enxertia no agreste pernambucano

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Às margens do rio Canhoto, está a cidade de Angelin que encontra-se numa área de transição do agreste para a zona da mata. Mesmo assim possui muito mais características semiárida e como consequência, possui períodos relativos de chuvas. A produção local se foca bastante na fruticultura e apesar do rio que passa próximo, o acesso à agua é irrelevante porque o mesmo só possui volume de agua durante o período chuvoso e são poucas as propriedades rurais de Angelin que entram em contato com o rio e os demais encontram-se nas partes mais altas que o nível do rio. Os moradores desse local precisam se adequar as condições ambientais para poder produzir melhores alimentos e cuidar da questão financeira da família. Um desses é o produtor rural Genésio Pereira da Silva, casado com a senhora Geraldina da Costa e Silva, nascido no sítio Peri-peri no município de Angelin, ainda residente lá. Ficou para trabalhar em sua propriedade por não ter vontade de sair para procurar empregos, que segundo, ele seriam mais pesado, pois considera o que ganha suficiente para a manutenção familiar. Pai de sete filhos cultiva laranja pocan, cravo, maracujá, graviola e possui bovinos. Na época de solteiro a cultura era geralmente a da mandioca, e logo depois de casado passou ao cultivo de hortaliças que com a irrigação, possibilitou algumas melhoras de vida. Dona Geraldina, tinha renda como professora primaria mas a renda da agricultura foi determinante para a melhoria econômica da família e um ponto muito importante da agricultura, foi a diversificação das culturas. Dos sete filhos, quatro possuem nível superior e acreditam que para ter um nível escolar maior, não precisam sair de sua propriedade de maneira definitiva. Senhor Genésio, afirma que anos atrás, o plantio se dava sem adubação e mesmo assim a produção era mais abundante. O que não é o caso de hoje que mesmo com adubação o solo se mostra fraco. Durante uma estiagem de 1998, por iniciativa própria, o senhor Genésio e familiares tentaram resolver o problema de água com a construção Pernambuco Ano 6 | nº 925 | Outubro | 2012 Angelim - Pernambuco Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Enxertia no Semiárido Pernambucano 1 Senhor Genésio junto à limoeiro enxertado Retirada da gema apical

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Page 1: Enxertia no Agreste pernambucano

Às margens do rio Canhoto, está a cidade de Angelin que encontra-se numa área de transição do agreste para a zona da mata. Mesmo assim possui muito mais características semiárida e como consequência, possui períodos relativos de chuvas.

A produção local se foca bastante na fruticultura e apesar do rio que passa próximo, o acesso à agua é irrelevante porque o mesmo só possui volume de agua durante o período chuvoso e são poucas as propriedades rurais de Angelin que entram em contato com o rio e os demais encontram-se nas partes mais altas que o nível do rio.

Os moradores desse local precisam se adequar as condições ambientais para poder produzir melhores alimentos e cuidar da questão financeira da família.

Um desses é o produtor rural Genésio Pereira da Silva, casado com a senhora Geraldina da Costa e Silva, nascido no sítio Peri-peri no município de Angelin, ainda residente lá. Ficou para trabalhar em sua propriedade por não ter vontade de sair para procurar empregos, que segundo, ele seriam mais pesado, pois considera o que ganha suficiente para a manutenção familiar. Pai de sete filhos cultiva laranja pocan, cravo, maracujá, graviola e possui bovinos.

Na época de solteiro a cultura era geralmente a da mandioca, e logo depois de casado passou ao cultivo de hortaliças que com a irrigação, possibilitou algumas melhoras de vida.Dona Geraldina, tinha renda como professora

primaria mas a renda da agricultura foi determinante para a melhoria econômica da família e um ponto muito importante da agricultura, foi a diversificação das culturas. Dos sete filhos, quatro possuem nível superior

e acreditam que para ter um nível escolar maior, não precisam sair de sua propriedade de maneira definitiva. Senhor Genésio, afirma que anos atrás, o

plantio se dava sem adubação e mesmo assim a produção era mais abundante. O que não é o caso de hoje que mesmo com adubação o solo se mostra fraco.Durante uma estiagem de 1998, por iniciativa

própria, o senhor Genésio e familiares tentaram resolver o problema de água com a construção

Pernambuco

Ano 6 | nº 925 | Outubro | 2012Angelim - Pernambuco

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Enxertia no Semiárido Pernambucano

1

Senhor Genésio junto à limoeiro enxertado

Retirada da gema apical

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Fonte Arial corpo 10

Fonte Arial Black corpo 37

Fonte Arial Black corpo 30

largura tarja 1cm

largura tarja superior 1ª página 4cm

altura da marca 3,8cm

Page 2: Enxertia no Agreste pernambucano

de tanques para capitação, isso mostrando novamente a vontade de vencer em sua terra.

Por ter que conviver com sua família em meio a tantas adversidades, seu Genésio, procurou pensar em maneiras de driblar o problema da falta de agua para consumo. Como a cisterna que construiu não possuía estrutura adequada para acumular agua potável , era imprópria para essa finalidade.

A conquista do P1MC veio a resolver esse problema. Mas era necessário em meio a tanta competitividade buscar alternativas para tornar seu produto mais lucrativo. Ele pensou que se tem pouca agua, mais as plantas que já estavam frutificando a um certo tempo, produzissem mais seria uma boa opção. Foi quando se interessou pela enxertia e procurou informações de como seria a melhor maneira apara fazê-la sem comprometer a produção que já existia.

Seu interesse na enxertia se deu por estar na agricultura durante anos da sua vida e ainda por optar trabalhar com fruticultura, que acreditava ter mais lucratividade do que em outro ramo da agricultura familiar. Decidiu que iria fazer os seus próprios enxertos, porque eles seriam desenvolvidos no lugar de produção das frutas e que o necessário para fazer a enxertia também está na sua propriedade, evitando assim gastos com mão de obra. E se não usasse a enxertia, poderia ter que lidar com os problemas de mudas que não se adaptavam as condições climáticas da região.

Faz enxertia a mais trinta anos e o que sabe aprendeu na EMATER de Angelim em Pernambuco. Por não comprar mudas, pode escolher a parte doada que será usada para o enxerto da melhor qualidade na sua propriedade.

Outra vantagem é por já estar situado em um clima e as plantas que recebem o enxerto já possuírem as raízes desenvolvidas. As futuras enxertias se desenvolvem com mais facilidade, podendo dessa forma prever uma melhor estimativa de tempo para as mesmas começarem frutificar.

Senhor Genésio produz enxerto de laranjas, mas a base é de limoeiro, que deve ser usado para enxertia só um ano depois, já que as raízes dessas plantas estarão desenvolvidas, beneficiando a futura laranjeira.

Ele afirma que é melhor para o produtor procurar fazer por conta própria os enxertos, porque vai saber o que está fazendo e vai poder atender melhor as suas expectativas diante desse processo.

O processo da enxertia consiste em retirar da planta doadora a parte doada como está na segunda foto e em seguida introduzir, no tronco da planta que vai receber ela. Faz-se um corte no formato de “T” invertido, depois se coloca a parte doada dentro desse corte e faz a amarração com elástico ou plástico, deixando aparecer a pontinha da parte gema apical.

A produção é satisfatória e muitas vezes é tão rápida, que as galhas precisam de madeiras para suportar peso das frutas.

Hoje seu Genésio e dona Geraldina vivem bem em sua propriedade e por suas historias de superação com o semiárido, respeito à natureza, e a estarem abertos a novas experiências, possuem o perfil de um povo resistente e de um lugar que dá certo e que tende a ter uma história cada vez mais feliz.

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Amarração da parte enxertada

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

largura tarja superior 2ª página 4cm

Fonte Arial corpo 11

largura tarja inferior2ª página 2,8cm

Pernambuco

Apoio:

MARCAUGT Programa

Cisternas

largura 11,5mm