carta a magnifica reitora marcia perales 2015(1)
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Universidade Federal do Amazonas Faculdade de Educação
CARTA ABERTA À MAGNÍFICA REITORA
MARCIA PERALES MENDES SILVA
Eu Arminda Mourão tenho trinta e cinco anos de trabalho na Universidade
Federal do Amazonas e acompanhei as ações de construção e defesa da
Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade Socialmente referenciada. Esse
processo foi árduo e dirigido pelas entidades representativas dos docentes,
técnico-administrativos e discentes.
O movimento lutou pela gestão democrática e como um dos resultados as
eleições para a Reitoria e todas as direções intermediárias foram efetivadas. O
movimento garantiu na época da ditadura a autonomia didática e administrativa
sendo essa ainda contingenciada devido a centralização do orçamento.
Mas, no seio da Instituição a Polícia Federal não entrava e os caminhos da
Universidade eram discutidos nos Conselhos Superiores. Hoje, Magnífica
Reitora, é com pesar que vejo que a autonomia didática e administrativa está
ameaçada e que a autonomia financeira não é sequer ventilada. Ameaçada
quando o CONSUNI fica impedido de discutir o calendário, deixando a
Instituição com dúvidas de como vão ocorrer as matrículas e, principalmente
quando é negado o processo de discussão pelos pares.
Vamos voltar aos tempos ditatoriais? Essa pergunta é pertinente por que o que
vislumbro é:
Cai a autonomia;
Cai a Eleição para Reitor;
Caem os processos de Transparência Administrativa;
A retaliação do poder se faz presente em relação ao movimento docente
e técnico-administrativo;
As respostas a essas questões a história registrará. E a Magnífica Reitora
Marcia Perales ou entrará na história como algoz dos trabalhadores e coveira
Universidade Federal do Amazonas Faculdade de Educação
da autonomia, ou como a Reitora que soube dialogar em um momento de
crise? Espero de coração que a alternativa seja o diálogo, espero que Vossa
Magnificência reveja seus atos em relação ao movimento e se abra ao diálogo
com as entidades representativas dos docentes e técnico-administrativos.
É um pedido de sua velha professora, que ainda está na Universidade por
acreditar nos processos construtivos e democráticos que este espaço permite.
É pela luta em defesa da Universidade Pública, Gratuita, Amazônica e
Socialmente referenciada que ouso publicar essa carta.
Manaus, 25 de agosto de 2014
ARMINDA RACHEL BOTELHO MOURÃO Doutora em Educação Professora Associada da Faculdade de Educação Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE/UFAM