://www.cultura.rj.gov.br/editais/edculturaesociedade.phpOfertas verbas para o Carnaval, projetos de baile e criação

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artística no funk, para ampliação da Rede de Pontos de Cultura no Estado, viagens de difusão e intercâmbio cultural e o Programa Favela Criativa que fornece capacitação e apoio à captação de patrocínios para projetos oriundos de comunidades de baixa renda.

Ÿ Superintendência de Leitura e Conhecimentohttp://www.cultura.rj.gov.br/editais/edleituraeconhecimento.phpApoio para Agentes de Leitura, Pontos de Leitura, Bibliotecas Comunitárias, Pontinhos de Cultura e Brinquedotecas.

Ÿ Superintendência de Museushttp://www.cultura.rj.gov.br/editais/edsupermuseus.phpApoio ao desenvolvimento e modernização de museus e instituições museológicas, juntamente com apoio financeiro a projetos de dinamização de museus e centros de memória;

Ÿ INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Culturalhttp://www.cultura.rj.gov.br/editais/edsupermemoriaepatrimonio.phpApoio a inventários do acervo cultural da memória fluminense, livros de história e patrimônio cultural fluminense, assim como apoio a pesquisas sobre a memória fluminense.

VERBAS MUNICIPAIS

É operacionalizado através do site da Secretaria Municipal de cultura do Rio de Janeiro. Suas principais linhas de ação são as seguintes:

Ÿ Fomento Viva a Cultura!http://www.cultura.rj.gov.br/editais/edsupermemoriaepatrimonio.phpApoia os Pontões de Cultura e dá prêmios para Pontos de Leitura.

Ÿ Fomento Diretohttp://www.rio.rj.gov.br/web/smc/fomento-diretoVerbas para projetos inscritos no Programa Fomento Viva o Talento Cidade Olímpica (Música, Dança, Multilinguagem, Educativo), Programa Viva o Circo! (seleciona quatro companhias circenses que irão funcionar como aceleradoras de outras

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companhias congêneres), Viva o Cinema! (dá suporte financeiro à produção de curta-metragem, produção e finalização de longa-metragem, desenvolvimento de projeto de conteúdo para TV, desenvolvimento de projeto de longa-metragem e projetos de audiovisual desenvolvidos por pontos de cultura sediados no município do Rio e por realizadores chancelados pelo Prêmio de Ações Locais), Viva o Carioca! (confere reconhecimento e apoio à continuidade de 30 ações locais, no valor de R$ 40 mil cada; e apoio à realização 40 projetos culturais no valor de R$ 20 mil cada) e Programa Viva a Arte! (Artes Integradas, Dança, Música, Incentivo ao Hábito de Leitura, projetos para crianças, Teatro e Circo). Também premia os chamados Territórios da Cultura.

EDITAIS DE EMPRESAS OU INSTITUIÇÕES ESTATAIS

Todas as grandes empresas estatais fazem chamadas públicas para editais de fomento a projetos culturais. Para obter essas verbas, é preciso ter projetos consistentes e ficar atento às datas de lançamento dos editais, às exigências de cada certame e aos prazos para inscrição de projetos.

As empresas e instituições estatais que ofertam verbas de fomento à cultura são: Petrobras, Furnas, Eletrobrás, Eletronuclear e BNDES. O Banco do Brasil possui centros culturais que selecionam eventos culturais de qualidade para exibição ao público. Maiores informações nos sites oficiais dessas empresas ou instituições.

RECURSOS PRIVADOS

EDITAIS DE EMPRESAS PRIVADAS

Muitas empresas patrocinam projetos com base em incentivos fiscais ou não. Vale a pena pesquisar os sites de algumas dessas empresas e pesquisar como funciona a oferta de patrocínio. Recomendamos pesquisar os critérios de patrocínio das seguintes empresas: Bradesco, Gerdau, Itaú, Porto Seguro, Souza Cruz, Vale, Vonpar Bebidas.

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RECURSOS DE MERCADO

Além dos patrocínios facilitados por leis de incentivo, das verbas de fomento direto de órgãos governamentais de cultura e dos editais de empresas privadas ou estatais, os artistas e produtores culturais contam com outras fontes de recursos, na simples dinâmica do mercado. A seguir são apresentadas algumas dessas fontes alternativas:

CROWDFUNDING

Numa tradução literal do inglês, crowdfunding quer dizer “financiamento pela multidão” e consiste numa modalidade de investimento na qual dezenas de pessoas podem investir pequenas quantias de dinheiro em um projeto, geralmente via internet, possibilitando, assim, a concretização da proposta. É uma espécie de financiamento colaborativo, que está revolucionando o lançamento de novas ideias, novas empresas e novos projetos pelo mundo afora.

A dinâmica é muito simples: o empreendedor apresenta sua ideia ao público, dizendo quanto precisa arrecadar e indica uma data limite para alcançar o volume de dinheiro necessário. As pessoas acessam o site que se tornou parceiro do projeto, se informam sobre a proposta através de explicações em vídeo e texto e decidem então contribuir ou não, com o projeto apresentado. Caso o projeto consiga o financiamento, o site que divulgou a iniciativa recebe uma comissão da empresa (em geral, 5%). Caso contrário, o empreendedor sai sem levar nada do que foi arrecadado.

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O crowdfunding é usado em todos os tipos de mercado, seja ele cultural, de saúde, tecnologia ou industrial etc. Ele também serve não apenas para pessoas que não possuem dinheiro para o financiamento, mas também para empreendedores que precisam levantar um capital alto. Trata-se de uma opção relevante para quem precisa captar recursos financeiros.

Esta modalidade de financiamento se apoia na vontade das pessoas em ajudar um negócio a sair do papel, mesmo com baixo investimento, com o objetivo de poder participar de alguma forma daquela empresa no futuro. Muitos empreendedores que divulgam sua ideia em busca deste financiamento colaborativo recompensam seus investidores com alguns brindes, prêmios e até mesmo com participação societária dentro da empresa. Tudo dependerá da quantia investida no projeto.

No Brasil, assim como no resto do mundo, esta modalidade de financiamento tem ganhado cada vez mais espaço, mobilizando volume crescente de recursos e conquistando um número cada vez maior de pessoas.

Algumas grandes empresas e produtos/serviços que conhecemos hoje já tiveram suas rodadas de investimento coletivo, como a Wikipédia, Linux, YouTube e, acredite, até a famosa Estátua da Liberdade, símbolo mor dos EUA, precisou de investimento coletivo para ser construída e transportada.

Para conhecer mais sobre o assunto, visite alguns dos sites de crowdfunding mais prestigiados da atualidade:

Brasileiros:

Ÿ Benfeitoria – http://www.benfeitoria.com/Ÿ Catarse – http://catarse.me/ptŸ Incentivador – http://www.incentivador.com.br/Ÿ Multidão – http://multidao.art.br/ptŸ MovereME – http://www.movere.me/Ÿ Queremos – http://www.queremos.com.brŸ Senso Incomum – http://www.sensoincomum.com.br/ (projetos

sociais)Ÿ Vakinha – http://www.vakinha.com.br/

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Estrangeiros:

Ÿ IndieGoGO – http://www.indiegogo.com/Ÿ KickStarter – http://www.kickstarter.com/Ÿ PeerBackers – http://peerbackers.com/

VENDA ANTECIPADA DE PRODUTOS CULTURAIS

Produtos culturais que são vendidos por unidades, tais como livros, CDs, DVDs, gravuras, desenhos etc., podem ser viabilizados pelo mecanismo da venda antecipada, que funciona da seguinte maneira: o produtor cultural pede aos seus amigos e familiares, e também aos amigos de seus amigos, e aos familiares de seus amigos, que paguem pelo produto antes que ele esteja pronto, recebendo em troca do dinheiro um comprovante da aquisição. Assim, quando o produto é viabilizado, as pessoas que fizeram a compra antecipada têm prioridade para receber o produto.

Este mecanismo é utilizado em diversos mercados, não apenas no mercado cultural. Quando alguém compra um produto que ainda não está disponível no mercado, está adquirindo um produto em pré-venda. A pré-venda consiste, basicamente, numa reserva antecipada do produto. Em geral, a pré-venda possibilita a compra do produto por um preço melhor ou condição especial, motivo pelo qual torna a compra na pré-venda mais interessante. E aqui está a chave do sucesso, na oferta de um preço especial para quem adquire o produto antecipadamente.

Todos os produtos que se encontram nessa situação geralmente exibem uma imagem com o rótulo de "pré-venda". Além disso, também está disponível ao lado da foto produto a data prevista de postagem. Os clientes que adquirem os produtos em pré-venda, possuem preferênc ia e receberão os produtos antes dos demais clientes.

O prazo para entrega de seu pedido informado na finalização da

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compra começará a contar a partir da data prevista para postagem. Para pedidos que contenham produtos com diferentes prazos de entrega, prevalecerá o prazo mais longo.

Não são apenas produtos materiais que podem ser concretizados por meio desse mecanismo. É possível, por exemplo, vender antecipadamente ingressos de espetáculos teatrais ou para shows e concertos musicais, assim como poetas podem pagar previamente para participar de livros do tipo coletânea de diversos autores.

E atenção: assim que um cliente adquire um produto ou um serviço cultural, é preciso verificar se ele ficou satisfeito com o que comprou. Isso é o que se chama de pesquisa pós-venda, e todos os profissionais de verdade fazem esse tipo de pesquisa para melhorar os processos de atendimento satisfatório aos seus clientes. Nessa perspectiva, os pilares do sucesso de qualquer empreendimento, cultural ou outro qualquer, são em número de três:

3

PósVenda

PILARES DO NEGÓCIO

1

PréVenda

2

Venda

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RECURSOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

MOEDA SOCIAL

Em comunidades de baixa renda, as moedas sociais podem ser utilizadas como recurso para promover o desenvolvimento local. A moedas Social é um dinheiro alternativo, utilizado apenas por um certo grupo de pessoas, formando uma espécie de clube. A moeda social em geral é usada para troca de serviços ou produtos.

A moeda social é uma ferramenta de Economia Solidária, muito usada como alternativa ao escambo (sistema de trocas que elimina o dinheiro), e possui características próprias. É considerada um instrumento de desenvolvimento local, destinada a beneficiar o mercado de trabalho dos grupos que participam da economia da localidade. Seu uso é restrito, e a sua circulação beneficia a redistribuição dos recursos na esfera da própria comunidade. O aumento da quantidade de moeda social equivale ao aumento das transações realizadas pelos participantes da economia local. Quando se lança uma moeda social, é importante observar o lastro (para cada moeda social, deve existir uma moeda oficial do mesmo valor – no caso do Brasil, a moeda oficial é o Real).

A criação de moedas sociais se inspira nos conceitos da economia solidária de articulação e trocas da economia, na produção e comercialização de produtos que vai além da lógica capitalista, por beneficiar a comunidade local e trazer desenvolvimento. A moeda social, por sua circulação restrita, auxilia a diminuir o poder centralizador da economia capitalista globalizada, e promove a inclusão social.

Uma das experiências bem-sucedidas no campo das moedas sociais é o Banco Palmas, um banco comunitário de desenvolvimento (BCD), fundado em 998 no Conjunto Palmeira, 1um bairro de 32.000 habitantes localizado na periferia de Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Opera sob o princípio da Economia Solidária. O Banco Palmas é o primeiro dos 52 bancos comunitários com estruturas semelhantes criados em todo o Brasil. É administrado pela Associação dos Moradores do

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Conjunto Palmeira (ASMOCONP) e a maioria da sua equipe é voluntária.

A missão do Banco é implementar projetos de trabalho e geração de renda através de sistemas de economia solidária, primariamente focada na superação da pobreza urbana e rural. O objetivo é garantir microcréditos para produção e consumo local, com taxas de juros mínimos e sem requisitos para inscrição, comprovante de renda, ou fiador (a confiabilidade do tomador é garantida pelos seus vizinhos). O Banco Palmas também fornece acesso a serviços bancários para os moradores das comunidades mais pobres, que normalmente não teriam acesso a eles nos bancos tradicionais, por causa da falta de histórico de crédito, de garantia financeira e simplesmente por causa de problemas de distância física.

No campo da cultura, o Banco Palmas viabilizou a existência da Companhia Bate Palmas, que atua nas áreas de arte, educação e cultura. Dela participam jovens do Conjunto Palmeiras, sob a coordenação do cantor e compositor Parahyba e o apoio do Banco Palmas. A Cia. Bate Palmas nasce das raízes culturais da comunidade local e valoriza em suas músicas a história e as tradições do Conjunto Palmeira, dando ênfase à cultura popular. Não é uma instituição com regras e estatutos, mas sim um movimento que avança norteado pela partilha de bens e responsabilidades.

Exemplo da moeda social criada pelo Banco Palmas

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Gera, dentro dos princípios da economia solidária, trabalho e renda para cerca de 30 adolescentes da comunidade, com a comercialização de seus produtos artísticos e culturais, tais como: fabricação de instrumentos musicais, gravação de CDs em estúdio próprio, oficinas de arte, montagens de espetáculos e apresentações artísticas.

Com grande ênfase na percussão, é formada por um batuque de cerca de quinze integrantes, guitarra, baixo elétrico, bateria, bandolim, violino, violão e vocais. O resultado é um espetáculo cheio de ritmos, com bastante influência do Coco, Frevo, Bumba-Meu-Boi, Maracatu, Ciranda, Rap, Repente, Carimbó, Rock, Reggae, Samba, Baião e todo esse universo de diversidade cultural, de constante criação e recriação rítmica, sonora e poética. Durante a sua existência de 4 anos, sua produção multicultural realiza um intercâmbio entre o campo e a cidade, que vai desde o mapeamento de grupos artísticos e realização de oficinas no interior do Estado, até a organização de eventos e apresentações conjuntas com os grupos locais.

Como criar uma moeda social

As informações abaixo foram encontradas no site do Instituto Akatu, no link:

http://www.akatu.org.br/Temas/Dinheiro-e-Credito/Posts/Como-criar-uma-moeda-social--um-banco-comunitario

O coordenador do Núcleo de Economia Solidária (Nesol) da USP, Diogo Tsukumo, divide esta metodologia em 4 fases:

1. Identificação

Nessa fase são realizados estudos, diagnósticos e visitas aos municípios ou comunidades para certificar que o local reúne as condições necessárias para organização de um Banco Comunitário. Dentre outros, são observados os seguintes aspectos:

a) presença de uma organização local/comunitária, interessada em desenvolver e gerir as ações de um Banco Comunitário; b) compromisso do poder público local, universidade e iniciativa

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privada, em apoiar a implantação do Banco; c) existência de grupos produtivos locais e de empreendimentos econômicos solidários; e d) existência de rede telefônica instalada no município/bairro (serviço necessário para o funcionamento de caixa eletrônico).

2. Preparação

Consiste no processo de sensibilização dos moradores, produtores e comerciantes do município/comunidade, bem como a capacitação dos agentes e gerentes de crédito. Considerar nessa etapa eventos de capacitação (oficinas, cursos e treinamentos), distribuídas ao longo do período desta fase. Apresenta as seguintes etapas:

a) reuniões com a comunidade, o governo local, e outros parceiros locais objetivando ouvir suas expectativas, negociação de apoio e definição da contribuição de cada um para a constituição de Banco Comunitário; b) oficina de sensibilização com técnicos da entidade que apoiará o Banco Comunitário e comunidade, momento em que serão abordadas noções de desenvolvimento local e Economia Solidária; c) oficina das experiências de outros bancos, apresentando o estágio de desenvolvimento alcançado pela comunidade; d) oficina sobre economia solidária para oferecer aos moradores noções sobre como organizar coletivamente redes de produtores e consumidores locais, remontando cadeias produtivas e criando instrumentos de Economia Solidária e) oficinas práticas sobre o mapeamento da produção e do consumo local; e f) curso de agente e gerente de crédito, quando serão treinadas pessoas da comunidade para atuarem como agente e gerente de crédito.

3. Implantação.

Após o processo de sensibilização e capacitação, iniciam-se os preparativos práticos para o funcionamento do banco, destacando-se;

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a) oficina de planejamento do Banco Comunitário para determinar o funcionamento do Banco, nome, produtos, gestão, parcerias e outros; b) oficina de treinamento da equipe do Banco Comunitário e criação dos instrumentos de gestão (formulários, fichas de cadastro, definição de política de juros, sistema de aval, analise do crédito e outros); c) preparação e edição do material gráfico sobre o Banco Comunitário e a Moeda Social Local; d) cartaz, folder, convite, impressão das moedas sociais e outros; e e) lançamento do banco e assessoria à equipe de gestão por três meses.

4. Consolidação

Nessa fase, os Bancos Comunitários precisam consolidar suas atividades e superar dificuldades apresentadas ao longo do processo inicial. São realizadas ações de:

a) consultorias especializadas e focadas; b) reuniões com o poder público local; c) articulação com novos parceiros; d) cursos de aperfeiçoamento para os agentes e gerentes de crédito, produtores locais e consumidores; e) aperfeiçoamento nos conhecimentos e nas práticas desenvolvidas no banco; f) campanhas para divulgar as ações do banco e seu impacto na comunidade.

CDD: uma moeda social carioca

Uma experiência de banco comunitário de desenvolvimento e criação de moeda social local está em plena vigência na comunidade da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. A moeda própria criada localmente, em setembro de 2011, se chama CDD e é resultado do projeto Rio Eco Sol, da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico Solidário da Prefeitura do Rio de Janeiro. Entretanto, a moeda social ainda é pouco aproveitada pela comunidade. Estratégias de divulgação do projeto estão sendo realizadas na tentativa de reverter esse quadro.

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A CDD (nome que faz referências às iniciais da comunidade) é distribuída pelo Banco Comunitário da Cidade de Deus, cuja gestão é feita por um conselho composto por moradores da favela, integrantes do Instituto Palma (criador da moeda social) e representantes do BNDES (financiador).

Reprodução da cédula de valor unitário da moeda social da Cidade de Deus

O sistema da moeda social funciona da seguinte forma: o morador vai até o Banco Comunitário e faz a troca de Real para CDD. Com a nova moeda em mãos, ele pode fazer compras com descontos nos estabelecimentos credenciados. Há cinco cédulas em circulação: 0,50 CDD; 1 CDD; 2 CDD; 5 CDD e 10 CDD. O banco também faz empréstimos para consumidores e comerciantes, com juros bem inferiores aos dos bancos convencionais.

Os funcionários do Banco Comunitário da Cidade de Deus estudam propostas para tornar o programa mais conhecido. Uma delas é o concurso literário da moeda social, destinado a crianças e adolescentes, cuja premiação é em CDDs. Outras ações buscam a divulgação em eventos, como a Caravana do Viva Favela, que acontece naquela comunidade.

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O mercado cultural não é exceção para esta regra: pessoas físicas dificilmente conseguem obter recursos, somente pessoas jurídicas (com ou sem fins lucrativos) conseguem patrocínios de empresas privadas, verbas de órgãos de governo ou assinam contratos com organizações públicas ou privadas.

A legislação brasileira dá diversas opções a quem deseja se tornar uma pessoa jurídica para atuar no mercado cultural. Você poderá escolher entre trabalhar sozinho ou em sociedade, em uma empresa com fins lucrativos ou entidades sem fins de lucro. As principais alternativas estão relacionadas a seguir. Leia todas com atenção e escolha a pessoa jurídica mais adequada para o seu caso individual.

MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

No Brasil de hoje, a maneira mais fácil para uma pessoa física se tornar pessoa ju r íd ica é se cadast rar como MEI – Microempreendedor Individual.

Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria, depois de se legalizar como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) por ano ou R$ 5 mil por mês.

Quem faturar acima disso, precisa mudar de categoria profissional e pagar mais impostos. O MEI não pode participar de nenhuma outra empresa, nem como sócio, nem como principal titular.

O MEI tem direito aos benefícios previdenciários, como auxílio-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria, entre outros. Assim como tem direitos, o MEI também tem obrigações e

3 PESSOAS JURÍDICAS DE NATUREZA CULTURAL

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responsabilidades. Ele será inscrito no sistema do Simples Nacional e ficará isento de todos os impostos federais, estaduais e municipais (IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica; IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados; CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social; Contribuição para o PIS/PASEP, CPP – Contribuição Patronal Previdenciária; – ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza). Precisará pagar apenas uma contribuição mensal. de R$ 39,40 (INSS), acrescido de R$ 5,00 (Prestadores de Serviço) ou R$ 1,00 (Comércio e Indústria) por meio de carnê emitido através do Portal do Simples Nacional, além de taxas estaduais/municipais que devem ser pagas dependendo do estado/município e da atividade exercida.

A esse carnê dá-se o nome de DAS - Documento de Arrecadação do Simples Nacional (ou simplesmente Documento de Arrecadação Simplificada).

Para emitir o carnê, basta ter o número do CNPJ e fazer a impressão a partir do site do Simples Nacional:

http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/servicos/grupo.aspx?grp=t&area=1

O pagamento do carnê será feito na rede bancária e casas lotéricas, até o dia 20 de cada mês.

Se o faturamento anual do MEI for maior que R$ 60 mil, porém não ultrapassar R$ 72 mil (menor que 20% de R$ 60 mil), o empreendedor deverá recolher os DAS na condição de MEI até o mês de dezembro e recolher um DAS complementar, pelo excesso de faturamento, no vencimento estipulado para o pagamento dos tributos abrangidos no Supersimples relativos ao mês de janeiro do ano-calendário subsequente. A regra geral é no dia 20 de fevereiro, sendo que esse DAS será gerado quando da transmissão da Declaração Anual do MEI (DASN-SIMEI). A partir do mês de janeiro, o MEI passará a recolher os impostos pelo sistema Supersimples como microempresa, com percentuais iniciais de 4%, 4,5% ou 6% sobre o faturamento do mês, conforme

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as atividades econômicas exercidas (Comércio, Indústria e/ou Serviços).

Que se registra como MEI poderá contratar apenas um empregado (ou empregada), que receberá o salário mínimo ou o piso da sua categoria profissional, para cumprir a jornada prevista na Constituição Federal, que é de 8 horas diárias ou 44 horas semanais.

A pessoa contratada, na zona urbana ou na rural, terá direito a receber o salário mínimo, fixado em lei válida para todo o Brasil. Em 2015, o salário mínimo nacional é R$ 788,00. Alguns estados têm custo de vida diferenciado e por isso apresentam valores próprios. No caso do Rio de Janeiro, o salário mínimo em 2015 ficou na faixa dos R$ 953,47, podendo aumentar de acordo com a atividade (os demais valores podem ser encontrados no art. 1º da Lei Estadual nº 6.983 de 31/03/2015).

Há também os profissionais que devem ganhar mais do que o salário mínimo nacional/estadual. Isso acontece quando o Sindicato que os representa consegue estipular um outro valor, chamado piso salarial, através de negociações com o Sindicato representante do empregador ou diretamente com a empresa.

VANTAGENS DE SE TORNAR UM MEI

Foi a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, que criou as condições especiais para que o trabalhador possa sair da informalidade, ser o dono do próprio negócio, tornando-se um pequeno empresário. Entre as vantagens de se tornar um MEI, estão as seguintes:

Ÿ O registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais;

Ÿ Todo é enquadrado no regime do Simples Nacional e fica isento dos tributos federais, estaduais e municipais. Assim, o MEI paga apenas um valor fixo mensal de R$ 40,40 (comércio ou indústria), R$ 44,40 (prestação de serviços) ou R$ 45,40 (comércio e serviços). Essa taxa é destinada à Previdência

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Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas a cada ano, de acordo com a variação do salário mínimo.

Ÿ A cobertura previdenciária para o empreendedor e sua família (auxílio-doença, aposentadoria por idade, salário-maternidade após carência, pensão e auxilio reclusão) é obtida por meio do pagamento de uma mensalidade reduzida, estipulada em 5% do salário mínimo, hoje R$ 36,20. Com essa cobertura, o empreendedor estará protegido em caso de afastamento por doença, aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez e salário maternidade, no caso de gestantes e adotantes, após um número mínimo de contribuições. Sua família terá direito a pensão por morte e auxílio reclusão.

O Sistema SEBRAE dá apoio às pessoas que desejam se tornar Microempreendedores individuais. Procure o Balcão SEBRAE mais próximo da sua residência e peça ajuda. Pela internet, o Sistema SEBRAE fornece também todas as orientações necessárias para quem deseja se tornar um MEI. O link é:http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/Microempreendedor-Individual-conta-com-o-Sebrae

Para se cadastrar como MEI pela internet, basta acessar o site do Portal do Empreendedor vinculado ao Governo Federal, no seguinte endereço:h t t p : / / w w w . p o r t a l d o e m p r e e n d e d o r . g o v . b r / m e i -microempreendedor-individual/formalize-se

A relação das atividades profissionais permitidas para atuação como MEI estão no seguinte endereço eletrônico, por ordem alfabética:http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/Microempreendedor-Individual-conta-com-o-Sebrae

Na área cultural, principais atividades permitidas são as seguintes:

Ÿ Artesão - de bijuterias / em borracha / em cerâmica / em cimento / em cortiça, bambu e afins / em couro / em gesso / em louças, vidro e cristal / em madeira / em mármore, granito, ardósia e outras pedras / em metais / em metais preciosos / em outros materiais / em papel / em plástico / em vidro.

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Ÿ Comerciante de suvenires, bijuterias e artesanatos / de objetos de arte.

Ÿ Dublador(a). Ÿ Editor(a) – de livros / de revistas / de vídeo.Ÿ Fotógrafo(a) / fotógrafo aéreo / fotógrafo(a) submarino(a).Ÿ Humorista e contador(a) de histórias.Ÿ Instrutor(a) de arte e cultura em geral / de artes cênicas / de

música.Ÿ Livreiro(a);Ÿ Locador(a) – de fitas de vídeo, DVDs e similares / de

instrumentos musicais / de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes.

Ÿ Mágico(a);Ÿ Reparador(a) de instrumentos musicais.Ÿ Restaurador(a) – de instrumentos musicais históricos / de jogos

acionados por moedas / de livros / de obras de arte / de prédios históricos.

Ÿ Revelador(a) fotográfico(a).Ÿ Serigrafista.Ÿ Técnico(a) de sonorização e de iluminação

O cadastro de MEI também pode ser feito no Portal do Empreendedor, que não é ligado a órgãos de governo e cobra R$ 168,90 para fazer o cadastro, tirar dúvidas e dar suporte online. O endereço eletrônico é:

http://www.portaldoempreendedor.adm.br/

ME – MICROEMPRESA

Quando ultrapassa o limite de faturamento de R$ 60 mil por ano, o MEI passará à condição de microempresa. A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que trabalhadores informais de todo o Brasil possam se legalizar como Microempreendedor Individual (MEI). Trata-se de um grande avanço para diversos setores, especialmente para o Governo, pois arrecada impostos e tributos que serão investidos em melhorias sociais. Também favorece o empreendedorismo no país, pois ampl iou para mui tas pessoas as opor tun idades de

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reconhecimento e crescimento de seus negócios e acesso a direitos adquiridos. O ponto mais relevante desse novo cenário é que, com o MEI, agora se permite que negócios que antes não tinham perspectivas de crescimento possam a crescer e ter mais oportunidades e faturamento, momento em que já não se encaixam mais no perfil.

Dessa forma, quando excede o limite de faturamento anual de R$ 60 mil, o MEI passa à condição de Microempresa (ME). Nessa altura, são duas as situações às quais o empreendedor poderá estar sujeito. Aprenda como deve proceder para a transição de MEI para ME.

1 – Se o faturamento anual for maior que R$ 60 mil, porém não ultrapassar R$ 72 mil (menor que 20% de R$ 60 mil), o empreendedor deverá recolher os DAS na condição de MEI até o mês de dezembro e recolher um DAS complementar, pelo excesso de faturamento, no vencimento estipulado para o pagamento dos tributos abrangidos no Supersimples relativos ao mês de janeiro do ano-calendário subsequente. Na regra geral é no dia 20 de fevereiro, sendo que esse DAS será gerado quando da transmissão da Declaração Anual do MEI (DASN-SIMEI). A partir do mês de janeiro, passa a recolher os impostos pelo sistema Supersimples como microempresa, com percentuais iniciais de 4%, 4,5% ou 6% sobre o faturamento do mês, conforme as atividades econômicas exercidas (Comércio, Indústria e/ou Serviços).

2 – Se o faturamento anual for superior a R$ 72 mil. Neste caso, o empreendedor deixará se pertencer à categoria de Microempresa e se tornará Empresa de Pequeno Porte.

IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA

As micro e pequenas empresas representam mais de 90% das empresas brasileiras e empregam mais de 50% das pessoas economicamente ativas do nosso país. Isto representa quase 6 milhões de organizações desse tipo. Essas empresas são a base econômica da nossa sociedade, pois são elas que absorvem a

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grande parte dos desempregados da população e dinamizam o mercado. Além disso, fazem parte do grande sonho de todo trabalhador, que é o de ser dono do próprio negócio.

Na sociedade contemporânea, quando se faz uma aliança adequada entre criatividade e investimento financeiro, a mistura pode fazer surgir um novo conceito, um novo produto ou serviço, uma ideia revolucionária ou uma nova empresa capaz de sobreviver no mercado. A era da informação faz com que tudo se torne acessível e barato, mas, no mundo de hoje, para conseguir lucrar é necessário inovar.

Nenhuma empresa nasce grande, ou seja, as empresas começam pequenas e são desenvolvidas com dedicação e competência. A microempresa é a base de um futuro de grandeza e prosperidade.

EPP – EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Se o faturamento for superior a R$ 360 mil e inferior a R$ 3,6 milhões, o negócio se torna automaticamente uma Empresa de Pequeno Porte, retroativo ao mês de janeiro ou ao mês da inscrição (formalização), caso o excesso da receita bruta tenha ocorrido durante o próprio ano-calendário da inscrição (formalização).

Nesse caso, passa a recolher os tributos devidos pelo sistema Supersimples, com percentuais iniciais de 4%, 4,5% ou 6% sobre o faturamento, conforme as atividades econômicas exercidas (Comércio, Indústria e/ou Serviços).

Observações: no caso de início de atividade, deverá ser observado o limite proporcional: (R$ 60 mil/12) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro (Resolução CGSN nº 94/2011,art. 91, §1º ). Nas duas situações acima, ME – Microempresa e EPP – Empresa de Pequeno Porte, o MEI deverá sol ic i tar, obrigatoriamente, o desenquadramento como MEI no Portal do Simples Nacional, no site da Receita Federal do Brasil.

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Entre as vantagens de se tornar ME ou EPP, são listadas as seguintes:

Ÿ Dispensa de algumas obrigações trabalhistas;

Ÿ Acesso diferenciado e facilitado a financiamentos;

Ÿ Possibilidade de usar os juizados especiais (antigo juizado de pequenas causas) para dirimir questões de natureza jurídica.

E I R E L I – E M P R E S A I N D I V I D U A L D E RESPONSABILIDADE LIMITADA

O empreendedor que não deseja ter um sócio e usufruir da vantagem da responsabilidade limitada, pode constituir uma EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. A grande inovação deste tipo de empresa é permitir a separação entre o patrimônio pessoal do empresário e o patrimônio da pessoa jurídica. Mas, para criar uma EIRELI, é preciso ter um capital social igual a, no mínimo, 100 vezes o valor do salário mínimo vigente no momento da sua criação, totalmente integralizado. Isto quer dizer que o capital social deverá fazer parte, obrigatoriamente, do ato de constituição da empresa, que deverá ser registrado na Junta Comercial. No Rio de Janeiro, em 2015, esse valor de 100 vezes o do salário mínimo foi de R$ 78.800,00. A EIRELI não possui limite de faturamento anual. Conforme o nível de sua receita, ela poderá ser enquadrada como ME ou EPP, para que os impostos sejam pagos através do Simples Nacional, representando uma grande economia de recursos financeiros para o empresário.

Veja no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ o modelo de ato constitutivo de uma EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada / Modelo de Ato Constitutivo de EIRELI.

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ONG OU ASSOCIAÇÃO CULTURAL

Quando as atividades culturais são realizadas por um grupo de pessoas, são voltadas para comunidades de baixa renda e têm uma forte dimensão social, então a melhor alternativa é criar uma organização não governamental, uma ONG. O que caracteriza uma ONG é que as pessoas que a compõem se emanciparam da atitude comodista de esperar que o governo resolva tudo e resolvem colocar a mão na massa para resolver algum tipo de problema social.

Desenvolver ações culturais em comunidades de baixa renda contribuem para tirar crianças e jovens dos caminhos do crime e da violência, contribuem para gerar trabalho e renda e contribuem para

Do ponto de vista jurídico e sob o prisma econômico caracterizam-se como ONGs as entidades que não têm fins lucrativos e não derivam do poder público, ou seja, materializam projetos da própria sociedade civil, e podem ter objetivos sociais, filantrópicos, culturais, recreativos, esportivos, ecológicos ou de geração de trabalho e renda. E como podem as pessoas agruparem-se e, de forma consistente, mobilizarem-se na execução de tais objetivos?

O primeiro passo para se constituir uma entidade não governamental (ONG) é a mobilização, convocando-se uma reunião informal através de telefonemas, cartas, anúncios, panfletos e jornais, ou outros meios, para atrair pessoas em relação à importância da criação da entidade respectiva, marcando uma data e horário para uma apresentação inicial dos objetivos e atividades da mesma.

Sugere-se a criação de uma Comissão de Redação do Estatuto Social, um grupo pequeno e ágil, que irá elaborar e depois apresentar ao grupo uma proposta de Estatuto que será discutido, analisado, modificado (se necessário) e finalmente aprovado pela Assembleia Geral (a ser convocada).

A partir da identificação dos interessados em participar da ONG,

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faz-se expedição de uma carta convite à cada pessoa, contendo o dia, hora, local, além dos objetivos desta e da pauta da reunião, para a realização da Assembleia Geral de fundação, a aprovação do Estatuto e a eleição da primeira Diretoria.

O Estatuto deverá conter, entre outros assuntos:

Ÿ Nome e sigla da entidade;Ÿ Endereço da sede e foro (a sede poderá ter um endereço

provisório e, mais tarde, um endereço definitivo);Ÿ Finalidades e objetivos da entidade;Ÿ Formas de captação de recursos que garantam a

autossustentabilidade da ONG;Ÿ Descrição dos associados e seus tipos, entrada e saída, direitos

e deveres;Ÿ Como serão constituídos os poderes dentro da entidade, tais

como Assembleia Geral (todos os participantes da ONG), Diretoria (Presidente, Vice-Presidente, Tesoureiro ou Diretor Financeiro, Secretário(a) Geral), Conselho Consultivo (10 membros notáveis, especialistas nas áreas de atuação da ONG) e Conselho Fiscal (responsável pela aprovação das contas da ONG, semestralmente ou anualmente, formado por 3 titulares e 3 suplentes);

Ÿ As regras para realização de eleições, aprovação e exoneração de diretores e conselheiros, prazos de seus respectivos mandatos;

Ÿ Tempo de duração da ONG (normalmente o tempo é indeterminado);

Ÿ Regras de modificação dos Estatutos;Ÿ Como a entidade poderá ser dissolvida;Ÿ Definição do destino do patrimônio, em caso de dissolução.

O Estatuto deverá ser aprovado (homologado) por um advogado profissional com registro válido na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

No dia da Assembleia, registra-se em livro de presença o nome e assinatura dos presentes. Deve-se registrar também, no Livro de Atas, a aprovação do Estatuto e a eleição da primeira Diretoria e dos Conselhos, assinadas pelos presentes. Deve ser feita, nesse

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momento, a Ata de Fundação da ONG.

Veja no site da Incubadora Cultural dois modelos de Estatutos de ONG. O endereço eletrônico do site é

http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/. Siga o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / ONGs / Modelo de Estatuto de ONG. Na mesma pasta se encontra um Modelo de Ato Constitutivo de ONG e um Manual do Terceiro Setor editado pelo IPB – Instituto Pro Bono. Outro arquivo mostra os procedimentos para registrar uma ONG.

Segue-se a eleição da Diretoria, e sua respectiva posse, de acordo com as normas do Estatuto aprovado pela Assembleia Geral, bem como do Conselho Fiscal e outros Conselhos que comporão a ONG.

A seguir, registra-se o Estatuto no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, obtendo-se posteriormente o CNPJ junto à Receita Federal. A partir do registro, a entidade tem existência legal, e pode, dentro das normas estatutárias, receber contribuições, atuar para atingir seus objetivos e angariar associados e mantenedores. Juridicamente, não existe diferença entre Associação e ONG, se ambas forem sem finalidades lucrativas.

IMPOSTOS PAGOS POR ONGS

Embora qualquer ONG seja uma entidade sem fins lucrativos, se faz necessária a manutenção da escrituração contábil, pois através desta é possível que a administração tenha informações necessárias para melhor executar as atividades contidas no objeto social da entidade.

Quanto aos impostos, como regra geral, tal entidade goza de isenção tributária.

Porém, é necessário satisfazer algumas condições para gozar efetivamente desse benefício:

Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente "superávit" em suas contas ou, caso o apresente em determinado

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exercício, destine referido resultado integralmente à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais (§ 3º do art. 12 da Lei nº 9.532/97, conforme nova redação dada pela Lei nº 9.718/98).

Para o gozo da isenção, a ONG fica obrigada a atender às seguintes exigências:

Ÿ Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;

Ÿ Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais (não é possível dividir “lucros” entre os diretores);

Ÿ Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

Ÿ Conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos (da data da emissão), os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, como também a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

Ÿ Apresentar anualmente a Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal.

Observação importante:

Não é o déficit ou superávit, o lucro ou o prejuízo, o que caracteriza a finalidade lucrativa, e sim a destinação ou aplicação do resultado financeiro. Uma entidade sem fins lucrativos pode e deve auferir receitas, e, se estas superarem as despesas, hão de ser aplicadas em projetos da entidade, que pode contar com um fundo institucional destinado a tanto. O que a entidade não pode fazer é distribuir qualquer parcela de sua receita a título de lucro ou participação nos resultados a seus sócios. Nada impede, pois, que a entidade preste serviços ou proceda, em determinadas circunstâncias, à venda de mercadorias. Essas atividades, porém, exigirão algumas providências de tipo fiscal, esclarecidas nos itens a seguir.

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ONGs que vendem mercadorias poderão ser abordadas pela Secretaria Estadual de Fazenda que lhes irá cobrar ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Alguns governos estaduais permitem a isenção de ICMS para a venda de mercadorias feitas por ONGs, uma vez que o superávit será reinvestido nas atividades da organização, sem haver divisão de lucros entre sócios.

DESPESAS OBRIGATÓRIAS

Todas as Pessoas Jurídicas são OBRIGADAS a se cadastrarem no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, abreviadamente conhecido como CNPJ.

Além do CNPJ, temos também o INSS, o ISS e outros órgãos dependendo da finalidade ou do modo de trabalho da pessoa jurídica. Todos esses registros são pagos (taxas, emolumentos e impostos).

O registro tem de ser solicitado em requerimento preparado de acordo com o padrão do cartório e assinado pelo representante legal da entidade, na forma do Estatuto. Necessita, ainda, do acompanhamento dos seguintes documentos, que podem variar de cartório para cartório:

Ÿ Três vias da Ata da Assembleia de Constituição, devidamente assinadas pelo presidente, com firma reconhecida em cartório, e pelo secretário da Assembleia;

Ÿ Três vias do Estatuto social aprovado; rubricadas e assinadas pelo presidente da entidade com assinatura de um advogado inscrito na OAB e respectivo número de inscrição (Lei nº 8906/94); pagamento de taxas do cartório (se houver);

Ÿ Extrato do estatuto (um resumo com os principais pontos). Às vezes, os cartórios solicitam que se apresente a Publicação no Diário Oficial destes extratos; outros publicam simultaneamente (se for solicitado pelo cartório).

Toda ONG também precisa contribuir para o PIS/PASEP. Atualmente, o art.13 da Medida Provisória nº 1.991-17/2000 dispõe que a contribuição para o PIS/PASEP será determinada

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com base na folha de salários, à alíquota de 1% (um por cento), pelas entidades sem fins lucrativos.

Tendo em vista todas essas despesas, é importante ter, no grupo de pessoas que colaboram com a ONG, um Contador ou um Advogado que trabalhe voluntariamente, sem cobrar seus honorários profissionais. Caso esse apoio não exista, será necessário pagar um contador profissional.

Todas as pessoas jurídicas são obrigadas a apresentarem anualmente o balanço patrimonial e também a declaração de rendimentos.

Muitas ONGs que não sabiam nada disso e operando por muitos anos estão sendo processadas pela Receita Federal para regularizarem a situação. Procure se acercar de todas as informações possíveis em órgãos como Associação Comercial da sua cidade, Receita Federal, INSS etc.

SOBRE A REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTES DE ONGs

Não há entrave legal para a remuneração de dirigentes de ONGs. O Novo Código Civil, que dispõe sobre a criação de associações e fundações, e a Lei de Registros Públicos, que dispõe sobre o registro dessas pessoas jurídicas, não fazem qualquer restrição nesse campo.

Há no Brasil um entendimento, por parte do Poder Público, de que entidades sem fins lucrativos (associações e fundações) não devem remunerar seus dirigentes. Alguns dos principais motivos que levam a essa interpretação são:

Ÿ O peso de uma tradição histórica: as pessoas que ocupam os cargos de diretoria de organizações sem fins lucrativos normalmente atuam de modo voluntário ou gratuito.

Ÿ Um raciocínio equivocado: a finalidade não lucrativa da organização abrangeria a vedação à remuneração de dirigentes.

Ÿ O argumento (discutível) de que remunerar dirigentes é uma forma disfarçada de distribuir lucros.

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Ÿ A ambiguidade na percepção de que pessoas com poder nas decisões da organização só podem receber remuneração por sua função executiva e não pela prestação de serviços específicos.

Ÿ A remuneração de dirigentes consiste em uma contraprestação pelo trabalho que exercem em favor da entidade, o que não se confunde com a distribuição de lucros.

Afinal de contas, o conceito de finalidade não lucrativa se define justamente pela não distribuição aos associados, diretores, conselheiros, etc., de eventuais excedentes operacionais ou parcelas do patrimônio da associação e pela aplicação integral destes recursos na realização da respectiva missão da organização. Apesar de não haver impedimento legal para a remuneração, o Poder Público impõe algumas limitações às organizações que optam por essa remuneração. A entidade poderá perder alguns benefícios fiscais, como a imunidade ou isenção ao imposto de renda, condicionados pela Receita Federal à não remuneração dos dirigentes, com exceção das entidades que se qualificam como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público/OSCIP, como se verá a seguir. Para a Receita Federal, diretor é a “pessoa que exerce a direção de uma instituição ou associação civil, (...) podendo ser ou não associado. Os diretores são, em princípio escolhidos por eleição de assembleia, nos períodos assinalados nos seus estatutos”. Faz distinção entre o diretor e o administrador, que seria “a pessoa que pratica, com habitualidade, atos privativos de gerência ou administração de negócios da empresa, e o faz por delegação ou designação de assembleia, de diretoria ou de diretor”. Outro conflito: a entidade que remunerar seus dirigentes não poderá pleitear o título de Utilidade Pública Federal (UPF), junto ao Ministério da Justiça, nem o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), perante o CNAS, qualificações necessárias para que se requeira a imunidade da quota patronal do INSS e muitas vezes exigidas para a celebração de convênios com órgãos públicos. A Lei 9790/99 abre a possibilidade de remuneração de dirigentes para entidades que adquirirem a qualificação de Organizações da Sociedade Civil de Interesse

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Público/OSCIP, desde que estes atuem concretamente na gestão executiva da entidade ou lhe prestem serviços específicos. O artigo 34 da Lei 10.637/02 prevê a isenção do imposto de renda a estas organizações quando a remuneração decorrer de vínculo empregatício. Há uma ressalva, no entanto, quanto ao valor do salário, que não pode ser superior, em seu valor bruto, ao limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal e deve respeitar os valores praticados no mercado de trabalho da região de atuação da entidade.

OSCIP

Uma OSCIP é uma organização não governamental que foi qualificada e certificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Essa qualificação é decorrente da Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo Decreto nº 3.100, de 30 junho de 1999 (Lei do Terceiro Setor). O Decreto nº 3.100, que disciplina questões e obrigações, define documentos e atos necessários para quem estiver pleiteando a certificação da OSCIP; estabelece métodos e detalhes a serem observados pelo administrador público que vai conceder o título; orienta sobre a interpretação de conceitos determinados na Lei nº 9.790/99; e estipula os direitos das partes.

É um título fornecido especificamente pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. Em outras palavras, OSCIP é uma qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria. Assim sendo, trata-se de uma sigla e não um tipo específico de organização. Por ser uma qualificação, e não uma forma de organização em si mesma, vários tipos de instituições

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podem solicitar a qualificação como OSCIP.

Em geral, as pessoas precisam criar uma ONG comum e fazê-la funcionar durante pelo menos três anos. Passados os três anos, é possível pedir a certificação como OSCIP ao Ministério da Justiça. Por isso, é comum ler Estatutos de ONGs que indicam que a organização “pretende transformar-se numa OSCIP”. É possível que a organização já nasça como OSCIP, desde que essa certificação seja concedida pelo Ministério da Justiça (que, em geral, exige a assinatura de um Termo de Compromisso do presidente da organização, de que a entidade irá, de fato, funcionar como uma OSCIP.

QUALIFICAÇÃO NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Para obter a qualificação como OSCIP, é preciso que o Estatuto Social contenha pelo menos um dos objetivos abaixo relacionados (ou mais de um deles):

Ÿ Promoção da assistência social; Ÿ Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio

histórico e artístico;Ÿ Promoção gratuita da educação, observando-se a forma

complementar de participação das organizações; Ÿ Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma

complementar de participação das organizações; Ÿ Promoção da segurança alimentar e nutricional; Ÿ Defesa, preservação, conservação do meio ambiente e

promoção do desenvolvimento sustentável; Ÿ Promoção do voluntariado; Ÿ Experimentação sem fins lucrativos de novos modelos

socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

Ÿ Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;

Ÿ Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;

Ÿ Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e

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conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas acima.

Veja no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ o modelo de Estatuto de uma OSCIP. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / CARTILHA DO EMPREENDEDOR CULTURAL / OSCIPs / Modelo de Estatuto de OSCIP.

VANTAGENS DA QUALIFICAÇÃO COMO OSCIP

Ÿ Reconhecimento governamental de que a organização pertence de fato ao Terceiro Setor, com atuação de interesse público, em contraponto às organizações não governamentais que têm utilidade pública.

Ÿ O processo para obtenção de certificados de utilidade pública (federal, estadual ou municipal) costuma ser longo e burocrático. O processo de certificação de OSCIP no Ministério da Justiça é rápido e prático.

Ÿ A Lei 9.790/99 criou uma forma de repasse, o Termo de Parceria, que pretende ser um veículo legítimo e adequado ao repasse de verbas públicas para entidades de direito privado. Esse procedimento é mais ágil do que os convênios tradicionais e a prestação de contas é simplificada. Por isso, quem pretende obter verbas governamentais deve criar uma OSCIP. As OSCIPs também gozam de mais facilidades para obter a doação ou a cessão por comodato de terrenos ou imóveis que pertençam ao poder público.

Ÿ Numa OSCIP, os dirigentes podem ser remunerados e essa condição deve ser registrada no Estatuto. Entretanto, quem optar por essa condição poderá perder o status de entidade sem fins lucrativos, passando a pagar imposto de renda.

Ÿ Uma grande vantagem da Lei 9.790/99 é que ela tornou oficialmente possível uma contínua prestação de contas através dos Termos de Parcerias, por métodos que se baseiam mais na eficiência/eficácia do que na formalidade. O acesso público irrestrito às contas das organizações é uma grande vitória delas, por contraditório que possa parecer, porque desvenda a todos o compromisso do setor com a transparência

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e com o interesse público. A Lei 9.709/99 disciplina essas formas de prestação de contas, que são bastante revolucionárias, porque instituíram a publicidade da gestão financeira e, ainda, submeteram o título ao questionamento público. Por lei, qualquer cidadão pode requerer judicial ou administrativamente a cassação do título de OSCIP. Identifico esse dispositivo como uma enorme vitória do setor.

Ÿ “As OSCIPs não exploram atividade econômica na forma do art. 173 e incisos da Constituição da República, mas sim exercem atividade de interesse público fomentada pelo próprio Estado, através dos chamados Termos de Parcerias, por isso são imunes a impostos e contribuições sociais.

Além dessas diferenças, uma OSCIP funciona de maneira análoga às demais organizações não governamentais sem finalidades lucrativas.

COOPERATIVA

Quando existe um grupo grande de pessoas dispostas a trabalhar juntas, então a melhor opção é criar uma Cooperativa de Trabalho. Pela legislação brasileira, para formalizar uma Cooperativa é obrigatória a participação de um mínimo de 20 pessoas. Basicamente, existem 3 tipos de cooperativas:

1) De produção e serviços – pessoas que produzem bens ou serviços para o mercado;2) De consumo – pessoas que fazem compras juntas, por atacado;3) De crédito – pessoas que se ajudam mutuamente para conseguir crédito e para melhor administrar os recursos financeiros.

Uma mudança recente na legislação permite a criação de uma Cooperativa de Trabalho com um número mínimo de sete pessoas. Este tipo de cooperativa pode ser o mais indicado para quem atua na área cultural.

Existem dois tipos de Cooperativas de Trabalho:

1) De produção – quando os sócios se reúnem para a produção comum de bens e a cooperativa é dona dos meios de produção.

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Exemplos: cooperativas de produção musical, de produção teatral ou de produção audiovisual.2) De serviços – quando s sócios prestam serviços especializados a terceiros. Exemplo: uma cooperativa de elaboração de projetos culturais para terceiros ou que presta serviços de enquadramento de projetos culturais em leis de incentivo fiscal à cultura.

Princípios cooperativistas

As linhas orientadoras da prática cooperativista são conhecidas como “os princípios cooperativistas”. São princípios aceitos no mundo inteiro como a base para o sistema. Sua formulação mais recente foi estabelecida pela Aliança Cooperativa Internacional – ACI, responsável pela elaboração das políticas para o sistema no mundo todo, conforme apresentados a seguir:

Ÿ Adesão voluntária e livre – As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas para utilizar seus serviços, e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.

Ÿ Gestão democrática – As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.

Ÿ Participação econômica dos membros – Todos contribuem igualmente para a formação do capital da cooperativa, o qual é controlado democraticamente. Se, ao final do exercício, a cooperativa apura “sobras” (receitas maiores que as despesas), serão divididas entre os sócios até o limite do valor da movimentação de cada um, ou destinadas ao fortalecimento da cooperativa (cotas de capital e/ou reservas), sempre por decisão tomada na assembleia.

Ÿ Autonomia e independência – As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos

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seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

Ÿ Educação, formação e informação – As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam ao público em geral, particularmente aos jovens e aos líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

Ÿ Intercooperação – As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais - força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, por meio das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

Ÿ Interesse pela comunidade – As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades, segundo políticas aprovadas pelos membros.

As cooperativas somente devem ser criadas se todos os seus membros estiverem imbuídos desses princípios. Nas cooperativas, não há espaço para o individualismo: a proposta é trabalhar juntos para gerar receita para o grupo e para promover o bem-estar da comunidade.

O ESTATUTO

O Estatuto é a base de funcionamento da cooperativa. Nele devem estar registradas as linhas gerais do contrato que os cooperados fazem entre si. O Estatuto deve conter:

Ÿ Denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do exercício social e da data de levantamento do balanço geral.

Ÿ Direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão, e normas para representação.

Ÿ Capital mínimo, valor da quota-parte, mínimo de quotas a ser

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subscrito pelo associado, modo de integralização, condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou exclusão.

Ÿ Forma de devolução das sobras registradas aos associados ou do rateio das perdas apuradas.

Ÿ Modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, prazo do mandato e processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais.

Ÿ Formalidades de convocação das assembleias gerais e a maioria delas requeridas para a sua instalação, validade das suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particular sem privá-los de participar dos debates.

Ÿ Casos de dissolução voluntária da sociedade: modo e processo de alienação ou oneração de bens imóveis; modo de reformar o estatuto; e número mínimo de associados.

Veja no site da Incubadora Cultural, no endereço eletrônico http://incubadoraculturalcursos.com.br/a/ o modelo de Estatuto de Cooperativa. Basta seguir o caminho SUPORTE PARA ALUNOS / C A R T I L H A D O E M P R E E N D E D O R C U LT U R A L / COOPERATIVAS / Modelo de Estatuto de Cooperativa. Na mesma pasta é possível encontrar uma Cartilha do SEBRAE em pdf, que ensina o básico sobre cooperativismo e também um arquivo com o passo a passo de criação de Cooperativa.

CAPITAL SOCIAL

O capital social serve para possibilitar a prestação de serviço, ou seja, para as instalações e equipamentos necessários. Assim, cada grupo de cooperativados deverá elaborar um projeto de viabilidade econômica, especificando quais são essas instalações e equipamentos para calcular o valor com o qual cada um deverá contribuir. O capital será subdividido em quotas, cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior salário-mínimo vigente no país.

Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quotas partes, salvo nas sociedades em que a subscrição

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deva ser diretamente proporcional ao movimento financeiro do cooperado ou transformados ainda, em relação à área cultivada ou ao número de plantas e animais em exploração.

É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou terceiros, excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por cento) ao ano que incidirão sobre a parte integralizada.

Para a formação do capital social, poder-se-á estipular que o pagamento das quotas partes seja realizado mediante prestações periódicas, independentemente de chamada, por meio de contribuições. As quotas partes do capital nunca serão cedidas a terceiros, estranhos à sociedade.

P R O C E D I M E N T O S PA R A C R I A Ç Ã O D E U M A COOPERATIVA

1) Reunião com o grupo de pessoas interessadas: a reunião deve determinar os objetivos da cooperativa e escolher uma comissão e um coordenador dos trabalhos.2) Verificação das condições mínimas de viabilidade: reúna todos os interessados em participar da cooperativa e discuta os seguintes pontos: a cooperativa é a solução adequada? Os interessados estão dispostos a cooperar? A cooperativa terá como contratar pessoal qualificado para administrá-la?3) Elaboração da proposta de estatuto: a comissão de organização deve elaborar proposta de estatuto para a cooperativa e distribuir uma cópia aos interessados. O documento deve ser estudado e discutido.4) Fundação: a comissão deve convocar todas as pessoas interessadas para a Assembleia Geral de Constituição (fundação) da cooperativa, em hora e local determinado com antecedência. Avisos sobre a convocatória deve ser afixada aviso em locais frequentados pelos interessados, podendo ser também veiculados pela imprensa e rádio. A Assembleia deve ter a presença de, no mínimo, 20 pessoas.

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DOCUMENTAÇÃO PARA A JUNTA COMERCIAL:

Ÿ Quatro vias da Ata de Assembleia Geral de Constituição e do Estatuto. Todas as páginas são rubricadas por todos os associados fundadores.

Ÿ Cópia da Carteira de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do presidente.

Ÿ Relação nominativa dos presentes.Ÿ Cópia do comprovante de residência do presidente.Ÿ Cópia do comprovante do local de funcionamento da instituição.Ÿ Visto de advogado na última página das vias da Ata e do

Estatuto.

DOCUMENTAÇÃO PARA A RECEITA FEDERAL:

Ÿ Ficha cadastral e ficha complementar (CNPJ).Ÿ Cópia do CPF, RG e comprovante de residência de todos os

diretores.Ÿ Lista dos associados.

TAXAS, SOBRAS E FUNDOS:

A principal receita da cooperativa é a taxa de administração ou serviço. Em todas as operações que o cooperado fizer com ela, a cooperativa reterá um percentual sobre o valor. Por exemplo, numa cooperativa agropecuária, a taxa incidirá sobre o valor da venda do produto (leite, café etc.) ou sobre o preço pago pelos insumos. Há também taxas de armazenagem, beneficiamento e outras. Numa cooperativa de consumo, a taxa é sobre o preço pago pelos produtos adquiridos.

Numa cooperativa de trabalho é descontado um percentual sobre o valor do trabalho do cooperado. Numa cooperativa educacional, as despesas são rateadas de acordo com a classe que o aluno está cursando, o que define a sua mensalidade.

SOBRAS/PERDAS (DESTINAÇÃO)

As sobras/perdas são originárias da taxa de serviço.

Ÿ Uma taxa de serviço muito elevada resultará em sobras, pois o

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valor retido nas operações dos cooperados foi maior do que o necessário para o pagamento das despesas.

Ÿ Uma taxa de serviço muito baixa resultará em perdas, pois o montante retido nas operações dos cooperados não foi suficiente para cobrir as despesas. A Assembleia Geral decide sobre o rateio das sobras ou das perdas.

Ÿ As sobras líquidas apuradas no exercício poderão ser rateadas entre os associados, depois de deduzidos os percentuais para os fundos indivisíveis, em partes diretamente proporcionais às operações realizadas com a cooperativa.

Ÿ Os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão cobertos com recursos provenientes do fundo de reserva e, se insuficiente este, mediante rateio, entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos.

AS COOPERATIVAS SÃO OBRIGADAS A CONSTITUIR:

Um Fundo de Reserva, destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10%, pelo menos, das sobras líquidas do exercício.

Um Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de 5%, pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício.

Ambos os fundos são indivisíveis. Além dos previstos, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados a fins específicos, desde que seja estabelecido o modo de formação, aplicação e liquidação.

IMPOSTOS A PAGAR

Uma cooperativa tem que pagar nove tipos de impostos. São eles:

Ÿ PIS – A lei determina que no caso de a cooperativa ter funcionários contratados, deve ser descontado 1% do valor pago. Além disso, 0,65% deve ser descontado sobre o faturamento total da cooperativa.

Ÿ COFINS – As cooperativas devem pagar 3% sobre o

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faturamento total.Ÿ Contribuição Social – Mesmo que a cooperativa tenha tido

menos gastos que o previsto, isso é equiparado à distribuição de lucro entre sócios de uma empresa e, logo, não é tributável.

Ÿ Imposto de Renda – Seja qual for o ramo de atuação de uma cooperativa, ela nunca é considerada contribuinte porque o seu propósito é auxiliar os associados, já que todo o dinheiro que recebe ou vai para os cooperados, ou serve para cobrir as despesas. A cooperativa não paga imposto porque é entendida como uma sociedade não comercial. Mas toda empresa que contratar uma cooperativa deve descontar 1,5% de Imposto de Renda sobre o valor da nota de serviço.

Ÿ FGTS – Uma cooperativa só deve recolher o FGTS se tiver funcionários contratados.

Ÿ INSS – A cooperativa em si não tem que recolher INSS. Quem deve são os cooperados e a cooperativa tem como dever reter 11% da remuneração dos associados e passar para o Governo. Se por acaso a cooperativa presta serviços para entidades filantrópicas ou beneficentes, que não recolhem contribuições previdenciárias, o desconto sobre os rendimentos dos cooperados é de 20%.

Ÿ ISS – O ISS incide sobre o valor dos serviços prestados, cujo cálculo varia de município a município.

Ÿ ICMS – No caso de cooperativas de trabalho não há desconto, mas em alguns estados, cooperativas de produção, agrícolas ou de consumo podem pagar uma taxa.

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