cartilha aos orgaos de origem - impessoal

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Procuradoria Geral da Fazenda Nacional Dívida Ativa Cartilha aos Órgãos de Origem Esta cartilha tem por fim informar e explicar o que é a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN, quais créditos devem ser inscritos na Dívida Ativa da União (DAU), como deve se dar o encaminhamento destes créditos à PGFN, quais documentos devem ser encaminhados para inscrição de um crédito em DAU e o valor mínimo para inscrição. 2013 03108993119 Procuradoria Geral da Fazenda Nacional 8/3/2013

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Cartilha Aos Orgaos de Origem - Impessoal

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  • Procuradoria Geral da

    Fazenda Nacional

    Dvida Ativa

    Cartilha aos rgos de Origem

    Esta cartilha tem por fim informar e explicar o que a Procuradoria Geral da

    Fazenda Nacional PGFN, quais crditos devem ser inscritos na Dvida Ativa da

    Unio (DAU), como deve se dar o encaminhamento destes crditos PGFN, quais

    documentos devem ser encaminhados para inscrio de um crdito em DAU e o

    valor mnimo para inscrio.

    2013

    03108993119

    Procuradoria Geral da Fazenda Nacional

    8/3/2013

  • PGFN Todos os direitos reservados.

    Esplanada dos Ministrios Bloco P 11 Andar CEP: 70.048-900

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    O que a PGFN?

    A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional PGFN um rgo vinculado

    Advocacia Geral da Unio AGU e integrante da estrutura administrativa do

    Ministrio da Fazenda.

    Dentre as suas principais atribuies esto apurao, inscrio e cobrana

    dos crditos devidos Fazenda Nacional (Lei Complementar n. 73/1993,

    Decreto-Lei n. 147/1967, Lei n. 4.320/1964, Lei n. 6.830/1980 e Lei n.

    11.457/2007).

    Em outras palavras, o Procurador da Fazenda tem a funo de:

    a) Apurar a certeza, liquidez e exigibilidade dos crditos devidos Fazenda

    Nacional, sejam eles tributrios (oriundos de impostos, contribuies sociais e

    taxas no pagas) ou no tributrios (oriundos de contratos inadimplidos, multas

    no tributrias, ressarcimento, dentre outros);

    b) Uma vez constatados os requisitos acima, inscrever os referidos crditos

    na Dvida Ativa da Unio, que um cadastro de crditos a serem recebidos pela

    Fazenda Nacional, os quais possuem prerrogativas especiais (presuno de

    legitimidade, cobrana atravs de Execuo Fiscal, etc.).

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    c) Depois de realizada a inscrio em DAU, efetuar a cobrana de tais

    crditos, que pode ser realizada pela via administrativa (notificaes de cobrana,

    protesto judicial, recusa na emisso de certido negativa de dbitos) ou por meio

    do Poder Judicirio, atravs da Execuo Fiscal.

    Obs.: Alm das atribuies acima descritas, tambm competncia da

    PGFN a defesa da Fazenda Nacional em processos judiciais interpostos por

    contribuintes que versem sobre matria tributria. Por fim, a PGFN tambm

    exerce a funo de assessoria jurdica do Ministrio da Fazenda. No entanto, para

    os objetivos buscados nesta Cartilha, focaremos apenas nas atribuies acima

    descritas.

    Quais crditos devem ser inscritos na

    Dvida Ativa da Unio?

    A Lei n 4.320, de 1964, em seu artigo 39 descreve a Dvida Ativa da

    Unio tributria e no tributria:

    2 - Dvida Ativa Tributria o

    crdito da Fazenda Pblica dessa

    natureza, proveniente de obrigao

    legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dvida Ativa no

    Tributria so os demais crditos da Fazenda Pblica, tais como os

    provenientes de emprstimos compulsrios, contribuies estabelecidas em

    lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributrias, foros,

    laudmios, alugueis ou taxas de ocupao, custas processuais, preos de

    servios prestados por estabelecimentos pblicos, indenizaes, reposies,

    restituies, alcances dos responsveis definitivamente julgados, bem assim os

    crditos decorrentes de obrigaes em moeda estrangeira, de sub-rogao de

    hipoteca, fiana, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras

    obrigaes legais.

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    Obs.: A lista descrita no referido artigo no pretende ser exaustiva, sendo

    que todos os crditos devidos Unio devem ser inscritos em DAU, salvo

    excees legais expressas.

    Como deve se dar o encaminhamento

    destes crditos PGFN?

    So chamados de rgos de Origem quaisquer rgos que apurem a

    existncia de um dbito perante a Unio, que necessite de inscrio em Dvida

    Ativa da Unio.

    De acordo com o artigo 22 do Decreto-Lei n 147, de 1967, os rgos de

    origem tem o prazo de 90 dias, depois de finalizada a apurao dos crditos

    devidos Unio, para encaminh-los PGFN, para inscrio em Dvida Ativa da

    Unio.

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    A Unidade da PGFN responsvel pela inscrio do crdito aquela que

    possui competncia territorial pelo Municpio de domiclio do devedor. A lista

    com a abrangncia das Unidades locais da PGFN pode ser consultada no

    endereo:

    http://www.pgfn.gov.br/institucional/unidadesresponsaveis/abrangencia

    -das-unidades

    O encaminhamento dos crditos em menor tempo possvel

    essencial para a eficincia da cobrana a ser efetivada pela PGFN!

    Quais documentos devem ser

    encaminhados para inscrio de um

    crdito em DAU?

    Antes de efetivar a inscrio em DAU dos dbitos que lhe so

    encaminhados, a PGFN realiza o chamado controle de legalidade, atravs do

    qual o Procurador da Fazenda Nacional analisa a documentao relativa ao

    crdito para atestar os requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade, sem os

    quais impossvel que a inscrio seja feita.

    Certo aquele crdito indubitvel acerca de sua existncia, capaz de

    evidenciar com exatido todos os elementos da respectiva relao jurdica

    (sujeitos, vnculo jurdico e prestao).

    Liquido o crdito certo quanto sua existncia e determinado quanto

    ao seu objeto (art. 1533 do Cdigo Civil Brasileiro de 1916). A liquidez um

    "plus" em relao certeza. No h crdito lquido que no seja certo. A liquidez

    do objeto se evidencia pela possibilidade de se calcular o valor a ser cobrado

    mediante meras operaes aritmticas.

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    Exigvel todo crdito vencido e no pago. Sua eficcia no fica mais

    subordinada a qualquer condio, termo ou encargo. o crdito atual cujo

    cumprimento do pagamento j foi solicitado ao devedor ou esperado at o prazo

    limite e que, findo este prazo sem adimplncia, poder ser exigido, ainda que

    contra a vontade do devedor, por intermdio do Estado, possuidor que do

    monoplio da tutela jurisdicional.

    Os rgos de Origem devem encaminhar toda a documentao relativa

    constituio do crdito a ser inscrito em Dvida Ativa, de forma a comprovar a

    presena dos requisitos acima. A partir deste momento, o rgo de Origem no

    poder mais cobrar o crdito, nem receber pagamentos a ele relativos.

    O Art. 22 do Decreto-Lei n 147/67 cita como documento essencial ao

    exame de legalidade o processo administrativo ou outros expedientes utilizados

    para a aferio do crdito pblico,

    que comprovem a observncia do

    procedimento legalmente previsto

    para sua constituio, inclusive a

    comprovao da notificao para

    pagamento.

    Apesar de a maioria dos crditos inscritos em DAU serem constitudos

    atravs de processos ou expedientes administrativos, existem outras formas de

    constituio, registro e documentao dos crditos pblicos. Por exemplo, os

    crditos de natureza contratual exigem, para que sejam inscritos em DAU, o

    encaminhamento do instrumento original do crdito, assim como, nos crditos

    oriundos de deciso judicial, o envio de algumas peas dos autos se mostra

    obrigatrio para o exame de legalidade do crdito.

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    Juntamente com toda a documentao relativa constituio do crdito

    Pblico, o rgo de origem dever encaminhar um Demonstrativo de Dbito,

    para cada um dos devedores. Este documento dever ser assinado pelo

    responsvel pela sua confeco, e deve conter os dados exigidos pelo art. 2 da

    Lei n 6.830/80, e pelo art. 5 da Portaria MF n 75/2012 . So elas:

    Dever Constar no Demonstrativo de Dbito:

    a) o nome do devedor, dos corresponsveis, seus nmeros de CPF ou

    CNPJ e seus domiclios.

    b) o valor originrio da dvida, bem como o termo inicial e a forma de

    calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato

    c) a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dvida

    d) a indicao, se for o caso, de estar dvida sujeita atualizao

    monetria, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o

    clculo

    e) o nmero do processo administrativo ou do auto de infrao, se neles

    estiver apurado o valor da dvida

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    Valor mnimo para inscrio em DAU

    A inscrio em Dvida Ativa e seu acompanhamento pela PGFN tem um

    custo operacional elevado. Por este motivo, o Ministrio da Fazenda

    estabeleceu limites mnimos de valor para que uma dvida seja inscrita em

    DAU, de forma a evitar prejuzos para a Unio.

    A Portaria MF n 75/2012, em seu art. 1, I, fixa em R$ 1.000,00 o

    limite mnimo para a inscrio de um crdito pblico em DAU. Este valor

    refere-se totalidade das dvidas de um mesmo devedor a serem encaminhadas

    para inscrio em DAU.

    Caso a dvida apurada pelo rgo de Origem seja inferior a este limite,

    ele dever mant-la sob a sua

    administrao, observando o

    devido quanto atualizao e

    incidncia de juros, at que o

    valor da dvida atinja o

    referido limite.

    Durante o perodo em

    que a dvida no atinge o valor

    mnimo para inscrio, a prescrio correr ou no de acordo com sua

    natureza. Para as dvidas no tributrias, a prescrio est suspensa pelo

    pargrafo nico do art. 5 do Decreto-Lei n 1.569/77. J no caso das dvidas

    tributrias, o prazo prescricional corre normalmente, conforme o fixado pela

    Smula Vinculante n 8, do Supremo Tribunal Federal.

    Obs.: O limite acima no se aplica s dvidas oriundas de multa penal, as

    quais podem ser inscritas em DAU, independente de seu valor!