CARLOS VINÍCIUS S. DA CUNHA

ÊNIO THIAGO M. OLIVEIRA

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE PADRONIZAÇÃO NA TROCA DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS: O CASO PIF PAF – AVIZOM

Trabalho de graduação apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção. Orientador

Professor Ricardo Corrêa Gomes

VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL

2005

II

RESUMO

O sistema de integração da Pif Paf com os seus fornecedores de aves tem como principal intermediário uma associação denominada Associação dos Avicultores da Zona da Mata (AVIZOM).

É imprescindível que as empresas em questão se comuniquem, para que ocorra uma correta coordenação neste elo da cadeia de suprimentos. A troca de informação entre estas entidades ocorre atualmente de maneira informal e sem uma padronização. Estas informações mal repassadas acarretam custos logísticos e operacionais a ambas as partes. Então, com a identificação de tal problema, estabeleceu-se como objetivo a apresentação de um sistema de padronização da troca de informações logísticas, sendo este sistema apresentado na forma de fluxograma. De posse desse sistema pretende-se que o mesmo seja consolidado posteriormente na forma de um software, que gere uma rotina de procedimentos que auxilie na tomada de decisão.

Baseando-se na vivência da situação e em temas relacionados: logística e sistemas de informação gerencial, foi desenvolvida a modelagem deste sistema prévio, levando-se em conta as restrições, especificações e variáveis de maior significância na situação em estudo para uma tomada de decisão acertada.

Verificou-se assim a grande necessidade de implantação desse sistema, visto os ganhos e benefícios gerados.

III

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01

2. REVISÃO DE LITERATURA 04

3. METODOLOGIA 08

4. RESULTADOS 09

5. DISCUSSÃO 17

6. CONCLUSÃO 17

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18

- 1 -

1. INTRODUÇÃO 1.1 Descrição da Situação Problema

O sistema de integração da Pif Paf com os seus fornecedores de aves tem como

principal intermediário uma associação denominada Associação dos Avicultores da Zona da

Mata (AVIZOM).

Os fornecedores de frango, denominados integrados, são responsáveis pela construção

das instalações para a criação das aves e pelo manejo destas até que atinjam o peso ideal para

o abate. Em geral, este peso é atingido em torno de 45 dias. A Pif Paf fornece os pintinhos, a

ração, o amparo técnico (supervisores) e medicamentos, ficando o integrado responsável não

somente pelo manejo das aves, mas também pelo acondicionamento destas nos caminhões da

Pif Paf em data pré-determinada. Devido à dificuldade encontrada pelo integrado em encontrar

trabalhadores com prática para o carregamento, onde estes devem estar dispostos a trabalhar

em horário pouco usual (madrugada), foi passada a Avizom a tarefa de coordenar, controlar e

remunerar esses carregadores, chamados “pegadores de frango”.

Então, grupos autônomos e fixos de “pegadores de frango” foram formados, estes

possuindo um líder, e se locomovendo através de automóveis Kombi pelas granjas. A tarefa da

Avizom ficou sendo a de coordenar estes grupos (atualmente são nove equipes dipostas em

nove automóveis, com sete integrantes cada), que irão acondicionar em caixas plásticas os

frangos e posteriormente carregá-los nos caminhões da Pif Paf, devendo para isso ter

conhecimento prévio das informações vindas da Pif Paf, tais como data, local, horário e

capacidade da granja.

Como toda grande empresa, a Pif Paf tem seus problemas, como por exemplo, aqueles

relativos à quebra de máquinas. Se uma máquina denominada chiler (responsável pela

lavagem do frango após serem retiradas as víceras) quebrar, está acarretará uma parada na

linha de produção, que por sua vez atrasará o abate, atrasando assim a retirada das aves nas

granjas.

Atualmente, a transmissão de dados do abatedouro da Pif Paf para a AVIZOM é feita

sem a utilização de uma rotina padronizada, sendo os dados transmitidos via fax ou e-mail. As

informações passadas dependem de uma série de decisões a respeito do clima, idade em que as

- 2 -

aves estão em cada galpão, agrupamento de regiões, etc. Essas decisões não possuem qualquer

padrão para serem tomadas, sendo confiadas à prática do operador que realiza a transmissão.

Sendo a informação transmitida via fax ou e-mail, eventuais mudanças na

programação, sendo essas causadas, por exemplo, através de uma quebra no abatedouro, não

são repassadas em tempo hábil. As informações passadas de forma fragmentada (discreta) não

permitem eventuais correções nas informações que ocorram entre um envio e outro, onde o

repasse da correção somente será enviado na próxima transmissão. O problema em estudo

consiste, portanto, na falta de padronização, continuidade e rotina na transmissão de dados

quantitativos e qualitativos que são passados da Pif Paf para a Avizom.

1.2 Justificativa do Estudo

No âmbito da Pif Paf, o principal problema ocorre numa situação na qual o caminhão

chega à granja, e não tendo carregadores, acaba tendo que esperar por estes, ocorrendo demora

no carregamento e, conseqüentemente, demora no abastecimento do abatedouro. Além disso,

tomadas de decisões erradas realizadas pelo operador, como as relativas ao clima, podem

acarretar um aumento na mortalidade das aves durante o transporte.

Na Avizom, os problemas são os gastos relativos ao mau direcionamento e

dimensionamento das equipes de carregadores. Estes gastos são relativos ao combustível e à

mão-de-obra, além da perda de credibilidade da associação frente aos integrados no que se diz

respeito ao seu poder de organização.

Como pode ser perceber, os problemas relatados anteriormente são decorrentes da falta

de integração entre as duas empresas, tendo este trabalho como objetivo o aumento da

integração entre a Avizom e Pif Paf. Com isso, vários benefícios podem ser obtidos, tais como

a diminuição do tempo de espera dos caminhões nas granjas, redução dos gastos relativos a

um mau direcionamento e dimensionamento das equipes de carregadores, além de uma maior

garantia no abastecimento da linha de produção da Pif Paf com a entrega do seu insumo (aves)

em condições hábeis.

A transmissão errada e/ou atrasada dos dados à Avizom, referentes a data, local,

horário e quantidade, trazem, portanto, desencontro e/ou espera e/ou atraso e/ou super ou sub

- 3 -

dimensinamento das equipes responsáveis pelo carregamento dos caminhões. Além disso, este

problema pode ter como principais conseqüências a ocorrência de falhas no suprimento da

linha de abate da Pif Paf e gastos logísticos em geral (combustível, planejamento incorreto da

rota a ser seguida, equipe a ser acionada, ociosidade de tempo e mão de obra).

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

• O Objetivo geral é a modelagem de um sistema que padronize as trocas de informações

entre a Pif Paf e a Avizom.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Elaboração de uma simbologia estrutural do tipo fluxograma, que possibilite a criação

de uma rotina informatizada de procedimentos e que otimize o repasse das informações

entre as empresas em questão;

• Diminuição da responsabilidade dos atuais profissionais responsavéis pelas decisões,

atráves de um procedimento operacional orientado pelo próprio fluxograma,

facilitando enventuais substituições de pessoal nas duas empresas.

• Disponibilização do fluxograma e demais informações coletadas nas empresas, de

modo a ser útil ao profissional de programação, para a construção de um sistema de

informação informatizado;

- 4 -

2. Revisão de Literatura

Para auxiliar na solução do problema, alcançando os objetivos propostos e entendendo

a dinâmica de trabalho entre as empresas, buscou-se ter como principal fonte de pesquisa

conhecimentos relacionados às áreas de Logística, sistemas de informação gerencial e estudos

de caso. 2.1. Logística

A logística é um conjunto de atividades funcionais que é repetido muitas vezes ao longo

do canal de suprimentos, onde as matérias-primas são convertidas em produtos acabados e o

valor é adicionado aos olhos dos consumidores. Como a fonte de matéria-prima, a fábrica e os

pontos de venda não estão localizados no mesmo ponto geográfico, e o canal representa a

seqüência de fases da manufatura, as atividades logísticas muitas vezes ocorrem antes que um

produto chegue ao mercado.

A missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo

certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à

empresa (BALLOU, 2001, p. 21).

O principal propósito de coletar, manter e manipular os dados dentro da empresa é

tomar decisões, abrangendo desde o estratégico até o operacional. Por muito tempo, essas

atividades foram conduzidas informalmente. Entretanto, com a disponibilidade de

computadores de alta velocidade, que possuem capacidade de armazenagem de dados cada vez

maior, os procedimentos em torno do manuseio de dados tornaram-se mais estruturados. O

sistema de informação apresenta-se como uma nova abordagem para estas atividades.

Converter dados em informações, configurá-la de uma maneira útil para a tomada de

decisão e estabelecer a sua interface com os métodos de suporte à decisão é considerado

freqüentemente como o núcleo de um sistema de decisão. O gerenciamento do banco de dados

envolve a seleção dos dados a serem armazenados e recuperados, a escolha dos métodos de

análise e a escolha dos procedimentos básicos de processamento de dados a se implementar.

- 5 -

Pode-se fazer uma analogia da situação em estudo com algumas situações retiradas da

literatura, para justificar a importância da utilização dos sistemas de informação no auxílio das

atividades logísticas.

Despachar caminhões para reabastecer de gasolina os postos de venda de combustíveis é

um problema de planejamento de operações que pode ser solucionado por um sistema de

informação bem projetado. Incorporar métodos ao sistema de informações, que podem

tanto analisar os dados quanto organizá-los e apresentá-los, pode também ajudar o

usuário na tomada de decisões importantes. Métodos de análise de dados podem assumir

a forma de procedimentos de otimização. No sistema de informação bem projetado, o

usuário não apenas pode acessá-lo para que forneça uma resposta inicial ao problema de

decisão, como também interagir com ele para obter soluções mais práticas e fáceis de

implementar do que as fornecidas pelo modelo matemático (BALLOU, 2001, p. 114).

2.2 Sistemas de Informação Gerencial

Sistemas de Informação, principalmente os informatizados, tem-se mostrado bastante

eficazes para integrar setores e/ou empresas. “Sistema de informação é o conjunto de normas e

procedimentos que objetivam transmitir, através de um meio qualquer, informações entre

pessoas ou órgão”, ou, também, “é o sistema que proporciona ao processo uma estrutura

formal quando percorrida a informação”. A respeito da informação e da tomada de decisão,

entende-se que:

Tomada de decisão depende de informações oportunas, de conteúdo adequado e confiável.

Isto pressupõe certo grau de consciência por parte dos executivos sobre os processos

decisórios em que estão envolvidos e o desenvolvimento de um sistema de informação

sintonizado com as necessidades de informação desses processos decisórios

(RODRIGUES, 1988 p. 34).

- 6 -

Para se alcançar excelência na escolha da forma de transmissão de dados em sistemas

de informação gerencial.

Segundo Rodrigues, a decisão quanto à orientação do processamento dos sistemas e

quanto ao grau de uso das diferentes opções está condicionada ao volume de

processamento, à velocidade com que as informações são exigidas, e a relação

custo/beneficio das diferentes opções. O uso de teleprocessamento está condicionado à

existência e à qualidade de transmissão de determinados meios de comunicação como, por

exemplo, o telefone e a tecnologia empregada nos sistemas de informação (RODRIGUES,

1988 p. 45).

Os problemas de sistemas envolvem não só restrições e/ou ineficiências no

processamento de dados, mas também uma variada gama de questões, de caráter conceitual,

que não podem ser equacionadas com a mera utilização de computadores, por mais

sofisticados que sejam os seus recursos técnicos. Essas considerações iniciais não permitem a

conclusão de que se possa prescindir, no desenvolvimento de sistemas, de recursos técnicos e

humanos capacitados em termos de processamento de dados. Busca-se, no entanto, maximizar

o aproveitamento de tais recursos, colocando-os a serviço de sistemas conceitualmente bem

definidos e eficazes para a solução dos problemas das empresas. Um sistema de informação

eficaz, nos moldes aqui compreendidos, deveria:

• Produzir informações realmente necessárias, em tempo hábil e confiável, atendendo

aos requisitos operacionais e de tomada de decisões a que tais informações devem

atender;

• Ter por base políticas capazes de assegurar o alcance dos objetivos, de maneira direta,

simples e eficiente;

• Integrar-se a uma estrutura de organização lógica e auxiliar a coordenação entre as

diferentes unidades organizacionais por ele interligadas;

• Ter um fluxo total de procedimentos (internos e externos ao processamento) racional,

integrado e rápido, e de menor custo possível;

• Conter dispositivos de controle interno que garantam a confiabilidade das informações

de saída e adequada proteção aos ativos controlados pelo sistema.

- 7 -

2.3 Estudo de Caso

Para quem quer realizar uma pesquisa sólida, entendendo o funcionamento na prática da

integração entre duas empresas, o Estudo de Caso pode ser bastante eficaz, porque observa-se,

sem intervenção, ações comportamentais de ambas as empresas. Ou seja, no estudo de caso o

investigador não tem controle nenhum sobre as ações tomadas pelas duas empresas, captando

realmente como se dá a integração.

Além de expor as relações de integração entre as empresas em questão, o estudo de caso

pode mostrar fatores de influência peculiar, sendo estes talvez nunca encontrados em qualquer

literatura de cadeia de suprimentos e sistema de informação. De acordo com YIN (1989), a

preferência pelo uso do Estudo de Caso deve ser dada a estudo de eventos contemporâneos,

em situações onde os comportamentos relevantes não podem ser manipulados, mas onde é

possível se fazer observações diretas e entrevistas sistemáticas. Apesar de ter pontos em

comum com o método histórico, o Estudo de Caso se caracteriza pela capacidade de lidar com

uma completa variedade de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e observações,

neste sentido, o autor argumenta que:

Estudos de casos se constituem na estratégia preferida quando o "como" e/ou o "por que"

são as perguntas centrais, tendo o investigador um pequeno controle sobre os eventos,

e quando o enfoque está em um fenômeno contemporâneo dentro de algum contexto de

vida real (YIN, 1989 p. 12).

Ainda segundo Yin, a entrevista focada se dá quando o respondente é entrevistado por

um curto período de tempo e pode assumir um caráter aberto-fechado, ou se tornar

conversacional, mas o investigador deve preferencialmente seguir as perguntas estabelecidas

no protocolo da pesquisa. Neste caso em específico, têm-se como principal desvantagem o

impedimento de ação imediata e pouco controle sobre eventos. Como dito anteriormente, tem

como principal vantagem o uso do estudo de caso quando se quer observar e entender como

determinado assunto realmente se procede na prática, sendo possível aplicação de entrevista,

observação e acesso a alguns documentos.

- 8 -

3. Metodologia

3.1 Materiais

Os materiais utilizados para a confecção do trabalho consistiriam em livros, sites e

apostilas que tratam da importância, dos benefícios e dos passos a serem seguidos na

modelagem de um Sistema de Informação Gerencial (SIG) e de alguns outros sistemas

similares. Também foram utilizados outros estudos de caso análogos à situação em questão,

que tratam da viabilidade e dos resultados de implantação em algumas situações práticas na

busca por melhorias e estreitamento dos laços dentro de uma cadeia produtiva.

Foram utilizados questionários para a busca de informações nas entrevistas, além de

material de escritório (lápis, papel) para a realização das anotações feitas nas empresas,

enquanto se perguntava sobre o funcionamento do atual sistema e se fazia a observação e

fotocópia de alguns documentos.

Para a construção do fluxograma utilizaram-se as informações adquiridas nas visitas às

empresas para elaboração de simbologia própria padronizada para cada etapa.

3.2 Métodos

Foram realizadas visitas às empresas para a busca de informações. Sendo assim, teve-

se a oportunidade de vivenciar como ocorre a atual transmissão de informações entre as duas

empresas. A estratégia para a busca de informações foi fazer uma presença que não causasse

influência no ambiente em observação, de modo que as atitudes tomadas nos locais de estudo,

Pif Paf e Avizom, fossem as mais cotidianas possíveis. Isto foi possível por um aumento no

tempo de nossa permanência nos locais. A partir de então, foi captada a relação entre as duas

empresas de forma integral, entendendo como essa relação realmente ocorre no dia a dia.

Para a construção do fluxograma, procurou-se estabelecer um fluxo lógico que fosse o

mais simples possível e que atendesse a todas as exigências, captando todas as etapas do

processo decisório e de transmissão das informações.

- 9 -

Na escolha do melhor sistema informatizado que se adeqüe à situação em questão,

pretende-se, de posse do fluxograma, verificar qual técnica de transmissão é mais eficiente.

Essa verificação pôde ser feita por visitas às empresas especializadas e consultas

bibliográficas.

4. Resultados

Após as visitas tanto à Pif Paf quanto à Avizom, pôde-se entender com mais clareza

como funciona o atual sistema entre as duas empresas. Verificou-se quais dados são

pertinentes para a transmissão das informações, sendo observado também que estas

transmissões ocorrem quase sempre unilateralmente, da Pif Paf à Avizom.

O setor responsável pelo desabastecimento das granjas, e conseqüente abastecimento

da linha do abate dentro da Pif Paf, é denominado Setor de Integração. Os dados que se

definiu pertinente a esse setor são:

• Número de aves a serem abatidas diariamente (abate diário): essa informação é uma

decisão estratégica passada ao setor por gerentes e diretores da Pif Paf. O abate diário

(160.000 aves/dia) é um dado importante, pois mostra quantas aves devem chegar ao

abatedouro no período de um dia, sendo este o dado que desencadeará todo o

desabastecimento das granjas;

• Idade e sexo das aves numa mesma região: o principal dado de entrada desse campo

consiste no tempo de entrega dos pintinhos em determinadas granjas de uma mesma

região. Ou seja, pretende-se que granjas de uma mesma região tenham frangos da

mesma idade e sexo, facilitando assim futuras locomoções dos grupos de “pegadores

de frango” de uma granja a outra, quando for desabastecê-las;

• Clima: estipulou-se como sendo de 25 ºC a temperatura limite. Ou seja, acima desta

considera-se o clima quente, abaixo desta considera-se o clima frio. Isso influenciará

na quantidade de aves a serem colocadas em cada caixa. Como cada caminhão tem um

- 10 -

número pré-determinado de caixas, esse dado influenciará no número de caminhões

para desabastecer determinada granja;

• Dia e Noite: considera-se dia o período compreendido das 6:00 às 18:00, sendo este o

horário de funcionamento do 1º turno de abate. Preferencialmente, são abatidas aves

fêmeas neste horário, devido à sua adaptação a temperaturas mais elevadas.

• Homogeneidade do Abate: Evita-se misturar aves de sexo diferente em um mesmo

turno, devido à necessidade de ajustes na linha de abate (set-ups) gerada com a

heterogeneidade, devido à diferença de pesos que há entre aves de sexos diferentes.

Esses dados processados irão gerar informações que deverão ser repassadas a Avizom: dia

da retirada, local da retirada, horário, número de aves por caixas e número de aves em cada

granja a ser desabastecida. De posse desses dados, são tomadas algumas decisões com relação

à coordenação das turmas (equipes) de “pegas de frango”.

Na Avizom, outros dados são pertinentes para finalmente se fazer a convocação da equipe

de pegadores de frangos:

• Utilização da Equipe: a utilização das equipes de pegadores deve seguir o princípio

FIFO (first-in first-out). Ou seja, a primeira equipe a se apresentar como livre para o

próximo carregamento será a primeira equipe a ser utilizada. Seguindo este princípio, é

garantido que ao final de um período tenha ocorrido nem sobrecarga e nem ociosidade

entre as equipes;

• Arquivamento do formulário de utilização das Equipes: realizar arquivamento do

número de aves coletadas por cada equipe para posterior remuneração, visto que esta é

feita de acordo com o número de aves carregadas;

- 11 -

4.1 Construção do Fluxograma

9) N: = Número de aves a

serem abatidas por dia

7) Quantidade total =

quantidade total anterior +

quantidade por granja

2) Setor responsável pelos pintinhos na Pif Paf fornece os dados de interesse

6) Quantidade na granja = quantidade - mortalidade média estimada da granja

3) Idade = Data de abate - Data de chegada do pintinho

na granja

22) Quantidade por caixa: = 7

11) Quantidade total anterior = quantidade total

5) Débito da granja com frangos de idade mais

avançada liberando-a para o abastecimento e retirando-a

da lista

20) Temperatura < 25º C?

10) Quantidade total > N?

12) (N - Quantidade total) >

(N - Quantidade total anterior)?

13) Quantidade total: = Quantidade

total anterior

8) Setor de produção da Pif Paf fornece o

número de aves a serem abatidas por dia

1) INÍCIO

16) ave = macho?

21) Quantidade por caixa: = 8

4) Listagem por idade

14) Listagem e classificação das granjas por dia de desabastecimento

15) Débito das granjas na ordem listada

19) Sub-listagem das granjas por turno

17) Turno da granja: = Noturno

18) Turno da granja: = Diurno

NãoSim Sim Não

Não

Sim

Sim

Não

- 12 -

Esquema 1 – Fluxograma a ser utilizado no processo de criação de uma rotina informatizada

de procedimentos na Avizom através de dados enviados pela Pif Paf, possibilitando uma maior

eficiência no seu processo de gerenciamento e consequentemente nas suas tomadas de decisão.

34) Quantidade, Abate por turno, Local, Sexo,

Quantidade por caixa, caminhões a serem utilizados e Hora.

36) Equipes ligam falando sobre sua disponibilidade

35) Designação das turmas

38) Armazenamento para fazer posterior

acerto

39) Ordem de Carregamento

Diária (Equipes)

40) Informar as equipes, quando ligarem sobre ordens a serem

cumpridas

PIF PAF INTERFACE

41) FIM

33) Ordem de Carregamento

(logística)

23) Número de caixas = quantidade

na granja / quantidade por

caixa

37) Listagem das equipes disponíveis (FIFO)

25) Débito dos caminhões por ordem

decrescente de capacidade (número de caixas por caminhão)

26) Número de caixas > Número de caixas por caminhão?

24) Listagem dos caminhões com suas

capacidades

29) Listagem dos caminhões a serem utilizados para o

carregamento dos frangos na granja: = tipo do caminhão

30) Número de caixas: = Número de caixas - Número de caixas por caminhão

31) Número de caixas <=0

28) Caminhão = Caminhão de menor capacidade?

AVIZOM

Não

Sim

Sim

Não

Não

32) Solicitação de carregamento?

Sim

Sim Não

27) Número de caixas por caminhão - Número de caixas< Caminhão de menor capacidade?

Sim

Não

Realimentação do sistema (feed-back)

Realimentação do sistema (feed-back)

- 13 -

4.2 Descrição do Fluxograma

1. Início do programa; 2. Consulta a informações pertinentes dentre as disponibilizadas no setor da Pif Paf

responsável pelos pintinhos, sendo elas: quantidade, sexo, data de chegada do pintinho

na granja, temperatura, data de abate, hora, local e mortalidade média, caminhão de

menor capacidade, tipo do caminhão, número de caixas por caminhão; 3. Cálculo da idade das aves na época programada para o abate; 4. Listagem das aves por idade; 5. Débito da granja com frangos de idade mais avançada, liberando-a para o abastecimento

das linhas de abate e retirando-a da lista;

6. Cálculo do número de aves vivas na granja (quantidade de aves na granja menos a

mortalidade média dos frangos); 7. Somatório das quantidades de aves em todas as granjas a serem visitadas; - Simultaneamente ao início da etapa 1 ocorre o início da etapa 8;

8. Setor de Produção disponibiliza as informações referentes ao número de aves a serem

abatidas por dia; 9. Recebimento desse valor por uma variável; 10. Verificação se a quantidade total nas granjas a serem visitadas é maior que o número de

aves a serem abatidas por dia; 11. Se a quantidade total nas granjas a serem visitadas não for maior que o número de aves

a serem abatidas por dia, então quantidade total anterior recebe quantidade total e retorna

o ciclo no mesmo procedimento, adicionando-se as quantidades das demais granjas (de

acordo com a prioridade estabelecida) até que se atinja um valor maior do que o

desejado; 12. Se a quantidade total nas granjas a serem visitadas for maior que o número de aves a

serem abatidas por dia, então, verifica-se qual valor mais se aproxima do número de aves

a serem abatidas por dia, o último valor total (maior do que este) ou o penúltimo valor

total (menor do que este). Isso ocorre porque no somatório da quantidade total de aves

- 14 -

nas granjas dificilmente irá se obter exatamente esse valor estipulado, e sim um valor

aproximado, uma vez que as granjas devem ser completamente esvaziadas, não podendo

ocorrer, por exemplo, o desabastecimento de meia granja. Isso pode ser feito devido ao

fato das quantidades de aves em uma só granja possuírem uma ordem de grandeza

insignificante, se comparado com a quantidade total a ser abatida por dia, não trazendo

grandes problemas em relação a sua aproximação para esse valor, seja para menos ou

para mais; 13. Se o número de aves a serem abatidas por dia menos a quantidade total (variável

temporária que irá armazenar o somatório das quantidades de aves nas granjas) liberadas

da listagem for maior que o número de aves a serem abatidas por dia menos a quantidade

total anterior (variável temporária que irá armazenar o valor anterior do somatório de

aves nas granjas). Então, a quantidade total a ser armazenada (quantidade real de aves a

serem abatidas no dia) será a quantidade total anterior (menor do que a estipulada), caso

contrário o seu valor não sofre nenhuma alteração (continua sendo a quantidade total); 14. Listagem e classificação das granjas por data de desabastecimento; 15. Débito das granjas na ordem listada; 16. Verificação do sexo das aves; 17. Se as aves forem do sexo masculino, faz-se o seu acondicionamento preferencialmente

no turno da noite devido ao fato das mesmas não se comportarem bem no turno diurno.

O mau comportamento das aves, assim como o modo como é realizada a pega das aves

pode acarretar num aumento das contusões, stress e, principalmente, mortalidade das

aves. Desta forma o turno da granja em questão, na lista, é tido como sendo o noturno; 18. Caso contrário acondiciona-se as aves (fêmeas) preferencialmente no período das 6 às

18 horas, onde o turno da mesma na listagem é tido como sendo o diurno; 19. Sub-listagem das aves por turno; 20. Verificação da temperatura ambiente;

21. Se a temperatura for menor do que 25ºC, acondiciona-se oito aves por caixa; 22. Caso contrário, acondiciona-se sete aves por caixa, permitindo assim uma melhor

circulação de ar e evitando eventuais danos ou mesmo a morte de aves devido ao calor;

- 15 -

23. Determinação do número total de caixas por granja, sendo este igual à quantidade total

de aves na granja dividido pelo número de aves a serem transportadas por caixa; 24. Listagem dos caminhões com suas respectivas capacidades (quantidade de caixas que

podem ser transportadas de uma só vez); 25. Débito dos caminhões por ordem decrescente de capacidade; 26. Comparação do número total de caixas por granja com a quantidade de caixas que pode

ser transportada pelo caminhão; 27. Se o número total de caixas por granja não for maior que a quantidade de caixas que

pode ser transportada pelo caminhão, faz-se uma nova verificação: se a quantidade de

caixas que pode ser transportada pelo caminhão menos o número total de caixas por

granja é menor do que a quantidade de caixas no caminhão de menor capacidade. Se for

o valor é considerado pequeno e, portanto, utiliza-se o caminhão, mesmo sobrando

espaço nele (o que garante um bom aproveitamento e uma utilização coerente das

capacidades dos caminhões listados). Caso contrário uma nova verificação é feita; 28. Verificação se o caminhão analisado é o último da lista (caminhão de menor

capacidade). Se não for, segue-se com o débito dos caminhões da lista analisando um por

um, do mesmo modo, até que o número de caixas seja maior que o número de caixas por

caminhão, ou até que se chegue ao último caminhão da lista (caminhão de menor

capacidade). Se o caminhão for o último da lista segue-se para sua inclusão na lista da

mesma forma que é feita para os demais tipos de caminhões (este procedimento também

garante um bom aproveitamento e uma utilização coerente das capacidades dos

caminhões listados); 29. Se o número total de caixas por granja for maior que a quantidade de caixas que pode

ser transportada pelo caminhão incrementa-se o tipo do caminhão na listagem dos

caminhões a serem utilizados para o carregamento dos frangos na granja; 30. Subtração do número de caixas pelo número de caixas a ser transportada por caminhão; 31. Verificação. Se o número de caixas é menor ou igual a zero, é sinal de que o último

caminhão já foi carregado (totalmente ou não), caso contrário retorna-se na listagem dos

caminhões, debitando-os novamente em ordem decrescente a partir do caminhão de

maior capacidade;

- 16 -

32. Análise de solicitação de carregamento. Caso haja solicitação tem-se a impressão de um

documento formal com as ordens de carregamento e as novas modificações são

repassadas a AVIZOM. Caso contrário os resultados são mostrados apenas através de

uma interface gráfica (tela do computador) e sem alterações, tanto para a Pif Paf quanto

para a AVIZOM e reinicia-se o ciclo de verificações no caso de alterações nos dados; 33. Envio de ordem (listagem). Documento formalizando os carregamentos (quantidade,

abate por turno, local, sexo, quantidade por caixa, caminhões a serem utilizados e hora)

para o setor logístico da Pif Paf, para que esta envie os caminhões necessários para o

carregamento na data certa, no horário certo e no destino certo;

- Interface entre a Pif Paf e a AVIZOM;

34. O repasse das informações para a Avizom deve ser o mesmo que o repassado ao setor de

logística, para que haja correlação entre as informações transmitidas, garantindo que as

turmas de “pega de frango” estejam de encontro aos caminhões enviados pela Pif Paf. 35. Designação das Equipes; 36. As equipes efetuarão uma ligação para Avizom avisando sobre sua disponibilidade para

o carregamento; 37. Listagem ordenada das ligações recebidas, priorizando os primeiros a efetuarem a

ligação, onde os mesmos serão os primeiros a fazerem o carregamento; 38. Armazenamento das designações: arquivar quantas aves cada equipe carregou para fazer

posterior remuneração, visto que esta está atrelada ao número de aves carregadas; 39. Ordem de Carregamento: criação de um documento que comprove a designação para o

carregamento e que sirva para controle interno dentro da Equipe de “pega de frango”; 40. Informar às Equipes, quando estas ligarem para a Avizom, sobre as ordens pendentes.

Esta ordem é similar à enviada para a logística, já que deve haver sintonia entre a

logística que envia os caminhões e a ordens da Avizom às Equipes, garantido que

sempre exista uma equipe onde houver um caminhão. 41. Fim do programa. O mesmo é realimentado, tendo em vista o seu caráter dinâmico. As

programações (listagens) são feitas para todo o período desejado (um mês, por exemplo),

onde eventuais modificações são efetivadas simultaneamente no sistema.

- 17 -

5. Discussão

Pode-se enxergar a necessidade da criação de um sistema que integre as duas empresas

em questão, quando nota-se o número de informações e dados repassados entre elas. Deste

modo, é fundamental a criação de um sistema que seja preferencialmente informatizado, para

que o fluxo proposto e criado seja seguido de forma integral. Porém, tal integralidade pode ser

afetada pela possível desaprovação dos usuários, ou até mesmo pela má adaptabilidade do

sistema a real situação. Assim, medidas corretivas devem ser tomadas, a fim de moldar o

sistema às anuências de restrições não detectadas nas visitas às empresas.

Modificações no canal logístico de suprimento do abatedouro, ou até mesmo mudanças

nas relações contratuais entre as empresas, podem acarretar a inviabilidade do sistema

proposto, visto a sua pouca adaptabilidade a outros casos. Ou seja, tal sistema desenvolvido é

destinado a este caso em particular, e terá que passar por modificações para descrever

situações próximas da desejada.

A viabilidade de implantação do software se torna mais clara quando embasada em um

sistema informatizado já existente. Assim, o mesmo pode atuar como um módulo adicional,

diminuindo o ônus com a criação de um novo sistema. Além disso, soma-se o fato deste poder

ser utilizado no auxilio a análise de situações mais complexas, podendo atuar em conjunto

com outros módulos de programas logísticos, uma vez que as respostas fornecidas pelo mesmo

(granjas a serem visitadas e caminhões utilizados) são tidas como a solução ótima.

6. Conclusão

Pelo nível de complexidade existente na relação entre a Pif Paf e Avizom, é memorável

a preocupação na busca por um sistema informatizado que integre as duas empresas. Custos já

descritos, relativos à falta de integração entre as empresas, certamente serão reduzidos pela

sistematização proposta das operações entre as empresas. Sendo assim, o sistema lógico

desenvolvido terá grande importância para as empresas, sendo um ótimo ponto de partida para

a construção de um software, ou até mesmo um bom procedimento operacional, padronizando

as ações dos atuais funcionários responsáveis pelo setor que promove a integração das

empresas.

- 18 -

7. Referências Bibliográficas

BALOOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, trad. Elias Pereira, Porto

Alegre, Bookmam, 2001.

RODRIGUES, SÉRGIO. Sistema de informação, Um enfoque gerencial, São Paulo, 1988.

ROBERT K. YIN - Estudo de Caso: Planejamento e Método, São Paulo, 1989.

SENDIN, P.V. Agroindústria: tecnologia e competitividade. Londrina: IAPAR, 1993.

15p. (IAPAR. Documentos, 16)

Estudo de Caso. Introdução. A técnica de modelagem.

http://www.umlsusie.hpg.ig.com.br/casoUso.htm, acesso feito em 25/11/2004