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1 LENA E JORGE FONTAÍNHAS Editorial O tempo da Páscoa é, como o tempo de Natal, altura propícia à reflexão, à meditação e ao pôr em questão dos nossos compor- tamentos como cristãos, numa leitura que se deseja construtiva. De nada serve, todos o sabemos, entrarmos num processo meio masoquista de autopunição, de pequenas privações sem significado, um tanto colo- ridas de honesta boa vontade e preconceitos, que só nesta altura parecem importantes. Não é com “gestos” que o Senhor quer ser adorado, e é sempre de adoração que se trata. De adoração e de conversão, sendo que uma tem que levar, necessariamente, à outra. Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. É vão o culto que me presta, ensinando dou-trinas que são preceitos humanos” (Mt 15, 8-10). Conversão. É isso que custa, e esta época centra-nos no último passo do percurso amoroso de Cristo que, coerentemente, contém a cruz redentora e a ressurreição. Mais do que os “nossos pecados”, foi “o nosso Pecado” que O matou, no sentido de pecado colectivo e com vida própria a que nós, mau grado bom grado, em vez de resistirmos, damos habitação adequada fornecendo-lhe um efeito multiplicador e a possibilidade de vir a matar-nos. Como acontece, por imprevidência nossa, com certos vírus. Os nossos pecados muito pri- vados, muito nossos, acabam por ser o fruto desta preguiça de espírito, desta dificuldade crítica em relação a todas as propostas de vida que nos são oferecidas constantemente e de todos os lados e que acabam por formar malhas duma rede que não nos motiva para parar e para reflectir, mas que nos embala e nos condiciona. Satisfazemos a nossa consciência com bem pouco. Não porque não sejamos bem in- tencionados ou porque não queiramos che- gar-nos um pouco mais a Cristo, todos os anos, especialmente nesta época litúrgica. É verdade que dentro dos nossos corações arde a chama que Deus aí colocou no dia do nosso Baptismo. Mas estamos nós decididos a ir transformando o nosso coração longín- quo, o nosso coração de pedra em coração de carne (Ez 11, 19-20), eliminando as ervas daninhas que tão facilmente se têm nele enraizado? Não seremos nunca capazes de igualar ou entender o amor dum Deus que consente na Sua morte às nossas mãos para que possamos salvar-nos. Mas identifi- que-mos e reconheçamos os nossos erros, reconciliemo-nos humildemente com Ele, deixemo-l’O falar-nos com a sua silenciosa e terna voz de perdão, interiorizemos os nos- sos bons propósitos e mantenhamo-nos atentos e firmes, muito para lá do Domingo de Páscoa. Deus tem-nos um amor difícil de entreajuda CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO Páscoa, partilha fraterna e Páscoa, partilha fraterna entreajuda e

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Page 1: Carta 29 (texto-final) · 2018. 10. 1. · Casais (ou só um deles) que se desloquem a Angola e ou Moçambique e que se disponibilizem a ser portadores de documentos para os equipistas

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LENA E JORGE FONTAÍNHAS

Editorial

O tempo da Páscoa é, como o tempo deNatal, altura propícia à reflexão, à meditaçãoe ao pôr em questão dos nossos compor-tamentos como cristãos, numa leitura quese deseja construtiva. De nada serve, todoso sabemos, entrarmos num processo meiomasoquista de autopunição, de pequenasprivações sem significado, um tanto colo-ridas de honesta boa vontade e preconceitos,que só nesta altura parecem importantes.Não é com “gestos” que o Senhor quer seradorado, e é sempre de adoração que setrata. De adoração e de conversão, sendo queuma tem que levar, necessariamente, à outra.“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração estálonge de mim. É vão o culto que me presta, ensinandodou-trinas que são preceitos humanos” (Mt 15, 8-10).

Conversão. É isso que custa, e esta épocacentra-nos no último passo do percursoamoroso de Cristo que, coerentemente,contém a cruz redentora e a ressurreição.Mais do que os “nossos pecados”, foi “onosso Pecado” que O matou, no sentido depecado colectivo e com vida própria a quenós, mau grado bom grado, em vez deresistirmos, damos habitação adequadafornecendo-lhe um efeito multiplicador e apossibilidade de vir a matar-nos. Comoacontece, por imprevidência nossa, comcertos vírus. Os nossos pecados muito pri-vados, muito nossos, acabam por ser o frutodesta preguiça de espírito, desta dificuldade

crítica em relação a todas as propostas devida que nos são oferecidas constantementee de todos os lados e que acabam por formarmalhas duma rede que não nos motiva paraparar e para reflectir, mas que nos embala enos condiciona.

Satisfazemos a nossa consciência com bempouco. Não porque não sejamos bem in-tencionados ou porque não queiramos che-gar-nos um pouco mais a Cristo, todos osanos, especialmente nesta época litúrgica.É verdade que dentro dos nossos coraçõesarde a chama que Deus aí colocou no dia donosso Baptismo. Mas estamos nós decididosa ir transformando o nosso coração longín-quo, o nosso coração de pedra em coração decarne (Ez 11, 19-20), eliminando as ervasdaninhas que tão facilmente se têm neleenraizado? Não seremos nunca capazes deigualar ou entender o amor dum Deus queconsente na Sua morte às nossas mãos paraque possamos salvar-nos. Mas identifi-que-mos e reconheçamos os nossos erros,reconciliemo-nos humildemente com Ele,deixemo-l’O falar-nos com a sua silenciosa eterna voz de perdão, interiorizemos os nos-sos bons propósitos e mantenhamo-nosatentos e firmes, muito para lá do Domingode Páscoa. Deus tem-nos um amor difícil de

entreajuda

CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO

Páscoa,partilha

fraterna

e

Páscoa,partilha

fraternaentreajuda

e

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perceber, mais difícil ainda quando vemosCristo suspenso da Cruz, assumindo todo onosso sofrimento, todo o nosso pecado, todaa nossa fragilidade humana. Mas que Amoré este, afinal?

A partilha dos bens, a renúncia e a entre--ajuda fraterna ficam bem em todos os tem-pos, mas neste lembram mais. Pertencemosa uma Equipa de Nossa Senhora, que é “ummovimento de espiritualidade e de entre--ajuda de casais” (pág. 95 do Guia, que foidistribuído a todos) perante quem assumi-mos responsabilidades quando, ao respon-dermos afirmativamente ao seu apelo, li-vremente optámos pelas suas propostas devida. “Aceitando participar na vida do Movimento e nasua Missão apostólica, assumimos a responsabilidade dedarmos todos os anos a nossa quotização, calculadalealmente na base das receitas de um dia de rendimentodo casal.” (pág. 88 do Guia)

O dinheiro proveniente dos donativos decada um de nós destina-se a ajudar afinanciar e, portanto, a ajudar a tornarpossível toda a vida do Movimento. É umdever de solidariedade e significa partilhacom todos. É uma expressão de amor aopróximo bem próximo, que permite facultaro acesso ao Movimento a todos os casais,mesmo àqueles que nada podem pagar.

As despesas que o Movimento tem sãoconsideráveis, e as contas vão todas pu-blicadas nesta ou na Carta que se segue.Consultem-nas, façam favor. Vê-se que 24%por cento das nossas equipas (sem contarcom as que estão em pilotagem e que nãopagam nada mas recebem documentos)quotizaram 0 (zero) euros em 2005, o que é,no mínimo, surpreendente, tratando-se degrupos cristãos. Não se vai pensar, obvia-

mente, que as pessoas se recusam a pagarmas, antes, que os casais nem pensam muitonisso e se esquecem. Para estas e outrascoisas existe na equipa um Casal Respon-sável de Equipa e no Sector um Casal Res-ponsável de Sector a quem se apela quetomem a seu cargo este problema. Mante-nham eles a memória bem fresca e actuante.Não pactuante...

A Supra-Região, como as outras Supra--Regiões de todo o mundo, tem que enviarà ERI (Equipa Responsável Internacional)uma determinada verba por ano, calculan-do-se um tanto por cada equipa. Isto querdizer que o Movimento em Portugal temque pagar uma quantia que inclui as equipasque se esqueceram de pagar, a menos que aselimine do “mapa”, o que, evidentemente,não corre o perigo de acontecer. Tambémquer dizer que essas equipas estão a recebertodos os documentos que o movimentodisponibiliza gratuitamente, incluindo ascartas mensais, os manuais, os temas deestudo e outros documentos (ver o artigo“Carta aos Equipistas” publicado nestaCarta), sem qualquer contribuição delas. Oque quer dizer, ainda, que em 877 equipas(sem contar as que estão em pilotagem), l77esquecem-se que estão a beneficiar do Mo-vimento à custa das outras 700, o que é,como certamente concordam, injusto. Todosnós, os das 700 equipas que não se esquecemde enviar os seus donativos, pedimos em-penhadamente ajuda aos Responsáveis deEquipa e aos Responsáveis de Sector dasoutras 177, que façam um esforço de me-mória e ajudem os outros a fazê-lo, nesteano de 2006.

Tudo isto vem a propósito da Páscoa, deconversão, de renúncia, de partilha e deentre ajuda fraterna.

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Conselheiro Espiritual

“Que significado tem a Quaresma no con-texto da nossa sociedade contemporânea,onde muitos não acreditam em Deus, onde,mesmo muitos cristãos, não cultivam a fécomo relação viva e confiante com Ele, ondea Sua palavra não é luz que ilumina a vida,onde a Sua Lei não interpela a liberdade,onde a doutrina da Igreja é pura sugestão?”– assim o Cardeal Patriarca interpelavaquantos o escutavam na ho-milia de Quarta-feira de Cin-zas, no início desta Qua-resma. Convidando-os “atomar Deus mais a sério” ecitando o profeta Joel “Con-vertei-vos a Mim de todo o coração,com jejuns, lágrimas e lamentações.Rasgai o vosso coração, não os vossosvestidos. Convertei-vos ao Senhorvosso Deus”, D. José Policarpoindagava: “Se nós, os cristãos, não acolhe-mos estes apelos, quem os há-de ouvir?”.

A Quaresma contém uma forte interpelaçãoà conversão, o que significa aceitar os nossospecados e a confiança na misericórdia trans-formadora de Deus. Não tenhamos ilusões:somos todos pecadores e talvez o nossoprincipal drama seja o já não identificarmosos nossos pecados, no concreto da nossavida. E essa situação só mudará, se nos con-vertermos ao Deus Vivo e voltarmos a amara Sua Lei. A conversão é, de facto, uma ex-periência de realismo e de confiança: rea-lismo de quem reconhece o seu pecado;confiança na infinita misericórdia de Deus.E isto numa caminhada que não pode ser só

individual pois os caminhos da conversãohão-de ser percorridos em Igreja e pela Igreja.As nossas equipas – gosto de o repetir – são,de algum modo, “grupos de penitentes”

PADRE ANTÓNIO JANELA

QueQuaresma?

QueQuaresma?

CONSELHEIRO ESPIRITUAL

DA SUPRA-REGIÃO

Seja, neste tempo, mais generosaa nossa liberalidade para com ospobres e todos os que sofrem,para que os nossos jejuns possammitigar a fome dos indigentes e semultipliquem as vozes de acção degraças a Deus.

enquanto, pela mística do Movimento, nosajudamos reciprocamente nesta caminhadade conversão, que intensificamos agora napreparação da Páscoa que se aproxima,concretamente pela prática da oração, dodespojamento e da partilha com os maiscarenciados.

Ao rezar a Liturgia das Horas deparei comeste texto do século V, retirado dos Sermõesdo Papa S. Leão Magno, muito ao jeito damensagem que Bento XVI nos dirige na suaprimeira encíclica. Que ele vos possa apro-veitar como aproveitou a mim:

“Diz o Senhor no Evangelho de S. João: Todosreconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardesuns aos outros. E também se lê numa Epístola

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do mesmo Apóstolo: Caríssimos, amemo-nos unsaos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele queama nasceu de Deus e conhece a Deus: quem não amanão conhece a Deus, porque Deus é amor. Examine-sea si mesmo cada um dos fiéis e procure dis-cernir com sinceridade os mais íntimos sen-timentos do seu coração; e se encontrar nasua consciência os frutos da caridade, nãoduvide que Deus está com ele, mas esforce-sepor se tornar cada vez mais digno de tãogrande hóspede, perseverando com maiorgenerosidade no exercício das obras de mi-sericórdia. Se Deus é amor, a caridade nãodeve ter fronteiras, porque a grandeza deDeus não tem limites.

É certo, irmãos caríssimos, que todos os tem-pos são bons para o exercício da caridade.Mas estes dias da Quaresma a isso nos exor-tam de modo especial. Quem deseja celebrara Páscoa do Senhor em santidade de almae coração, esforça-se o mais possível poradquirir essa virtude que em si mesma con-

tém todas as outras e cobre a multidão dospecados [...] Seja, neste tempo, mais gene-rosa a nossa liberalidade para com os pobrese todos os que sofrem, para que os nossosjejuns possam mitigar a fome dos indigentese se multipliquem as vozes de acção de gra-ças a Deus. Nenhuma devoção dos fiéis émais agradável a Deus do que a dedicaçãopelos seus pobres, porque nesta solicitudemisericordiosa Ele reconhece a imagem dasua própria bondade.

Ninguém receie que estas liberalidades lhetragam falta de recursos, porque a benevo-lência é já por si uma grande riqueza e, alémdisso, nunca os frutos da generosidade es-casseiam onde Cristo alimenta e é alimen-tado. Em tudo isto intervém aquela mão di-vina que ao partir o pão o faz crescer, e aoreparti-lo o multiplica”.

Preparar a festa é já viver a festa:SANTA PÁSCOA!

PRECISAM-SEPRECISAM-SEPRECISAM-SEPRECISAM-SEPRECISAM-SE

Casais (ou só um deles) que se desloquem a Angolae ou Moçambique e que se disponibilizem a ser

portadores de documentos para os equipistas locais(cartas, temas, manuais, …).

Quem se sentir habilitado a esta tarefa muitoagradecemos que envie os seus contactos parao Secretariado (21 842 9340 ou [email protected]).

Bem hajam.

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Queridos amigos,

Como Movimento Católico que somos, te-mos a noção que as Equipas de Nossa Se-nhora têm ainda muito para dar ao mundoe à Igreja, para o que devem estar em ligaçãocada vez mais estreita com a Hierarquia daIgreja que somos.

Assim, por decisão da Supra Região, tomá-mos a liberdade de enviar uma carta aosSenhores Bispos titulares de todas as Dioce-0ses de Portugal, propondo a nomeação deCasais de Ligação às respectivas Dioceses.

As cartas foram muito bem acolhidas e aactividade de ligação está a iniciar-se.

Esta iniciativa insere-se numa das nossaslinhas de Acção para 2005-2009 que é, comose lembram: COMUNICAR com alegria, “osesposos cristãos recebem a missão de mani-festar de modo visível, a aliança indefectível de Deus como mundo” (João Paulo II, 2003).

Todos sabemos, porque o experimentamos,que trazemos um tesouro bem guardado aopertencermos a uma Equipa de Casais.Todos sabemos, porque experimentamos,quanto o Movimento é importante para avida e para o desenvolvimento da nossaEquipa e de cada casal. Mas a verdade é queainda poucos sabem o que fazemos, umavez por mês nas nossas reuniões, no traba-lho ao longo do mês e na entreajuda para

uma maior vivência da nossa espiritualidadeconjugal.

Mesmo dentro da Igreja, muitos são os que onão sabem. Na era da comunicação, temosde nos estruturar para comunicarmos o quesomos e em que acreditamos. Não podemos,não devemos ficar calados e tratar o Mo-vimento como se fosse coisa confidencial.Agora que o Movimento está maduro, comos cinquenta anos já feitos, é altura de assu-mirmos colectivamente a responsabilidadede divulgar a nossa identidade e testemu-nhar que o Movimento tem sido para nóscaminho de santidade, ajudando-nos emcasal e equipa a caminhar para Cristo.

O nosso objectivo não é quantitativo. O quenos interessa não é aumentar o número deequipas. A nossa preocupação são os casaiscristãos que casam actualmente, que têmuma vida cada vez mais acelarada e quemuitas vezes não têm nem tempo nem opor-tunidade para parar e pensar na sua relaçãoa dois e no seu caminho para Cristo.

Na Carta aos Senhores Bispos recordávamosque as ENS são um Movimento de Espiri-tualidade Conjugal reconhecido pela SantaSé como Associação Privada Internacionalde Fiéis, de Direito Pontifício, com mais decem mil membros, com implantação em to-

Supra-Região

Casaisde ligação

às Dioceses

Casaisde ligação

às Dioceses

ANA E VASCO VARELA

CASAL RESPONSÁVEL SUPRA-REGIONAL

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dos os continentes e onde curiosamente oPortuguês é já a língua mais falada.

Continuávamos afirmando que, por razõeshistóricas que têm a ver com a dinâmica decriação das equipas ao longo do tempo, tí-nhamos em Portugal uma estrutura organi-zativa (Regiões), cujos limites não coinci-diam, em muitos casos, com as fronteirasdas Dioceses, facto que tem vindo a ser cor-rigido e que continuará a sê-lo mas que nãotem impedido a existência de um espírito decolaboração com o Bispo de cada Diocese.Prova disso são os inúmeros casais que tra-balham em muitos serviços paroquiais e dio-cesanos, principalmente ligados à PastoralFamiliar.

Terminávamos a carta propondo o nome docasal indicado pelo Movimento para ser o“rosto”, a ligação à Diocese.

Este foi um primeiro passo, simbólico masmuito importante. Cada Diocese tem agoraum casal de ligação das Equipas. A estes Ca-sais cabe a tarefa de estabelecer a comunica-ção e manter a ligação com o Bispo e com asestruturas Diocesanas da Pastoral Familiar.

Mas a cada um de nós, a cada equipista, étambém pedida uma participação. Muitosde nós temos empenhamentos pastorais nasParóquias ou Dioceses ou mesmo noutrosMovimentos.

Pois bem, não deixemos de trazer para asnossas reuniões de equipa e para o Movi-mento o testemunho da riqueza desses em-penhamentos, para benefício de todos.

E também, em cada actividade que fazemosna Igreja ou no Mundo, aceitemos o desafio,que nos compromete, de nos afirmarmoscomo casais cristãos das Equipas de NossaSenhora. Temos como missão dizer aoMundo que o Sacramento do Matrimónio

é verdadeiramente, nas nossas vidas, ca-minho de Amor, Felicidade e Santidade. Umcaminho que, como sabemos, tem as suasexigências mas também as Graças que nossão oferecidas por Deus, que é Amor. Nãodeixemos de o fazer.

Para terminar, é com muita alegria que vosdizemos que o mapa das Regiões das ENSem Portugal continental já foi redesenhadode acordo com os limites das Dioceses(Nos Açores e Madeira o problema não secoloca pois só há uma Diocese em cadaRegião, e em África também não, pois asRegiões coincidem com os países Angola eMoçambique).

Com estes pequenos avanços que Deus nospede, preparamos a terra para podermos darmuito fruto. É com a confiança de nos sa-bermos Seus filhos e certos da Sua promessaque ficará connosco até ao fim dos tempos,que damos estes passos. Ele fará o resto …

MAPA DAS REGIÕESDAS ENSEM PORTUGALCONTINENTAL

Dioceses

Regiões

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GRACIETE E JOSÉ REBELO

Fátima - 19 a 20 de novembro 2005 Média

ponderadaAcolhimento 4,34Alojamento 4,18Alimentação 3,95

Guião 4,46Celebração de Abertura 4,32Eucaristia na Capelinha 4,47Hora de Adoração 3,97Oração da manhã 4,40Eucaristia de Encerramento 4,66ENS 2005-2009 4,47"Quem dizem os homens que eu sou" 4,21"Tu és o Cristo" 4,44Equipas Mistas 4,26

Avaliação global 4,31

No caminho de exigência connosco e comas nossas equipas, o Movimento devepreocupar-se com a qualidade dos nossosEncontros.

A perfeição nunca é atingida, mas ocaminho para a perfeição é um longocaminho que temos que percorrer “sedeperfeitos como o vosso pai celeste é perfeito”Mat 5, 48.

Mas, como a qualidade não é um valorabsoluto nem pode ser reduzida ao respeitodas normas pré-estabelecidas, temos que irmais longe: a percepção que cada um tem doque acontece.

A avaliação (a percepção) de cada um éimprescindível para percorrermos essecaminho, e é isso que o Movimento vemfazendo desde há alguns anos

Parece-nos necessário que o resultado dasavaliações de Encontros e Formações nãofique preso no circulo dos ResponsáveisRegionais e chegue a todos como exercício decolegialidade e de transparência

A análise destes resultados indica que oEncontro Nacional de Responsáveis (ENR)foi um sucesso. Primeiro porque teve umnúmero muito elevado de participantes –989. Depois, pela avaliação feita, já que onúmero de respostas foi de 68% (676 sobre989 pessoas) o que permite uma análiseestatisticamente fiável.

A avaliação média global foi de 4,3 (sobre 5)situa-se entre Bom e Muito Bom, sendo onúmero de opiniões Muito Bom superior aonúmero de opiniões Bom. Isto correspondea uma distribuição anómala que pode serexplicada pelo entusiasmo e pela boa von-tade da grande maioria dos participantes.

Sem nos perdermos em detalhes, que seriamlongos, podemos resumir a avaliação noquadro seguinte:

FÁTIMA18 A 20-NOV-2005

Encontro Nacional

Responsáveisde

OEncontro Nacional

Responsáveisde

O

CASALRESPONSÁVELPELOSECRETARIADO

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ENR 2005 - Avalição global

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

1 1 0 2 4 1 0 0 9 0 0 0 1 0 2

2 2 9 12 32 5 5 3 48 4 1 2 18 2 17

3 3 55 101 153 37 64 45 137 54 10 42 94 42 58

4 4 305 299 297 261 317 256 239 254 172 228 274 265 300

5 5 298 254 194 351 290 370 239 311 384 327 274 324 261

AvaliaçãoAcolhiment

oAlojamento

Alimentação

GuiãoCelebração

de Abertura

Eucaristia na

Capelinha

Hora de Adoração

Oração da manhã

Eucaristia de

Encerrame

ENS 2005-2009

"Quem dizem os homens

"Tu és o Cristo"

Equipas Mistas

O número de comentários é surpreenden-temente elevado, o que indica empenho emparticipar e uma grande abertura para seexprimirem. Os comentários, muito úteis,precisam as avaliações numéricas, dandoinformações detalhadas e sugestões sobre osmais variados aspectos.

O Encontro

Todos os pontos avaliados, com excepçãode um, tiveram um valor superior a 4, o quesignifica que o programa foi largamenteaapreciado.

Foram particularmente apreciados a Eu-caristia de Encerramento, a Eucaristia naCapelinha e o Guião.

Isto pode indiciar que o gosto da oraçãocomunitária (a oração da manhã vem em5.º lugar), quando bem organizada, é muitoimportante para a maioria. A importância daLiturgia é também posta em evidência pelosinúmeros comentários sobre este assunto.

Independentemente desta observação sobreos pontos mais bem avaliados, não po-demos deixar de ter presente que todos ospontos do programa com excepção da Noitede Adoração, foram avaliados acima deBom, e as diferenças entre eles são muitopequenas.

Os hotéis

Os hotéis foram bem cotados.

Embora o alojamento e as refeições nãosejam certamente o mais importante (não épor isso que vamos a Fátima), não impedeque, sempre no caminho de exigência queescolhemos, sejam o melhor possível com asverbas disponíveis. As informações obtidassão preciosas para o futuro.

O acolhimento, graças à generosidade semlimites dos casais que aceitaram essa missão,foi avaliado como Muito Bom em todos oshotéis. Aqui lhes agradecemos em nome detodos os participantes.

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Em geral, podem tirar-se asseguintes conclusões e sugestõesde ordem prática :

A ficha de inscrição deve ser revista paraincluir informações mais detalhadas sobre ocasal, de modo a facilitar a escolha do aloja-mento mais apropriado possível para cadaum (idade, doenças, dificuldades em andar,dietas, etc.).

Os documentos devem ter uma revisão grá-fica cuidadosa antes da impressão.

O programa deverá ter em consideração otipo de exposição, a hora e o tema.

A Liturgia, pela sua importância intrínsecae pela importância que a grande maioria dosparticipantes lhe atribui, deve ser planeadaaté ao mais pequeno detalhe.

As reuniões das equipas mistas devem serem locais adequados previamente pre-parados e não improvisados no dia. Estasreuniões devem ter um animador indicadopara o efeito. As equipas mistas não devemter mais de 6/7 casais.

O “baby-sitting” é uma questão que se le-vanta repetidamente. Nos Encontros Nacio-nais com a duração de um dia e meio, ondehá um elevado número de participantesdistribuídos por muitos hotéis, a falta depessoas qualificadas e disponíveis no fim--de-semana torna muito difícil a organiza-ção de um serviço de “baby-sitting”. Pensa-mos, salvo melhor opinião, que a partilhacomeça nas equipas. Na grande maioria doscasos é possível e é desejável que a Equipase disponibilize para durante um dia e meio(uma noite) tomar a seu cargo os filhos doscasais que participam no Encontro.

Senhor, Deus de paz,Que criaste os homens,Objecto da tua benevolência,Para serem os familiares da Tua glória,Nós te bendizemos e te rendemos graças;Porque nos enviaste Jesus,Teu Filho muito amado,E dele fizeste,Pelo mistério da sua Páscoa,O artífice da paz,O elo de toda a fraternidade;Nós te damos graçasPelos desejos e esforços,Pelas realizaçõesQue o teu espírito de pazSuscitou em nosso tempo,Para substituir o ódio pelo amor,A desconfiança pela compreensão,A indiferença pela solidariedade. Ámen.

Deus de PazPaulo VI

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NOME DA SUPRA REGIÃO:

Supra-Região Portugal.

SOBRENOME, NOME E NACIONALIDADE DOS RESPONSÁVEIS:

VARELA, Ana e Vasco, portuguesa.

PAISES PERTENCENTES À SUPRA-REGIÃO:

Portugal, Angola, Moçambique, África do Sul (equipas de língua portuguesa).

NÚMERO de EQUIPAS:

914.

NÚMERO DE CASAIS:

5013 (inclui vúvas e viúvos).

Fichade

Apresentação

Fichade

Apresentação

MOÇAMBIQUE

PORTUGAL

ANGOLA

Para conhecimento de todos, aqui reproduzimos a ficha de apresentação daSupra-Região Portugal, que vai ser publicada e entregue, pela organização,aos participantes do Encontro de Lourdes juntamente com informação sobretodo o Movimento.

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DATA E CIRCUNSTÂNCIAS DA FUNDAÇÃO DA PRIMEIRA EQUIPA:

O espírito das ENS chegou a Portugal em 1955 com a criação da equipa Lisboa 1, que viria aser reconhecida em 1959.O reconhecimento oficial do Movimento ocorreu em 1957, com o reconhecimento da equipaPorto1.

PRIORIDADES E PROJETOS DA EQUIPA RESPONSÁVEL:

OBJECTIVOS:

Unir, Ligar, Formar, Animar e Difundir o Movimento, propondo aos casais um Caminho deAmor, Felicidade e Santidade.“As Equipas de Nossa Senhora têm por objectivo essencial ajudar os casais a caminhar paraa santidade. Nem mais, nem menos” (Padre Henri Caffarel).

PRIORIDADES (2005-2009):

Estas quatro grandes linhas resultam do discurso de João Paulo II aos equipistas em Roma,em 2003.Assumir a Exigência - Vamos assumir a exigência do nosso Movimento, “viver a vida conjugal efamiliar a exemplo da vida de Cristo” (João Paulo II);Apoiar os Jovens - Vamos dedicar uma boa parte do nosso esforço aos jovens, “sobretudoentre os jovens, que esperam a mensagem cristã sobre o amor humano” (João Paulo II);Comunicar com Alegria - Vamos comunicar com alegria, “os esposos cristãos recebem amissão de manifestar de modo visível, a aliança indefectível de Deus com o mundo” (João Paulo II);Testemunhar a Felicidade - Vamos testemunhar a felicidade, “testemunhar incessantemente demaneira explícita a grandeza e a bondade do amor humano, do matrimónio e da família” (João Paulo II).

PROJECTOS:

África e Documentação.

ACÇÃO e COMPROMISSO na IGREJA:Casais comprometidos com a Igreja local, paróquias, dioceses e outros movimentos:Centro de Preparação para o Matrimónio, Centro de Preparação para o Baptismo,Catequese, Escola de Pais, Equipas de Jovens de Nossa Senhora, Tempo de Esperança,Vida Ascendente, Pastoral Familiar, etc.

INTENÇÕES de ORAÇÃO a PARTILHAR:Pelas novas Regiões Angola e Moçambique;Pelas novas Províncias Norte e Centro, Sul e África;Pelos casais em dificuldade;Pelos Recasados;Pelos Jovens.

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Regionais do Algarve

Regionais

do Centro Interior

Regionais do PortoRegionais de Angola

Supra-Regionais

Conselheiro

Espiritual

Regionais

do Douro Sul

Regionais de Moçambique

Provinciais de África

Regionais

dos Açores

Responsáveis do Secretariado

Foto da Equipa da Supra-Região de Portugal (2005-2006)Foto da Equipa da Supra-Região de Portugal (2005-2006)

Ana e Vasco

Cristina

e João Makenengo

Beatriz

e António Laice

Luísa e Rui

Padre Janela

Teresa

e Zé Manel

Graziela

e Zé

Sónia

e Manuel

Lai

e Fernando

Teresa

e Zé Manel

Graciete

e Zé

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Regionais

do Ribatejo-Oeste Regionais do Norte

Regionais da Madeira

Regionais de Lisboa

Responsáveis

da Comunicação

Regionais

de Cascais-Oeiras

Provinciais

Norte e Centro Provinciais Sul

Regionais de Sintra

Regionais do Tejo SulRegionais do Centro Litoral

Fernanda e António

Milú e Luís

Odília

e João

Gabi

e Joaquim

Isabel

e Paulo

Rita

e Gastão

São e Duarte

Rita e David

Lena

e Jorge

Zoca e Rui

Donzília

e Felisberto

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Perfil: As Equipas de Nossa Senhora (ENS)são um Movimento de EspiritualidadeConjugal reconhecido pela Santa Sé comouma Associação Privada Internacional deFiéis de Direito Pontifício. As Equipas sãoconstituídas por 5 a 7 casais e um SacerdoteConselheiro Espiritual. São casais cristãosque querem crescer no amor ao outro, aosfilhos e aos outros e crescer no amor deDeus, um projecto para toda a vida.Reúnem-se em Equipa pois acreditam naforça da entreajuda tanto na oração, comona reflexão e na vida, e assumem aspropostas concretas que o Movimento lhesfaz: Escutar a Palavra de Deus, praticar aoração pessoal, conjugal e familiar, dialogarem casal e ter propósitos de conversão e deaprofundamento espiritual. Como casaiscristãos querem estar comprometidos comCristo. De facto, “Vem e segue-me” (Mt 19,21) é o apelo que Cristo lhes dirige, comobaptizados, convidando-os a abrirem-semais ao Seu amor e a dar testemunho d’Elesempre e em toda a parte. Queremtestemunhar a alegria e a felicidade deviverem a dois esta proposta.Actividades específicas: As Equipas têmuma vida própria ao longo do mês, com umponto alto no dia da reunião. Na reuniãode Equipa, os casais aprofundam o conhe-cimento mútuo, rezam juntos, meditam a Pa-lavra de Deus, reflectem e celebram as ale-grias da sua caminhada em conjunto. Parapromoverem a unidade e a entreajuda entretodas as equipas, as ENS organizam regu-larmente encontros locais, nacionais e inter-nacionais, de formação, reflexão e oração.

Implantação: Segundo dados de Janeiro de2005 do Secretariado Internacional, as ENSestão implantadas em 63 países de todos osContinentes, num total de 105 055 membros.Em Portugal, onde chegaram em 1955, asENS organizam-se actualmente em 3 Pro-víncias, 15 Regiões e 80 Sectores e contamcom 10 043 membros, entre casais, viúvase viúvos e Sacerdotes Conselheiros Espiri-tuais. As ENS estão presentes em todas asDioceses do Continente e Ilhas à excepçãode Bragança. As Equipas de Angola eMoçambique, bem como as Equipas deLíngua Portuguesa existentes na África doSul, estão ligados à estrutura do Movimentoem Portugal.

Publicações: “Carta das Equipas de NossaSenhora”, (bimestral, 5500 exemplares),Temas de Estudo (publicados anualmente,5000 exemplares) e Manuais de Formaçãosobre a Metodologia e sobre o Espírito doMovimento.

Direcção Nacional:Casal Responsável da Equipa Supra-Re-gional: Ana Adelaide e Vasco ManuelVarela, Bairro S. Francisco, lote 36, r/c,direito – 2685-509 CAMARATE.Sacerdote Conselheiro Espiritual da EquipaSupra-Regional: Cónego António deAlmeida Janela, Avenida dos Descobri-mentos, 4 – 2685-194 PORTELA LRS.Secretariado Nacional das ENS: Avenida deRoma, 96, 4º, esquerdo - 1700-352 LISBOA,Telef.: 21 842 93 40, Fax: 21 842 93 45,e-mail: [email protected]: www.ens.pt

“As Equipas de Nossa Senhora têm por objectivoessencial ajudar os casais a caminhar para a santidade.Nem mais nem menos.”

(Padre Henri Caffarel, fundador das ENS)

no «Anuário Católico de Portugal»das ENSApresentaçãodas ENSApresentação

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A Síria, centro de uma presença humanaintensa e contínua, foi uma encruzilhadaprivilegiada em que se enriquecerammúltiplas civilizações que forjaram o nossomundo contemporâneo com os seusprogressos, as suas crenças e os seus erros.

Muitos sírios deixaram o seu nome àhistória, tais como Apolodoro, o arquitectodo forum de Trajano em Roma, e PlúiblioSiro, poeta. O trono do Império Romano foiocupado por quatro mulheres, as famosasJúlias sírias, e mais tarde por Heliogábalo,Severo, Alexandre e Filipe o árabe.

A Síria foi o primeiro país a ser evangelizado.Partindo de Jerusalém, os apóstolos vierampara a Síria. Foi em Damasco, a capitalactual, que Saulo se converteu e passou achamar-se Paulo, e foi em Antioquia, acapital de então, que pela primeira vez se

deu aos discípulos onome de cristãos. Alémdisso, a cadeira deS. Pedro conheceu oitoPapas sírios. Por úl-timo, convém lembraralguns santos sírios,como sejam SantoEfrém, São JoãoCrisóstomo e SantoInácio de Antioquia.

A Síria compreendeuma multiplicidade de comunidades, cristãse muçulmanas, que vivem em perfeita har-monia e tolerância. Os cristãos, que nãorepresentam mais de 8% da população (1,5milhões num total de 18 milhões), estãorepartidos por várias comunidades católicasunidas a Roma (melquitas, siríacos, aménios,caldeus, maronitas e latinos), ortodoxos(gregos, siríacos e arménios) e protestantes(evangélicos). Esta diversidade não fazsenão enriquecer a vida religiosa e asliturgias.

A visita de João Paulo II à Síria em 2001,como peregrino seguindo os passos de SãoPaulo, foi uma viragem na história dasIgrejas orientais. De facto, os olhos domundo inteiro voltaram-se para a Síria, e aexcepcional situação ecuménica que une asdiferentes comunidades tinham segura-mente dado frutos algures. Além disso, a

berçode civilizações

ASíria,

berçode civilizações

ASíria,

FARÉS E CAROLE KASSABJI

Zona Euráfrica

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visita pôs em realce os tesouros daarquitectura cristã e facilitou a vinda deturistas e de peregrinos paulistas. Isto deuaos cristãos sírios uma maior confiança noseu país e, consequentemente, travou ofenómeno da emigração.

O Movimento das Equipas de NossaSenhora foi introduzido na Síria, emLattaquié, em 1970. Num primeiromomento, um casal libanês assegurava a

na expansão do Movimento tanto nos meioscatólicos como nos ortodoxos. De facto,constituíram-se oito equipas «ortodoxas» emLattaquié: utilizam os mesmos documentose vivem a mesma espiritualidade, sem porisso pertencerem ao Movimento.

Recentemente, após vários contactos comcasais do Egipto, da Jordânia, do Iraque edos Emiratos Árabes Unidos, arrancaramduas equipas no Dubai, formadas por casaismistos sírios e libaneses. Um casal de Alepoassegura a informação e a pilotagemvisitando-as uma vez por mês.

2. As publicações:

Dado que tudo se passa em árabe durante asreuniões e as sessões, todos os documentosdo Movimento são traduzidos do francêspara árabe e depois impressos em númerolimitado. Isto exige esforços e um orçamentoespecial. Um único tema local foi tratadopor um padre conselheiro espiritual porocasião da visita do Papa à Síria. Nesse tematratam-se pontos que o Santo Padre evocoudurante a sua visita e que interessam aoscristãos sírios. Recentemente, começou comas equipas libanesas, uma pequenacolaboração ao nível da tradução.

3. Os retiros espirituais:

À falta de suficientes centros de retiros naSíria, este ponto concreto de esforço éassegurado aos casais pela Equipa Respon-sável Síria através de três retiros de três diasno verão e um único no inverno. Assim,todos os equipistas esperam estes retiroscom impaciência, a fim de viverem em con-junto tempos fortes em que podem ir buscaro aprovisionamento espiritual do ano.

pilotagem da primeira equipa síria, queainda existe. Em seguida, deu-se odesenvolvimento nas outras cidades aomesmo tempo: Damasco, Alepo e Homs.Actualmente, do Movimento fazem parte44 equipas repartidas por cinco sectores.

O Movimento na Síria tem trêscaracterísticas:

1. A missão:

Os casais apreciam as riquezas quereceberam e empenham-se em convidar oscasais jovens a partilhar a sua aventuraespiritual. Os resultados têm-se manifestado

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JOHN E ELAINE COGAVINEm pouco tempo de existência, as Equipasde Nossa Senhora conheceram um impor-tante aumento do número dos seus mem-bros e uma grande extensão geográfica.As primeiras peregrinações — que passaramdepois a ser encontros interna-cionais — estiveram entre os prin-cipais factores desta evolução eda unidade do Movimento.

Em Setembro, os casais das Equi-pas e os seus conselheiros espiri-tuais irão dos quatro cantos doglobo ao encontro de Lourdes.Iremos para partilhar em conjunto e paranos apoiarmos uns aos outros no objectivocomum de desenvolver e de viver plena-mente a nossa espiritualidade conjugal.

Os primeiros peregrinos eram sobretudocasais e padres franceses, e as peregrinaçõestinham lugar em França. Em 1959 deu-se aprimeira grande mudança com um encontroem Roma. Embora fosse principalmenteeuropeu, este encontro reflectia a nossadimensão internacional. Dizia então o PadreCaffarel: «A oração do Magnificat, que cada equipistarecita diariamente, reúne de maneira invisível todos oscasais da Europa, da América e de África».

Em 1970, por ocasião de um novo encontroem Roma, comentando o discurso do Papa

Paulo VI, anunciava: «O Movimento conta mais de20 000 casais agrupados em 3 500 equipas estabelecidas

em 36 países em cada umdos cinco continentes».

Quando nos reunir-mos em Lourdes emSetembro, represen-taremos mais de50 000 casais, maisde 10 000 equipas, em

mais de 70 países. Estes casais mostrarãoque muitas culturas se reúnem numa mesmafé. A alegria que havemos de sentir será arealização concreta destas palavras do PapaPaulo VI ao encontro de Roma em Maiode 1970:

«Queridos filhos e filhas, a Igreja, de que sois célulasvivas e activas, dá através das vossas famílias como queuma prova experimental do poder do amor salvífico, e dáos seus frutos de santidade. Preparais para a Igreja e parao mundo uma nova primavera cujos rebentos nos fazemestremecer de alegria».

Por que será que o número de participantesnestes encontros não pára de aumentar,dado o seu custo importante em tempo e emdinheiro?

em Lourdes,vindos

dos quatro cantos

Reunidos

do Mundo

em Lourdes,vindos

dos quatro cantos

Reunidos

do Mundo

Queridos amigos equipistas

Correio da ERI

Talvez aindaestejamos naprimavera que oPapa Paulo VIevocava

CASAL DE LIGAÇÃO À ZONA EURÁSIA

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Em Setembro,os casais das equipase os seusconselheiros espirituaisirão dos quatro cantosdo globo ao encontrode Lourdes.

Da nossa própria experiência, pensamos quea participação num acontecimento destes éuma experiência que transforma uma vida.Sair de casa para se reunir com irmãos eirmãs equipistas é uma aventura. Reunimo--nos, partilhamos, rezamos juntos, ouvimosjuntos as conferências. Os temas destasconferências são o resultado de muito

muito profunda. As relações que seestabelecem com a nossa equipa em apenasalguns dias criarão laços que nunca serãoverdadeiramente esquecidos.

Estes encontros são uma maravilhosamanifestação de solidariedade e de unidade!Isto lembra-nos a multiplicação dos pães edos peixes realizada por Jesus para cinco milpessoas. Iremos a Lourdes com fome dealimento espiritual, numa verdadeiraexpectativa das mensagens que iremosreceber. Regressaremos saciados eprocuraremos levar um abundante alimentoespiritual aos membros das nossas equipasque não tiverem podido ir. Em suas casas,eles acompanhar-nos-ão com a sua oração eo seu pensamento. Lembrar-nos-emos delestodos os dias quando rezarmos e dermosgraças a Deus pela experiência que Ele nospossibilitou viver.

Em 2003, em Roma, quando preparávamos opróximo encontro e desenvolvíamos aorientação do Movimento para os anosseguintes, fomos interpelados pelo PapaJoão Paulo II tinha-nos lembrado a nossaresponsabilidade com estas palavras:«Queridos amigos, dou graças a Deus pelos frutos que ovosso Movimento tem dado por todo o mundo,encorajando-vos a testemunhar sem cessar e de formaexplícita a grandeza e a beleza do amor humano, domatrimónio e da família».

Talvez ainda estejamos na primavera que oPapa Paulo VI evocava e, durante o nossoencontro, vejamos, com grande alegria, oaparecimento de novos rebentos!

Com a nossa amizade. Que Deus os abençoea todos!

trabalho colegial, na escuta dos casaisresponsáveis de cada região do mundo, e deforma mais particular por ocasião da reuniãoem Roma em Janeiro de 2003.

Vivendo no mundo de hoje, devemos estarsempre atentos aos sinais do nosso tempo eàs novas questões que se nos levantam,revelando novas realidades e novos desafios.A orientação do nosso Movimento visasempre ajudar-nos a elaborar as nossasrespostas, para vivermos a nossa vida cristã,fazendo face às exigências que surgem nasnossas vidas de casais.

Durante o encontro, as reuniões em equipasmistas com outros casais e outrosconselheiros espirituais de culturasdiferentes, reunidos para partilhar e rezarjuntos, são uma experiência muito rica e

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FRANÇOIS FLEISCHMANN

VAMOS reunir-nos em Lourdes.O Padre Caffarel colocou as Equipassob a protecção de Nossa Senhora. Temostantos motivos para pararmos um instante

e meditar na presença de Maria na Igreja,na nossa vida cristã. Retenhamos hojeapenas alguns pontos.

O papel de Maria na história da salvaçãopoderia quase exprimir-se numa simplespalavra: “sim”. Ao anúncio do Anjo, estafilha de Sião em quem se condensa toda aespera do seu povo, aceita a missão de ser aMãe do Messias. Nela a humanidade, noque tem de mais puro e de mais belo, acolhea presença de Deus. Nela o Verbo de Deusassume a condição humana.

O “sim” de Maria traduz a sua fé livre,humilde, incondicional. Em Maria, aesperança alimentada pela escuta, oacolhimento da Palavra de Deus, leva aoacto central de toda a nossa história.Durante a sua vida, ela medita no seucoração a Palavra que lhe foi dirigida. Ao

longo da vida de seu Filho, ela mostra umadisponibilidade total, até à oferta partilhadacom Jesus na Cruz. Depois da manhã dePáscoa, ela vê o nascimento da Igreja pelo

dom do Espírito, como odom do Espírito tinha feitonascer nela o Filho de Deus.Presente na comunidadeprimitiva, ela vive a Euca-ristia como se «acolhesse denovo no seu ventre aquele

coração que batera em uníssono com o dela»(João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, n.º 56).

Pela fé, Maria precede-nos e inspira-nos.Rezamos-lhe com carinho porque sabemosencontrar nela a perfeita realização da bem--aventurança «Felizes os puros de coração, porqueverão a Deus». Onde, se não no Coraçãoimaculado de Maria, poderia o ser humanoencontrar melhor a unidade entre o conhe-cimento inteligente da mensagem cristã e acontemplação calorosa do amor de Deus?

A graça de que Maria foi cumulada e aradicalidade do seu simples “sim” à suavocação fazem dela uma figura eminente naIgreja. Com razão, a Tradição reconheceunela «o tipo e a figura da Igreja, na ordem dafé, da caridade e da perfeita união comCristo» (Vaticano II, segundo SantoAmbrósio, Lumen gentium, n.º 63).

de Lourdes

As Equipasao encontro

de Nossa Senhorade Lourdes

As Equipasao encontro

de Nossa Senhora

A graça de que Maria foi cumuladae a radicalidade do seu simples“sim” à sua vocação fazem delauma figura eminente na Igreja.

CONSELHEIRO ESPIRITUAL DA ERI

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O Concílio prosseguiu a sua reflexãosobre a relação entre Maria e a Igrejadizendo: «Acreditando e obedecendo,gerou na terra o Filho do eterno Pai […]que Deus estabeleceu primogénito demuitos irmãos (Rm 8, 29), isto é, dosfiéis, para cuja geração e educação elacoopera com amor de mãe» (ibid.).

Nós podemos — em especial emLourdes — confiar a Maria, mãe com-passiva, os casais e os seus filhos, asEquipas, como fizeram os nossos ante-cessores em 1954: «Que todos os casaisdas nossas Equipas se abram a vós,Maria: permanecei connosco. Mos-trai-nos o vosso Filho Ensinai-nos aamá-l’O e a imitá-l’O».

Em Lourdes, como em todas as Missas,daremos graças a Deus com a VirgemSanta. Não é o Magnificat a oração dasEquipas? João Paulo II convidou-nos arelê-lo numa perspectiva eucarística:«Quando exclama: “A minha almaglorifica ao Senhor e o meu espírito exultaem Deus meu Salvador”, Maria traz no seuventre Jesus. Louva o Pai “por” Jesus, maslouva-O também ”em” Jesus e “com” Jesus.

[…] Recebemos o dom da Eucaristia, paraque a nossa vida, à semelhança da de Maria,seja toda ela um magnificat!» (Ecclesia de Eu-charisita, n.º 58).

Charles De Foucauld

“Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito.”É a última oração de nosso Mestre, do nosso Bem-amado... Que ela possa ser também anossa... E que não seja apenas a do nosso último instante, mas a de todos os nossosinstantes... “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito; meu Pai, confio em ti; meu Pai,abandono-me a Ti; meu Pai, faz de mim tudo o que Te aprouver; e, seja o que for que fizeresde mim, hei de agradecer-Te por tudo; o objectivo? - ei-lo: que a Tua vontade se realize emmim, meu Deus, que a Tua vontade se realize em todas as tuas criaturas, em todos os queo Teu coração ama. Não desejo outra coisa, meu Deus, coloco a minha alma nas Tuas mãos,com infinita confiança, para que Tu sejas meu Pai.”

A ALMA NAS MÃOS DE DEUS

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A luz é símbolo de vida: nãoé por acaso que, quando sefala do nascimento de umacriança, se diz que «foidada à luz». Ser dado à luzimplica um dinamismo,uma caminhada, umcaminho a percorrer, e, defacto, só no fim da vida éque podemos dizer queestamos «na luz», ou seja,totalmente abandonadosnos braços de Deus Pai, queé a Luz e a Vida.

A luz acompanha todo o nosso dia: a luzténue da manhã que se levanta, a luzresplandecente do pleno dia, a luz velada doentardecer, a luz que se extingue na noite.Os nossos actos parecem seguir o ritmo daluz do dia. São mais lentos de manhã,quando os gestos do despertar são quasetímidos e parecem querer encontrar de cadavez a surpresa de um novo dia que nos édado. A luz viva do pleno dia estimula-nos edá-nos energia para realizar as tarefas a quesomos chamados. A luz do crepúsculo, nofim do dia, convida-nos a voltar para casa, avoltar aos sentimentos secretos e familiares,ao desejo de abandonar o frenesim da acçãopara reencontrar o gosto dos gestos maisíntimos, usuais e quotidianos que vivemos

em família. A luz da tarde, que aos poucosse extingue na noite, faz-nos tomarconsciência de que todas as nossas palavras,todos os nossos gestos, todas as nossasacções terminam no fim do dia, tal como nofim da nossa vida. A luz da tarde recorda--nos que somos criaturas, filhos diante doPai, aspirando, como todos os filhos domundo, a sentir-nos amados e protegidospelo amor forte dos pais, pelo amor infinitodaquele que nos deu a vida.

Podemos ler da mesma forma a nossahistória conjugal: momentos de viva luz queiluminam e reforçam o nosso amor, que nosfazem entrever claramente um caminhoaberto e livre de todos os obstáculos;

CARLO E MARIA-CARLA VOLPINI

CASAL DE LIGAÇÃO ÀS EQUIPAS SATÉLITES

Lourdes:L = LUZ

Lourdes:L = LUZ

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momentos sem luz, quando o sofrimento, oegoísmo, a infidelidade e o pecado tornam onosso horizonte obscuro e o nosso passoincerto. A alternância do dia e da noite,como a alternância da luz e da escuridão,marca a vida que evolui dia após dia.

Também a oração segue o ritmo da luz. Defacto, as laudes de manhã e as vésperas àtarde contêm palavras e imagens diferentes:exprimem a nossa admiração pela criaçãoque cada dia nos é dada, o louvor e aaclamação de Deus todo-poderoso na suamisericórdia e na sua ternura, a humildeacção de graças quando tomamosconsciência de tudo o que, durante o dia,nos vem de Deus através dos irmãos.

Os momentos da nossa reunião de equipapodem, de alguma maneira, seguir tambémas fases da luz: a oração que abre e concluitodos os nossos encontros toma sempre atonalidade luminosa ou mais velada dolouvor, da acção de graças ou da nossa

confiança em Deus Pai; em contrapartida, opôr em comum ou o tema de estudo parecemreflectir a tonalidade mais forte de uma luzvital que dá todo o sentido às nossasescolhas.

É bom saber que a luz, com os seus múlti-plos matizes, acompanha a nossa vidaquotidiana.

É bom saber que a luz da vida eterna, noinício e no termo de cada dia, nos preparapara a experiência da Luz eterna que nosespera.

É bom saber que a Luz que vamos descobrirem Lourdes será uma experiência forte deluz interior que renovará os nossos compro-missos de pessoas, de crentes, de equipistas.

Procuremos, então, viver este ano comouma caminhada contínua e progressiva danossa vida em direcção a Lourdes noaprofundamento da fé. A luz de Lourdesespera-nos!

AGARRA-ME COM AS TUAS DUAS MÃOS(AS DUAS MÃOS DO PAI SÃO O FILHO E O ESPÍRITO SANTO)

EU CAMINHO PARA TI, DEUS, MEU DEUS, MEU PAI.PAI DE IMENSA MAJESTADE,PAI DE INFINITA TERNURA,AGARRA-ME COM AS TUAS DUAS MÃOS:TEU FILHO E TEU SANTO ESPÍRITO.

QUE O TEU FILHO ME APERTE COM FORÇAE NUNCA MAIS SOLTE O SEU ABRAÇO.QUE O TEU SANTO ESPÍRITO ME MOLDE À IMAGEMDE JESUS CRISTO, TEU FILHO BEM AMADO,ME INFUNDA A SUA TERNURA FILIAL COM O SEU OLHAR.

ASSIM COMO UM PAI SE INCLINA,PEGA NO SEU FILHOE O LEVANTA ATÉ CIMA COM OS BRAÇOS,ASSIM TU, PAI SANTO, AGARRA-ME COM AS TUAS DUAS MÃOS,E DÁ-ME UM BEIJO NA TESTA.HENRI CAFFAREL

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Queridas irmãs e queridos irmãos. A nóscoube a tarefa de dar continuidade a série doacróstico de LOURDES, refletindo hoje sobrea letra D de “DOM”.

A palavra “DOM” vem do latim “DONU” equer dizer dádiva. “DOM” é tudo o quesomos, e o que somos é por graça de Deus.Na realidade tudo é “DOM”: a nossa vidaestá repleta de “dons” maravilhosos donosso Único doador. Há dons que sãonaturais, fazem parte de nossa naturezahumana como a saúde, o uso dos sentidos(ver, falar, etc), a inteligência e os talentosque possamos ter. São qualidades queacompanham uma criatura humana.

 Na Teologia, quando falamos “graça” nosreferimos a “dons” os quais são dados ao serhumano, que estão acima da natureza. Porisso dizemos que a graça é um “DOMsobrenatural”.

 O maior “DOM” que Ele nos deu é a graçada vida. Quando somos chamados àexistência, a obra do homem se entrelaça deum modo todo especial com a obra doCriador. É por este motivo que nós cristãosdevemos lutar pela cultura da vida, mesmoem um mundo em que muitas e muitasvezes vive em uma cultura de morte.

A paz tão almejada, a justiça, são dons queprecisamos fazer acontecer. Deus é um Paitão misericordioso e amoroso que, se pres-tarmos atenção, veremos que em todos osmomentos de nossa existência, recebemosdons de Deus. Tudo o que somos e quetemos Deus nos concede por seu infinitoamor.

“Graça” ou “DOM” são virtudes especiaisconcedidas por Deus como meio de santi-ficação e salvação e a serviço do próximo.

Deus em sua infinita bondade e misericórdiavem até nós, apesar de nossa pequenez paraelevar-nos acima de nossa natureza.Quando mandou seu Filho amado viver nomeio dos homens e mulheres, foi por amor atodos nós. Jesus veio ao mundo através deuma mulher, Maria. Maria foi o primeirosacrário, a primeira cristã, pois carregoudentro de si Jesus, o Emanuel, Deus conosco.A paixão por Jesus Cristo é um “DOM” quenos leva a viver a compaixão, asolidariedade, e fazer da partilha fraterna onosso estilo de vida.

As Equipas de Nossa Senhora estão sobre aproteção da Mãe que recebeu o grande“DOM” de carregar consigo Jesus, seu Filhoamado. As Equipas de Nossa Senhora sãosem dúvida um grande “DOM” que Deusconcedeu aos casais por intermédio doPadre Caffarel. Padre Caffarel percebeu queo carisma das equipas seria a Espiritualidade

MARIA REGINA E CARLOS HEISE

“DOM”“DOM”

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CASAL DE LIGAÇÃOÀ ZONA AMÉRICAS

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Conjugal, sendo que carisma é um “DOM”concedido a alguém em favor de umacomunidade.

Toda a pedagogia das Equipas de NossaSenhora com certeza foi iluminada peloEspírito Santo e, com isso, percebemos queos Pontos Concretos de Esforço são umgrande “DOM” que nos foi concedido.Sabemos que é pela vivência destes PontosConcretos de Esforço que vamos pouco apouco nos convertendo, sendo isso umtrabalho para a vida toda.

O “DOM” da conversão é condição para oretorno à vida. Um coração novo se alicerçaprincipalmente no esforço de vivermos aRegra de Vida.

Quando se reconhece a presença de Deus emnós, o coração se enche de amor, portanto,de gratidão a Deus. Seria isso, por exemplo,fruto da Meditação, da busca da vontade edo amor de Deus para com cada um e cadacasal.

A graça do sacramento do matrimônio não éapenas para a pessoa, mas para o casal fazerfrutificar os “dons”. Quando o casal se dáem matrimónio, ele se abre à graça de Deus,através do sacramento. “DOM” esse (o sa-cramento) que é dado para transbordar paraoutros casais. O “DOM”realiza a união no

amor e suscita em todos a ação de graças(2 Cor 9, 12-15). O doador agradece a Deustanto quanto ou mais que o beneficiário,pois sabe que sua própria generosidadeé uma graça que vem de Deus. É por issoque há mais felicidade em dar do que emreceber.

Nossa família, nosso cônjuge, nossos filhos,nossa comunidade são sem duvida grandes“dons” que Deus nos ofereceu. Estamosneste ano de 2006 nos preparando para umaperegrinação à Lourdes, que recebeu umgrande “DOM”, uma grande graça,tornando-se um local que acolheu Mariafazendo-se presente à pequena Bernadete.Quer maior graça, maior “DOM” do queeste? A água que corre neste pequeno rio éabençoada, e o Movimento das Equipas deNossa Senhora nos oferece a oportunidadede convivermos alguns dias neste localabençoado pela presença de Maria.

Que “DOM” de Deus se pudéssemos todosnós, participantes das Equipas de NossaSenhora estarmos juntos alguns dias,orando e meditando sob o olhar de NossaSenhora de Lourdes.

Um abraço fraterno a todos e ...

até Lourdes!

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Depois de lançado o desafio, a Joana e o Sa-muel responderam apresentando os textos quepassaremos a publicar nesta e nas próximasCartas nesta Secção “Reflectindo” sob o título

geral “Vida em Movimento”.Esperamos que os textos vos entusiasmem tanto como nos entusiasma-ram a nós e que a linha condutora que os liga, vos vá fazendo esperarpela próxima Carta. Que eles sejam uma ajuda para esta vida movimen-tada e em movimento que vivemos.

ANA E VASCO

Casal à imagem e semelhança de Deus

Queridos Amigos,

Desafiados para escrever umas linhas nestasimpática revista das ENS, sem que algu-ma vez tenhamos sido colunistas ou qual-quer coisa parecida, aceitámos fazê-loconfiando naquele princípio de que o Se-nhor ajuda sempre aqueles que se decidema servi-l’O . Confiamos assim nas reflexõesque, por intercessão de Maria, Ele nos iráproporcionar, na esperança de que a par-tilha das mesmas nesta revista possa servirmais alguém do que apenas a nós. Afinal,o que desejamos mesmo é servir a Glóriade Deus.

Perguntam-nos: O que tem de específico onosso movimento?

O nosso Movimento tem 60 anos, 50 emPortugal; a Igreja tem perto de 2000 anos; aRevelação de Deus ao seu povo escolhido,contando a partir de Abraão, acontece há3900 anos; o Homo Sapiens tem cerca de35 000 anos; o Homo Habilis cerca de 5,5milhões de anos; e, tanto quanto reza ahistória, a evolução do homem começou há7 milhões de anos! Não sabemos dizer comrigor quando é que o mundo começou! Mas

por esta terra já passou, de facto, um nú-mero infindável de pessoas, de casais, defamílias, de comunidades…

Em todas as épocas há, entre outros, umdenominador comum muito bonito e muitoimportante: em cada instante da história dahumanidade há um ser que nasce, há umavida que se inicia, e para a qual tudo énovo!... Há permanentemente o início de umnovo percurso e, independentemente dacultura em que esse percurso se desenvolve,ele tem uma finalidade última, o encontro dapessoa humana com Deus, face a face, naplenitude da sua comunhão…

Todo o homem ou mulher, de todos ostempos e culturas, é um ser criado por Deuspara essa comunhão, assim ele ou ela odeseje…

E é curioso observar a evolução cultural dohomem, do politeísmo ao monoteísmo, dapoligamia à monogamia, etc. Naturalmenteque o percurso de cada um foi e é influen-ciado pela época e cultura em que viveu ouvive, mas nem por isso perde o sentido dasua finalidade última.

Vidaem

Movimento

Vidaem

Movimento

Reflectindo...

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Porém há 2000 anos atrás, Deus, Ele mesmo,na Pessoa de Jesus, veio ao nosso encontro,fez-Se igual a nós, excepto no pecado, eexperimentou um percurso idêntico!... Nocaso foi particularmente exemplar, irra-diando Esperança no anúncio do seu Reino,

libertando-nos de tudo o que nos impede deO alcançar, apontando-nos os caminhosnecessários para atingirmos a finalidadesuprema para a qual fomos criados. Foi ofacto que mais marcou a história da huma-nidade, nos 7 milhões de anos da sua exis-tência, alterando completamente o seu rumo.

Maravilha das maravilhas, é que no finaldo Seu percurso terreno, cerca de 33 anos,Ele partiu e, vencendo a morte com a Suaressurreição, não mais nos largou, conti-nuando, ainda hoje, a acompanhar o per-curso de cada um, tanto quanto possível“de mãos dadas”, assim cada qual Odeseje…

Nestes 2000 anos, na sua presença constan-te, muito se escreveu sobre Ele, sobre a suavontade, sobre os seus caminhos, sobre asformas de convergir n’Ele o percurso de cadahomem. Algumas das interpretações sobre asua vontade foram evoluindo com a reflexãode muitos teólogos, com os mais variadís-simos debates, encontros e desencontros,erros e acertos, etc.

Por muito que já se tenha escrito, falado,debatido, há uma conclusão pacífica: Deus

não é qualquer “coisa” que se explique, massobretudo Alguém que se conhece, comQuem se estabelece relação, com Quem sepode realmente viver de “mãos dadas”,bastando para isso pôr em prática a suaPalavra.

Parece fácil! Aparentementemuito fácil! Mas, infeliz-mente, poucos o fazem, por-que, afinal, a sua Palavra atéé difícil quando confrontadacom os interesses, as conve-niências e as comodidadesde cada um.

O passado deixa-nosobservar que épocas houve onde a culturaafirmava que essas “coisas de Deus” eramapenas para homens, relegando as mulherespara um plano secundário. E já depois deCristo chegou-se a interpretar a Santidadecomo algo apenas reservado a celibatáriosconsagrados.

Naturalmente que a interpretação da Palavrafoi evoluindo, pois o Próprio Deus, presentena história, assistindo a tudo isso, não Seconformava com alguns sentidos que davamà Sua Palavra e foi tratando de nos arrumaralgumas ideias pela acção do Espírito Santo.

Felizmente chegou o momento em que seconcluiu que as pessoas casadas poderiam,na sua vida conjugal, caminhar juntas paraa santidade. Que bonito, que maravilha!...Afinal tinha mesmo de ser assim!... Atéporque Deus, na origem, o que criou foiexactamente um casal, diríamos mesmo umsanto casal, enquanto não conheceu o pe-cado, segundo aponta a Sagrada Escritura.

De facto era mesmo difícil compreendercomo poderíamos ser imagem e semelhançade Deus sem a experiência conjugal, sem aconvergência do plural num singular: “por

Assim, Deus não acompanhaapenas o percurso de cadahomem ou de cada mulher , masarrisca uma aventura de vida comtodos aqueles que aderem à Suaproposta de Aliança Conjugal.

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isso, o homem deixa seu pai e sua mãe, e une-se à suamulher, e os dois serão uma só carne” (Gn 2, 24). Defacto Deus é uma unidade plural. É a con-vergência de três que designamos por San-tíssima Trindade.

Somos, antes de mais, imagem e semelhançade Deus porque Ele é relação e nós fomoscriados para a relação. Mas somos tambémimagem e semelhança de Deus, porque Elemesmo “Criador de todas as coisas visíveis e invi-síveis” (Credo - Catecismo da Igreja Católica),deu-nos o privilégio de poder participar com

Ele no próprio fenómeno da criação, fazen-do-nos sentir, nesse acto, a maior experiênciahumana de Amor conjugal à face da terra.Não só “Homem e mulher Ele os criou” (Gn 5, 2),como homem e mulher Ele continua perma-nentemente a criar...

Homem e Mulher com Deus participam,assim, no milagre da criação de uma novavida humana… Homem e Mulher com Deusassumem a experiência de Amor que éeducá-la e lançá-la no percurso que a po-derá conduzir mais tarde à sua finalidadesuprema: a plenitude da sua comunhãoreservada a todos os homens e mulheres deBoa Vontade. Homem e Mulher com Deusassumem esta relação de Amor a quechamamos vulgarmente casal. Somos porisso imagem e semelhança de Deus, antes domais, porque somos conjugalmente umacomunhão de Amor, réplica da SantíssimaTrindade.

Assim, Deus não acompanha apenas o per-curso de cada homem ou de cada mulher,mas arrisca uma aventura de vida com todosaqueles que aderem à Sua proposta deAliança Conjugal. Que maravilha!... QueAmor imenso esse que Deus nos tem paraser parte activa em cada relação conjugal!...

Alguns interrogam-se legitimamente: mascomo se entende isso nos casais nãocrentes?...

De facto, perdoem-nos a expressão, e nãonos interpretem mal, para o caso é irrele-

vante crer ou não crer em Deus,pois, ainda que o descrente nãoacredite ou não tenha fé, não deixapor isso de ser filho de Deus,sujeito ao percurso da vida e aodesafio da finalidade suprema damesma!... Ele não desiste de ne-nhum dos seus filhos!... Por isso,até com esses, que pela descrença

não têm consciência disso, Ele arrisca umaaventura de Amor!... Ele deixa-Se expe-rimentar!... Pois continua a ser, mesmo comesses, o Criador de todas as coisas visíveis ouinvisíveis!... Até aos descrentes dá o pri-vilégio de partilhar com Ele o próprio fenó-meno da criação. Que grande é o Amor deDeus por todos os homens e mulheres, cren-tes ou descrentes: “As pessoas que têm saúde nãoprecisam de médico, mas sim as que estão doentes. Eu nãovim para chamar os justos, mas os pecazdores”(Mc 2,17)!...

Contudo, todos aqueles que têm consciênciadesta experiência do Amor de Deus, cheio degratuidade, nas suas vidas, nas suas rela-ções conjugais; todos aqueles que vivemreconhecendo que tudo, tudo mesmo, Lhepertence: o seu cônjuge, os seus filhos, osseus familiares, os seus amigos, os seusadversários, os dons que possuem, os bensespirituais ou materiais que têm, etc.; todos

Todo o homem ou mulher ,de todos os tempos e culturas,é um ser criado por Deuspara essa comunhão, assimele ou ela o desejem…

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aqueles que sentem a autenticidade da suapresença nas relações interpessoais nafamília, abrangendo os filhos e outrasgerações sentem naturalmente a Alegria e aEsperança de quem caminha na certeza deque o seu percurso não tem um fim, mas simuma finalidade, como nos diz Carlo MariaMartini.

Com todo os respeito por outras experiênciasmatrimoniais, aparentemente felizes, fora docontexto da nossa Fé Cristã, a consciência deque Deus faz história com cada um e comcada casal faz-nos sentir uma Alegria e umaEsperança diferentes, porque assumemcontornos divinos, porque são tambémAlegria e Esperança de Deus, que comungada mesma história, da mesma aventuraconjugal.

A vida não se torna mais fácil por isso, mastorna-se mais leve... Quando o sofrimento oua dor batem à porta, percebemos facilmenteque Ele aí está sofrendo connosco, e assumi-mos a dor na consciência de que n’Ele nadaé trágico e n’Ele tudo tem um sentido... Talconsciência porém não diminui a dor, mas ofacto de ser partilhada por Ele faz com quedor seja também uma dor d’Ele, e por issoassuma contornos divinos... Ele é o únicoRedentor, mas o facto de sermos pequenascélulas do seu Corpo Místico faz com que osnossos sofrimentos sejam seus sofrimentosservindo também para a redenção da huma-nidade.

Voltamos então à pergunta inicial: o que temde específico o nosso Movimento?

De facto as ENS o que têm de específico éuma metodologia que experimentada navida real, com fidelidade e autenticidade,ajuda muitos casais a sentirem esta presençareal de Deus na sua vida conjugal, no seusacramento matrimonial. Ajuda muitos

casais a descobrir a vontade de Deus quantoaos seus próprios projectos de vida, e atomar as grandes decisões com Ele. Ajudamuitos casais a viver a autenticidade doprojecto de Amor que Deus pretende earrisca partilhar com cada qual.

Quando a sua metodologia é vivida com au-tenticidade e perseverança, ela transforma opercurso da vida individual e conjugal numcaminho de conversão permanente e ines-gotável, sempre na direcção de Deus, aju-dando a construir aquela casa onde “caiu achuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram comforça contra a casa, mas a casa não caiu, porque foraconstruída sobre a Rocha” (Mt 7, 25).

Não podemos, por isso, terminar sem umsentido agradecimento à nossa equipe baseem particular, às equipas que tivemosoportunidade de pilotar, a todos os casais eassistentes do nosso movimento que fomosconhecendo em encontros, retiros, ou napartilha de diversas responsabilidades, e atodos os casais, assistentes e Equipas emgeral que animam e organizam a dinâmicado nosso movimento, por nos terem abertoos olhos para a presença do coração de Deusna nossa relação conjugal, no coração danossa família nuclear, e nos continuarem aproporcionar os meios que nos permitem,mais facilmente, descobrir a sua vontade anosso respeito.

Afinal o Movimento das ENS até teve umdefeito: apareceu tarde demais na história...

JOANA E SAMUEL SANCHES

LISBOA 100

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Projecto Produção de Documentos

De acordo com o estabelecido pela Equipada Supra-Região, deu-se início à reestru-turação da apresentação dos documentosexistente no Movimento, revendo e classi-ficando os documentos em vários tipos,segundo o seu conteúdo. Em termos vi-suais, cada tipo de documento terá umgrafismo próprio que o identificará.

O primeiro passo já foi dado, tendo sidopublicados dois manuais, “O Casal Res-ponsável de Sector” e “O Casal Responsá-vel de Equipa”, que estão disponíveis noSecretariado.

Estes dois documentos foram distribuídosno Encontro de Responsáveis realizado emNovembro de 2005.

Documentos vindos da ERI

A ERI produziu dois novos textos, um sobrea “O Casal das Equipas de Nossa Senhoraem Missão” e outro sobre “O Casal Respon-sável Regional”, que, após tradução e revi-são, serão publicados em português.

Presença das ENS na Assembleia do CNMO

Durante o fim de semana em que se realizouo Encontro Nacional de Responsáveis, teve

lugar a reunião do Conselho Nacional deMovimentos e Obras, tendo o Movimentosido representado pelo casal Isabel e JoãoLuís Baptista Ferreira.

Participação das ENS nas XVI Jornadas Nacionais de Pastoral Familiar

Realizaram-se no passado dia 6 de Novem-bro 2005 as XVI Jornadas Nacionais de Pas-toral Familiar onde o casal Regiani e TiagoLíbano Monteiro das ENS apresentou o seutestemunho: ”A Eucaristia na nossa vida em casal ede família. Os pais na iniciação dos filhos à Eucaristia”.

Bispos no Encontro Nacional de Responsáveis de 19 e 20 Novembro 2005

Tivemos a alegria de ter connosco o SenhorD. Serafim, que no Paulo VI nos dirigiu asboas vindas, e de a Celebração final ter sidopresidida pelo Senhor D. Manuel Clemente,que também nos deu a honra de almoçarconnosco.

Por impossibilidade de agenda o SenhorD. António Carrilho, Presidente da Comis-são Episcopal para o Laicado e Família,esteve connosco através de uma mensagemem que manifestava todo o seu apoio eencorajamento para os trabalhos do En-contro e para a missão dos casais responsá-veis da ENS.

OutubroNovembro

Dezembro2005

OutubroNovembro

Dezembro2005

Notícias

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Rede de Casais de Ligação às Dioceses

Foi lançada, durante o Encontro Nacional deResponsáveis de 19 e 20 Novembro 2005,uma nova rede que pretende, de uma formamais oficial, estabelecer ligação com as 20dioceses de Portugal, nomeando vinte casaisque serão o rosto das ENS junto de cadaBispo.

Rede de Casais Correspondentes Regionais

Foi lançada, durante o Encontro Nacional deResponsáveis de 19 e 20 Novembro 2005,uma nova rede que pretende que em cadaRegião exista um casal que tenha comoprincipal preocupação a comunicação noMovimento e utilize os diversos meios paradar a conhecer a riqueza da sua Região.

Filme sobre o Encontro de Celebração dos 50 anos

Foi apresentado, durante o Encontro de Na-cional de Responsáveis, um filme sobre oEncontro de Celebração dos 50 anos, queestá disponível em DVD e será distribuídoatravés das estruturas do Movimento.

EJNS

O jantar realizado em Fátima, entre Casais eJovens de Nossa Senhora, durante a reali-zação dos Encontros Nacionais de Respon-sáveis, das ENS e das EJNS e a celebraçãoconjunta de Sábado na Capelinha foraminiciativas que darão frutos. Tivemos ecosimediatos de Casais interessados em ajudara reanimar as EJNS em vários Sectores.

Formação com casais de África após o ENR 2005

Realizou-se, durante a semana que se seguiuao Encontro, uma semana de formação (ànoite) para os casais e Conselheiros Espiri-tuais das Regiões de Angola e Moçambiqueque se deslocaram a Portugal.Esta formação foi assumida pela Equipa deCoordenação da Supra-Região e pela RegiãoLisboa.

Projecto de Formação África 2005-2009

Em Dezembro, foi preparado e enviado paraa ERI o documento formal sobre o projectode Formação África 2005-2009, que inclui osantecedentes desde 2001. Com este projectoserá concretizado um plano de formação doscasais de África (Angola e Moçambique)com acções de formação em Portugal e com aorganização de Sessões de Formação em Áfri-ca ministradas por casais e CEs de Portugal.

Folheto ENS

O novo Folheto de divulgação do Movi-mento, depois de esgotado, já foi reeditadoe está disponível para todos os Casais Re-gionais e Provinciais. Quem dele precisar éfavor solicitá-lo através das estruturas doMovimento.

Filme em DVD sobre o Encontro Nacional de Responsáveis de 2005

Já estão prontos os quatro DVDs que ilus-tram o Encontro. Um DVD contém umaapresentação geral do Encontro, e será dis-tribuído via estruturas do Movimento, e os

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outros três contêm os painéis do encontro edestinam-se a ser utilizados nomeadamenteem África em Encontros do Movimento.

Artigo para o “ComTextos”, publicação do MCE

No próximo número do “ComTextos” doMovimento Católico de Estudantes (MCE)será publicado um artigo ,“A família, caixade ressonância, laços e teias”, da Ana e doVasco, a quem o MCE lançou o convite paraescrever sobre a Família.

Estatísticas da Supra-Região Portugal

Actualmente, somos 4783 casais, 199 viúvas,31 viúvos, 654 Conselheiros Espirituais,914 equipas das quais 804 com ConselheiroEspiritual (há CEs com mais do que umaequipa) e 120 em Pilotagem.

Estes dados foram enviadas à ERI emJaneiro de 2006, e é com base neles, e numindicador de nível de vida em cada país, quese calcula a quotização da SR Portugal.

Deslocações do Casal Supra-Regional (SR)

Em Outubro, com o Casal Provincial e comos responsáveis de equipa e de sector, àRegião Madeira, no Funchal;

Em Novembro, com o Casal Provincial, ànova Região Algarve, em Faro, para oencontro com as equipas Espanholas deHuelva e,

também em Novembro, a Angola, onde oVasco se deslocou em serviço, com o Regionalde Angola, com um Conselheiro Espirituale também com todos os responsáveis dossectores de Luanda.

Reunião da SR

Realizou-se em Fátima, na Casa de NossaSenhora das Dores, de 13 a 15 de Janeiro de2006. A noite de 6.ª feira foi dedicada àoração.

O tema tratado pelo Sr. Cónego Janela foi“A Eucaristia, presença real do Senhor”.

Presença no Grupo da Família do CNMO

Dia 1 de Fevereiro realizou-se mais um encontro dos movimentos e obras que trabalham naárea da família.

Jornada Nacional do Apostolado dos Leigos

Organizada pela Comissão do CNMO, realizou-se de 10 a 12 de Fevereiro, em Fátima, na Casade Nossa Senhora do Carmo, sob o tema “Eucaristia, Comunidade e Missão”.As ENS estiveram representadas e as Jornadas correram muito bem, com grande participaçãodos diferentes movimentos e com intervenções muito actuais e que convidam à reflexão.

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Semana da Família e da Vida

Como já é habitual, celebra-se de 14 a 21 deMaio a semana da Família e da Vida queintegra o Dia Internacional da Família, dia15 de Maio.Estejamos atentos às propostas que cadaDiocese fará neste sentido.

Jornada Nacional dos Secretariados Diocesanos e dos Movimentos Nacionais da Pastoral Familiar

Organizada pelo Departamento Nacional daPastoral Familiar, realizou-se em Fátima, naCasa de Nossa Senhora do Carmo, em 28 deJaneiro de 2006, a Jornada Nacional dosSecretariados Diocesanos e dos MovimentosNacionais da Pastoral Familiar.Esteve presente, durante todo o encontro,D. António Carrilho actual Presidente da

IgrejaDa

IgrejaDa

Comissão Episcopal do Laicado e daFamília.

As ENS estiveram representadas e foi gratoencontrar muitos equipistas a representarSecretariados Diocesanos da PastoralFamiliar ou outros Movimentos. Eram maisde 12 casais nas 6 dezenas de pessoaspresentes.

Sentimos com alegria, da parte de todos, umgrande espírito de abertura e vontade deunirmos esforços, pondo o carisma de cadaMovimento ao serviço da Família.

Semanas Sociais Portuguesas

Por iniciativa da Comissão Episcopal Por-tuguesa, realizam-se em Braga, nos dias 9a 12 de Maio, as Semanas Sociais Portugue-sas, sob o tema “Uma Sociedade Criadorade Emprego”.

Inscrições: [email protected]

· Reunião da Supra-Região: Fátima, Casa de Nossa Senhora do Carmo; (31 Março a 2 Abril 2006)

· Reunião da Supra-Região (ECom e ESec): Fátima; (30 Junho a 2 Julho 2006)

· Reunião da Supra-Região: Fátima. (27 a 29 Outubro 2006)

Próximas Reuniões da Supra-Região

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ICNE - Congresso Internacional para a Nova Evangelização

· Encontro e Formação de Pilotos: Fátima, Hotel Cinquentenário (18 e 19 Fevereiro 2006)

· Colégio Internacional 2006: Lourdes; (Setembro de 2006: Terça-feira 12 à tarde a Sexta-feira 15 à tarde)

· Encontro Internacional 2006: Lourdes; (Setembro de 2006: Sábado 16 à tarde a Quarta-feira 21 depois de almoço)

· Encontro Nacional de Responsáveis: Fátima; (24 e 25 Fevereiro 2007)

· Encontro Nacional: Fátima. (10 e 11 Novembro 2007)

12 Novembro 2005 - “Festa da Luz”

A Imagem da Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições visitou Lisboapela terceira vez em 80 anos, no dia 12 de Novembro de 2005, durante o CongressoInternacional para a Nova Evangelização (ICNE).A Imagem de Nossa Senhora de Fátima foi recebida na Igreja de Fátima, e seguiu-se aProcissão das Velas até à Praça dos Restauradores, sob a presidência do Cardeal-Pa-triarca, D. José da Cruz Policarpo.Nesta imensa “Festa de Luz” participaram muitos casais equipistas.As Equipas de Nossa Senhora da Região de Lisboa ofereceram as flores que rodearama nossa querida Mãe do Céu no seu percurso pela cidade de Lisboa e sentem-se muitohonradas por ter sido um casal das Equipas o responsável pela ornamentação doandor.São Graças de Maria para o Movimento de que é Padroeira.A Região de Lisboa, agradece reconhecida.

Próximos Encontros Nacionais e Internacionais

Próximas Sessões de Formação Nacionais e Internacionais

· Sessão de Formação II: Fátima, Residencial Santo Amaro; (28 Abril a 1 Maio 2006)

· Sessão de Formação Internacional 2006: Lourdes; (Setembro de 2006: Quarta-feira 21 à tarde a Domingo 24 depois de almoço)

· Sessão de Formação II: Fátima. (30 Novembro a 3 Dezembro 2006)

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O NOSSO “SIM”(ORAÇÃO DE UM CASAL)

PAI NOSSO,TU QUE ESTÁS PARA ALÉM DE TUDOE PRESENTE NO CORAÇÃO DOS QUE SE AMAM,NÓS CONFIAMOS-TE O NOSSO CASAL.

QUE O TEU NOME SEJA LOUVADOE O NOSSO “SIM” RENOVADO DIA A DIA SEJA SINAL DA TUA PRESENÇA.

PARA QUE A JUSTIÇA, A PAZ E A ALEGRIAABUNDEM NO ESPÍRITO SANTO,FAZ DE NÓS TEUS SERVIDORESE PERMITE QUE CADA UM AJUDE O OUTRO A DAR-TE O SEU MELHOR.

QUE O NOSSO QUERER E O NOSSO PODER SE UNAM A TIPARA VIVERMOS SEGUNDO O TEU EVANGELHO.

PERMITE QUE NOS AMEMOS TODOS OS DIASCOM ALEGRIA E TERNURA,MESMO QUANDO EXCITADOS OU NERVOSOS;COM DELICADEZA E HUMOR,MESMO QUANDO FATIGADOS E PREOCUPADOS.

PERDOA-NOS A NOSSA FALTA DE ESPERANÇA,A NOSSA FÉ FRÁGIL E A NOSSA POBRE CARIDADEE ENSINA-NOS A VIVER DO AMOR QUE TUDO PERDOA.

NÃO NOS DEIXES SUCUMBIRQUANDO O PECADO NOS AFASTA UM DO OUTRO,MAS FAZ-NOS RENASCER SEMPRECOM UM AMOR MAIS SIMPLES E MAIS SANTO.

MARIE-FRANÇOISE E DENIS

· Província Sul: EEN - 29 e 30 de Abril 2006 – Turcifal (Região Lisboa); EEN - 27 e 28 de Maio 2006 – Turcifal (Ex-Região Sul).

· Província Norte e Centro: Formação I – 28 Abril a 1 Maio 2006 - Fátima; EEN – 26 e 27 de Março 2006 – Apúlia; EEN – 1 e 2 de Abril 2006 – Albergaria; EEN – 27 e 28 de Maio 2006 – Albergaria.

Próximos Encontros de Equipas Novas (EEN) e de Formação I

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Interpelações

lugardo

Interpelações

lugardo

Lá para o Alto Minho, entre Amarese Vila Verde, numa cumeada enso-leirada, aí está Rendufe e o Mosteiroque lhe dá fama. Era um mosteirodos beneditinos, dedicado a S. An-dré, erigido antes da nacionalidade,no longínquo século XI. Com os libe-rais de oitocentos, o mosteiro foi abando-nado pelos frades, vendido a particulares,ardeu, e apenas uma memória resta dessestempos florescentes. Aí está a igreja, domi-nada pelo barroco da fachada e pela talha,esplêndida, do seu altar-mor, e um claustrovazio, coração da comunidade beneditinaque já não existe. Como a vida dos homens,passou por tempos áureos, nos séculos XVe XVI, por lutas de poder, por perda deinfluência e por renovos de vida, até que asua extinção não deixou mais que a pedraque tantas mãos trabalharam, que a tantosdeu abrigo, que a tantos viu na esperança eno desespero, na alegria e na dor.

As suas torres erguem-se bem alto echamam-nos de longe. Dizem-nos que alipode a festa continuar. E assim foi com ocasamento do Luís e da Mariana. AgoraRendufe interpela-nos pela celebração doamor, pela festa que une o sagrado e oreligioso, o sagrado e o profano. Como diziao Frei Bento, eles não se vieram casar masiniciar a aventura de se ir casando, que ocasamento é sempre obra inacabada, é

sempre pedra a polir e a pôr direitinho láonde o edifício precisa de melhor sustento.

Participar de uma festa de casamento é estarcom os noivos para lhes servir detestemunha do seu querer, para testemunhara nossa esperança íntima, para lhes pro-meter que estaremos com eles nesse irem-secasando. É tempo de viver o amor nas suasdiversas formas, desde o agape, o amar poramar, nada mais que isso, ao amar porque serecebe, passando pelo amar que se dá, peloamar que dá prazer, pelo amar lúdico e peloamar sensual e prazeiroso. É da multiplici-dade do amor que o amor se faz. É pelavariedade do amor que ele cresce. É nasvariações do amor que nos encontramos aamar de forma sempre nova.

Os textos bíblicos cantam o amor de formastambém muito diversas. Tomando o Cânticodos Cânticos (2; 8), como o texto que elesescolheram, é o prazer ingénuo da beleza dooutro que cativa e encanta: “Levanta-te,minha amada, formosa minha vem!” e, maisadiante, ela “O meu amado é para mim e eusou para ele”. E ainda: “Põe-me como um

LUÍSA E LUÍS SANTOS PEREIRA

RRRRRendu fendu fendu fendu fendu feeeee

Arco-íris

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selo sobre o teu coração, como um selo sobreo teu braço, porque o amor é tão forte como amorte e a paixão violenta como o abismo. Osseus ardores são setas de fogo, são chamasdivinas. As águas torrenciais não podemapagar o amor, nem os rios o podemsubmergir.” Precisamos da paixão, do amorapaixonado, do amor que ama violenta-mente com a suavidade do desabrochar deuma flor.

Mas não é só o amor apaixonado que nosvai casando. É também o amor confiança,que se ampara no amor de Deus, como cantao Salmo (139 (138)): “Sonda-me, ó Deus, econhece o meu coração! Prova-me e conheceos meus sentimentos! Vê se ando por umcaminho errado, e conduz-me pelo caminhocerto!” E poderíamos dizer isto um ao outro,marido à mulher e mulher ao homem,sentados a escutar. E ambos dizer ao Senhor,de pé, ansiosos, a perscrutar. Pois é por aqui,pela confiança, que passa a fidelidade.

Irmo-nos casando é irmos crescendo naliberdade, mesmo na liberdade de, todas asmanhãs, todos os dias, todas as noites,escolhermos o outro. Como diz KhalilGibran, o árabe poeta do amor,

“Enchei a taça um do outro, mas sem beber pela mesmataça. Dai um ao outro o vosso pão, mas sem comer omesmo pedaço. Cantai e dançai juntos, e alegrai-vos, masque cada um de vós seja um, como as cordas do alaúdeque, embora isoladas, vibram ao som de uma mesmamelodia. Entregai os vossos corações, mas não à guardaum do outro, pois só a mão da vida pode conter os vossoscorações.”

Mais do que a mão da vida, é o coração deDeus que guarda cada um!

É isto o amor pelo amor, o amor porque ébom, saboroso, o amor porque encanta, oamor porque se vibra em conjunto, o amor

porque se assume ser-se plenamente semdominar ou ser arrastado, sem fazer sombraao outro, mas proporcionando-lhe oambiente mais favorável.

A beleza dos textos, a alegria comunicativado celebrante, a amizade no olhar e nosorriso dos amigos, o sorriso cheio deesperança e felicidade dos noivos, tudo istointerpela quem ali está por amizade, com acapacidade de se deixar envolver, de viver oamor, mesmo o amor agape e o amor a Deus.Cada um se deixa tocar à sua maneira. Ébom, no nosso íntimo, fazer festa da festa detodos!

E Rendufe trouxe também o amor daamizade, dos amigos que se revêem e seredescobrem numa palavra ou num gesto;dos conhecidos que se descobrem maisinteressantes, amigos até; dos que não seconheciam mas se deixam conhecer eestimar. Qual será a parte mais bonita dafesta se há festa? A de partilhar a alegriaimensa dos noivos, a de se reconhecer neles,a de se abrir a outros, a de descobriramizades? Tudo junto, claro, porque a festasó pode ser multifacetada como o amor, quese não é festa não é agape.

E ficou para o fim uma interpelação maior, ada ingenuidade do amor, como dizem osversos que se punham nos lenços de namo-rados, cartas ingénuas de cor e sabor! Quebelo seria ser capaz de encher os corações nasimplicidade destes versos de pé quebrado:

Vai carta felizbuscando nas asas dum rouxinol,vai ver a cara mais lindaque neste mundo cobre o sol!

Parede, Janeiro de 2006.

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Todas as obras humanas necessitam demeios materiais para desenvolver o seutrabalho. O Movimento das ENS não podefugir a essa regra. Para que o nosso Mo-vimento funcione e se expanda é necessáriodinheiro que só pode vir do seu interior, doselementos que o compõem, na forma dequotização ou donativo, variável e de acordocom os proventos de cada casal.

O dinheiro necessário vem das quotizações,que têm o sentido de partilha de bens e são aexpressão material do espírito cristão deentreajuda. Nas ENS a quotização corres-ponde normalmente a um montante equi-valente à remuneração de um dia de trabalhoou rendimento do casal em cada ano pas-toral, a entregar ao Secretariado o mais tardaraté ao final do mês de Junho, ou em uma oumais vezes, em meses anteriores, conformeacordado pela Equipa.

Infelizmente, alguns têm-se esquecido documprimento deste dever, por razõesdiversas mas muitas vezes com o argumentode que têm dúvidas sobre a real necessidadedesses fundos no Movimento.

Felizmente, sabemos que há equipas em queo montante da quotização de cada casal é

apreciado em equipa, em partilha na reuniãomensal, com toda a simplicidade, comorevisão de vida e correcção fraterna. Para asequipas que preferem que a quotização sefaça discretamente, há alternativas querespeitam esta preocupação (por exemplo,enviando ao Secretariado as quotizaçõesindividuais em envelopes fechados comindicação exterior do casal doador, devol-vendo o Secretariado os recibos do mesmomodo); noutras equipas, os casais quoti-zam-se em dinheiro para saco fechado, emuma ou mais reuniões, sendo o montanteentregue ao Secretariado em nome do casalresponsável da equipa nesse ano, etc...

A maioria saberá certamente que, quando aquotização é paga por cheque dirigido àsENS (requisito legal), o Secretariado, apedido, emite o correspondente recibo paradedução no IRS do titular dessa conta, atítulo de donativo.

Qual é o destino desses fundos?

Parte destina-se ao Movimento Interna-cional. Foi fruto deste espírito de entreajudaque as ENS nasceram e se desenvolveram emPortugal e se estão a expandir na África delíngua portuguesa pela nossa mão.

Foi acordado que seria pago um certomontante por cada Equipa para cobrir as

Caros Amigos

GABRIELA E JOAQUIM VILLAS-BOASPartilha de bens materiaispara o Movimento das ENS:QUOTIZAÇÃO

REGIONAIS DE LISBOA

Carta

Equipistasaos

Carta

Equipistasaos

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despesas de difusão, instalações, documen-tos, encontros internacionais e de coorde-nação, etc., sendo aquele valor pago por cadaEquipa existente (incluídas as não activas eas que não se quotizam). Não é pois justoque aquele quantitativo não seja assumidopor todas as equipas, mas deduzido aindado montante das que naturalmente já sequotizam!

Todos os anos as contas são apresentadasàs Supra-Regiões.

O restante montante das quotizações é ge-rido pela Supra-Região.

Este dinheiro destina-se a custear a produ-ção e difusão dos Cadernos de Pilotagem,Textos Fundamen-tais do Movimento,Temas de Estudo,Carta, que todos re-cebemos em nossascasas, Circulares,bem como a organi-zação de Encontros,apoio à organizaçãode Acções de Forma-ção (pilotos, forma-ção I e II, responsáveis de sector), equipa-mento do Secretariado, materiais que é ne-cessário comprar, pessoas contratadas paratrabalhar, impostos e seguros, babysitting,etc... (o que se pede a cada casal, para al-guns um valor já significativo, pela partici-pação nos Encontro Nacionais e nas forma-ções e, frequentemente, nos Retiros, nãocobre a despesa realmente feita).

Anualmente é feita a apresentação das con-tas à equipa da Supra-Região e esta, por sua

vez, a todos os membros do Movimento,através de publicação na Carta.

É penoso para os responsáveis do Movi-mento ter que gerir uma tesouraria débil,inconstante e irregular; embora se trabalhesempre com orçamentos magros, tendofrequentemente cada um, dum grupo pe-queno mas empenhado, que tapar os bu-racos na tesouraria com muita imaginação,criatividade e dom de si mesmo, mas des-viando tempo e atenção de questões maisfundamentais.

Nos países em que todas as Equipas sequotizam, o que infelizmente está longe deser o nosso caso, as receitas geradas per-mitem por exemplo que sejam cobertas por

estas verbas as despesas das acções de for-mação, que assim são gratuitas para quemas frequenta.

Tratando-se de um tema de oportuna actua-lidade para todos nós – e que poderá serdesenvolvido e discutido em casal ou até emequipa – paremos um tempo para reflectirsobre o que tem sido e irá ser a nossa par-ticipação financeira para o Movimento.

Pel’A Equipa da Região de Lisboa.

Para que o nosso Movimento funcionee se expanda é necessário dinheiroque só pode vir do seu interior, doselementos que o compõem, na formade quotização ou donativo, variávele de acordo com os proventos de cadacasal.

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No passado dia 19 e 20 de Novembro rea-lizou-se em Fátima o encontro de responsá-veis das ENS, que coincidiu com o encontrode Responsáveis das EJNS (Equipas de Jo-vens de Nossa Senhora), o que já não acon-tecia há muitos anos. Apesar de ser-moscasal membro das ENS, estivemos no en-contro das EJNS na qualidade de casalassistente do Secretariado Nacional destemovimento de Jovens e vimos contar-voscomo sentimos esta dupla participação como casal e como “jovens”.

Antes de mais e porque não estamos segurosde que todos o saberão, algumas palavrassobre o movimento das EJNS: Nasceu hácerca de 25 anos da necessidade que algunscasais das ENS sentiram em dar aos seusfilhos a possibilidade de um caminhode crescimento cristão e humano emcomunidade, em equipa, à imagem esemelhança das ENS.

As EJNS destinam-se a jovens cristãossolteiros dos 15 aos 24 anos e contaactualmente com cerca de 1000 jovens,cerca de 90 equipas, espalhadas por váriasregiões, sendo as principais: Lisboa, Porto,Cascais, Funchal e Santarém.

Comparando com a dimensão do movi-mento de Casais, parecem poucos, masconvém não esquecer que o movimento dasEJNS é um movimento de passagem, du-rante esse período atribulado e inconstante

que é a adolescência. Uma equipa de jovenstem uma vida média de 6 anos, ou sejatodos os anos entram mais de 200 novosmembros e saem outros tantos, imaginemquantos já terão passado pelo movimentonestes últimos 25 anos e a importância queterá na sua formação…

Cada equipa de jovens tem um casal assis-tente. A grande maioria dos casais assisten-tes pertencem ao movimento das ENS emuitos dos jovens que passaram pelomovimento das EJNS são hoje membrosactivos do movimento de casais.

Os tempos das reuniões e a forte ligação evocação Mariana são em tudo idênticos, oque faz dos dois movimentos uma unidade.

Equipas de JovensUma boa jogada

com as

em FátimaEquipas de Jovens

Uma boa jogadacom as

em Fátima

O facto de termos feito o encontro de res-ponsáveis em conjunto, não foi por acaso enão é alheio a uma intenção de maioraproximação entre os dois movimentos,temos muito a aprender e a ganhar com osjovens e eles connosco:

- Como casal aprendemos muito com osjovens do movimento, como pensam, como

SOFIA E SEBASTIÃO BELTRÃO

LISBOA 170

JNSE

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agem, o que os motiva, como rezam, comovibram com a fé, como são inconstantesmas também fortes e com espírito desacrifício. Todo este conhecimento é sa-bedoria para nós, não só na educação dosnossos filhos, mas também na forma comoolhamos o mundo. Dá-nos ânimo, dá-nosesperança, faz-nos ver mais longe, faz-nosconversar, faz-nos rezar, faz-nos crescer.

- Os jovens vêem nos casais assistentes dasequipas um modelo de vida através da ex-periência conjugal, familiar e profissional ecom quem podem partilhar como quempartilha com um amigo. O exemplo deestabilidade, exigência e coerência são tam-

bém valores que os jovens procuram noscasais dando-lhes esperança no seu futuro.

Como casal assistente do secretariado na-cional das EJNS achamos que este encontroem conjunto com os casais marcou clara-mente os jovens (e a nós próprios) por váriasrazões:- Sentimos a dimensão, coesão e dinamismo

do movimento de casais.- Ficamos com vontade de expandir mais o

movimento da EJNS dentro e fora dasactuais regiões onde já estamos.

- Ficámos com vontade de aproximar cadavez mais a caminhada e a interacção dosdois movimentos.

Este é o desafio que temos e que vos lançamos:

- Ajudarem a formar novas equipas de jo-vens na vossa região.- Divulguem o movimento das EJNS pelas vossas equipas, amigos, familiares...- Participem nas actividades do movimento das EJNS.- Tragam os vossos filhos, sobrinhos, amigos etc…- Ofereçam-se para casal assistente de uma equipa de jovens.- Contactem os responsáveis da região das EJNS.

Para tudo isto deixamos alguns contactos úteis:

- Site das EJNS: www.ejns.net- Responsável Nacional: Maria d’Avillez - Tel.: 916208114- Assistente Espiritual EJNS: Pré Nuno Coelho - Tel.: 917230717- Responsáveis de Sector:

Lisboa: Marta Salema - Tel.: 914591466; Pedro Freitas - Tel.: 918188619Santarém: Maria Cunha Ferreira - Tel.: 912157395Porto: Kito Sousa Coutinho - Tel.: 966078765Cascais: Inês Rodrigues - Tel.: 914624595Madeira: Anabela Freitas - Tel.: 964879376

Responsável do Secretariado Nacionalpela expansão das EJNS:

Miguel Alvim - Tel.: 916635466Maria Bourbon - Tel.: 918155487

Sofia e Sebastião Beltrão

Casal Assistente do Secretariado Nacional das EJNSTel.: 213955204 ou 919889883

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No passado dia 9 de Outubro o sector doAlentejo reuniu-se para dar início ao anode actividades.

O encontro começou com a Eucaristia pre-sidida pelo novo Conselheiro Espiritual dosector, Padre Carlos Silva. Na Eucaristia ocasal Teresa e João Pedro Calçada receberamdo casal Regional, Zoca e Rui Santos, antigosresponsáveis de sector, o símbolo do sector,assumindo a responsabilidade do sector deÉvora, nome pelo qual o sector vai passar achamar-se. Foi também apresentada toda anova equipa do sector.

Depois do almoço partilhado, realizou-seum animado concurso inter equipas deKaraoke, organizado pela equipa Évora 2.Todas as equipas tiveram uma prestaçãonotável, tanto no canto como na apresen-tação, para a qual a presença dos filhos,em grande número, teve um papel fun-damental.

A tarde terminou com uma oração parti-lhada, em que pais e filhos testemunharama alegria de serem família e casais das ENS.

PAULA E TONY

de Évora ex-Sector do Alentejo

Novos responsáveis

Sectordo

de Évora

Novos responsáveis

Sectordo

Inscrições

Já há cerca de 800 pessoas inscritas para Lourdes 2006. O transporte de ida e voltapara Lourdes está a ser organizado, prevendo-se para breve o seu anúncio.Temos cerca de 40 candidaturas de casais à Bolsa de Solidariedade.

Constituição de equipa para Lourdes 2006

Dado o enorme volume de tarefas a realizar para a organização da participação da SRPortugal no encontro de Lourdes, sentiu-se a necessidade de uma equipa de casaisque se ocupe destas questões.A Equipa de Coordenação da Supra-Região assumirá esta responsabilidade, poracção directa e por convite a casais para trabalhos específicos, e funcionará em estrei-ta colaboração com a equipa francesa responsável pelo Encontro.

Lourdes 2006

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No passado dia 9 de Novembro de 2005esteve de visita a Angola o irmão Vasco,responsável Supra-Regional, e manteve umencontro de trabalho e de confraternizaçãocom a equipa da Região de Angola, repre-sentantes dos sectores sedeados em Luandae do Padre Tarciso, Conselheiro Espiritualdo Sector 2.

Os equipistas angolanos saudaram eufori-camente o visitante com alguns cânticos deboas vindas. Seguiu-se o momento dasapresentações.

Após o Pôr-em-Comum, a palavra coube aovisitante que começou por agradecer a formacalorosa como o recebiam.

REGINA E MANAÇA

CASAL RESPONSÁVEL PELO BOLETIM

LUANDAVisita

Supra-Regionalcasaldo

Visita

Supra-Regionalcasaldo

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Os pontos fortes da intervenção desse res-ponsável incidiram nos seguintes elementos:

- Uma resenha sobre o espírito, a função e osdesafios das ENS na África de línguaportuguesa;

- A necessidade das ENS se encontrarem e opapel que o chefe deve jogar para que osencontros sejam possíveis;

- Antevisão do que acontecerá em Fátimaonde haverá dois painéis;

Como se perde dinheiro

Um lar bem ordenado não basta que todos os membros da família traba-lhem: é necessário que os bens e o dinheiro sejam convenientemente admi-nistrados, o que equivale a dizer: que se não contrariam dívidas, que seevitem os desperdícios, que se dê ao dinheiro o melhor uso e que se ajunteum pecúlio para necessidades futuras. Vivemos há bem pouco tempo 30anos de guerra, onde perdemos tudo ou quase tudo. A vida não tinha sentidopara a maioria de muitos de nós. Só se assistia a destruições de aldeias,vilas, cidades, casas e casebres! Não nos restava nada ou quase nada! Paraos sobreviventes dos 30 anos de guerra em Angola, restava-nos um tesouroa vida e a fé. Chegou a paz à nossa terra. Agora é necessário começarmostudo de novo. Eis a minha simples, mas necessária colaboração no campoeconómico.

- O encontro de Lourdes com tema: ENScomunidades de Igreja, reflexos do amorde Cristo;

- A importância e a experiência do trabalhocom equipas jovens.

O Padre Tarciso interveio de forma carinho-sa, tendo destacado o papel dos casais paraa educação da família, fazendo recurso aoexemplo da família de Jesus que se preo-cupou com a ausência do seu filho que

permaneceu no Templo apósa retirada dos seus pais, emCaná.

As palavras de agradeci-mento, por parte da Região deAngola, couberam ao casalsecretário-geral da região,Amaro, que em nome de todosos equipistas de Angola ma-nifestou o nosso desejo emcontinuar a trabalhar em proldo movimento.

UM POUCO DO NOSSO DIA-A-DIA EM LUANDAVamos falar-vos hoje da Economia Doméstica

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Não é só quando se perdem moedas ou notas que se perder dinheiro. Podeperder-se dinheiro de muitas outras maneiras.

Uma das mais frequentes tem a ver com o vestuário. Usar roupa suja du-rante muito tempo; lavar a roupa de maneira incorrecta, deixar que a roupafique descozida ou rasgada, sem rápido conserto; usar roupa nova no tra-balho ou sem que haja necessidade — são outras tantas maneiras de perderdinheiro.

Não será perda de dinheiro permitir que a própria casa se vá a pouco epouco desmoronando, quando isso se poderia evitar tapando os buracos quese vão abrindo, caiando regularmente as paredes, substituindo tempora-riamente a cobertura, reparando as portas e janelas à medida que se vãoestragando? O mesmo se poderia mencionar acerca das mesas, cadeiras,camas e outros móveis da casa.

E que dizer dos utensílios de cozinha? Quantas vezes a louça de esmalte oude alumínio tem uma vida curta em consequência do mau uso que dela éfeito! Quantos pratos e canecas poderiam ter uma vida mais longa se nãofossem levados ao fogo!

Outra maneira de perder dinheiro relaciona-se com a comida: deixando cairno chão a farinha ou açúcar; permitindo que a comida se queime, deitandofora restos que poderiam ser aproveitados.

Até se pode perder dinheiro com o sabão, quando este é deixado num sítiocom água em vez de ficar num local seco.

Uma das maneiras frequentes de perder dinheiro refere-se à saúde. A faltade higiene traz consigo doenças, cujo tratamento fica dispendioso e que seteriam facilmente evitado.

Por outro lado, se se tratarem as doenças no começo poupar-se-ão muitasdespesas que terão de ser feitas se apenas se recorrer ao tratamento quan-do seja demasiado tarde.

Finalmente, uma maneira comum de perder dinheiro é fazer compras inú-teis. Há pessoas que parece considerarem pecado ter dinheiro no bolso.E, assim, quando vêem na loja algum objecto que Ihes agrade, logo o com-pram mesmo que não seja necessário. Quantos aparelhos de telefonia,harmónicas e discos têm sido comprados quando em casa o dinheiro estáfazendo falta para as primeiras necessidades da família! Quanto vestuáriotem sido comprado não porque faz falta, mas apenas porque agrada aosolhos! Não falemos já do dinheiro que é gasto, por muitos em vinho, cerveja,tabaco e divertimentos não só inúteis mas positivamente prejudiciais.

Prometemos voltar à Carta, para esta conversa doméstica nos próximosnúmeros.

Luanda, 8 de Fevereiro de 2006. Um abraço amigo,

Cristina e JoãoCASAL RESPONSÁVEL REGIONAL

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Caros amigos Equipistas,

Estamos prestes a dobrar o ano de2005, o ano em que as Equipas de Mo-çambique deram um salto qualitativo quantitativo se considerarmos o grande mo-vimento de consolidação da Equipas a quealguns de nós lançaram a mão. Sabiam queo Espírito Santo ia à sua frente, e operoumilagres. Equipas que todos nós considerá-vamos sem solução reanimaram e verdejamao som da brisa marítima de Catembe e deQuelimane.

Outros, de entre nós, lançaram as suas redesa outros casais, arregaçaram as mangas dassuas disponibilidades e trouxeram ao exér-cito de espiritualidade conjugal vários casaispor esse Moçambique fora.

Aqueles a quem a sorte bateu à porta foramviver a universalidade do Movimento nascelebrações dos 50 anos da implantação dasEquipas em Portugal e no processo de for-mação levado a cabo pela Supra-Região.E de lá trouxeram partilhas e testemunhosque todos nós vivemos na celebração danossa primeira acção de graças pela im-plantação do Movimento em Moçambiquedurante o mês de Agosto.

A coroar esse esforço, esse crescimento, essamaturidade, recebemos com alegria a notíciada elevação de Moçambique e Angola aonível de região.

É motivo para exclamar:

O Todo-Poderoso fez em nós maravilhas,Santo é o seu nome!

Caros Equipistas,

Depois do nosso retiro vamos iniciar asnossas férias e vamos caminhando peloAdvento adentro até ao NATAL.

Natal que nos conduz ao casal de Nazaré,nosso modelo de família.

Se nos detivermos um pouco para con-templar as famílias moçambicanas, da-remos contas de que, apesar de muitascoisas boas e de muitos motivos para alegria,a família moçambicana atravessa um duromomento da sua sobrevivência, na medidaem que quase todos se queixam da violênciados modelos de vida que nos são transmi-tidos pelos cafés da internet que preenchemquase todas esquinas da nossa Cidade deMaputo.

Mas o maior desafio que ameça hoje as fa-mílias moçambicanas é, sem dúvida, a pan-demia do HIV/SIDA.

Sempre que novas estatísticas são divulga-das, damos conta de que a prevalência cresceem 2 a 3 pontos percentuais. Os mais recen-tes dados indicam um crescimento médiode 16 a 18 por cento.

São os professores e os enfermeiros de hoje ede amanhã que são infectados!

São milhares de crianças infectadas pela viavertical e afectados pela perda dos pais.

São crianças orfãs que vão engrossar o exer-cíto do trabalho infantil, da mendicidade eda prostituição infantil.

Pelo Natal, nós, casais que cultivamos aespiritualidade conjugal e a partilha, somoschamados a parar e reflectir.

Mensagem

moçambicanosequipistas

aosMensagem

moçambicanosequipistas

aos

BEATRIZ E ANTÓNIO LAÍCE

CASAL RESPONSÁVEL DA REGIÃO MOÇAMBIQUE

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Como podemos contribuir para que as boaspráticas em que as nossas esposas forameducadas sejam usadas em primeiro lugarcomo meio de prevenção? Estamos a falar deabstinência sexual até ao matrimónio. Defacto, se o HIV/SIDA tivesse eclodido nosanos 50, a possibilidade da sua propagaçãoseria quase nula.

Seremos nós capazes de construir um mo-delo de educação dos nossos filhos em casa,na catequese e na família, combinando amensagem do Evangelho com os bonscostumes tradicionais? Somos nós próprioscapazes de nos comportarmos conforme anossa tradição recomenda?

E a nossa capacidade de partilhar? Temos acapacidade de traduzir em actos concretosde ajuda a crianças infectadas e afectadospelo HIV/SIDA?

Nós, casais que têm como seu modelo o casalde Nazaré, esforcemo-nos por fazer do Natalde 2005 um momento de reflexão sobre estemodelo do próximo que o Menino Jesus nosapresenta.

Caros Equipistas,

Caros amigos,

Em breve iniciaremos o ano 2006, o ano denosso Congresso em Lourdes.

Em primeiro lugar, ocorre-nos fazer apelo àoração pelas intenções do Congresso, paraque ele nos traga uma orientação que res-ponda aos desafios concretos de hoje.

Depois, apelar aos casais que se inscreve-ram para se prepararem convenientimentepara a representação do nosso país, se-guindo as orientações que irão sendo trans-mitidas pela Supra-Região, pela Região epelos Sectores.

Em 2006, é nosso desejo que o Movimentoem Moçambique conheça novo impulso. Játemos uma Região e cinco Sectores. Já temosmuitos casais formados em pilotagem.

Temos todos os instrumentos para realizarmais trabalho e com melhor qualidade doque em 2005.

O nosso apelo vai para a vossa generosi-dade, para a vossa entrega, para o vosso vo-luntarismo e altruísmo.

Notem que os passos que demos até hoje sedevem à generosidade de poucos. Mesmoque todos nós fôssemos generosos, nãoseríamos demais, pois a seara é grande e osoperários, poucos.

Inscrevam-se nos vossos sectores paratarefas concretas e façam como os apóstolos,sacrifiquem muito dos vossos caprichos ecomodidades para espalhar o reino de Deus.

Em 2006 precisamos também de ganhar anossa autonomia financeira.

A nossa contribuição consistirá em decla-rarmos com sinceridade o nosso dia de salá-rio e o entregarmos ao nosso Tesoureiro atéao final de Junho.

Mas, mais do que isso, somos convidados adoar mais do que o dia do salário e a mobili-zarmos os patrocínios que sejam possíveis.

Já vai longa a mensagem.

Afinal, só vos queriamos desejar boas férias,Feliz Natal, Próspero Ano Novo e sucessosno ano de 2006, que teimosamente nos es-preita e brevemente nos vai irradiar.

Maputo, 27 de Novembro de 2005.

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Quando em 1992 a nossa filha Inês, entãocom 18 anos e inserida nas Equipas deJovens de Nossa Senhora (EJNS), chegoua casa e nos disse que, através da Acção

Social das EJNS, estava a trabalhar comovoluntária na Casa dos Rapazes (CR) umainstituição com imensas carências (os miú-dos passavam fome, não tinham águaquente para tomar banho, eram mal vistosnos Bairros de Alfama e Graça porqueroubavam para comer, não tinham assis-tência médica, etc.), interrogámo-nos sobreo porquê de um problema destes nos entrarpela porta dentro pelas mãos de uma dasnossas filhas. Isto inquietou-nos!

Tudo era mau e não se via saída para a si-tuação. A Casa dos Rapazes acolhia então25 rapazes com idades entre os 6 anos e os18 anos oriundos de famílias destruturadasda área metropolitana de Lisboa.

Pedimos à Inês e ao seu amigo Duarte Goesque tentassem saber quais as necessidadesconcretas, pois poderíamos tentar obter al-gumas ajudas. Estranhamente, o responsá-vel fugia ao diálogo e, pouco e pouco, come-çou a tentar afastar os jovens da instituição.Começámos então a investigar e a realidadenua e crua veio ao de cima. Era uma situa-

ção de tal forma grave que, em consciência, adenunciámos às autoridades competentes.No seguimento do inquérito realizado, aSegurança Social decidiu encerrar a

instituição se, no prazo deum ano a situação não sealterasse por completo. E é

então que, em conjunto com a Inês e oDuarte Goes, decidimos levar o problema ànossa equipa de base – a L 99.

Em Junho de 1996, após uma mobilizaçãogeral dos nossos amigos, concorremos àseleições dos corpos sociais da CR e 4 mem-bros da nossa equipa mais a Inês, o Duarte ealguns amigos, tomamos conta da CR.

Mas a situação não era brilhante. Com ape-nas cerca de 100 contos de saldo, tínhamosque pagar no fim do mês ordenados daordem dos 800 contos mais o subsídio deférias. Arregaçámos as mangas e … o di-nheiro apareceu e até hoje nunca deixámosde pagar os ordenados a tempo e horas.Sentíamos muito perto que os pequenosmilagres iam acontecendo à medida dasnecessidades. E isso entusiasmou-nos emotivou-nos para a luta. E a luta foi dura.Convencer as autoridades de que o nossoprojecto era honesto foi fácil. As pessoas quedavam a cara pelo projecto eram credíveis.Reconhecer que reunia as condições para serreconhecida como IPSS também foi fácil. Já

MINA E RUI

LISBOA 99

Um projecto da Equipa L 99

Casa

Rapazes

A

dosCasa

Rapazes

A

dos

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celebrar o acordo de cooperação com a SantaCasa da Misericórdia de Lisboa foi impos-sível. Aí funcionou o Instituto da SegurançaSocial e o acordo foi celebrado dois anosdepois. Vários problemas, um a um, tambémse foram resolvendo. Outros nem por issoE o projecto foi-se desenvolvendo. Unssaíram, outros entraram, mas a L 99manteve-se. A solidariedade à nossa voltaera grande… mas não suficiente. E istodurou nove anos até à noite de 11 de Julhoúltimo. De madrugada, fomos confrontadoscom um incêndio no piso superior do edifícioonde se encontrava instalada a CR. E sen-timos que o trabalho de 9 anos tinha sidofortemente mutilado.

Deitamos novamente mãos à obra e com oapoio da Câmara Municipal de Lisboa, os“nossos” rapazes, agora em número de 28,não ficaram sem tecto e temos a certeza deque vamos conseguir recuperar tudo o que jáfizemos.

Todo este problema foi muito vivido pelanossa equipa e é nesta vivência que decidi-mos propor ao nosso Casal da Supra-Re-gião – à Ana e ao Vasco - que nos deixasse“contar” esta experiência de equipa. E porvários motivos:

1º Porque queremos dar a conhecer um pro-jecto de solidariedade cristã que nasce noseio das EJNS e é assumido em conjuntocom uma ENS e como tal é conhecido, e

2º Porque nos lembrámos que poderiam exis-tir membros das ENS que quisessem alimen-tar este projecto, não só fazendo-se sócios daCasa dos Rapazes com uma quota mínimade • 5 mensais (que pode ser paga anual-mente e por transferência bancária) e/oucolaborando com pequenas disponibilidadesde tempo (os da zona de Lisboa) a favordestas crianças ou das suas famílias.

Para tal, estamos a criar uma lista daquiloque necessitamos para que as pessoaspossam escolher a área em que se sentemmais úteis.

Engraçado seria que existissem outras equi-pas que, seguindo o nosso trilho, quisessemtambém “tomar conta” da instituição deforma rotativa. Seria certamente mais ligeiropara todos e a obra lucraria com isso.

Para tal e para quem queira obter mais in-formações ou colaborar da forma que en-tender, fica o contacto de um dos elementosda Direcção que está disponível para con-cretizar ajudas e prestar os esclarecimentosque necessitarem.

Lígia Botelho MonizTelefone fixo: 21 387 0221ou Telemóvel: 91 772 7512.

Neste momento, estamos “acampados”numas instalações provisórias, sem muitascondições, na Av. João Paulo II, lote 554, r/c– Bairro do Condado – Chelas -1900-705LISBOA onde nos podem visitar.

Pensamos que de pequenas ajudas podenascer uma obra que, à sua dimensão, iráajudar várias crianças a terem um futuromais risonho.

Ver um vendedor numa grande loja deLisboa e reconhecer nele um dos “miúdos”que saiu da CR, é gratificante e prova que, seacreditarmos, podemos conseguir porque anossa Fé move montanhas.

Bem hajam pelo vosso acolhimento e sepuderem… alimentem também esta ideia!

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O ser vivo que habita numa mulher grávidatem tecidos e sangue próprios, distintos dosda mãe (podendo o sangue ser de tipo dife-rente) e uma identificação genética humanaprópria e única (genoma) que comanda oseu desenvolvimento actual e futuro. Habitao corpo da mãe mas não é parte dele. É ou-tro, novo e está a formar-se conforme umplano que é só dele. A mãe deve-Ihe respeito eprotecção.

Quando um bebé nasce, está só a fazer umamudança de ambiente do ventre maternopara o ambiente exterior ao qual tem de seadaptar praticando, por exemplo, a respira-ção cujos movimentos já ensaiava semanasantes e exercendo funções cerebrais comopensar, aprender e lembrar em continuaçãodo que já vinha a praticar há 3 meses. Dadoque se trata da mesma entidade, é injustorecusar-lhe direitos antes do nascimento.

O óvulo fecundado, com os seus 46 cromos-somas, já está desde a concepção a desen-volver-se, cumprindo o novo genoma, sóseu, na construção de homem ou mulher.Têm tentado desvalorizar o produto daconcepção ao afirmar que “se o óvulo fe-cundado tivesse vida humana, também umespermatozóide a teria”. Ora o espermatozóide,que apenas possui 23 cromossomas, é incapaz de, só porsi, desenvolver uma vida humana.

O óvulo fecundado, obedecendo ao genoma,evolui nos primeiros cinco dias, deslocando-

-se pela trompa em direcção ao útero, ondechega com uma centena de células. É erradoconsiderar a pílula do dia seguinte” comocontraceptivo ou anticoncepcional de emergênciaporque ela não pode impedir a concepção (quandoesta já aconteceu) actuando contra aimplantação no útero, o que interrompe oprocesso vital que vinha a evoluir há cercade seis dias.

Com cerca de 3 semanas, o coração doembrião já bate, e com 7 a 8 semanas en-contram-se já as iniciações de todas as es-truturas externas e internas de todos ossistemas orgânicos principais. Com 9 se-manas, o sistema nervoso cresce rapida-mente criando ligações em todo o corpo quejá se mexe, continuando os primeiros mo-vimentos da 8.ª semana.

Os factos expostos foram extraídos das se-guintes obras:

· Documentário científico No Ventre Materno(Março 2005) emitido por “National Geo-graphic Society”;

· O Corpo Humano de Dr. Sabbagh e Prof.Barnard;

· Embriologia Básica de Prof. Keith L. Moore.

As alterações que anulam a função dissua-sora e pedagógica da lei relativa ao aborto,têm sido aprovadas na Assembleia da Re-pública, negando ou ignorando os impor-

Breves notas sobre

Nascituroo

Breves notas sobre

Nascituroo

EDUARDO F. TORCATO DAVID

PORTO 33

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tantes factos científicos acima referidos. Odireito à vida supera a lei, mas se esta vaiintervir é exigível um referendo precedido deamplo esclarecimento público que, além dosproblemas das grávidas, não esconda as realidades dosque estão por nascer.

Até hoje a biologia não encontrou, na evo-lução da vida intra-uterina, além da conce-pção, nenhum momento de descontinui-dade significativa que indique o início docarácter humano do novo ser, o que con-tinua a solicitar respeito em toda a gestaçãodo nascituro. Os que, apesar de tudo, duvi-dam da sua dignidade humana, fariam bemem assumir atitude de respeitosa precauçãonão atentando contra a sua integridade.

O limite de 10 semanas para descriminalizar oaborto, não assentando em qualquer factobiológico, é arbitrário e portanto inaceitável.

No que se refere aos sofrimentos a que estãosujeitas muitas mulheres grávidas, não se devesolucionar um problema por meio de outro ainda maisradical. Para as organizações de solidariedadeda sociedade civil, serve o exemplo do serviço“SOS Vida”, sedeado em Boliqueime queacolhe grávidas de todo o país, dá ajudamédica e psicológica, trata de processos deadopção, etc., tudo com voluntários e com orecurso a donativos. Já salvou, em 6 anos,cerca de 400 bebés.

Compete ao Estado apoiar efectivamente asgrávidas aflitas e os seus bebés em gestação,em vez de retirar da lei a sua indispensável funçãodissuasora e pedagógica. Compete ao PoderJudicial compreender também que a invi-sibilidade do ser agredido, aliada à falta deconhecimentos biológicos da mãe, podeconduzir esta, muitas vezes, a desconhecertoda a gravidade do acto de abortar.

O Encontro Mundial da Família (EMF) éuma grande convocação realizada pelo Papade três anos em três anos para celebrar o domdivino que é a família. Reúne centenas demilhares de famílias dos cinco continentespara rezar, dialogar, aprender, partilhar eaprofundar a compreensão do papel dafamília cristã como Igreja doméstica eunidade base da evangelização.

Cada EMF é organizado pelo ConselhoPontifício para a Família com a colaboraçãoda diocese eleita como sede.

O próximo EMF realizar-se-á em Valência,em Julho de 2006, segundo decisão do pró-prio Papa João Paulo II e ratificado recente-mente pelo seu sucessor, Bento XVI.

Encontro Mundial

Família (EMF)

Vda

Encontro Mundial

Família (EMF)

Vda VALÊNCIA

1 a 9 Julho 2006

Programa previsto:

· Feira Internacional dasFamílias: de 1 a 7 de Julho.

· Congresso Internacional teológico-pastoral:4 a 7 de Julho.

· Rosário das Famílias: 7 de Julho, noite.· Celebrações eucarísticas por grupos lin-

guísticos: 8 de Julho, manhã.· Encontro festivo e testemunhal: 8 de Julho,

tarde.· Eucaristia conclusiva presidida pelo Papa:

9 de Julho, manhã.

Para mais informações visite o site:www.emf2006.org

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Dia 17 de Novembro de 2005, levámos deMaputo a Lisboa, quase 11 horas de voodirecto. No Aeroporto da Portela, como pri-meiro “recepcionista” o terrível frio europeuque nos obrigou a reforçar os agasalhos.Momentos depois o segundo recepcionista o,sempre disponível e aberto, Fernando Mar-ques, homem que reflecte a característica deum equipista douto.

O primeiro hospedeiro, a Casa de Retiros doBom Pastor, onde cada hóspede é sempreespecial.

De 18 a 20 o segundo hospedeiro, a Casadas Dominicanas em Fátima, onde tambémo acolhimento foi excepcional.

Perto de 500 casais acompanhados devários Conselheiros Espirituais apostarame com sucesso fizeram de Fátima um localde um verdadeiro encontro espiritual.Alguns dos momentos mais marcantes doencontro:

· A experiência de vida de um casal, elacatólica e ele ateu, em que ela, por algunstempos, deixa de praticar a religião e éinterpelada por sua irmã e pelos seusfilhos, devido à sua vivência na catequese.A conversão do seu esposo e a caminhadaespiritual sincera de toda a família marca oencontro de fé em Jesus nesta família.

· Os jovens equipistas que encontram navida das equipas o berço da sua fé e da suarealização de vida cristã. Alguns destesjovens estão na fase de preparação adian-tada para a realização do sacramento domatrimónio e comprometem-se a entrarnuma fase definitiva de vida matrimonial.

· Na apresentação do tema da dinâmica degrupos, onde um casal de leigos, que nãosendo equipistas, explicam usando mé-todos simples, precisos e concisos, a reali-

encontro

Fátimade

O

2005

encontro

Fátimade

O

2005

Missão:Aprendizagem, reflexãoe amadurecimento espiritualentre equipistas

PADRE JEREMIAS E CASAL NHABOMBA

Rostos do Movimento

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dade psicológica e social vivida dentro daequipa. Como podemos unir os diversoscarismas dentro do grupo que formamoscriando uma teia de relações; as nossasdiferenças não nos separam, mas enri-quecem-nos, tornando-nos sal e luz naterra.

Na demonstração da dinâmica de surpresada “caça ao tesouro” a fraseologia apre-sentada “Irias longe muito longe”, “Se aconfiança do coração”, “Estivesse no iníciode tudo”, sugere-nos que a importância dapartilha, nos dá a totalidade do sentidoprofundo do Reino de Deus.

· O momento de partilha das equipas mistastambém foi uma ocasião marcante.

Ouvimos várias partilhas de casais equi-pistas, com particular destaque para umcasal que conheceu o Padre Caffarel há50 anos atrás, como um dos equipistas deentão.

Há também a mencionar, alguns subsídiosque enriqueceram ainda mais este encontrocomo: o facto de termos estado no lugarvisitado por Nossa Senhora, a Capelinha dasOrações, onde foi celebrada a primeira Missado encontro; o majestoso Centro PastoralPaulo VI, onde decorreram os trabalhos e afestiva Missa do encerramento com apresença de Sua Ex. ReverendíssimaD. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar deLisboa.

Uma grande luz brilhou no horizonte.

Saímos de Luanda, com um atraso no voode 2 horas, mas esperançosos e alegres.Saímos, e, acabámos por sair, assim Deusquis. Eram 11:50 horas quando descolamos,bem cheios de ansiedade e vontade decorrespondermos a esta graça que nos foioferecida. Seja louvado o Senhor de todos osdesígnios humanos e dono da nossa vida.Uma vez chegados à Portela, eram 18:15horas de Lisboa, fomos prontamente acolhi-dos pelo casal Lay e Fernando Marques.

Juntos caminhámos para o lugar de encon-tro em Fátima, a casa das irmãs Domini-canas. Assim começou o acontecimento.

“Aconteceu”Somos testemunhas

O encontro nacional de responsáveis dasEquipas de Nossa Senhora, em Portugal, na

Aalegria

vivida

Aalegria

vivida

A graça de ser membro de uma equipa de Nossa Senhora

CASAL OLIVEIRA

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hora, no lugar, no tempo e com os parti-cipantes previstos... que maravilha. Res-ponsáveis do movimento, vindos do Centro,do Norte, do Leste, do Sul de Portugal, daMadeira, de Moçambique e de Angola (emMissão) reunidos em Fátima.

O que vimos?

A entreajuda mútua, o sentido de res-ponsabilidade, o gosto pela missão a cum-prir, a perseverança no compromissoassumido, o enraizar da árvore plantada, aramificação e frutos produzidos e sobretudoa alegria por terem cumprido a missão, nasregiões, nos sectores, com as equipas e nasequipas, assim como a partida para acontínua missão, numa dinâmica renovada.

Onde vamos e com quem vamos?

Vamos para África, enviados por Cristo, como fulgor do calor recebido, a fim de darfrutos. Sabemos que no embrião da nossacaminhada de fé, na história que renasce eno reconhecimento profundo do nosso

próximo, a luz de Cristo nos iluminará e porEle, com Ele e para Ele, iremos, com Mariaolhando para as nossas necessidades…“Filho falta-lhes...vinho”. Com o vossocontínuo olhar para África, estarão a lem-brar-nos da voz de Maria “fazei o que Elevos disser”. Partimos com o vosso tes-temunho, será inolvidável o encontro na-cional de responsáveis de Equipa de 2005.Nós continuaremos a projectar a imagemque recebemos de vós, da vossa experiência,da vida das Equipas de Jovens de NossaSenhora e com o sentimento de que bonscasais das equipas são o verdadeiro fermentoe semente para o futuro dos filhos e viveirode novas equipas.

Louvamos o imenso sentido de organização,acolhimento, alojamento, assim como oempenho dos conselheiros espirituais, dostemas partilhados, da experiência das equi-pas mistas. Parabéns a todos os organiza-dores, mais uma vez.

Com muita gratidão.

CONVITE DAS EJNS

As EJNS convidam os filhos de todos os equipistas a partir dos 15 anos a vir

peregrinar connosco até Fátima de 8 a 13 de Outubro de 2006.

Partida – dia 8 de Lisboa e dia 10 de Santarém.

Chegada – dia 12 à tarde (quem quiser fica a dormir pois a vinda de Fátima é

cada um que organiza).

Inscrições e mais informações com Mariana Loureiro através do telemóvel

918217097 ou do mail [email protected], enviando o nome, número de

telemóvel, idade e mail.

Não esquecer de levar:

* saco-cama * esteira * toalha de banho * viola

* impermeável * chinelos * fato-de-banho (raparigas).

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Somos o casal Fernanda e Henriques.Somos responsáveis do sector Maputo 1e pertencemos à equipa de base 3 chamadaRAINHA DA PAZ.Queremos falar umpouco da ligação.

Há sensivelmente2 anos fomos indica-dos para ligar o sec-tor de Quelimane –Zambézia, umaprovíncia do centrode Moçambique quedista mais ou menos2000 Km, 2 dias decarro ou 2 horas deavião, da cidadede Maputo.

O sector deQuelimane tem 8 equipas que já fizeram oseu compromisso e 5 em pilotagem. Naparóquia de Coalane há 7 equipas já com ocompromisso e 4 sem; na paróquia daCatedral há 1 equipa com compromisso e 1ainda sem.

Em Setembro, tivemos a oportunidade de,mais uma vez, lá estar, levando comoobjectivo um programa mais abrangente.Reciclar casais pilotos, ligar e visita a algu-mas das equipas. Em termos de experiências,foi um momento muito forte de oração,partilha, troca de ideias, aprofundamento

sobre o movimento, amizade, quer para elesquer para nós. Foi ocasião de crescimentonos 7 dias que lá estivemos.

Terminada a missão, percebemos mais umavez que alguma coisa tinha mudado em nós.Em palavras, talvez, seria: responsabilidade,seriedade, confiança mútua e juntos paraos que escutam. Na missa do domingo, falá-mos de o que é ser casal cristão e casalequipista. Os aplausos enchiam a Igreja eaté lembramos estes momentos com emoçãoe saudade.

Queremos agradecer ao Senhor e ao Mo-vimento termos podido viver esta expe-riência. A ligação liga-nos mais como casal,por isso fazemo-la com amor e carinho.

Enviadosa ligar

Enviadosa ligar

FERNANDA E HENRIQUES

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