Rio, 13 de Setembro de 1909

Rio, 13 de Setembro de 1909. Minha querida Filha

Que a sade, e a paz d espirito, reine em teu lar, o que peo Deus.Remetto-te, por intermdio do Chico Costa, a quem vou dirigir a encommenda, uma lembrana para o Podinho, que lhe mandars entregar com o carto junto. um servio p. sorvte, que achei bonitinho, embora no seja de valr. Abre para vrese arrumar, com flres, para fazer a entrega. Diz-me com franqueza, si o achas bom. Podinho foi mt. delicado commigo, pois logo que tratou casamento, telegraphou-me, e por isso, no quis deixar de enviar-lhe um presente, embra insignificante: mais no comportava a minha bola. Quis mandar isso pelo Mingte Ribas, mas como elle mt. amigo dAlzira, preferi mandar o presente de annos que tinha para ella. uma colunna ( pequena ) com vaso, que achei bonitinha, e barata. Custou 50f000. E Alzira tem comprado ahi, por esse preo, s o vaso de cima. Deus queira que no chegue quebrado! Francisco esteve hontem aqui; vai bem, assim como o Balu. Isto mesmo dirs a Chiquinha, abraando-a e a todas as meninas. O mesmo fars a Sinha Pequena, Candca, tia Flra, e recommendando-me s mais pessas da familia que por mim perguntarem. Corre por aqui (isto em reserva) que o Julinho pretendente da Othilia? Deus queira que assim seja, isto , que a cousa v adeante, pois um casamento bem igual. Ambos so to distinctos.

Tenho estado aborrecida, com uma noticia que nos d o Lauro, de que a Tal estava adoentada; no sei si ser cousa passageira, ou sria, pois no tive nenhuma outra carta, que me esclarecesse: hontem telegraphei ao Tancrdo, mas no tive ainda resposta. Com a encommenda p. o Podinho, vo uns novellos de linha para coser meias, que pensava j te ter mandado mt., mas que fui encontrar agora, em uma mala. Talvez te prestem servio, porque mts. vezes no se encontra ahi, essas cres. Vai uma latinha de biscoutos de chocolate, para repartires com a creanada, pois infelismente nada lhes psso mandar, de tanta cousa ba que aqui h. Vo tembem uns caramlos, ( o cartucho vai abrto, porque j o tinha, e na occasio de arrumar a caixa, lembrei-me de mandar mesmo assim ao Lourival, que est sempre com pigarro.

No lhe ds no cartucho, despeja em uma bambonire, e leva-lhe. Remetto, igualmente uma roupinha para o Delmar, que apezar de ser mt. commum, achei bonitinha: no sei porem, si lhe servir. Os sapatinhos, so para Dea, que no progrsso em que vai, capaz de vir j caminhando. A todos esses queridos ntos, um milho de beijos.

Recommenda-me mt. todos os nossos dahi, e aceita as mesmas, de Irne, Diogo Vva e Edgard. Abraos a Lourival, e recebe com mts. beijos, o corao cheio de saudades, da

Me e Am. Verd.

Amelia.

N.B.

Para encher os espaos vasios da caixa que vai botei um collte vlho que poderas dar a alguma das creadas ahi.