carta programa da chapa 68
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Carta programa da Chapa 68 - Por uma Universidade Democrática e Popular à esquerda. Hélio Cabral Reitor e Délio Mendes Vice-ReitosTRANSCRIPT
Historicamente a nossa UFRPE sempre esteve voltada aos interesses das classes dominantes. Ela foi fundada para formar quadros técnicos ligados aos interesses político-econômicos da agricultura canavieira e da pecuária do Estado. A chapa 68 pretende subverter este destino, colocando a universidade à serviço dos interesses dos trabalhadores do campo e das cidades.
Levando em conta as suas funções básicas (ensino, pesquisa e extensão), é preciso redimensionar a função social da universidade, entendendo que é sua tarefa intervir nas transformações da sociedade, no sentido de propiciar uma estrutura social justa que corresponda aos anseios majoritários da população. Assim, o processo de democratização tem que ser pensado como uma reformulação das estruturas universitárias, para que a instituição possa de
fato contribuir para uma nova sociedade, tanto do ponto de vista da formação profissional como da produção científica e cultural.
Diante disso, tendo como referência que a educação é um processo de formação social e profissional, a educação de nível médio e a de nível superior devem preparar o indivíduo para o mundo do trabalho. Assim faz-se necessário, em primeiro lugar, distinguir mundo do trabalho de mercado de trabalho. O trabalho, na perspectiva da análise crítica, é uma característica ontológica, processo pelo qual o ser humano se faz e, de modo teleológico e pleno de significação, imprime sua ação sobre a natureza e o meio social, transformando-os e transformando a si próprio.
Contudo, não é essa a situação
vivenciada nas sociedades
organizadas sob o paradigma
das trocas de mercado. Nelas, o
trabalho perde o seu significado
ontológico de produção e
utilização como realização e
fruição de utilidades para a
vida e, alienado sob o signo da
troca, transforma o ser humano
ou, de modo mais preciso, a sua
produtividade, a sua força de
trabalho, também, em elemento
de troca.
O preparo para o mercado de
trabalho requer liberar a força de
trabalho para sustentar a relação
capitalista de produção, regulada
pela dinâmica concorrencial das
trocas de mercado.
Ao contrário, a Chapa 68
compreende o trabalho como
formação de ação transformadora
da natureza e como definidor da
vida social, o projeto pedagógico
compromissado com a
superação das relações sociais
de dominação e exclusão, tê-lo-á
como eixo central.
Acesse o nosso blog: http://ufrpe68.blogspot.com
CARTA PROGRAMA DA CHAPA 68 CARTA PROGRAMA DA CHAPA 68
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Vote Chapa 68
NÃO AO PNE DO GOVERNO! 10% DO PIB JÁ!
POlItícAs PúBlIcAs AtuAIs PARA A uNIVERsIDADE BRAsIlEIRA
A Chapa 68 afirma seu compro-
misso com o Plano Nacional de
Educação - Proposta da Sociedade
Brasileira, que concebe e defende
a educação como um dos instru-
mentos fundamentais para o de-
senvolvimento econômico, social,
cultural e político do país e para
a garantia dos direitos básicos de
cidadania e da liberdade pessoal.
Deste modo, defende a aplicação
imediata (JÁ) de 10% do PIB em
recursos para a educação pública,
ao mesmo tempo em se posiciona
contrariamente ao PNE do gov-
erno que tramita no Congresso
Nacional (PL 8035/10), nos en-
gajando na campanha nacional
feita por várias entidades como a
ANEL, ANDES-SN, CSP-CONLU-
TAS e profissionais do ensino.
Desse modo, o PNE: Proposta
da Sociedade Brasileira defende
a vinculação constitucional
de recursos para a MDE
(Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino) em todos os níveis
da administração pública. Além
disso, ressalta que os programas
de redistribuição de renda ou
de garantia de renda-mínima e
outras ações que têm referência
no conceito de gratuidade ativa
(como programas de bolsa-
escola ou outros tipos de bolsas),
com vista a corrigir as condições
que inviabilizam o acesso e a
permanência de estudantes nas
escolas e universidades, devem ser
custeados com recursos adicionais
aos definidos para a manutenção
e desenvolvimento do ensino.
No período mais recente, quan-
do assume a condução do gover-
no brasileiro um presidente vindo
das lutas do movimento sindical,
situação que criou grandes expec-
tativas na população brasileira,
de maior acesso aos bens e ser-
viços, construídos coletivamente,
particularmente à educação, as-
sistiu-se as reivindicações serem
completamente ressignificadas.
Lamentavelmente, foi o gover-
no Lula que promoveu o maior
salto na desarticulação da Uni-
versidade brasileira, tal como foi
conceituada na Constituição Fed-
eral de 1988. Sob o pretexto de
atender aos mais pobres, garan-
tiu a estabilidade financeira das
faculdades privadas por meio do
PROUNI, em troca de vagas em
faculdades com ensino de baixa
qualidade, na maior parte dos ca-
sos. Com o discurso de expandir
as universidades públicas, criou o
REUNI, que não garantiu o mon-
tante adequado de recursos para
expansão do quadro de docen-
tes e técnicos administrativos em
educação, e, portanto, aprofun-
dou a precarização das atividades
acadêmicas e das condições de
trabalho.. Com o argumento de
construir um sistema nacional uni-
ficado de educação o governo
Lula centralizou cada vez mais as
decisões, por meio do SINAES, do
REUNI e do ENEM, e na prática,
tornou “letra morta” a autonomia
universitária expressa na Consti-
tuição Federal. Infelizmente, essa
quebra da autonomia, de modo
geral, se deu com a cumplicidade
dos reitores, que se submeteram
de forma obediente ao MEC para
que supostamente suas univer-
sidades não fossem penalizadas.
Nestes primeiros meses do gover-
no Dilma Rousseff, já se percebe
nas primeiras medidas, as linhas
de ação que serão adotadas.
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ENsINO, PEsquIsA E ExtENsÃO
sERVIDOREs PúBlIcOs: AlVO DOs AtAquEs DO GOVERNO O corte de 50 bilhões do orçamento da união, impactando numa redução de 3,0 bilhões do orçamento das universidades; o cancelamento de concursos públicos e suspensão das nomeações dos aprovados em concursos já realizados ameaçam a expansão proposta pelo próprio governo; a avaliação de desempenho proposta com o objetivo de demitir servidores (PLC 248/98); a limitação de gastos com a folha de pagamento dos servidores públicos, que na prática congela salários por 10 anos (PLP 549/09); a criação
das fundações estatais de direito privado para as áreas da saúde e educação, transferindo serviços que deveriam ser públicos para a iniciativa privada (PLP 92/07); a instituição da previdência complementar, criando os Fundos de Pensão – abertos e/ou fechados – para regulamentar a previdência privada no setor público, conforme estabelecido na Emenda 41 da Reforma da Previdência de 2003; a regulamentação do direito de greve. A desfederalização dos Colégios de Aplicação, numa completa desconsideração do significado para as universidades
deste tipo de escola, causando graves prejuízos a alunos e professores. O PL 1749/11 que cria Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. – EBSERH, transformando os Hospitais Universitários em empresas privadas.
É diante desse quadro de políticas governamentais centralizadas que o reitorado para o quadriênio 2012/2016 da UFRPE vai enfrentar seus desafios. Vamos à luta na defesa da autonomia universitária e de uma universidade voltada aos interesses dos trabalhadores.
Ensino, pesquisa e extensão na universidade são tratados iso-ladamente, quer ao nível da administração, quer ao nível dos cursos e departamentos acadêmicos. Como resultado dessa concepção, predomina um ensino como mera transmissão de conhecimentos, a pesquisa individualizada e/ou empresari-ada para atender aos interesses das classes dominantes e uma extensão que se pretende “levar” conhecimento acadêmico às co-munidades. Para superar esta situa-ção a Chapa 68 propõe como principio norteador o referencial político-filosófico do trabalho
como principio educativo, isto é, da apropriação do saber articu-lada ao mundo do trabalho, ou seja, a adoção do trabalho como categoria explicativa e principio organizador do ensino, pesquisa, extensão e gestão na universi-dade, de modo a atender às ne-cessidades da classe trabalhado-ra na construção do seu projeto hegemônico.Para se compreender a nova for-ma de ser do trabalho, a classe trabalhadora hoje, é preciso par-tir de uma concepção ampliada de trabalho. Ela compreende a totalidade dos assalariados, ho-mens e mulheres que vivem da venda da sua força de trabalho,
não se restringindo aos trabalha-dores manuais diretos, incorpo-rando também a totalidade do trabalho social, a totalidade do trabalho coletivo que vende sua força de trabalho como merca-doria em troca de salário (An-tunes & Alves, 2004).As profundas modificações que têm ocorrido no mundo do trabalho trazem novos desafios para a educação. O capitalismo vive um novo padrão de acumulação decorrente da globalização da economia e da reestruturação produtiva, que, por sua vez, determina novas formas de relação entre o Estado e a sociedade (Kuenzer, 1998).
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Vote Chapa 68
Consoante com o referencial do
trabalho como principio de gestão,
a Chapa 68 defende:
- Convocação de uma Estatuinte
Democrática e paritária com del-
egados eleitos pela base;
- Eleição direta dos dirigentes da
SUGEP, DAMO, Serviços Gerais e
BC, podendo ser candidatos docen-
tes e os Técnicos Administrativos.
- Realização de Auditoria em todas
as obras e contratos realizados pela
UFRPE nos últimos anos; Estabeleci-
mento de mecanismos que acabem
com a intermediação de recursos
públicos pelas fundações ditas de
apoio;
- Avaliação pública dos proces-
sos de terceirização na UFRPE, no-
tadamente na vigilância e serviços
gerais.
- Avaliação pública das ações da
FADURPE na UFRPE e sua retirada
dos campi da universidade.
- Transformação da UAST e UAG
em campi, com eleições diretas e o
atendimentos às demandas elenca-
das pelas comunidades das duas
unidades acadêmicas;
- Implementação do horário
corrido em todas as
u n i d a d e s
acadêmicas
e adminis-
trativas.
-Fortalecimento do ensino de gradu-
ação presencial com qualidade, cur-
rículos plenos, estrutura de ensino e
métodos adequados e vinculados às
atividades de pesquisa, de extensão
e de pós-graduação;
-Combater a utilização do ensino
a distância (EaD)como estratégia
de certificação, em nível técnico e
tecnológico, e de diplomação na
graduação e pós-graduação, por
entender que essa modalidade de
ensino não tem propiciado forma-
ção humana e profissional, além
de compromente o direito ao trab-
alho com a eliminação de postos de
trabsalho. Neste sentido, promover
uma avaliação dos cursos de Ensino
à Distância implantados na UFRPE;
- Ampliação das Ações de As-
sistência Estudantil com garantia
de Recursos para a gratuidade dos
Restaurantes Universitários, das
Residências Estudantis e mais das
bolsas-permanência;
- Respeito às instâncias deliberati-
vas das entidades de classe;
- Estabelecimento de amplo debate
para avaliar as consequências das
adesões da UFRPE aos programas
de interesse do MEC/Banco Mundial
(SINAES, REUNI, ENEM, EaD,
etc.) e a defesa de concursos
públicos já;
- Eleição direta dos dirigen-
tes da SUGEP, DAMO, DSG,
Serviços Gerais e BC, podendo ser
candidatos docentes e técnicos ad-
ministrativos;
- Paridade nos CTAs Departamen-
tais, no CONSU, sendo os repre-
sentantes das categorias eleitos e
indicados pela respectiva entidade;
- Respeito aos Sindicatos, à liber-
dade e organização sindical, ao
Movimento Estudantil, pela não
criminalização dos Movimentos de
greve, paralisações e outras formas
de luta dos trabalhadores e estu-
dantes;
Campus da UFRPE, agosto de
2011.
Coletivo da Chapa 68 POR UMA UNIVERSIDADE
DEMOCRÁTICA E POPULAR À ESQUERDA
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corrido em todas as
u n i d a d e s
acadêmicas
e adminis-
trativas.
de interesse do MEC/Banco Mundial
(SINAES, REUNI, ENEM, EaD,
etc.) e a defesa de concursos
públicos já;
- Eleição direta dos dirigen-
tes da SUGEP, DAMO, DSG,
AÇÕEs DE GEstÃO E ADMINIstRAtIVAs
HÉLIO CABRALReitor
DÉLIO MENDES Vice-Reitor