cartilha da caloura

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Cartilha Da Caloura

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  • Cartilha daCaloura

    Relaes InternacionaIsUFRJ

    Coletivo Femmeri

  • Teorias feministas de Relaes InternacionaisO incio da estruturao das teorias feministas de RI se d a partir da noo de gnero.Enquanto ao falarmos de sexo, apontamos para uma questo biolgica, o gnero vem dasrelaes sociais e do poder. So esses fatores que acabam por ditar o que a feminilidade ea masculinidade. Ao tratar o gnero de forma binria, ele no s deixa de contemplar umasrie de manifestaes da sexualidade, mas tambm oferece papis limitadores eestereotipados com base nessa dicotomia.estereotipados com base nessa dicotomia.

    A construo de gnero, to frequentemente esquecida pela tradicional academiaOcidental, branca e masculina, inserida nas Relaes Internacionais pelo feminismo comocrtica desigualdade de gnero e a uma suposta neutralidade da academia, que na verdadepossui representatividade muito limitada. Alm disso, o feminismo apresenta suas ideiascomo um caminho para a construo de uma viso poltica mais inclusiva e justa.

    Assim, uma das pautas centrais do Coletivo o estimulo discusso sobre os rumos daproduo acadmica e o questionamento crtico dos discursos dominantes na rea.produo acadmica e o questionamento crtico dos discursos dominantes na rea.Acreditamos que o estudo e o debate sobre as Rel Internacionais devem ser mais plurais,inclusivos e vanguardistas

    Na economia internacional: 1. A diviso sexual do trabalho: o trabalho domstico taxado como feminino, no compenenhum ndice de desenvolvimento econmico nacional e por muitas dcadas no tevequalquer tipo de regulao; 2. Crtica naturalizao da racionalidade e do individualismo, propagados pelo liberalismo:2. Crtica naturalizao da racionalidade e do individualismo, propagados pelo liberalismo:a maternidade um fenmeno que confronta diretamente essa lgica.3. O trabalho limitado lgica da mais-valia: o trabalho feminino, que ocorreconstantemente fora da rea formal do mercado (sem carteira assinada, salrio xo eimpostos) desvalorizado medida em que ele no contemplado pela lgica liberal acercada economia.

    Na guerra:1. A segurana: diferentemente do propagado pela academia clssica, a segurana do Estado1. A segurana: diferentemente do propagado pela academia clssica, a segurana do Estadodeveria signicar mais segurana para os indivduos que o compem, fugindo da dicotomiaarticial entre "interno e "externo";2. A gura clssica do homem soldado que protege mulheres e crianas apontada comouma construo social de gnero que coloca em dvida a capacidade das mulheres dezelarem pela sua prpria proteo.

    Nas dominaes entre Estados:1. A importncia da perspectiva interseccional: questes como racismo, colonialismo,1. A importncia da perspectiva interseccional: questes como racismo, colonialismo,imperialismo e capitalismo so determinantes para a participao ou ausncia departicipao de mulheres no modo como a histria contada. Mulheres de Terceiro Mundosofrem formas especcas de opresso e frequentemente s so includas na Histria e naliteratura acadmica no contexto de guerra, fome, misria, violncia sexual, doena.

    No meio ambiente:1. O ecofeminismo defende a substituio do ideal clssico de autonomia para o deinterdependncia. Essa deinterdependncia. Essa denio deniria a relao entre homens e mulheres e, sendo a opresso s mulheres uma opresso primordial que se alastra em nvel global, o ideal deinterdependncia tambm afetaria a forma com que o uso dos recurso naturais e a vida doplaneta so encarados.

  • LGBTFOBIAA entrada na universidade , para muitas mulheres, um momento repleto dedescobertas, especialmente no que tange sexualidade. O ambiente mais diversoque encontramos na UFRJ e os grupos de articulao LGBTs que nele sedesenvolvem tm sido fundamentais para identicao e o combate a

    lesbo/homo/transfobia no espao universitrio, alm de oferecer uma rede deacolhimento aquelas/es que so discriminadas/os. No entanto, ainda encontramos,acolhimento aquelas/es que so discriminadas/os. No entanto, ainda encontramos,mesmo dentro do nosso curso, manifestaes preconceituosas em direo

    quelas/es que fogem do padro cis-heteronormativo. Mulheres lsbicas, bissexuaise transsexuais ainda so vistas como objetos exticos que servem para satisfazer osfetiches sexuais alheios; ainda so alvos de piadas jocosas; e, de forma ainda maisbrutal, so vtimas de violncia fsica e psicolgica dentro e fora dos campi.O FemmeRI tem atuado desde sua formao no combate s opresses dentro dauniversidade. Dessa forma, estaremos juntas na luta contra a lgica patriarcaluniversidade. Dessa forma, estaremos juntas na luta contra a lgica patriarcalque dirime nossas possibilidades de vivncia de nossa prpria sexualidade.Alm disso, buscaremos eliminar, juntas, as outras nuances da opresso asmulheres - associadas no somente orientao sexual, mas tambm cor e

    classe social -, valorizando sempre as experincias e vozes femininas na construode uma universidade plural.

    RACISMONo podemos distanciar a idealizada faculdade do mbito social, ento se vocNo podemos distanciar a idealizada faculdade do mbito social, ento se vocpensou que iria entrar num ambiente diferente e mais iluminado daquele docolgio, voc pode se decepcionar um pouco. Ela reete a nossa sociedade emtodas suas coisas boas e ruins, e o racismo uma dessas coisas. No porqueestamos em um ambiente letrado, com pessoas que tecnicamente tm pensamentocrtico, com cultura que no vamos viver com o preconceito e nem sent-lo na pele. Na maioria da vezes o racismo vem mascarado, disfarado de opnio, de sensocomum, de piada, de ah mas eu to s zuando, no to falando srio e ai a gentecomum, de piada, de ah mas eu to s zuando, no to falando srio e ai a genteno percebe ou deixa passar. S que no podemos deixar passar, nenhuma formade opresso na verdade. Para ns mulheres negras o problema mais srio.Somos 44% da populao feminina brasileira e no entanto somos menos que 3%das mulheres na universidade pblica. Nossa participao na universidade bempequena e isso um fato de que tem ser combatido. Devemos nos sentir muitovitoriosas por essa conquista de estarmos aqui, e exatamente por isso resistir a essesistema que tanto tenta nos silenciar. Claro que muito vem mudando com as cotas,sistema que tanto tenta nos silenciar. Claro que muito vem mudando com as cotas,mas ainda h muito caminho pela frente, muita luta e muita resistncia. E por issoo FemmeRI um espao to importante. Nele no precisamos ocultar nossasdiferenas, mas sim passamos a conhecer e rearmar nossa identidade. Cada uma

    com a sua, mas todas uma s, pois juntas somos uma!

  • Machismo em eventos da faculdadeEm breve, voc vai perceber que a universidade lotada de eventos de

    todos os tipos. Seminrios, rodas de conversa, debates, jogos, trotes e as

    famosas chopadas e churrascos. Esses ltimos eventos, os mais festivos,

    podem ser timos espaos pra conhecer pessoas de todas as formas, seja

    conversando, beijando, transando, diversas formas. No entanto, h

    tambm a violncia. Seja um beijo forado, seja a insistncia em realizartambm a violncia. Seja um beijo forado, seja a insistncia em realizar

    algo que no se deseja (e sendo ofendida por negar), seja recebendo

    ouvindo ofensas em msicas de torcidas, etc.

    Agresses verbais, fsicas e psicolgicas: tudo isso so violncias que sofremos

    ao longo da vida e no ambiente universitrio no estamos livres desses

    constrangimentos e situaes degradantes. Mesmo que coisas desse gnero

    no aconteam em todos os eventos festivos promovidos no ambiente

    universitrio, sempre importante estarmos alertas. Ns acreditamosuniversitrio, sempre importante estarmos alertas. Ns acreditamos

    que "brincadeiras" que ofendam moral e sicamente em festas precisam

    e devem ser rechaadas e problematizadas, seja na UFRJ ou em

    quaisquer outras universidades. Assim, acreditamos que atravs do

    Coletivo e das mulheres que constroem e buscam um espao livre de

    opresso, podemos lutar e garantir um ambiente seguro e confortvel

    para todas e todos que fazem parte dos ambientes em que circulamos,

    emem especial o universitrio. Eventos e festas machistas eopressoras no passaro!

  • Adaptado do Coletivo ChutE!

  • REFERNCIASudios do I Encontro FemmeRI: http://goo.gl/lXOhkT

    Blogueiras Feministas http://blogueirasfeministas.com/

    Blogueiras Negras http://blogueirasnegras.org/

    Casa da Mulher Trabalhadora http://www.camtra.org.br/

    Escreva Lola Escreva http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/

    Geleds http://www.geledes.org.br/Geleds http://www.geledes.org.br/

    SOS Corpo http://www.soscorpo.org.br/

    Autoras feministas de RI e suas principais obras:ENLOE, Cynthia. Bananas, Beaches, and Bases: Making FeministSense of International Politics.

    HOOKS, Bell. (sobre ela: www.egs.edu/library/bell-hooks/biography)

    TICKNER, J. Ann. Gendering World Politics.

    Em nosso grupo do Facebook temos umarquivo s com sugestes de leitura! :)

  • Querendo saber mais da gente?Conversar, perguntar, trocar ideia?Se liga a!

    BLOG: http://femmeri.wordpress.com/EMAIL: [email protected]

    FACEBOOK:FACEBOOK: https://www.facebook.com/coletivofemmeri

    GRUPO: https://www.facebook.com/groups/534735723292462/

    Lembramos que esse manual est emconstante atualizao, j que o feminismo um trabalho incessante de construo e

    desconstruo de ideias. Sintam-se a vontadepara falarem sobre crticas, sugestes ou dvidas!

    P.S.Lembramos que esse manual est emconstante atualizao, j que o feminismo um trabalho incessante de construo edesconstruo de ideias. Sintam-se a vontadepara falarem sobre crticas, sugestes ou dvidas!