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Nº 007 - novembro de 2009 - Ano 01 Carlos Daher Padovezi Bianca Torreão O diretor do Centro de Engenharia Naval e Oceânica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Carlos Daher Padovezi, fala, em entrevista ao Informe ABIPTI, sobre a importância das novas instalações do Laboratório de Engenharia Naval da instituição. No total, foram investidos R$ 9,5 milhões no local. “Com seus laboratórios navais agora modernos e eficientes, o IPT deverá cumprir o papel de dar suporte tecnológico, na área de projeto, à recuperação da indústria naval brasileira e também aos novos desafios da exploração de petróleo e gás em águas profundas, incluindo as reservas da camada pré -sal”, afirma. Veja, a seguir, a entrevista na íntegra: O IPT inaugurou, recentemente, o seu novo Laborat ório de Engenharia Naval. Qual a importância da iniciativa? Houve uma recuperação importante da infraestrutura laboratorial para que pudesse ser agilizado e facilitado o apoio tecnológico à indústria naval brasileira, assim como aos pesquisadores e aos projetistas de embarcações e de plataformas marítimas de produção de petróleo. Quanto foi investido no local? De onde os recursos são oriundos? Foram investidos R$ 9,5 milhões, sendo 10% de recursos da FINEP e 90% da Petrobras, estes provenientes de recursos de participação especial para P&D na área de petróleo e gás. Qual é a participação da Petrobras no projeto? A Petrobras, por intermédio de seu centro de pesquisas (CENPES) e da Transpetro (Petrobras Transporte), dentro de uma visão da necessidade de fortalecer instituições brasileiras de pesquisa, apoiou a recuperação da infraestrutura de ensaios navais no IPT. A Petrobras continuará sendo um importante cliente do Centro de Engenharia Naval e Oceânica do IPT. O senhor poderia citar algumas das inovações apresentadas na nova versão do laboratório? Foram feitas reformas dos prédios e dos laboratórios, mas as grandes inovações no projeto estão relacionadas com a construção de modelos em escala reduzida para realização de ensaios e com os sistemas de medições adquiridos. Para a confecção de modelos de cascos de embarcações, foi adquirido um sistema automatizado com braço robótico para usinagem de madeira ou poliuretano; para a construção de modelos de hélices e de lemes, foi adquirida uma máquina de prototipagem rápida de alta precisão. http://www.abipti.org.br/Informe/entrevista.html Os equipamentos de medições adquiridos pelo projeto são modernos e inovadores: entre eles, está o sistema PIV (particle image velocimetry) estéreo para medição de velocidades de escoamento e o sistema óptico de alta precisão para obtenção de movimentos em seis graus de liberdade, além de dinamômetros e balanças de alta precisão. Como o setor naval do país será contemplado? Com seus laboratórios navais agora modernos e eficientes, o IPT deverá cumprir o papel de dar suporte tecnológico, na área de projeto, à recuperação da indústria naval brasileira e também aos novos desafios da exploração de petróleo e gás em águas profundas, incluindo as reservas da camada pré -sal. O IPT é uma instituição associada à ABIPTI. Como o senhor avalia a importância de uma instituição como a associação? Vivemos uma época de aumento das atividades de pesquisa no Brasil, por conta de um maior volume de recursos de fomento (fundos setoriais, participação especial de concessionárias, fundações estaduais etc.) e pela existência de um processo de crescimento das atividades que requerem pesquisa aplicada. Há uma necessidade de empreender atividades que levem a uma maior organização das instituições de pesquisa para um aproveitamento mais eficiente dos recursos disponíveis de fomento. E este tipo de ação – coordenar ou estimular ações conjuntas de busca de recursos disponíveis para pesquisa – pode ser uma contribuição importante da ABIPTI.

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Page 1: Carlos Daher Padovezi - ipt.br Nº 007 - novembro de 2009 - Ano 01 Carlos Daher Padovezi Bianca Torreão O diretor do Centro de Engenharia Naval e Oceânica do Instituto de Pesquisas

Nº 007 - novembro de 2009 - Ano 01

Carlos Daher Padovezi

Bianca Torreão

O diretor do Centro de Engenharia Naval e Oceânica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Carlos Daher Padovezi, fala, em entrevista ao Informe ABIPTI, sobre a importância das novas instalações do Laboratório de Engenharia Naval da instituição.No total, foram investidos R$ 9,5 milhões no local. “Com seus laboratórios navais agora modernos e eficientes, o IPT deverá cumprir o papel de dar suporte tecnológico, na área de projeto, à recuperação da indústria naval brasileira e também aos novos desafios da exploração de petróleo e gás em águas profundas, incluindo as reservas da camada pré-sal”, afirma. Veja, a seguir, a entrevista na íntegra:

O IPT inaugurou, recentemente, o seu novo Laboratório de Engenharia Naval. Qual a importância da iniciativa?

Houve uma recuperação importante da infraestrutura laboratorial para que pudesse ser agilizado e facilitado o apoio tecnológico àindústria naval brasileira, assim como aos pesquisadores e aos projetistas de embarcações e de plataformas marítimas de produçãode petróleo.

Quanto foi investido no local? De onde os recursos são oriundos?

Foram investidos R$ 9,5 milhões, sendo 10% de recursos da FINEP e 90% da Petrobras, estes provenientes de recursos de participaçãoespecial para P&D na área de petróleo e gás.

Qual é a participação da Petrobras no projeto?

A Petrobras, por intermédio de seu centro de pesquisas (CENPES) e da Transpetro (Petrobras Transporte), dentro de uma visão da necessidade de fortalecer instituições brasileiras de pesquisa, apoiou a recuperação da infraestrutura de ensaios navais no IPT. A Petrobras continuará sendo um importante cliente do Centro de Engenharia Naval e Oceânicado IPT.

O senhor poderia citar algumas das inovações apresentadas na nova versão do laboratório?

Foram feitas reformas dos prédios e dos laboratórios, mas as grandes inovações no projeto estão relacionadas com a construção de modelos em escala reduzida para realização de ensaios e com os sistemas de medições adquiridos.

Para a confecção de modelos de cascos de embarcações, foi adquirido um sistema automatizado com braço robóticopara usinagem de madeira ou poliuretano; para a construção de modelos de hélices e de lemes, foi adquirida uma máquina de prototipagem rápida de alta precisão.

http://www.abipti.org.br/Informe/entrevista.html

Os equipamentos de medições adquiridos pelo projeto são modernos e inovadores: entre eles, está o sistema PIV (particle image velocimetry) estéreo para medição de velocidades de escoamento e o sistema óptico de alta precisãopara obtenção de movimentos em seis graus de liberdade, além de dinamômetros e balanças de alta precisão.

Como o setor naval do país será contemplado?

Com seus laboratórios navais agora modernos e eficientes, o IPT deverá cumprir o papel de dar suporte tecnológico,na área de projeto, à recuperação da indústria naval brasileira e também aos novos desafios da exploração de petróleo e gás em águas profundas, incluindo as reservas da camada pré-sal.

O IPT é uma instituição associada à ABIPTI. Como o senhor avalia a importância de uma instituição como a associação?

Vivemos uma época de aumento das atividades de pesquisa no Brasil, por conta de um maior volume de recursos de fomento (fundos setoriais, participação especial de concessionárias, fundações estaduais etc.) e pela existência de um processo de crescimento das atividades que requerem pesquisa aplicada.

Há uma necessidade de empreender atividades que levem a uma maior organização das instituições de pesquisa para um aproveitamento mais eficiente dos recursos disponíveis de fomento. E este tipo de ação – coordenar ou estimular ações conjuntas de busca de recursos disponíveis para pesquisa – pode ser uma contribuição importante da ABIPTI.