cartel, monopólio e concorrência no setor de estradas de rodagem

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Palestra ministrada em 14.Jun.2011.Palestra disponível no You Tube.

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Page 1: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem
Page 2: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Cartel, Monopólio e Concorrência

no Setor de Estradas de Rodagem

Análise à luz do Direito da Concorrência

16.06.2011

Page 3: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social observados os seguintes princípios.

Constituição Federal de 1988

Page 4: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social observados os seguintes princípios......IV – livre concorrência;

Constituição Federal de 1988

Page 5: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social observados os seguintes princípios......IV – livre concorrência;V – defesa do consumidor;

Constituição Federal de 1988

Page 6: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social observados os seguintes princípios......IV – livre concorrência; (Lei n. 8.884/94)V – defesa do consumidor;

Constituição Federal de 1988

Page 7: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

O Secretário de Logística e Transportes, Considerando:.....b) O dever de obediência aos princípios gerais da ordem econômica, especialmente no tocante à garantia da livre concorrência e da defesa do consumidor, inscritos respectivamente, no artigo 170, incisos IV e V, da Constituição Federal de 1988;

Portaria SLT-1, 29.03.2011

Page 8: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Art. 12. Constituem diretrizes gerais do gerenciamento da infra-estrutura e da operação dos transportes aquaviário e terrestre::.....VII – reprimir fatos e ações que configurem ou possam configurar competição imperfeita ou infrações da ordem econômica.

ANTT – Lei nº 10.233/01

Page 9: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Art. 20. São objetivos das Agências Nacionais de Regulação de Transportes Terrestre e Aquaviário:.....II – regular ou supervisionar, em suas respectivas esferas de atribuições as atividades de prestação de serviços de exploração da infra-estrutura de transportes, exercidas por terceiros, com vistas a:.....b) harmonizar, preservado o interesse público, os objetivos dos usuários, das empresas concessionárias, permissionários ... impedindo situações que configurem competição imperfeita ou infração à ordem econômica.

ANTT – Lei nº 10.233/01

Page 10: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Artigo 3º - Constituem objetivos fundamentais da ARTESP: ..... III - proteger os usuários do abuso de poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros;.....VIII - propiciar, estimular e assegurar a livre, ampla e justa competição entre as entidades reguladas, quando pertinente, e reparar os efeitos da competição imperfeita;”

ARTESP – Lei Complementar nº 914/02

Page 11: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As concessões rodoviárias caracterizam-se por um processo licitatório onde, o vencedor será conhecido ou por ter ofertado o maior preço do direito exploratório ao Poder Concedente ou por oferecer o menor preço de pedágio ao consumidor.

Vitoriosa a concessionária há a formação de umMonopólio Legal

Concessões Rodoviárias

Page 12: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As concessões rodoviárias caracterizam-se por um processo licitatório onde, o vencedor será conhecido ou por ter ofertado o maior preço do direito exploratório ao Poder Concedente ou por oferecer o menor preço de pedágio ao consumidor.

Vitoriosa a concessionária há a formação de umMonopólio Legal

Concessões Rodoviárias

Page 13: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Junto com o direito de explorar a rodovia, mediante pedágio, a concessionária vencedora da licitação adquire o direito de explorar serviços acessórios à concessão rodoviária.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 14: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Junto com o direito de explorar a rodovia, mediante pedágio, a concessionária vencedora da licitação adquire o direito de explorar serviços operacionais, complementares e acessórios à concessão rodoviária.

Dentre os serviços operacionais que acompanham a concessão está o de pedágio automático.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 15: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Entre 1995, quando começaram as concessões rodoviárias no Brasil, e 2000, o serviço de pedágio automático foi prestado diretamente pelas concessionárias de rodovias, cada uma implantando seus próprios sistemas tecnológicos.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 16: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Em 1999 a Secretaria de Transportes de São Paulo exigiu, através da Resolução ST-19, que os diversos sistemas de pedágio automático então existentes passassem a ser compatíveis entre si.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 17: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Ao invés de compartilharem informações e tornarem seus sistemas compatíveis entre si, as concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo optaram por contratar uma única empresa terceirizada para implantar e operar o serviço de pedágio automático em todas elas.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 18: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Havia na concorrência diversas propostas, com destaque para:

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 19: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Havia na concorrência diversas propostas, com destaque para:

• Brisa: Propunha implantar o serviço gratuitamente para os motoristas, cobrando das concessionárias R$1,50 por usuário do serviço; e

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 20: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Havia na concorrência diversas propostas, com destaque para:

• Brisa: Propunha implantar o serviço gratuitamente para os motoristas, cobrando das concessionárias R$1,50 por usuário do serviço; e

• CGMP: Propunha implantar o serviço gratuitamente para as concessionárias, cobrando adesão e mensalidade dos motoristas.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 21: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Ganhou a proposta da CGMP, e em 2000 ela passou a explorar o serviço de pedágio automático sozinha em todas as rodovias concedidas do Estado de São Paulo, sob duas marcas: Via Fácil e Sem Parar.

Serviços Acessórios às Concessões Rodoviárias

Page 22: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Em 2003 a CGMP foi incorporada por uma empresa recém-criada pelas duas maiores concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo, qual seja, a STP S/A.

Criação da STP S/A

Page 23: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A incorporação ocorreu da seguinte maneira:• A CCR, então a maior concessionária do Estado, aportou

dinheiro para integralização das suas cotas na nova empresa;

Criação da STP S/A

Page 24: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A incorporação ocorreu da seguinte maneira:• A CCR, então a maior concessionária do Estado, aportou

dinheiro para integralização das suas cotas na nova empresa;

• A Primav Ecorodovias, a segunda maior concessionária do Estado à época, também aportou dinheiro para integralizar suas cotas na nova empresa;

Criação da STP S/A

Page 25: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A incorporação ocorreu da seguinte maneira:• A CCR, então a maior concessionária do Estado, aportou

dinheiro para integralização das suas cotas na nova empresa;

• A Primav Ecorodovias, a segunda maior concessionária do Estado à época, também aportou dinheiro para integralizar suas cotas na nova empresa;

• A CCBR, então controladora da CGMP, integralizou sua participação na nova empresa com a cessão das cotas da própria CGMP, tornando-a uma empresa controlada pela recém-criada STP S/A

Criação da STP S/A

Page 26: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A operação teve que ser submetida ao CADE pois a STP já nascia para monopolizar o mercado, já que sua operação seria incluída dentro do monopólio legal das concessões rodoviárias, e suas sócias detinham participação dominante no mercado de rodovias concedidas.

Ato de Concentração nº 08012.005635/2003-27

Page 27: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Os três sócios da STP eram:

CCBR então controladora da CGMP, empresa de TI que desenvolvera o sistema de pagamento automático de pedágio;

CCR concessionária de Estradas de Rodagem; e

Primav Ecorodovias, também concessionária de Estradas de Rodagem.

Ato de Concentração nº 08012.005635/2003-27

Page 28: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Segundo a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda na época da criação da STP a CCR detinha o controle acionário da Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes S/A. (99,99%), o controle acionário da Concessionária da Ponte Rio-Niterói S/A (99,99%), o controle acionário da Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S/A (99,99%), o controle acionário da Rodonorte - Concessionária de Rodovias Integradas S/A (74,24%), o controle acionário da Concessionária da Rodovia dos Lagos S/A (99,99%), além da Santa Cruz Rodovias S/A, situada no Estado do Rio Grande do Sul, por meio de uma empresa subsidiária. (Parecer nº 06178/2004/DF - COGSI/SEAE/MF, de 20 de dezembro de 2004)

Ato de Concentração nº 08012.005635/2003-27

Page 29: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Segundo a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda na época da criação da STP a PRIMAV detinha o controle acionário da Ecovias Caminho do Mar S/A (99,99%), da Concessionária Ecovias dos Imigrantes S/A (99,99%), além de participação na Concessionária de Rodovias do Sul - Ecosul (49,99%. (Parecer nº 06178/2004/DF - COGSI/SEAE/MF, de 20 de dezembro de 2004)

Ato de Concentração nº 08012.005635/2003-27

Page 30: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Na análise do Ato de Concentração a SEAE/MF Segundo Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda na época da criação da STP a PRIMAV detinha o controle acionário da Ecovias Caminho do Mar S/A (99,99%), da Concessionária Ecovias dos Imigrantes S/A (99,99%), além de participação na Concessionária de Rodovias do Sul - Ecosul (49,99%. (Parecer nº 06178/2004/DF - COGSI/SEAE/MF, de 20 de dezembro de 2004)

Ato de Concentração nº 08012.005635/2003-27

Page 31: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Logo após a aprovação pelo CADE da criação da STP S/A, as concessionárias de rodovias CCR e Primav Ecorodovias buscaram trazer para dentro da nova empresa o restante das concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 32: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

No mesmo ano de 2003 CCR e Primav Ecorodovias ofereceram a todas as demais concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo uma outorga de opção de compra de ações da STP S/A

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 33: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

No mesmo ano de 2003 CCR e Primav Ecorodovias ofereceram a todas as demais concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo uma outorga de opção de compra de ações da STP S/A

A OHL Brasil, então a terceira maior concessionária de rodovias do Estado, exerceu a opção de compra de ações e se tornou sócia da STP S/A.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 34: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

No mesmo ano de 2003 o contrato de exclusividade da CGMP (agora controlada da STP S/A) na exploração do pedágio automático nas rodovias concedidas do Estado de São Paulo foi prorrogado por todas as concessionárias.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 35: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

No mesmo ano de 2003 o contrato de exclusividade da CGMP (agora controlada da STP S/A) na exploração do pedágio automático nas rodovias concedidas do Estado de São Paulo foi prorrogado por todas as concessionárias.

Após a outorga de opção de compra de ações da STP S/A, a vigência da exclusividade foi prorrogada até o final do prazo de cada concessão.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 36: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Hoje a STP S/A não possui concorrentes na exploração do serviço de pedágio automático nas estradas concedidas no Estado de São Paulo.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 37: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Hoje a STP S/A não possui concorrentes na exploração do serviço de pedágio automático nas estradas concedidas no Estado de São Paulo.

Em outros Estados da Federação existem empresas concorrentes à STP S/A.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 38: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A concorrência em outros Estados da Federação, todavia, não ocorre em todas as rodovias concedidas.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 39: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A concorrência em outros Estados da Federação, todavia, não ocorre em todas as rodovias concedidas.

Nas estradas sob concessão das concessionárias sócias da STP S/A, quais sejam, CCR, Primav Ecorodovias e OHL Brasil, a STP S/A explora o serviço com exclusividade, independente do Estado.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 40: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A concorrência só é permitida em estradas concedidas para empresas de fora do grupo que forma a STP S/A.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 41: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A concorrência só é permitida em estradas concedidas para empresas de fora do grupo que forma a STP S/A.

Nos relatórios anuais para acionistas de todas as três concessionárias sócias da STP S/A ela é identificada como uma “empresa do grupo”, e a atuação integrada dos serviços de concessão rodoviária e pedágio automático é propagandeada.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 42: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A concorrência não é permitida nas estradas concedidas às empresas do grupo que forma a STP S/A nem quando ela é ordenada pelo Poder Público.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 43: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Em 2009 a ANTT expediu a Resolução nº 3.103/09 determinando que as concessionárias de rodovias de todo o Brasil adotassem providências para permitir a instalação de sistema de pedágio automático de empresa diversa da STP S/A, para que ela pudesse explorar desta maneira no mercado de vale-pedágio obrigatório.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 44: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Após a instalação dos sistemas de pedágio automático para a exploração do mercado de vale-pedágio obrigatório, nada impediria que a nova empresa fosse além do mercado de vale-pedágio obrigatório e fornecesse o serviço também para motoristas comuns.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 45: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Após a instalação dos sistemas de pedágio automático para a exploração do mercado de vale-pedágio obrigatório, nada impediria que a nova empresa fosse além do mercado de vale-pedágio obrigatório e fornecesse o serviço também para motoristas comuns.

A nova empresa poderia se tornar concorrente da STP S/A

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 46: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As concessionárias de rodovias do grupo que forma a STP S/A descumpriram a Resolução ANTT nº 3.103/09 e não permitiram a instalação dos sistemas de pedágio automático da nova empresa nas rodovias sob sua concessão.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 47: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Em 2010 a CGMP, braço operacional da STP S/A, adquiriu permissão da ANTT para operar no mercado de vale-pedágio obrigatório.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 48: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Em 2010 a CGMP, braço operacional da STP S/A, adquiriu permissão da ANTT para operar no mercado de vale-pedágio obrigatório.

Assim como a empresa que mencionada na Resolução ANTT nº 3.103/09, a CGMP também pretendia operar no mercado através de sistema de pedágio automático.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 49: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Em 2010 a CGMP, braço operacional da STP S/A, adquiriu permissão da ANTT para operar no mercado de vale-pedágio obrigatório.

Assim como a empresa que mencionada na Resolução ANTT nº 3.103/09, a CGMP também pretendia operar no mercado através de sistema de pedágio automático.

Diferentemente da empresa mencionada na Resolução ANTT nº 3.103/09, a CGMP obteve autorização instantânea das concessionárias de rodovias do grupo que forma a STP S/A para operar seu sistema em todas as rodovias sob concessão delas.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 50: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A STP S/A se tornou monopolista nas rodovias sob concessão de suas sócias também no mercado de vale-pedágio obrigatório sob a forma eletrônica.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 51: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A STP S/A se tornou monopolista nas rodovias sob concessão de suas sócias também no mercado de vale-pedágio obrigatório sob a forma eletrônica.

Todavia, o vale-pedágio obrigatório também pode ser fornecido sob a forma de papel, e a STP S/A possui concorrentes nesse mercado, embora em desvantagem em relação a ela.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 52: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Para combater a concorrência que opera em papel a STP S/A oferece uma série de serviços agregados, a custo zero.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 53: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Para combater a concorrência que opera em papel a STP S/A oferece uma série de serviços agregados, a custo zero.

Oferece também crédito ao contratante de 1% do valor de vale-pedágio por ele adquirido, para ser usado no pagamento de pedágios.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 54: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem
Page 55: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Oferecer “bônus” financeiro em serviço oferecido a custo zero não equivale, na prática, a pagar para que o consumidor utilize o serviço?

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 56: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Oferecer “bônus” financeiro em serviço oferecido a custo zero não equivale, na prática, a pagar para que o consumidor utilize o serviço?

Quem está pagando por isso?

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 57: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Oferecer “bônus” financeiro em serviço oferecido a custo zero não equivale, na prática, a pagar para que o consumidor utilize o serviço?

Quem está pagando por isso?

A receita financeira do pedágio pago no serviço de vale-pedágio obrigatório pertence exclusivamente às concessionárias das rodovias.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 58: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As concessionárias do grupo que forma a STP S/A estão subsidiando o serviço de vale-pedágio obrigatório fornecido pela própria STP S/A, para que ela possa se sobrepor à concorrência.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 59: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

O monopólio exercido pela STP S/A não decorre de eficiências próprias dela.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 60: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

O monopólio exercido pela STP S/A não decorre de eficiências próprias dela.

O monopólio decorre da composição societária da STP S/A e da atuação coordenada das concessionárias de rodovias que a compõem para que sua empresa controlada possa explorar o serviço acessório sem concorrentes, maximizando seus lucros.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 61: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A atuação coordenada é garantida pela identidade de composições de diretorias e conselhos de administração entre a STP S/A e as concessionárias de rodovia sócias dela.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 62: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A atuação coordenada é garantida pela identidade de composições de diretorias e conselhos de administração entre a STP S/A e as concessionárias de rodovia sócias dela.

Mais de dez diretores e conselheiros da CCR já compuseram a diretoria ou conselho de administração da STP S/A.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 63: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A atuação coordenada é garantida pela identidade de composições de diretorias e conselhos de administração entre a STP S/A e as concessionárias de rodovia sócias dela.

Mais de dez diretores e conselheiros da CCR já compuseram a diretoria ou conselho de administração da STP S/A.

O Presidente, o Vice-Presidente e o Diretor Administrativo-Financeiro da Primav Ecorodovias já compuseram ou compõem o conselho de administração da STP S/A

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 64: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Os diretores e conselheiros representam os interesses das concessionárias de rodovias dentro da STP S/A.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 65: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Os diretores e conselheiros representam os interesses das concessionárias de rodovias dentro da STP S/A.

E representam os interesses da STP S/A dentro das concessionárias de rodovias.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 66: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As sócias da STP S/A detêm aproximadamente metade da malha rodoviária total concedida no Brasil;

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 67: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As sócias da STP S/A detêm aproximadamente metade da malha rodoviária total concedida no Brasil;

São mais de metade das rodovias paulistas sob concessão;

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 68: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As sócias da STP S/A detêm aproximadamente metade da malha rodoviária total concedida no Brasil;

São mais de metade das rodovias paulistas sob concessão;

Mais de três quartos das rodovias federais.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 69: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As sócias da STP S/A detêm posição dominante no mercado de concessões rodoviárias.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 70: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Além de posição dominante, as sócias da STP S/A detêm uma infra-estrutura que é essencial ao funcionamento do mercado de pedágio automático.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 71: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Além de posição dominante, as sócias da STP S/A detêm uma infra-estrutura que é essencial ao funcionamento do mercado de pedágio automático.

Elas detêm o direito de acesso exclusivo à rodovia, suas faixas marginais, acessos, instalações, edificações e áreas de serviço.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 72: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Sem acesso a essas estruturas e áreas é impossível instalar antenas de pedágio automático;

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 73: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

Sem acesso a essas estruturas e áreas é impossível instalar antenas de pedágio automático;

É impossível promover a integração com o sistema da concessionária, de forma a ordenar a abertura automática da cancela e a cobrança automática da tarifa.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 74: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As concessionárias de rodovias possuem poder absoluto, em suma, de permitir ou não que empresas de pedágio automático se instalem em suas rodovias.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 75: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

As concessionárias sócias da STP S/A utilizam esse poder absoluto para impedir que qualquer empresa concorrente da sua controlada se instale nas rodovias sob sua concessão.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 76: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

A atuação coordenada das concessionárias sócias da STP S/A permitiu que ela tivesse um crescimento vertiginoso no mercado de pedágio automático.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

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A atuação coordenada das concessionárias sócias da STP S/A permitiu que ela tivesse um crescimento vertiginoso no mercado de pedágio automático.

Mais que isso, fizeram com que só ela crescesse, dominando o mercado.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

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No ano seguinte à sua criação a STP S/A já estava presente em mais da metade das rodovias concedidas no Brasil;

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 79: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

No ano seguinte à sua criação a STP S/A já estava presente em mais da metade das rodovias concedidas no Brasil.

Atualmente ela está em 92% das rodovias exploradas sob concessão privada, e possui mais de 2,2 milhões de clientes e atua em mais de 50 rodovias concedidas.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

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De mero serviço acessório, a STP S/A cresceu até ultrapassar em receitas as próprias concessionárias de rodovias que a compõem.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

Page 81: Cartel, Monopólio e  Concorrência no  Setor de Estradas de Rodagem

De mero serviço acessório, a STP S/A cresceu até ultrapassar em receitas as próprias concessionárias de rodovias que a compõem.

No ano de 2009 a STP S/A auferiu receitas de 3,5 bilhões de reais. A concessionária de rodovias de maior faturamento no período, a CCR, obteve receitas de 3,1 bilhões de reais.

A atuação combinada da STP S/A e das concessionárias de rodovias sócias dela

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• Atuação coordenada para dominar mercado a jusante;

• Atuação coordenada para impedir a instalação de empresas concorrentes;

• Prática de preço predatório.

A caracterização como cartel

da conduta das sócias da STP S/A

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• CADE;• ANTT;• ARTESP;• Ministério Público Federal;• Ministérios Públicos Estaduais.

A quem cabe combater o cartel

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@ClaudioAPinho

Claudio A. Pinho

Claudio A. Pinho

Obrigado!

Claudio A. Pinho

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