cartilha agreste setentrional

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Festival Pernambuco Nação Cultural Educação Patrimonial para o Agreste Setentrional Bom Jardim | Casinhas | Cumaru | Feira Nova | Frei Miguelinho João Alfredo | Limoeiro | Machados | Orobó | Passira | Salgadinho Santa Cruz do Capibaribe | Santa Maria do Cambucá | São Vicente Férrer Surubim | Taquaritinga do Norte | Toritama | Vertente do Lério | Vertentes

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Publicação produzida pela Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe sobre Educação Patrimonial para o Agreste Setentrional de Pernambuco.

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Page 1: Cartilha Agreste Setentrional

Festival Pernambuco Nação Cultural

Educação Patrimonial para o Agreste Setentrional

Bom Jardim | Casinhas | Cumaru | Feira Nova | Frei Miguelinho

João Alfredo | Limoeiro | Machados | Orobó | Passira | Salgadinho

Santa Cruz do Capibaribe | Santa Maria do Cambucá | São Vicente Férrer

Surubim | Taquaritinga do Norte | Toritama | Vertente do Lério | Vertentes

Page 2: Cartilha Agreste Setentrional
Page 3: Cartilha Agreste Setentrional

Festival Pernambuco Nação Cultural

Educação Patrimonial para o Agreste Setentrional

1ª edição

RecifeFUNDARPE

2009

Page 4: Cartilha Agreste Setentrional

EXPEDIENTE DA FUNDARPE

Governador de Pernambuco | Eduardo CamposVice-governador |João Lyra NetoSecretário de Educação | Danilo CabralSecretário da Casa Civil | Ricardo LeitãoSecretário Especial de Cultura | Ariano SuassunaPresidente da Fundarpe | Luciana AzevedoDiretor de Gestão | Alexandre DinizDiretoria de Preservação Cultural | Célia CamposDiretor de Políticas Culturais | Carlos CarvalhoDiretor de Difusão Cultural | Adelmo AragãoDiretor de Projetos Especiais | Rosa SantanaDiretoria de Planejamento e Monitoramento | Fátima OliveiraDiretoria de Incentivo à Produção Cultural Independente | Martha FigueiredoAssessoria Especial de Comunicação | Rodrigo CoutinhoCoordenadoria Jurídica | Hugo BrancoCoordenadoria de Música | Rafael CortesCoordenadoria de Artes Cênicas | Teresa AmaralCoordenadoria de Cinema, Vídeo e Fotografia | Carla FrancineCoordenadoria de Artes Plásticas, Artes Gráficas e Literatura | Félix FarfanCoordenadoria de Patrimônio Histórico | Terezinha SilvaCoordenadoria de apoio à gestão do Funcultura | Irani do Carmo SilvaCoordenadoria de Cultura Popular e Pesquisa | Terezinha de J. C e AraújoChefe da Unidade de Informática | Luciano Magalhães.

COLABORADORES DA DPC

Alexandra de Lima CavalcantiCarlos Alberto M. C. da CunhaDiógenes Santana de AzevedoEricka Maria de Melo Rocha CalábriaFátima TigreIzabel PaashausMaria de Nazaré Oliveira ReisMaria de Lourdes B. CordeiroMônica Pereira da SilvaNeide Fernandes de SousaRenata EcheverriaRoberto Carneiro da SilvaRosa Virgínia Bomfim WanderleySandra SpinelliRoxana Maria de Oliveira LemosUlisses Pernambucano de M. Neto

APOIO:IPHAN 5ª Superintendência Regional

TEXTOS:Cecília BarthelDaniella EspositoFabiana SalesFábio PestanaJuliana BrainerLívia MoraesMaria AcselradMaria Lana MonteiroMariana AragãoTerezinha SilvaVanessa Teles

PROJETO GRÁFICO E ILUSTRAÇÕES:Jamily Muniz

REVISÃO DO TEXTO:Bernardo Tinôco

IMAGENS E MAPAS:Cecília BarthelFábio PestanaMariana AragãoVanessa Teles

F418

Festival Pernambuco Nação Cultural (2009: Recife, PE)

Educação patrimonial para o Agreste Setentrional / Fundação do

Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco. 1. ed. Recife:

FUNDARPE, 2009.

84 p.: Il.

ISBN 978-85-7240-076-3

1. Educação patrimonial 2. Pernambuco Educação patrimonial

3. FUNDARPE 4. Pernambuco Agreste Setentrional 5. Patrimônio

I.Título

FUNDARPE CDU 374

Page 5: Cartilha Agreste Setentrional
Page 6: Cartilha Agreste Setentrional

Sumário

07 Apresentação

08 Agreste Setentrional

10 Introdução

12 Para entender, refletir e construir o Patrimônio

12 . Cultura

13 Identidade

14 Valor

15 História

16 Memória

18 Patrimônio

19 Bens culturais

20 Formas de proteção do nosso Patrimônio

23 . Lei do Registro do Patrimônio Vivo

29 Educação Ambiental e Patrimônio Natural

32 Educação Patrimonial: educando com o Patrimônio

33 Sugestões de atividades de Educação Patrimonial

36 O Patrimônio e o Turismo

38 Roteiros turístico-culturais: instrumentos de interpretação do Patrimônio

43 Condutores locais: agentes culturais no município

45 Encaminhamentos

47 Acervo do Patrimônio Cultural do Agreste Setentrional

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Page 7: Cartilha Agreste Setentrional

Sumário

48 Bom Jardim

51 Casinhas

53 Cumaru

54 Feira Nova

55 . Frei Miguelinho

57 João Alfredo

60 Limoeiro

63 Machados

64 Orobó

66 Passira

67 Salgadinho

69 Santa Cruz do Capibaribe

71 . Santa Maria do Cambucá

72 São Vicente Férrer

73 Surubim

75 Taquaritinga do Norte

78 Toritama

79 Vertente do Lério

80 Vertentes

81 Referências e indicações de leitura

83 Lista de figuras

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Page 8: Cartilha Agreste Setentrional
Page 9: Cartilha Agreste Setentrional

Fig.1: Localização da Região de Desenvolvimento do Agreste Setentrional em relação a Pernambuco.Fonte: Vanessa Teles, 2009.

Apresentação

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE –

através do seu Plano de Gestão, elaborado em 2007/2008, realizou, em cada uma das

doze Regiões de Desenvolvimento, seminários, fóruns e escutas para estruturação da

Política Pública de Cultura em Pernambuco. Tais atividades corresponderam à linha de

ação da preservação (Eixo 3 do Plano de Gestão). A Diretoria de Preservação Cultural –

DPC – associada às demais diretorias da FUNDARPE e ao Instituto do Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional – IPHAN (5ª Superintendência Regional), retorna aos municípios da

Região de Desenvolvimento do Agreste Setentrional – RD 09 – com oficinas de Educação

Patrimonial/Ambiental e Patrimônio Vivo no Festival Pernambuco Nação Cultural.

Esta publicação é destinada à equipe pedagógica (professores e gestores) das

escolas dos municípios do Agreste Setentrional (Figura 1) e demais interessados nos

temas da preservação. O objetivo é fazer com que seus leitores se tornem

multiplicadores das ideias aqui trabalhadas, levando esse conhecimento, juntamente

com suas experiências pessoais, para a sala de aula e para a sua própria comunidade.

07

Page 10: Cartilha Agreste Setentrional

A Região de Desenvolvimento do Agreste Setentrional (RD 09) abrange uma 2

área de 3.544,5 km na mesorregião do agreste pernambucano, o que

corresponde a 3,58% do território estadual. A Região apresenta ampla rede de

rodovias federais, estaduais e vicinais. As principais vias são a BR-104, a PE-90 e a

PE-95, nas quais circulam praticamente toda a produção e abastecimento da

região.

O Agreste Setentrional é constituído por 19 municípios (figura 2) e uma

população com mais de 500 mil habitantes, equivalente a 5,9% da população

pernambucana. Merece destaque na economia do Agreste Setentrional o

desempenho dos municípios de Santa Cruz do Capibaribe no setor vestuário,

industrial, têxtil e de serviços; de Limoeiro, no setor de comércio, no atacado de

bebidas, em alojamento e alimentação; e de Surubim, no setor de serviços.

A região como um todo apresenta uma agropecuária de significativa

importância, sendo relevante a produção de ovos, leite, bovinos e banana, esta

última responsável por mais de 29% da produção estadual.

A região consolida-se também como a grande produtora de confecções,

detendo 73% da produção de todo o Estado, o que resulta em 850 milhões de

peças produzidas ao ano, considerando o setor formal e informal. Em virtude da

sua riqueza cultural e da efervescência do pólo de confecção, os municípios de

Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte integram a Rota da

Moda e da Confecção no Programa Pernambuco Conhece Pernambuco, uma ação

permanente da Secretaria Estadual de Turismo (SETUR) e Empresa Pernambucana

Agreste Setentrional

08

Page 11: Cartilha Agreste Setentrional

de Turismo (EMPETUR).

O Agreste Setentrional possui como bem em processo de tombamento o

Conjunto Ferroviário de Bom Jardim. A região possui ainda Agência do Trabalho,

Instituições de Ensino Superior e Unidade Operacional do SENAI, em Santa Cruz

do Capibaribe; Instituição de Ensino Superior também em Limoeiro, e vários

pólos produtores de artesanato em Orobó, Passira, Limoeiro e João Alfredo.

Fig. 2: Localização dos Municípios da Região de Desenvolvimento do Agreste Setentrional. Fonte: Vanessa Teles, 2009.

Surubim

Cumaru

SantaMaria

doCambucá

São VicenteFerrer

CasinhasVertente do Lério

Santa Cruz doCapibaribe

Taquaritinga do

Norte

Toritama

Vertentes

Frei Miguelinho

MachadosOrobó

João Alfredo Limoeiro

Passira

Feira Nova

Salgadinho

Bom Jardim

09

Page 12: Cartilha Agreste Setentrional

A preservação do patrimônio cultural do Estado de Pernambuco, hoje, é

uma das premissas para a promoção do desenvolvimento sociocultural dos seus

diversos municípios. Esta publicação tem como propósito oferecer suporte

didático aos interessados no desenvolvimento dos processos de educação

patrimonial e ambiental. Todavia, não podemos esclarecer o significado da

educação patrimonial, sem antes propor uma discussão acerca de temas

subjacentes a esse processo, tais como cultura, história, memória, valor,

identidade e patrimônio cultural. Ao lidarmos com educação patrimonial, estamos aplicando e

ressignificando todos esses conceitos. Quanto à educação ambiental, buscamos

redimensionar as relações dos homens com o meio onde vivem, estimulando a

capacidade de compreender o mundo nas interações culturais, sociais e naturais

e de agir nele de forma crítica e consciente. Apresentamos ainda algumas considerações em relação à atividade

turística e à formatação de roteiros turístico-culturais, por entendê-los como

uma alternativa de interpretação do patrimônio que pode promover geração de

renda para a comunidade, utilizando o patrimônio de forma sustentável. Gostaríamos de esclarecer, todavia, que nossa intenção não é oferecer um

conjunto de definições, esquemas ou modelos acabados, prontos para serem

disseminados ao longo do território pernambucano. Ao contrário, queremos

inquietar o leitor, fazê-lo refletir sobre as temáticas que subjazem às

possibilidades de uso do patrimônio cultural dentro da perspectiva da educação

patrimonial. Queremos promover um diálogo que o convide a pensar suas

Introdução

10

Page 13: Cartilha Agreste Setentrional

práticas enquanto agente social e faça questionar-se sobre a melhor forma de

contribuir para a inserção do patrimônio cultural no cotidiano de sua

comunidade. Isso porque acreditamos que a educação patrimonial é um

instrumento poderoso para estabelecer novas relações entre o patrimônio

cultural e a comunidade que lhe serve de alicerce. Acreditamos também que,

somente por meio dessas relações, podemos fortalecer o processo de

preservação do patrimônio do Estado.

Fig. 3: Festa da Bolinha

11

Page 14: Cartilha Agreste Setentrional

Para entender, refletir e construir o Patrimônio

Para abordarmos a temática da Educação Patrimonial, selecionamos os

conceitos de Cultura, Valor, Identidade, História e Memória.

Cultura é uma palavra comumente usada no nosso cotidiano. Você, leitor,

já deve ter utilizado essa palavra várias vezes e em diversas situações do dia-a-

dia. A palavra cultura não tem apenas um significado. Se recorrermos ao

dicionário, veremos que há pelo menos quatro formas de usar esse termo.

Cultura pode estar relacionada com o plantio de alimentos, como, por exemplo,

a cultura do arroz, a cultura do feijão, a cultura da cana-de-açúcar, etc. Cultura

pode também definir o complexo de atividades ligados à criação e fruição das

belas-artes, ou seja, um universo de formas culturais popularizadas pelos meios

de comunicação de massa. Podemos também utilizar essa palavra em relação ao

conhecimento acumulado por uma pessoa ao longo da vida. Esse significado da

palavra cultura é bastante utilizado, mas pode esconder alguns preconceitos,

uma vez que podemos ser levados a pensar que possuem cultura apenas as

pessoas que freqüentam o ensino formal, ou que têm o hábito da leitura. E isso

não é verdade!Há um significado bem mais amplo do termo cultura (um significado

trabalhado pelos antropólogos) e que abrange todas as realizações materiais e os

aspectos simbólicos de um povo. Em outras palavras, podemos dizer que,

Cultura

12

Page 15: Cartilha Agreste Setentrional

segundo a antropologia, cultura é tudo aquilo construído pela humanidade,

desde artefatos e objetos até ideias e crenças. Além disso, é todo

comportamento apreendido pelo indivíduo independente de sua herança

biológica. Cultura, portanto, é a forma pela qual o homem vive e modifica o

mundo ao seu redor, criando e recriando formas de viver e conviver. De acordo com esse entendimento, nenhuma pessoa ou grupo é

desprovido de cultura. Todos os seres humanos, em todas as partes do planeta

fazem e vivem uma cultura. E nenhuma cultura é melhor que outras, são apenas

diferentes. Cultura é essencialmente o modo de fazer e de viver do homem.

Todos nós possuímos carteira de identidade, não é mesmo? Tal documento

é a representação oficial de cada indivíduo como cidadão. Se você não tem

carteira de identidade você não é reconhecido oficialmente como um cidadão

brasileiro. Mas você acha que somente a carteira de identidade serve para definir

quem somos? Quer dizer, a nossa identidade se resume a sermos cidadãos

brasileiros? Vamos pensar um pouco... Todos sabem que a identidade não se constrói

sozinha. Ela é construída sempre em comparação a outras identidades, pois

sempre nos identificamos à medida que nos distinguimos de outras pessoas ou

grupo. Por exemplo, a identidade feminina se constrói em contraponto à

identidade masculina e vice-versa. Os antropólogos definem o conceito de identidade como uma

Identidade

13

Page 16: Cartilha Agreste Setentrional

característica de um ser que se percebe como o mesmo ao longo do tempo. Essa

identidade pessoal passa para a identidade cultural, que é a partilha de uma

mesma característica entre diferentes indivíduos. Sabemos que cada um de nós

possui várias características e que elas estão relacionadas a diferentes grupos

sociais dos quais fazemos parte. Sabemos também que ao longo da vida várias

identidades são criadas, como, por exemplo, a identidade materna, a identidade

de estudante, de profissional, a identidade étnica, entre outras. Assim, por mais que pertençamos a uma nação, várias outras identidades

nos definem como pessoa. Cada país, estado, cidade e município também tem

sua própria identidade que vai se diferenciar de outras e é essa identidade que

vai fazer dela única e especial.

Segundo sociólogos, o valor é algo significativo, importante, para um

indivíduo ou grupo social. Pense, por exemplo, nos objetos que você guarda

desde a sua infância, que possuem um grande significado para a sua vida; nos

objetos que você tem medo de perder, de emprestar ou, simplesmente de

esquecer que existem. Esses objetos podem ser, por exemplo, jóias, roupas,

fotografias, livros e também coisas imateriais como cantigas de ninar, receitas,

histórias, etc.Mas de onde vêm esses valores? Será que está dentro do objeto, na

essência dele ou vem através de significações externas? Vamos tomar como

exemplo uma antiga xícara que pertenceu a algum antepassado seu. Para você

Valor

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Page 17: Cartilha Agreste Setentrional

essa xícara teria um valor monetário difícil de definir. Você não a venderia nem

pelo valor de uma xícara nova, pois seu valor não seria monetário, e, sim,

simbólico, sentimental. Outras pessoas, que não pertencessem a sua família e,

portanto, não conhecessem esse antepassado, provavelmente não teriam essa

mesma relação com a antiga xícara, concorda? Esse mesmo processo de valorização pode acontecer de forma coletiva.

Existem bens que não são importantes apenas a uma única pessoa mas, sim, para

todo um grupo. Dessa forma, quando uma comunidade reconhece o valor de

certa moradia ou igreja, de alguma receita culinária, de certa pessoa, ela os

identifica como seu patrimônio cultural. São esses bens, de valor coletivo, que

caracterizam um grupo e que o diferencia dos demais.Podemos dizer que o valor das coisas, além do aspecto monetário, é

sempre uma construção subjetiva, determinada pelas pessoas através do uso, da

apreciação estética ou por questões afetivas como a identificação no objeto de

parte da história da sua vida, da identidade de sua comunidade.

Quando questionados sobre nossa própria história, somos desafiados a

relatar ou registrar o que nos aconteceu. Para tanto, fatos significativos,

experiências compartilhadas, lembranças de nossa infância, de nossos

antepassados, de um lugar, de um cheiro, de um sabor, por exemplo, podem estar

dentre os vários vestígios de nosso ato de recordar. Da mesma forma, a arte ou ciência da História procura interpretar e narrar

uma série de acontecimentos escolhidos dentre as ações humanas ao longo do

História

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Page 18: Cartilha Agreste Setentrional

do tempo. Porém, as escolhas nem sempre foram as mesmas. Para os antigos, a

palavra história remetia ao histor, do grego "aquele que vê”. O saber e o poder de

contar uma história estavam assim ligados à transmissão do testemunho de um

fato memorável que se viu com os próprios olhos. A habilidade e as possibilidades de contar histórias, contudo, foram

exercidas por muitos que testemunharam indiretamente vários fatos de “ouvir

dizer” ou por estudarem nos antigos documentos. Feitos e personagens

grandiosos, especialmente os chamados grandes homens ligados à religião, à

política e às guerras, foram então privilegiados, repetidos e transmitidos geração

pós geração. Nesse sentido, foi bem comum no caso da História brasileira destacar

nossas heranças quinhentistas portuguesas em detrimento das indígenas,

africanas e dos demais povos que constituíram nossa nação. Atualmente esboçamos uma nova História na qual nosso passado pode ser

contado de várias formas no presente, interpretando e respeitando a diversidade

cultural dos povos. Filha de seu tempo, a História vem contribuindo

significativamente para a compreensão dos elementos de identidade individual e

coletiva, integrando as histórias do local com a nacional e a global através da

valorização, difusão e preservação do patrimônio cultural.

Quantas vezes você não se pegou repetindo gestos e palavras, e

aprendendo a ordenar seu cotidiano no tempo? O que você fez no fim de semana?

Como foi seu dia de trabalho? O que você aprendeu hoje? Essas perguntas

Memória

16

Page 19: Cartilha Agreste Setentrional

rotineiras demonstram que a memória enquanto hábito faz parte de nosso dia-a-

dia. Mas, além das repetições mecânicas de nossas rotinas, o ato de lembrar

nos faz reler também momentos e situações ímpares que valorizamos, e assim

dizemos das “coisas que marcaram a nossa memória”. A base de nossos

sentimentos, atitudes e aprendizados feitos em diferentes momentos de nossa

vida encontram assim na memória o lugar privilegiado de interações entre o

nosso cérebro, corpo e o mundo que nos cerca. Em seu significado latino, o ato de lembrar, recordar, refere-se aquilo que

“passa pelo coração”. Contudo, o que nos aconteceu passou, não volta mais, e

por isso, entre esquecimentos e lembranças, fazemos no presente escolhas de

um tempo vivido. Nesse sentido, a memória é seletiva e está longe de ser apenas

uma faculdade particular e individual. Ela mobiliza emocionalmente cada sujeito

que recorda suas experiências pessoais ao mesmo tempo em que elabora algo de

seu próprio grupo social e universo cultural, historicamente situado.O intercâmbio das experiências pessoais e sociais, mais do que a simples

difusão de uma memória pronta e acabada, opera de modo dinâmico, vivo na

nossa capacidade de acionar um encontro do presente com o passado. Por

exemplo, ao perguntarmos a um grupo de pessoas que viveram numa outra época

certo episódio ou fato, provavelmente seus relatos serão distintos, apesar de

fazerem menção a uma mesma situação. Alguns vão lembrar mais de certas

questões e se esquecerão de outras. O fato de a memória ser uma construção do presente fortalece também os

atos de narrar, refletir e relatar desenvolvidos pela História. Os registros de

nossas memórias podem ser então considerados uma das principais ferramentas

tanto da preservação, quanto da transmissão dos valores e da identidade cultural

17

Page 20: Cartilha Agreste Setentrional

e da História de um povo.

A palavra Patrimônio significa herança paterna ou familiar. Bens de

natureza econômica herdados por alguém, ou acumulados durante sua vida.

Nesta publicação, contudo, o enfoque é dado a outro tipo de patrimônio: aquele

que tem a ver com os conceitos apresentados até agora: cultura, valor,

identidade, história e memória.Quando a palavra patrimônio se une ao termo cultura, temos então o

Patrimônio Cultural. Os bens que fazem parte do patrimônio cultural não

interessam a apenas uma única pessoa. Eles são uma herança coletiva, pois são

importantes ou representativos para a história e para a identidade de uma

coletividade. Mas essa herança patrimonial não é estática, e, sim, dinâmica,

porque se modifica ao longo das gerações, de acordo com o surgimento de novas

necessidades. Desse processo dialético, de esquecimentos e lembranças, legados

e novas contribuições, é que resulta o patrimônio cultural. O Patrimônio Cultural revela os múltiplos aspectos da cultura de uma

comunidade. No Brasil, a busca pelo reconhecimento do nosso patrimônio se

iniciou em 1937 e vem até hoje tentando abranger essa rica diversidade cultural

do nosso território, tendo em vista o reconhecimento da miscigenação das

culturas dos diversos povos formadores da nossa identidade nacional.

Patrimônio

18

Page 21: Cartilha Agreste Setentrional

Bens culturais

Na tentativa de conhecer e se adaptar ao ambiente em que vive, o homem

transforma o mundo ao seu redor. O produto desse processo de transformação da

realidade são os bens culturais. Os bens culturais são todas as atividades e modos de viver e agir de um

grupo, bem como a manifestação da sua cultura. Ou seja, são bens culturais: a

culinária, as construções arquitetônicas, as danças e rituais, as esculturas, os

documentos e livros antigos, etc. Podemos então dividir ou classificar os bens

culturais em materiais ou imateriais, pois possuem características e naturezas

diferentes. O IPHAN e a UNESCO consideram bens imateriais, as práticas,

representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os

instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados.

Podemos citar, como exemplo, o bolo de rolo, o caboclinho, as feiras, a quadrilha

junina, etc. Já os bens materiais são bens de natureza concreta, ou seja,

monumentos, núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos, coleções

arqueológicas, acervos musicológicos, documentais, bibliográficos,

arquivísticos. Os bens materiais são ainda divididos em móveis, quando podem

ser deslocados de seu lugar original, ou imóveis, quando são fixos. Como

exemplo, temos as igrejas, o casario, as esculturas, a casa-grande de um

engenho, uma paisagem, achados arqueológicos, etc.A classificação dos bens em tangíveis e intangíveis também é importante

para a preservação eficaz de cada tipo de bem. Os bens imateriais são dinâmicos,

¹ Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Acesse: www.brasilia.unesco.org

_________________________

19

Page 22: Cartilha Agreste Setentrional

pois no seu processo de transmissão é constantemente recriado e modificado

pelas pessoas a eles relacionadas. O frevo, por exemplo, não é hoje dançado da

mesma forma como se dançava há cinquenta anos atrás e, provavelmente, não

será o mesmo daqui a mais cinquenta anos.

O Tombamento é uma ação do Poder Público que visa proteger os bens

materiais, móveis e imóveis, colocando o seu uso sob controle de uma legislação

específica. O tombamento pode ser feito nos três níveis de governo: o federal, o

estadual e o municipal, de acordo com as respectivas legislações. Qualquer pessoa pode solicitar a abertura de um processo de tombamento

de algum bem cultural que considere importante para a identidade da sua

comunidade ou para a nação. No âmbito estadual, o processo que culmina no

tombamento do bem é iniciado com pesquisas sobre a história e a arquitetura do

bem, para compor uma documentação que será avaliada pelo Conselho Estadual

de Cultura. Se o parecer do Conselho for favorável, o processo será homologado

pelo governador do Estado e a instituição do tombamento do bem será publicada

no Diário Oficial e em um jornal de grande circulação. Ao se iniciar o processo de

salvaguarda nos órgãos técnicos – que analisam a história e arquitetura dos bens –

esse já começa a desfrutar das proteções legais. Para um bem ser protegido pela legislação do tombamento, ele não

precisa ser desapropriado, ou seja, se sua casa for tombada, ela continuará sendo

sua propriedade. Os valores simbólicos que fizeram com que sua casa fosse

reconhecida como patrimônio cultural é que passam a ser de interesse de todos.

Por isso, para manter resguardados esses valores históricos e culturais que

Formas de proteção do nosso patrimônio

20

Page 23: Cartilha Agreste Setentrional

tornaram sua casa excepcional e manter a integridade do edifício, existe uma

legislação própria. Nas últimas décadas, surgiu uma maior preocupação com outro tipo de

bens culturais: os intangíveis ou imateriais. Logo se percebeu que haveria de ser

criado um outro instrumento para a salvaguarda destes, uma vez que eles

obedecem a uma dinâmica bem diferente daquilo dos bens materiais. Para proteger uma igreja, por exemplo, é preciso restringir as mudanças

em suas características físicas, evitando sua descaracterização. Já no caso de um

bem imaterial, como a capoeira, não se pode restringir as mudanças em suas

características ao longo do tempo, pois essas mudanças são essenciais para o

significado, a continuidade e a efetiva prática da manifestação pela

comunidade. Como o próprio nome indica, o registro pode ser comparado a uma

fotografia. É um instrumento que apresenta como se encontra o bem em um

determinado momento, reconhecendo sua importância para aqueles que

protagonizam as práticas associadas ao bem em questão, assim como os aspectos

através dos quais o bem participa da dinâmica social local.Mas o tombamento e o registro dos bens culturais não são os únicos

instrumentos de proteção disponíveis para salvaguardar os bens materiais e

imateriais, e nem se pode garantir que sejam os mais eficazes. Antes de pensar, por exemplo, no tombamento de algum utensílio, obra de

arte, edifício, praça, floresta, temos que refletir sobre a relação entre o

significado do bem para a história do nosso bairro, cidade ou país. A relação de

reconhecimento entre a comunidade e o bem, por vezes, pode ser um

instrumento suficiente para garantir sua integridade e continuidade no tempo e

no espaço.

21

Page 24: Cartilha Agreste Setentrional

Além dos instrumentos criados pelas instituições públicas de preservação

do patrimônio descritos acima, o processo de Educação Patrimonial também

aparece como uma ferramenta de preservação e proteção dos bens

representativos da nossa cultura, à medida que os insere no cotidiano da

população por meio de práticas didáticas que estreitam o contato entre a

comunidade e seu patrimônio.

22

Page 25: Cartilha Agreste Setentrional

Registro do Patrimônio Vivo nas Escolas

Diálogo de Saberes

No contexto nacional, alguns marcos podem ser identificados no debate

sobre a política de patrimônio. No ano de 1936, a pedido do então Ministro da

Educação e Saúde Gustavo Capanema, Mário de Andrade elaborou o Anteprojeto

de Proteção ao Patrimônio Artístico Nacional. Este documento serviu de subsídio

para a elaboração, um ano mais tarde, do texto do Decreto – Lei nº. 25/37 que

instituiu o tombamento como mecanismo de preservação e, mais tarde, serviu de

orientação para a Constituição de 1988, quando o Estado estabeleceu o

compromisso com a preservação das manifestações da cultura popular, através

de sua identificação como patrimônio imaterial.No âmbito internacional, a discussão foi consolidada através da

constituição de instrumentos jurídicos para proteção dos bens culturais – as

chamadas Declarações, Recomendações e Convenções da Unesco. O marco

inicial foi a publicação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1945,

inaugurando-se assim uma nova perspectiva sobre a noção e o valor da cultura. A

Declaração foi seguida pela Convenção relativa à Proteção do Patrimônio

Mundial, Cultural e Natural, de 1972, pela Recomendação sobre a Salvaguarda da

Cultura Tradicional e Popular, de 1989, e, enfim, pela Convenção para a

Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, em 2003. Neste último documento, o

patrimônio imaterial é definido mais detalhadamente como o conjunto de:

“Práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto

e

ee

e

23

Page 26: Cartilha Agreste Setentrional

A Lei do Patrimônio Vivo surge no rastro dessa série de discussões acerca

da salvaguarda do patrimônio imaterial. Tais discussões repercutem em âmbitos

nacional e internacional. Instituída sob o número 12.196 de 02 de maio de 2002, e regulamentada

pelo Decreto n.º 27.503 de 2004, a Lei do RPV constitui, no âmbito da

administração pública estadual, o Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco e

tem como objetivo reconhecer e valorizar as manifestações populares e

tradicionais da cultura pernambucana, bem como garantir que os artistas

repassem seus conhecimentos às novas gerações de alunos e aprendizes – em sua

comunidade ou fora dela.Como acontece o Concurso? Desde 2002, o Governo do Estado se

compromete em lançar anualmente o Edital do Concurso do Registro do

Patrimônio Vivo de Pernambuco. Operado pela FUNDARPE, através da

Coordenadoria de Patrimônio Imaterial, o Concurso do RPV-PE seleciona três

mestres ou grupos da cultura popular e tradicional pernambucana. Os

selecionados recebem incentivos para transmitir seus fazeres e saberes às

gerações futuras, através da concessão de bolsas vitalícias e de ações de

com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são

associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os

indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio

cultural²”.

² UNESCO, 2003. Convenção para a salvaguarda do patrimônio imaterial. Paris, 17 de outubro de 2003.

³Em 2005, foram registrados 12 mestres e grupos, contemplando os anos de 2002, 2003, 2004 e 2005 – intervalo entre o ano da Lei e o ano do lançamento do primeiro Edital.

_________________________

24

Page 27: Cartilha Agreste Setentrional

de formação, difusão e transmissão correlatas. As bolsas vitalícias são pagas

mensalmente nos valores de 750,00 reais, no caso dos mestres, e de 1.500,00

reais, no caso dos grupos. Já as ações de formação, difusão e transmissão de

conhecimentos acontecem por meio de programas de ensino e aprendizagem

promovidos pelo Governo e pela inserção dos Patrimônios Vivos eleitos na política

pública de cultura do Estado, de forma que se respeite o universo de cada um. Projetos - Tendo em vista o caráter de salvaguarda dessa política, a

FUNDARPE promove projetos que objetivam inserir os patrimônios vivos de

Pernambuco na política pública de cultura do Estado. Como exemplo dessas

atividades, foram realizados o Encontro dos Patrimônios Vivos em Fernando de

Noronha; as Oficinas Culturais nos Festivais Pernambuco Nação Cultural

(Garanhuns, Pesqueira, Taquaritinga do Norte, Triunfo e Gravatá), o Concurso de

Redação sobre Patrimônios Vivos na Escola Estadual Arquipélago Fernando de

Noronha e o Papos de Carnaval (Nossa Senhora do Ó e Itamaracá). Diálogo de Saberes - A natureza dos saberes e fazeres dos Patrimônios

Vivos e o diálogo entre esses mestres e as novas gerações proporcionam uma rica

oportunidade para a reflexão sobre o desenvolvimento de estratégias de

preservação do patrimônio imaterial. Alguns aspectos devem ser considerados:! A educação não-formal tem características próprias. Envolvem

conteúdos, carga horária, didática e relações diferenciadas com o cotidiano. É

importante, portanto, não padronizar as ações e o diálogo com mestres e grupos

acerca do formato das apresentações, das oficinas por eles ministradas, etc.! As expressões culturais precisam ser fortalecidas em suas

comunidades de origem para que sejam perpetuadas, respeitando o tempo

propício para sua realização. Aí está a diferença entre transmissão e difusão. O

contexto da manifestação deve ser considerado como fator relevante – do

25

Page 28: Cartilha Agreste Setentrional

material utilizado, do sentido atribuído, da relação histórica com a região.! É importante que a identificação, o reconhecimento e a

valorização dos patrimônios vivos, através do desenvolvimento de tais ações,

sejam compreendidos como estratégias de salvaguarda do patrimônio imaterial,

diretamente ligadas à identidade cultural, à memória social e às referências

locais. Do contrário, perdem seu sentido.

Fig. 4: Barragem em Frei Miguelinho

26

Page 29: Cartilha Agreste Setentrional

Patrimônios Vivos de Pernambuco

! Ana Leopoldina Santos (in memoriam)Nome Artístico: Ana das Carrancas (Petrolina)Atividade/expressão cultural: artesã ceramista

! Francisco Soares de Araújo (in memoriam)Nome Artístico: Canhoto da Paraíba (Paulista)Atividade/expressão cultural: violonista

! José do Carmo Souza Nome Artístico: Zé do Carmo (Goiana)Atividade/expressão cultural: artesão ceramista

! José Francisco Borges Nome Artístico: J. Borges (Bezerros)Atividade/expressão cultural: literatura de cordel e xilogravura

! José Soares da Silva Nome Artístico: Dila (Caruaru)Atividade/expressão cultural: literatura de cordel e xilogravura

! Manoel Borges da Silva Nome Artístico: Mestre Nuca (Tracunhaém)Atividade/expressão cultural: artesão ceramista

! Manoel Salustiano Soares (in memoriam)Nome Artístico: Mestre Salustiano (Olinda)Atividade/expressão cultural: mestre de folguedos populares, rabequeiro

! Manuel Eudócio Rodrigues Nome Artístico: Manoel Eudócio (Caruaru)Atividade/expressão cultural: artesão ceramista

Ano de Registro:2005

27

Page 30: Cartilha Agreste Setentrional

! Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado (Olinda)Atividade/expressão cultural: maracatu de baque virado

! Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia Noite (Olinda)Atividade/expressão cultural: agremiação carnavalesca – clube de frevo

! José Costa Leite (Condado)Atividade/expressão cultural: literatura de cordel e xilogravura

! Margarida Pereira de Alcântara Nome Artístico: Índia Morena (Recife)Atividade/expressão cultural: circo

! Caboclinho 7 Flechas (Recife) Atividade/expressão cultural: caboclinho

! Selma Ferreira da SilvaNome artístico: Selma do Coco

Atividade/expressão cultural: coquista

! Teatro Experimental de Arte (Caruaru)Atividade/expressão cultural: teatro

! Confraria do Rosário (Floresta)Atividade/expressão cultural: congo, rosário

! Fernando Spencer (Recife)Atividade/expressão cultural: cinema

! José Joaquim da Silva Nome artístico: Zezinho de Tracunhaém (Tracunhaém)Atividade/expressão cultural: artesão ceramista

! Maria Madalena Correia do Nascimento Nome Artístico: Lia de Itamaracá (Itamaracá)Atividade/expressão cultural:

Ano de Registro:2006

Ano de Registro:2008

Ano de Registro:2007

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Page 31: Cartilha Agreste Setentrional

Educação Ambiental e Patrimônio Natural

Você sabia que as sociedades humanas nem sempre tiveram uma relação

conflituosa na exploração dos recursos naturais? Contudo, a luta pela

sobrevivência foi se tornando mais acentuada no contexto do surgimento do

processo industrial e da expansão das cidades. Na cultura moderna, as mudanças

de valores e modos de vida aumentaram a utilização dos recursos naturais e a

produção de resíduos, fazendo com que os homens percebessem o meio

ambiente não como algo do qual faziam parte, mas como objeto de uso. No século XX, vários grupos se mobilizaram por uma revisão desta situação

através da consciência ecológica. Nesse sentido, o meio ambiente compreende

além da dimensão natural, na qual o ser humano se relaciona diretamente com os

bens naturais. É também o lugar onde as pessoas interagem entre si, onde suas

relações sociais e culturais acontecem. A educação ambiental, por sua vez, ganha

importância e tenta compreender a relação entre os homens e o meio, porque

existe um co-pertencimento, uma coevolução entre nós e a natureza. Esse processo educativo, contudo, não deve se basear apenas nas

mudanças de atitudes, nem na nossa simples identificação com a natureza. É

necessário aliar os novos hábitos de preservação do meio ambiente com as

referências culturais de nossas comunidades locais. As memórias de um povo e

sua qualidade de vida devem caminhar juntas.Portanto, com pequenas mudanças nos nossos costumes cotidianos, somos

capazes de colaborar e muito com o ambiente onde vivemos. Por que não abrir

mão do veículo automotor particular, passando a caminhar, ir de bicicleta ou de

ee

29

Page 32: Cartilha Agreste Setentrional

veículos coletivos ou de tração animal para o trabalho ou às pequenas compras?

Por que não separar o lixo que produzimos, do material orgânico ao vidro, papel

ou alumínio? Por que não economizar energia elétrica, apagando as luzes de

ambientes que não estão sendo utilizados? Por que não utilizar materiais

reciclados e recicláveis? Por que não incentivar a produção de culturas mais

tradicionais, evitando a erosão, mantendo o solo fértil, apto a reciclar nutrientes

e absorver poluentes do ar e da água? Por que não evitar a degradação da

caatinga, extraindo a madeira para lenha de forma responsável e sustentável? Devemos agir em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais,

com a Legislação de Educação Ambiental Brasileira, além da Convenção sobre

Diversidade Biológica e Desertificação, Agenda 21 e demais políticas voltadas

para o meio ambiente. As comunidades do Agreste Setentrional, por exemplo,

podem adequar seus usos e necessidades, através da educação ambiental em sua

reserva da biosfera, que compreende o bioma da caatinga. Contudo, ao iniciarmos nossa prática educativa ambiental, acreditamos

ainda que é importante considerar a noção de patrimônio natural. Segundo a

Unesco, diante dos valores estéticos e científicos, de conservação e beleza

natural, o patrimônio natural pode ser compreendido como sendo o conjunto de

monumentos naturais, físicos e biológicos, formações geológicas e fisiográficas,

zonas delimitadas que possuam animais e vegetais ameaçados e sítios naturais. Nesse sentido, o patrimônio natural, além de ser prioritariamente objeto

de preservação de órgãos e instituições da área ambiental, pode realizar a

mediação de elementos físicos e biológicos da natureza com a diversidade de

sistemas culturais que se estabelecem com as ações humanas. Em outras

palavras, sempre que atribuirmos valores históricos, paisagísticos, artísticos,

arqueológicos, paleontológicos, ecológicos ou científicos ao patrimônio natural,

30

Page 33: Cartilha Agreste Setentrional

realizamos uma interação com o patrimônio cultural e ampliamos nossas

possibilidades de educar. O uso racional da natureza pelo homem, integrando a educação ambiental

às ações de preservação, manutenção, restauração e recuperação do patrimônio

natural pode garantir, então, não só a subsistência de populações tradicionais,

como a transmissão e o respeito ao conhecimento da comunidade local para suas

várias gerações.Assim, com essas e outras práticas, começamos a ajudar nosso planeta na

sua sobrevivência, e, consequentemente, nosso bem-viver, melhorando hoje e

amanhã a qualidade de vida de todos os seres que fazem e são o meio ambiente.

Fig. 5: Capela de São João Batista - Orobó

31

Page 34: Cartilha Agreste Setentrional

Educação PatrimonialEducando com o patrimônio

O que é educação? O que é patrimônio?

A educação patrimonial é uma forma de utilizar o patrimônio para fins

didáticos que pretende, por meio da inserção deste patrimônio no cotidiano do

educando, desenvolver uma relação diferenciada entre os bens patrimoniais e

aqueles que os utilizam.Da união entre educação e patrimônio resulta que este oferece múltiplas

oportunidades de abordagem, enquanto recurso didático. Tal procedimento pode

complementar o conteúdo trabalhado, tanto no ensino formal, quanto no

informal. Essa proposta, pode, ainda, ser aplicada ao público de todas as faixas

etárias, bastando para isso uma adequação na linguagem e forma de trabalhar.

Logo, na perspectiva da educação patrimonial, temos o patrimônio cultural

sendo utilizado como fonte primária de conhecimento, inserido num processo

que acompanha a formação do indivíduo ao longo da vida: a educação.Por ser uma prática recente, os profissionais dedicados à área ainda não

chegaram a um consenso em relação a uma metodologia de trabalho, mesmo

porque o uso do patrimônio como recurso didático é dinâmico e permite diversas

leituras e apropriações. Por meio do patrimônio, podem ser trabalhos conteúdos

de matemática, história, geografia, artes plásticas, cidadania, entre vários

outros, e para cada uma dessas disciplinas a maneira de se explorar o patrimônio

será diferente.

32

Page 35: Cartilha Agreste Setentrional

Mas o processo de educação patrimonial pode ser muito mais. Você, leitor, de

posse das ideias anteriormente trabalhadas e tendo em mente um conceito

abrangente de patrimônio cultural, já possui ferramentas que lhe permitem

trabalhar a educação patrimonial dentro da sala de aula, ou em sua própria

comunidade, de acordo o patrimônio local. A educação patrimonial busca fazer com que a comunidade (e essa

parceria é essencial!) desenvolva uma nova forma de olhar, pensar e transformar

o mundo que a cerca, o que inclui uma nova relação com o patrimônio que

compõe esse mundo. Educação Patrimonial não é apenas a eleições de bens para

serem protegidos por legislações oficiais, mas manter uma relação de utilização

e apropriação daqueles bens que são significativos para a nossa identidade; para

dizer quem somos, e como somos para os de hoje e os de amanhã.

Apresentamos aqui algumas alternativas de atividades educativas para

serem realizadas utilizando o patrimônio cultural do município, dentro e fora da

sala de aula. São sugestões que podem ser repensadas e modificadas pelo

educador, de acordo com suas necessidades e expectativas.

Visita a um ou mais bens culturais da cidade, podendo ser um bem

material, imaterial ou um patrimônio vivo. Os educandos podem levar papel e

prancheta para elaborar um registro do bem escolhido: um desenho, uma pintura

ou uma descrição textual.

Sugestões de atividades de Educação Patrimonial

Conhecendo o Patrimônio

33

Page 36: Cartilha Agreste Setentrional

Elaboração de um cartão postal

Feira de Ciências do Patrimônio

Elaboração de um roteiro turístico

Patrimônio em quadrinhos (fotografia)

Os educandos escolhem um bem cultural para ilustrar (com desenhos) um

cartão postal do município. Além de registrar de forma lúdica o bem, o educando

também pode encaminhar o postal feito por ele para um amigo de outro

município.

Os educadores das diversas disciplinas podem organizar um evento

integrando toda a escola em torno dos bens culturais do município (materiais e

imateriais). É imprescindível que cada disciplina consiga identificar formas de

abordar o seu conteúdo didático relacionado ao patrimônio em referência.

Os educandos podem ser estimulados a imaginar uma situação na qual

estão recebendo um amigo de outra cidade, e que eles devem mostrar, em um

roteiro turístico, aquilo que a cidade tem de melhor para ser conhecido. Eles

precisam ressaltar a duração do roteiro, locais de início e término, o meio de

transporte utilizado durante o roteiro, as paradas para contemplação da

paisagem, os locais para refeições e, eventualmente, para compras.

Os educandos podem, através de uma câmera fotográfica, elaborar uma

história em quadrinhos que envolva os bens patrimoniais do município. Os

personagens seriam os próprios alunos e cada fotografia, um quadrinho.

34

Page 37: Cartilha Agreste Setentrional

A FUNDARPE, através da Diretoria de Preservação Cultural (DPC), possui

uma equipe de trabalho que tem como foco a educação patrimonial e vem

elaborando estudos, publicações e realizando oficinas sobre o tema nas diversas

Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. Espera-se que você,

leitor, possa fazer parte dessa equipe, executando essas atividades em seu

município, elaborando novas propostas na sua escola ou comunidade, e

enviando, em seguida, os resultados das atividades realizadas para a DPC,

localizada na Rua da Aurora, 463/469, Boa Vista, Recife-PE, CEP 50.050-000, ou,

ainda, entrando em contato com a equipe de educação patrimonial através do

número (81) 3184.3061 para que se estude a melhor forma de envio dos

resultados. A partir disso, podemos realizar um importante intercâmbio de

ideias, trocando experiências e construindo novas formas de preservar o nosso

patrimônio por meio da educação patrimonial.

eeee35

Page 38: Cartilha Agreste Setentrional

Nos últimos anos, o turismo muito tem se fortalecido no Brasil, e em

especial, no estado de Pernambuco, devido ao caráter e forte apelo econômico

que a atividade possui.A atividade turística se constrói a partir do deslocamento voluntário e

temporário de pessoas para fora do seu local de residência por mais de 24 horas e

pela organização de diversos serviços oferecidos para suprir as necessidades

daqueles que se deslocam, tais como: meios de transporte, meios de

hospedagem, serviços de alimentação, de guias de turismo, entre vários outros.Embora a motivação das viagens possam ser as mais distintas (a exemplo

do lazer, saúde, religião, trabalho, apenas para citar as mais comuns), os serviços

anteriormente citados se fazem sempre necessários, e, dessa forma, o turismo

faz surgir empregos diretos, indiretos, formais e informais na localidade. Ao

afetar direta e indiretamente diversos setores da economia (indústria da

construção, agricultura, comércio em geral), o turismo é entendido como uma

atividade capaz de promover o desenvolvimento socioeconomico da cidade e da

região.Mas, além da perspectiva econômica da atividade, é preciso conhecer um

pouco mais sobre o turismo para melhor contribuir com o seu desenvolvimento.Quem viaja, o turista, de modo geral, quer conhecer coisas e lugares novos

de forma prazerosa. Ele quer ter novas experiências, através do contato com

novas paisagens e novas culturas e, ainda, com a descoberta daquilo que os

lugares têm de especial, de genuíno. O turista não precisa vir do exterior, ou de

outros estados; ele pode ser também um residente das cidades vizinhas.

O Patrimônio e o Turismo

36

Page 39: Cartilha Agreste Setentrional

E de que forma a comunidade pode contribuir com o desenvolvimento da

atividade turística? Respeitando o turista (nas suas diferenças); mantendo sua

cidade limpa e bem cuidada, sendo hospitaleira na prestação de informações

sempre que solicitada; mas, principalmente, conhecendo bem seu próprio bairro

e cidade, valorizando e colaborando com a preservação dos patrimônios culturais

e naturais locais; zelando pela beleza das paisagens e fortalecendo a identidade

cultural local.Os patrimônios cultural e natural – monumentos, museus, fortes, igrejas,

folclore, tradições, patrimônios vivos, fauna e flora – desempenham um papel

crucial na atividade turística, uma vez que compõem os atrativos turísticos, ou

seja, aquilo que geralmente serve como motivação para a realização de uma

viagem e que constitui a identidade do lugar, diferenciando-o dos demais. Dito

de outra forma, a comunidade tem que ser o principal agente de divulgação dos

atrativos turísticos da cidade.É muito comum que a comunidade sinta orgulho da sua cidade e tenha sua

autoestima elevada quando percebe que está sendo apreciada por pessoas que

vêm de fora. Mas a ordem não deveria ser esta. Devemos trabalhar para que o

orgulho e a valorização da nossa cultura e patrimônio nasçam e se fortaleçam no

seio da comunidade para que, então, possamos, orgulhosamente, oferecer

nossas riquezas para a contemplação dos visitantes.

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Page 40: Cartilha Agreste Setentrional

Roteiros turístico-culturais: um instrumento de interpretação do

patrimônio

Um roteiro é uma rota, um caminho pré-estabelecido que liga pontos

determinados em torno de uma temática comum. Para definição desta temática,

no entanto, é preciso exercitar a interpretação do patrimônio para que sejam

estabelecidos os bens materiais ou imateriais (patrimônio cultural) que

integrarão o roteiro.Mas o que significa, afinal, interpretar o patrimônio? Nada mais que o

processo de acrescentar valor à experiência do visitante, através do

fornecimento de informações e representações que realcem a história e as

características culturais e ambientais de um lugar.O exercício de interpretação do patrimônio antes de tocar o visitante,

deve, primeiramente, fazer parte do cotidiano da comunidade local, à qual cabe

discutir e identificar o que faz de seu patrimônio ou de sua cidade um lugar

diferente, especial. Num segundo momento, a comunidade pode, através do

roteiro turístico, orientar a visão e a leitura do visitante para aqueles bens que,

de fato, possuem valor e transmitem o espírito do lugar e das pessoas que ali

vivem. Como já se sabe, quando falamos em valor não estamos nos referindo

única e exclusivamente ao valor financeiro das coisas. Cabe-nos perguntar quais

são os bens que possuímos que carregam em si esse valor que queremos

compartilhar com nossos visitantes. Vale mencionar que o visitante interessado

em cultura (aquele que pratica turismo cultural) busca uma atividade de

entretenimento aliada a um momento de aprendizagem, na qual podem ser

descortinadas novas formas de ver e entender o homem e seus fazeres.

38

Page 41: Cartilha Agreste Setentrional

Voltando ao tema da interpretação, se, por um lado, ela valoriza a

experiência do visitante, por outro, ela valoriza também o próprio patrimônio

incorporando-o como atração turística.Isso significa dizer, então, que o processo de interpretação patrimonial

visa apenas atender as necessidades dos visitantes nas nossas cidades? De forma

alguma! Um roteiro turístico-cultural construído pela comunidade pode servir

como uma opção de lazer para os próprios residentes, ou até mesmo funcionar

como palco para atividades escolares extraclasse, dentro de uma proposta de

educação patrimonial, já que esta se vale do uso do patrimônio com objetivos

didáticos. E por onde devemos começar a elaboração de um roteiro turístico-

cultural?Na criação de um roteiro turístico devemos pensar na percepção da

paisagem da cidade. A paisagem se configura como uma representação espacial

de um complexo conjunto formado por objetos materiais e imateriais,

resultantes do processo evolutivo da sociedade.O espaço formador da paisagem poderá ser vivido e percebido nas

atividades cotidianas das pessoas: na padaria onde todos os dias comemos pães

fresquinhos; no percurso que fazemos até o trabalho ou mesmo no lugar onde

você se encontra lendo esta publicação nesse momento. A paisagem é formada por lugares como os que você passa todos os dias, ou

o novo caminho que resolve tomar; o menino brincando na rua; o velho senhor

amolador de facas passando dia-a-dia; o boiadeiro com sua boiada; o maracatu

lindo, cheio de cor, e até por aquela comidinha que só a Dona Biu sabe fazer.Tais experiências podem ainda estar presentes em lugares onde se

exprimem vivências coletivas, extrapolando assim os valores individuais, e

trazendo à paisagem significados compartilhados por grupos sociais. São lugares

39

Page 42: Cartilha Agreste Setentrional

de memória, que fazem com que se revivam os momentos da vida. Daí a

importância de preservá-los e compartilhá-los.Se considerarmos que este roteiro é uma forma de comunicação com o

visitante, devemos iniciar essa tarefa nos colocando os seguintes

questionamentos:

À medida que respondemos estas questões, estamos começando a

delinear os eixos para os roteiros turístico-culturais em nosso município ou

região. A reflexão em torno de alguns princípios, no entanto, pode ser de muita

utilidade durante a formatação de um roteiro turístico interpretativo:

a. O que queremos que os visitantes saibam?b. O que queremos que os visitantes sintam?c. O que queremos que os visitantes façam?

a. Focalizar os sentidos do visitante;b. Não apenas informar, e, sim, revelar;c. Utilizar recursos visuais e de animação;d. Trabalhar com a história completa e não com partes dela;e. Pensar na acessibilidade do público visitante;f. Ser desenvolvido junto à comunidade, por meio da troca de conhecimento;g. Adotar um discurso que ligue temas do passado, do presente e do futuro;h. Destacar a diversidade e a pluralidade, em vez de defender um discurso único.

40

Page 43: Cartilha Agreste Setentrional

Os roteiros turístico-culturais podem ser desenvolvidos dentro de um

mesmo município, assim como explorando vários municípios que apresentam

similares culturais e, ou geográficas, dentro de uma mesma região, como ocorre

na Região do Agreste Setentrional.Pensando ainda no atendimento das necessidades dos visitantes, a

elaboração de roteiros tem que levar em consideração a existência de algumas

instalações básicas, tais como sanitários, segurança, pontos de descanso e

estacionamento.A utilização de alguns recursos e técnicas de interpretação pode

enriquecer a experiência e facilitar a autonomia do visitante, de acordo com o

lugar ou bens a serem interpretados pelo público ao qual a proposta se destina.

Esses recursos podem ser a sinalização de trilhas e roteiros (as trilhas tem um

percurso menor que o roteiro, pensadas para serem realizadas a pé!); a

disponibilização de mapas e folhetos explicativos; a criação de um centro de

visitantes; uso de condutores locais na realização do roteiro, entre outros.

Todas estas alternativas devem ser avaliadas tomando como base as necessidades

locais, os recursos disponíveis e os interesses da comunidade em relação à

atividade turística e as possibilidades de interpretação do seu patrimônio.A realização de roteiros turístico-culturais aumenta a autoestima da

população, à medida que esta vê o seu patrimônio sendo apreciado por visitantes

de outros locais, ao mesmo tempo em que pode gerar renda nos locais

contemplados pelo roteiro, através de pequenos comércios ou serviços turísticos

(conforme a oferta do município). Os roteiros podem servir como vetores para

este processo, mas precisam estar em consonância com os anseios da

comunidade.

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Page 44: Cartilha Agreste Setentrional

O patrimônio em si também sai ganhando com esta proposta uma vez que

os roteiros chamam a atenção do poder público, da iniciativa privada e da

sociedade como um todo, para a necessidade de proteção e preservação dos bens

patrimoniais da localidade. De um modo geral, todos são beneficiados com o

desenvolvimento de roteiros turístico-culturais na localidade: a comunidade, o

patrimônio e os visitantes.Fiquemos, então, com uma reflexão que resume a proposta da

interpretação patrimonial aliada aos roteiros turístico-culturais: “através da

interpretação, a compreensão; através da compreensão, a apreciação, e através

da apreciação, a proteção ”.

4

4

ee Freeman Tilden, citado por Murta e Albano (2005).

_________________________

42

Page 45: Cartilha Agreste Setentrional

Enquanto os roteiros turístico-culturais são instrumentos voltados para a

interpretação e valorização do patrimônio tanto por parte da comunidade

quanto pelos visitantes, é importante ressaltar a validade do condutor local

como um facilitador no processo de interpretação patrimonial.O condutor local é um multiplicador; um vetor que facilita a leitura e

compreensão dos bens contemplados no roteiro turístico-cultural, sejam eles

materiais ou imateriais. Para tanto, o condutor precisa ter conhecimentos sobre

os aspectos histórico-culturais e paisagísticos do local, além de ter sensibilidade

para identificar os lugares de memória, que tanto contribuem para a formação

da alma do lugar. Em relação ao lugar de memória, ele pode ser desde uma rua, uma casa,

um estabelecimento comercial ou mesmo um objeto constituinte da identidade

local com o qual a comunidade possua laços de afetividade ainda que estes bens

não possuam características que permitam classificá-los como bens passíveis de

proteção, nos termos da legislação vigente.A abordagem dada ao patrimônio pelo condutor local deve considerar o

cotidiano da localidade, já que, muitas vezes, é justamente esta perspectiva

particular que busca o visitante contemporâneo. É necessário que o condutor

local esteja constantemente se reciclando em relação, não somente ao passado

do lugar, mas também ao seu presente e futuro. A história contada pelos

moradores mais vividos é uma fonte de conhecimento das mais ricas para quem

atua na condução de roteiros turístico-culturais.

Condutores Locais: agentes culturais no município

43

Page 46: Cartilha Agreste Setentrional

Diferentemente do guia de turismo que, normalmente, apresenta

informações históricas e técnicas em relação aos patrimônios, como, por

exemplo, o estilo arquitetônico de um determinado conjunto urbano, o condutor

local vai mesclar esse tipo de informação a outras relativas aos moradores

daquele conjunto; curiosidades e “lendas” que povoam o imaginário dos

habitantes locais, contando, dessa forma, uma estória recheada com as cores e

personagens do lugar. Ressaltemos, inclusive, que esse tipo de conhecimento não

se adquire em curso ou oficinas de capacitação profissional.Façamos agora algumas observações relativas ao desempenho da tarefa

de conduzir um grupo de visitantes num roteiro turístico-cultural. A apresentação

do condutor deve ser discreta, sem exageros, levando sempre em conta que não é

o condutor que deve chamar a atenção do visitante. Além de disponibilidade e

cortesia para com os visitantes, o condutor local precisa estar bem informado

sobre temas gerais. Deve também tentar obter informações sobre o grupo que

está sendo conduzido (tais como origem e objetivo da visitação) e,

principalmente, saber respeitar as diferenças culturais dos visitantes.É possível que o grupo que agenda uma visita com um condutor local já

esteja acompanhado de um guia de turismo. Esse detalhe não diminui nem

modifica o papel desempenhado pelo condutor local. Cada um dos profissionais

terá sua função frente ao grupo. Todavia, esse trabalho deve ser feito de forma

entrosada, num ambiente de cooperação mútua. Cada um vai ter o seu papel

frente ao grupo, cabendo ao guia de turismo uma atenção maior à logística dos

serviços contratados previamente pelos visitantes.

5

_________________________

O guia de turismo deve ter registro no Ministério do Turismo, após ter sido habilitado em curso de formação técnica específica para o desempenho desta função.

5

44

Page 47: Cartilha Agreste Setentrional

Para finalizar, não esqueçamos que o condutor local está prestando um

serviço a alguém ou a um grupo de pessoas e, assim sendo, a qualidade do serviço

prestado lhe será cobrada, à medida que os consumidores estão cada vez mais

exigentes.E o que seria qualidade para o serviço de condução num roteiro turístico-

cultural? Essa resposta pode variar bastante a depender do perfil do visitante. No

entanto, transmitir para o visitante o significado dos bens contemplados no

roteiro sob a perspectiva do que aquele patrimônio representa para a

comunidade certamente é o primeiro passo rumo à uma experiência turística de

qualidade.

Finalizamos nossa discussão conceitual colocando ao leitor alguns

questionamentos. Você conhece o patrimônio cultural do seu município? Saberia

explicar como se deu a formação da sua cidade? Você conhece os artistas ou

artesãos que são referências para a identidade cultural do município ou mesmo

os moradores que protagonizam estórias que povoam o imaginário coletivo do

lugar? De que forma o patrimônio cultural pode incrementar o conteúdo formal

das escolas do seu município? Quem teria interesse em organizar um grupo

disposto a participar de atividades lúdicas associadas ao patrimônio cultural?Se você conseguiu responder a pelo menos uma das perguntas acima, ou

formular outra maneira de atuação, você tem grande potencial para ser um

multiplicador da proposta da educação patrimonial no seu município. E nós, da

equipe da Fundarpe, estamos contando com isso.Nós demos apenas o primeiro passo em um caminho que deve ser seguido

por aqueles que vivem o cotidiano do lugar, que possam articular pessoas e

Encaminhamentos

45

Page 48: Cartilha Agreste Setentrional

atividades que valorizem o patrimônio cultural local de modo a trabalhar pela sua

preservação.A vontade de preservar não surge do dia para a noite. Ela geralmente é

consequência de um processo que se inicia com a etapa de identificação do

patrimônio, seguida pelo reconhecimento, valorização e, finalmente, a sua

salvaguarda pela comunidade. Preservando nosso patrimônio, estamos preservando nossa trajetória

enquanto indivíduo ou grupo social e comunicando às próximas gerações aquilo

que fomos. Essa preservação precisa começar na rua, no bairro, no município.

Portanto, desejamos a todos um bom trabalho!

Fig. 6: Vaquejada em Surubim

46

Page 49: Cartilha Agreste Setentrional

Neste item, apresentamos um inventário preliminar do Patrimônio

Cultural da Região de Desenvolvimento do Agreste Setentrional de Pernambuco.

Esperamos que os dados aqui mostrados possam auxiliar os multiplicadores de

educação patrimonial e ambiental na organização de suas atividades educativas.

Foram relacionados, ainda, alguns dados geográficos sobre cada um dos

municípios de modo a melhor contextualizá-los na região. As informações aqui

contidas fazem parte do Projeto de Geoprocessamento, iniciado em outubro de

2007 pela equipe de produção da Diretoria de Preservação Cultural e que contém

uma listagem do patrimônio cultural de todas as Regiões de Desenvolvimento do

Estado de Pernambuco. O Projeto de Geoprocessamento, na verdade, é um banco

de dados em constante alimentação. Por isso, você perceberá a ausência de

informações em determinados municípios, o que não é um problema, pois

esperamos que a responsabilidade de fornecer novos dados para essa pesquisa

possa partir de qualquer pessoa. Dessa forma, caso você, leitor, disponha de

dados sobre o município que não tenham sido contemplados nesta publicação,

não hesite em entrar em contato com a Diretoria de Preservação Cultural da

FUNDARPE.

Acervo do Patrimônio Cultural do Agreste Setentrionaleeeeeeeeeeeeeeee

47

Page 50: Cartilha Agreste Setentrional

IGREJA

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

Igreja de nossa do Carmo Igreja de Santana

Antiga Cadeia PúblicaCasarão da Rua Dr. Osvaldo LimaSobrado da Rua das BeneditinasSobrado da Rua Dr. Osvaldo LimaEdifício do Fórum da JustiçaCasa de Dona Carminha SalvianoCasa de Custódio CabralColégio SantanaAntigo Cinema - Atual Escola DespertarSede do Clube Varonil (Centro)

Senhora

CAPELA

ENGENHO

Capela de ItagibaCapela de Nossa Senhora das Dores

(Umari)Capela de Santa Luzia (Umari)Capela de São José (Distrito Bizarra)Capela de São Sebastião (Tamboatá)Capela de São José (Sede)Capela de São João Batista (Sede)Capela de São Sebastião (Sede)Conjunto Residencial da Rua Barão de

Lucena e da Rua Coronel Joaquim

Gonçalves-Sítio Historico (Centro)

Engenho Palmas (Distrito de Bizarra)Casa grande e Igreja do Engenho Palma

Distância da Capital:População: 39.023 habitantes.Data de Fundação: 19/05/1870 Lei Provincial n.º 922.Dia de Feira: Sábado.Padroeira: Nossa Senhora de Santana.Principais atividades econômicas: Agropecuária, construção civil, comércio.

Bom Jardim

114,8km.

Fig. 7: Localização de Bom Jardim

Bens Materiais

48

Page 51: Cartilha Agreste Setentrional

ee

CONJUNTO URBANO

EDIFÍCIO RURAL ISOLADO

SÍTIO ARQUEOLÓGICO

ATRATIVO AMBIENTAL

Conjunto Residencial da Rua Barão de

Lucena e da Rua Coronel JoaquimGonçalves - Sítio Historico (Centro)

Casarão do Sítio Espera

Pedra do CabocloPedra da Moça Pedra do Índio Monte do Angico

Paus D'arco (árvore símbolo do município)Granito Marrom ImperialCachoeira PaqueviraPedra do NavioPedra da BotijaGruta de Nossa Senhora de LourdesPedra do ÍndioPedra da MoçaPedra do Caboclo

FOLCLOREC

GASTRONOMIA

EVENTO ESPORTIVO

EVENTO E FESTA POPULAR

ARTESANATO

aboclinhosMaracatu rural Dois de OuroBanda de pífanos de Bom JardimCavalo marinhoPastoril Madrinha LóGrupo de caboclinhos (Escola Raimundo

Honório)Grêmio Lítero Musical - Centro

Capão Buchada

Corrida Ciclística da Cidadania

Ciclo juninoCiclo carnavalescoFesta do Senhor Padroeiro (São

Sebastião)- 24 de jan a 02 de fevFesta dos Santos Reis (UMARI)Aniversário da cidade - 19 de maio

Trabalhos em pedras semipreciosasTrabalhos em objetos naturais

Bens Imateriais

49

Page 52: Cartilha Agreste Setentrional

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

EVENTO CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO

CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE

ESPORTIVA

E S PA Ç O D E S T I N A D O A L A Z E R ,

ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

Poesia de cordelGRUTEAB- Grupo de Teatro Amador

BonjardinenseGrupo de dança VIVARTPintura sobre telaProdução de livros e jornaisCoral da Escola São Francisco (Canarinhos

Franciscanos)Coral de Nossa Senhora de Lourdes

(UMARI)

Seminário Regional da EducaçãoExposição Histórica de Painéis CulturaisFestival do Folclore

Auditório do Colégio SantanaMasimu (Museu de Arte, Som, Imagem e

Memória de Umari)

Clube Social Varon Esporte

Clube grêmio Lítero BonjardinenseGinásio esportivo Centenário

Fig. 8: Pedra do Navio em Bom Jardim

eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

50

Page 53: Cartilha Agreste Setentrional

Casinhas

Distância da Capital: 132,8km.População: 14.103 habitantes.Data de Fundação : 12/07/1995

Lei Estadual nº 11.228.Dia de Feira: Não foi informado.Padroeira: Nossa Senhora das Dores. Principais atividades econômicas: Agropecuária.

Fig. 9: Localização de Casinhas

NÃO INFORMADOS

FOLCLORE

GASTRONOMIA

Grupo de flautaCoco de rodaCiranda

Doces de batata e outrosCocadas

Queijo de manteigaNataGalinha da terraBuchada

Argila, bonecosCipó , balaios e cestasMadeira, esculturasBordados diversos (à mão)

Festa de São SebastiãoFesta de Nossa Senhora das DoresCiclo JuninoCiclo CarnavalescoSemana da AboliçãoAniversário da cidade - 12 de junho

ARTESANATO

EVENTO E FESTA POPULAR

Bens Materiais

Bens Imateriais

51

Page 54: Cartilha Agreste Setentrional

EVENTO E FESTA POPULAR

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

Festival de Cultura

Auditório Senador Antonio FariaAuditório do FUNBRECA (Fundo de Providência de Casinhas)

Ginásio Esportivo Centenário

Fig. 10: Casinhas

52

Page 55: Cartilha Agreste Setentrional

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

CONJUNTO URBANO

ESPAÇO E EQUIPAMENTO URBANO

ATRATIVO AMBIENTAL

Mercado Público (em ruínas) Sede

Casario Colonial do século XVIII - Distrito de Malhadinha

Cristo Redentor - Distrito de Malhadinha

Açude público e berçário natural de garças migratórias - Distrito de Cameixas

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

EVENTO E FESTA POPULAR

Comunidade teatral - Paixão de Cristo - Sede

Festa da Padroeira Santa Terezinha - outubroProcissão em todas as comunidades do municípioAniversário da cidade - 20 de dezembro

Cumaru

Distância da Capital: 132 km.População: 16.388 habitantes.Data de Fundação : 20/12/1963

Lei Estadual n.º 4.986.Dia de Feira: Domingo.Padroeira: Santa Terezinha.Principal atividade econômica: Agropecuária.

Fig. 11: Localização de Camuru

Bens Materiais Bens Imateriais

53

Page 56: Cartilha Agreste Setentrional

Feira Nova

Distância da Capital: 78,1km.População: 19.276 habitantes.Data de Fundação : 20/12/1963

Lei Estadual n. º 4.945.Dia de Feira: Domingo.Padroeiro: São José.Principais atividades econômicas: Agropecuária, indústria de transformação, comércio.

Fig. 12: Localização de Feira Nova

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

IGREJA

EVENTO E FESTA POPULAR

Prédio da Prefeitura MunicipalPrédio da Escola Antônio Inácio

Igreja Batista da Cachoeira

Aniversário da cidade – 20 de dezembro

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

Estádio GonzagãoQuadra José Alberto de Barros - Centro

Clube do PalmeirasClube Municipal

Bens Materiais Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Bens Imateriais

54

Page 57: Cartilha Agreste Setentrional

Frei Miguelinho

Distância da Capital: 166,1km.População: 14.067 habitantes.Data de Fundação : 20/12/1963

Lei Estadual n.º 4.977.Padroeiro: São José.Dia de Feira: Quinta-feira.Principal atividade econômica: Agropecuária

Fig. 13: Localização de Frei Miguelinho

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

CAPELA

EDIFÍCIO RURAL ISOLADO

Clube Social Recreativo (Povoado de Lagoa de João Carlos)

Capela de Nossa Senhora da Conceição - SedeCapela de Nossa Senhora da Conceição - Povoado de Lagoa de João Carlos

Moradia do bando de Antonio Silvino Sítio Lagoa de Lage

Bens Imateriais

FOLCLORE

GASTRONOMIA

ARTESANATO

Banda de pífanosMamulengo

Doce de facheiroCocadas de vários sabores

Pintura em tecidoCrochêFuxicoBonecas de pano

55

Page 58: Cartilha Agreste Setentrional

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

EVENTO E FESTA POPULAR

EVENTO E FESTA POPULAR

Grupo de Teatro (Paixão de Cristo)Grupo de Música - CoraisCompositores - Zito, Nego e Barbosinha

Festa de São José - SedeFesta de Nossa Senhora da Conceição - Povoado de Lagoa de João CarlosFesta de Nossa Senhora das Dores- Povoado da PlacaFesta de Nossa Senhora do Carmo - Povoado Chá do CarmoFesta de Nossa Senhora da Conceição - Povoado de CapivaraFesta de Santa Terezinha - Povoado de Algodão MansoFesta de São Sebastião - Povoado de Valdemar LiraFesta de Santa Luzia - Povoado de PatosFesta de Nossa Senhora da Conceição- Povoado de Chã GrandeCiclo JuninoAniversário da cidade - 20 de dezembro

Festival de Violeiros - Lagoa de João Carlos

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

Auditório-Centro Social - SedeCentro Social Lagoa de João CarlosMini Auditório da Escola de São José – Sede

Estádio de Futebol "Assunção" - Povoado de Lagoa de João Carlos

Fig. 14: Barragem em Frei Miguelinho

56

Page 59: Cartilha Agreste Setentrional

João Alfredo

Distância da Capital: 120,6km.População: 28.488 habitantes.Data de Fundação : 10/10/1935

Lei Estadual n.º 23.Padroeira: Nossa Senhora da Conceição.Dia de Feira: Segunda-feira.Principais atividades econômicas: Agropecuária, comércio e indústria de transformação.Fig. 15: Localização de João Alfredo

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADOEdifício do Grupo Escolar Padre Francisco Domino, atual Secretaria da EducaçãoCasarão do Senhor Jaime Lima - Praça da BandeiraCasarão da Família C. Oliveira - Praça da BandeiraCasarão do Senhor Afonso Ferreira - Rua Coronel José FerreiraCasarão dos Gomes Freire - Praça Manuel CavalcantiSede da Câmara MunicipalAçougue PúblicoPrédio da Industria Cavalcante

Prefeitura MunicipalCadeia Pública

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Capela de São Bento Ribeiro GrandeCapela de Nossa Senhora da Conceição - Brejinhos

Serra do CruzeiroPedra do UrubúPedra do BoiMirante Mãe Rainha

IGREJA

CAPELA

ATRATIVO AMBIENTAL

57

Page 60: Cartilha Agreste Setentrional

FOLCLORE

GASTRONOMIA

CaboclinhoBoi bumbáUrsosCavalo marinhoMamulengoPastorilCirandaCoco de rodaPau de seboBanda de Pífanos do JenipapoBanda de Pífanos do Tabosa

Mão de vacaSarapatelBode cozido e assadoBuchadaChambarilGalinha capoeiraCapãoChurrasco de boiPorco assadoArrumadinho de charqueComidas de milhoBolos variados

ARTESANATO

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

Pinturas em tela à óleoBordados à mãoFogos de artifíciosPlacas comerciaisCrochê

Grupo Moliére (Teatro)Grupo Style (Dança)Bandas Marciais - principais escolasSociedade Musical Dom BoscoSociedade Musical Mestre Alexandre

Bloco CANAFOLIA - carnaval fora de época (blocos diversos)Ciclo CarnavalescoCiclo JuninoMissa de São BentoAniversário da cidade - 10 de outubroFestival de Cultura

Bens Imateriais

Evento e Festa Popular

58

Page 61: Cartilha Agreste Setentrional

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADES ARTÍSTICAS E/OU FOLCLÓRICAS

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

ESPAÇO DESTINADO A FESTA, EXPOSIÇÃO E ESPORTE REGIONAL

DRAMART - Teatro

Biblioteca PúblicaTerreiro de Umbanda de Mãe NinaAuditório da Escola do Centro

Ginásio Poliesportivo Djair SantosEstádio Asa BrancaQuadra Diógenes Soares

Espaço GonzagãoClube Municipal - Centro

Parque de Vaquejadas Desafio – Sede

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig. 16: Vista Panorâmica de João Alfredo

eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

59

Page 62: Cartilha Agreste Setentrional

Limoeiro

Distância da Capital: 90,9km.População: 55.560 habitantes.Data de Fundação: 06/04/1893 Lei Orgânica dos Municípios nº 52.Padroeira: Nossa Senhora da Apresentação.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Agropecuária, comércio e indústria da transformação

Fig. 17: Localização de Limoeiro

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADOPrefeitura MunicipalMercado PúblicoAçouge MunicipalCâmara MunicipalPrédio da Rádio Jornal do CommercioPrédio do Matadouro PúblicoEscola Salomão GisburgEscola João DuarteCasa do Coronel Chico HeráclitoColégio Regina CoeliCine Teatro São LuizGrande Hotel LimoeiroCasa MaçônicaEscola Padre Nicolau Pimentel

IGREJA

CAPELA

CONJUNTO URBANO

SÍTIO URBANO

ESPAÇO E EQUIPAMENTO URBANO

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação

Capela Cristo RedentorCapela de Pedra do SonoCapela Santo Antonio

Casario de Limoeiro

Povoado Ribeiro do Mel

Praça da Bandeira

60

Page 63: Cartilha Agreste Setentrional

COMPLEXO INDUSTRIAL

OBRA PÚBLICA RODOVIÁRIA

ATRATIVO AMBIENTAL

FOLCLORE

Usina algodoeira Otaviano Duarte

Ponte Velha

Pedra do UrubuMata do SirijiSerra da RaposaAçude SalgadoFazenda Espinho PretoPracinha do Estado

Cantadores de violaPoetas repentistasBanda Marcial 25 de setembroBanda Marcial Santa CecíliaGrupo de cocoCirandaQuadrilhas juninasBloco Flor do LimãoBoisCaboclinhosEscola de sambaPastoril

Bens Imateriais

GASTRONOMIA

ARTESANATO

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

EVENTO E FESTA POPULAR

BodeBuchadaCarne de solMão de vacaComidas de milhoComidas derivadas do limão

Em couroEm cerâmicaEm madeiraBordado à mãoEm couro

Pintura sobre telaGrupos musicais diversos

Ciclo juninoFesta de São SebastiãoCarnaval fora de épocaFesta de São CristovãoCiclo carnavalescoFesta de Santa LuziaFesta de São JoséFesta de Nossa Senhora da ApresentaçãoFesta de Nossa Senhora de FátimaFesta de Nossa Senhora do Carmo

61

Page 64: Cartilha Agreste Setentrional

Caminhada CristãVia Sacra ao Morro do RedentorCorpus Christi (tapete nas ruas)Natalina dos MendesTerreiro Ilé Ogum Alada MéjeEncontro de Bandas Marciais

Vaquejada de LimoeiroCopa do LimãoCorrida de JumentoCampeonato de XadrezCircuito Pernambucano de TrilhaJogos Escolares

Exposição de Animais de LimoeiroFeira da Saúde

Cine-Teatro São Luís

Auditório da Rádio Jornal

EVENTO ESPORTIVO

FESTA, FEIRA E EXPOSIÇÃO DE NEGÓCIOS

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADES ARTÍSTICAS E/OU FOLCLÓRICAS

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO CULTURAL

Salão Dom BoscoAuditório ReconciliaçãoAuditório da FcalAuditório do Galpão de ArtesAuditório SM 25 de SetembroAuditório da Asil

Estádio José VaredaGinásio Poliesportivo Profª Jandira de Andrade LimaEstádio Colombo Esporte ClubeCentro Social UrbanoO Barbosão - Campo de FutebolEstádio Lís Correia de Oliveira

AABB - Associação Atlética Banco do BrasilClube de Campo de LimoeiroClube dos MotoristasColombo Esporte ClubeCentro Limoeirense

Parque de Exposição de Animais José Emídio CavalcanteParque Liberdade

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

ESPAÇO DESTINADO A FESTA, EXPOSIÇÃO E ESPORTE REGIONAL

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

62

Page 65: Cartilha Agreste Setentrional

Machados

Distância da Capital: 110km.População: 11.152 habitantes.Data de Fundação : 20/12/1963 Lei Estadual n.º 4.994.Padroeiro: São Sebastião.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Agropecuária, comércio.

Fig. 18: Localização de Machados

Bens Materiais

Bens Imateriais

NÃO FOI INFORMADO

Aniversário da cidade - 20 de dezembro

NÃO FOI INFORMADO

EVENTO E FESTA POPULAR

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig.19: Artesanato com fibra de banana em Machados

63

Page 66: Cartilha Agreste Setentrional

Orobó

Distância da Capital: 127,4km.População: 21.632 habitantes.Data de Fundação : 11/09/1928 Lei Estadual n.º 1.931.Padroeira: Nossa Senhora da Conceição.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Agropecuária, comércio.

Fig. 20: Localização de Orobó

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

IGREJA

Sobrado Vila Imaculada ConceiçãoMercado Público MunicipalPrefeitura Municipal-PrédioEdifício Imaculada ConceiçãoCasa de AntonietaCasa ParoquialCasa de Santana PimentelCasa de Dona MarluceCasa de Dona Ana de Pedro de ZuCasa do Coronel Abílio (1ª da cidade)

Igreja Matriz Nossa da Conceição – Sede

Senhora

CAPELA

ENGENHO

ATRATIVO AMBIENTAL

Capela Monte Alegre - 1896Capela Figueiras-1875 - Santo AntonioCapela Matinadas - 1952Capela Chã de Rocha-1944 - São SebastiãoCapela de São SebastiãoCapela de São Severino – 1949

Engenho Monte AlegreEngenho TanquesEngenho Serra Verde

Nascente Olho D'agua das Bestas- (antigo nome de Orobó)Rio dos Coelhos - Espinho Preto

64

Page 67: Cartilha Agreste Setentrional

Rio OrobóSerra do OrondongoSerra do Laureano

Reserva natural Serra Verde (Mata Atlântica)

Maracatu Rural Leão da MadrugadaCaboclinhoBlocos de carnavalQuadrilha junina AdrenalinaGrupo de capoeira OROART

SarapatelBuchadaRabadaBode e boiGalinha à cabidelaFitoterapia serra da capoeira

Frivolité - renda de origem francesa - (destaque na cidade)CrochêBiscuit - objeto de louçaParafina

RESERVA AMBIENTAL

FOLCLORE

GASTRONOMIA

ARTESANATO

FuxicoCestaria (Santa Água Branca)Em quenga de cocoEm lata (fland)BordadosTapeçariaColchaToalhasBolsas

Pintura em tela

Vaqueiro da Noite - 05 de dezembroProcissão de Nossa Senhora da Conceição - 08 de dezembroProcissão Corpus ChristiFesta da Padroeira Nossa Senhora da Conceição - 08 de dezembroFesta de São Sebastião - fevereiroFesta de Matinadas São Severino - outubroFesta dos Santos Padroeiros São Sebastião e Santa da Capoeira- janeiroCiclo JuninoNoites Marianas - maioAniversário da cidade - 11 de setembro

Cavalgada – setembro

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

EVENTO E FESTA POPULAR

EVENTO ESPORTIVO

Bens Imateriais

65

Page 68: Cartilha Agreste Setentrional

Passira

Distância da Capital: 114,6km.População: 27.910 habitantes.Data de Fundação : 20/12/1963

Lei Estadual n.º 4.981.Padroeira: Nossa Senhora da Conceição.Dia de Feira: Domingo.Principal atividade econômica: Agropecuária.

Fig. 21: Localização de Passira

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

IGREJA

ATRATIVO AMBIENTAL

FOLCLORE

Casa - Centro

Igreja de São JoséIgreja da Pedra Tapada - 1800

Serra da PassiraTancão - Rio CapibaribePedra do Letreiro

Cavalo marinho

Bens Imateriais

EVENTO E FESTA POPULAR

ARTESANATO

Aniversário da cidade - 20 de dezembro

Bordados

NÃO INFORMADO

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

66

Page 69: Cartilha Agreste Setentrional

Salgadinho

Distância da Capital: 124,6km.População: 7.770 habitantes.Data de Fundação: 20/12/1963

Lei Estadual nº 4.974.Padroeira: Nossa Senhora das Dores.Dia de Feira: Domingo.Principais atividades econômicas: Agropecuária, indústria de transformação.

Fig.22 : Localização de Salgadinho

Bens Materiais

SÍTIO ARQUEOLÓGICO

IGREJA

CONJUNTO URBANO

ATRATIVO AMBIENTAL

Pedra do Letreiro (gravuras rupestres)

Igreja Matriz de Nossa Senhora das DoresIgreja de Canafisto (ruínas) - Século XVIII

Casario centenário (4 casas) - Centro

Cachoeira do TaboãoPedra do LetreiroSerra do Cipó

Bens Imateriais

GASTRONOMIA

ARTESANATO

EVENTO E FESTA POPULAR

Bode assadoGalinha de capoeiraBuchada

Bordados

Festival de VerãoFesta da Santa Padroeira Nossa Senhora das Dores - 3º domingo de outubroCiclo JuninoCiclo CarnavalescoFesta da Pascoa

67

Page 70: Cartilha Agreste Setentrional

Aniversário da cidade - 26 de outubro

Vaquejada e cavalhadasCavalgada ecológicaCircuito náutico de jet skiRally de Salgadinho - trilhasCorrida de Jericos

EVENTO ESPORTIVO

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

ESPAÇO DESTINADO A FESTA, EXPOSIÇÃO E ESPORTE REGIONAL

Quadra e ginásio poliesportivo - Praça do Coração

Clube Municipal

Parque de Vaquejada Maria das DoresParque de Exposições

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig. 23: Paisagem rural em Salgadinho

68

Page 71: Cartilha Agreste Setentrional

Santa Cruz do Capibaribe

Distância da Capital: 194.3km.População: 73.680 habitantes.Data de Fundação: 29/12/1953

Lei Estadual n.º 1.818.Padroeira: Venerada Santa Cruz.Dia de Feira: Segunda à quarta-feira.Principais atividades econômicas: Comércio e indústria de transformação.

Fig.24 : Localização de Santa Cruz do Capibaribe

Bens Materiais

IGREJA

SÍTIO ARQUEOLÓGICO

ATRATIVO AMBIENTAL

FOLCLORE

Igreja de Nosso Senhor dos Aflitos

Pedra do Pará (pinturas rupestres)Sítio Moreira (pinturas rupestres)

Parque florestal Fernando Silvestre da Silva

Banda de pífanos de Santa CruzBacamarteiros de Santo Antonio

Bens Imateriais

GASTRONOMIA

ARTESANATO

EVENTO E FESTA POPULAR

Angu salgadoArrumadinhoBode assadoBuchadaCarne de sol

Em papel (máscaras)Colchas de retalhoObjetos em metalPeças cerâmicas

Festa da CobertaSulanfoliaCiclo JuninoCiclo CarnavalescoFesta de São Miguel

69

Page 72: Cartilha Agreste Setentrional

EVENTO ESPORTIVO

FESTA, FEIRA E EXPOSIÇÃO DE NEGÓCIOS

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADES ARTÍSTICAS E/OU FOLCLÓRICAS

Circuito Pernambucano de Motocross

Feira da Sulanca

Teatro Municipal Emídio Eduardo Martins

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

Auditório da Câmara de Vereadores

AABB - Associação Atlética Banco do BrasilCabana ClubeClube Fazenda MatutinhaSociedade Esportiva Ypiranga Futebol Clube

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig. 25: Centro Comercial em Sta Cruz do Capibaribe

70

Page 73: Cartilha Agreste Setentrional

Santa Maria do Cambucá

Distância da Capital: 153,5 km.População: 12.348 habitantes.Data de Fundação: 20/12/1963

Lei Estadual n.º 4.955. Padroeira: Nossa Senhora do Rosário.Dia de Feira: Segunda-feira.Principal atividade econômica: Agropecuária.

Fig. 26: Localização de Santa Maria de Cambucá

Fig. 27: Igreja Católica em Santa Maria do Cambucá

Bens Materiais

NÃO FOI INFORMADO

Aniversário da cidade - 20 de dezembro

NÃO FOI INFORMADO

EVENTO E FESTA POPULAR

Bens Imateriais

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

eeeeeeeeeeeeeeee

71

Page 74: Cartilha Agreste Setentrional

São Vicente Ferrer

Distância da Capital: 130,5km.População: 16.598 habitantes.Data de Fundação: 29/12/1953

Lei Estadual n.º 1.818.Padroeiro: São Vicente.Dia de Feira: Domingo.Principais atividades econômicas: Agropecuária e comércio.

Fig. 28: Localização de São Vicente Férrer

Bens Materiais

NÃO FOI INFORMADO

Aniversário da cidade - 30 de dezembro

NÃO FOI INFORMADO

EVENTO E FESTA POPULAR

Bens Imateriais

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig. 29: Igreja Matriz de São Vicente Ferrer

ee72

Page 75: Cartilha Agreste Setentrional

Surubim

Distância da Capital: 134,2km.População: 53.934 habitantes.Data de Fundação: 11/09/1928

Lei Estadual nº 1.931.Padroeiro: São José.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Agropecuária e comércio.

Fig. 30: Localização de Surubim

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

EDIFÍCIO RURAL ISOLADO

CONJUNTO URBANO

FOLCLORE

GASTRONOMIA

Casa de Abelardo Barbosa (Chacrinha)

Casa grande da fazenda do Taipe

Casario da Praça Divino CarneiroCasario da Praça 15 de novembro

Banda de pífanos do Mestre Louro

Galinha da terraCarne de solBuchadaBode

Em couroBordadoTapeçariaPeças em cerâmica

Caminhada dos Seresteiros de SurubimFestival dos VioleirosCiclo JuninoCiclo NatalinoFesta de São JoséFesta de São SebastiãoMissa do VaqueiroAniversário da cidade - 11 de setembro

ARTESANATO

EVENTO E FESTA POPULAR

Bens Imateriais

73

Page 76: Cartilha Agreste Setentrional

ESPAÇO DESTINADO A INFORMAÇÃO CULTURAL

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

Auditório da Prefeitura de Surubim

Estádio Municipal Roberto RivelinoGinásio de Esportes Geraldo da Mata BarbosaGinásio Esportivo Monsenhor Luiz Ferreira de Lima

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

ESPAÇO DESTINADO A FESTA, EXPOSIÇÃO E ESPORTE REGIONAL

AABB - Associação Atlética Banco do BrasilBNB ClubeClube Cara e Coroa

Parque de Vaquejada José Galdino

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig. 31: Vaquejada em Surubim

74

Page 77: Cartilha Agreste Setentrional

Taquaritinga do Norte

Distância da Capital: 91,8km.População: 21.447 habitantes.Data de Fundação: 26/05/1877

Lei Provincial nº 1.260.Padroeiro: Santo Amaro.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Agropecuária, comércio e indústria de transformação.

Fig. 32: Localização de Taquaritinga do Norte

Bens Materiais

EDIFÍCIO URBANO ISOLADO

IGREJA

CAPELA

SÍTIO URBANO

Prédio Secular onde funcionou a 1ª PrefeituraCâmara de VereadoresConselho TutelarGrupo de Escoteiros

Igreja Matriz de Nossa da Conceição - IbiapinaIgreja de Santo Amaro – Sede

Capela de Nossa da Conceição

Senhora

Senhora

Sítio Lagoa FundaFazenda Boa VistaFazenda Nova EsperançaFazenda Ingá

Parque Aquático Pão de AçucarParque Aquático Encontro das ÁguasCoreto Central

Casa de farinha

Casario de Gravatá do Ibiapina - possui casarões do século XIX

Pedra da figura (pintura rupestre)

ESPAÇO E EQUIPAMENTO URBANO

INDÚSTRIA ARTESANAL

CONJUNTO URBANO

SÍTIO ARQUEOLÓGICO

75

Page 78: Cartilha Agreste Setentrional

FOLCLORE

GASTRONOMIA

ARTESANATO

MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

Grupo Folclórico TaquaraOrquestra Serrana de RitmosBanda de pífanosBatalhão de Bacamarteiros Anastácio RibeiroQuadrilhas

Galinha caipiraBanana verde no feijãoBuchadaCarne de solMão de vacaPé de porcoCozidoLicores

Peças decorativas com casca de ovoPeças em couroObjetos com pluma de avestruzEm madeira

Paixão de CristoGrêmio Musical Dom Luiz de Brito

Orquestra Serrana de Ritmos

Natal Cultural - dezembroFesta do FolcloreFesta de Santo AmaroFesta de Nossa Senhora da ConceiçãoCiclo JuninoAniversário da cidade -10 de maio

Festa das DaliasCircuito do Frio - julho e agosto

Cavalgada ecológica

FEIRART-Feira de ArtesanatoSetembro-Seminário Nacional EstruitoCultura do Avestruz

EVENTO E FESTA POPULAR

EVENTO E FESTA POPULAR

EVENTO ESPORTIVOMOTOFEST

FESTA, FEIRA E EXPOSIÇÃO DE NEGÓCIOS

Bens Imateriais

76

Page 79: Cartilha Agreste Setentrional

ESPAÇO DESTINADO A ATIVIDADE ESPORTIVA

ESPAÇO DESTINADO A LAZER, ESPETÁCULOS E RECREAÇÃO

Rampa do Pepê - Vôo LivreQuadra de Esportes Padre EstanislauGinásio do Pronaica

Sociedade Cultural Padre Ibiapina

ESPAÇO DESTINADO A FESTA, EXPOSIÇÃO E ESPORTE REGIONAL

ESPAÇO DESTINADO A MULTI ATIVIDADES

Parque de Vaquejada TaquariParque Araguaia

Centro Comercial Demétrio Paes de Andrade (Antigo Mercado Público)

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

Fig. 33: Vista da Rampa do Pepê em Taquaritinga do Norte

77

Page 80: Cartilha Agreste Setentrional

Toritama

Distância da Capital: 152,7km.População: 29.897 habitantes.Data de Fundação: 29/12/1953

Lei Estadual nº 1.818.Padroeira: Nossa Senhora da Conceição.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Comércio e indústria de transformação.

Fig. 34: Localização de Toritama

Fig. 35: Produção industrial em Toritama

Bens Materiais

NÃO FOI INFORMADO

Aniversário da cidade - 30 de dezembro

NÃO FOI INFORMADO

EVENTO E FESTA POPULAR

Bens Imateriais

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

78

Page 81: Cartilha Agreste Setentrional

Vertente do Lério

Distância da Capital: 143,1km.População: 7.500 habitantes.Data de Fundação: 01/10/1991 Lei Estadual n.º 10.622.Padroeira: Nossa Senhora da Victória.Dia de Feira: Segunda-feira.Principal atividade econômica: Agropecuária.

Fig. 36: Localização de Vertente do Lério

Bens Materiais

NÃO FOI INFORMADO

Aniversário da cidade - 01 de outubroEVENTO E FESTA POPULAR

Bens Imateriais

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

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Vertentes

Distância da Capital: 150,9km.População: 17.021 habitantes.Data de Fundação: 11/09/1928

Lei Estadual nº 1.931.Padroeiro: São José.Dia de Feira: Sábado.Principais atividades econômicas: Agropecuária, indústria de transformação e comércio.

Fig. 37: Localização de Vertentes

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EVENTO E FESTA POPULAR

Bens Imateriais

Equipamentos e Espaços de Convivência Cultural

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Referências e indicações de leituras

BLOCH, Marc. Apologia da História, ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

CHAGAS, Mário. Educação, museu e patrimônio: tensão, devoração e adjetivação. Disponível em: www.revistaiphan.gov.br. Acesso em: 09/09/2008.

CHAUÍ, Marilena. Cidadania cultural. São Paulo: Perseu Abramo, 2006.

CHOAY, Françoise. A alegoria do Patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade: UNESP, 2006.

FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em processo. UFRJ: Brasília: Iphan, 2005.

FUNARI, Pedro Paulo Abreu; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.

FUNARI, Pedro Paulo; PINSKY, Jaime (orgs.). Turismo e Patrimônio Cultural. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ: IPHAN, 2002.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. Ressonância, Materialidade e Subjetividade: as culturas como patrimônios. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, ano 11, nº 23, p. 15-36, jan/jun 2005.

GOMÉZ-GRANELL, Carmen e VILA, Ignácio (Coords.). A cidade como projeto educativo. Porto Alegre: Artmed, 2003.

GRUNBERG, Evelina. Manual de atividades práticas de educação patrimonial. Brasília:PHAN, 2007.ee

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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. São Paulo: UNICAMP, 1996.

MURTA, Stela Maris; ALBANO, Celina (orgs.).Interpretar o patrimônio: um exercício do olhar. Belo Horizonte: UFMG; Território Brasilis, 2002.

PORTUGUEZ, Anderson Pereira (org). Turismo, memória e patrimônio cultural. São Paulo: Roca, 2003.SÃO PAULO (cidade). Secretaria Municipal de Cultura. Departamento do Patrimônio Histórico.O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: DPH, 1992.

SILVA, Maria da Glória Lanci. Cidades Turísticas: Identidades e Cenários de Lazer. São Paulo: Aleph, 2004.

TIBURI, Márcia. Aprender a pensar é descobrir o olhar. Disponível em: www.artenaescola.org.br. Acessado em: 09/09/08.

Sites:www.fundarpe.pe.gov.brwww.revista.iphan.gov.brwww.museus.gov.brwww.addiper.pe.gov.br/rd-agrestesetentrionalwww.tesourosdobrasil.com.brwww.acordacultura.org.brwww.monumenta.gov.brwww.condepefidem.pe.gov.brwww.pe-az.com.br

Fontes: Inventário do Patrimônio Cultural do Agreste Setentrional.Panorama Cultural, 2005. FUNDARPE - Diretoria de Preservação Cultural.Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco.Pernambuco de A a Z.

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Lista de figuras

1 - Localização da Região Agreste Setentrional em relação a Pernambuco2 - Localização dos Municípios da Região Agreste Setentrional3 - Festa da Bolinha4 - Barragem em Frei Miguelinho5 - Capela de São João Batista - Orobó6 - Vaquejada em Surubim7 - Localização de Bom Jardim8 - Pedra do Navio em Bom Jardim9 - Localização de Casinhas10 - Casinhas11 - Localização de Cumuru12 - Localização de Feira Nova13 – Localização de Frei Miguelinho14 - Barragem em Frei Miguelinho15 - Localização de João Alfredo16 - Vista Panorâmica de João Alfredo17 - Localização de Limoeiro18 - Localização de Machados19 - Artesanato com fibra de banana em Machados20 - Localização de Orobó21 - Localização de Passira22 - Localização de Salgadinho23 - Paisagem rural em Salgadinho24 - Localização de Santa Cruz do Capibaribe25 - Centro Comercial em Santa Cruz do Capibaribe26 - Localização de Santa Maria de Cambucá27 - Igreja Católica em Santa Maria do Cambucá28 - Localização de São Vicente Férrer29 - Igreja Matriz de São Vicente Ferrer30 - Localização de Surubim31 - Vaquejada em Surubim32 - Localização de Taquaritinga do Norte33 - Vista da Rampa do Pepê em Taquaritinga do Norte34 - Localização de Toritama35 - Produção industrial em Toritama36 - Localização de Vertente do Lério37 - Localização de Vertentes

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Realização

Apoio

Prefeituras Municipais de: Bom Jardim, Casinhas, Cumaru, Feira Nova, Frei Miguelinho, João Alfredo, Limoeiro, Machados, Orobó, Passira, Salgadinho, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, São Vicente Férrer, Surubim, Taquaritinga do

Norte, Toritama, Vertente do Lério, Vertentes