cartilagem de crescimento

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02 . ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PLACA DE CRESCIMENTO ATENÇÃO RESIDENTE! : ESTE MATERIAL FOI FEITO PARA UM CAPÍTULO DE LIVRO E ESTÁ SENDO DISPOSTO PARA VOCÊS POIS, PROVAVELMENTE, O LIVRO DEMORARÁ SAIR. ENTRETANTO, ELE DEVERÁ SER DESTINADO APENAS PARA USO INTERNO E NÃO PODERÃO SER REALIZADAS CÓPIAS PARA NÃO VIOLAR DIREITOS AUTORAIS. volpon

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02 . ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PLACA DE CRESCIMENTO

ATENÇÃO RESIDENTE! : ESTE MATERIAL FOI FEITO PARA UM CAPÍTULO DE LIVRO E ESTÁ SENDO DISPOSTO PARA VOCÊS POIS, PROVAVELMENTE, O LIVRO DEMORARÁ SAIR.

ENTRETANTO, ELE DEVERÁ SER DESTINADO APENAS PARA USO INTERNO E NÃO PODERÃO SER REALIZADAS CÓPIAS PARA NÃO VIOLAR DIREITOS AUTORAIS.

volpon

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02 . ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PLACA DE CRESCIMENTO

José B. Volpon, Prof. Titular do Departamento de Biomecânica, Medicina e

Reabilitação do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo. Responsável pelo Setor de Ortopedia Pediátrica

do Hospital das Clínicas da Fac. Med. Ribeirão Preto, USP.

Responsável pelo Laboratório de Bioengenharia da Fac. Med. Ribeirão Preto,

USP.

3

Introdução

O tamanho do osso longo é o resultado do crescimento aposicional

propiciado pela cartilagem de crescimento, periósteo e endósteo. A primeira provê

o acréscimo em comprimento e, os dois últimos, em largura. Entretanto, é muito

importante a ação de células encarregadas da absorção óssea e cartilaginosa

(osteoclastos, condroclastos), pois é graças a elas que ocorre a remodelação, de

modo a manter o formato e a proporcionalidade entre as diferentes partes do osso.

Se não houvesse este mecanismo os ossos longos seriam estruturas cilíndricas

maciças.

O sistema esquelético origina-se do mesoderma e das células da crista

neural; a embriogênese do osso longo é iniciada pelo aparecimento de um modelo

cartilaginoso ao surgirem os brotos dos membros (quinta semana) e a ossificação

é desencadeada no centro da diáfise pela penetração de vasos sangüíneos e,

assim, forma-se o núcleo de ossificação primário que cresce com o passar do

tempo e constituirá o corpo ósseo na região central (diáfise) e nas extremidades

alargadas (metáfises).

O crescimento longitudinal do modelo cartilaginoso é mantido pela

proliferação celular nas extremidades e este mecanismo predomina após o

nascimento, para a maioria dos ossos longos. Depois, ocorre invasão vascular

também nas extremidades e surge o núcleo secundário de ossificação que se

expandirá centrifugamente consumindo e substituindo as células cartilaginosas da

extremidade, exceto em uma faixa adjacente à metáfise que ficará ativa, e formará

o disco epifisário, composto por células cartilaginosas – a cartilagem de

crescimento, que continuará como um modelo embrionário e persistirá até o final

da adolescência. Mantém-se, também, o envoltório cartilaginoso que constitui a

cartilagem articular, com crescimento autônomo (Fig. 1).

4

Fig. 1- Corte frontal da cabeça do fêmur de criança

de 10 anos ilustrando os vários componentes da região

epifisária. CA= cartilagem articular; NO= núcleo de

ossificação; CC= cartilagem de crescimento; M= metáfise.

(Fonte: material do autor).

Aspectos históricos

Até o século XVIII não havia idéia clara de como os ossos longos cresciam.

O biólogo Stephen Hales, em 1727, foi o primeiro a demonstrar

experimentalmente que o crescimento longitudinal ocorria nas extremidades do

osso. Chegou a esta conclusão ao fazer dois orifícios na diáfise dos metatarsianos

de frangos e verificar que, após dois meses, a distância entre eles não havia

variado, apesar do osso ter crescido. Estas teorias foram confirmadas por

Duhamel (1742) e Hunter (1728) (1).

Mais tarde, principalmente depois da descoberta dos raios-x, outros autores

puderam compraovar que não há crescimento intersticial no osso, como fez

Debreueil, em 1934, pela inserção de marcas metálicas em ossos de cabritos e

coelhos (1).

Outra abordagem adveio da observação de Belchier de que a alimentação

de animais com raízes de Rubia, cujo princípio ativo é a alizarina, produzia

impregnações coloridas no osso. Porém, foi Duhamel que, em publicações

realizadas de 1739 a 1743, demonstrou que as partes coloridas do osso eram

aquelas que estavam em formação quando da ingestão da Rubia. Seus

experimentos mostraram que, alternando períodos de ingestão com períodos de

supressão da Rubia da dieta, formavam-se faixas transversais, paralelas à placa

de crescimento do osso que eram a expressão do crescimento longitudinal. Estas

marcações permitiram, também, estudar o crescimento em espessura do osso, em

decorrência da ação do periósteo. Hunter repetiu os experimentos de Duhamel,

5

explicou o mecanismo de remodelação que ocorre na superfície da metáfise e

introduziu o conceito de que o osso não é uma substância estática, mas está em

contínuo consumo e formação (1).

Macro e microestrutura, fisiologia e bioquímica

Macroscopicamente, a cartilagem de crescimento apresenta a forma de

uma placa ou disco, razão pela qual também recebe a designação de placa ou

disco epifisário que se assenta sobre uma superfície óssea mais densa, mais ou

menos plana ou ondulada. As ondulações (tubérculos mamilares) existem para

aumentar a fixação da placa cartilaginosa ao osso adjacente e são particularmente

evidentes na epífise distal do fêmur distal de animais quadrúpedes (Fig. 2), mas,

em menor escala, existe também no homem.

Fig. 2- Esqueleto do joelho de cordeiro de seis meses de

idade ilustrando o aspecto ondulado da placa de crescimento distal

do fêmur (tubérculos mamilares), cuja função é aumentar a fixação

da epífise na metáfise, mas as extremidades ósseas podem lesar a

placa de crescimento, em caso de desvio .(Fonte: material do autor).

A cartilagem de crescimento é uma estrutura polarizada, em que o lado

epifisário está relacionado com a produção de células cartilaginosas, enquanto

que o lado metafisário relaciona-se com o consumo dessas células para permitir a

ossificação e, assim, o crescimento ósseo ocorrerá por aposição. Em termos

microscópicos ela se apresenta estratificada, com camadas de células colunares

que se diferenciam da epífise para a metáfise, sendo que a maioria dos autores

reconhece a presença de quatro zonas (Fig. 3).

6

Fig. 3- Corte histológico longitudinal frontal da placa de

crescimento proximal da tíbia do coelho. A porção superior da figura

corresponde ao núcleo de ossificação. A= a camada de células

germinativas é formada por fina lâmina de células pequenas, com

matriz interposta; B= camada de células proliferativas é composta por

células que se colocam em colunas, semelhante à pilha de moedas.

Na região mais proximal há uma “célula-mãe” que origina cada

coluna. Note a grande quantidade de colágeno entre as colunas; C=

camada de células hipertrofiadas formadas por células grandes,

esferóides e citoplasma claro, com perda parcial da distribuição

colunar. Esta região é mecanicamente mais frágil e grande parte das

fraturas envolvendo a placa de crescimento ocorrem aí; D= camada de células em degeneração,

formada por células irregulares e em apoptose, pelo depósito de cálcio que ocorre nas regiões

septais. (coloração: azul alciano-fucsina. Fonte: material do autor).

1- Camada de células germinativas.

Compreende a parte mais epifisária e está formada por células pequenas,

esféricas, isoladas ou, ocasionalmente, agrupadas em duas ou três (2).

Apresentam forma elipsóide, com núcleo pequeno e redondo, mitoses e são

produtoras de matriz intersticial (3) . Estas células não participam do crescimento

do osso, mas servem de ancoragem para a placa de crescimento e dá passagem

aos capilares que, por mecanismo de difusão, irão nutrir as células das outras

camadas.

2- Camada de células proliferativas

Situa-se imediatamente à zona anterior, tem células achatadas, de forma

arredondada e empilhadas, formando colunas de 10 a 20 células. Entre as colunas

aparece a matriz cartilaginosa em forma de septos longitudinais.

Do ponto de vista funcional o que caracteriza esta zona é o acentuado

metabolismo demonstrado pelo alto consumo de oxigênio (4) e grande atividade

mitótica. No citoplasma celular há abundante retículo endoplasmático que sugere

atividade de síntese protéica (5) e a grande capacidade proliferativa pode ser

7

depreendida da elevada incorporação de timidina tritiada (6). As colunas celulares

são separadas por abundante matriz, com elevada tensão de oxigênio (7).

Kember (6) mostrou que nesta região há uma célula-mãe que origina outras

células que, por sua vez, dividem-se repetidamente. A principal função desta

camada é produzir matriz intercelular e células para repor aquelas que são

consumidas distalmente, pelo processo de ossificação e, assim, promover o

crescimento.

3- Camada de células hipertróficas

A próxima camada, em direção metafisária, é formada por células também

dispostas em colunas. São células de grande tamanho, esferóides, e com pouca

matriz intercelular. As células mais próximas da camada proliferativa são mais

imaturas, em contraste com que aquelas mais metafisárias. À medida que se

aproximam da metáfise, as células tornam-se cubóides, com citoplasma claro, pois

têm grandes vacúolos de depósito de glicogênio e substâncias gordurosas. Na

fase final de maturação o glicogênio desaparece e grande quantidade de líquido

se acumula no interior da célula, que se torna edematosa. Assim, há expansão de

volume e aumento da altura da camada. A matriz intercelular desaparece em

sentido metafisário. Nesta camada há grande produção de fosfatase alcalina e a

atividade metabólica celular é grande, mas o metabolismo é predominantemente

anaeróbio (8)

4- Camada de células em degeneração ou zona de calcificação

Esta região é composta apenas por algumas células de formato mais

irregular. Há invasão de capilares metafisários que, juntamente com a fosfatase

alcalina, promovem a calcificação dos septos e, depois, há degeneração e morte

celular. Simultaneamente, células osteogênicas invadem a região e promovem a

formação de osso.

8

Circundando a placa de crescimento existem as estruturas pericondriais,

representadas pela zona de Ranvier e anel de Lacroix (8) A zona de ossificação,

descrita por Ranvier, em 1873, é uma formação na periferia da placa, constituída

de três camadas de células sendo que a mais superficial é formada por

fibroblastos que se unem firmemente à cartilagem da placa e ao pericôndrio

(Fig.4). Participa no crescimento em espessura da placa epifisária.

Fig. 4- Corte histológico frontal da periferia da

placa de crescimento distal do fêmur do coelho em que

se provocou destaque parcial da epífise para colocar em

evidência a conexão de partes moles entre o núcleo de

ossificação e a região metafisária que,

microscopicamente, corresponde à zona de Ranvier

(relacionada com o crescimento periférico da epífise) e,

macroscopicamente ao anel de Lacroix (que contribui

para a fixação da epífise). (Coloração: azul alciano-

fucsina. Fonte: material do autor).

O anel pericondrial de Lacroix é uma banda contínua de tecido fibroso

denso que se solidariza, de um lado, com o periósteo e osso da metáfise e, do

outro lado, com fibroblastos e fibras colágenas da zona de ossificação. Contribui

para a fixação da epífise.

Irrigação

A irrigação da placa de crescimento é feita por um sistema epifisário e,

outro, metafisário, que são independentes e não apresentam relações

anastomóticas, exceto na criança pequena (até 18 meses) (Fig. 5)

9

Fig. 5- Desenho esquemático em corte frontal

da extremidade do osso longo da criança ilustrando os

principais componentes anatômicos. (Fonte: adaptado

de Peterson (10 )).

O sistema epifisário (9) provém de ramos da artéria epifisária, que penetra

no núcleo de ossificação, nutrindo-o. Neste núcleo as artérias enviam ramos em

direção da placa de crescimento que se dividem sucessivamente até se

transformarem em ramos terminais que perfuram a placa óssea, atravessam a

zona de células germinativas e originam ramos que nutrem de quatro a dez

colunas da região proliferativa. A cartilagem de crescimento em si é avascular,

sendo que as células nutrem-se por difusão de nutrientes a partir da circulação

epifisária (Fig. 6).

Fig. 6- Injeção vascular da

extremidade distal do fêmur do coelho

ilustrando a rede epifisária. A artéria epifisária

central emite ramos que se distribuem

paralelamente à placa de crescimento e, a

partir deles, surgem vasos que se dirigem à

cartilagem de crescimento e, junto dela,

dividem-se formando estrutura tipo “escova”.

A placa de crescimento corresponde à faixa

avascular.( Fonte: material do autor).

Dale e Harris (11) distinguem dois tipos de suprimento sangüíneo para as

epífises. Em um deles a artéria epifisária percorre um certo trajeto sobre a

metáfise para, depois, penetrar na epífise (Tipo A). Em outro, ela entra

diretamente (Tipo B). Este fato tem importância clínica, pois lesões metafisárias ou

escorregamentos epifisários podem lesar a vascularização mais freqüentemente

no primeiro tipo do que no segundo (Fig. 7).

10

Fig. 7- Circulação extra-óssea do terço proximal de fêmur de uma

criança para ilustrar a penetração dos vasos na epífise que, neste caso, s

faz por um percurso sobre a região metafisária (tipo B de Dale & Har

Em caso de deslocamento da epífise os vasos pode ser lesados e causar

necrose do núcleo de ossificação. (Fonte: adaptado de Chung (12)).

e

ris).

é composto por ramos da artéria

nutrien

intensa solicitação mecânica

repres

cas da placa de crescimento por

meio

O sistema metafisário de irrigação

te, que suprem aproximadamente os três quartos centrais da metáfise, e a

porção restante, mais periférica, recebe irrigação das artérias metafisárias.

Entretanto, quaisquer que sejam as origens, há intensa anastomose entre esses

vasos que produzem ramos terminais que se dirigem para a placa de crescimento

onde se transformam em tufos capilares que retornam como ramos venosos (13).

Biomecânica da placa de crescimento

A extremidade do osso longo recebe

entada por forças com componentes de compressão, tração, envergamento

(flexão), torção e cisalhamento. A placa de crescimento é estrutura mais frágil do

que o osso adjacente (locus minoris resistentiae) e pode sofrer lesões em várias

circunstâncias.

A determinação das propriedades mecâni

de experimentos controlados tem sido realizada desde a década de

cinqüenta. Com efeito, houve interesse em correlacionar o tipo de fratura com o

esforço mecânico aplicado (14), porém o tipo de fratura não é só função do vetor

força, mas depende das particularidades anatômicas regionais que não só

modificam as características da força, mas também as concentram, redirecionam

ou as dispersam. As estruturas pericondriais protegem mecanicamente a placa de

crescimento (15) e o tipo de fratura depende também da idade (16). Os tubérculos

mamilares representam resistências contra o escorregamento da placa, mas

11

podem funcionar como agentes lesivos ao concentrar esforços nas suas

extremidades, redirecionando forças ou abrasando as células cartilaginosas,

quando há deslocamento da epífise.

Quando uma força de intensidade adequada é aplicada tangencialmente à

superf

s anteriormente, um dos trabalhos pioneiros sobre lesões

da car

epífises (18) foi o

primei

ície articular ela origina forças de cisalhamento na placa de crescimento e a

falência ocorrerá ao longo de toda a área, com ruptura localizada na região de

células hipertrofiadas (Fig.4) e deslocamento de toda a epífise, acompanhando a

força. Entretanto, à medida que houver a aplicação de uma força com inclinação

progressiva, surgirá uma componente normal que tenderá a causar uma fratura

com traço perpendicular ao plano da placa de crescimento. Uma força de tração

aplicada, geralmente por meio de ligamento ou inserções musculotendíneas

causará avulsão da epífise (ou apófise, como é mais freqüentemente conhecida).

Tipos de fratura

Embora conhecida

tilagem de crescimento vem de Ollier, em 1867 (1) que, ao estudar vários

aspectos anatômicos e fisiológicos dessa estrutura, ressaltou a importância de

traumas que envolvem a região, localizou a cartilagem de crescimento como sede

de algumas delas e chamou a atenção para a possível repercussão no

crescimento futuro. Em 1905, Broca (1), em estudo de cadáveres de crianças,

referiu a facilidade com que lesões da placa epifisária podiam ser produzidas,

sendo que Hass mostrou experimentalmente que o distúrbio de crescimento

dependia do tipo de lesão. Rampoldi e Boni (17) demonstraram o papel importante

da formação da barra óssea na gênese de deformidade futura.

O livro de Poland, de 1898, Lesões traumáticas das

ro compêndio totalmente dedicado ao estudo desse tipo de lesão e foi

marco no conhecimento sobre o assunto. Esse autor documentou quatro tipos

específicos de fratura e introduziu a primeira real classificação das lesões (19).

Esta diferenciação foi muito importante porque, depois, foi percebido que o

processo de reparação e de eventual seqüela, dependiam do tipo de fratura. Mais

tarde, surgiram outras classificações que tiveram o mérito de estabelecer que,

conforme o tipo de reparação, poderia surgir interferência com o crescimento

12

futuro. Mais importante, estabeleceram que o tratamento poderia mudar a história

natural do processo de reparação, de modo a evitar seqüelas. Dentre as inúmeras

classificações existentes, destacamos a de Aitken (20) pela simplicidade, a de

Salter & Harris (21) pela popularidade, a de Peterson (19) por ser a mais

completa, e a estabelecida pela AO, pela modernidade (22).

Entre nós, a classificação de Salter & Harris (21) é a mais conhecida e

empre

lassificação de Salter & Harris (21)

em toda a superfície da placa de

crescim

ig. 5- Desenho esquemático em corte frontal da

extremid ais

.

gada, embora tenha pouca diferença em comparação com a de Aitken (20),

atualmente mais em uso no continente europeu. Estas classificações são úteis

pois têm interesse prático ao estabelecerem normas gerais de tratamento.

C

Lesão tipo I – corresponde à fratura

ento, com plano de clivagem na área de células hipertrofiadas, causada

por cisalhamento, o que faz com que toda a epífise se desloque, acompanhando a

força lesiva (Fig. 4 e 8). Nas apófises é causada por força de tração (avulsão),

como acontece nos epicôndilos do cotovelo.

F

ade do osso longo da criança ilustrando os princip

componentes anatômicos. (Fonte: adaptado de Peterson (10 ))

13

Lesão tipo II – praticamente semelhante a anterior, exceto pela presença de

peque

ig. 9- Desenho esquemático em corte frontal da

extremidade do osso longo ilustrando a lesão tipo II de Salter &

Harris. Observe que o plan

de fratura localiza-se parcialmente ao

longo

ig. 10- Desenho esquemático em corte frontal da

extremidade do osso longo ilustrando a lesão tipo III de Salter &

Harris. Observe que o plan cular,

no fragmento metafisário (sinal de Holland, na radografia). A classificação

de Aitken reconhece apenas um tipo de fratura para estas duas condições e

Gomes e Volpon (23) mostraram que elas têm, basicamente, o mesmo processo

reparativo, sendo que a diferença entre as reparações é apenas cronológica. (Fig.

9). Esta lesão é produzida essencialmente por força cisalhante, com pequeno

componente normal (14).

F

o da fratura localiza-se

principalmente na placa de crescimento mas, desvia-se para a

metáfise em uma das faces do osso. (Fonte: modificado de

Peterson (10).

Lesão tipo III - neste caso, o traço

da placa de crescimento e desvia-se em direção articular, produzindo um

fragmento epifisário que contém cartilagem articular, parte do núcleo de

ossificação e cartilagem de crescimento. O componente normal da força

traumática supera o tangencial (Fig. 10).

F

o da fratura, afeta a superfície arti

localiza-se principalmente no núcleo de ossificação, atinge a

camada de células proliferativas e tem um percurso pela placa de

crescimento para chegar à periferia. (Fonte: modificado de

Peterson (10).

14

Lesão tipo IV – o traço de fratura é praticamente perpendicular e tem trajeto

que vai da superfície articular, até a região metafisária, de modo que atravessa

toda a placa de crescimento (Fig. 11).

Fig. 10- Desenho esquemático em corte frontal da

extremidade do osso longo ilustrando a lesão tipo IV de Salter &

Harris. Observe que o plano da fratura, afeta a superfície articular,

localiza-se principalmente no núcleo de ossificação, atinge a

camada de células proliferativas e tem um percurso pela placa de

crescimento para chegar à periferia. (Fonte: modificado de Peterson

(10).

Lesão tipo V – menos do que uma fratura,

corresponde a uma lesão por esmagamento da placa de crescimento. Caracteriza-

se por não apresentar sinais radiográficos de fratura na fase aguda, o que pode

levar a erros de diagnóstico.

Lesões eventualmente não enquadradas nas classificações de Aitken ou

Salter & Harris são menos freqüentes e deverão ser buscadas na classificação de

Peterson (19). Além disso, devem-se considerar as fraturas que não afetam

diretamente a placa de crescimento, mas são importantes porque, geralmente,

localizam-se nas extremidades ósseas como processo o estilóide da ulna,

extremidade do maléolo medial, espinha anterior da tíbia e lesões osteocondrais.

Estas lesões têm a agravante de serem formadas por grande quantidade de

cartilagem e nem sempre são aparentes em radiografias convencionais.

15

Epidemiologia

A incidência das lesões epifisárias varia segundo vários autores, sendo que

os dados mais completos são aqueles relatados por Hamlet Peterson para o

condado de Olmsted, Estados Unidos (16).

Resumidamente foram os seguintes os achados pelo autor:

1- As lesões epifisárias compreendem de 15-20% de todas as

fraturas na criança.

2- Ocorrem com mais freqüência no gênero masculino, na

proporção de 2:1.

3- Os picos de incidência são de 14 anos para os rapazes e de

11-12 anos para as garotas.

4- A lesão mais freqüente é das epífises das falanges das mãos.

5- Ocorrem mais freqüentemente nos membros superiores

(70%), em comparação com os membros inferiores (30%).

O gráfico da figura 12 mostra a distribuição etária.

Além disso, as lesões tipo I são mais freqüentes nas crianças mais jovens,

enquanto que aquelas tipo III e IV incidem mais nas crianças maiores.

Fig. 12-

Distribuição etária da

incidência de fraturas

da placa de

crescimento, em ambos

gêneros, conforme

dados obtidos por

Peterson (10).

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Idade (anos)

Inci

dênc

ia/1

00.0

00

Masculino

Feminino

16

Avaliação

Clinicamente, as lesões da placa de crescimento não se diferenciam de

outras fraturas próximas das extremidades do osso, de modo que o diagnóstico

repousa totalmente na imagem.

Entretanto, boas radiografias devem ser obtidas, nos planos convencionais

e em incidências especiais, pois, além do diagnóstico da fratura é preciso

caracterizá-la e classificá-la, segundo o traço. Deve-se levar em consideração a

idade da criança e o surgimento dos núcleos secundários de ossificação. O

diagnóstico fica tão mais difícil, quanto maior o componente de cartilagem, vez

que o traço de fratura é visível apenas no osso. O exame ultra-sonográfico

completa a radiografia, nesses casos. Muitas vezes, é necessária a radiografia do

lado não fraturado para comparação. Isto é especialmente útil no cotovelo. A

radiografia sob esforço (stress) também pode contribuir ao mostrar detalhes que

não aparecem na radiografia original.

A artrografia é útil para mostrar o tamanho real do fragmento e investigar se

o trajeto do traço de fratura atinge a articulação e, portanto, contribui para a

classificação e o tratamento (Fig.13). Atualmente, ela pode ser substituída pela

ressonância magnética, mas permanece como recurso útil em situações de

emergência e, principalmente, no centro cirúrgico.

Fig. 13- Ilustração do uso da

artrografia para caracterizar a fratura. A

radiografia simples do cotovelo mostra uma

pequena fratura na região lateral da metáfise

distal do úmero. A realização da artrografia

mostra que a fratura não cruza a epífise e não

chega à superfície articular. (Fonte: material

do autor).

17

A tomografia computadorizada não é usada rotineiramente, a não ser em

pacientes já no final do crescimento quanto existe ossificação suficiente, como nas

fraturas triplanares do tornozelo. Nestes casos, a reconstituição tridimensional da

imagem facilita muito o entendimento da fratura e contribui para o planejamento

operatório.

A ressonância magnética tem a vantagem de evidenciar tanto osso, como

cartilagem e partes moles, sendo muito útil para o estudo de algumas fraturas

complexas, principalmente no cotovelo, joelho e coluna. Entretanto, não é um

exame rotineiro.

Mecanismo de reparação. Princípios de tratamento

Em termos de reparação, as lesões tipo I e II de Salter & Harris diferem

fundamentalmente daquelas tipo III e IV. Nas primeiras, o plano de clivagem da

fratura não lesa a camada de células proliferativas e tendem a evoluir sem

seqüelas, apenas com interferência temporária do crescimento (23). Após a

fratura, o fragmento epifisário mantém-se ativo em função da preservação da

vascularização epifisária e as células proliferativas continuam a se dividir.

Entretanto, não há consumo distal destas células na ossificação, pois a conexão

entre a epífise e a metáfise está desfeita. Em conseqüência, há espessamento da

camada de células hipertrofiadas. Com o progredir da reparação, os fragmentos

restabelecem a conexão e, neste momento, os vasos metafisários atingem

rapidamente as células acumuladas no fragmento epifisário, consumindo-as e

promovendo a ossificação (23).

Portanto, o tratamento destas fraturas é conservador e realizado pela

redução fechada. É importante a confecção do gesso com boa técnica e com três

pontos de apoio como recomendado por Charnley (24), para prevenir perdas de

posicionamento. Quando não for possível obter a redução, dever-se considerar a

possibilidade de interposição de partes moles como periósteo, cápsula e tendões.

Esta ocorrência é mais freqüente na epífise proximal do úmero. Nestes casos,

primeiro, deve-se considerar a possibilidade de remover o obstáculo

18

percutaneamente e a cirurgia aberta deve ser reservada para os casos em que

isto não foi possível.

Após a redução, se houver instabilidade do fragmento epifisário, como mais

freqüentemente acontece nas epífises proximais do fêmur e úmero, há

necessidade de fixação percutânea com fios de Kirschner lisos. Se houver um

fragmento metafisário grande (fratura tipo II), a fixação deve ser realizada

preferencialmente por ele (percutaneamente, se possível).

Materiais de implante reabsorvíveis (derivados dos poliglicóis) são

adequados para fixação através da placa (25), mas são pouco disponíveis em

nosso meio.

Em algumas circunstâncias as fraturas tipo I e II podem não evoluir bem:

1- Escorregamentos epifisários proximais do fêmur: como os

vasos percorrem trajeto metafisário para penetrar na epífise (fig. 7), eles

podem ser lesados pelo desvio do fragmento e resultar necrose do núcleo

de ossificação.

2- Fraturas da extremidade distal do fêmur: com o desvio da

epífise, poderá haver lesão das células proliferativas causadas pelos

tubérculos mamilares (Fig. 2).

3- Fraturas da extremidade distal do tornozelo: em função do

desvio, a extremidade do fragmento metafisário pode penetrar no fragmento

distal e esmagar as células proliferativas.

As fraturas tipo III e IV apresentam predisposição intrínseca para provocar

distúrbios do crescimento, pois tendem a se reparar pela formação de calo ósseo

interno que causa bloqueio local do crescimento e leva a desvios angulares e

encurtamentos. Nestes casos, precocemente, há formação de anastomoses entre

a circulação metafisária e a epifisária (Fig. 14), que desencadeará a formação do

calo (barra óssea) (26) (Fig. 15).

19

Fig. 14 Fig. 15

Fig. 14- Injeção de vasos três semanas após ser provocada uma lesão tipo IV de Salter & Harris na extremidade distal do fêmur do coelho. Observe que no espaço da fratura surgem vasos que estabelecem anastomose entre a circulação epifisária (parte inferior) e a metafisária (parte superior). Esta anastomose precede a ossificação. (Fonte: material do autor).

Fig. 15-Corte histológico da placa de crescimento da extremidade distal do fêmur do coelho, após ter sido realizada uma perfuração na placa de crescimento para ilustrar a barra óssea que se estabelece (seta) interrompendo a continuidade da cartilagem de crescimento e unindo o osso epifisário (parte inferior da figura) e o osso metafisário (parte superior da figura). (coloração: azul alciano-fucsina. Fonte: material do autor)

Assim, estas fraturas demandam tratamento cirúrgico, com redução

anatômica e fixação rígida para cicatrizarem sem a formação de calo ósseo

(consolidação primária) (Fig. 16). Outra exigência para a redução anatômica é por

serem articulares.

Fig. 16- Corte histológico da extremidade distal do fêmur

do coelho submetido à lesão tipo IV de Salter & Harris e fixado

com parafuso. Observe que há integridade da placa de

crescimento, com reparação sem formação de calo ósseo. A

marca do parafuso pode ser vista na parte inferior da figura, no

osso epifisário. (coloração: azul alciano-fucsina. Fonte: material

do autor).

Os métodos de fixação podem ser realizados percutaneamente ou não (na

dependência de se obter redução anatômica) por meio de fios de Kirschner lisos

ou parafusos. Jamais se devem fazer múltiplas perfurações na placa de

crescimento como tentativa de bem posicionar o fio de Kirschner ou o parafuso.

20

Quando for usado o parafuso, ele não poderá transfixar a placa de

crescimento, pois provocará epifisiodese local e deformidade futura.

O tempo de consolidação depende da idade, local da fratura, tipo de

fixação, etc., mas, de maneira geral, é curto, em torno de três semanas e a carga,

geralmente, não é liberada antes deste tempo.

Como sumário, as seguintes observações são importantes:

1- Sempre use fios lisos ao invés de rosqueados, a não ser que

um efeito de epifisiodese permanente seja desejado.

2- Múltiplos fios cruzando a epífise têm maior possibilidade de

causar lesão. Geralmente, um ou dois fios são suficientes. O calibre destes

fios depende do tamanho da placa, sendo em torno de 1,5 mm para fises

menores e de 2,0 mm para as maiores.

3- Um fio de Kirschner no centro da placa causa menos

deformidade do que se colocado na periferia, em caso de interferência com

o crescimento.

4- Um fio de Kirschner perpendicular à placa é menos lesivo do

que se inserido obliquamente.

5- A maioria dos fios que cruza a placa de crescimento deve ser

retirada em três semanas.

6- Os parafusos não devem cruzar a placa de crescimento. Se

isto aconteceu inadvertidamente, ele deve ser retirado e o canal criado

deve ser preenchido por substância inerte, como tecido gorduroso.

7- Os materiais de aço inoxidável são menos aderentes do que

os de titânio e devem ser preferidos.

8- Como as fixações geralmente são realizadas com síntese

mínima, devem ser associadas a imobilizações gessadas ou fixações

externas protetoras.

21

9- Deve-se evitar a transfixação da placa de crescimento distal

do rádio, pois mesmo com fios de Kirschner finos haverá grande tendência

para o desenvolvimento de barra óssea.

Seqüelas

As seqüelas mais importantes em relação às fraturas da cartilagem de

crescimento dizem respeito à deformidade ou ao encurtamento que podem ocorrer

pela formação de barra óssea (Fig.17). Estas alterações são tão mais graves,

quanto maior o potencial de crescimento e, a maioria delas, pode ser prevenida

pelo conhecimento do tipo de fratura e a escolha adequada do tratamento,

seguindo os princípios gerais aqui expostos e rigorosa técnica cirúrgica. Para isso,

imagens adequadas são essenciais. Mesmo assim, algumas alterações são

inevitáveis e, outras, imprevisíveis. Por esta razão é importante o médico

comunicar à família as possíveis complicações da fratura e realizar o seguimento

em longo prazo.

Fig. 17- Exemplo clínico do efeito nocivo sobre o crescimento causado por uma barra

óssea que surgiu após fratura da extremidade distal do rádio da criança. A fotografia do punho

mostra a deformidade clínica e a radiografia ilustra a barra óssea surgida, causando bloqueio do

crescimento da região lateral do rádio e as deformidades associadas. A radiografia da direita

mostra o resultado após ressecção da barra, interposição de gordura e osteotomia corretiva.

(Fonte: material do autor).

Quando a barra óssea for excêntrica, haverá o surgimento de deformidade

angular simples ou complexa, geralmente acompanhada de algum encurtamento

22

e, quando o comprometimento da placa for grave, resultará parada do crescimento

e encurtamento, que será tão maior quanto mais jovem for a criança. Estas

situações são de difícil manuseio, geralmente envolvem mais de uma intervenção

cirúrgica e os resultados esperados nem sempre são alcançados. Por esta razão

aumenta a responsabilidade do médico que realiza o primeiro tratamento.

Conclusão A placa de crescimento é estrutura peculiar do indivíduo em crescimento e

demanda conhecimentos básicos sobre estrutura, morfologia, fisiologia, tipos de

lesões e técnica acurada de tratamento por parte do ortopedista geral. Isto se faz

necessário pela freqüência com que ocorrem em um pronto-socorro e pela

importância do tratamento definitivo primário correto das fraturas.

A consolidação da fratura na cartilagem de crescimento é rápida e casos

com consolidação viciosa devem ser abordados com cuidado pois, muitas vezes,

o dano de uma cirurgia precoce para corrigi-la é maior que o benefício. Nestes

casos, deve-se aguardar para, depois, avaliar a presença, tamanho, e localização

da barra para o planejamento do tratamento que deverá ser realizado por pessoas

com experiência neste tipo de lesão.

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