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Carta de apresentação PPP A Faculdade de Direito de Vitória (FDV) apresenta à comunidade acadêmica o seu Projeto Político Pedagógico. O documento traz o fundamento, o direcionamento, o registro dos objetivos, da missão e dos ideais desta instituição de ensino. É por meio do Projeto Político Pedagógico que a FDV orienta a sua prática, certa de que a coerência das ações planejadas com as ações executadas é algo que pressupõe acima de tudo, a confiança no que está sendo construído. As propostas no meio educacional estão sempre em um processo de construção, embora, sem dúvida, devam ser orientadas por um planejamento, que é a principal ferramenta no direcionamento de qualquer ação. A Instituição é regida pelo seu ideal, por aquilo que ela acredita, mas no percurso em busca da realização de suas metas está a necessidade de avaliação constante do que foi planejado e do contexto em que deverão se desenvolver as ações. Este processo de avaliação contínua é o que permite o aprimoramento e o fortalecimento da Instituição, que, em muitas vezes, para não “perder o foco” precisa romper com algumas barreiras, fazer um trabalho paciente e reflexivo, e, em especial, ter prudência, disciplina e compromisso como principais aliados na busca pela superação dos obstáculos. Desde a concepção do projeto Político Pedagógico, a intenção da FDV nunca foi de transformá-lo apenas em um documento institucional. É fundamental tê-lo em forma de registro para ser a referência, o elemento norteador da Instituição. Por este motivo, ao elaborá-lo ela tomou como base a sua própria realidade acadêmica, e, ao invés de transportar conceitos e métodos, fundamentou e organizou o seu próprio conjunto de intenções enquanto instituição de ensino que prima pela excelência vinculada à execução. Nesta busca incessante por propostas inovadoras e por um ensino de qualidade, a FDV, acreditando mais uma vez na sua vocação para o ensino jurídico, lançou o curso de Direito Integral, uma proposta ousada que foi estudada e planejada nos últimos três anos e que no final de 2006 tornou-se uma realidade. O projeto do curso de Direito Integral surge a partir dos pressupostos fixados no PPP, mas em razão de suas especificidades possui documentação independente. Neste documento, às folhas de 7 a 41 a FDV apresenta o seu Projeto Político Pedagógico. Apresenta, também, a partir das folhas 42 a 68 o Projeto do Curso de Direito Integral. Antônio José Ferreira Abikair Diretor Geral

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Carta de apresentação PPPA Faculdade de Direito de Vitória (FDV) apresenta à comunidade acadêmica o seu Projeto Político

Pedagógico. O documento traz o fundamento, o direcionamento, o registro dos objetivos, da missão e dosideais desta instituição de ensino. É por meio do Projeto Político Pedagógico que a FDV orienta a sua prática,certa de que a coerência das ações planejadas com as ações executadas é algo que pressupõe acima de tudo,a confiança no que está sendo construído.

As propostas no meio educacional estão sempre em um processo de construção, embora, sem dúvida,devam ser orientadas por um planejamento, que é a principal ferramenta no direcionamento de qualquer ação.A Instituição é regida pelo seu ideal, por aquilo que ela acredita, mas no percurso em busca da realização desuas metas está a necessidade de avaliação constante do que foi planejado e do contexto em que deverão sedesenvolver as ações.

Este processo de avaliação contínua é o que permite o aprimoramento e o fortalecimento da Instituição,que, em muitas vezes, para não “perder o foco” precisa romper com algumas barreiras, fazer um trabalhopaciente e reflexivo, e, em especial, ter prudência, disciplina e compromisso como principais aliados na buscapela superação dos obstáculos.

Desde a concepção do projeto Político Pedagógico, a intenção da FDV nunca foi de transformá-loapenas em um documento institucional. É fundamental tê-lo em forma de registro para ser a referência, oelemento norteador da Instituição. Por este motivo, ao elaborá-lo ela tomou como base a sua própria realidadeacadêmica, e, ao invés de transportar conceitos e métodos, fundamentou e organizou o seu próprio conjuntode intenções enquanto instituição de ensino que prima pela excelência vinculada à execução.

Nesta busca incessante por propostas inovadoras e por um ensino de qualidade, a FDV, acreditandomais uma vez na sua vocação para o ensino jurídico, lançou o curso de Direito Integral, uma proposta ousadaque foi estudada e planejada nos últimos três anos e que no final de 2006 tornou-se uma realidade. O projetodo curso de Direito Integral surge a partir dos pressupostos fixados no PPP, mas em razão de suas especificidadespossui documentação independente.

Neste documento, às folhas de 7 a 41 a FDV apresenta o seu Projeto Político Pedagógico. Apresenta,também, a partir das folhas 42 a 68 o Projeto do Curso de Direito Integral.

Antônio José Ferreira AbikairDiretor Geral

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Projeto Político-Pedagógico

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SUMÁRIOCARTA DE APRESENTAÇÃO PPP ...................................................................................................................................... 1

1 CARACTERIZAÇÃO E HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ....................................................................................................... 7

2 A INSTITUIÇÃO NO CONTEXTO SOCIOCULTURAL E ECONÔMICO ..................................................................................... 92.1 A FACULDADE DE DIREITO DE VITÓRIA NO CENÁRIO DO ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO ......................................... 10

3 ORGANOGRAMA GERAL ......................................................................................................................................... 12

4 FUNDAMENTOS DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ................................................................................................. 134.1 MARCO SITUACIONAL ............................................................................................................................................ 144.2 MARCO EPISTEMOLÓGICO ....................................................................................................................................... 154.3 MARCO PEDAGÓGICO ............................................................................................................................................. 174.4 PERFIL DE SAÍDA DO ALUNO .................................................................................................................................. 174.4.1 Visão Global ................................................................................................................................................... 184.4.2 Agir Localmente .............................................................................................................................................. 184.4.3 Comportamento Ético ...................................................................................................................................... 18

5 PARTICULARIDADES DO CURRÍCULO ....................................................................................................................... 195.1 UM PROJETO A SERVIÇO DA APRENDIZAGEM ............................................................................................................. 205.2 ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE ENSINO: A AÇÃO EM SALA DE AULA E EM OUTROS ESPAÇOS DA APRENDIZAGEM ....................... 215.3 INOVAÇÕES NA MATRIZ CURRICULAR ........................................................................................................................ 225.4 MATRIZ CURRICULAR ............................................................................................................................................. 245.5 ESTÁGIOS ............................................................................................................................................................ 255.6 ATIVIDADES COMPLEMENTARES OBRIGATÓRIAS .......................................................................................................... 255.7 EXTENSÃO ........................................................................................................................................................... 265.7.1 Atividades Esporádicas .................................................................................................................................... 275.7.2 Atividades de Caráter Permanente .................................................................................................................... 275.8 O Espaço da Pesquisa .......................................................................................................................................... 275.8.1 Programa de Incentivo à Iniciação Científica ..................................................................................................... 285.8.2 Programa de Articulação Científica Graduação Mestrado ..................................................................................... 285.8.3 Incentivo e Apoio à Participação de Professores e Alunos em Editais de Pesquisa dos

Principais Órgãos de Fomento do País ............................................................................................................... 295.9 Trabalho e Conclusão de Curso ............................................................................................................................. 29

6 A CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE DOCENTE .................................................................................................................... 306.1 PERFIL DO PROFESSOR .......................................................................................................................................... 306.2 DOS PROCESSOS DE ADMISSÃO DO DOCENTE ............................................................................................................. 316.3 FORMAÇÃO CONTINUADA DOS DOCENTES .................................................................................................................. 316.3.1 Formação Pedagógica ....................................................................................................................................... 326.3.2 Capacitação Metodológico-Científica ................................................................................................................ 326.3.3 Capacitação Teórica ......................................................................................................................................... 326.3.4 Investimento na Articulação entre Docentes ...................................................................................................... 33

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7 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................................... 347.1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM .............................................................................................................................. 347.2 A RESPONSABILIDADE DA CERTIFICAÇÃO .................................................................................................................. 367.3 AVALIAÇÃO DE PROFESSORES ................................................................................................................................. 377.4 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................................................................................... 397.4.1 O Processo de Auto-Avaliação da FDV ................................................................................................................ 40

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

1 Caracterização eHistórico da Instituição

A Faculdade de Direito de Vitória (FDV) teve início em 1995, com a aprovação do Curso de Direito(Diário Oficial da União - 26-07-95). Sua primeira turma data de setembro do mesmo ano.

Após dois anos de funcionamento, ocorreu o processo de expansão da faculdade, com abertura docurso de Administração de Empresas exigindo que a instituição, em 1997, fosse rebatizada de "FaculdadesIntegradas de Vitória (FDV)".

No ano de 1997, a FDV abre seus próprios cursos de pós-graduação lato sensu de forma independente,pois, anteriormente, a instituição mantinha cursos em parceria com outras instituições de ensino. A demandalocal provocou a implantação de diferentes cursos e abertura de novas turmas. Os cursos de pós-graduaçãolato sensu da FDV estão consolidados no cenário de Vitória destacando-se por sua qualidade e rigor.

Com a crescente consolidação do curso de Direito, a FDV criou, em abril de 1998, o Núcleo de PráticaJurídica (NPJ), órgão suplementar da instituição que conta com estrutura física própria e reservada. É no NPJque os alunos matriculados no nono e décimo períodos desenvolvem atividades de estágio curricularsupervisionado e obrigatório do curso de Direito. É a Prática Jurídica Real, orientada por advogados, prestandoatendimento jurídico gratuito à população carente com rendimentos até a faixa de três salários mínimos.

Em janeiro de 2000, foi criada a Coordenação de Pesquisa, a partir do desmembramento da antigaCoordenação de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão. Essa foi uma medida que revelou a intenção da instituiçãoem trabalhar seriamente na produção do conhecimento. Os primeiros projetos de pesquisa começaram a serexecutados por professores e alunos. A pesquisa tem recebido amparo de órgãos de financiamento, comoFundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Prefeitura de Vitória, Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia do Municípiode Vitória (Facitec) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A busca de uma maior aproximação entre teoria e prática levou à criação do Núcleo de Assessoria aoCidadão (NASCI), que oportunizou aos alunos da instituição, uma ampla vivência: seja na preparação dematerial de orientação jurídico e de despertamento à cidadania, seja na negociação com instituições comoigrejas, escolas, ONGs, bem como na atividades de orientação ao cidadão.

O primeiro curso de Mestrado em Direito do Espírito Santo também surgiu nessa década. A FDV é aúnica instituição do Estado autorizada pelo MEC a desenvolver o programa na área de Direito. O curso deMestrado em Direitos e Garantias Constitucionais Fundamentais foi o primeiro mestrado na área, aprovadopela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Em 2002, foi implementado o Gradual - Programa de Avaliação Seriada, nova forma de ingressar nasFaculdades Integradas de Vitória. Gradual é um programa que classifica o aluno de acordo com as notas alcançadasem provas aplicadas ao final do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. Assim, o estudante é avaliado em trêsmomentos e não apenas em um, como no vestibular. Essa iniciativa demonstra a concepção de ensino que balizaa instituição, dando valor não só à seleção por um instrumento classificatório, mas à construção gradativa esistematizada de conhecimentos prévios - factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais - necessários parao acompanhamento do curso com sucesso e que devem ser desenvolvidos ao longo do Ensino Médio.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Esse número substancial de atividades exige uma infra-estrutura muito bem montada, um perfeitoaparato logístico que tem sustentação no corpo administrativo e numa área construída de aproximadamente3.000m². A sede abriga o curso de Graduação em Direito, a Pós-Graduação Lato Sensu, o Mestrado e asatividades do NPJ, Pesquisa e Extensão. Alunos e professores têm acesso a recursos audiovisuais, laboratóriode informática, auditório com capacidade para trezentas pessoas, miniauditório com capacidade para cempessoas, biblioteca com acervo e toda a estrutura necessária às exigências acadêmicas. Além disso, o espaçoconta com catracas de segurança para maior controle no fluxo de alunos e visitantes, segurança interna eexterna no campus universitário e salas climatizadas, proporcionando ambiente favorável ao bom desempenhode todos.

A Faculdade de Direito de Vitória (FDV) centraliza seus esforços na área do Direito, em que detémgrande expertise, já comprovada pelo destaque que possui no cenário nacional.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

2 A Instituição no Contexto Socioculturale Econômico

Vitória, o município arquipélago, foi lócus eleito para sediar o complexo educacional da Faculdade deDireito de Vitória.

A rústica vila do donatário Vasco Fernandes Coutinho, iniciada em 23 de maio de 1535, recebeu,primeiramente, o nome de Espírito Santo. Somente em 1551, após dezesseis anos da chegada dos colonizadorese de intensas batalhas entre portugueses e os índios botocudos e goitacazes, Vitória foi oficialmente fundada,no dia 8 de setembro, recebendo esse nome em homenagem à Nossa Senhora da Vitória.

Ao longo dos séculos, a densidade demográfica permaneceu pequena e, no início do século XIX, Vitóriapossuía somente 4.245 habitantes distribuídos em pouco mais de novecentas moradias.

A região foi tratada pelos portugueses como barreira natural para impedir que invasores chegassem atéMinas Gerais, onde se desenvolvia a atividade altamente lucrativa da mineração. As cidades litorâneas,especialmente fortificadas, e a proibição da construção de estradas para o interior, como forma de segurança,além do fato de o Espírito Santo não ter desenvolvido a mineração podem explicar, de certa forma, a estagnaçãode um século da capitania e seu tardio progresso em relação aos demais Estados da Região Sudeste.

Foi o ciclo do café (1850-1950), cujo apogeu se deu em 1908, que trouxe o desenvolvimento. A partirde 1925, a cidade de Vitória já deixava o aspecto colonial para modernizar-se, com a redefinição do espaçourbano e intensa atividade do porto, talvez a obra mais importante para o Estado e que o colocou como umdos mais significativos no complexo portuário do País.

A necessidade de exportar o minério de ferro das minas de Itabira, Minas Gerais, pelo porto de Vitória,alavancou novo eixo econômico para o Espírito Santo. A Companhia Vale do Rio Doce, responsável por essetrabalho, além das grandes indústrias instaladas na região, como Aracruz Celulose e a Companhia Siderúrgicade Tubarão, acabaram por gerar grandes transformações no cenário sociopolítico e econômico do Estado.

O grande progresso trazido pela indústria fez crescer, também, o setor terciário, responsável por 70%dos empregos da Grande Vitória, porém provocou danos ambientais, sociais e urbanos para a cidade, que nãoestava preparada para receber o enorme contingente de migrantes que se instalou na periferia, formandobolsões de pobreza.

A expansão industrial e as mudanças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas por ela desencadeadas,fizeram crescer também a demanda por profissionais da área jurídica.

Na medida em que o desenvolvimento do estado começa a tomar dimensões, para além das fronteirasdo estado e do país, a complexidade das questões jurídicas passa também a exigir maior qualificação dosprofissionais desta área.

Segundo dados do IBGE e do IPES, atualizados em 01-02-06, a Região Metropolitana de Vitória ouGrande Vitória, formada pelos municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Guarapari e Fundão,possui 1.437.711 habitantes, quase metade da população total do Espírito Santo (46%), concentrando 57% dapopulação urbana do Estado.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

A Região Metropolitana de Vitória produz 58% da riqueza do Estado e consome 55% da energia elétricaproduzida.

Esse contexto abriga demanda crescente de mão-de-obra especializada: para a base industrial exportadora(Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica de Tubarão, Aracruz Celulose, Samarco) e estruturaportuária; para a implementação do comércio internacional, com o aumento da produção de petróleo (em2006 o Estado será o 2º produtor do país) e disponibilidade de gás duplicada; para as áreas de turismo,negócios imobiliários, serviços, lazer, educação e comércio, em decorrência da emergência de nova classemédia e aumento significativo de migrantes nacionais e internacionais, vinculados a projetos em desenvolvimento;para atingir novas empresas de serviços especializados.

2.1 A Faculdade de Direito de Vitóriano Cenário do Ensino Superior do Espírito Santo

Em período de reorganização do padrão produtivo, o tema de formação, capacitação e qualificação dotrabalho faz parte da agenda de todas as instituições públicas e privadas, que são responsáveis pela gestão desistemas de formação profissional.

O Estado do Espírito Santo possui vinte e seis faculdades de Direito, sendo quatorze na Grande Vitória.

Foi o Estado da Região Sudeste com maior crescimento de matriculados no ensino superior, crescimentoincentivado pela demanda de mão-de-obra especializada no atual contexto econômico.

Os cursos mais procurados continuam sendo os de Medicina - com a preferência de 45% dosentrevistados -, o de Direito - indicado por 29% -, o de Administração/Marketing - com 11% -, e, empatadosem quinto lugar, os cursos de Pedagogia e Engenharia - ambos com 9% de indicações.

Os cursos mais citados estão relacionados com a saúde, ao direito de propriedade e direito do cidadão,o patrimônio, áreas e assuntos relevantes na pauta da economia e políticas públicas do Estado.

Paralelamente, a expectativa gerada pela indústria do petróleo tem aumentado não só o otimismo domercado local como também vem impulsionando mais candidatos para o curso superior.

Ciente das exigências atuais e cumprindo a missão que se impôs, a da excelência do ensino, a FDV vemconstruindo uma reputação que se amplia para além das fronteiras do Estado e vem contribuindo para aformação de profissionais, cujo perfil possa responder às demandas contemporâneas não apenas localmente,mas na perspectiva global.

Os resultados do trabalho da FDV têm conquistado importantes e sucessivos destaques:

a) a FDV é a única instituição de ensino superior do Estado do Espírito Santo a constar do "ranking",elaborado pelo Guia do Estudante 2005, da Editora Abril, onde se situa entre as vinte melhoresfaculdades do País. O curso de Direito é recomendado pela publicação;

b) o curso de Direito obteve conceito A no Exame Nacional de Cursos (Provão), em 2001, 2002 e2003. A FDV foi a única faculdade particular do Estado a repetir o conceito por três anos consecutivos;

c) a Faculdade ficou em primeiro lugar no Estado, nos exames da OAB, em 2001 e 2002. Em 2003, foia instituição particular que teve mais alunos aprovados no exame. Em 2004, alcançou o índice de67% de aprovação. Em 2005, alcançou o índice 63,64% de aprovação;

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

d) o curso de Direito teve seu Projeto Pedagógico indicado como modelo pelo Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação, em2002;

e) a FDV tem o único Mestrado em Direito oferecido por uma instituição capixaba. O curso é recomendadopela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes);

f) vários projetos de pesquisa, desenvolvidos por alunos e professores da instituição, têm sido aprovadospor instituições de incentivo à produção científica, como o Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia doMunicípio de Vitória (Facitec), o programa de Bolsas para o Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico deMicro e Pequenas Empresas (Bitec) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq);

g) a FDV, em 2004, firmou convênio com a Universidad de Castilla - La Mancha, Espanha.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

3 Organograma Geral

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

4 Fundamentos do ProjetoPolítico-Pedagógico

A construção de um projeto institucional, que não seja apenas um discurso articulado, mas um conjuntode intenções pelo qual todos lutam a fim de concretizá-lo, implica comunicá-lo claramente à sociedade na quala instituição está inserida. Portanto, a prévia identificação de um credo institucional, que situe e documenteconcepções, ideais e valores relativos ao processo de ensino, é condição insubstituível para a orientação dacomunidade acadêmica.

A FDV, no intuito de dar coerência ao trabalho que se propõe, pontua os marcos referenciais, a partirdos quais constrói seu projeto institucional.

Esse conjunto organizado de matrizes teóricas constitui-se nos fundamentos que alicerçarão as opçõespedagógicas, as intervenções no contexto e o estilo de gestão. Determinará a análise do fenômeno jurídico eo papel dos profissionais formados para a ação, num estado democrático de direito.

É importante ressaltar que o projeto da instituição tem sempre forte alicerce político, pois todo o processode ensino, inclusive o superior, está vinculado a práticas e procedimentos que denotam a concepção dehomem e de sociedade, bem como as relações a serem estabelecidas no convívio e no trabalho.

Ao externar sua intencionalidade educativa, a instituição coloca-se na esfera do público, que é semprepolítico, na medida em que mobiliza instâncias e procedimentos de interesse social e coletivo. Além disso, aoposicionar-se como instituição de ensino, sujeita-se a regras e determinações de base legal, o que a inscreveno contexto das políticas educacionais em vigor no País.

Ao mesmo tempo, o projeto da instituição deve deter-se nas questões acadêmicas de relevo para a vidada escola e da comunidade, enfatizando os pontos que constituem referência, por meio de opções pedagógicas,que irão concretizar suas concepções de educação.

O projeto institucional traduz a utopia que rege os anseios dos educadores. Alcançar a coerência nasações para a consecução da missão supõe um trabalho paciencioso, reflexivo, escalonado, que passa porcontradições, rupturas, dúvidas e avanços. Não se atinge patamares mais elevados de qualidade comimediatismo, nem a efetividade, sem a clareza do percurso a ser construído. O projeto institucional sinaliza alógica do desejo, embora a lógica da ação possa ser permeada por entraves, obstáculos, demandando tempoe perseverança para a sua superação.

Ao demarcar a direção, o norte, o Projeto Político-Pedagógico apela para a participação, mobiliza e impulsionaa comunidade acadêmica, mapeia os esforços e recursos a serem conjugados. Por essa razão, é tão contemporâneoo pensamento de Sêneca: "Não há ventos favoráveis para aqueles que não sabem para onde vão".

Comprometida com a qualidade do curso que oferece, a FDV, ao ordenar seu Projeto Político-Pedagógico,reflete sobre os papéis que seus alunos desempenharão na sociedade, repensa todos os ângulos e aspectosdo ensino do Direito, a partir do diagnóstico de novas demandas da comunidade jurídica, no contexto em queestá inserida.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

4.1 Marco Situacional

O quadro político-econômico em transformação coloca-nos diante das crises ambiental, social e devalores. O avanço tecnológico e científico, nas mais diversas áreas do conhecimento, não tem contribuídopara uma visão de mundo e de homem que propicie a superação da miséria social e da desigualdade epromova a preservação do mundo como espaço de todos e para todos. Nesse contexto, o tempo e o espaçoestão "relativizados".

A produção científica e sua informação articulam-se num sistema de redes globalizadas, cujos benefíciosnão atingem eqüitativamente todas as populações, o que implica impactos no tecido social.

O processo de globalização vem provocando mudanças nas relações, nas ações dos sujeitos, noespaço global e local, nas contingências sociais, na concepção de conhecimento e no papel da educação.

Muitos dos problemas nacionais transcendem os limites de ações locais e dependem de outras interaçõese instâncias de poder. Vivemos as contradições da exclusão - na medida em que não nos beneficiamosigualitariamente dos avanços - e da inclusão - na medida em que conhecemos as oportunidades, apesar depassarem ao largo das nossas possibilidades de apropriação.

O ritmo célere de transformações vem exigindo respostas mais flexíveis em todos os setores de atividadese apelando para mecanismos de participação e colaboração.

Podemos considerar que, em termos de espaços de conhecimento, incluindo-se aí a instituição deensino superior, há um conjunto de perspectivas que precisa ser analisado.

Ninguém consegue aprender tudo, mesmo que seja de uma área restrita e/ou especializada. Não hápossibilidade de se cobrir a totalidade de conteúdos do campo jurídico, nos cinco anos do curso de Direito e,dessa forma, os objetivos de ensino não podem circunscrever-se à apropriação de toda a extensão do Direitopositivo. Não é mais possível, por outro lado, contentar-se com um "estoque" de conhecimentos, por maisdenso que seja.

São as metodologias para aprender que assumem maior valor relativo. Esse panorama redefine a relaçãoprofessor-aluno, demanda o uso de novas tecnologias, e desloca para a aprendizagem a ênfase que, durantedécadas, foi colocada no ensino. O fundamental é aprender a aprender, para que, de forma autônoma, o alunopossa superar os limites estreitos da sala de aula e construir um percurso próprio, para a apropriação dediferentes objetos de estudo. Cabe ao professor, parceiro mais experiente, estimular, oferecendo subsídiospara que os alunos prossigam nessas conquistas e descubram suas possibilidades e limites diante doconhecimento.

Há, portanto, a necessidade de se reconfigurar o papel do educando. Deve ser sujeito do processo eaprender a gerenciar a apropriação do conhecimento, bem como nele interferir para adaptá-lo às necessidadesde sua ação profissional, sem deslocar o rigor de suas formulações e argumentos, responsabilizando-se pelassoluções e encaminhamentos.

O acesso ao conhecimento está vinculado à instituição da cidadania, refletindo-se na melhoria dascondições de vida, de oportunidades e de trabalho.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

As novas tecnologias têm reforçado as polarizações e desigualdades. Estamos aqui nos referindo nãosó ao acesso a artefatos tecnológicos, mas também à aplicação do conhecimento construído, à crítica dosprocessos mediados por inovações (que têm características excludentes), à assunção da perspectiva culturalda qual fazem parte a sensibilidade estética e a ética.

Nesse cenário, habita um grande desafio da educação: propiciar um processo contínuo de transformação,valorização e humanização do homem. Falamos de uma educação transformadora, que assegure aos educandoso desenvolvimento de competências e habilidades para que possam criar suas próprias oportunidades, resolverproblemas, empreender projetos, enfim, gerir o seu próprio percurso, na dimensão econômica, política, culturale pessoal, com a consciência do valor da intervenção social que deles se espera, no âmbito individual ecoletivo.

Considerando-se o cenário contemporâneo do qual emergem incontáveis transformações, o ensinosuperior tem uma posição estratégica na sociedade e deve guiar-se, no seu funcionamento, pelos conceitos de"[...] relevância, qualidade, internacionalização" (UNESCO, 1999, p.51).

O conceito de relevância refere-se ao papel que a instituição de ensino superior desempenha na sociedadee às expectativas que a sociedade tem em relação ao ensino superior, bem como às oportunidades de acessoe aos elos com o mercado de trabalho. Esse conceito refere-se, também, ao trabalho com temas que conflitamna sociedade (meio ambiente, paz, democracia, direitos humanos, população) e à ênfase na liberdade acadêmica,à autonomia institucional.

As transformações trazem, em seu bojo, exigências de um novo currículo que apela para o uso denovas tecnologias, a presença da pesquisa e a ênfase nos estudos inter e multidisciplinares. Esse desenhocurricular inovador supõe a ação de especialistas como docentes, a fim de injetar novas idéias nos programasde estudo, o que requer a formação contínua desses professores para garantir a assunção de novasmetodologias.

À relevância social e política do ensino superior soma-se a preocupação pela qualidade educativa, cujaconsecução requer avaliação contínua de processos, de desempenho e de aprendizagem, além de investimentosno ambiente acadêmico, o que significa a preservação de valores, como a cooperação, participação, respeitoe valorização do outro.

Quando se coloca em pauta a questão da internacionalização, indica-se o acesso às informaçõesdisponíveis no mundo científico, econômico, político, cultural, a importância das parcerias com empresas, odesenvolvimento e uso de redes de comunicação e a disseminação de trabalhos de pesquisa.

4.2 Marco Epistemológico

A constatação da transitoriedade do conhecimento provoca uma fértil reflexão dos cientistas sobre oslimites da "verdade" científica.

A crise no paradigma dominante - racionalidade científica - teve inúmeros fatores desencadeantes,entre eles, os estudos de Einstein sobre a relatividade da simultaneidade, que significou uma ruptura dasconcepções até então admitidas, introduzindo conceitos como interdisciplinaridade, não-linearidade.

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Heisemberg e Bohr manifestaram a idéia de que conhecemos do real aquilo que nele introduzimos - aimportância da subjetividade. Gödel veio demonstrar que o rigor da Matemática carece ele mesmo defundamento. A irreversibilidade dos sistemas abertos, objeto de estudo da Microfísica, da Biologia e da Química,veio demonstrar que elas são produtos históricos, alertando os pesquisadores para discussões sobre a matériae a natureza.

Paralelamente, a postura dos cientistas sociais diante do conhecimento trouxe, também, discussões frutíferas,no sentido de desmistificar o espaço "[...] defensivo do totalitarismo da racionalidade científica, na medida em queera negado o caráter racional a todas as formas de conhecimento construído por outras vias que não se pautassempelos princípios epistemológicos e pelas regras utilizadas pelas ciências naturais" (SANTOS, 1989, p. 1).

A crise no paradigma dominante configura-se pelo confronto entre o conhecimento objetivo, explicativo,monotético e o conhecimento inter-subjetivo, compreensivo e transdisciplinar.

A análise das condições sociais dos contextos culturais, dos modelosorganizacionais da investigação científica, antes acantonada no campo separadoe estanque da sociologia da ciência, passou a ocupar papel de relevo na reflexãoepistemológica. (SANTOS, 1989, p. 2).

Entre os vários autores que vêm trabalhando o paradigma emergente e as novas concepções doconhecimento, encontramos os pressupostos epistemológicos em Edgar Morin e Boaventura Souza Santosque trazem contribuições importantes para a área educacional e dos quais pinçamos as que, mais diretamente,se relacionam com as metas da instituição.

O primeiro, com seus estudos sobre o "pensamento complexo", discorre sobre a perspectivahologramática do conhecimento que contesta a visão do paradigma cartesiano, simplificado, em que osfenômenos eram pontos isolados, uma parte do objeto de estudo. Na visão hologramática, cada ponto contémo todo. Disso decorre que a fragmentação curricular deve ser revista, no sentido da aquisição de uma visãomais ampliada e complexa do conhecimento. Ainda em seus estudos, aprofunda a questão da causalidadecircular em que o efeito se transforma em causa, religando as partes ao todo, apontando a ruptura com alinearidade, que nos remete à concepção de currículo integrado.

Santos (1989) organiza as perspectivas do paradigma emergente, afirmando:

a) "[...] todo conhecimento científico natural é científico social", superando a dicotomia entre natureza/cultura, mente/matéria, subjetivo/objetivo, valorizando os conhecimentos humanísticos;

b) "[...] todo conhecimento é local e total", colocando em debate a exclusiva disciplinarização do sabercientífico;

c) "[...] todo conhecimento é auto-conhecimento", pontuando a revitalização da proximidade do sujeito/objeto anunciada pela física quântica, quando demonstra que o ato de conhecer e o conhecimentoconstruído são inseparáveis;

d) "[...] todo conhecimento científico visa constituir-se em um novo senso comum", portanto, a aplicaçãodo conhecimento construído na resolução do cotidiano deve trazer sabedoria de vida.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Essas perspectivas trazem um outro olhar sobre a organização do currículo, sobre as práticas educativas,sobre as relações professor/aluno e sobre a própria concepção de ensino superior.

A reflexão sobre temas educacionais e sociais, antes reservada aos docentes das áreas da Sociologia, Filosofia,Pedagogia e afins, deve ser parte integrante do contexto das outras áreas para que as transformações presentes nouniverso do conhecimento não sejam de domínio de alguns, mas de todos os protagonistas da educação.

As condições para que esse intento se realize devem ser conquistadas, ao longo da história da instituiçãoe de seus membros, passando pelo compromisso pessoal com a informação sobre as questões de relevo naformação das novas gerações e pela disposição da instituição em inscrever-se no contexto dacontemporaneidade e da responsabilidade acadêmica.

4.3 Marco Pedagógico

As novas concepções do conhecimento e da educação supõem a elaboração de um currículo voltadopara o desenvolvimento de competências. Implica um ambiente pedagógico caracterizado pela adoção dealternativas metodológicas inovadoras, dinâmicas e ativas, centradas no estudante como protagonista dopróprio aprendizado.

As fontes de informação são muitas e variadas e não residem, exclusivamente, no docente, exigindodele novas competências para dirigir o processo de ensino-aprendizagem. A adoção desse tipo de currículoreposiciona os conhecimentos como recursos, exige que o professor assuma a tarefa de regulação do processode formação e tenha uma prática pessoal dos conhecimentos na ação, participando de processos de pesquisaou de aplicação tecnológica.

As práticas pedagógicas e suas respectivas metodologias são validadas e adquirem significados emfunção da mediação pedagógica exigida pelo processo de aprendizagem, havendo a necessidade de adaptá-las, também, à consecução de competências requeridas para o perfil do profissional em formação.

A FDV tem como horizonte a capacidade do "aprender a aprender", que supõe habilidades em organizaçãode dados e ações, o planejamento prévio do trabalho, exercícios de aplicação, simulações, intercâmbio deinformações, programas auto-instrucionais, leitura refinada de textos de distintas tipologias.

Para tanto, são apresentadas atividades que envolvem o estudante em intenso processo de síntese eaplicação de conhecimentos, permitindo ancorá-los na reflexão - ação - reflexão. Resolução de problemas,pesquisa e experiências em instituições, projetos livres e dirigidos, debates, visitas culturais e técnicas orientadas,"workshops" e oficinas permitem o trabalho em projetos experimentais simulados e em projetos de casos reais.

Há necessidade, também, de atividades que propiciem o desenvolvimento de competências atitudinaise das habilidades interpessoais que devem constituir-se em trabalhos em equipes, debates e fóruns de discussão.

A prática pedagógica, centrada em desenvolvimento de competências e habilidades, estimula o corpodocente a criar meios facilitadores da aprendizagem, o que implica permanente pesquisa e troca de informaçõesentre os atores desse processo.

4.4 Perfil de Saída do Aluno

O conhecimento aprofundado da Teoria Geral do Direito, com seus pressupostos, constructos e métodos,bem como da Filosofia do Direito, com seus teóricos, escolas e concepções, devem constituir-se, juntamente

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

com outros saberes, a base de sustentação para a aplicação do conhecimento jurídico apreendido e exercitadonos anos de estudo da FDV, possibilitando que a interpretação normativa e argumentação jurídica se efetivemde maneira lógica e com vistas à aplicação do Direito.

O conjunto de disciplinas e as atividades propostas propiciarão conhecimento das diferentes escolasdo pensamento humano e os principais modelos teóricos do Direito, de modo que, no tempo apropriado, ofuturo profissional possa adotar aquele que lhe pareça mais coerente e adequado.

O profissional formado pela FDV deverá possuir um sólido conjunto de competências e habilidades paraatuar na área jurídica, nas perspectivas da visão global, do agir local e do comportamento ético.

São, portanto, três eixos básicos que se constroem, a partir do currículo e da intencionalidade educativa,dirigidos para a formação individual e coletiva na área do Direito.

4.4.1 Visão Global

O profissional formado pela FDV deve ser capaz de perceber a amplitude do conhecimento e do patrimôniocultural humano, numa dimensão histórica e política.

Ao lado de uma estrutura intelectual que transcenda os domínios do jurídico, deve possuir sensibilidadeem relação às diferenças socioculturais para transitar nos diversos espaços nacionais e internacionais. Deve,ainda, ser capaz de colocar em ação competências e habilidades, nos diversos papéis possíveis a um profissionalda área jurídica, compreendendo o Direito como parte do conhecimento humano e suas relações e interfacescom a própria condição humana. Deve ser sensível e atento às conseqüências dos percursos jurídicos na vidapública e privada dos cidadãos.

Espera-se, ainda, que o profissional domine mais de uma língua, além da materna, para dar conta dosdesafios globais.

4.4.2 Agir Localmente

O profissional formado pela FDV deve ser capaz de agir localmente, inserindo-se na comunidade do seuentorno, utilizando seu conhecimento para intervir no cotidiano, na sociedade de modo geral e no mundojurídico, em especial.

Deve possuir capacidade de análise, de modo a perceber as necessidades do contexto e o potenciallocal, buscando o aperfeiçoamento do instrumental jurídico existente, seja pela proposição de projetos de lei,seja pela construção doutrinária, seja pela aplicação inovadora do aparato jurídico.

4.4.3 Comportamento Ético

O profissional formado pela FDV deve construir um sólido compromisso com a ética, não apenas naperspectiva de seu grupo e sua categoria, mas com a sociedade e sua profissão.

As ações que se traduzem em compromissos de assiduidade, pontualidade, ética na realização deprovas, na elaboração de trabalhos, no relacionamento entre colegas devem ser transpostas para a ética dasações e realizações profissionais, para o compromisso com o processo, seus prazos, seus recursos, seucliente, sua empresa, os governantes e seu país.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

5 Particularidades do CurrículoA FDV apresenta uma arquitetura curricular inovadora no curso de Direito. Essa composição não implica

somente um reordenamento das disciplinas já existentes, mas a introdução de atividades e novas metodologias,para o tratamento do conteúdo programático das matérias que compõem a matriz curricular, num trabalhodirecionado para o desenvolvimento de competências.

Os currículos tradicionais dos cursos de Direito são mais centrados nos conteúdos conceituais, nãoconsiderando, suficientemente, os conteúdos procedimentais e atitudinais, hoje vitais para a auto-referênciano mundo do trabalho. O desenvolvimento da capacidade empreendedora, da capacidade de interpretar eidentificar oportunidades, de trabalhar em grupo, da habilidade de gerenciar o tempo e o espaço de trabalhodeve fazer parte do elenco de preocupações curriculares. Afinal, para o desenvolvimento profissional, é, cadavez mais, necessário desenvolver a própria personalidade. Muito mais importante do que saber fazer, é sabercriar o que fazer, conhecer a cadeia econômica, o ciclo produtivo, entender de negócios, agir sobre osconhecimentos e transformá-los, buscar alternativas para a mudança da realidade, basicamente, lidar compessoas, trabalhar com traços de caráter.

Segundo o economista Gilson Schwartz, em As profissões do futuro, a tão alardeada "multifuncionalidade"exigida pelo mercado de trabalho "[...] significa menos a disposição a aprender várias especialidades e muitomais a capacidade de comunicação, entendida aqui como compreender o outro e a si mesmo, entrar emacordo, negociar termos de uma relação, compartilhar normas e valores e cultivar uma visão estratégica". Aanálise das antigas grades curriculares dos cursos superiores evidenciou a distância existente para a consecuçãodesse tipo de formação.

Partindo para a busca de respostas, levando em conta os anseios dos alunos, dos professores e daprópria instituição, expressos em seu Projeto Político - Pedagógico, construiu-se a formatação do currículo daFDV, documento que procura tornar efetivos os princípios da flexibilidade, da interdisciplinaridade, decontextualização no processo de aprendizagem, dando respostas às necessidades emergentes da comunidadejurídica, nos diversos ambientes em que se localiza.

Dessa forma, o currículo do Curso de Direito da FDV busca:

a) permitir ao aluno, desde o primeiro ano, o contato com práticas relativas à sua escolha profissional;

b) criar projetos integrados de prática profissional, de modo que o aluno possa aplicar, num mesmoprojeto, saberes adquiridos anteriormente ou no módulo em curso, e em diferentes disciplinas,numa perspectiva interdisciplinar. Além da prática profissional, procura fortalecer o trabalho emgrupo e o exercício da criatividade; formar para o empreendedorismo (a formação do empreendedore não a formação da empresa), para a gestão, o planejamento, desenvolvimento e execução deprojetos, utilizando análises e projeções de pesquisas;

c) posicionar o curso em sintonia com as mudanças e as exigências do mercado de trabalho. Oimportante não é o acúmulo de conhecimentos isolados e, sim, a articulação desses conhecimentos,desenvolvendo a capacidade de aprender a aprender, permanentemente;

d) delimitar o foco do curso e, com isso, tornar mais claro e objetivo o perfil de saída, além de oficializaras competências que devem ser adquiridas no processo;

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

e) romper com o ensino fragmentado e conteudista, uma vez que a vida profissional produtiva requerconhecimentos articulados, independentemente de quais áreas do saber possam fazer parte,adquirindo significado pela utilização e aplicação. Assim, o uso da produção científica deve ser vistocomo meio para a realização de projetos pessoais. São as pessoas e seus projetos que tornamsignificativas as disciplinas e suas representações contidas em livros ou em outros materiais.

O alinhamento do currículo na direção descrita deve possibilitar um trabalho pedagógico mais coerente,tanto do ponto de vista metodológico, quanto da escolha de conteúdos e da avaliação a ser realizada, de modoa facilitar o desenvolvimento das competências esperadas para o curso. Essas competências constituem,portanto, padrões de articulação do conhecimento. Podem estar associadas aos esquemas mais simples deação até às formas mais elaboradas de mobilização cognitiva, por exemplo: capacidade de expressão oral emlíngua portuguesa ou de pensar e elaborar propostas de intervenção na realidade, formulando soluções diantede uma situação-problema. Entendemos aqui que a construção do conhecimento está relacionada com aprodução e a compreensão de significados, muito mais for temente do que com mera reprodução deconhecimentos ou produção de bens ou produtos.

Nessa perspectiva, o processo de avaliação da aprendizagem deve constituir-se numa oportunidadepara que professores e alunos descubram como superar dificuldades e quais os caminhos mais eficazes paraisso. Deixando de lado o caráter persecutório da avaliação, o professor poderá usá-la como formação, ou seja,a partir dela desencadear um processo de conscientização dos alunos sobre as próprias dificuldades e ospossíveis avanços já conquistados.

5.1 Um Projeto a Serviço da Aprendizagem

Uma das formas de romper com a mera transmissão de conhecimentos e modelos é instrumentar oprofessor com técnicas de ensino que provoquem um novo caminho epistemológico, respaldado na interaçãoprofessor e aluno, no processo de descoberta e construção do conhecimento.

Além desse aspecto, há que se considerar o esforço que muitas instituições vêm fazendo no sentido deintegrar o currículo, a partir da integração do processo ensino-aprendizagem. É o que denominamos dereorganização curricular por aproximações sucessivas. Esse novo percurso está diretamente ligado àcompreensão de um novo paradigma que diferencia a ciência e a pontua na visão pós-moderna e que veiosendo discutida por vários autores, como Boaventura Souza Santos e Edgar Morin, entre outros.

Essas iniciativas nas instituições de ensino superior vêm sendo caracterizadas por meio de açõesdiversas, que buscam um ensino mais alinhado com o cenário contemporâneo. Como afirma Anastasiou(2004, p. 44),

Todas as ações integrativas auxiliam o aluno a construir um quadro teórico-prático global mais significativo e mais próximo dos desafios presentes narealidade profissional dinâmica e una, na qual atuará depois de concluída agraduação.

Essas considerações visam ao entendimento do uso das inovações em técnicas de ensino. Não estãopostas meramente como instrumentos facilitadores da aprendizagem, mas trazem, na sua execução, uma

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

correspondência com o que se espera do ensino, para o que se ensina e a partir de qual perspectiva. É precisoressaltar, também, que o uso de novos procedimentos não traduz por si só qualidade de ensino. O uso mecânicodessas técnicas, nesse caso, redundará em mero tecnicismo, cortina de fumaça para encobrir um currículoacrítico ou pouco qualificado, em termos das demandas atuais. Nessa direção, faz-se necessária a reflexãosobre se o como ensinamos está coerente com aquilo que anunciamos.

Consideramos oportuna, neste momento, a contribuição de Anastasiou (2004, p. 45), quando comentaos novos paradigmas:

A partir da visão pós-moderna, Boaventura Santos (1999) nos coloca váriosaspectos que aqui registramos para nossa reflexão: a aceitação à transgressãometodológica e o entendimento de que a inovação científica consiste em inventarcontextos persuasivos que conduzam à aplicação dos métodos fora de seuhabitat natural; os pressupostos metafísicos, os sistemas de crenças e valorescomo parte integrante da explicação científica; o objeto como continuação dosujeito. E todo conhecimento possibilita o auto-conhecimento, sensoautobiográfico.

E ainda:

[...] nenhuma forma de conhecimento é, em si, racional, portanto dialoga comoutras formas de conhecimento, deixando-se penetrar por elas; valoriza oconhecimento do senso comum que no cotidiano orienta as ações e dá sentidoà nossa vida. O salto mais importante é o que é dado do conhecimento científicopara o conhecimento do senso comum, como emancipatório, pois o primeirosomente se realiza quando se transforma no segundo.

As relações desses conceitos com a estrutura curricular estão sendo discutidas, exaustivamente, noensino superior, pois há uma clara indicação de que a lógica do currículo precisa ser repensada, bem como asrelações entre a teoria e a prática, que deveriam levar à consubstanciação do teórico no saber fazer e naaplicação cotidiana do senso comum.

5.2 Estratégias e Técnicas de Ensino: A ação em sala de aula e em outros espaços daaprendizagem

O cenário traz indicadores suficientes para que se busquem novas formas de atuação em sala de aula.Como trabalhar as novas relações, o nexo entre a teoria e a prática, a ampliação de conteúdos e a tensãopermanente entre a especificidade do currículo e a necessidade de generalização?

Para ganhar legitimidade e fazer jus aos investimentos de recursos de toda ordem, o estudo das estratégiasde ensino e aprendizagem e a conseqüente aplicação de técnicas precisam inscrever-se no contexto do ProjetoPolítico-Pedagógico da instituição, em que se define a visão de homem, da ciência e do papel social da universidade.

É preciso atribuir sentido às técnicas a serem utilizadas para que tenham coerência aos olhos dosdocentes e dos alunos.

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Todo conteúdo possui uma lógica interna que deve ser compreendida e apropriada pelo aluno. Noprocesso de assimilação, mobilizam-se processos mentais e operações de pensamento. Na perspectivatradicional, a principal operação desenvolvida era a memorização que, hoje, sabidamente não contempla asexigências a que o profissional será submetido, após a formação do curso superior.

Assim, cabe ao docente descobrir estratégias para mobilizar outras estruturas de pensamento, a fim de queo aluno faça percursos enriquecedores, apropriando-se de conteúdos e desenvolvendo habilidades deles decorrentes.

Como diz Anastasiou (2004, p. 69),

Para isso, organizam-se os processos de apreensão de tal maneira que asoperações de pensamento sejam despertadas, exercitadas, construídas eflexibilizadas pelas necessárias rupturas, por meio da mobilização, daconstrução e das sínteses, devendo estas serem vistas e revistas, possibilitandoao estudante sensações ou estados de espírito carregados de vivência pessoale de renovação.

Cabe ao professor estudar, selecionar, organizar e oferecer ferramentas que facilitem a apropriação doconhecimento, levando o aluno a realizar operações mentais necessárias à participação em trabalhosdirecionados por metodologia dialética.

A lógica do conteúdo (factual, procedimental ou atitudinal) solicita, preferencialmente, esta ou aquelaestratégia de ensino.

Trabalhar com diferentes estratégias significa um grande desafio para o professor universitário, queconstruiu um habitus com predomínio da exposição de conteúdo, em aulas expositivas ou palestras. Osalunos, inclusive, esperam do professor essa forma de trabalho, direcionados pela tradição.

Há, portanto, um conjunto de desafios a ser vencido pelos docentes, inclusive de ordem pessoal, comoa disponibilidade para mudar, pois inovar significa sair da zona de conforto para enfrentar a insegurançaquanto a resultados.

A definição de estratégias torna-se mais adequada e efetiva, quando há a produção coletiva, processosde formação continuada e a socialização de experiências, como no caso da FDV. Assim, a necessidade depesquisar novas abordagens, a fim de se construir aulas que desenvolvam conhecimentos significativos paraalém da memorização, assume um caráter diferenciado, pois, além de congregar a equipe técnica e docente,alinha-se à perspectiva do projeto institucional, voltada para a qualidade educativa e para a concretização deum perfil de saída de aluno afinado com as exigências contemporâneas.

5.3 Inovações na Matriz Curricular

O curso de Direito da FDV apresenta um desenho curricular inovador, não só do ponto de vistametodológico e didático, como também dos objetivos que explicitam, além dos conteúdos conceituaisimprescindíveis à formação profissional, o desenvolvimento de conteúdos procedimentais e atitudinais quecompletam o perfil de saída desejado.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Nessa direção, a reorganização da matriz curricular se insere no mapa do currículo, organizando o conjuntode atividades do ensino para a aprendizagem significativa, nos marcos epistemológico e pedagógico anunciados.

Rompendo com a ordem mais usual de disciplinas introdutórias e disciplinas profissionalizantes, modeloque, na raiz, remete à concepção de transmissão de conhecimentos, em ordem hierárquica, a FDV opta pororganizar e agregar disciplinas em torno de eixos de significados, a fim de propiciar ao aluno a construção desentidos a partir dos interesses que o levaram a optar por Direito. Nesse sentido, por exemplo, foram introduzidasalterações importantes com o objetivo de aproximá-lo, desde o início do curso, dos conteúdos da área, como éo caso da disciplina Teoria Geral do Direito e Direitos e Garantias Constitucionais inseridas no primeiro período.

A disciplina História, Cultura e Instituições do Direito tratará da história do Direito, organização judiciáriae carreiras jurídicas, propiciando ao aluno o contato com a realidade da profissão e a estrutura da Justiça.

Considerando a intencionalidade de uma formação com sustentação no conhecimento aprofundado emTeoria Geral do Direito e Filosofia do Direito, conforme o perfil de saída desejado, foram criadas, além das jácitadas, as disciplinas de Hermenêutica, Lógica e Argumentação Jurídica.

Ao organizar os conteúdos com maior flexibilidade, inclusive por eixos de significados, a FDV concretiza seumarco epistemológico, alicerçado na concepção de construção do conhecimento e no marco pedagógico queestabelece novas relações com os objetos de aprendizagem, a partir do uso de diferentes técnicas de ensino,ferramentas diversificadas em favor da apropriação do conhecimento. A busca de situações didáticas diferenciadase a capacitação de professores para uso diversificado de técnicas não são, portanto, questões aleatórias, masconseqüência da concepção de currículo e de visão de aprendizado que a instituição defende para o curso de Direito.

Os estudos de Ausubel indicam que a aprendizagem significativa ocorre a partir de relações entreconhecimentos prévios e conceitos que estão sendo introduzidos, permitindo a construção de novos marcosconceituais que integrarão a estrutura mental.

Esse constructo não se dá, portanto, pela aprendizagem de conteúdos hierarquizados, mas pelaarticulação de conceitos passíveis de relação, independentemente da ordem em que forem apresentados eaos quais se atribuem sentidos.

Nessa perspectiva, explica-se a opção da FDV no que tange à organização da matriz curricular. Oscomponentes curriculares estão distribuídos nos módulos, segundo as relações e articulações de conteúdose não, necessariamente, pela ordem dos menos complexos para os mais complexos, ou por estudos introdutóriosantecedendo conceitos novos.

A disciplina de Economia, por exemplo, foi deslocada do início para o último semestre, ao lado deDireito Internacional. A pretensão é de que se trabalhe, além das questões econômicas internas, as questõessocioeconômicas internacionais, simultaneamente com o Direito Internacional.

A disciplina Conflitos e Suas Soluções aliará conteúdo de Psicologia, para compreensão dos conflitosnas relações humanas e o papel instrumental oferecido pelo Direito para pacificá-los.

Essa organização dos componentes curriculares, a partir das relações e sentidos, favorece, também, opercurso inter e transdisciplinar que, de outra forma, ficaria restrito a situações didáticas específicas e não sedisseminaria no percurso integrado das disciplinas.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Se considerarmos que do profissional da área jurídica se espera mais do que conhecimento acadêmicoe técnico sistematizado, se a sua ação depende da compreensão e interpretação integrada de circunstâncias,cenários e atores, num contexto de normas complexas, se o conjunto de seus conhecimentos deve levá-lo àleitura de mundo para contextualizar suas análises e decisões, o modelo curricular e a matriz que a FDVapresenta, na perspectiva da construção de sentidos e significados, dão respostas a essas expectativas.

Sob esse ponto de vista, espera-se do professor não só a compreensão dessa concepção, mas ocompromisso com essa visão da aprendizagem, cuja consecução dependerá da mediação do docente, preparadopara optar por esta ou aquela técnica didática, de acordo com o conteúdo e o objetivo a ser concretizado.

5.4 Matriz Curricular

Estrutura Curricular 2006/1

1º período: História, Cultura e Instituição do Direito (72h); Teoria Geral do Direito (72h); Ciência Políticae Teoria do Estado (72h); Linguagem Jurídica (72h); Direitos e Garantias Constitucionais(72h).

2º período: Teoria da Constituição (72h); Direito Civil I (72h); Sociologia do Direito e Antropologia(72h); Filosofia do Direito (72h); Conflitos e suas Soluções (72h).

3º período: Metodologia da Pesquisa (72h); Direito Processual Civil I (72h); Direito Penal I (72h);Direito Constitucional I (72h); Direito Civil II (72h).

4º período: Direito Constitucional II (72h); Direito Processual Civil II (72h); Direito Penal II (72h); DireitoCivil III (72h); Hermenêutica (72h).

5º período: Direito Processual Penal I (72h); Direito Civil IV(72h); Direito Penal III (72h); DireitoProcessual Civil III (72h); Direito Constitucional III (72h).

6º período: Direito Administrativo I (72h); Direito Processual Civil IV (72h); Direito Processual Penal II(72h); Direito do Consumidor (72h); Direito Penal IV (72h).

7º período: Direito Administrativo II (72h); Direito Processual Penal III (72h); Direito do Trabalho I(72h); Direito Civil V (72h); Prática Jurídica Simulada I (72h).

8º período: Direito Tributário I (72h); Direito do Trabalho II (72h); Direito Civil VI (72h); Direito ProcessualCivil V (72h); Lógica e Argumentação (72h).

9º período: Direito Tributário II (72h); Direito Processual do Trabalho I (72h); Direito Civil VII (72h);Direito Empresarial I (72h); Prática Jurídica Simulada II (72h).

10º período: Economia (72h); Direito Processual Civil VI (72h); Direito Processual do Trabalho II (72h);Direito Internacional (72h); Direito Empresarial II (72h).

A partir do 6o período o aluno poderá solicitar o cumprimento da disciplina: Projeto de TCC (36h).

Após a aprovação na disciplina Projeto de TCC (36h) poderá cursar a disciplina: Elaboração do TCC (36h).

A partir do 6o período o aluno poderá solicitar o cumprimento da disciplina: Prática Jurídica Real I (90h).

Após a aprovação na disciplina Prática Jurídica Real I (90h) poderá cursar a disciplina: Prática JurídicaReal II (90h).

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

5.5 Estágios

Os estágios constituem-se em atividades práticas e devem proporcionar ao estudante a participaçãoem situações reais de vida e trabalho vinculadas à área de formação, criando oportunidade para a análise ecrítica. Devem proporcionar a articulação de ensino, pesquisa e extensão, em qualquer de suas variáveis, reaisou simuladas.

A FDV criou, em abril de 1998, o Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), órgão suplementar da instituição. ONPJ coordena todas as atividades de estágio. É também responsável pelas atividades do escritório experimental,localizado em seu espaço físico.

O currículo da FDV prevê duas modalidades de estágio: o estágio curricular obrigatório e o estágioextracurricular.

O estágio curricular obrigatório, previsto na grade curricular, divide-se em prática jurídica simulada eprática jurídica real. Na prática jurídica simulada, o aluno vivencia situações da vida profissional das mais diversascarreiras jurídicas, a partir de situações propostas pelo professor, preparando-o para as situações reais.

A FDV entende que a prática jurídica simulada não deve ficar restrita às disciplinas que se destinamespecificamente a esse objetivo. Assume, então, o compromisso de que essas atividades sejam experimentadaspelos alunos, ao longo de todo o curso, nas disciplinas tradicionais, no momento em que os conteúdosconceituais são apreendidos. Dessa forma, deseja-se que habilidades e competências sejam desenvolvidas eque a vivência prática das situações propicie a maior retenção dos conteúdos, por meio de estudos de casose elaboração de peças processuais, além de outras modalidades de integração teoria e prática.

Na prática jurídica real, o discente atua no escritório experimental ou no campo externo, fazendoatendimento à população carente, sob a supervisão de professores orientadores. O escritório está dividido emsubnúcleos especializados em atendimento nas diversas áreas do Direito, trabalhista, cível, consumidor, penal,família (que conta com núcleo de mediação familiar) e outros.

De acordo com as diretrizes curriculares do curso de Direito, o estágio curricular obrigatório deve sercumprido em parte nas dependências da instituição, podendo ser complementado fora dela. Essa possibilidadepermitiu que a FDV trabalhasse com a criação de campos externos de estágio para o cumprimento da práticajurídica real. A instituição vem, de forma experimental, estabelecendo parcerias para a realização dessa atividade,desde que estejam garantidas experiências mínimas que o aluno deva vivenciar e a supervisão próxima peloNúcleo de Prática Jurídica.

O estágio extracurricular está contemplado no currículo como atividade complementar. O programa deestágio na FDV conta com parcerias de empresas sérias e de qualidade e com os principais órgãos públicospresentes no Estado.

A realização dos estágios deve obedecer ao regulamento específico.

5.6 Atividades Complementares Obrigatórias

As atividades complementares, orientação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº9.394/96), foram introduzidas nos currículos dos cursos de Direito pela Portaria 1.886/1994. O objetivo dessa

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

proposta é permitir que aluno seja co-responsável pela definição de sua formação acadêmica, oferecendo-lheautonomia parcial para a escolha das atividades que deseja cumprir, bem como o melhor momento de realizá-las. As atividades complementares permitem uma diferenciação na formação de cada um dos alunos docurso, pois, além das disciplinas obrigatórias, eles podem definir que atividades completarão seu currículo. AFDV cumpre a diretriz relativa à obrigatoriedade das atividades complementares com a certeza de que esse éum importante espaço para o desenvolvimento do aluno.

Em razão da importância dessa atividade curricular, a FDV investe na oferta de inúmeras atividadesextraclasse para que seus alunos tenham opções variadas no cumprimento da carga horária obrigatória ematividades complementares. Esse é um importante diferencial da FDV face aos demais cursos de Direito doPaís.

O acompanhamento do percurso do aluno é feito pela instituição. Há atividades, como disciplinasoptativas, que dependem de aprovação para o registro da carga horária. Há outras que exigem a apresentaçãode relatório descritivo da experiência do aluno. A FDV efetua registro dessas atividades, concedendo ao alunoo controle cotidiano do que foi realizado, individualmente.

A partir de 2006, a oferta de atividades extraclasse está organizada em grandes áreas de conhecimento,o que permitirá aos alunos que assim desejarem o aprofundamento em área de seu interesse.

A FDV estabelece as normas para o seu funcionamento, por meio do Regulamento das AtividadesObrigatórias do Curso de Direito.

5.7 Extensão

Habitualmente relegada a um plano secundário nos Projetos Político-Pedagógicos por parcela significativado ensino superior brasileiro, a extensão encontra-se como diretriz institucional, em lugar compatível com asdiretrizes emanadas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Juntamente com o ensino e a pesquisaconstituem o tripé sobre o qual devem estar assentados os fundamentos da educação superior.

O curso de Direito é fundamentalmente interdisciplinar, apontando a necessidade de que o processo deformação de seus profissionais contemple atividades educativas capazes de articular ensino, pesquisa eextensão de maneira harmônica e equilibrada a fim de que o futuro profissional perceba o Direito e a Justiçacomo partes integrantes da vida social em que as concepções, conteúdos técnicos e conhecimentos produzidosno interior da academia façam sentido e produzam seus efeitos práticos.

Nesse sentido, as atividades de extensão estão na pauta da FDV. Devem constituir-se em oportunidadeprivilegiada para o desenvolvimento de habilidades dos alunos, no que tange ao engajamento em projetos deimpacto para as comunidades e grupos envolvidos. A FDV propõe-se a fazer investimentos sérios para alcançaresse patamar.

A instituição compreende a extensão na perspectiva de elemento articulador entre a comunidade internae externa. Socializa conhecimentos, propicia experiências, oferece oportunidades para que alunos e professoresfaçam a devida e indispensável oxigenação do saber, na medida em que o teórico se encontra com o mundoreal da vida e o Direito, efetivamente, se faz necessário.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

As ações coordenadas nessa perspectiva devem oferecer a possibilidade de leitura de cenáriosdiferenciados e o exercício de competências que se incorporarão ao perfil profissional em formação, nasdimensões do saber conviver, ser e fazer.

A extensão será objeto de investimentos próprios da instituição, bem como espaço adequado de geraçãode recursos, a partir do incentivo ao estabelecimento de parcerias, assessorias, consultorias, prestação deserviços e realização de pesquisas de interesse externo.

A atividade de extensão pressupõe necessariamente a oportunidade de aprendizado discente e oenvolvimento docente, garantindo a articulação ensino, pesquisa e extensão.

As atividades de extensão na FDV estão baseadas em dois grandes eixos:

5.7.1 Atividades Esporádicas:

a) incentivo à utilização do campus da FDV para a realização de eventos científicos abertos à comunidadecapixaba, objetivando contribuir com o desenvolvimento social, na medida em que disponibiliza osaber que produz e os saberes produzidos em outros centros de pesquisa;

b) disponibilização do espaço interno com apoio à realização de consultoria e assessoria a instituiçõesnão acadêmicas, ligadas às áreas jurídicas ou afins, na organização e realização de atividades decapacitação de Recursos Humanos, educação continuada e/ou eventos direcionados a públicoespecífico;

c) realização de cursos de extensão abertos à comunidade externa e interna;

d) implementação de projetos experimentais, com características focais, direcionados à solução deproblemas específicos, identificados internamente pela instituição ou propostos a partir de demandasexternas. Os projetos experimentais poderão ser transformados em programas, a partir da avaliaçãode sua necessária continuidade.

5.7.2 Atividades de Caráter Permanente:

Programa de cooperação técnica, científica ou social

São programas realizados com instituições governamentais e não-governamentais do Estado,direcionados à implementação de projetos gerados a partir das atividades de ensino e pesquisa que possamcontribuir, positivamente, com a qualificação dessas instituições, sejam elas empresas privadas, públicas,organizações de governo e da sociedade civil em geral.

Podem ser realizados, também, com a participação exclusiva de professores e alunos que objetivem,ao mesmo tempo, oferecer cooperação de natureza jurídica com forte traço educativo a comunidades carentes.

5.8 O Espaço da Pesquisa

A FDV possui, como diretriz e política institucional, a definição de que o processo de formação jurídicanão se completa no ensino formal, realizado em sala de aula ou, ainda, em outras modalidades comcaracterísticas inovadoras.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Entende a academia como o espaço necessário para a integração ensino e pesquisa, que deve acontecerde forma efetiva, sólida e comprometida com o desenvolvimento científico. Compreende ser responsabilidadeda instituição produzir conhecimento jurídico e não apenas socializar de conhecimentos, já consolidados pelaciência, ou que estejam sendo produzidos por outras instituições. Concebe a pesquisa não apenas comolevantamento bibliográfico, denominada, indevidamente, de "pesquisa jurídica", mas como investigação científicaque se submete aos critérios e às regras do percurso científico.

As atividades de pesquisa iniciam-se formalmente na instituição, na Disciplina Metodologia da PesquisaCientífica, quando o aluno tem seu primeiro contato com os conhecimentos relativos especificamente aosmétodos e técnicas de pesquisa, devendo, nessa ocasião, obter como resultado final a elaboração de umprojeto de pesquisa.

A monografia dá seqüência a esse aprendizado e o consolida, na medida que a aprovação de umprojeto de monografia é condição básica e indispensável para a sua execução. A construção do projetode pesquisa por si só já exige a apropriação de conhecimentos relativos à metodologia, à argumentaçãoteórica, ao uso da linguagem técnico-científica e à observância de regras e critérios condizentes com aprodução acadêmica, além da revisão crítica da literatura especializada e a organização do próprioconhecimento.

Constata-se que há pouca tradição em pesquisa em Direito no Brasil. Pode-se presumir que issose deve ao pragmatismo da maioria dos profissionais envolvidos na docência, em par te pela tradiçãoburocrática dominante na área ou, ainda, por se tratar de ciência aplicada. Assim, as IESs vão-sedistanciando da pesquisa. Esse não é o caso da FDV, que coloca a pesquisa como par te do processo deformação, indissociável do ensino superior e, portanto, par te de sua responsabilidade e compromissoinstitucional.

Dessa forma, assume seu lugar no cenário local e nacional, como instituição que transcende a condiçãode escola de 3º grau, colocando-se como centro de excelência científica.

Sustentando sua concepção acerca da relevância e indispensabilidade da pesquisa, a FDV investerecursos próprios nessa atividade por meio de três programas:

5.8.1 Programa de Incentivo à Iniciação Científica

Com lançamento de edital anual para Seleção de Projetos de Pesquisa e concessão de Bolsas deOrientação à Pesquisa e Bolsas de Iniciação à Pesquisa.

5.8.2 Programa de Articulação Científica Graduação Mestrado

Com desenvolvimento de Núcleos Temáticos organizados a partir das Linhas de Pesquisa do Mestradoque funcionam como grupo de estudos e realização de pesquisas científicas integrando professores do mestrado,mestrandos, professores e alunos da graduação.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

5.8.3 Incentivo e Apoio à Participação de Professores e Alunos em Editais de Pesquisa dosPrincipais Órgãos de Fomento do País

A Coordenação de Pesquisa atua no sentido de estimular professores e alunos dos cursos de graduaçãoe mestrado a participarem de editais de pesquisa lançados por órgãos de apoio à pesquisa, do estado e dopaís, compreendendo que a avaliação externa é fundamental à qualificação da pesquisa científica.

Participa da confecção dos projetos oferecendo orientação metodológica e apoio logístico.

5.9 Trabalho e Conclusão de Curso

A apresentação de trabalho é de caráter obrigatório para a conclusão do curso e será orientada por umprofessor da instituição.

Esse trabalho poderá ser uma monografia, conforme o Regulamento de Trabalho de Conclusão deCurso ou outra modalidade, a critério da instituição, desde que apoiada nos conteúdos desenvolvidos ao longodo percurso, revele rigor e possua organização específica, característica da modalidade escolhida.

Nesse sentido, outras produções intelectuais dos alunos poderão ser desenvolvidas na condição detrabalho de conclusão de curso, como atualmente já acontece, com a pesquisa acadêmica registrada naCoordenação de Pesquisa da FDV. A introdução dessas possibilidades demanda estudos e pesquisas, percursonecessário à preparação, planejamento e providências administrativas. A implantação deverá ser gradativa eajustada aos momentos pedagógicos da instituição que determinará a época própria, a partir do escopo docurrículo que orienta a formação do perfil de saída de alunos.

A defesa oral perante banca é obrigatória na instituição, tendo como objetivo ser mais uma oportunidadede aprendizado ao aluno que encontra nessa atividade um exercício prático da exposição e defesa de suasidéias, concepções e argumentação teórica.

A FDV entende que o professor é mais que um orientador do trabalho, assumindo a co-responsabilidadepelo resultado.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

6 A Constituição da Equipe DocenteOs cursos universitários no Brasil foram inspirados, segundo Darcy Ribeiro, em sua obra "A universidade

necessária", no padrão francês da universidade napoleônica. Embora não tenha sido transplantado na totalidade,esse modelo inscreveu características nos cursos brasileiros como: supervalorização das ciências exatas etecnológicas, com desvalorização da filosofia e das ciências humanas; departamentalização dos cursos dirigidosà profissionalização; caráter autárquico da escola de nível superior.

Dessa forma, faculdades e cursos superiores instalados no Brasil vieram, desde o início e, ao longo dasúltimas décadas, estruturando currículos voltados à profissionalização, apoiando-se em disciplinas, conteúdose metodologia, especificamente, dirigidos à construção de competências para áreas determinadas e respectivasespecialidades. Nessa perspectiva, os alunos são formados por um processo de transmissão de conhecimento.Como discorre Masetto (1998, p. 10),

Processo de ensino no qual conhecimentos e experiências profissionais sãotransmitidas de um professor que sabe e conhece para um aluno que não sabee não conhece, seguido por uma avaliação que diz se o aluno está apto ou nãopara exercer aquela profissão.

Nesse contexto, inicialmente, assumiram professores formados na Europa e, depois, com a expansãoda demanda, profissionais das diversas áreas do conhecimento. Na prática, profissionais renomados foramengajados nas equipes docentes, tendo o critério de seleção respaldado no sucesso profissional dos candidatose na posse do bacharelato. Basicamente, o princípio era que aquele que é competente na sua área sabeensinar. Como reforça Masetto (1998, p. 11): "Mesmo porque, ensinar significava ministrar grandes aulasexpositivas ou palestras sobre um determinado assunto dominado pelo conferencista, mostrar, na prática,como fazia; e isso um profissional sabia fazer".

Atualmente, já há o consenso sobre o novo perfil do docente. Não basta o conhecimento específiconuma área profissional. A docência, como qualquer profissão, exige competências específicas que não estãotacitamente construídas a partir de um diploma ou de um título de mestre ou doutor.

Posto isso, a instituição de ensino superior vê-se diante do desafio de instrumentar seus docentes, comméritos profissionais inquestionáveis, por meio de formação continuada, elegendo temas substantivos para reflexão,discussão e construção coletiva de práticas pedagógicas, para ressignificar o processo de ensino-aprendizagem.

6.1 Perfil do Professor

Considerando-se os princípios anunciados pelos marcos estruturantes do Projeto Político-Pedagógico,há um conjunto de expectativas em relação ao corpo docente, a fim de que se concretizem os objetivos docurso e o perfil de saída de alunos da FDV.

Por essa razão, a equipe docente deve ser composta por:

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

a) educadores que compreendam e vivenciem, em suas práticas profissionais, experiências de respeitoao potencial humano que há em cada indivíduo e tenham interesse em descobrir e estimular osurgimento de talentos;

b) educadores que percebam o aluno não apenas como receptor do conhecimento já pronto, para sermemorizado e reproduzido, mas como alguém capaz de construir o conhecimento por meio dediferentes percursos e de agir sobre ele. Configuram-se, nesse constructo, o caráter transformadordo ensino, projetado pelos marcos estruturantes adotados e por uma concepção de educaçãoanunciada. Nessa perspectiva, o professor é um interlocutor, um mediador, um parceiro mais experienteque aponta os rumos possíveis para que o aluno descubra e construa o conhecimento;

c) educadores que, respeitando as diferenças, transformem a sala de aula e os demais espaços deaprendizagem em ambientes propícios para o exercício da liberdade intelectual, articulado pelapresença de sólidos conceitos e princípios morais, éticos, sociais e jurídicos;

d) educadores preocupados em estabelecer novos caminhos para a relação professor e aluno, não só doponto de vista de adesão aos pressupostos institucionais, mas na consecução de práticas pedagógicasalinhadas por novas opções metodológicas, introduzidas nos diversos aspectos do ensino jurídico.

Espera-se um professor de Direito identificado com a proposta voltada para a problematização einteressado na discussão dos limites, contradições e rupturas da ciência que se propõe a ensinar, distanciando-se da ação meramente expositiva e arbitrária da reprodução. Espera-se competência de professores especialistas,impregnada pela intencionalidade da ação formativa. Para construir esse percurso, os professores deverão terdisposição e disponibilidade para integrar-se aos processos de formação continuada oferecidos pela FDV.

6.2 Dos Processos de Admissão do Docente

a) Para ser contratado, o professor deverá manifestar, formalmente, seu compromisso de participardos programas de capacitação docente oferecidos pela instituição, bem como de outros por elapropostos.

O interesse por manter-se em estado de permanente atualização é condição indispensável ao exercícioda docência na FDV;

b) A aula-teste é condição obrigatória de contratação, devendo o professor ser avaliado por umacomissão de três pessoas: o coordenador do curso de Direito, a pedagoga e outro profissionalindicado pela Direção Acadêmica. Quando o candidato possuir notório conhecimento e reconhecidacompetência didática, poderá ser dispensado da aula-teste, a critério da direção geral da FDV;

c) A apresentação e discussão da proposta pedagógica do curso serão feitas ao professor, antes dacontratação. Dessa forma, o profissional terá a oportunidade de questionar e manifestar suas opiniõesa respeito, decidindo sobre sua adesão ao projeto institucional.

6.3 Formação Continuada dos Docentes

A FDV entende a atividade docente como um exercício de permanente renovação, no qual o professorensina aprendendo e aprende, cotidianamente, a ensinar.

O desenho curricular e os objetivos a serem alcançados, tendo em vista o perfil de saída, apresentamdesafios importantes, tanto do ponto de vista metodológico, como na relação professor e aluno diante dosobjetos de aprendizagem.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Por essa razão, a instituição entende que dar suporte técnico ao professor, criar espaços de socializaçãode experiências, oferecer literatura alinhada e promover atividades de atualização são iniciativas importantespara facilitar o planejamento e a ação docente, com vistas à qualidade educativa.

Essa postura formadora está, portanto, ligada aos pressupostos de trabalho aos quais o profissionaldocente deve aderir como parte de seu compromisso com a instituição.

O programa de formação continuada na FDV abrange quatro eixos fundamentais: formação pedagógica,capacitação metodológico-científica, capacitação teórica e investimento na articulação entre docentes. Emtorno deles se desenvolvem ações e projetos balizados na freqüência e extensão, de acordo com as necessidadesdiagnosticadas nas demandas do corpo discente, nas solicitações dos docentes, nos interesses do alunado,em frente ao mercado de trabalho e, ainda, nas metas institucionais sujeitas a mudanças, em função dalegislação.

6.3.1 Formação Pedagógica

Considerando-se que os especialistas nem sempre tiveram, na formação inicial, conteúdos específicosda área pedagógica e que a FDV propõe um currículo que exige apuro didático e a utilização de técnicasfacilitadoras para a consecução de objetivos propostos, a instituição mantém permanentes atividades deformação nessa área.

6.3.2 Capacitação Metodológico-Científica

A FDV valoriza a atividade de pesquisa como diretriz e política institucional.

Docentes e discentes devem possuir qualificação mínima necessária ao entendimento, conhecimento,respeito e utilização da sistemática de investigação científica.

A instituição oferecerá curso de metodologia da pesquisa científica, além de encontros sobre normasda ABNT e orientação do Manual de Normalização da FDV, a fim de que os docentes e discentes possamtransitar por essas exigências com segurança e rigor.

6.3.3 Capacitação Teórica

A capacitação teórica contínua é condição inerente ao trabalho docente. Dessa forma, a instituição pedeo compromisso individual dos professores e assume sua função, na oferta de cursos/seminários para ocoletivo da instituição.

A FDV investe na capacitação e formação de seus recursos humanos e, em especial, de seu corpodocente, a partir de duas frentes de trabalho:

a) Política de apoio à realização de cursos de Mestrado e Doutorado de seu corpo docente efetivo, emsistema de co-responsabilização nos custos, após análise e enquadramento em critérios definidosem documentos próprios, dentro das seguintes linhas mestras:

• tempo de serviço na instituição;

• vínculo institucional;

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

• garantia de continuidade;

• compromisso de publicação.

b) Política de apoio à capacitação docente:

• os professores da instituição poderão assistir aos módulos dos cursos de especialização, sempreque desejarem, e obedecido planejamento com a coordenação de curso;

• a FDV apóia, financeiramente, a participação em eventos nacionais nos quais o professor apresentetrabalhos, frutos de pesquisas realizadas na instituição;

• a FDV dá apoio em outros eventos científicos.

6.3.4 Investimento na Articulação entre Docentes

A política institucional está direcionada para o trabalho em equipe e o respeito à produção e implementaçãocoletiva do currículo. A FDV entende ser necessário que os professores conheçam as idéias de seus pares, demaneira mais consistente, assim como conheçam as idéias e práticas daqueles que vivem e fazem a instituiçãoser aquilo que é.

Essa estratégia está baseada nos seguintes pontos:

a) realização de dois encontros semestrais com todos os professores, um antes do início do semestreletivo, e outro antes do término. A participação é obrigatória e representa o compromisso do professorcom a instituição;

b) realização de atividades culturais e de integração entre os docentes, visando à sinergia do grupo eao desenvolvimento da cooperação e de projetos em parcerias.

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7 AvaliaçãoA avaliação é um processo necessário em qualquer atividade. Sua execução no ambiente educacional

deve seguir pressupostos fundamentais para que se dê em defesa dos mais elevados objetivos educativos.Deverá levar em conta a isenção, a democratização e a aderência à concepção filosófica, epistemológica epedagógica da instituição.

Busca-se a coerência metodológica nas três dimensões das atividades avaliativas - aprendizagem,institucional e dos professores - pois o conjunto de procedimentos e instrumentos, bem como a análise e autilização dos dados devem revelar não só a intencionalidade da instituição, mas o protagonismo de seusatores que não podem ser vistos ou tratados meramente como objetos de avaliação. Nesse espaço depreocupação, inscreve-se a devolutiva da avaliação que deve prestigiar o viés formativo, para ser coerentecom os marcos estruturantes do Projeto Político-Pedagógico com que documenta a identidade institucional.

Dessa forma, a avaliação da aprendizagem, a avaliação de professores e a institucional não podemestar vinculadas a processos persecutórios, respaldados apenas em resultados esperados e sustentados poruma visão tecnicista e quantitativa.

O processo avaliativo deve ser conduzido na perspectiva de que é pela análise das dificuldades que sepode, entre outros fatores, alcançar patamares qualitativos progressivamente diferenciados e avançados.

Nesse contexto, é que os educadores viabilizam as funções diagnóstica, recuperadora, formativa,emancipatória e certificativa da avaliação.

7.1 Avaliação da Aprendizagem

Entre os maiores desafios da educação, em todos os níveis, figura a avaliação da aprendizagem. Háfatores de ordem epistemológica, pedagógica e política - relações de poder - que, constantemente, perpassamo processo avaliativo, tornando-o complexo.

No caso do ensino superior, é preciso ter em conta que, até hoje, há a predominância de uma lógicaclassificatória sobre a diagnóstica, formativa e recuperadora. Os professores universitários ainda, de modogeral, valorizam a competitividade, a ênfase na memorização de conteúdos e desvalorizam a introdução deprocedimentos de avaliação distintos das tradicionais provas.

Há uma condição prévia a ser considerada no sistema de avaliação: a de levar em conta a concepçãode educação explicitada no Projeto Político-Pedagógico da instituição. O sistema de avaliação indica umapedagogia e decorre de um processo de ensinar e aprender, assumido pela instituição, como apresentaLuckesi (1998, p. 85):

A avaliação da aprendizagem adquire seu sentido na medida em que se articulacom um projeto pedagógico e com seu conseqüente projeto de ensino. Aavaliação tanto no geral quanto no específico da aprendizagem não possuiuma finalidade em si, ela subsidia um curso de ação que visa construir umresultado definido.

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Há uma segunda questão a ser posta em análise: a abordagem que se faz sobre o conhecimento e aciência. Se a visão positivista e reproducionista está em pauta, há uma coerência imediata com os processosquantitativos de medição e com a expectativa reproducionista.

Por outro lado, quando há uma perspectiva de construção do conhecimento aliada à pesquisa, àmetacognição, ao desenvolvimento de competências e habilidades, como no caso da FDV, o modelo de avaliaçãodeve questionar os mecanismos, já enraizados na prática docente.

Há uma série de dificuldades a serem transpostas para que se atinja a consecução de uma avaliaçãomais abrangente que, sem descartar a aferição de conceitos sistematizados, alargue-se para a análise dosaber fazer, da autonomia para aprender e desencadeie a função prognóstica para alunos e professores.

A primeira dificuldade situa-se na exigência posta para o aluno do ensino superior que egressará dagraduação como profissional.

Essa exigência inclina-se, ainda, para a formação de um "estoque" de conhecimentos e de conceitosque poderão estar ultrapassados, quando o aluno for exercitar sua atividade profissional, ou seja, oensino das ciências não acompanhou mudanças velozes que ocorreram nas formas de produção daciência.

O obstáculo a ser superado nessa dimensão é fazer com que "as habilidades de intervenção noconhecimento sejam mais valorizadas do que a capacidade de armazená-lo" (CUNHA, 2000, p. 183). Nessesentido, é fundamental a idéia indissociável de ensino-pesquisa como prática pedagógica e a visão do errocomo um fator propulsor do avanço no conhecimento e não como falta, desprestígio.

Nessa perspectiva, os procedimentos de avaliação devem propor instrumentos que não só requeiram areprodução do conhecimento acumulado, mas instiguem o sujeito a trabalhar sobre esse mesmo conhecimento,interagindo. Investigação, observação e análise da realidade, interpretação de textos e dados, produção textual,resolução de problemas, formulação de hipóteses, planejamentos, projetos individuais e coletivos são algumasdas propostas que concretizam a avaliação nessa esfera.

A adoção de provas e mesmo de testes, dependendo de que conteúdos se quer avaliar e que objetivosse têm em tela, não pode ser descartada. Provas dissertativas, com consulta, individuais, em duplas e grupos,se bem preparadas, podem propiciar a metacognição, a relação de conceitos, sua historicidade e suaaplicabilidade. Caracteriza-se aí, também, a possibilidade de a avaliação ser um momento privilegiado deaprendizagem em que o aluno confere a produção realizada, busca informações complementares e faz umdiagnóstico das lacunas ou desvios.

As posturas pedagógicas - o que e como ensinar, o porquê ensinar e, conseqüentemente, o que e comoavaliar - são diferentes em cada grupo profissional e sofrem peso valorativo distinto. Por isso, a avaliação noensino superior não se respalda somente em bases pedagógicas e epistemológicas, mas apela para interessesespecíficos de cada área de formação. Entretanto, seja qual for a direção do curso, o avaliador não pode restringira avaliação à perspectiva da produtividade e eficiência - modelo neotaylorista - sob pena de ignorar a perspectivaacadêmico-crítica que tem como foco a capacidade de produção e transformação no contexto científico e social.Nesse sentido,

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

A tecnificação da formação produz com mais ou menos eficiência o ajuste daformação profissional às exigências do mercado, mas nega o sentido públicoda educação, sufoca sua função iniludível de formar profissionais competentestecnicamente e que sejam, também, e ao mesmo tempo cidadãos ativos ecríticos (DIAS SOBRINHO, 2000, P. 137).

É necessário, então, avançar na discussão da lógica que preside a avaliação. Toda a reflexão ética evalorativa, o compromisso com a formação da consciência crítica podem ser descartados se a ênfase dosobjetivos avaliativos repousar, exclusivamente, na produtividade marcada pelos interesses do mercado. Nãopodemos ignorar as tendências do contexto na formação profissional. Por outro lado, o compromisso educacionalextrapola o limite das necessidades imediatas, para construir bases mais profundas e sólidas, a partir dasquais o sujeito pode vir a avançar tanto do ponto de vista cognitivo, quanto em termos da atuação social epolítica. A avaliação cumpriria, então, a função emancipatória.

Como reforça Dias Sobrinho (2000, p. 78):

[...] o conhecimento e a formação são bens públicos e têm função pública quenão se restringe à mera capacitação profissional, porém concerne aodesenvolvimento da sociedade em suas dimensões plenas e à consolidaçãoda nacionalidade.

Nessa direção, a FDV tem seu sistema de avaliação respaldado pela concepção de que o processoavaliativo deve ultrapassar a mera medição e as funções cumulativa e certificativa, avançando na dimensãoqualitativa, a partir das funções diagnóstica, formativa, recuperadora e emancipatória.

Dessa concepção decorrem:

a) a valorização da auto-avaliação como instrumento de conscientização e desenvolvimento, criandoespaços para o diálogo e apuração de necessidades no âmbito da formação, da ação e dos objetivosespecíficos, criando a gestão de desempenho;

b) a preocupação com a avaliação de conteúdos conceituais/factuais/técnicos, conteúdosprocedimentais e atitudinais;

c) o enfoque na formação de professores, desenvolvendo cultura da avaliação que ultrapasse o patamarda verificação calcada no paradigma positivista, instrumentado pela lógica exclusiva da reproduçãodo conhecimento;

d) a preocupação em diversificar instrumentos, dando peso valorativo igual aos que conferemsistematização de conhecimentos e aos que investigam competências e habilidades.

7.2 A Responsabilidade da Certificação

Valorizar as diferentes funções da avaliação não significa minimizar exigências ou ignorar a necessidadedo domínio refinado de conhecimentos acadêmicos e técnicos.

Quando tratamos das funções, falamos dos usos desejáveis da avaliação no processo educativo e deformação profissional o que não supõe a aceitação de resultados subdimensionados.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

A certificação não pode ser sustentada pela mediocridade, pois há um compromisso social e políticoassumido tanto em relação aos alunos que depositam seu crédito na instituição, como em relação à sociedadeque absorverá profissionais formados pelo estabelecimento de ensino superior.

A avaliação exigente de cunho cumulativo e certificativo é inerente à responsabilidade de profissionalizarpara o amplo e complexo mercado de trabalho.

Avaliar competências e habilidades não exclui a avaliação de conhecimentos organizados e sistematizados,pois é justamente a partir deles e por meio do uso desses conhecimentos que se pode avaliar o domínio dosaber fazer, âmbito de competências e habilidades.

O mapa curricular do curso de Direito pode ser dividido em três partes:

a) parte fundamental e reflexivo-crítica;

b) parte profissionalizante ou técnico-jurídica;

c) parte prática.

Sobre as três incide a avaliação cumulativa e certificativa, buscando a excelência de modo que o cursocumpra suas funções colocando profissionais competentes, críticos e éticos no exercício da profissão.

O sistema de avaliação de alunos da FDV encontra-se no Capítulo V do Regimento Escolar.

7.3 Avaliação de Professores

São claros os impactos das grandes transformações na área da educação. Numa instituição de ensino,esses impactos têm reflexos substantivos na dimensão institucional (ideário, projeto institucional, currículo,planos de ensino), na dimensão organizacional (recursos administrativos, recursos humanos, gestão) e nadimensão sistêmica (relações formais e não-formais, funções, papéis, desempenho).

O educador vê-se diante de tarefas e exigências complexas, algumas originais, com as quais, nãonecessariamente, teve contato, ao longo de sua carreira docente.

Ser educador em tempo de transformações, rupturas e contradições supõe uma ressignificação de suaprofissionalidade em que novas perspectivas estão presentes, alimentando expectativas diferenciadas quantoao seu desempenho. Espera-se que o professor de hoje tenha habilidades e características, como flexibilidade,dinamismo, criatividade, capacidade para gerir situações novas e tomada de decisões, conhecimento específico(área de especialização), adesão ao projeto institucional e disponibilidade para reflexão na ação e sobre a açãoem programas de formação, além de espírito empreendedor.

Ser professor significa aprender enquanto ensina e estar voltado para o ensinar a aprender.

O Projeto Político-Pedagógico da FDV, que privilegia a transformação e a autonomia, exige um perfil deprofessor que seja:

a) orientado para a pesquisa: os professores que são pesquisadores são capazes, também, de ajudara formar alunos pesquisadores, investigadores que explorem problemas colocados no cotidiano, nasociedade maior e no conteúdo do curso;

b) socialmente contextualizado e consciente do poder: sintonizados com o contexto social em mutação, taisprofessores questionam a realidade e seus efeitos neles mesmos, nos seus alunos e no tecido social;

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

c) ancorado na concepção de conhecimento: neste contexto, o conhecimento deve ser produzido poruma interação de professores e alunos;

d) dedicado à profissionalidade: mostrando interesse pelo aperfeiçoamento da prática pedagógica;

e) voltado à participação no contexto: operando numa educação baseada na pesquisa, os professoresmelhoram suas habilidades para se conectarem com a consciência dos alunos. No processo deapreender as preocupações de seus alunos, os professores desenvolvem suas habilidades parabasear e expandir aquelas preocupações nos contextos de aprendizagem;

f) consciente da reflexão social e crítica: preocupando-se com o sentido social do conhecimento, coma educação democrática e autodirigida;

g) comprometido com a eficácia da ação: preocupando-se não só com o ensino, mas voltado para aaprendizagem;

h) comprometido com a dimensão afetiva do ser humano: focado na sensibilidade e no pluralismo.

Se as grandes transformações exigem novas competências e habilidades, há um novo olhar, também,para a avaliação de desempenho que assume novas funções, utilizando-se de metodologias distintasdas tradicionalmente usadas, mais calcadas numa visão tecnicista.

Diante desse perfil profissional e da proposta pedagógica, propõe-se a avaliação dos docentes comnovas perspectivas:

a) desloca a ênfase exclusiva na especialização para a valorização da visão mais integrada do trabalhocom o currículo e o contexto social;

b) agrega valor à criatividade e à inovação no conjunto das experiências docentes;

c) questiona a segurança do conhecimento acumulado e valoriza o interesse em enfrentar desafios,participar de mudanças e aprender continuamente;

d) desloca o enfoque exclusivo da excelência de desempenho para as possibilidades de desenvolvimentodo potencial;

e) valoriza a participação nos trabalhos em equipe e no desenvolvimento do projeto institucional.

Reinventar a avaliação dos professores não é um desafio só para o professor, mas supõe uma mudançade perspectiva da própria instituição na ressignificação dos processos avaliativos e na concepção daprofissionalidade docente que valoriza o sujeito autônomo, participante, agente de sua própria formação.

A avaliação de desempenho, nesse sentido, visará à identificação de oportunidades e necessidades,viabilizando a oferta de possibilidades para o desenvolvimento pessoal e coletivo, além de soluções paraproblemas emergentes.

Para que a avaliação de desempenho possa, efetivamente, sair da formalidade organizacional eencaminhar-se para um processo formativo de interesse dos professores, a instituição deverá garantir critériosde imparcialidade e confidencialidade, utilizando instrumentos que, efetivamente, dêem um retorno de valor.

Tendo em vista, estimular mudanças positivas e ser instrumento para a compreensão de processos, oretorno deve ser justo, construtivo e consistente.

Especial espaço deverá ser destinado à auto-avaliação periódica com vistas ao levantamento denecessidades no âmbito da formação, da ação e da inserção nos objetivos educacionais propostos peloprojeto institucional, dando oportunidades para a gestão do desempenho.

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

Assume-se, cada vez com mais convicção, que o principal mediador da condutadocente é o seu próprio pensamento, o conjunto de percepções, atribuições edecisões que o professor vivencia mentalmente. Este complexo processo mentalé a principal causa da natureza das atuações docentes. Daí a conveniência dedesenvolver no professor, as capacidades de auto-observação e auto-análise(ROSALES, 1990, p. 153).

Alguns procedimentos poderão ser utilizados para construir a avaliação nessa perspectiva:

a) Preenchimento de ficha cumulativa com o registro das percepções e do "feed-back" periódico. Esseinstrumento será construído com o corpo docente, de modo a incorporar sugestões e a definição doformato;

b) Construção de registro individual e/ou coletivo de processos que permitam a revisão e/ou reorientaçãode percurso, bem como a documentação de avanços e conquistas;

c) Elaboração de portfólio com o registro de cursos de extensão, especialização, pós-graduação,publicações, pesquisas e demais realizações nas áreas específicas e de ensino.

Pensando na eficácia do processo de avaliação, a FDV procurará:

a) que todos os sujeitos implicados compreendam e partilhem os diversos momentos da avaliação;

b) que os objetivos sejam previamente conhecidos e negociados no contexto da cultura local;

c) que a avaliação seja coerente com as metas individuais e coletivas;

d) que a avaliação seja considerada como instrumento de melhoria, buscando o equilíbrio entre controle,regulação e autonomia.

7.4 Avaliação Institucional

A avaliação institucional constitui-se num processo contínuo de investigação crítica para a identificaçãoda excelência e das dificuldades do projeto em desenvolvimento. Esse processo deve desencadear umaintervenção intencional, geradora de estudos, reflexões, (re)leituras e movimentos cotidianos em direção atransformações qualitativas, no âmbito acadêmico e de relevância social. Essa intervenção inscreve-se numcontexto de grandes transformações que trazem desafios significativos para a educação, em termos daconsecução de sua função social.

O neoliberalismo e a globalização impulsionaram a nova ordem mundial sob a influência das novastecnologias, das políticas macroeconômicas, da internacionalização dos mercados de trabalho e do intercâmbiosociocultural.

Essa nova perspectiva econômica assume algumas posições de urgência na vida social, inclusive daeducação, invadindo-a, muitas vezes, sem ética, priorizando-a como mercadoria.

Por outro lado, a revolução tecnológica vem beneficiando somente uma pequena parte da populaçãomundial, excluindo de seu alcance milhões de indivíduos, em todo o mundo. Nesse sentido, a avaliaçãopode ser um instrumento substantivo para a instalação de um processo conscientizador da instituição, nainstituição e para a sociedade em geral, se adotar critérios que valorizem o verdadeiro, o justo e o bem, alémdaqueles que visam à aferição da eficiência e rentabilidade. É preciso lutar pela concepção e pela prática de

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

uma educação superior que contribua para a melhoria de toda a sociedade, formando cidadãos responsáveis,capazes de aprender com autonomia e vinculando suas atividades aos princípios da ética e do rigor científico.

Não há como contrapor excelência acadêmica e relevância social. Ao contrário, a questão central daqualidade de ensino reside, entre outros aspectos, na construção de uma sociedade mais justa. Assumir essaperspectiva supõe liberar a capacidade crítica e criativa. Exige esforços daqueles que, na vida universitária,acreditam na necessidade de recuperar e transformar, estruturalmente, o mundo em que vivemos.

Não basta atender à demanda que o ensino público não pode satisfazer. É necessário que o ensinooferecido, no cenário privado, ultrapasse a mera transmissão de conhecimento, caminhando para aformação de indivíduos capazes de par ticipar ativamente da economia globalizada e da sociedade doconhecimento.

7.4.1 O Processo de Auto-Avaliação da FDV

A visão da FDV é ser referência nacional de qualidade no ensino superior em suas áreas de atuação.Para enfrentar esse desafio, a instituição tem plena consciência de que é necessário o envolvimento de toda acomunidade acadêmica em torno de um objetivo único, qual seja, a constante busca da excelência no ensino.Várias iniciativas são empreendidas nessa direção, trazendo para o âmbito das discussões as opiniões detodos, de forma aberta e voluntária. Dentre elas, destacamos a Avaliação Institucional.

A Auto-Avaliação Institucional da FDV é um processo de autoconhecimento permanente e participativoque envolve o corpo docente, o corpo discente e os funcionários da instituição, sempre em consonânciacom sua identidade institucional. O propósito é desenvolver a qualidade da oferta educacional em todos osseus aspectos, confirmando a responsabilidade e o compromisso da FDV em garantir uma educação superiorcom excelência. Por isso, o processo avaliativo tem caráter diagnóstico e formativo, além de ser global eeducativo.

Ao propor um processo permanente de avaliação, a instituição busca uma prática democrática, coletiva,pautada na efetividade, fundada na ética e que represente o ethos universitário.

O objetivo geral da Auto-Avaliação é o aperfeiçoamento sistemático do Projeto Institucional daFDV, a par tir da análise das múltiplas dimensões do processo educacional da instituição. Maisespecificamente, busca-se refletir em que medida a grade curricular dos cursos, as atividadesinterdisciplinares, a produção científica e os grupos de estudos, as atividades de extensão, a integraçãoensino/pesquisa/extensão, a comunicação, o núcleo de prática jurídica, os estágios, a infra-estrutura, aprática pedagógica dos professores e os cursos e atividades da pós-graduação têm contribuído para ocumprimento dos propósitos da FDV, no que tange ao ensino, pesquisa e extensão, estabelecidos noPlano de Desenvolvimento Institucional.

As orientações e instrumentos utilizados na Auto-Avaliação Institucional da FDV têm como referência aLei de Diretrizes e Bases nº 9.394 de 20-12-96, as Diretrizes Curriculares de cada curso, o Decreto nº 3.860e a Lei nº 10.861, que institui o Sistema de Avaliação.

A avaliação deve trazer para o cotidiano informações organizadas que possam contribuir para a tarefade intervir e construir no percurso, permanentemente tenso e denso da formação e informação, desvelando à

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PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

própria instituição a realidade circundante, nas devidas dimensões e expressões. Os resultados devem serutilizados como referência para a definição dos rumos da instituição em curto, médio e longo prazo.

A FDV tem como um dos propósitos a incorporação, com pertinência, de novos procedimentos, inovaçõese perspectivas. Essa disposição de criar, facilitar e implementar dispositivos, no nível da docência e discência,que favoreçam a circulação de idéias, projetos, publicações e programas, visa à consecução sistemática egradativa da formação social e à construção da melhoria de sua qualidade.

Nessa direção, a avaliação traz a perspectiva da construção par ticipativa, apelando para aresponsabilidade coletiva dos agentes universitários, não se confinando em "[...] simplificações, a esquemasabreviados e conclusões rápidas para uso imediato" (DIAS SOBRINHO, 2000, p. 16), nem derivando para ocaráter fiscalizador e punitivo. Deseja-se a autoconsciência institucional como base para a tomada de decisõescom o objetivo do aperfeiçoamento. A avaliação tem, portanto, ênfase proativa e construtiva, propiciando aconstrução/reconstrução do Projeto Político-Pedagógico.

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Projeto do Curso de Direito Integral

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SUMÁRIOProjeto do Curso de Direito Integral .......................................................................................................................... 43

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 47

2 FUNDAMENTOS ..................................................................................................................................................... 48

3 DURAÇÃO E HORÁRIO ........................................................................................................................................... 48

4 CURRÍCULO ......................................................................................................................................................... 494.1 CONTEÚDOS JURÍDICOS ......................................................................................................................................... 494.1.1 Conteúdos curriculares obrigatórios .................................................................................................................. 494.1.2 Disciplinas opcionais ....................................................................................................................................... 494.1.3 Preparação para concursos ................................................................................................................................ 494.2 FORMAÇÃO COMPLEMENTAR .................................................................................................................................... 504.2.1 Idiomas estrangeiros ....................................................................................................................................... 504.2.2 Discussão de atualidades ................................................................................................................................. 514.2.3 Interlocução do Direito com outras áreas do conhecimento ................................................................................ 514.2.4 Gerenciamento das finanças pessoais e empresariais ......................................................................................... 514.2.5 Trabalho em equipe e relacionamento interpessoal ............................................................................................ 514.3 VIVÊNCIA PROFISSIONAL ....................................................................................................................................... 524.3.1 Diálogo profissional ........................................................................................................................................ 524.3.2 Atividades simuladas ....................................................................................................................................... 524.3.3 Contextualização de conteúdos ......................................................................................................................... 524.3.4 Estágio supervisionado .................................................................................................................................... 53

5 OUTROS DIFERENCIAIS .......................................................................................................................................... 545.1 ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO. PROFESSOR-TUTOR ................................................................................................. 545.2 ESTÁGIO NO EXTERIOR ........................................................................................................................................... 545.3 ATIVIDADE JURÍDICA POR TRÊS ANOS PARA OS EGRESSOS ........................................................................................... 55

6 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS NO CURSO INTEGRAL ....................................................................... 566.1 HABILIDADE E COMPETÊNCIAS GERAIS ..................................................................................................................... 566.2 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DO CURSO DE DIREITO ............................................................................. 576.2.1 Leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos,

com a devida utilização das normas técnico-jurídicas ......................................................................................... 576.2.2 Interpretação e aplicação do Direito ................................................................................................................. 586.2.3 Utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito .......................................... 586.2.4 Utilização de processo, atos e procedimentos para a atuação técnico-jurídica, em diferentes instâncias ................ 596.2.5 Correta utilização da terminologia jurídica da ciência do Direito ......................................................................... 596.2.6 Utilização do raciocínio jurídico, lógico, argumentativo e dialético ..................................................................... 596.2.7 Julgamento e tomada de decisões .................................................................................................................... 606.2.8 Domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito ..................................... 60

7 ESTRATÉGIAS ....................................................................................................................................................... 617.1 UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA .................................................................................................................................. 617.2 PEDAGOGIA DE PROJETOS ...................................................................................................................................... 61

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7.3 VISÃO INTERDISCIPLINAR ...................................................................................................................................... 627.4 MODOS DE INTEGRAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA ............................................................................................................. 627.5 PESQUISA ........................................................................................................................................................... 63

8 ORGANIZAÇÃO DO CURSO ...................................................................................................................................... 64

9 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................................................... 65

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

1 IntroduçãoOs cursos de graduação em nível superior, tradicionalmente, apresentam conteúdo teórico e estimulam

o conhecimento de conteúdos relacionados à formação profissional, além de oferecer atividades práticas quecolocam o aluno em permanente contato com a realidade, possibilitando a aplicação da teoria apreendida.

O curso de Direito da FDV vem realizando, com sucesso, a proposta de formar profissionais competentese inteiramente aptos a ingressar no mercado de trabalho. Os índices de aprovação nos exames da Ordem dosAdvogados do Brasil e em concursos públicos, de ingressos em programas de mestrado e de contrataçõespor instituições privadas demonstram que a inserção profissional dos graduados pela FDV é uma realidade.

Mesmo diante da atestada qualidade dos seus egressos, a FDV entende que pode contribuir ainda maispara a formação de profissionais altamente capacitados. Após observar e acompanhar o desempenho do seualunado por mais de dez anos, sente-se capaz de oferecer um curso de Direito com formação ampliada, capazde proporcionar, além do arcabouço teórico e prático tradicionais, outros conteúdos, outras atividades, outrasexperiências, que complementem a formação pessoal e profissional, para um mercado de trabalho cada vezmais exigente e diversificado.

Com base nessa concepção, a FDV lança o curso de Direito Integral. Nessa modalidade, além dosconteúdos tradicionais do curso Modelo, os alunos contarão com formação complementar, que estimulará orefinamento na análise das questões jurídicas e sociais e possibilitará o desenvolvimento das capacidades deargumentação, de interpretação e de contextualização dos fenômenos jurídicos. Tudo isso em constante esólido compromisso com a ética, valorizada como postura diante da vida.

O curso de Direito Integral oferece diferentes oportunidades de formação, expondo o aluno a novasmetodologias e a uma abordagem interdisciplinar do conteúdo, visando a auxiliá-lo na construção da autonomianecessária ao exercício do Direito, ao alcance da Justiça e à contribuição com o desenvolvimento da cidadania.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

2 FundamentosOs marcos fundamentais do curso de Direito Integral encontram-se inseridos no Projeto Político-

Pedagógico da FDV.

No marco situacional, a instituição repensa todos os ângulos e aspectos do ensino do Direito, partindodas novas demandas da comunidade jurídica. Nesse exercício, reflete sobre a figura do educando comosujeito do processo de apropriação do conhecimento e busca oferecer meios para que o aluno pense demaneira crítica e criativa acerca do papel que desempenhará como profissional.

No marco epistemológico, ao explorar as conseqüências das mudanças paradigmáticas, declara umnovo olhar sobre a construção do conhecimento, sobre as práticas educativas, sobre as relações entre professore aluno e sobre a própria concepção de formação profissional no ensino superior.

No marco pedagógico, a instituição declara sua opção pelo currículo voltado para o desenvolvimentode habilidades e competências, o que implica um ambiente pedagógico caracterizado pela adoção de alternativasmetodológicas inovadoras, dinâmicas e ativas, centradas no estudante como protagonista do próprioaprendizado.

3 Duração e HorárioO curso Integral terá a duração de cinco anos, que correspondem ao tempo mínimo exigido pelo Ministério

da Educação e Cultura para graduação em Direito, e se desenvolverá nos períodos matutino e vespertino.

Ao longo da graduação haverá horários destinados às disciplinas jurídicas tradicionais, às atividadescomplementares específicas do Integral, ao estudo individual, bem como períodos destinados aos estágiossupervisionados, que terão uma evolução temporal gradativa no decorrer do curso.

As aulas e atividades do período matutino se desenvolvem das 7h30min às 11h10min. O períodovespertino tem início às 14h e término às 18h30min.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

4 CurrículoO currículo do curso de Direito Integral se estrutura sobre três diferentes bases: os conteúdos jurídicos,

a formação complementar e a vivência profissional. A FDV entende que tais bases são interdependentes eindispensáveis à completa formação do profissional do Direito.

4.1 Conteúdos Jurídicos

4.1.1 Conteúdos curriculares obrigatórios

Todo curso superior tem o compromisso, junto à sociedade, de certificar o aprendizado dos conteúdosespecíficos, necessários à atuação profissional em uma determinada área. As Diretrizes Curriculares Nacionaisdo Curso de Graduação em Direito - Resolução nº. 9/2004, da Câmara de Educação Superior do ConselhoNacional de Educação - organizam esses conteúdos em dois eixos, o de formação fundamental e o de formaçãoprofissional.

Antropologia, Ciência Política, Economia, Ética, Filosofia, História, Psicologia e Sociologia compõem oeixo de formação fundamental. Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal,Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do Trabalho, Direito Internacional e Direito Processual fazem parte doeixo de formação profissional.

A oferta de sólida formação jurídica é um compromisso institucional que se mantém no Integral deforma reforçada, até mesmo em razão da maior carga horária do curso. Os conteúdos do eixo fundamentalserão trabalhados de forma contextualizada com o Direito em atividades teóricas e práticas. O uso de novasmetodologias e a integração com as práticas profissionais proporcionarão a ampliação dos conteúdos e oaprofundamento temático do que está contido no eixo de formação profissional.

4.1.2 Disciplinas opcionais

Afora as disciplinas já alinhadas na matriz curricular, o aluno do curso Integral terá acesso a disciplinasopcionais como forma de enriquecer o seu currículo.

O discente que já tenha identificado sua área de afinidade poderá aproveitar o período final da graduaçãopara aprofundar seus conhecimentos jurídicos de forma específica e direcionada aos seus interessesprofissionais futuros.

O aluno que, porventura, ainda não tenha proximidade com uma área específica, poderá aproveitar a ofertadas disciplinas optativas para alargar seu conhecimento nos diversos ramos do conhecimento geral e jurídico.

4.1.3 Preparação para concursos

O ingresso nas mais diversas carreiras jurídicas depende de aprovação em provas eliminatórias. Paraatuar na advocacia é preciso obter êxito no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Para as carreiraspúblicas, há seleção por meio de concurso.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

O conhecimento necessário para aprovação nessas provas é ministrado nos cursos de Direito tradicionais,mas o aluno pode ser treinado e direcionado de forma específica para submeter-se a esse tipo de avaliaçãocom mais chances de êxito.

Assim como o ensino médio utiliza estudo dirigido e treino para que o estudante obtenha aprovação novestibular, o ensino superior de Direito pode fazer uso dessas metodologias aplicadas para tornar seus alunosaptos a enfrentar exames e concursos públicos.

Os conteúdos jurídicos serão exigidos dos alunos em formato de provas eliminatórias, por meio desimulados que serão aplicados periodicamente. O objetivo desse exercício será preparar o aluno para o ingressona advocacia ou na carreira pública.

4.2 Formação Complementar

A formação complementar é, ao lado da ampliação e aprofundamento de conteúdos do curso Modelo,o grande diferencial do Integral. Esse curso oferece conteúdos não insertos nos cursos de Direito, masimportantes para a formação de um profissional diferenciado.

O aluno do Integral estará exposto a um maior número de situações formativas. O maior tempo depermanência na Instituição permitirá que o discente seja estimulado ao conhecimento dos aspectos sociais,políticos, econômicos e artísticos relevantes, bem como levado a identificar os pontos de articulação entreesses diversos contextos com o Direito.

O aluno terá a oportunidade de contextualizar o seu objeto de estudo e, para tanto, será instigado aconhecer o funcionamento das diversas áreas do sistema sócio-cultural por meio de debates, visitas orientadas,análise de documentários, filmes, peças teatrais, obras de arte, dentre outros.

As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito - Resolução n.º 9/2004 daCâmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação - reconhecem a importância da formaçãocomplementar ao incluir as “atividades complementares” como componente curricular. O curso de DireitoIntegral oferece essa formação complementar necessária de forma integrada aos demais conteúdos e atividades,potencializando o seu aproveitamento.

4.2.1 Idiomas estrangeiros

O curso Integral valorizará o estudo do inglês e do espanhol como forma de ampliar a capacitação deseus alunos para a atuação no campo jurídico e, com esse intuito, promoverá análises e debates sobre adoutrina, a jurisprudência e as legislações estrangeiras.

O mundo globalizado exige que o profissional comunique-se em outros idiomas, além do seu originário.A capacidade de comunicação em língua estrangeira apresenta duas vertentes: a coloquial e a que utilizatermos técnicos.

Com o objetivo de possibilitar a compreensão de textos jurídicos em espanhol e inglês, o Integraldirecionará o estudo de tais idiomas ao vocabulário específico da profissão, fortalecendo, consequentemente,também a linguagem coloquial.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

4.2.2 Discussão de atualidades

Parte dos alunos que ingressa no ensino superior ainda não desenvolveu o hábito de ler jornais erevistas e de assistir aos noticiários televisivos com visão crítica. Tal prática, contudo, é extremamente importantepara qualquer profissional e, em especial, para os que atuam no campo jurídico, lidando com conflitos sociais.

No bojo das atividades do Integral serão criados espaços para a análise e debate dos acontecimentosnoticiados pela imprensa nacional e internacional, a fim de que a competência da leitura crítica se aprimore apartir da intertextualidade e de que a produção de sentidos gere novo olhar sobre as questões específicas daárea jurídica.

4.2.3 Interlocução do Direito com outras áreas do conhecimento

O operador do Direito desempenhará melhor suas funções se dominar, também, determinados conteúdosnão jurídicos. Ao profissional que atua na área tributária impõe-se saber contabilidade. Aquele que exerceatividade no campo do Direito Empresarial, além de conhecimentos contábeis, deve ter noções de administraçãode empresas. Já os que optam pelo Direito de Família atuarão com maior eficiência se empregarem osfundamentos da psicologia para compreender as relações familiares. Criminologia e psiquiatria forense, porsua vez, são conhecimentos de grande relevância para aquele que opera na área do Direito Penal.

A proposta do curso Integral é trabalhar conteúdos não-jurídicos que se relacionam com a atuação doprofissional do Direito e que certamente agregarão valor a sua formação, como os exemplificados anteriormente.

4.2.4 Gerenciamento das finanças pessoais e empresariais

Para que o aluno tenha resultados econômicos positivos, seja no aspecto pessoal ou no empresarial, énecessário que tenha acesso a informações básicas sobre administração e finanças.

Atualmente, a educação financeira é tida como um aspecto relevante na formação de um profissionalcompetente. Ao aluno do Integral serão oferecidas atividades relacionadas ao gerenciamento das finançaspessoais e empresariais.

4.2.5 Trabalho em equipe e relacionamento interpessoal

Integrar, coordenar ou liderar equipes de trabalho é uma realidade de toda e qualquer profissão. Oadvogado não trabalha isolado. Em regra, atua ao lado de outros colegas e conta com colaboradores paradesempenhar seu trabalho. O magistrado atua em um cartório que possui um bom número de funcionários.Essa realidade, a convivência com um grupo de pessoas, repete-se em todas as profissões jurídicas.

Técnicas de trabalho em equipe, além de discussões e dinâmicas voltadas ao relacionamento interpessoalsão conteúdos a serem abordados de forma teórica e prática, a fim de que o aluno seja, constantemente,instigado a construir, coletivamente, soluções para os desafios que serão apresentados durante o curso.

Esses conteúdos visam propiciar a construção das competências de liderança e de trabalho em equipe,que exigem habilidades relativas à convivência social, à gestão de desempenho e à análise de cenários futuros.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

4.3 Vivência Profissional

A prática é o terceiro eixo de formação dos cursos de Direito. O Integral, partindo de sua propostaampliada, transforma a prática jurídica em vivência profissional, proporcionando o contato com o mercadodesde o primeiro ano do curso, por meio de diferentes atividades.

4.3.1 Diálogo profissional

O Direito é um curso que abre a possibilidade de se abraçar diferentes carreiras. A Ordem dos Advogadosdo Brasil listou mais de 30 profissões jurídicas. O contato com a realidade das diferentes alternativas que seabrem ao profissional é muito importante para que sua escolha seja correta.

O diálogo profissional será desenvolvido por meio de encontros com profissionais das diferentes carreirasjurídicas do Direito. Nesses encontros, os alunos encontrarão subsídios para desvendar a realidade de cadauma das profissões e a situação de mercado.

4.3.2 Atividades simuladas

As simulações já são bastante utilizadas no âmbito acadêmico, em virtude da aprendizagem e experiênciaque proporcionam aos participantes. Sabe-se que pilotos de aeronave treinam em simuladores de vôos e queos bombeiros praticam resgates fictícios. Na área do ensino jurídico não há porque ser diferente.

A simulação no campo do Direito consiste na reprodução de um modelo de atuação jurídica real, noqual o estudante irá atuar em papéis reais de advogados, juízes, promotores, políticos, legisladores, diplomatas,gestores de negócios, entre outros.

As mais diversas atuações do profissional da área jurídica serão objetos de simulações. Atendimento aclientes, mediações, audiências, júris, sessões de tribunais, entre outros, serão simulados pelos alunos.

Dessa forma, os participantes desenvolverão competências como oratória, solução de conflitos, liderança,trabalho em equipe, redação, além de obterem uma compreensão mais ampla da sociedade, do mundo, namedida em que terão a oportunidade de analisar as situações propostas a partir de diferentes perspectivas,participando como debatedores, e não como meros espectadores.

4.3.3 Contextualização de conteúdos

A experiência vivida dentro de uma instituição de ensino, por mais rica e fiel que seja, não substitui oprecioso contato com a realidade da profissão. Por esse motivo, a inserção dos alunos no contexto profissionalestará presente desde o primeiro ano do curso.

O acompanhamento de atos judiciais e outras atividades desenvolvidas pelos profissionais do Direitoserão uma constante. As atividades propostas não estarão restritas a visitas a órgãos públicos ou privados.Todo o acompanhamento a atividades reais será uma forma de aprofundar o conhecimento teórico, pois oaluno não se limitará a assistir a uma audiência. Ele estudará previamente o caso, analisará o que deverá ser opróximo passo e após assistir a atividade, debaterá o que presenciou com o grupo-classe e o professor.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

4.3.4 Estágio supervisionado

Diferentes modalidades de estágio de atuação profissional estão previstas para o Integral: os estágiosde observação, de participação e de intervenção.

Nos três primeiros anos do curso, serão introduzidos os estágios de observação e de participação a fimde colocar o aluno em contato com a realidade e permitir que a escolha do seu futuro estágio de intervençãoseja realizada de acordo com a profissão que deseja seguir.

Os estágios de observação colocarão o aluno no ambiente profissional na qualidade de observador.Essa experiência permitirá conhecer a rotina, os costumes, a organização e o funcionamento dos órgãosjudiciários, bem como analisar a sua vivência e as dificuldades sentidas no processo.

Os estágios de participação permitirão ao aluno desempenhar, em co-participação com profissionais,as atividades das carreiras jurídicas. Dessa forma, o conhecimento apreendido será aplicado pelo próprioaluno em situações reais.

O tempo dedicado a cada uma dessas experiências será determinado de acordo com o grau decomplexidade, visando à otimização e à ampliação de oportunidades.

As tardes dos dois últimos anos do curso Integral estão destinadas à realização dos estágios deintervenção, por meio dos quais os alunos desenvolverão atividades no Núcleo de Prática Jurídica da FDV,realizando atendimentos e orientações à comunidade, participando de sessões de mediação e conciliação,analisando processos e confeccionando as peças necessárias à solução dos casos reais apresentados.

O aluno contará também com a atuação da FDV na seleção de oportunidades de estágios em camposexternos do mercado, com foco na carreira desejada pelo aluno, como a Advocacia, a Magistratura e o MinistérioPúblico, entre outros. A supervisão do estágio será feita pela instituição, a fim de garantir o melhor aproveitamentopossível dessas experiências e a construção de conhecimentos relevantes.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

5 Outros Diferenciais

5.1 Atendimento Individualizado. Professor-tutor

Para desenvolver as habilidades e competências previstas para o aluno do Integral as atividades docurso serão propostas de modo a mobilizar os diversos interesses e singularidades presentes no ato deaprender. Os professores deverão utilizar metodologias de ensino diversificadas, com refinamento de modelosdidáticos.

Nessa perspectiva o curso Integral contará, também, com a ação do professor-tutor, cuja função seráacompanhar um grupo de alunos, com o objetivo de lhes proporcionar suporte e orientação em seus estudose atividades, tanto individuais quanto em grupos.

O professor-tutor promoverá, periodicamente e em horário destinado especificamente a essa finalidade,reuniões com o aluno, para que, conjuntamente, analisem as atividades desenvolvidas e avaliem seuaproveitamento.

O acompanhamento próximo permitirá observar as fragilidades e potencialidades do aluno que, umavez identificadas, serão passíveis de orientação para que sejam dirimidas ou ampliadas, respectivamente.Além disso, possibilitará o registro dos trabalhos desenvolvidos ao longo do curso, a fim de retratar a evoluçãodo discente nas mais diversas situações de aprendizagem a que foi exposto.

Acompanhar o planejamento dos professores será uma estratégia fundamental para o êxito nodesenvolvimento das atividades do professor-tutor, que terá uma ação interdisciplinar, em muitas situações.

Importa esclarecer, ainda, que mesmo a exposição dos alunos a novas metodologias de ensino nãoexclui a necessidade e a importância do estudo individual. O Integral, todavia, acredita que, por meio daorientação do professor-tutor, poderá auxiliar o aluno a encontrar o método de estudo individual que lhe sejamais eficiente, apresentando-lhe técnicas para a apreensão do conhecimento e orientando a produção deregistros pessoais de estudos como, por exemplo, fichamentos de leituras.

Partindo do pressuposto da indispensabilidade do estudo individual, as atividades do Integral serãoprogramadas de forma a assegurar, em todos os momentos do curso, a abertura de espaços para que o alunopossa focar em seus estudos de forma particular.

5.2 Estágio no Exterior

Os desafios de um mundo globalizado que coloca os profissionais diante da possibilidade e danecessidade de estabelecer conexões com instituições e com pessoas das diferentes partes do planeta exigemudanças na forma como a educação prepara o indivíduo para o exercício da profissão.

O compromisso de formar pessoas com visão global, que sejam capazes de transitar nos diferentesespaços nacionais e internacionais, traz como pressuposto o desenvolvimento de ações voltadas à ampliaçãoda visão de mundo, dentro de uma perspectiva de domínio cultural mais diversificado, exigindo o exercício dorespeito às diversidades étnicas, culturais, sociais, religiosas e éticas.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

O Projeto Político-Pedagógico da instituição, com foco na formação integral, parte da concepção deque seu compromisso com o futuro demanda ações presentes de ampliação de redes de interação globais,que possibilitem o trânsito de seus alunos pelos diferentes espaços culturais e sociais do mundo.

Nesse sentido, a instituição coloca à disposição dos alunos do curso Integral um leque de instituiçõesestrangeiras com as quais estabelece parcerias, facilitando a aproximação e a negociação para o desenvolvimentode estágios e cursos.

O que se propõe é que o aluno tenha a oportunidade de constituir seu projeto de estágio no exterioradequando-o às suas condições financeiras e interesses particulares. Cabe à instituição o papel facilitador,intermediador e orientador das opções assumidas, o que permitirá ao aluno vivenciar de maneira mais plena oaprendizado pretendido.

O apoio logístico e pedagógico assumido pela instituição não interfere com a independência,responsabilidade e decisão que cada estudante ou suas famílias venham a tomar para a consecução e viabilizaçãodo estágio no exterior.

Dentro dessa perspectiva, o estágio deverá sempre ocorrer com alunos que já tenham atingido amaioridade, podendo assumir integral responsabilidade jurídica pelos seus atos.

Além de participação em cursos de natureza jurídica, no período do estágio o aluno deverá participar,necessariamente, de visitas a patrimônios culturais da humanidade indicados pela instituição e transformadosem oportunidade de aprendizado.

5.3 Atividade Jurídica por Três Anos para os Egressos

Grande parte dos egressos dos cursos de Direito desejam ingressar em carreiras públicas e necessitamsubmeter-se a concursos públicos. Para isso, contudo, são exigidos três anos de atividade jurídica como pré-requisito.

A FDV oferecerá aos recém-formados do curso Integral a possibilidade de exercer a advocacia em seuNúcleo de Prática Jurídica, a fim de que esse egresso possa conciliar o cumprimento dos três anos de atividadejurídica, sem prejuízo de seus estudos para os concursos públicos.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

6 Habilidades e CompetênciasDesenvolvidas no Curso Integral

O curso Integral enfatiza o aprendizado por meio das correlações críticas entre os conteúdos,proporcionando o desenvolvimento das habilidades e competências gerais e específicas pelos alunos. Aformação sob esse prisma significa não apenas transmitir informações, mas integrar as variáveis que identificamos fenômenos sociais e conceitos jurídicos, para permitir a construção do conhecimento. Dessa forma, oaluno poderá compreender o objeto do seu estudo, tratando as informações, respeitando as identidades e asdiferenças de cada conceito jurídico, estabelecendo relações e construindo o seu saber.

O conceito de ensino que predomina no curso Integral não se apóia, portanto, exclusivamente na simplestransmissão de informação. Ao contrário dos sistemas tradicionais, o curso foi desenvolvido de modo que oensino esteja associado à capacidade do aluno lidar com a informação, mediante processos de apreensão,análise e aplicação do conhecimento, entendida como capacidade de saber-fazer.

Embora o curso de Direito Modelo já desenvolva competências e habilidades, convém destacar que ocurso Integral coloca a possibilidade de aprofundamento no conteúdo conjuntamente à articulação prática. Acarga horária ampliada propicia o trabalho com um número maior de informações, a relação com experiênciasprévias, o pensar sobre o novo e a intervenção pessoal no conhecimento, remetendo a uma formaçãodiferenciada.

Para atingir esse escopo, o curso foi estruturado com base nas habilidades e competências necessáriasà formação geral do indivíduo, assim como naquelas imprescindíveis ao curso de Direito, recomendadasnacional e internacionalmente, respectivamente pelo Ministério da Educação e Cultura e pelo Projeto Tuning.

A FDV atua em consonância com o Projeto Tuning, que reúne mais de 130 instituições de ensino naEuropa e na América Latina, com a finalidade de analisar as competências e habilidades exigidas do profissionalde cada área, dentre elas Direito. O Projeto analisa e aponta propostas para o processo de ensino, aprendizageme avaliação, com o objetivo de focar no desenvolvimento de determinadas competências e habilidades peloaluno, como, por exemplo:

• capacidade de agir jurídica e tecnicamente em diferentes instâncias administrativas ou judiciais coma devida utilização de processos, atos e procedimentos;

• capacidade de compreender e relacionar os fundamentos filosóficos e teóricos do Direito com suaaplicação prática;

• capacidade para aplicar critérios de pesquisa científica em sua atividade profissional.

6.1 Habilidade e Competências Gerais

As competências gerais cujo desenvolvimento é estimulado pela FDV são:

• o domínio de linguagens;

• a compreensão de fenômenos;

• a resolução de problemas;

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

• a construção de argumentações;

• a elaboração de propostas.

Uma habilidade de grande importância e constantemente trabalhada no curso Integral é o domínio delinguagens, seja jurídica, científica ou artística, entre outras. Na sociedade atual, todos devem ter a competênciade se comunicar e expressar suas idéias, sentimentos e intenções. Essa característica é ainda mais necessáriapara o profissional de Direito.

Outra habilidade geral trabalhada no curso é a compreensão de fenômenos, desenvolvida por meio deprocessos de construção, reconstrução e aplicação dos conceitos jurídicos aos acontecimentos sociais.

Uma vez alcançada a compreensão dos mais diversos institutos jurídicos, o aluno deverá ser capaz deconstruir argumentações para sustentar de forma coerente e legítima seu raciocínio e suas conclusões, assimcomo elaborar propostas em razão da sua postura reflexiva e a partir da crítica dos fenômenos apreendidos.

A compreensão, a capacidade de argumentação e a elaboração de propostas deverão levar o aluno àtomada de decisões e à resolução de problemas.

Esse trabalho de desenvolvimento de habilidades e competências tem por escopo estimular e prepararo aluno para enfrentar novas situações-problema e desenvolver respostas criativas e eficazes, num processode aprendizagem dinâmico, que deve prosseguir ao longo de sua vida profissional.

6.2 Habilidades e Competências Específicas do Curso de Direito

Não obstante a indicação das habilidades e competências gerais, o curso Integral aplica métodos einstrumentos próprios para desenvolver habilidades e competências específicas do curso de Direito.

6.2.1 Leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ounormativos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas

A despeito da habilidade geral de compreensão e domínio das linguagens, toda área de conhecimentoutiliza um vocabulário próprio e característico, com o objetivo de estabelecer uma precisão conceitual.

Cada profissional utiliza um instrumental específico para revelar o conhecimento teórico que apreendeuem sua formação superior. O arquiteto revela seus conhecimentos por meio de desenhos, o dentista depende dehabilidades manuais específicas para atuar profissionalmente e aplicar os seus conhecimentos em cada paciente,o administrador que atua na área financeira deve dominar cálculos matemáticos para exercer suas funções.

O profissional do Direito tem a língua portuguesa como instrumento de trabalho e por esse motivo o seuuso deve ser aprimorado para esse fim. O exercício de atividades jurídicas exige precisão na interpretação detextos, produção textual com características específicas, expressão verbal fluente e dotada de certa formalidade.

Assim, a leitura, a produção de textos e a oratória serão trabalhadas de forma a capacitar o aluno acomunicar-se no ambiente jurídico de forma segura e eficiente.

No curso Integral, essa habilidade será trabalhada em oficinas de expressão verbal, por intermédio daanálise de documentos jurídicos ou normativos reais, simulando-se a elaboração de atos semelhantes, paraque o aluno desenvolva a capacidade de produção, reprodução e de crítica jurídica.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

6.2.2 Interpretação e aplicação do Direito

O Direito regula a conduta dos indivíduos e as relações sociais, prescrevendo comportamentos. Paracomunicar as prescrições legais, o Direito utiliza a linguagem natural. Porém, a linguagem natural – mesmo ajurídica – é ordinariamente vaga e ambígua. Diferentemente das linguagens formais como as matemáticas, aimprecisão e ambigüidade típicas das linguagens não-formais, por sua vez, acarretam a incerteza sobre averdadeira dimensão do que o Direito é. Isso reclama um trabalho de interpretação para que o profissional doDireito compreenda o verdadeiro sentido da norma jurídica e possa aplicá-la satisfatoriamente a uma situaçãode fato. Não é raro, inclusive, que um sentido da norma jurídica, apesar de costumeiramente aceito, sofra umaalteração para se adequar ao contexto social mais atual.

Nessa medida, o aluno será estimulado a identificar não só a interpretação mais evidente ou mais aceitada norma jurídica, mas outras possíveis interpretações. Essa competência, em razão de sua importância parao curso, será desenvolvida em uma atividade própria, denominada “Hermenêutica Jurídica”. Diversos métodosde trabalho, práticos e teóricos, foram desenvolvidos especialmente para essa atividade, como a modificaçãodo contexto em estudo de casos, a modificação dos aspectos relevantes e dos contingentes do caso, e a visãointerdisciplinar, de modo que as características próprias de uma disciplina permitam a obtenção de outrospossíveis sentidos da norma jurídica.

Uma vez alcançada a interpretação da norma, há a necessidade de examinar a sua aplicação, que nãoocorre de modo automático e separado do contexto que justifica a sua incidência. Portanto, o curso Integralestimula a aplicação da norma jurídica integrada aos fenômenos sociais, econômicos, políticos, pessoais epsicológicos. Essa habilidade, a despeito de ser desenvolvida em disciplinas próprias (Hermenêutica Jurídicae Lógica e Argumentação), será desenvolvida no curso por meio de trabalhos individuais ou em parceria, coma indicação de conseqüências nos diversos âmbitos de atuação da norma.

6.2.3 Utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito

Sem adentrar na discussão sobre as fontes do Direito, sejam vinculantes ou persuasivas, a resoluçãode problemas exige o amplo conhecimento e a necessária compreensão da legislação, da jurisprudência e dadoutrina. O aluno será estimulado a desenvolver pesquisas nessas fontes do Direito, para que a fundamentaçãodos seus argumentos – em sala de aula ou nos trabalhos acadêmicos – seja mais consistente.

O método proposto pelo curso Integral procura, diante da constante comparação entre as fontes doDireito, buscar os pontos de tensão entre a lei, a jurisprudência e a doutrina. Esse método de ensino possibilitaráque o aluno aprenda a distinguir os contextos de aplicação da norma jurídica, com a aplicação ora da lei, orada jurisprudência, ora da doutrina.

É importante observar que nem sempre conclusões contrárias significam normas antinômicas. E, nahipótese de verdadeira antinomia, o aluno será capaz de discernir e optar entre as alternativas existentes,sempre justificando sua escolha (habilidade de argumentação), para evitar decisões arbitrárias e incorretas.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

6.2.4 Utilização de processo, atos e procedimentos para a atuação técnico-jurídica, emdiferentes instâncias

A atuação do profissional de Direito não se limita ao foro judicial. O Direito é ubíquo, e está presente emtoda e qualquer relação humana, desde que integrado em um aspecto cultural. Assim, o profissional do Direitoatuará, também, em instâncias administrativas, sem natureza judicial, e até mesmo em relações privadas.

O aluno do Integral desenvolverá habilidades e competências para lidar com todas as formas técnico-jurídicas de atuar, independentemente da situação que reclama sua atuação. Para implementar essa habilidade,foram incluídas no currículo disciplinas práticas, visando à elaboração de processos, atos e procedimentosadministrativos, judiciais e até mesmo privados (mediação, arbitragem, elaboração de contratos).

Com o objetivo de incrementar a compreensão da atuação técnico-jurídica do aluno, o Integraldesenvolveu, ainda, pioneiramente, uma atividade em que o aluno participará de simulações de profissões efunções, atuando como juiz, promotor de justiça, advogado, árbitro, mediador, serventuário da justiça, delegadode polícia, agente, etc. Desse modo, o aluno não apenas desenvolverá a competência adequada à atuaçãotécnica exigida no Direito, como também se identificará com as funções de cada profissão jurídica, o quecontribuirá para a sua escolha profissional.

6.2.5 Correta utilização da terminologia jurídica da ciência do Direito

Contribuir para o desenvolvimento de uma linguagem clara, objetiva, sem figuras e rebuscamentodesnecessários é anseio dos cursos de formação profissional de nível superior. Um texto de difícil compreensãonão traduz um conteúdo mais erudito, pois um raciocínio pode ser bem fundamentado sem utilizar linguagemrebuscada. A clareza na transmissão das idéias é uma habilidade a ser desenvolvida ao longo do curso Integral.

Isso não descarta, entretanto, a complexidade da terminologia dos diversos ramos do conhecimento.Um médico utiliza uma linguagem característica para identificar as patologias e os diversos medicamentos.Um químico utiliza termos próprios para especificar a composição de diversos elementos. No Direito não édiferente. Há a necessidade de identificação de conceitos próprios, que reclamam, assim, uma terminologiatípica da ciência do Direito, para construir com precisão e rigor.

Trabalhar com a terminologia jurídica mais adequada não significa obstruir a clareza pelo uso deexpressões que dificultem a compreensão. Há que se buscar o equilíbrio entre a necessidade de expressõestécnico-jurídicas e o expurgo do excesso, com vistas a um discurso competente, rigoroso e preciso.

6.2.6 Utilização do raciocínio jurídico, lógico, argumentativo e dialético

O curso Integral tem como diferencial a preocupação com o desenvolvimento do raciocínio jurídico, lógico,argumentativo e dialético, visando construir modelos de persuasão e de análise crítica das questões jurídicas.

O raciocínio lógico é necessário para que o aluno tenha coerência na construção dos argumentos e,assim, possa construir ou reconstruir um discurso analítico e racional. O desenvolvimento de competênciasargumentativas possibilitará que o aluno disponha de elementos para desenvolver técnicas de persuasão e deapreensão do conhecimento. Em um contexto dialético, o aluno será capaz de, após análise crítica dosargumentos, construir contra-argumentos, para sustentar sua tese jurídica.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

É importante destacar que, nos debates jurídicos, o que prevalece é a força de persuasão dos argumentos.Não é raro encontrarmos um argumento já consolidado por significativo intervalo temporal que, à luz de novasrazões, então não consideradas, perde sua força persuasiva e deixa de ser aplicado. O estímulo à razãoanalítica (racional), entretanto, não afasta o trabalho do Integral para desenvolver uma razão sensível (razoável),que é constantemente aplicada nas diversas disciplinas do currículo.

Outra capacidade que se procura desenvolver é a da construção metafórica e analógica. Por vezes, oargumento somente prevalece em razão da metáfora que ilustra o próprio raciocínio, como, por exemplo, ametáfora da balança para indicar o argumento vitorioso em um debate jurídico, ou então a própria metáforadas “fontes” do Direito.

Em razão de sua importância em um curso jurídico, o Integral trabalha com essa habilidade em umaatividade própria, denominada “Lógica e Argumentação Jurídica”. As habilidades retóricas serão desenvolvidasnas demais disciplinas por meio de atividades interdisciplinares, para que o aluno desenvolva efetivamente ascompetências dialéticas.

Ciclos de debates serão estimulados e coordenados em todas as disciplinas, assim como a análiseteórica da estrutura dos argumentos e das técnicas retóricas, o que permitirá o desenvolvimento da habilidadede construir novos argumentos, e não apenas repetir aqueles, eventualmente, encontrados na doutrina e najurisprudência.

6.2.7 Julgamento e tomada de decisões

Todo o trabalho do curso, envolvendo a compreensão, a construção e reconstrução, a argumentação,a análise crítica etc., culmina com a tomada de decisões para a resolução dos problemas. O aluno é estimulado,portanto, não apenas a compreender as questões jurídicas, sociais, políticas e outras, mas também a tomardecisões, identificando a melhor solução para uma dada questão. Além dos trabalhos integrados às diversasdisciplinas para estimular a tomada de decisões, nas atividades simuladas cada aluno desempenha a figura deum profissional, com as decisões típicas da função.

6.2.8 Domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensãoe aplicação do Direito

Uma diretriz constante no curso Integral consiste na compreensão e aplicação prática do Direito. Paraimplementar e desenvolver essa competência, o currículo inclui a completa integração entre a teoria e a prática,por meio da utilização de metodologias participativas, elaboradas e aplicadas em consonância com ascaracterísticas de cada disciplina, de modo a propiciar ao aluno a aplicação prática do Direito, bem como acontextualização plena das questões jurídicas.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

7 Estratégias

7.1 Utilização de Tecnologia

O que há de mais novo na tecnologia será utilizado de forma a facilitar o aluno no acesso às informaçõesque, em princípio, a distância física não permitiria. Serão realizadas vídeo-conferências e chats, por meio dosquais professores de outras instituições nacionais e estrangeiras poderão conversar com os nossos alunossobre temas diversos.

A interação professor-aluno será maior, na medida em que ao professor, em sala de aula, serãodisponibilizados recursos de internet, possibilitando, além da pesquisa imediata de conteúdos, o envio domaterial utilizado em aula, de forma quase instantânea aos alunos.

As salas do integral contarão, ainda, com rede wireless, permitindo aos alunos a utilização da internetem notebooks, ficando vedado o acesso a sites com conteúdos indevidos.

7.2 Pedagogia de Projetos

Os gregos antigos usavam o termo poética para referir-se ao estudo da construção das coisas, sendoque os poemas eram uma das possibilidades de construção.

Os profissionais constroem artefatos. Médicos constroem diagnósticos, sistemas de testes, terapias.Administradores constroem políticas, métodos reguladores, sistemas. Os profissionais de Direito constroemcasos, argumentos, acordos e peças de legislação. Moldam os caminhos práticos de sua vida profissional.

Trabalhar em projetos e com projetos significa converter situações indeterminadas em determinadas,elaborar análise e síntese de componentes da teia de ações projetadas, articular conseqüências e implicaçõesdo projetado na construção de produtos e deparar-se com descobertas ao longo do processo.

Essas são algumas das idéias chave que levaram o curso Integral a adotar a Pedagogia de Projetos comouma das estratégias institucionais para efetivação dos seus marcos estruturantes e proposições pedagógicas naformação profissional. Os projetos de trabalho, que podem ser individuais ou coletivos, têm por objetivos:

• nortear atividades educativas interdisciplinares que tenham na pesquisa o ponto de partida dostrabalhos desenvolvidos;

• propiciar a integração dos pilares educacionais da FDV, ensino, pesquisa e extensão;

• favorecer estratégias de resolução de problemas;

• incitar o desenvolvimento do trabalho em equipe;

• instigar o aluno a construir o próprio conhecimento;

• estimular a autonomia e comprometimento dos alunos na própria formação.

Os projetos podem ter diferentes vertentes:

• Inserção social – a problematização que direcionará esse tipo de projeto trará sobrelevadas ascaracterísticas de responsabilidade social, necessidades locais ou regionais, cujo produto final possatrazer ganhos para o entorno social;

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

• Pesquisa acadêmica – a problematização poderá ser teórica, com produto final de característicaseminentemente acadêmicas, como a produção científica.

7.3 Visão Interdisciplinar

O Integral visa estabelecer as relações do Direito com outras áreas do saber, abrangendo, dentre outros,estudos que envolvam conteúdos essenciais sobre Antropologia, Ciência Política, Economia, Ética, Filosofia,História, Psicologia e Sociologia. O curso aplica, ainda, a visão interdisciplinar entre os ramos específicos doDireito, que serão estudados sistematicamente para examinar as possíveis relações entre seus conteúdos econceitos gerais, permitindo aos alunos uma visão das questões jurídicas por múltiplas perspectivas.

As práticas interdisciplinares serão estimuladas, inclusive com créditos a serem cumpridos. Aimplementação da interdisciplinaridade ocorre com a utilização de diferentes metodologias e com a adoção denovas tecnologias:

• pedagogia de projetos;

• uso de ferramentas tecnológicas (internet) para obter informações ligadas a diferentes áreas comrepercussões e efeitos no conteúdo investigado;

• grupos de discussão (correio eletrônico, chats, fóruns etc.), com a participação de dois ou maisprofessores, cada qual na sua área específica, principalmente em listas de discussão;

• experiência acadêmico-profissional para a atuação em contextos sociais previamente diagnosticados.

A interdisciplinaridade não se dá, no entanto, só pelo acréscimo de atividades ou componentes curriculares,mas pela articulação de experiências diversificadas com o mesmo objeto de estudo sob óticas distintas, emdiferentes perspectivas e a partir de eixos transversais emergentes nas diferentes áreas de estudo.

Esse movimento está na metodologia empregada pelo professor que trará para a aula conhecimentosde outras áreas, na medida em que esses novos olhares possam contribuir para a melhor compreensão dasquestões jurídicas, interpretação de propostas e elucidação de conceitos, seja pelo acréscimo de atributos,seja pela sugestão inicial de aplicação.

Esse trabalho interdisciplinar exige dos docentes um planejamento integrado, bem como a cooperaçãoestreita na construção das aulas que suponham saberes desta ou daquela área de estudo, distinta da disciplinaem ação.

7.4 Modos de Integração Teórica e Prática

O conhecimento científico precisa ser contextualizado para ter significado. No domínio jurídico, nãohaveria sentido estudar as leis se não fosse para resolver as controvérsias. O curso Integral promove acontextualização do conhecimento utilizando metodologias participativas, com estudo de casos e resoluçãode problemas, que permitem identificar variáveis relevantes e circunstâncias contingentes do fenômeno.

Cada disciplina que consta na matriz curricular disponibilizará ao aluno um plano de curso e um planode aula, com a previsão de cada conteúdo e cada competência que pretende desenvolver. A FDV, por intermédiodo Núcleo de Auxílio ao Docente, manterá e atualizará constantemente um banco de casos, em que diversoscasos serão identificados e relacionados com o plano de aula de cada disciplina.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

7.5 Pesquisa

A pesquisa integra o processo de formação do aluno, incorporando-se de maneira harmônica eindissociável às atividades de ensino e extensão. Baliza o compromisso assumido pela instituição deoferecer diferenciais no curso Integral que coloquem o aluno como protagonista em busca da autonomia.

Nessa perspectiva, o aluno do Integral deverá passar, obrigatoriamente, por experiências que lhe permitamvivenciar o processo de construção científica em todas as suas etapas. O conhecimento dos métodos etécnicas de pesquisa deve ir além do nível teórico, permitindo ao aluno a compreensão da ciência comoelemento essencial do desenvolvimento humano.

A participação em projetos de pesquisa é, assim, condição básica do processo formativo. Por essarazão a FDV cria condições de integração a Grupos de Pesquisa cadastrados junto à instituição ou aos órgãosde fomento à pesquisa tais como o CNPq, FINEP, CAPES e outros. Tem-se como princípio o estímulo à produçãocoletiva do conhecimento entendendo que a multiplicidade de olhares e diferentes visões de mundo enriquecem o conhecimento produzido, gerando a solidez indispensável ao confronto externo que ocorre na comunidadecientífica.

A compreensão de que a pesquisa não deve constituir-se elemento isolado e episódico baliza odirecionamento para a consolidação de Grupos de pesquisadores, reconhecidos por suas linhas de pesquisase pela relevância de sua produção.

A integração entre pesquisadores que se encontram em diferentes níveis de aprofundamento científicoserá construída por meio da participação nos Núcleos Temáticos.

A convivência com professores doutores vinculados ao mestrado, profissionais do Direito e de outrasáreas do conhecimento humano, mestrandos e graduandos da instituição ou de fora dela, alimentam econsolidam uma visão de respeito à diversidade e de compreensão da trajetória de um pesquisador. Nessepercurso está incluído o debate, o aprofundamento, a crítica, o rigor metodológico e, sobretudo, o respeitoaos limites teóricos e técnicos daqueles que pesquisam.

A partir dessa concepção, todos os alunos do Integral serão estimulados a submeter, em algum momentode sua trajetória acadêmica, seus resultados de pesquisa à crítica que se estabelece nos fóruns de debatecientífico, tais como congressos, seminários e outros. Será exigida a publicação de, pelo menos, um artigocientífico, com os resultados da pesquisa.

Ao longo do curso, o aluno será estimulado a participar em editais de pesquisa lançados pelos diversosórgãos de fomento em funcionamento no País e no Estado. Conhecer as regras do mundo acadêmico e dapesquisa é fundamental para que o aluno identifique e invista na superação de suas dificuldades a fim deenfrentar exigências e adequar-se às normas pertinentes da investigação científica.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

8 Organização do CursoO Integral adota uma organização curricular inovadora. Disciplinas convivem ao lado de atividades, em

formatos e períodos de tempos diferenciados, organizadas por meio de um rigoroso planejamento.

Os conteúdos curriculares obrigatórios do curso de Direito serão objetos de disciplinas. O compromissocom os conteúdos, a necessidade de certificação e o atendimentos às formalidades do registro acadêmicomotivaram a escolha desse formato.

O Integral apresenta uma distribuição de disciplinas diferente do curso Modelo, a fim de permitir que,nos dois últimos anos de curso, possam ser trabalhados conteúdos curriculares, atividades exclusivas doIntegral e estágios de atuação profissional.

O planejamento do Integral contemplará uma grande diversidade de atividades, como simulações, oficinas,estágios supervisionados, contextualização de conteúdos, discussão de atualidades e as outras previstasnessa modalidade de curso, relevando os interesses do alunado. O planejamento permite que o tempo de cadaatividade seja dimensionado atendendo a sua demanda com precisão.

A matriz curricular do Integral apresenta a distribuição das disciplinas. O planejamento de atividadesserá elaborado semestralmente e divulgado aos alunos bimensalmente.

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

9 AvaliaçãoA avaliação é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem. Há, portanto, fatores de ordem

epistemológica, pedagógica e política presentes no processo avaliativo que estão atrelados à concepção deeducação e formação profissional da instituição.

A FDV tem como proposta a avaliação em uma dimensão diagnóstica, formativa e recuperadora,ultrapassando os limites estreitos da lógica classificatória que predomina no ensino superior.

No caso do curso Integral, amplia-se a possibilidade de acompanhamento do aluno seja pelo maiortempo de permanência na instituição, seja pela interlocução constante com o professor-tutor que oferecerásubsídios para o aprimoramento individual do aluno.

A avaliação da aprendizagem no Integral fundamenta-se no Projeto Político-Pedagógico da instituição eutilizará uma diversidade de instrumentos e procedimentos adequados, para que se cumpram suas funçõesprecípuas:

• avaliação de conteúdos conceituais/factuais, técnicos e jurídicos e sua sistematização com fins decertificação profissional;

• avaliação de conteúdos procedimentais e atitudinais no processo de investigação de competênciase habilidades;

• auto-avaliação como instrumento de conscientização e desenvolvimento, apurando necessidadesna formação, valorando a superação de obstáculos e criando a cultura de gestão do desempenho.

“A certificação não pode ser sustentada pela mediocridade, pois há um compromisso assumido tantoem relação aos alunos que depositam seu crédito na instituição, como em relação à sociedade que absorveráprofissionais formados pelo estabelecimento no ensino superior.

A avaliação exigente de cunho cumulativo e certificativo é inerente à responsabilidade de profissionalizarpara o amplo e complexo mercado de trabalho.”

(Projeto Político-Pedagógico da FDV, p. 34).

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PROJETO DO CURSO DE DIREITO INTEGRAL

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