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Page 1: Caros Irmãos Equipistas, · ÇA, do Pe. Caffarel. E à página 109 achei um texto que daria um ótimo editorial para essa época de férias. Corremos buscar o texto, e aqui vai ele:
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Caros Irmãos Equipistas,

Este mês, a Carta Mensal vem a vocês com um novo formato. Estamos em dezembro, é o mês do Natal do Senhor e é também, para muitos, o início das férias. Assim, resolvemos fazer da Carta Mensal uma carta escrita a cada um de vocês. Sua leitura, esperamos nós, se tornará mais amena e, quem sabe, permitirá que vocês a levem com vocês e que releiam, onde vocês estiverem, aqueles trechos que mais os tocaram. E, por que não dizê-lo, este formato reflete também o estado de espírito dos casais da Equipe de Coordenação Inter-Regional e desta equipe da Carta Mensal que querem, nesta ocasião do Natal, transmitir a vocês todo o seu carinho e todo o seu amor. Uma carta traduz melhor este estado de espírito do que uma "revista". Aliás, durante todo este ano, nós nos esforçamos em criar este relacionamento mais próximo, mais íntimo, mais "quente", com vocês. A julgar pela correspondência que temos recebido, não fomos de todo mal sucedidos. E o carinho com que vocês nos têm acolhido só faz crescer em nós o desejo de estarmos mais perto de vocês.

Além de servir como canal para a partilha, entre todos, das notícias que temos recebido de todos que conosco vivem o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, esta carta quer também falar a vocês da paz e da alegria do Natal e das férias que se iniciam. A respeito dos dois eventos, um nosso irmão de equipe nos contou a seguinte estória:

"Era perto das nove horas da noite, do dia 24 de dezembro. Estáva­mos nos preparando para comemorar mais um Natal em família, quando, de repente, sem que soubessemos como, encontramos entre a correspon­dência do dia uma carta estranha. Estava dirigida a nós, porém não tinha remetente. Nossa filha menor abriu o envelope e começou a lê-la. Após alguns instantes, notamos que suas feições denotaram estranheza e espanto.

É uma carta de Deus para nós, disse ela, perturbada. - Como assim? perguntamos espantados. - Sim, repetiu ela, é uma carta de Deus. Ele está nos comunicando

que vai entrar em férias. Este ano, ele não virá para o Natal. Temerosos e incrédulos, nosso primeiro pensamento foi para a festa

em família; depois o vazio. - Então quer dizer que não teremos Natal, que Cristo não vai

nascer, não virá até nós? acrescentou minha mulher.

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Quedamo-nos mudeis. Deus estará ausente de nossas vidas; da vida dos homens. Uma estranha sensação de ausência e vazio nos invadiu. Um mundo sem Deus!

Tudo perderia o sentido: o amor desapareceria, os homens deixariam de ser irmãos, a natureza não mais o refletiria, o firmamento não teria mais brilho, a beleza seria banida da face da Terra, o bem e o mal deixariam de existir, as crianças não nasceriam mais, a vida se extinguiria aos poucos, para o nada absoluto .

Como vamos viver de hoje em diante? Qual o sentido de nossa existência, a partir dessa terrível realidade?

Não tínhamos mais respostas. Rezar, orar seria inútil, Deus estava de férias.

Nesse momento, o telefone tocou. Era um sacerdote, nosso conhecido, perguntando se havíamos recebido sua carta e desejando um Feliz Natal.

A vida tornou a pulsar em nós; tudo voltou novamente a ter sentido: o Natal, a presença de Cristo em nós era novamente realidade.

Terminamos de nos arrumar e saímos para nossa reunião. No ca­minho, refletimos a respeito do assunto e acabamos por descobrir que, apesar da contínua presença de Deus, quantas vezes nós O ignoramos, quantas vezes festejamos o Natal e nem lembramos do aniversariante. Só damos valor àquilo que perdemos; foi preciso que nosso querido amigo nos colocasse diante da realidade da vida SEM DEUS, para que tivéssemos consciência de nossa vida COM DEUS."

Vocês já pensaram? Se Deus tirasse férias? ...

já estávamos escrevendo esta carta para vocês quando outro irmão equipista nos telefonou.

- Estou relendo,- nos disse ele,- o livro O AMOR E A GRA­ÇA, do Pe. Caffarel. E à página 109 achei um texto que daria um ótimo editorial para essa época de férias.

Corremos buscar o texto, e aqui vai ele:

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FeRIAS: TEMPO PROVEITOSO OU NOCIVO?

Antes de tudo, o que são férias? Eu as definiria de boa mente: o tempo de interrupção do trabalho habitual, escolar, profissional, domés­tico. Mas a verdade é que se os estudantes e os homens têm geralmente suas férias, não acontece sempre o mesmo com mães de família; e no entanto elas têm tanta necessidade quanto os outros membros do lar, e às vezes mais: observação feita de passagem, e dirigida aos maridos ...

Terminadas as férias, noto quase sempre nos pais o que os professo­res observam nos alunos : uma queda de tensão espiritual. As molas per­dem a sua força.

Esse acréscimo de vitalidade física implicaria numa necessária baixa de vitalidade espiritual? Isso seria bem decepcionante. Mas nada é menos comprovado.

Donde vem essa baixa? Do abandono voluntário ou forçoso dos exercícios religiosos habituais? Talvez . Não necessariamente. Não está nisto, parece-me, a razão primeira do esfriamento. Ela é de ordem inte­rior: nas férias, dá-se férias ao amor e estabelece-se como regra: faço o que me agrada. Jogos, sono, passeios, leitura, tudo é ordenado por essa lei soberana. Entendam-me bem: não é o repouso, a distração, o esporte que acho repreensível- ainda que por vezes haja alguma coisa a retificar nesse ponto- é o motivo: buscar o próprio contentamento em tudo. Daí essa perpétua atenção a si próprio, e portanto, desatenção a Deus e aos outros; daí essa preferência por si em detrimento da preferência pelos outros. Ao passo que durante o ano todo, não cogitamos tanto de fazer a própria vontade, e nos esforçamos em fazer a vontade de Deus - senão encarada sempre como vontade de Deus, ao menos vista sob o seu aspecto de dever - eis que chegadas as férias, invertemos a marcha. Como se quiséssemos, para descansar de ter amado e servido a Deus e o próximo durante onze meses, amar enfim um pouco a nós mesmos! Deram-se férias ao amor, o egoísmo o substitui interinamente.

Aí está o erro. Não há férias para o amor. Não cessais de respirar durante as férias ; não cesseis portanto de amar; o amor é a respiração da alma.

Tendes razão de interromper vossas tarefas habituais. Mas fazei-o porque assim é da vontade de Deus, e na medida em que o é. Que o amor permaneça desperto, alerta, vigilante; e o seja mais ainda que de costume. Respirai a plenos pulmões, amai de todo o coração! A alma também pre-

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cisa refazer-se, renovar-se; ora, é justamente o amor que recria a alma. E as férias são precisamente o tempo em que é mais fácil amar: amar a Deus e os outros. Mais fácil de amar a Deus, porque o mar e as florestas publicam a sua glória. Mais fácil de amar os outros, porque, saindo de uma vida agitada, pode-se enfim estar juntos à vontade, alegrar-se, ler, falar longamente . . .

Então vossas férias encontram a sua razão de ser: elas são uma re-criação. Recriação de cada um, recriação dos liames entre a alma e Deus, entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs e toda a família. Permitem atar novos laços: com os habitantes do lugar, as pessoas encontradas ...

De volta à casa, pode-se retomar o trabalho: a vitalidade é aumen­tada, a alma é mais forte.

Vossas férias serão um tempo proveitoso ce vosso ano, porque tereis feito dele um tempo de amar.

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Todos nós, neste Ano Internacional da Paz, temos pensado muito em PAZ. O Papa João Paulo li, em quase todos os seus pronunciamentos, tem feito referências a ela. Gostaríamos de transmitir a vocês, nesta carta, o que ele disse, por exemplo, na alocução do "Angelus", no dia 28 de setembro passado:

"No caminho da preparação para a Jornada ecumênica e inter­religiosa de Oração em Assis, já próxima(*), desejaria deter-me convosco, nesta breve meditação antes do "Angelus" dominical, para refletir um instante sobre o empenho das Igrejas e das religiões pela paz.

Estamos bem conscientes do fato que a guerra pode ser decidida por poucos, a paz supõe o empenho solidário de todos. A ação paciente e tenaz para a construção da paz, portanto, envolve a todos: homens de Estado e de governo, parlamentares, diplomatas, organismos internacionais públicos e grupos de todo o gênero. Mas também homens e mulheres comuns, cidadãos individualmente, sobre os quais normalmente se derra­maria de modo mais gravoso o imenso peso da guerra; e depois os jovens, que de maneira tão ardente aspiram ao entendimento recíproco e à fraternidade.

(*) Realizada em 27 I lO /86.

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Mas o empenho pela paz deve envolver mais ainda os crentes . Eis porque as Igrejas cristãs e as grandes religiões do mundo consideram o trabalhar pela paz com um dos seus deveres específicos. Para os crentes em Deus, depois, num Deus que ama a vida (Sb. 11,26), a mútua aceitação no respeito recíproco e na solidarie­dade é uma das mais lógicas conseqüências do seu serviço a Deus e aos homens. A consciên­cia da dimensão ultraterrena das vicissitudes humanas não vos torna indiferentes a respeito dos problemas que se põem sobre a terra. A palavra de Cristo é clara quanto a isto. Ao pro­clamar as bem-aventuranças, Ele enumera tam­bém os pacificadores - obviamente aqui sobre a terra - porque serão chamados filhos de Deus .

Como filhos de Deus e para assim nos tornarmos cada vez mais re­almente, nós, homens e mulheres de fé , queremos portanto empenhar-nos em favor da paz.

E isto, queremos fazê-lo juntos. Sim, as nossas diferenças são muitas e profundas. Elas não raro, no passado, foram também causa de dolorosos confrontos.

Agora o Senhor nos faz compreender melhor que, para além das nossas verdades e divergências, há o homem, há a mulher, há as crianças deste mundo, às quais todos desejaríamos dar o que de melhor temos: a nossa fé que pode transformar o mundo. A comum fé em Deus tem um valor fundamental. Ela, fazendo-nos reconhecer todas as pessoas como criaturas de Deus, faz que descubramos a fraternidade universal.

Por esta razão, queremos iniciar um caminho comum com o nosso encontro em Assis. A ação política, diplomática, técnica, não é tarefa nem nossa nem a nossa competência específica. Esta é sobretudo a oração, é a invocação do nome de Deus, é a súplica humilde e fervorosa que transforma os corações.

E estamos certos de que este nosso estar juntos para orar não deixará de ter, por dom de Deus, uma verdadeira e profunda influência no pre­sente drama da humanidade , a qual aspira profundamente à paz".

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Se, como diz o Papa, a nossa tarefa principal é a oração, temos que tomar muito cuidado, nesta época de férias, para não "deixar a peteca cair" . E o que nos diz o Pe. foseph Gimenez num pequeno artigo que foi publicado na "Lettre aux lntercesseurs" (Carta aos lntercessores). Eis a tradução:

"Jesus sabe que ele é o Filho de Deus 'gerado não criado, consubs­tanciai ao Pai'.

Jesus sabe também que ele é o Filho do Homem, o Adão celeste ao qual estão e serão ligados todos os homens ressuscitados e revestidos de sua Imagem.

Jesus assume divinamente, conscientemente e fielmente esta dupla responsabilidade.

Ele compartilha nossa condição humilhada e sofredora, mas, sendo ele o Filho do Homem destinado a voltar para o juízo, sua paixão e morte o levam para sua Glória de Ressuscitado com o Novo Adão, chefe da humanidade regenerada.

Quando ele se manifestar no último Dia, estaremos nós surpresos de já o termos encontrado, misteriosame.nte escondido no menor e mais pobre de seus irmãos? Maravilhemo-nos desde já, pois toda a nossa oração é assumida pelo Filho de Deus e Filho do Homem. Sim, maravilhemo-nos, na segurança de nos entregarmos totalmente a esta função de orante, que ocupa um lugar privilegiado na lista de nossas ocupações. Nós também somos filhos de Deus e filhos dos homens. Nossa vida e nossa oração também são, 'em espírito e verdade', divinas e humanas.

Aqueles que o podem, vão entrar num tempo de férias, num tempo onde poderão espairecer, suprimir muitas de suas ocupações para gozar de um descanso benéfico e tonificante. Mas há um setor da vida onde não pode haver descanso, o da oração. O filho de Deus sabe que a ora· ção é a respiração de sua vida divina. E regozija-se porque as férias lhe permitem 'respirar' mais e melhor. O filho dos homens sabe que seus irmãos, mesmo durante as férias, continuam precisando dele, continuam querendo respirar e viver com ele.

O filho de Deus e filho dos homens, como seu irmão maior Jesus Cristo, quer assumir sua dupla responsabilidade, quer ser fiel à sua mis­são, a seu 'dever de estado'.

Durante as férias ele continua, ele permanece no posto, ele não trai, mais do que nunca ele ama e ora. Ele permanece ligado ao imenso exér· cito de todos os orantes espalhado pelo mundo inteiro. Ele continua dando sua vida para ganhá-la. Mais do que nunca, ele ama e ora."

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Falando ainda em oração, recebemos de nossos irmãos do Rio de Janeiro, uma oração muito bonita. E um "PAI NOSSO", composto pelo Pe. Virgilio, ssp., que transcrevemos a seguir nesta nossa carta a vocês:

Pai nosso, ensina-nos a não fugir de Ti! A não fugir porque és a fonte da vida e o princípio do ser, ponto de partida e ponto de chegada deste nosso coração inquieto, que só em Ti pode encontrar a paz tão desejada , a felicidade tão procurada e a realização completa .

Ensina-nos a não fugir do teu amor e a não correr atrás de aventuras baratas, a nos deixarem de paladar amargado, a não fugir do Teu Evangelho, deslumbrados por mensagens que não têm força para salvar-nos; a não fugir do teu REINO, seduzidos por promessas enganosas .

Ensina-nos a não fugir do Homem, nosso irmão, e a não colocar acima dele nenhum outro valor deste mundo, a não fecharmos os ouvidos quan­do ele reclama pelos seus direitos, e a não negar-nos à partilha quando ele está passando fome e reivindica seu pedaço de pão, seu pedaço de terra e seu justo salário .

Ensina-nos a não fugir da lei do perdão e a nunca apostar na lei do "olho por olho"; a não tirar vinganças e desforras da­quele que nos ofendeu, mas a perdoar sempre, para também merecermos o Teu perdão ; a não abandonar na rua da amar­gura os pequeninos, os fracos e os doentes , mas a solidarizar­nos com os sofredores de todos os tipos .

Ensina-nos a não fugir deste mundo e a não desampará-lo em seus erros e em seus enganos; a não alienar-nos desta dura realidade, buscando oásis de tranqüilidade fictícia, a não isolar-nos em nosso comodismo, in­digno de cristãos batizados, e a não divorciar-nos daqueles que arriscam a vida para construir um mundo melhor .

Ensina-nos a não fugir das nossas responsabilidades, da nossa luta e do nosso serviço. Ensina-nos, enfim, a descobrir o Teu rosto de PAI , de IRMÃO e de AMIGO no rosto daqueles que continuamente cruzam o nosso caminho .

ASSIM SEJA!

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De Igar e Cidinha, Casal Responsável da EC/R, recebemos a carta que aqui transcrevemos.

Caros amigos

"E o Verbo fez-se homem e habitou entre nós" (Jo 1,14a)

Estamos nos preparando para, mais uma vez, celebrarmos o Natal.

E, dentro dessa preparação, convidamo-lhes a uma reflexão para irmos ao encontro daquele que vem: a Palavra de Deus que se faz um de nós, que arma a sua tenda em nosso meio.

Como comparecer a esse encontro? Como acolher a Cristo, dom de Deus por excelência?

Cristo é a Palavra encarnada. Podemos ir ao seu encontro acolhendo a Palavra. Geralmente, sentimos bastante dificuldade nessa acolhida (escuta) da Palavra. Vamos procurar aqui refletir sobre alguns pontos, numa tentativa de encontrar algumas possíveis causas dessa dificuldade.

Façamos primeiramente uma leitura da passagem da Samaritana -(Jo 4,5-30).

Agora, partamos da proposição: A água sacia nossa sede. Mas, para isso, são necessárias duas coisas: haver água e termos sede.

Nós temos sede. Sede de felicidade verdadeira, de paz. Como a Samaritana, pegamos o nosso cântaro, a cada dia, e vamos ao poço, com ânsia, atrás da água que nos sacie esta sede. O poço nos proporciona tra­balho, realização profissional, bens materiais, conforto, prazer, etc. Mas nossa sede continua. Por que?

Ouçamos então o Cristo. Do mesmo modo com que falou à Samari­tana, nos fala também.

"Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz "dá-me de beber", tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva".

Cristo deve ter assim falado por haver enxergado nela uma sede, não de água do poço, mas da água da vida, como também enxerga em nós essa sede, essa necessidade de "algo mais".

A água viva é a Palavra do Pai.

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Deus nos fala continuamente e de muitos modos. Nos fala através da Bíblia, mas também através da vida, no seu quitidiano. Deus nos fala através dos grandes acontecimentos, mas ainda pelos pequenos fatos, às vezes tão pequenos que nem nos chamam a atenção; nos fala através dos sucessos, para que conheçamos seu real significado e não sejamos auto-su­ficientes, e dos fracassos para que reconheçamos nossa dependência d'Ele; nos fala através das alegrias para que as relacionemos com sua Glória e dos sofrimentos para que nos associemos à sua cruz e assim pos­samos amadurecer.

Sim, nossa vida é o caminho por onde Deus vem ao nosso encontro. Então, por que não o ouvimos? O que nos falta? Em primeiro lugar é preciso querer verdadeiramente acolher esse

dom de Deus e reconhecê-lo vital para nós como a água o é para o corpo. Disse-lhe a mulher : "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não

sinta mais sede". Como a Samaritana, devemos querer e pedir incessantemente. Mas, retomemos o epsódio da Samaritana: Quando Jesus lhe pediu: "Dá-me de beber", não era bem a água que

êle queria, mas alcançar o coração daquela mulher. Ela reagiu à investida, talvez por pressentir uma segunda intenção:

" Como é que tu , judeu, pedes de beber a mim, que sou samaritana?" Nós também, quantas vezes não nos esquivamos das tentativas de

Cristo em atingir o nosso coração? Quantas vezes não "fechamos o ouvido" por medo.

Medo do que Deus quer nos falar, pois pressentimos que Ele vai exigir de nós uma conversão, para a qual não estamos muito dispostos. Medo de nos comprometermos.

Medo de sua linguagem estranha, paradoxal. :F.le nos diz que é preciso perder para ganhar, que é preciso ser o último para ser o primeiro, que é preciso entregar-se para ser livre, que é preciso esquecer-se para encon­trar o sentido da própria vida, que é preciso morrer para viver, coisas assim. Usa uma linguagem que nos coloca em "desvantagem", que não satisfaz ao nosso amor próprio, aos nossos sentimentos e à nossa "razão".

Mas, como Cristo havia enxergado, na Samaritana uma brecha, no fundo uma sede, êle continuou o " cerco" . Acenou-lhe com a água da vida, que uma vez bebida saciaria a sede para sempre. A nós também êle acena com esse dom de Deus constantemente.

A mulher pressentiu o valor da proposta. Deu então o primeiro passo em direção a ela pedindo " dá-me dessa água" . Nós também precisamos perder os nosso medos e dar esse passo.

Cristo fez mais uma investida, conduzindo-a a reconhecer sua reali­dade pecadora, fraca, necessitada de uma força que não encontrava nela mesma, para que ela desse o segundo passo. E ela deu . Confessou-lhe: " Não tenho marido".

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E nós? Também precisamos conhecer nossa realidade limitada, refle­tir sobre a mesma e encará-la para nos reconhecermos necessitados desse dom que é a Palavra, como o corpo necessita da água. Esse passo é difícil. Hesitamos. Às vezes perdemos a coragem e paramos a meio do caminho, fugindo a esse confronto conosco mesmo. Nos enganamos e pretendemos ouvir a Deus, mas pressupondo sermos uma "outra pessoa". Então, o que Deus nos fala não nos alcança porque "não é para nós". Acabamos então apenas falando a Deus, sem tocar em nenhum ponto mais comprometedor para nós. E perdemos a água.

Então, para a escuta da Palavra, além da sede de vida, do querer, é essencial também a sinceridade de coração, o conhecimento da nossa ver­dadeira realidade.

Jesus foi então conduzindo o diálogo com a Samaritana até chegar ao núcleo do que queria revelar. Quando ela deu o grande passo, interro­gando pelos Messias, êle se revelou: "Sou eu, que falo contigo". Realizou­se o encontro.

Também conosco, êle quer conduzir o diálogo, a cada dia. Basta nos dispormos, irmos acolhendo as investidas e dando os passos com coragem e confiança. E o encontro final com êle, então, não vale a pena? Não é a única água verdadeiramente capaz de saciar nossa sede?

E, a partir do encontro, uma nova vida, como aconteceu com a Sama­ritana. Deixando o cântaro, foi à cidade anunciar a boa nova, já pensando nos outros. Com o cântaro deixou também sua vida passada para iniciar uma nova, e, muito importante, uma vida verdadeiramente feliz.

E assim mesmo. Um verdadeiro encontro com o Cristo nos converte e consequentemente nos faz felizes.

Então, queridos companheiros de caminhada. Neste tempo do adven­to, vamos procurar redobrar nossa atenção às proportas que Cristo nos faz sem cessar e principalmente aprofundar nossa vida de oração para que Deus (cf. 1 Filip 2,13) realize em nós o querer e o executar os pas­sos necessários para um real encontro com Cristo.

Com todo o nosso carinho

Cidinha e lgar

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Caros irmãos, recebemos uma notícia da CNBB, que queremos trans­mitir a vocês nesta carta. A pedido dos bispos da Regional Sul-1 (São Paulo), aconteceu de 5 a 7 de setembro de 1986 uma AVALIAÇÃO RE­GIONAL SOBRE CURSOS DE NOIVOS. Foi no Centro Santa Fé, no km 26 da Via Anhanguera, com a participação de 93 participantes de 18 dioceses, das Províncias de São Paulo, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto e Aparecida, sob a coordenação da Comissão Regional de Pastoral Familiar (que conta com a participação de vários casais das Equipes de Nossa Senhora) , cujo responsável é Dom Eusébio Oscar Scheid, Bispo de São José dos Campos. O Encontro contou com a presença doPe. José Gonçalves, assessor de D. Eusébio, de Pe. Dagoberto Boim, da CNBB de Brasília, além de oito sacerdotes e três estudantes de teologia. Cada Pro­víncia apresentou a realidade da Preparação ao Matrimônio nas diversas dioceses. Foram analisadas as dificuldades. Concluíram objetivos, temas e metodologia para a etapa Pré-Matrimonial, que serão aplicados nas dio­ceses, com nova avaliação em futuro Encontro Regional.

Os participantes concluíram que é necessário reestruturar a Prepara­ção ao Matrimônio, que está sendo insuficiente com cursos de dois dias, em doze horas, dificultando entender e assimilar a visão cristã da família. Por isso, fixaram como Objetivo Geral: "Evangelizar os cristãos para que valorizem, devidamente, o dom do sacramento a ser recebido e assumam os compromissos individuais, sociais e religiosos dele decorrentes". Como Objetivos Específicos estabeleceram " levar os noivos ao conhecimento bíblico, teológico, moral e litúrgico do Sacramento do Matrimônio, com conteúdos adequados, suprindo lacunas de formação religiosa anterior e criando clima de harmonia ao casal" . Propuseram ainda 18 temas, tendo como pano de fundo : "ACREDITAR NA FAMILIA", porque "o futuro da humanidade passa pela família" e o " futuro da família passa pela sua adequada preparação".

Os temas tratam de cinco aspectos religiosos, cinco aspectos psicoló­gicos e oito aspectos sociais do Matrimônio .

Os participantes do Encontro concluíram ainda que é indispensável criar a Equipe Diocesana de Pastoral Familiar, com o Departamento de Preparação ao Matrimônio, para formar equipes de trabalho, fornecer material, dar continuidade e integrar na Pastoral Orgânica. Quanto à metodologia, foram propostas várias opções: palestras, testemunhos, círculos de estudo, plenários, painéis, trabalho em grupo, troca de expe­riências, etc.

Para nós, das ENS, que já andávamos bastante preocupados com os "Cursos de Noivos", estas são "boas falas" !

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Todos soubemos, através do noticiário, da grave doença de que está acometido nosso Cardeal-Primaz, Dom AveZar Brandão Vilela, Arcebispo de Salvador. Mas não sabemos se todos terão lido o poema que ele com­pôs, ao tomar conhecimento de que tinha um câncer no estômago. Pelo testemunho de humildade e de confiança que nos transmite, gostaríamos de copiá-lo aqui para vocês:

MEU IRMÃO EST6MAGO

Pobre irmão estômago! Estavas doente e eu não sabia. Há quanto tempo se instalara O mal no teu regaço? -Seis meses, doze meses? Ah! Eu não sabia!

Por isso, meu irmão estômago, Nenhuma assistência te podia dar São revezes da vida! Quem diria? E tu, pobre estômago, passaste, então, A ser vítima de anômala situação: Todos queriam que fosses pródigo No receber e digerir os alimentos.

E tu, constrangido, te recusavas A fazê-lo, dando sinais até De desagrado e desalentos!

No entanto, jamais, jamais se pensou Que estivesses enfermo e solitário.

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Foi quando o corpo todo, lentamente, começou a dar provas de cansaço E também de magrez, solidário Com o teu sofrer silente. Um dia, chegou inesperada revelação: O estômago traz consigo grande ulceração.

E a biópsia, mais tarde, com lisura Descobriria que o câncer lá estava Encravado na pequena curvatura. Perdão, meu velho amigo de 74 anos! Perdão! Eu te agradeço, na esperança, A tua santa paciência, meu irmão.

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Todos os meses, através de uma seção especial, temos falado a vocês sobre a vida dos Santos. Este mês, como sempre, sentimos grande difi­culdade em escolher um Santo para apresentar a vocês. Entre os que são celebrados em dezembro, haviamos inicialmente pensado em São João Damasceno, "o último dos santos padres e doutores orientais antes da separação da Igreja de Roma, por volta do ano 1000". Encontramos deste Santo uma obra que foi, para nós, uma grande novidade e que gostaría­mos de ter partilhado com vocês: "Homilia sobre a Dormição da Mãe Santíssima de Deus" . Entusiasmamo-nos, mas o tamanho do texto nos fez desistir. Se vocês puderem, leiam esse texto, que vale a pena!

Assim, procurando ainda seguir a linha de selecionar não só biogra­fias , mas também textos, optamos por SÃO JOÃO DA CRUZ. Para não nos alongarmos muito nesta carta, escolhemos uma pequenina, mas linda e profunda amostra da poesia do Santo .

O nosso Santo que viveu entre 1542 e 1591 e cuja festa se celebra em 14 de dezembro, tem uma obra que, na verdade, não é de fácil compreensão. Mas, se procurarmos a ajuda de outros mais doutos do que nós(*) , penetraremos no mundo maravilhoso de "um místico amadurecido no sol do sofrimento, provado por Deus através de noites da fé; não compreendido pelos homens", alguém que tudo diz "com o carimbo da experiência pessoal, não se deixando influenciar com facilidade pelas circunstâncias ou se amedrontar diante de um futuro que aparece grávida de sofrimentos ."

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Frei Patticio Sciadini, OCD, nos orienta: "Para compreender São João da Cruz não é suficiente uma leitura só de seus escritos; é através de um encontro constante com este grande amigo de Deus e dos homens que se chega a entender: a linguagem, a simbologia, o conteúdo, e o amor que ardia no seu coração. Não há um método para se aproximar e apaixonar-se por São João da Cruz. O contato com os escritos menores é mais sugestivo, são mais fascinadores. São raios de luz que iluminam, fazendo-nos saborear toda a força espiritual. A leitura das obras maiores: Subida, Noite, Cântico e Chama, exige um pouco de paciência e perse­verança por parte do leitor, e lentamente sentir-se-á envolvido na sublime caminhada da purificação, que leva à união íntima e indescritível com o Amado".

Do seu volume de Obras Completas (Editora VOZES em co-edição com o Carmelo Descalço do Brasil) consta um dicionário sãojoanino que tem como escopo: "apresentar o significado de algumas palavras mais difíceis usadas pelo nosso Santo e que hoje têm sentido muito diferente tanto na Teologia como na Psicologia".

O nosso Santo, como todo santo, embora tenha deixado obra, em algumas partes, de mais difícil entendimento, era, no entanto, simples como as crianças. Aliás o senhor já nos disse: "Quem não se fizer como uma dessas ... "

Vejamos o que nos conta o Pe. Penido (*): "Humilde entre os hu­mildes, João encobrirá a origem fidalga e a prosperidade primeira de seu pai. A certo prelado, grave, porém vaidoso, que lhe dizia, ancho e condescendente: "Vossa Paternidade, a quem jamais vemos pela ci­dade, mas sempre metido na horta, aparenta ser filho de algum lavrador", respondeu: "Não chego a tanto, sou apenas filho dum tecelão". A quem o louvava por haver sido prior de certo convento, contestou célere: "Ali mesmo fui também cozinheiro". Ainda superior - aliás aqui podemos colocar: um de seus pedidos a Deus e que foi ouvido, era morrer despre­zado pelos homens e sem nenhum cargo que pudesse parecer importante - era o primeiro a cumprir os mais humildes ofícios: servir a mesa, varrer, esfregar, limpar os vasos, ajudar os pedreiros, etc. a ponto que os religiosos lhe diziam não convir, como prelado, que se abatesse e depre­ciasse tanto aos olhos dos súditos".

"Aquele menino trigueiro, de olhos pretos e mansos, desde a infân­cia havia sido "como um anjo", declarou a Mãe, e acrescentava que o tinha surpreendido, aos nove anos de idade, deixando a caminha alta noite, para ir deitar-se sobre sarmentos: - anjo e penitente.

Catalina procurava incutir nos filhos terna devoção à Senhora, e João, já carmelita descalço, comprazia-se em relatar uma estrepolia de criança em que experimentara o valimento da Virgem. Divertia-se um dia com alguns companheiros a mergulhar pedações de madeira numa lagoa,

("') Itinerário místico de São João da Cruz, do Pe. Penido - Ed. Vozes.

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para apanhá-los quando emergiam da água. Eis que, debruçando-se de­mais, depenhou-se e esteve a pique de se afogar. Apareceu-lhe então be­líssima Senhora, estendendo-lhe os braços. "Admirem minha bobice e simplicidade, prosseguia, ela pedia-me a mão, mas como eu a tinha cheia de lodo, não lha queria dar, para não sujar a sua, tão formosa e linda. Estando nessa contenda, passou um lavrador que me estendeu comprida vara, agarrei-a e safei-me".

João, ainda adolescente, foi nomeado enfermeiro de um hospital de moléstias contagiosas. Desde então aprende aquele encantador desvelo para com os doentes que praticará mais tarde e lhe conquistará tantos

' corações. Prior e vigário provincial, "acudia aos enfermos com entranhas de mãe". Visitava-os amiúde, contava-lhes histórias graciosas, animava-os e consolava-os todos; arrumava os leitos, limpava os vasos, não olhava despesas para curá-los, e, ele tão observante, chegou até a introduzir mú­sicos no convento, para aliviar os doentes.

"Frei João da Cruz, alma transformada em Deus, sentiu como nin­guém o sopro carismático da poesia. Toda poesia é uma dádiva de graça e amor. A de São João da Cruz é além disso uma mensagem divina: descobrir Deus nas criaturas, contemplá-las "vestidas de sua formosura", surpreender a "passagem" de Deus que vai "mil graças derramando" por onde quer que passe.

" ... cantava a todas as coisas como pressagiando o abraço embria­gante com Deus. Os versos do santo carmelita em sua fragilidade virginal oferecem-nos "esboçados" - a palavra é apenas um reflexo de nosso interior - os "semblantes rateados" de seu espírito, de sua experiência mística, de sua vida divina. Como captar esse espírito e essa vida?

Só os corações puros podem sentir o " toque" do espírito sanjoanista, só os olhos límpidos podem intuir essa vida, que é mais vida de Deus que de São João da Cruz .

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CANÇOES ENTRE A ALMA E O ESPOSO ~

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Esposa

' 1. Onde é que te escondeste, Amado, e me deixaste com gemido? Como o cervo fugiste, havendo-me ferido; Saí, por ti clamando, e eras já ido.

2. Pastores que subirdes Além, pelas malhadas, ao Outeiro, Se, porventura, virdes Aquele a quem mais quero, Dizei-lhe que adoeço, peno e morro.

3. Buscando meus amores , Irei por estes montes e ribeiras; Não colherei as flores , Nem temerei as feras, E passarei os fortes e fronteiras .

Pergunta às criaturas

4. O bosques e espessuras, Plantados pela mão de meu Amado! O prado de verduras , De flores esmaltado, Dizei-me por vós ele há passado?

Resposta das criaturas ~

5. Mil graças derramando, j. Passou por estes soutos com presteza,

~ E, enquanto os ia olhando, Só com sua figura A todos revestiu de formosura.

São João da Cruz

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Acabamos de receber a Carta Mensal francesa, da qual transcreve­mos a seguir o Editorial, assinado pelo Pe. Bernard Olivier, o.p., Conse­lheiro Espiritual da Equipe Responsável Internacional, e que se intitula "ASDUAS IMAGENS DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA".

"Quando, há alguns meses, disse a meus amigos que ia me dedicar às Equipes de Nossa Senhora, alguns deles, que às vezes só conhecem as Equipes por alto, me deram sua opinião sem 'luvas de pelica'. Pensei que não deveria perder essa oportunidade: mais tarde, as pessoas não mais se exprimiriam com tanta liberdade ...

Consegui, assim, reunir diversos elementos para montar uma espécie de 'retrato falado' das Equipes de Nossa Senhora, como são vistas de fora. Quatro são os principais traços negativos que se lhes atribuem.

1. São burguesas. O que se quer dizer é que os equipistas são sobre­tudo recrutados no meio burguês, e as Equipes são marcadas por este fato.

2. São elitistas. E preciso ter um certo nível de cultura e de espiri­tualidade para se sentir à vontade nas Equipes e, segundo dizem, haveria uma certa tendência a cultivar nelas uma mentalidade de privilegiados.

3. São fechadas. Preocupam-se principalmente com os problemas es­pirituais do casal e há pouca abertura para os grandes problemas do mundo atual.

4. São 'cripto-monásticas', ou seja, quer se incitar pessoas casadas a viver segundo o ideal dos monges.

E isso! Penso que é bom saber que é esta a imagem que está por aí, em certos meios cristãos. Naturalmente, a primeira coisa a fazer é de nos examinar para ver até que ponto merecemos estas críticas. Há alguma verdade nesta imagem. E, para pessoas que não são por demais complexa­das, as críticas, mesmo exageradas, são mais preciosas do que muitos elogios.

Diante deste retrato, gostaria de traçar um outro perfil: aquele que vejo, de dentro, após seis meses no cargo e na presença cotidiana.

O que de forma pessoal e muito concreta descobri, pode tam­bém ser resumido em quatro pontos .

1. A primeira coisa que me impressiona, é o senso de amizade e de acolhimento e auxílio mútuo. Já tinha vivenciado esta realidade nas

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equipes de base, encontro-o agora ern todos os escalões. É algo muito precioso.

2. Depois- sern colocar nisto urna hierarquia de importância,- é a dedicação ao movimento que se encontra em todos os responsáveis. Ao nível das equipes de base, pouco se conhece do que se situa além do setor. E existe alí um senso de organização, um 'professionalismo' que muitas vezes nem se imagina. E que implica uma dedicação total: é uma loucura o que se pede aos responsáveis . . . e que eles fazem.

3. Há um amor impressionante pela oração e pela meditação. Sa­bemos de onde nos vem esta tradição e o quanto a casa de Troussures(*) trouxe a tantos casais. Quando me lembro de minha vivência pessoal e penso na dificuldade que tínhamos, nos grupos de jovens com os quais trabalhei por vinte anos, para praticar o que chamávamos de 'oração ao quadrado', posso avaliar o valor do que se adquiriu nas Equipes de Nossa Senhora.

Claro está que hoje a oração está muito na moda e isto nos ajuda bem. Por outro lado, nem todas as equipes se situam a sei lá que degrau da escala mística. . . Mas crê-se na oração e deseja-se orar!

4. Há finalmente um outro traço que precisa realçar. Muitos vigá­rios de paróquia, principalmente nos países de língua francesa(**), são reticentes porque acham que os membros das Equipes de Nossa Senhora não se engajam suficientemente na pastoral e no apostolado. E freqüen­temente descobrem com surpresa que os casais com os quais podem con­tar são . .. casais das Equipes. Mas não o sabiam, porque esses casais não usam rótulos.

Tudo isso, claro, envolvendo e sustentando a orientação essencial: procurar viver a santidade do matrimônio.

Será que minha visão é excessivamente idealista e otimista? Estou dizendo simplesmente o que constatei. Mas se existe tanta divergência entre esses dois perfís, deve haver uma razão . É a pergunta que faço a mim mesmo e a vocês.

Festejaremos no ano que vem os quarenta anos da Carta do movi­mento. Muitas vezes, os jubiléus são ocasiões de celebrações triunfalistas. Mas também podem servir para outras finalidades. Podem ser uma ocasião para uma avaliação lúcida, inserida numa ação de graças que não me parece supérflua . O Senhor nos cumulou de graças. É preciso agradecê­lo, mas é preciso também mostrar-se dignos de seus dons . Será sem dú­vida o momento de retomar fôlego, como os lutadores de boxe ou as equi­pes do mundial . . .

(':' ) Pe. Olivier se refere aqui à pessoa de nosso fundador, o Cônego Caffarel, e à casa de oração que ele dirige em Troussures, na França.

('''' ) Só? Será?

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t no Espírito de Pentecostes, no Sôpro de Deus , que devemos buscar este novo fôlego :

Ao sujo lavai, Ao seco regai, Curai o doente.

Dobrai o que é duro, Guiai-nos no escuro, O frio aquecei.

Deixem-nos contar esta pequena anedota, também colhida na Carta francesa, reproduzida do Diário de fulien Green:

- O netinho do rabino Baruch está brincando de esconde-esconde com um amiguinho. Tendo achado um bom esconderijo, se posiciona e espera ser encontrado. Depois de muito esperar, ele sai do esconderijo e começa a procurar pelo amigo. Mas este sumiu. Então o menino, em prantos, volta para casa e vai se queixar com o avô. "Escondo-me, diz · ele, e não querem me achar. " Ao ouvir essas palavras, lágrimas surgem nos olhos do rabino que exclama: "Deus não fala de modo diferente: escondo-me e ninguém quer me achar!".

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Ao se aproximar o Natal, o Menino Jesus, que na humildade e po­breza do presépio vem nos falar da "Glória de Deus e da Paz aos ho­mens por Ele amados", é o centro de nosso pensamento e de nossa vida.

Maria nossa Mãe, padroeira e inspiração de nossas equipes, que, então como hoje, nos traz o Menino Jesus, continua tornando possível o nosso Natal de amor. Copiamos aqui para vocês a linda oração que Santo Alberto Magno dedica "Ã MÃE DO VERBO ENCARNADO".

Bendita sejas, ó Humanidade do Redentor, que no seio virginal de Maria foste unida à eterna Divindade do Verbo!

Bendita sejas, ó Divindade eterna e altíssima, que, por obra do Espírito Santo, assumiste virginalmente um corpo em Maria!

Bendita sejas, também, ó Maria, em quem veio habitar pessoalmente o Verbo divino e a plenitude do Espírito Santo morou sem medidas!

Saúdo-te, ó imaculada virgindade, que foste exaltada acima dos coros angélicos!

Alegra-te, ó Soberana do mundo, porque foste julgada digna de ser o templo da puríssima Humanidade de Cristo!

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Alegra-te e jubila, ó Virgem das virgens, em cuja castidade o Verbo quis desposar essa pura Humanidade ... !

Louvada e bendita para sempre, ó virgindade fecunda, pela qual recebemos o fruto da Vida e a glória da eterna Salvação!

Amém.

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Falando ainda de nossa querida Mãe, queremos dizer a vocês que recebemos uma carta de mais um casal de nossas equipes que esteve em Medjugorje, na lugoslavia, onde, desde o dia 24 de junho de 1981, a Virgem Maria aparece a um grupo de jovens e lhes transmite mensa­gens que, na verdade, se destinam a todos nós. Eis o que nos dizem Maria Regina e Carlos Eduardo, da equipe 1, de Piracicaba.

Foi uma verdadeira peregrinação, em virtude das dificuldades de acesso ao local. Já de início, a localidade de Medugorje (ou Medjugorje, segundo outra grafia), nem sequer aparece nos mapas da Iugoslávia. Con­seguimos localizá-la em um mapa de Itália, que abrangia parte do terri­tório Iugoslavo. Acrescente-se a isso a barreira da língua, ininteligível para nós, latinos. Mas, com perseverança, e com as dicas de Hélene e Peter, Cidinha e Igar, que lá já haviam estado, conseguimos atingir a nossa meta.

A viagem, desde Split, porto onde desembarcamos, até a pequena localidade do milagre, transcorre por entre montanhas agrestes, de pura p,edra e esparsa vegetação, e o mar Adriático, de um azul maravilhoso. Ao se deixar a costa, na localidade de Ouzen, prossegue-se a viagem mar­geando o rio Neretva, até próximo a Mostar, quando então sobe-se em direção ao norte, para a cidade de Citluk, sempre por entre terras semi-áridas e pedregosas. Poucos quilômetros adiante desta última cidade, chega-se finalmente a Medugorje. São praticamente 200 km que percor­remos de carro, desde nossa partida de Split, e que nos levou pouco mais de seis horas de viagem.

A pequena Medugorje e suas vizinhanças não diferem em nada da pobreza que havíamos visto até então, em todo este percurso. Apenas que aqui encontramos algumas culturas, principalmente de tabaco, vinhas e oliveiras. A primeira impressão que se tem ao lá chegar, é de que se trata realmente de um centro de peregrinações, tal a quantidade de carros e onibus, com placas dos mais diferentes países, pessoas dos mais diversos idiomas. A igreja matriz pareceu-nos de um porte desproporcional ao tamanho do lugarejo, porém bastante simples. Ao seu redor, apenas do lado esquerdo encontra-se um gramado razoavelmente bem cuidado, onde encontramos inúmeros padres franciscanos confessando fiéis nas mais di­versas línguas. Um pouco mais recuado, a casa paroquial, onde, segundo um padre com quem tivemos oportunidade de conversar mais longamente nos informou, a Virgem tem se revelado às videntes, todas as tardes inva­riavelmente, por volta das dezoito horas.

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Acreditamos que Maria tenha escolhido exatamente este lugar e estas pessoas simples do campo, para se manifestar, para mais uma vez nos dar exemplos de simplicidade, humildade e paz.

Das muitas mensagens que Ela já deixou , transcrevemos uma das que muito nos tocou:

"Começai a amar os vossos m1m1gos. Não julgueis. Não tenhais rancor aos vossos inimigos. Sede apenas benção. Eu sei que vós não sois capazes de o fazer. Mas recomendo-vos que rezeis todos os dias ao Co­ração diletíssimo de Meu Divino Filho e ao Meu Imaculado Coração: Nós vos daremos o Amor Divino, com o qual vós podereis amar os vossos inimigos."

Outro testemunho que recebemos e que gostaríamos de transmitir a vocês, nos vem de Florianópolis. É a respeito da Escuta da Palavra e é assim que Maria das Dores, da equipe de Nossa Senhora da Paz, nos conta o que ela chama de "uma experiência que deu certo":

"Confesso que, até bem pouco tempo não tinha método para leitura da B1BLIA. Como meio de aperfeiçoamento, lia, escutava e refletia, às vezes de manhã, ou à tarde ou à noite , quando o cansaço se apoderava de mim. Muitas vezes, falhava.

No entanto, isso me inquietava. Observava que Júlio, meu esposo, lia a "PALAVRA de DEUS" com regularidade e com gosto seguía um método. Aos domingos, trazia o folheto da missa, " O DOMINGO", onde constam as leituras de cada dia da semana. Ao acordar, lê o trecho alusivo, assinala o que lhe impressionou, reflete e comenta comigo. As­sim motivada, comecei, também, a seguir essa orientação. Que surpresa! Comecei a me empolgar de tal forma com essa sistemática, que, além de ler e refletir, procuro tirar mensagens para a vida diária, trocando idéias com os membros de minha família , com os alunos da catequese de CRISMA e com a Equipe, na coparticipação. E o melhor, minhas prova­ções têm sido suportadas com mais paciência, mais aceitação das doen­ças que, nestes últimos meses tem sido a companheira dos membros da família .

Se não fora a força , o alento adquiridos pela ESCUTA DA PALA­VRA, que instrui, educa, e corrige, não sei o que seria ...

Com essa mudança de hábito, eu e minha família lucramos em graças abundantes, responsáveis pela solução de problemas materiais e sobretudo espirituais. A experiência deu certo , porque a Palavra de Deus é pródiga em fatos verídicos de humildade, de serviço, de fé , de espe­rança e sobretudo de amor."

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Vocês sabem, pela Carta Mensal de novembro, que o Pe. Victor Gialuisi, que foi Conselheiro Espiritual em São Paulo, faleceu no dia 29 de agosto passado. Agora, o precioso "Jornal do Setor B" de São Paulo nos traz, em sua edição de setembro/86, um poema escrito por Pe. Victor, que transcrevemos para vocês:

O DRAMA DO MEU BAIXEL

Eu não fui feito, não, para negar. Eu não fui feito, não, para trair.

Nem para destruir coisa nenhuma, nem ninguém que mereça viver e existir.

Fui feito para afirmar e para me afirmar na direção do Além, seguida, antes de mim, por tantos, tantos, que foram santos, e foram nossos pais.

Fui feito para afirmar e me afirmar, d'zendo sempre que sim

a tudo quanto na vida venha ao encontro de mim marcado com sinal mais.

É este o drama incruento, dia a dia, momento a momento,

no pequeno baixei que me conduz, por entre temporais de negação,

na direção da Luz. É o drama da Afirmação,

no vermelhar da Cruz das caravelas, batidas pelas procelas no Cabo Não.

Deixai-me ser assim, viver assim, e passai longe de mim, quanto mais longe, melhor,

profetas da Negação! Porque negais a Deus, o Grande Amor,

e a tudo quanto tem o seu sinal, negais a Afirmação,

roubais à vida o rumo triunfal. Passai longe de mim, profetas da Maldição!

Do Nada, nada se faz, se o Nada fica sozinho,

sem o poder infinito do Criador. Mas o Universo existe

e o Homem não é mito de um sonho, nem sonhador.

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Nlidà se faz com uma negaçãu. De zeros nada se faz,

se não tiverem por trás um sinal de afirmação. Segui o vosso caminho, profetas de maldição.

E deixai-me ser assim, como sou dentro de mim. Não nasci para negar. Fui feito para afirmar:

foi Deus que me fez assim.

.. .. *

Recebemos carta do casal Falcão e Maria Helena, datada de 17 de outubro de 1986, contando-nos o que foi o I Encontro Nacional das Equipes Jovens de Nossa Senhora (EJNS), realizado em São José dos Campos, de 21 a 22 de setembro de 1986, e que eles coordenaram.

Dizem que apenas 11 setores compareceram ao Encontro, que contou com a presença de 74 adultos e 47 jovens, com os maiores contingentes vindo de Juiz de Fora e Ribeirão Preto.

O primeiro dia foi reservado para discussão da "Razão de ser das EJNS" enquanto no segundo se debateu a "Organização das EJNS". Para dar seqüência a estes trabalhos, uma comissão deverá ser formada em breve para dar redação final às conclusões atingidas durante o Encontro, objetivando criar um documento orientador de base.

Da convivência entre casais e jovens, nasceram alguns pontos viven­ciais de grande importância, que Falcão e Maria Helena resumem a quatro:

1) As EJNS preenchem uma carência existente na formação religiosa dos jovens, desde a primeira comunhão até o eventual ingresso num movimento de adultos. Aqui cabe destacar a preparação e o apoio que ·os jovens necessitam para enfrentar o meio universitário, no que tange à afirmação da sua fé.

2) B marcante o entusiasmo, a confiança, a expectativa, que os jovens depositam nas EJNS. Os jovens são alegres, mas não estão brincando, estão levando muito a sério.

3) Existem jovens com mentalidade centrada por influência da religião. Existe apostolado entre os jovens, e as EJNS têm sido apoio a seus membros para terem coragem de ser apóstolo e testemunhar a fé.

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4) A ligação das EJNS com as ENS é necessária e imprescindível. Uma maior participação das EJNS na vida do movimento das ENS deve ser incentivada e promovida sempre que possível: em Missas do Setor, Vigílias de Oração, Tardes de Refleões, etc.

Para os retiros, uma sugestão dada foi a dos jovens trabalharem na equipe de serviço dos retiros dos casais, e os casais trabalharem na equipe de serviço dos retiros dos jovens. Ainda sobre retiro, conforme a temá­tica deste, os jovens mais velhos podem participar junto com os casais. Por exemplo, num retiro sobre Maria .

" * *

Antes de dar a vocês as notícias que recebemos dos Setores, que­ríamos ainda transcrever nesta carta uma página do Pe. C. Vasconcelos /r. , que nos fala de alegria. E isto, com os nossos mais sinceros desejos de muita alegria para vocês neste Natal. O texto se intitula "SEMEIE ALEGRIA" :

Semeie, isto é: tire de onde há, jogue onde deve, espere que nasça, confiando na terra.

Semeie, na quieta cadência do gesto, dentro da calmaria da paz, re­gido pelo sossego da fé.

Semeie, porque seu coração é bom, porque seu irmão precisa, porque vale a pena aclarar os caminhos da vida , acolitando-os de pequeninas alegrias.

Quem reparte alegria é irmão, mas do que amigo. B pai, mais ainda do que irmão. Chega a ser mãe. Nem sei de obrigação mais urgente, nem de gesto mais a propósito.

Fique sabendo: todo mundo precisa disto, por mais que os rostos neguem e os silêncios omitam o pedido do coração: faça-me alegre.

Muitos desistiram de rir, desesperados de encontrar lados claros, lindos, leves, na vida. A estes, de modo especial, mande sua alegria.

Não é que a gente ignore os lados escuros da vida, nem esqueça que ela é dura, madrastamente dura. Mas, carecemos do conforto interior da alegria, a fim de achar lindo que as rosas nasçam entre os espinhos, em vez de amaldiçoá-los , por nascerem entre as rosas.

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Nem pense que seja difícil semear alegria, na terra, junto dos seus irmãos. Pode constar de nonadas, de porções diárias, sumidas, mais que simples. Mantenha um rosto calmo e sem nuvens. Sustente a voz irmã, sem tons diretos. Sorria sempre, como tradução do que se passa na alma. Escute as pessoas, escute muito, escute sempre. Deixe extravasarem-se os corações. Faça-se receptivo.

O importante é que a alegria lhe nasça dentro da alma, como estado normal do coração, ambiente de consciência, lógica da fé, que deposita em Deus.

Ame a vida, mormente a vida que seus irmãos levam. Faça mais: ame a vida que leva seus irmãos coitados. Não como quem aprova os males acontecidos, mas como quem os ensina a usarem-nos, todos os dias, como material de construção.

Sinta-se chamado à branca vocação da alegria. Creia: o mesmo Deus se serve da sua alegria fraterna, para beneficiar a quantos lidam com você. Um instrumento de alegria, que lindo!

Sua alegria, um misto de pena, de enorme amor, de confiança na humanidade, de fé na ação divida, que usa misteriosamente os males da terra, para plasmar seus eleitos do céu. Imite a Deus: plante céus na terra; cante e sorria, a vida inteira.

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A respeito da peregrinação-retiro continuamos firmes em nossas in­tenções e na preparação do evento. Mas vocês terão que pacientar mais um pouco para receber os detalhes, pois o Encontro dos Super-Regionais, de que participaram /gar e Cidinha, - e que tratou de Lourdes/88, se limitou aos aspectos do conteudo do evento. A organização e os demais aspectos materiais só vão ser tratados de dezembro em diante. Assim, nós também deveremos esperar um pouco, já que os assuntos Lourdes/88 e Peregrinação-Retiro estão intimamente ligados. O próximo número da Carta Mensal trará mais detalhes sobre este assunto todo.

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As Notfclas dos Setores, que todos os meses publicamos na Carta Mensal e que nos chegam das mais diversas partes do Brasil, demons­tram sempre que, sob a inspiração de Nossa Senhora, as equipes, sem serem um movimento de atividade, continuam sendo cada vez mais um movimento de gente ativa. Inspirando-se e fortalecendo-se espiritual­mente na ·mística e nos métodos do Movimento, os casais equipistas engajam-se , cada vez mais, na sua missão de leigos evangelizadores do mundo.

Uma das nossas fontes de abastecimento espiritual são os Dias de Estudos, como o realizado pela Coordenação de Belo Horizonte em 30 de agosto passado quando Dragan , equipista de Petrópolis, discorreu sobre o tema Inserção, enfatizando o aprofundamento e vivência dos leigos, como apóstolos convocados para atuação na nossa Igreja. Para melhor exercer esse seu apostolado, os equipistas do Setor A - Rio I escolheram o dia 13 de setembro (sábado) para realizarem uma Manhã de Formação, no Instituto Social. Na ocasião, Pe. Spencer falou sobre " Fé e Compromisso Social" e "Eleições e Constituinte ", duas palestras de excelente nível, que elucidaram dúvidas e apontaram posições. Foi colocado, com muita clareza o pensamento da Igreja baseado nos docu­mentos "Exigências de uma ordem cristã " e "Por uma nova ordem cons­titucional ".

Enquanto aguardava-se o almoço que encerraria o Encontro um "Grupo teatral" , formado al i mesmo, e de improviso , proporcionou momentos agradáveis de descontração e riso, "encenando" três momentos da vida equipista: o retiro , a inter-equipes e a noite de oração. Esse espírito de alegria e de confraternização, " marca registrada " dos equipistas e que tanto nos identifica com os primeiros cristãos ("Vêde como eles se amam") está sempre presente em todos os momentos de convivência entre equipistas . Os " Boletins dos Setores " que são editados, sob nomes muito sugestivos, pelos mais variados setores equipistas do Brasil estão sempre cheios de notícias a respeito desses alegres encontros. Às vezes, porém, o comparecimento dos equipistas a esses eventos é reduzido, o que deixa entristecidas as equipes que com tanto carinho prepararam tudo para acolher seus irmãos. Foi o que aconteceu, por exemplo , com as equipes do Setor do Grande ABC - São Paulo, com relação à come­moração programada para 30 de agosto , do Dia dos Pais. Aparecida e Antonio, C. R. da equipe 5 de Santo André solicitam que a Carta Mensal registre o fato e esperam que isto sirva para maior motivação dos equi­pistas do Grande ABC para futuros eventos.

Mas, já que falamos de encontros de equipistas , não podemos deixar de mencionar aquele que é, com certeza, o nosso maior evento, o EACRE. A Carta Mensal já apresentou uma ampla reportagem sobre os EACRES realizados em várias cidades brasileiras em princípio de julho, mas falta­va-nos noticiar o EACRE de Recife que foi realizado em 2 e 3 de agosto e que foi o primeiro EACRE do Nordeste .

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Contam-nos Ol~a e An~elo Consigliari, nosso casal correspondente em Recife, através do seu "Recadinho Nordestino" que a Coordenação de Recife foi recentemente constituída contando com poucos anos de vida. Atualmente são 6 equipes e 2 pré-equipes funcionando e com as bênçãos de Deus e muita alegria o EACRE foi realizado contando com a presença dos novos Casais Responsáveis e também aberto a todos os equipistas, tendo reunido ao todo 32 casais e 8 sacerdotes, assim distribuídos:

Ceará: 2 padres e 7 casais .

Paraíba: 1 padre , ex C.E. de equipes de Florianópolis/SC de onde foi transferido e que pretende introduzir as ENS em João Pessoa.

Pernambuco: 4 padres e 24 casais .

Rio Grande do Norte: 1 padre e 1 casal, também dispostos a formar equipes em Parelhas, naquele estado .

Para desenvolver os temas do EACRE foram recebidos com o carinho de todos as mensagens trazidas pelo novo Casal Regional Wilma e Orlan­do, de Jundiaí-SP que passará a acompanhar os equipistas do Nordeste em substituição a Daysi e Bertoche, do Rio de Janeiro. Pe. José Carlos , da ECIR também ofereceu sua valiosa contribuição.

Contando com a intercessão de Maria e a vontade dos irmãos, os equipistas do Nordeste oferecem ao Pai os 5 pães e os 3 peixes que, com amor, esperam ver multiplicados.

Outro dos encontros "tradicionais " do Movimento são as reuniões inter-equipes. Neste ano, no dia 28 de setembro às 15 horas , os equipistas do Rio de Janeiro começaram a encontrar-se, nos diversos pontos da cidade, para participarem da "Inter-equipes" . O tema escolhido foi "A Paz". Foram formados 21 grupos com a média de 7 casais por grupo, muitos dos quais tiveram o privilégio de serem enriquecidos com a pre­sença de um Conselheiro Espiritual. A vivência , os testemunhos e as experiências colocadas em comum valorizaram sobremodo os encontros que foram aguardados com tanto interêsse por todos .

A vivência e o espírito de serviço dos casais equipistas são cons· tantemente colocados à disposição de seus irmãos de Movimento. Assim , é comum haver como que um "revezamento " nos assim chamados qua­dros dirigentes. No último EACRE de Brasília tomaram posse os quatro novos responsáveis de setor : Setor A - Mariola e Eliseu (Eq. 19); Setor B- Tereza e Landin (Eq. 13) ; Setor C- Cristina e Sérgio (Eq. 8); Setor D - Maria Carmen e Fernando (Eq. 4) . Em nome dos equipistas de Brasília, o C.R. Regional Eisa Maria e Renato agradecem os três anos de trabalho, orações e pastoreio dos casais que, naquela ocasião, deixa­ram a responsabilidade pelos setores , a saber : Neusa e Alves (Setor A) ; Suely e Israel {Setor B) ; Leila e Aquiles (Setor C); Marly e Francisco (Setor D) . Do mesmo modo como existe , permanentemente, esse engaja·

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menta de casais equipistas em funções de serviço, deHtro do propno Movimento, ocorre intensamente a participação de nossos Irmãos aqui­pistas em atividades pastorais as mais diversas mas, de forma particular, naquelas voltadas para a família , incluindo-se aí as crianças , os jovens e os casais recem-casados. Assim é que a Equipe 2 - N.S. da Paciência (uma das seis equipes da Coordenação de 1.o grau de José Bonifácio/SP) realiza, todos os anos um encontro com recém-casados, o qual geralmente realiza-se num domingo. Procura-se convidar casais que já fizeram o Curso de Noivos e, neste ano, em 24 .08 foi realizado o 7.0 Encontro. Esmeralda e Maucyr, casal responsável pela comunicação de José Boni­fácio informam que participaram 24 casais recém-casados e o quanto é gratificante esse trabalho .

Já, as equipes de Garça/ SP, participam, há mais ou menos cinco anos, da organização da Missa das Crianças, na Igreja Matriz daquela cidade cuja idéia nasceu de um conceito de valorização da criança e da necessidade de criar-se uma linguagem e uma forma adequadas para fazê-las experimentar ~ entender os valores religiosos e cristãos. Atual­mente a equipe de organização é composta pelo Pe. Vanim, Irmã Albertina, 8 adultos e 4 crianças. A equipe reune-se uma vez por mês quando é escolhido um tema básico que é desenvolvido, nos seus aspectos mais importantes em quatro modalidades: historinha, teatro, fantoche e cartaz. Toda a linguagem da celebração procura ser adequada ao nível da criança e nos cantos e ce lebrações usa-se a expressão corporal (gestos, palmas, etc) . Os resultados desse trabalho são muito bons o que pode ser avalia­do pela frequência das crianças e qualidade de sua participação. As crianças estão rezando e aprendendo os valores do Evangelho e sentem realmente a missa como sendo sua . Pessoas de diversas outras cidades têm solicitado informações sobre o esquema e o material utilizados, pre­tendendo implantar semelhante liturgia em suas comunidades.

É desejo dos equipistas que outros casais venham a conhecer o nosso Movimento e, se assim o desejarem , tornem-se também equipistas e usufruam de todas as coisas boas de que nós desfrutamos. As equipes de Ribeirão Preto/SP realizaram em 18-08-86 mais uma reunião de infor­mação para casais que pretendem ingressar no Movimento e estão de braços abertos para recebê-los . E por que não levar também os bene­fícios oferecidos pela mística e pedagogia das ENS às pessoas sós, muito embora o nosso Movimento seja destinado, basicamente , a casais?

Num trabalho de apostolado da Equipe n.o 1 de Santos/ SP, como já noticiado na C . M . de Março/85, foram formadas as "equipes de pes­soas sós" reunindo pessoas viúvas, desquitadas, divorciadas e solteiras maduras. O trabalho aprovado pelo Sr. Bispo Diocesano D. David Picão que os denominou " Grupos N.S. da Esperança ". Nesses cinco anos de trabalho existem hoje 9 grupos em funcionamento, com a participação de 110 pessoas e 7 conselheiros espirituais (sacerdotes e freiras) que assistem a 2 grupos cada um. 8 grupos femininos e 1 misto formado por 7 viúvos e 9 viúvas. Há um Conselho de Orientação, nomeado pelo Bispo,

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com mandato de dois anos com funções de observar as normas aprovadas, ajudar os grupos em seu trabalho e formar novos grupos .Os grupos se reunem, mensalmente, nas residências de seus membros para estudo e reflexão de temas de cultura geral e de aprofundamento cristão. Há também reuniões de amizade e convívio com programações expontâneas variadas (passeios, excursões, teatros, cinemas, jantares, etc). Anualmen­te o Conselho promove um dia de Reflexão Espiritual na Casa de Retiros CEFAS e reuniões festivas de confraternização na Páscoa e no Natal. Quem desejar maiores informações poderá obtê-las com Vania e Valter (C.R . Regional) ou Mailú e Oswaldo (C.R. do Setor de Santos).

Os equipistas , como leigos a serviço da Igreja e de seus pastores prezam, sobremaneira, os sacerdotes de um modo geral e os nossos Con­selheiros Espirituais de modo particular. Quando um dos nossos conse­lheiros é sagrado bispo, isto é motivo de júbilo para todos nós. Assim, os equipistas de Brasília participam com o coração vibrante de alegria, a ordenação episcopal de Mons. Raymundo Damasceno de Assis (C.E. das equipes 9 e 13) nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília e Titular de Novapietra de Numídia, atual Argélia. A solenidade de sagração foi realizada a 15 de setembro último - festa de N . S . das Dores - na Catedral de Brasília, sendo sagrante D. José Freire Falcão , Arcebispo Metropolitano e consagrantes D. José Newton de Almeida Baptista, Arce­bispo Ordinário Militar e D. Geraldo de A vila , Bispo Auxiliar e C. E. da equipe 10. As ENS de Brasília congratulam-se com o seu querido Con­selheiro Espiritual e desejam que, sob a proteção de Maria, D. Raymundo possa conduzir o rebanho que ora lhe é confiado, "in gaudium Domini ".

Conscientes da importância da insubstituível missão dos sacerdotes é natural que os equipistas se preocupem e orem, constantemente, pelas vocações sacerdotais . Nesse sentido, Al ice e Aurélio da equipe 5 de Manaus enviam uma contribuição à Carta Mensal sobre o assunto da falta de sacerdotes no Brasil, problema que sentem "na própria pele ", pois estão com mais duas equipes em fase de lançamento e não podem fazê-lo por falta de Conselheiros Espirituais. Lembram-nos eles que, para nós cristãos é importante o desejo de Cristo que o povo tenha pastores capazes de conduzir seus rebanhos na direção das verdadeiras fontes de água viva e de amor, pois Ele mesmo jamais deixou de afirmar que o verdadeiro Pastor fica revestido da autoridade do Pai. Porém, para que isto aconteça é preciso que esse Pastor revele-se um autên­tico imitador do Filho , saindo em busca e ao encontro das suas ovelhas, principalmente das mais abandonadas e marginalizadas. Citando o exem­plo e trechos do depoimento de Pe. Josimo Tavares (35 anos) na Assem­bléia Diocesana de Tocantinópolis, poucos dias antes de ser assassinado em Imperatriz do Maranhão, em maio último, Alice e Aurélio constatam, com grande pesar mas também com profunda admiração que aumenta na Igreja de hoje o número de pastores imitadores de Cristo, vivendo pe­rigosamente a sua Missão Pastoral , ou melhor, a sua VOCAÇÃO. Ter­minam eles com um questionamento, que nos propõe uma séria reflexão :

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"E nós equlpistas o que temos feito para ajudar ao Senhor da Messe no envio de mais operários? O que seria das Equipes de Nossa Senhora sem os seus Conselheiros Espirituais? O campo é vasto e a semente está em nossas mãos! Vamos semeá-la! PLANTANDO DA! "

A todos vocês, casais correspondentes da Carta Mensal, casais reda­tores e editores dos boletins de setores; a todos vocês que nos enviaram notícias e artigos para publicação e todos vocês leitores fica o noss abraço fraterno e o nosso agradecimento pelo trabalho realizado em 1986 sem o qual não teria sido possível fazer circular a seiva do Movimento, razão de ser das "Notícias dos Setores".

Aproveitamos para mais uma vez desejarmos a vocês, irmãos equi­pistas de todo o Brasil, uma santa celebração do Natal, boas férias e um ·ano de 1987 pleno da Paz de Cristo, que nos vem da entrega de nossas vidas nas mãos do Senhor. Até março!

Em Cristo

As Equipes de Nossa Senhora

P.S. Nosso Secretariado Nacional estará também de férias coletivas a partir de 15 de dezembro. Portanto, peçam antes tudo o que vocês vão precisar - inclusive os cartões de Natal!

Abraços

ENS

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MEDITANDO EM EQUIPE: Dezembro · Advento e Natal

PALAVRA DE DEUS 2Pd 3,8b-9

Para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia. O Senhor não tarda a cumprir a sua promessa, como pensam alguns. O que ele está, é usando de paciência convosco, porque não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se.

PRECES

Peçamos ao Cristo Redentor, que veio dar-nos a justificação pela graça de seu Advento, e repitamos com júbilo: Vinde, Senhor Jesus!

Os Profetas outrora predisseram que irieis nascer como homem; - fazei florescer em nós as virtudes em botão . Redentor do Mundo, anunciamos a vossa salvação; - concedei que por vós sejamos salvos. Viestes curar os corações esmagados; - sanais as moléstias de vosso povo. Da primeira vez viestes reconciliar o mundo;

. - quando vierdes para julgá-lo, livrai-nos de todos os castigos.

ORAÇÃO LITúRGICA

No seio puro da Virgem entrou a graça dos céus. Em si carrega um segredo sabido apenas por Deus.

O casto seio da Virgem se faz templo de Deus Gerou sem homem um Filho O AutQf da terra e dos céus.

Nasceu da Virgem o Filho que Gabriel anunciou, em quem no seio materno João, o Batista, exultou.

(Liturgia das Horas)

Não recusou o presépio, foi sobre o feno deitado; quem mesmo as aves sustenta com leite foi sustentado.

Do céu os coros se alegram, os anjos louvam a Deus. Pastor se mostra aos pastores quem fez a terra e os céus.

Louvor a vós, ó Jesus, que duma Virgem nascestes, Louvor ao Pai e ao Espírito no azul dos paços celestes.

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01050 Rua João Adolfo. Il8 o 9' o cj. 90loTel. 34 8833

. São Paulo o SP