carmilla - sheridan le fanu

12
PRÓLOGO Relato redigido por Laura a narradora; Capitulo 1 – UM PAVOR PRECOCE Descrição do castelo – “Nenhum lugar poderia ser mais pitoresco ou solitário. [...]dentro de uma floresta [...] com uma ponte levadiça[...] do foço alagado[...] repleto de carpas, navegado por muitos cisnes e com a superfície tomada por lírios d’água.” Sobre tudo isso se ergue o schloss com a fachada de muitas janelas, suas torres e a capela gótica. A floresta se abre numa clareira irregular e muito pitoresca [...] uma antiga ponte gótica [...] transporta a estrada por um rio que se perde em curvas através das densas sombras da floresta.” p.71 [...] “uma aldeia em ruínas, com sua pequena igreja, agora destelhada, ao lado da qual estão os túmulos cobertos de musgo da orgulhosa família [...] dos Karnstein antigos proprietários do castelo abandonado. Com relação às causas do abandono desse lugar melancólico, existe uma lenda que lhe contarei num outro momento.” p.72 O primeiro encontro - “Não poderia ter mais de 6 anos quando acordei uma noite e não vi a criada do quarto. Minha ama também não estava e pensei estar sozinha. [...] quando vi olhando para mim, ao lado da cama, um rosto solene, mas muito belo. Era o rosto de uma jovem mulher ajoelhada, com as mãos em baixo das cobertas. [...] Acariciou-me com a mão e deitou-se ao meu lado na cama enquanto com um sorriso me puxava para ela. Senti-me

Upload: ella

Post on 29-Sep-2015

7 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

resumo de quase todos os capitulos

TRANSCRIPT

PRLOGO Relato redigido por Laura a narradora;

Capitulo 1 UM PAVOR PRECOCE Descrio do castelo Nenhum lugar poderia ser mais pitoresco ou solitrio. [...]dentro de uma floresta [...] com uma ponte levadia[...] do foo alagado[...] repleto de carpas, navegado por muitos cisnes e com a superfcie tomada por lrios dgua.Sobre tudo isso se ergue o schloss com a fachada de muitas janelas, suas torres e a capela gtica.A floresta se abre numa clareira irregular e muito pitoresca [...] uma antiga ponte gtica [...] transporta a estrada por um rio que se perde em curvas atravs das densas sombras da floresta. p.71[...] uma aldeia em runas, com sua pequena igreja, agora destelhada, ao lado da qual esto os tmulos cobertos de musgo da orgulhosa famlia [...] dos Karnstein antigos proprietrios do castelo abandonado.Com relao s causas do abandono desse lugar melanclico, existe uma lenda que lhe contarei num outro momento. p.72

O primeiro encontro - No poderia ter mais de 6 anos quando acordei uma noite e no vi a criada do quarto. Minha ama tambm no estava e pensei estar sozinha. [...] quando vi olhando para mim, ao lado da cama, um rosto solene, mas muito belo. Era o rosto de uma jovem mulher ajoelhada, com as mos em baixo das cobertas. [...] Acariciou-me com a mo e deitou-se ao meu lado na cama enquanto com um sorriso me puxava para ela. Senti-me imediatamente reconfortada e voltei a dormir. Fui despertada por uma sensao como se duas agulhas me arranhassem o peito, e chorei alto. A mulher comeou a se afastar com os olhos fixos em mim e ento pareceu escorregar para o cho e esconder-se debaixo da cama.Agora, pela primeira vez, estava assustada, e gritei com todas as minhas foras. p.74[...] a cena que descrevo permanece viva, assim como a imagem fantasmagrica que vi cercada de sombras. p.76

Captulo 2 UM HSPEDE A espera de Bertha - O general Spielsdorf no poder nos visitar to cedo quanto esperava [...]-E por qu? Perguntei, to mortificada quanto curiosa.-Porque a jovem morreu [...]

A carta Perdi minha querida filha, pois era assim, como a uma filha, que eu a amava. Durante os ltimos dias da doena de Bertha no pude escrever-lhes e, antes disso, no tinha ideia de que sua vida estivesse em perigo. Eu a pedi e s agora soube de tudo, tarde demais. Ela morreu na paz da inocncia e na gloriosa esperana da vida eterna. Uma alma do mal, que traiu nossa hospitalidade, fez tudo isso. [...] p.78

Durante a noite de lua cheia [...] o inesperado som de rodas de carruagem e dos cascos de muitos cavalos na estrada chamou a nossa ateno. [...] Dois cavaleiros cruzavam primeiro a ponte, depois a carruagem puxada por quatro cavalos com dois homens atrs. P.81[...] um dos cavalos da frente se assustou com alguma coisa [...] e, contagiando os outros cavalos com seu pnico, fez com que as duas parelhas disparassem num golpe selvagem [...] passando em frente aos dois cavaleiros e vindo em nossa direo com a velocidade de um ciclone.O terrvel da cena se fazia ainda mais doloroso pelos grito, claros e longos, de uma voz feminina vinda da janela da carruagem.Ns todos [...] tomados de curiosidade e horror [...] de um lado da estrada [...] uma antiga cruz de pedra. Na incrvel velocidade em que vinham, os cavalos evitando a cruz, fecharam a curva trazendo as rodas da carruagem por sobre as razes protuberante da rvore em frente. [...] virei a cabea, enquanto ouvi os gritos de minhas duas amigas [...] A curiosidade me fez abrir os olhos [...] Dois cavalos estavam no cho, a carruagem tombada de lado [...] uma senhora com um aspecto autoritrio, e j de p, apertava nas mos um leno que vez ou outra levava aos olhos. Pela porta da carruagem, os homens alavam agora uma jovem aparentemente sem vida. p. 82

Captulo III COMPARANDO LEMBRANAS O Reencontro Nossa hspede estava em um dos quartos mais belos do schloss.Havia um candelabro com as velas acesas ao lado da cama onde ela estava recostada,[...] sua figura esbelta envolta na ceda macia [...] Mas, mal chegara junto ao leito e comeara a lhe dar as boas-vindas, alguma coisa me paralisou e me fez recuar.Houve um longo silncio e, finalmente, ela falou. [...]-Incrvel! [...] H doze anos, vi seu rosto num sonho, e tenho pensado nele desde ento. p. 90

[...] o sorriso estampado em seu rosto simptico era [...] inteligente e delicioso.Senti-me mais segura e prossegui [...] dando-lhe as boas vindas [...] Tomei sua mo enquanto falava [...]Apertou minha mo colocando outra sobre ela, seus olhos brilhavam enquanto, olhando dentro dos meus, sorria, corando. p. 91

O Sonho - Tinha 6 anos, quando acordei uma noite de um sonho atribulado e confuso e me encontrei num quarto estranho, diferente do meu, com as paredes cobertas por uma rstica madeira escura, e mobiliado com armrios, cadeiras, bancos e camas pesados. A camas pareciam estar todas vazias e pensei estar sozinha no quarto. [...] Depois passei por baixo de uma cama [...] Quando sa [...] ouvi algum chorando e olhando para cima. [...] vi voc [...] exatamente como a vejo agora; uma linda jovem, com cabelos dourados e grandes olhos azuis e os lbios... seus lbios... [...] Seu olhar me conquistou; subi na cama e pus meus braos em cima de vice. Acho que depois ns duas dormimos. Acordei com um grito; voc estava gritando. Fiquei assustada e escorreguei para o cho; acho que ento perdi a conscincia por algum tempo. Quando acordei outra vez, estava em meu quarto, em casa. Nunca mais esqueci seu rosto. [...] Voc a mulher que vi ento. p. 91 92

Apertou-me em seus lindos braos e disse em meu ouvido:- Boa noite, querida, difcil separar-me de voc, mas boa noite. [...] p.93

Captulo IV SEUS HBITOS UM DEVANEIO Costumava colocar os braos em torno de mim e, encostando seu rosto ao meu, murmurar em meu ouvido: - Minha queria, seu coraozinho est magoado comigo, [...] quando seu corao querido fica magoado, meu corao selvagem sangra com ele. [...] no calor da sua vida que eu vivo, e voc morrer... docemente morrer... dentro da minha vida. [...] por enquanto, no tente saber mais sobre mim e os meus, mas confie em mim com toda sua alma amorosa. p.96

E quando acabava de balbuciar essa rapsdia, me apertava mais forte em seus braos trmulos enquanto seus lbios roavam em meus rosto com beijos ternos.Para mim era inexplicvel, tanto aquela agitao como a linguagem que usava. p.97

Algumas vezes, [...] pegava minha mo e a apertava com uma apaixonada presso [...] enquanto seu rosto corava, com olhos ardorosos e lnguidos fixos em meus olhos e com a respirao to rpida que fazia mover todo seu vestido. Era como o arfar de um amante e me fazia sentir embaraada; era odioso e, ao mesmo tempo, irresistvel; com olhos vidos, me puxava para ela e seus lbios quentes corriam meu pescoo com beijos enquanto sussurrava em meu ouvido, quase em soluos: Voc minha, voc ser minha. Eu e voc, uma s pessoa, para sempre. p.98

Seriam, apesar do que dissera sua me, surtos de loucura? Ou haveria aqui um daqueles casos, narrados nos livros, de romance e disfarce? [...]Eram frequentes essas atenes, parecida com aquelas que a galanteria masculina se delicia em oferecer. [...] p.98

Uma tarde, enquanto estvamos sentadas assim, sob as rvores um funeral passou por ns. Era o de uma bela jovem, [...] filha de um guarda florestal. p.99

Captulo V UMA INCRVEL SEMELHANA - Carmilla, querida, isso um absoluto milagre. voc! Viva, sorrindo e pronta para abrir a boca e falar. [...] p.108 [...] O nome, que aparece escrito em ouro, Millacar, condessa Karstein [...] Descendo dos Karstein pelo lado da minha me. p.109

Captulo VI UMA AGONIA MUITO ESTRANHA Tive um sonho naquela noite que foi o incio de uma estranha agonia.[...] vi alguma coisa se movendo junto ao p da cama, [...] percebi ser um animal negro com a aparncia de um gato monstruoso. [...] Andava continuamente de um lado para o outro como uma fera enjaulada. No conseguia gritar, embora, [...] estivesse apavorada. [...] Senti quando saltou sobre a cama e vi seus olhos largos se aproximarem do meu rosto. Ento, de repente, senti uma dor aguda como se duas grandes agulhas, [...] se enterrassem profundamente em meu peito. Acordei com um grito. [...] e vi a figura de p, [...] Usava um vestido escuro e largo e os cabelos soltos caam-lhe sobre os ombros. [...] enquanto eu olhava para ela, a figura pareceu mudar de lugar. Estava perto da porta, mais perto ainda, ento a porta se abriu e ela desapareceu. p.115-116

[...] a cada manh, despertava com a mesma moleza e langor no corpo que duravam todo o dia. Sentia-me mudada. Uma estranha melancolia tomava conta de mim, [...] Pensamentos de morte comearam a me ocorrer, e a idia de que estava indo embora, pouco a pouco, tomava conta de mim, de uma forma gentil e, de algum modo, bem-vinda. Se era triste o estado de esprito que isso criava, era doce tambm. Fosse o que fosse, minha alma harmonizava com ele. p.120

Certas sensaes vagas e estranhas me visitavam no sono. [...] falava com pessoas que no podia ver; e a clara lembrana de uma voz em especial, uma voz de mulher, [...] s vezes tinha a sensao de uma mo escorregando leve pelo meu rosto e pescoo. s vezes era como se lbios quentes me beijassem, beijos que se tornavam mais longos e apaixonados medida que se aproximavam de minha garganta e ali essa carcia se fixava. Meu corao ento batia mais rpido e minha respirao se apressava at ficar suspensa. Ento era tomada por soluos que vinham num crescente at se transformarem numa sensao de estrangulamento que terminavam em convulses. Nesse ponto perdia os sentidos e ficava inconsciente.

A Descoberta - Uma noite, em vez da mesma voz que ouvia sempre na escurido, uma outra doce, terna e, ao mesmo tempo, terrvel disse: sua me que a avisa: Cuidado com a assassina. Naquele instante uma luz, de repente, se acendeu e vi Carmilla junto minha cama, em sua camisola branca, banhada do queixo at os ps em uma grande mancha de sangue.

Acordei com um grito, possuda pela nica idia de que Carmilla estava sendo assassinada. Recordo ter saltado da cama e a prxima coisa que me lembro de estar de p no saguo gritando por socorro. p.122

Captulo VIII - A BUSCA Laura Querida Carmilla, o que aconteceu com voc todo esse tempo? Ficamos todos agoniados por sua causa [...] Onde voc esteve? Como voltou? Carmilla A noite passada aconteceram coisas fantsticas [...]Passavam das duas horas, [...] quando fui dormir [...] Dormi um sono s, sem despertar [...] mas acordei agora no sof do quarto de vestir e encontrei uma porta aberta e a outra arrombada. Como foi possvel acontecer tudo isso sem que eu acordasse? p.125

Captulo IX O MDICO A carta do general Spielsdorf A ida a Karnstein

Captulo X DEPOIS DA PERDA

Captulo XI A HISTRIA

A noite em que meus sofrimentos s iniciaram foi dedicada a um magnfico baile de mscaras.[...]Minha querida menina estava linda. [...] A excitao da festa colocava um encanto novo e indescritvel em suas feies, sempre to belas. Notei uma jovem, ricamente vestida e com uma mscara, que parecia observar minha pupila com extraordinrio interesse. [...] Uma senhora, tambm mascarada, vestida de forma sbria e elegante, e com o porte de uma pessoa de alta linhagem, a acompanhava [...]Minha pobre menina [...] descansava em uma das cadeiras porto da porta e eu estava de p a seu lado. A duas damas que mencionei se aproximaram e a mais jovem sentou-se num cadeira prxima de minha pupila, enquanto a acompanhante parava de p ao meu lado [...][...] virou-se para mim e, no tom de uma velha amiga, iniciou uma conversa que instigou bastante minha curiosidade. Mencionou vrias situaes em que teria me encontrado [...] p.138-139

A jovem a quem a me chamara pelo estranho nome de Millarca, [...] comeara [...] a conversar com minha sobrinha.Depois de algum tempo, j eram boas amiga e a jovem estranha baixou sua mscara, descobrindo um rosto extremamente belo. [...] p.140

[...] foi interrompida por um cavalheiro elegantemente vestido de negro [...] p.142

[...] Neste momento, a notcia que recebi caiu sobre mim como um raio. Tenho que partir agora numa viagem de quase cem milhas por pssimas estradas, e fazer tudo o mais rpido possvel. [...] Apenas a cerimnia a que fui habituada me impede de pedir-lhe um favor. [...] p.143

Captulo XIII O LENHADOR

Captulo XIV O ENCONTRO Minha queria menina piorava cada vez mais rpido, agora. [...] p.153 O mdico de Graz; [...] estava to desesperado que, na impossibilidade de fazer outra coisa, resolvi agir, seguindo as instrues da carta.Escondi-me noite na escurido do quarto de vestir, ao lado do quarto da pobre paciente [...] Fiquei junto porta, olhando por um buraco, com a espada sobre uma mesa ao meu lado, seguindo as instrues, at que, um pouco depois de uma hora, vi um grande vulto negro, muito mal definido, [...] arrastar-se pelo p da cama e com rapidez se lanar sobre a garganta de minha pobre menina, onde cresceu at se transformar numa grande massa palpitante.Por alguns segundo fiquei petrificado e ento avancei para dentro do quarto com a espada na mo. A criatura se contraiu num movimento sbito na minha direo e veio se colocar a um metro da cama. Diante de mim, com um olhar de assustadora ferocidade e horror, olhando dentro dos meus olhos, eu vi Millarca. [...] golpeei-a imediatamente com minha espada, mas j no estava mais ali [...] Ela desaparecera! [...]Mas sua vtima definhava rapidamente. Antes da manh nascer estava morta. [...] o velho general pegou o machado do lenhador e, com um grito avanou sobre ela. Ao v-lo, seu rosto sofreu uma mudana brutal, transformando-se instantaneamente numa coisa horrvel e assustadora, [...] ele a atacou com toda fora do seu dio. Mas ela avanou diante do golpe e, sem um ferimento, agarrou com sua mo pequenina o pulso do soldado no ar. Ele tentou [...] libertar o brao, mas sua mo se abriu e deixou cair o machado. A mulher desaparecera. p.158 O tmulo da Condessa Millarca foi aberto [...] Suas feies, apesar dos cento e cinquenta anos passados [...] tinham o quente colorido da vida. Seus olhos estavam abertos e nenhum cheiro de putrefao exalava do atade. Os dois mdicos presentes, [...] atestaram haver sinais fracos, mas perceptveis de respirao, assim como de batimento cardaco. Os membros estavam em estado de perfeita flexibilidade, a carne elstica e o interior do caixo repleto de sangue, no qual at uma profundidade de vinte centmetros o corpo estava imerso. [...] O corpo [...] foi alado, e uma estaca foi feita atravessar o corao do vampiro, que no momento soltou um grito agudo [...] Ento a cabea foi separada do corpo e uma torrente de sangue jorrou do pescoo cortado. [...] p.162