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CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA Advogado, palestrante e parecerista; Professor de Dir. Civil, Prática Civil e Dir. do Consumidor em cursos preparatórios para a OAB e para Concursos Públicos; Professor de Dir. Civil em cursos de pós graduação lato sensu; Professor da ESA – Escola Superior da Advocacia - Núcleos; Professor de Direito Civil da FACCAMP; Coordenador do Curso de Especialização em Direito de Família e Sucessões do Complexo Andreucci; Membro efetivo da comissão de Dir. de Família da OAB/SP; Membro efetivo da Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP; Membro efetivo do IBDFAM; Membro efetivo da Academia Brasileira de Direito Civil; Advogado do CREMESP nomeado para o biênio 2011/2013; Especialista em Direito Civil pela FMU; Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino (Buenos Aires); Coautor do livro Exame da OAB Unificado – 1ª Fase – Ed. Saraiva Coautor do livro Passe em Concurso Público – Ministério Público Estadual e Federal – Ed. Saraiva MAIA

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CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA

Advogado, palestrante e parecerista;Professor de Dir. Civil, Prática Civil e Dir. do Consumidor em cursos preparatórios para a OAB e para Concursos Públicos;

Professor de Dir. Civil em cursos de pós graduação lato sensu; Professor da ESA – Escola Superior da Advocacia -

Núcleos; Professor de Direito Civil da FACCAMP; Coordenador do Curso de Especialização em Direito de

Família e Sucessões do Complexo Andreucci; Membro efetivo da comissão de Dir. de Família da OAB/SP;

Membro efetivo da Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP; Membro efetivo do IBDFAM;

Membro efetivo da Academia Brasileira de Direito Civil;Advogado do CREMESP nomeado para o biênio 2011/2013;

Especialista em Direito Civil pela FMU;Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad

del Museo Social Argentino (Buenos Aires); Coautor do livro Exame da OAB Unificado – 1ª Fase – Ed.

SaraivaCoautor do livro Passe em Concurso Público – Ministério

Público Estadual e Federal – Ed. Saraiva

MAIA

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO

Extintiva Caracteriza-se pela perda do direito à apreciação judicial da

PRETENSÃO (189, CC) em razão do DECURSO DO TEMPO, ou seja,atinge a pretensão suscitável em juízo por meio de uma ação.

Há diferença entre a definição acima e a vetusta: perda do direito deAÇÃO?

Aquisitiva Trata-se da denominada usucapião, motivadora da aquisição da

propriedade (móvel ou imóvel) em razão do DECURSO DO TEMPO

DECADÊNCIA

Afigura-se como a perda do direito potestativo previsto em Lei porconta da INÉRCIA DO TITULAR. Atinge indiretamente o direitoà apreciação judicial da pretensão

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO EXTINTIVA

O início do prazo prescricional só ocorre quando houverVIOLAÇÃO DE DIREITO (189, CC), pois é a partir desteinstante que exsurge a pretensão

EXEMPLO

Manuel, credor, emprestou a Baruel, no dia 15/fev./2017*,R$ 5.000,00. Avençaram as partes que tal valor deveria serpago ao credor dia 25/mar./17. O valor não foi pago na dataaprazada**, ocasionando a VIOLAÇÃO*** ao direito deManuel à percepção do importe.

* dia no nascimento do crédito, ainda não exigível

** configurou-se a exigibilidade

*** Momento em que nasce a pretensão e em que se dá start àfluência do prazo prescricional para a cobrança, que nestecaso é de 10 anos (205, CC)

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

DISTINÇÃO SINGULAR

O prazos prescricionais são EXCLUSIVAMENTE (189, CC) ostaxativamente previstos nos artigos 205 e 206 do CC.

Os DEMAIS são todos DECADENCIAIS

Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito derecobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo opreço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive asque, durante o período de resgate, se efetuaram com a suaautorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.

45, parág. único, CC; 48, parág. único, CC; 178, CC; 445, CC;501, CC; 504, CC; 513, parág. único, CC; 516, CC; 745, CC,1.560, CC) etc.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

CRITÉRIOS PARA DISTINÇÃO

Tipos de ações

Condenatórias: busca-se obter do réu determinada PRESTAÇÃO

Constitutivas: CRIAÇÃO de estado jurídico oumodificação/extinção de situação jurídica preexistente

Declaratórias: obtenção de CERTEZA JURÍDICA

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

CRITÉRIOS PARA DISTINÇÃO

• Nesse contexto:

• Condenatória = PRESCRIÇÃO, partindo-se da premissa deque se a prescrição é a perda do direito à obtenção dadeterminada prestação e se é só por meio das condenatóriasque isso é possível, tendo a ação natureza condenatória apretensão por meio dela invocável sujeita-se à prescrição.

• Constitutiva = DECADÊNCIA, considerando que se acaducidade está atrelada à perda do direito potestativo, seunão exercício no prazo, indispensável para o nascimento dodireito, soterra o próprio direito e, obliquamente, inviabiliza aobtenção da pretensão.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

CRITÉRIOS PARA DISTINÇÃO

• Nesse contexto:

• Declaratória = IMPRESCRITÍVEL

MAIA

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO

Objeto

Direitos PATRIMONIAIS e DISPONÍVEIS

NÃO afeta, porquanto IMPRESCRITÍVEIS:

Os de personalidade (à vida, à honra, à imagem, ao nome,etc.)

Os de estado (filiação, condição conjugal – investigação depaternidade, interdição, divórcio, etc.)

Os de família (irrenunciáveis e indisponíveis)

Os sujeitos a exercício potestativo (extinção decondomínio, p. ex.), pois nestes casos não há direitoviolado

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO

Alteração do prazo pelas partes:

INADMISSÍVEL, pois não gozam elas de autonomiapara alterar a LEI (192, CC)

Momento de arguição:

Enquanto não superado o prazo, suscitável pelointeressado em qualquer fase do processo* e grau dejurisdição (193, CC)

* Até o trânsito em julgado

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO

É admissível o reconhecimento de ofício pelo juiz?

Novo CPC

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,independentemente da citação do réu, julgará liminarmenteimprocedente o pedido que contrariar:

§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido severificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:

II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadênciaou prescrição;

O juiz:

PODE declarar de ofício?

ou

DEVE declarar de ofício?

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA CAUSAS DE PARALISAÇÃO A PRESCRIÇÃO

• I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

• II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

• III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,durante a tutela ou curatela.

• I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

• II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dosEstados ou dos Municípios;

• III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, emtempo de guerra.

• I - pendendo condição suspensiva;

• II - não estando vencido o prazo;

• III - pendendo ação de evicção.

197, cc

198, cc

199, cc

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

DECADÊNCIA

Legal (prazos fixados por LEI)

POR REGRA, não podem ser paralisados (suspensos ouinterrompidos)

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam àdecadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem aprescrição.

O Juiz DEVE reconhecer a decadência de ofício. (210, CC)

As partes não tem autonomia para suspender, interromperou até mesmo alterar prazo decadencial LEGAL

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

DECADÊNCIA

Convencional (prazo estabelecido pelas partes)

Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito derecobrá-la no PRAZO MÁXIMO de decadência de três anos,restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas docomprador, inclusive as que, durante o período de resgate, seefetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização debenfeitorias necessárias.

As partes podem prever prazo menor (1 ano, v.g) , assimcomo podem, findo tal prazo, renová-lo, admitindo-se, emqualquer caso, a RENÚNCIA, porquanto se trata dedecadência convencional

O juiz NÃO PODE reconhecer a decadência CONVENCIONALde ofício suprindo a falta de adução pelo beneficiário (211,CC)

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

RENÚNCIA (ABDICAÇÃO AO DIREITO DE ARGUIÇÃO) DA PRESCRIÇÃO Admissível

Expressa (o DEVEDOR de dívida prescrita abre mão desta defesaindireta de mérito e, mais do que isso, paga a obrigação)

Tacitamente (comportamento – juntou procuração e as guias dedepósito no processo, p.ex.)

DA DECADÊNCIA Legal

É NULA cláusula de RENÚNCIA a decadência fixada em Lei(209, CC)

Convencional

O juiz NÃO PODE reconhecer a decadência convencional deofício, suprindo a falta de adução pelo beneficiário (211, CC),sobretudo porque por ser convencional é admissível arenúncia

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO

Há diferença?

Se houver, qual?

Admite-se a suspensão ou a interrupção do prazoDECADENCIAL?

EXCEPCIONALMENTE, apenas por LEI, admite-seneutralização da fluência (26, §2º, CDC; 208 c/c 195 e198, I, CC)

Muito Obrigado!

SUCESSO

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