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CADERNOS DA EDITORIAL A ALIANÇA DO PENSAR E DO FAZER EM VISEU PRÉMIO D. JOSÉ PEDRO DA SILVA Cáritas Editorial Po MAIO 2018

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cadernosda editorial

a aliança dopensar e do fazerem viseuprémio d. josé pedro da silva

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maio 2018

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EDITORIAL CÁRITAS Praça Pasteur, nº 11 — 2.º, Esq. | 1000 –238 [email protected] | Tel. +351 911 597 808, fax. +351 218 454 221

Índice

a aliança do pensar e do fazer em viseu 3

prémio d. josé pedro da silva 7

cerimónia de entrega do prémio d. josé pedro da silva 9

o livro “perceção do stresse, burnout e autocuidado – um olhar

sobre os profissionais do trabalho social”

a autora do livro 10comunicação do apresentador do livro, pe. josé cardoso 11comunicação da autora do livro, ana berta alves 18

À conversa com ana berta alves

autora do livro 23

À conversa com d. ilÍdio leandro

bispo da diocese de viseu 26

À conversa com joão paulo rodrigues balula

diretor da escola superior de educação de viseu 28

À conversa com carlos monteiro marQues

presidente da direção da cáritas diocesana de viseu 31

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a aliança do pensar e do fazer

a aliança do pensar e do fazer em viseu

No passado dia 10 de maio realizou-se no Auditório Professor Manuel Albuquerque, da Escola Superior de Educação de Viseu, a Sessão “A aliança do Pensar e do Fazer” que se centrou na Cerimónia de entrega da Primeira Edição do Prémio D. José Pedro da Silva. Esta Sessão foi organizada em parceria entre a Edi-torial Cáritas, a Cáritas Diocesana de Viseu e a Escola Superior de Edu-cação de Viseu (ESEV) e contou com a presença de vários professores da Universidade, alguns representantes de entidades locais e regionais, bem

como algumas dezenas de alunos, num total de cerca de 150 pessoas. Na mesa da sessão de abertura estiveram presentes: João Paulo Rodrigues Balula, Diretor da Esco-la Superior de Educação de Viseu; Carlos Manuel Monteiro Marques, Presidente da Direção da Cáritas Diocesana de Viseu; António Lage Raposo, Responsável da Editorial Cáritas; Cónego Miguel Abreu, Vi-gário episcopal da Pastoral Social e da Família da Diocese de Viseu; e D. Ilídio Leandro, Bispo da Diocese de Viseu.

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João Paulo Rodrigues Balula, Diretor da Escola Superior de Educação de Viseu, abriu a sessão com uma palavra de saudação e de boas vindas a todos chamando a atenção para a relevância desta iniciativa que acontece pela pri-meira vez no âmbito desta Escola e no âmbito da Editorial Cáritas, ou seja, a atribuição da primeira edição do Pré-mio D. José Pedro da Silva. Como tal, agradeceu a iniciativa da Cáritas Na-cional e da Cáritas Diocesana de Viseu, bem como a oportunidade proporcio-nada para reconhecer o trabalho dos estudantes e dos professores da Esco-la Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viseu. Aproveitou ainda para salientar a figura do bispo que dá nome ao Prémio, escolha que conside-rou muito oportuna por parte da Cá-ritas Diocesana de Viseu. Considerou também que a organização desta Con-ferência materializa aquilo que deve ser a atividade de uma instituição de Ensino Superior interventiva e respon-sável, como é a Escola que dirige, cuja a atividade formativa se centra nos do-mínios da educação, da comunicação e das relações públicas, do desporto, das artes e da intervenção social. Na área do social destacou a Licenciatu-

ra em Educação Social e o Curso de Mestrado em Intervenção Psicossocial com Crianças e Jovens em Risco sen-do que foi no âmbito deste último que foi desenvolvido o trabalho premiado intitulado “Perceção de stress, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social”, rea-lizado pela Ana Berta Alves, enquanto estudante da ESEV, orientado pela Doutora Susana Fonseca e pela Dou-tora Lia Araújo, docentes da ESEV. Por fim, o Diretor da Escola Superior de Educação de Viseu desejou “que este primeiro prémio sirva como incentivo para a realização, na ESEV, de trabalhos com a qualidade deste e que possam assegurar a continuidade da parceria entre a Cáritas Portuguesa/Editorial Cáritas, a Cáritas Diocesana de Viseu e a ESEV do Instituto Politécnico de Viseu.De seguida, Carlos Manuel Monteiro Marques, Presidente da Direção da Cáritas Diocesana de Viseu, saudou os presentes agradecendo a presen-ça de todos e de cada um e desejou que os trabalhos resultantes desta Parceria entre a Cáritas Dioce-sana, a Editorial Cáritas e a Escola Superior de Educação de Viseu seja

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proveitosa para todos. Neste sen-tido, com a apresentação do livro, salientou “a confluência de três pa-péis Institucionais: o papel das Uni-versidades, Institutos Politécnicos e outras Escolas Superiores como instituições de ensino de alto pres-tígio nacional e internacional, que promovem a excelência e o mérito entre os seus alunos e os professo-res; o papel da Cáritas Diocesana de Viseu, no apoio às comunidades locais tanto no âmbito social, da saú-de da educação e da pastoral, sendo uma Instituição que conhece mui-to bem as realidades locais; e, por fim, o papel da Cáritas Portuguesa, como serviço oficial da Conferência Episcopal, para a promoção e di-namização da ação social da Igreja, que visa a assistência, a promoção, o desenvolvimento e a transforma-ção social. Além disso agradeceu à autora do livro pela obra editada, traduzindo-se num contributo mui-to importante para a temática que encerra. Por fim, manifestou os seus votos “para que outras etapas sejam alcançadas no futuro e que possam ajudar a concretização dos objetivos das nossas Instituições”.

Por sua vez, António Lage Raposo, Responsável da Editorial Cáritas, recordou o papel da Editorial Cá-ritas nesta Parceria com a Cáritas Diocesana e com a Escola Superior de Educação de Viseu. O Protocolo assinado entre as três instituições, em maio do ano passado, previa a atribuição de um prémio e a publi-cação da melhor tese de mestrado da ESEV, que agora se concretiza. Recordou que a missão da Cáritas também passa por iniciativas deste cariz, procurando criar alianças en-tre o pensar e o fazer. Salientou o papel de D. José Pedro da Silva como referência cultural para este territó-rio e para outras latitudes do país, bem como o papel do atual bispo D.

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Ilídio Leandro pelo seu apreço por esta Parceria. Como tal, aproveitou para solicitar a todos uma grande salva de palmas para o D. Ilídio, em final de missão enquanto bispo de Viseu, ao que toda a assembleia ace-deu com entusiasmo.Finda a sessão de abertura, consti-tuiu-se uma nova mesa, desta feita, com a autora do livro premiado, Dra. Ana Berta Alves, o Pe. José Car-doso, apresentador da obra, Susana Fonseca, coautora do Prefácio do livro e apresentadora também de alguns traços da obra e Lia Araújo, coautora do Prefácio do livro e apresentadora do currículo da au-tora. Tratou-se de um momento de partilha da obra premiada “Perceção do Stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social”, seja a nível do conteúdo, seja a nível da forma, culminado com os agradecimentos da autora, com alguma emoção, aos colegas, à Editorial Cáritas, à ESEV, à Cáritas Diocesana de Viseu, à família, aos alunos e a todos os presentes.Seguiu-se uma breve Cerimónia de entrega do prémio D. José Pedro da Silva à Dra. Ana Berta Alves, autora

da obra vencedora, através da atri-buição de um Diploma evocativo do momento e da publicação da respetiva tese. Além disso, também foram agraciadas com um Diploma a orientadora e a coorientadora da tese, Dra. Susana Fonseca e Dra. Lia Araújo, as quais também assinam o Prefácio da obra premiada. Encerrou a Sessão o Sr. Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro que, além de saudar todos os presentes e de feli-citar a autora pelo Prémio, aprovei-tou para elogiar a temática da obra, que passa pela riqueza do trabalho social e pela arte de cuidar. Apelou, como tal, a que sejamos capazes de olhar a pessoa na sua radicalidade de pessoa, contrariando todos os atentados de que é alvo e fomen-tando o seu desenvolvimento, desde a conceção até à morte natural, pois, vincou, nunca ninguém é inútil. Neste sentido, agradeceu à Cáritas Portuguesa, à Cáritas Diocesana, à Editorial Cáritas, à ESEV e a todos os presentes, a sua capacidade para estarem atentos ao cuidado pelos outros.

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A personalidade escolhida para dar nome ao Prémio atribuído ao me-lhor trabalho de mestrado no âm-bito da Parceria “Aliança do Pensar e do Fazer”, envolvendo a Editorial Cáritas, a Cáritas Diocesana de Vi-seu e a Escola Superior de Educação de Viseu do Instituto Politécnico de Viseu, foi D. José Pedro da Silva. O Prémio, na sua primeira edição, foi atribuído no passado dia 10 de maio, na Escola Superior de Educação de Viseu à tese de mestrado da Dra. Ana Berta Alves, intitulada “Perce-ção do Stresse, burnout e autocuida-do – um olhar sobre os profissionais

do trabalho social”, numa Sessão evocativa para o efeito.D. José nasceu em 5 de abril de 1917, em Santo Antão, ilha de São Jorge, nos Açores. Frequentou o Seminário Episcopal de Angra, completando os seus estudos em Roma, na Facul-dade de Teologia da Universidade Gregoriana, onde se licenciou. Foi ordenado sacerdote a 24 de abril de 1943 na Basílica de São João de La-trão. Regressado à sua diocese natal, foi nomeado professor de Teologia no mesmo seminário onde estudara, sendo em 1953 nomeado diretor do jornal “A União”, órgão de imprensa,

prémiod. josé pedro da silva

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propriedade da Diocese de Angra. Em 1955 foi nomeado bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, tendo a sua ordenação episcopal ocorrido a 18 de novembro do mesmo ano na Sé de Angra do Heroísmo. A 12 de Fevereiro de 1965, foi eleito bispo de Viseu, tendo entrado sole-nemente na Diocese a 6 de junho do mesmo ano. A 14 de Setembro de 1988 foi aceite o seu pedido de resignação, motivado sobretudo pela sua saúde muito débil. D. José Pedro da Silva foi bispo de Vi-seu ao longo de 23 anos, desde 1965 até 1988. Após esta data, continuou a residir na cidade de Viseu até ao dia 5 de abril de 2000, data em que partiu para a Casa do Pai. D. José Pedro da Silva participou nos trabalhos do Concílio Vaticano II, dando uma colaboração muito es-pecial na Comissão do Apostolado dos Leigos, da Imprensa e dos Espe-táculos e o Papa Paulo VI escolheu-o para integrar a Comissão Pós-conci-liar para o mesmo apostolado. Como Bispo de Viseu a ele se deve a instalação em Viseu da Rádio Renas-cença, Voz de Viseu. O seu nome está

ligado, de uma forma muito especial, à Ação Católica Portuguesa de que foi Presidente da Junta Central e Assistente Geral.Este ilustre prelado teve uma vida dedicada às áreas da cultura e do saber, tendo sido um dos respon-sáveis pela implantação do Centro Regional da Universidade Católica em Viseu. Foi o seu grande obreiro, dando assim um enorme impulso à vida académica e universitária da cidade e distrito de Viseu. Em 1980 foi criada a Biblioteca D. José Pedro da Silva, como elemento de apoio às atividades de estudo e de pesquisa subjacentes ao processo de ensino/aprendizagem da referida Universidade.Foi durante o seu governo episcopal da diocese de Viseu que se iniciou a organização da Pastoral Social, corporizada na Cáritas Diocesana, dotada dos seus corpos sociais e respetiva sede, e em que os que estavam nas periferias humanas me-receram atenção especial, nomeada-mente as pessoas de etnia cigana.

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Cerimónia de entrega do prémio D. José Pedro da Silva à Ana Berta Alves, autora da obra vencedora intitulada “Perceção do Stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social” numa Sessão evocativa para o efeito, através da atribuição de um Diploma evocativo do momento e da publicação da respetiva tese.Foram ainda atribuídos diplomas a Susana Fonseca e a Lia Araújo, pro-fessoras adjuntas da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico

de Viseu, orientadora e coorienta-doras da tese publicada e coautoras do Prefácio do livro premiado.

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cerimónia de entrega do prémio d. josé pedro da silva

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a autora do livro

Ana Berta Correia dos Santos Alves é licenciada em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Ciên-cias da Saúde Egas Moniz e Mestre em Intervenção Psicossocial com Crianças e Jovens em Risco pela Es-cola Superior de Educação de Viseu. É pós-graduada em Dependências Químicas e Comportamentais. Es-pecialista, pela Ordem dos Psicólo-gos Portugueses, em Psicologia Clí-nica e da Saúde e em Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações, com Especialidade Avançada em Psi-cologia Comunitária. Exerce prática privada de Psico-logia, desde 2005 e desempenha

funções docentes, como Assistente Convidada, no Departamento de Psicologia e Ciências da Educação da Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Viseu, desde 2009.

o livro “perceção do stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social”.

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Orienta estágios nas áreas da Psi-cologia e da Educação Social. É formadora em cursos de Especiali-zação, para a Qualidade, de Inclusão e EFA.No campo social, tem trabalhado na implementação de projetos sociais, designadamente, nas áreas da Pre-venção das Dependências, da Igual-dade de Género e da Inclusão Social. Colaborou na medida de Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) e na comissão restrita da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). É vice-presidente da Associação para a Proteção de Pessoas em Risco (APPR), em Viseu.

comunicação do apresentador do livro, pe. josé cardoso

“Em jeito de preambulo, gostaria de evocar o patrono deste prémio editorial, D. José Pedro da Silva. Ao mesmo tempo, partilhar a expe-riência de, no ano passado, nos cem anos do seu nascimento, ter em-preendido, com alguns colegas, uma espécie de peregrinação à sua terra

natal, a fajã de S. João, na freguesia de S. Antão, no topo da ilha de S. Jorge. Ali encontrámos várias referências aos 100 anos do nascimento do antigo bispo de Viseu, sobretudo em placas comemorativas, mas também ouvimos algumas memórias vivas referentes, por exemplo, ao desem-barque do bispo na fajã. Voltando ao nosso tema, “Stresse, Burnout e Autocuidado”, são três conceitos-chave da obra. que fazem parte de um título mais completo, a saber: Perceção de Stresse, Burnout e Autocuidado dos Técnicos dos Nú-cleo de Infância e Juventude – ISS, IP. Trata-se, como é sabido, da tese de mestrado de Ana Berta Correia dos Santos Alves, sob a orientação da professora Doutora Susana Fonseca e com a coorientação da professo-ra Doutrora Lia Araújo, tese essa apresentada nesta Escola Superior de Educação (ramo fundamental do Instituto Politécnico de Viseu), em maio de 2015. Não pretendo aqui apresentar a obra com o rigor que merece, no que teria de ser exausti-vo e poderia naturalmente provocar algum “stresse” nesta bela assem-

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bleia. Pretendo isso sim, apresentar uma pequena ficha de leitura, isto é, algumas impressões essenciais, além de uns quantos sublinhados, que a leitura da obra provocou em mim, na certeza de que cada um lê com toda a carga de originalidade que o assiste. Por isso, tenho a certeza que cada um apresentaria a mesma obra de modo diferente. Aqui faço-o com um olhar pessoal e acentuada-mente informal. Convém ressalvar que estamos diante de uma tese,

que tem por objetivo o rigor e a descoberta científica. Não se trata de um romance. Porém, eu diria que chega a ter porventura alguns pontos comuns com essa forma de escrita. Um, pelo menos, que eu vejo, à partida, é a verosimilhança com a realidade: isto é, nós estamos a ler a obra e estamos ver aquela pessoa, aquele familiar, e eventualmente nós próprios, a sentir que aquela definição, aquelas consequências se aplicam perfeitamente. Podemos

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dar connosco a pensar: “eu já senti isto” – só não sabia que se poderia caraterizar assim! A obra tem claramente duas partes complementares. Na primeira, a au-tora caminha connosco por uma es-pécie de exposição virtual e vai-nos apresentando alguns quadros: aqui o stress, ali a síndrome de Burnout, além o autocuidado e também não esquecendo o que são os Núcleos de Infância e Juventude do Institu-to da Segurança Social. Na segunda parte, a autora faz a apresentação de um plano de investigação, aplicando as “ferramentas” atrás enunciadas ao campo concreto escolhido, ou seja, aos técnicos dos Núcleos de Infância e Juventude referidos. 1. Partindo da perceção de Stresse, a autora apresenta várias conceções, detendo-se claramente, em seguida, no chamado stresse ocupacional. A palavra stresse, do latim stringo, stringere, significa esse “aperto” que inicialmente temos dificuldade em identificar, provocando mal-estar, desconforto, exaustão, desequilíbrio. Em suma, o stresse acontece quan-do “a relação estabelecida entre o

individuo e o meio ambiente é ava-liada como excedendo os seus re-cursos, prejudicando, por isso o seu bem-estar”, afirma a Dra. Ana Berta, a páginas 7 e 8. 2. Dentro do conceito alargado de stresse, surge então o stresse ocu-pacional. Este situa-se no âmbito do ambiente de trabalho e consistirá na “incapacidade do indivíduo em lidar com as fontes de pressão, tendo como consequências problemas na saúde física, mental e na satisfação no trabalho” (p. 9). Trata-se de um “desajustamento entre a pessoa e o ambiente, entre as exigências e as competências, necessidades ou recursos do indivíduo” (p. 10). A au-tora distingue ainda entre uma espé-cie de stresse bom, o eustresse, que motiva para a vida e leva a enfrentar desafios e o stresse absolutamente mau, ou o distresse, que provoca uma sensação de impotência face às dificuldades (“eu já não sei nada e se soubesse não conseguiria e mesmo que conseguisse já nem quero...”). Exemplos de stressores, no local de trabalho, podemos considerar a so-brecarga, o esforço físico, a grande

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responsabilidade, os turnos, as pres-sões de tempos e prazos... Uma das reações extremas ao stresse profis-sional é a síndrome de Burnout.3. Em que consiste a Síndrome de Burnout? Do inglês: to burn out = queimar completamente, que é tam-bém chamado esgotamento profis-sional. É normalmente apresentado em 3 etapas “exaustão emocional, despersonalização e diminuída rea-lização pessoal (ou chegar a dizer: “Sou incompetente”). Começou a aparecer na década de 70, sobretudo com Freudenberg e outros. Note-se que recentemente (20.02.2018) o Pe. Tolentino Mendonça, na orien-tação do retiro ao Papa e à Cúria Romana fez questão de falar deste problema, nomeadamente no caso particular dos padres. É um tipo de problema de que podem sofrer os “cuidadores” em geral, mas que pode ser reconhecido em qualquer profissão. Grosso modo, podemos dizer que se trata de uma “depres-são profissional”. O profissional fica apático e o trabalho perde todo o sentido (p. 17). A síndrome de bur-nout vai muito para além dos efeitos

individuais, notando-se também na perda de eficácia das organizações e dos próprios utentes das mesmas (p. 17). 4. A teoria mais difundida sobre a síndrome de Burnout é a de Maslach e Jackson (1981), segundo a qual, o Burnout se carateriza por “um sentimento crescente de ineficácia, incompetência, frustração e despra-zer profissional...” e ainda “fracasso, baixa auto-estima e rejeição de si próprio” (p. 19). De facto, entre os mais de 100 sinais de Burnout já iden-tificados, destacam-se a insatisfação pessoal, a exaustão física, insónias, hábitos aditivos (álcool e drogas), problemas conjugais e familiares... (p. 21). A concluir este apartado, a autora debruça-se sobre estratégias de prevenção e tratamento de Bur-nout, que vão das mais simples: escu-ta, reconhecimento de capacidades e competências até métodos orga-nizacionais mais elaborados. 5. O Autocuidado: mais do que uma simples estratégia, o autocuidado é apresentado como uma atitude per-manente de prevenção e resolução da já referida “fadiga profissional” ou

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síndrome de Burnout. Trata-se fun-damentalmente de “um conjunto de estratégias utilizadas pelo indivíduo que propiciam e fortalecem o seu bem-estar integral” (p. 24). A teoria do Autocuidado de Dorothea Orem (1991) é, neste contexto, considera-da uma referência a ter em conta. 6. Exemplos de práticas de autocui-dado são os que se referem a “estra-tégias comportamentais, no que diz respeito à alimentação, sono e exer-cício, relaxamento, recreação e lazer,

sistemas de apoio e espiritualidade” (p. 29). A prática do autocuidado está em relação direta com o que se designou hoje chamar a “qualidade de vida”. 7. Importa ainda situar corretamente os Núcleos de Infância e Juventude, do Instituto de Segurança Social. En-tre as várias atribuições do Instituto de Segurança Social, está a “defesa e promoção dos direitos das crianças e jovens” (p.30), em áreas tão diversas como “a proteção, a segurança, a saú-

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de e a educação” (p. 31). Estes núcleos regem-se pelo princípio maior e que diz concretamente que: “Todas as de-cisões relativas a crianças, adotadas por instituições públicas ou privadas de proteção social, por tribunais, au-toridades administrativas ou órgãos legislativos, terão primacialmente em conta o interesse superior da crian-ça” (p. 31-32), como diz o artigo 3º, nº 1, da Convenção sobre os Direitos da Criança. Esse interesse exige “uma prática orientada para uma ação

integrada, em equipas multidisciplina-res” (p. 32). 8. “A intervenção social é considera-da uma área com elevada exigência e desgaste nos tempos atuais, por ser das mais implicadas nas situações de vulnerabilidade, em ambientes dis-funcionais, complexos e conflituo-sos” (p. 33), procurando construir um projeto de vida saudável como resposta às situações problemáti-cas. Sendo formados para ajudar os outros, estes técnicos resistem,

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muitas vezes, a procurar ajuda, po-dendo mesmo chegar ao burnout, pois existe uma grande distância entre o investimento realizado e os resultados obtidos. Neste contexto, o autocuidado dos técnicos dos já referidos Núcleos é fundamental para uma saúde física e psicossocial e contribui para um trabalho de qualidade. 9. Plano de Investigação: A questão em análise, no trabalho de campo era: Qual a relação entre Perceção de Stresse, o Burnout e o autocuida-do dos Técnicos de Infância e Juven-tude, concretamente nos núcleos correspondentes aos 18 distritos de Portugal continental, com os cerca de 363 profissionais dos núcleos re-feridos? Não havendo materiais de investigação testados e disponíveis neste âmbito, a autora solucionou o problema adaptando uma escala, com a sigla EACAC (escala para ava-liar as capacidades de autocuidado). Algumas ideias de caráter conclusivo:1. A saúde mental e as perturbações psiquiátricas tornaram-se a principal causa de incapacidade nas organiza-ções e na sociedade em geral (p. 66).

2. As práticas de autocuidado es-tão associadas a um aumento de bem-estar físico, emocional e a uma menor perceção de stresse.3. O Plano Nacional de Saúde Men-tal privilegia políticas de emprego que promovam a saúde mental nos locais de trabalho, com a redução de fatores ligados ao stresse ocupacio-nal, com a consequente redução de absentismo por doença psíquica.4. A gestão do stresse no local de trabalho situa-se tanto no trabalha-dor como na organização. 5. A capacidade para realizar o au-tocuidado precisa de ser estimulada por meio de práticas educativas que visem o desenvolvimento dessa ca-pacidade e a consciencialização da sua importância. 6. Tendo em conta que os profissio-nais mais jovens se mostram os mais suscetíveis quanto à perceção de stresse, a autora sugere a inclusão de programas, já na formação inicial, que ensinem práticas de autocui-dado, como forma de “tratamento preventivo”. Face ao exposto, este estudo re-vela-se de enorme atualidade. Tem

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uma aplicabilidade, no que respeita à fadiga ocupacional e sintomas de Burnout, que se pode considerar quase geral. Este trabalho leva-nos àquela ideia de que trabalhadores felizes produzem muito mais e me-lhor, num verdadeiro circulo vicioso: quanto mais os profissionais são felizes, melhor o trabalho realizado com ganhos notáveis para os “clien-tes” ou para os que são cuidados pelos profissionais; quanto mais os “clientes são felizes”, mais os cuida-dores se sentem realizados e mais felizes! Neste sentido, enquadra-se completamente a última sugestão do texto e que se refere a ações de análise preventiva de possíveis situações de stresse e burnout em estudantes e profissionais de várias atividades, pois como diz o povo... “homem prevenido... vale por dois”. Uma grande conclusão, que diria transversal a toda a obra, refere-se à necessidade de tanto os indivíduos como as organizações investirem seriamente em boas práticas de au-tocuidado como “estratégia de ges-tão do stresse e barreira protetora para a síndrome de Burnout” (p. 64).

Obrigado pela vossa atenção!”

comunicação da autora do livro, ana berta alves

“Começo por cumprimentar a mesa, Doutora Susana Fonseca, Doutora Lia Araújo, assim como a mesa anterior, Doutor João Paulo Balula, Sr. Carlos Marques, Eng. An-tónio Raposo e D. Ilídio Leandro, e todos os presentes. As minhas primeiras palavras são, como não podia deixar de ser, de sincero agradecimento à Escola Superior de Educação de Viseu, na pessoa do seu Presidente Doutor João Paulo Balula, à Cáritas Dio-cesana de Viseu, na pessoa do seu Presidente, Sr. Carlos Monteiro

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Marques e à Cáritas Portuguesa. Sinto-me muito honrada e feliz por receber este prémio “D. José Pedro da Silva” e por poder apresentar o meu livro nesta Casa, que também é minha. Reconheço a importância destes prémios que, ao permitirem esta aliança entre o pensar e o fazer contribuem, de facto, para a difusão de estudos, com a publicação de obras de investimento académico sobre temáticas sociais que dizem respeito aos desafios de hoje e de

sempre, aos atores do social e/ ou às ideias e linhas que moldam as preocupações e ações dos nossos dias. É, pois, com orgulho que me associo ao rol dos autores publica-dos pela Editorial Cáritas – a quem também agradeço, na pessoa do seu Coordenador Eng. António Raposo, por todo o cuidado, o resultado final parece-me excelente – assim, quero saudar todos os colaboradores da Editora, em especial, Luísa Correia, com quem fui articulando. Agradeço,

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também, à Doutora Susana e à Dou-tora Lia que, além de minhas orien-tadoras, fizeram o prefácio desta obra e estão aqui hoje, comigo. A minha ação na Psicologia, na Docên-cia, no Trabalho Social, nestes doze/treze anos beneficiou em muito da diligência, competência e compa-nheirismo dos meus colegas. Seria, pois, de grande injustiça não deixar aqui, para todos eles, os que me acompanham agora, concretamente na Área Científica de Psicologia e na

APPR, e os que, por contingências da vida se afastaram, uma palavra de amizade e muita gratidão. Para terminar estas primeiras palavras, e porque não posso deixar de os mencionar, são igualmente credores do meu agradecimento e reconheci-mento, a minha família, em especial o meu marido e os meus filhos.Ora, ao olharmos para o livro, tem por título “A Perceção de Stresse, o Burnout e o Autocuidado: um olhar sobre os Profissionais do Trabalho

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Social”, ainda na capa, uma imagem. Esta imagem pode levar-nos para uma perspetiva de territorialidade, proximidade, comunidade, do social, se a assemelharmos a um azulejo – marca distintiva da cultura portu-guesa. Mas, na realidade, representa uma “mandala”, o símbolo da inte-gração e da harmonia, do bem-estar holístico. Interagir com mandalas, enquanto estratégia de mindfulness (onde também se enquadra o au-tocuidado), potencia a sensação de calma no meio da adversidade, ajuda a expandir a consciência e desper-ta os sentidos. De alguma forma, e como que num levantar do véu, a mandala pode assemelhar-se ao pa-pel do autocuidado face ao stresse e burnout. Considerando estes indícios, o pro-pósito deste livro, que resulta do trabalho de mestrado, prende-se, de facto, com um olhar sobre o social, contexto de grande vulnerabilidade, mas, este olhar é dirigido aos téc-nicos, aos profissionais que, tantas vezes esquecidos, também eles, face às especificidades do contexto de intervenção, podem assumir uma

posição de fragilidade, comprome-tendo a sua saúde e a eficácia das suas práticas. As motivações para a escolha desta temática vão além da identificação desta área, associada aos novos campos de investigação, carecer, ainda de maior investimen-to; elas revestem-se, também, de sentires, de um ventilar de emoções entre colegas deste tão rico e desa-fiante contexto social.O stresse ocupacional, que traduz o desequilíbrio que a pessoa percebe entre determinadas exigências do trabalho e as suas capacidades para responder às mesmas, com reper-cussões na satisfação profissional, na saúde e no bem-estar, e o Burnout, considerado a fase final do stresse profissional crónico, que se carac-teriza pela experiência de estar emocionalmente esgotado/ exausto, por atitudes e sentimentos negati-vos/ despersonalização em relação às pessoas com as quais se trabalha e ao próprio papel profissional, são considerados desafios contemporâ-neos para a saúde dos profissionais e daqueles que constituem o seu ambiente pessoal e profissional,

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especialmente na área dos serviços humanos. Os contextos de intervenção social, caracterizados por grande debilidade, com contacto direto (face a face, voz com voz) com populações em risco/perigo, em ambientes disfuncionais, complexos e conflituosos são assi-nalados como altamente stressantes, provocam desgaste emocional nos profissionais, estando na literatura associados a conceitos como trauma vicariante (resultado do compromis-so empático de quem lida tão próxi-ma e frequentemente com situações de intenso impacto emocional nega-tivo, levando a que o próprio técnico experiencie situações traumáticas) e fadiga da compaixão (exaustão biopsicossocial que pode acometer indivíduos que dispensam energia psíquica, sob a forma de compaixão, a outros seres por um período de tempo, sem se sentirem suficiente-mente recompensados). ional, tem por finalidade a promo-ção da vida, da saúde e do bem-es-tar (Carter, 1998). É um processo cognitivo, afetivo e comportamental, que permite um melhor autoconhe-

cimento, autoconsciência e autorre-gulação, fundamentais para a autoa-valiação e a interpretação de dados, a ativação de recursos ambientais e pessoais e para a execução de ações capazes de manter a saúde e o bem-estar. O autocuidado, numa lógica positiva, proativa e de promoção da saúde, pode constituir-se como uma proteção, pois está associado ao aumento do bem-estar geral e à menor perceção de stresse, e permite acrescentar contributos na promoção e educação para a saúde dos profissionais.Posto isto, importa preparar os pro-fissionais para melhor lidar com as adversidades e frustrações (atuais e em eminência), reconhecer e aceitar limites e facilitar a resiliência indivi-dual, enquanto imperativo ético e um dever moral. Surge, assim, esta obra, orientada para uma fundamen-tação que permita avaliar e apoiar os profissionais do Trabalho Social, para o desenvolvimento, capacitação e operacionalização de práticas de autocuidado, práticas estas capazes de melhor equipar e preparar para os desafios e dificuldades, tão ca-

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racterísticos destes contextos, per-mitindo intervenções mais seguras, eficazes e positivas. Pois bem, e para estes fins, o livro, como já referido e, por isso, não vou aprofundar muito, está dividido em capítulos, e faz, nos primeiros três, uma incursão pelos diversos constructos associados a cada temática, analisando os principais modelos concetuais. Já os capítulos 4 e 5 surgem com o propósito de investigação. Neste ponto torna-se

particularmente interessante desta-car a validação de um instrumento capaz de mensurar as capacidades de autocuidado: a Escala para Ava-liar as Capacidades do Autocuidado (EACAC), de Silva e Kimura (2002), numa amostra de profissionais portugueses com intervenção em contexto social, pois não existia, em Portugal, nenhum instrumento para este fim. Esta escala EACAC parte das conceções teóricas de Orem (1991), onde o autocuidado,

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a capacidade de autocuidado e os fatores condicionantes básicos sur-gem como conceitos fundamentais. Estes conceitos podem ser aplica-dos na fundamentação de ações de promoção e educação em saúde, assim como em ações para o desen-volvimento de habilidades gerais e específicas para o engajamento no autocuidado, indo ao encontro das diretrizes de atenção à saúde.No momento final, a conclusão, além de assumir o papel preponderante de balanço, é utilizada enquanto momen-to de reflexão sobre as implicações dos resultados encontrados e es-perados, num quadro mais vasto de cogitação que se impõe às organiza-ções e aos profissionais do contex-to social, face ao seu bem-estar e à eficácia das suas práticas.O autocuidado é uma atividade executada pelo sujeito e, enquanto processo intencCerta de que este livro não constitui, de todo, um re-positório de propostas/ respostas capazes de solucionar um sofrimen-to ocupacional; acredito, contudo, que ele possa fornecer um enqua-dramento genérico das condições

de vulnerabilidade e de risco que caracterizam os contextos de inter-venção social, e ajudar a vislumbrar oportunidades e medidas capazes de aumentar a consciencialização, a autorregulação e o autocuidado dos profissionais, visando práticas mais eficazes e seguras, para os próprios e seus clientes. É uma convicção, porventura imodesta, que deixo à vossa apreciação. Muito obrigada pela atenção!”

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Editorial Cáritas (EC): Do livro “Perceção do Stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social”, enquanto autora, que aspetos con-sidera mais relevantes associados à sua forma e conteúdo?

ana BErta alvEs (aBa): Neste li-vro, que resulta da adaptação do trabalho realizado no Mestrado em Intervenção Psicossocial com Crianças e Jovens em Risco, da Es-cola Superior de Educação de Viseu, podem encontrar-se contributos pertinentes e atuais para o estudo de aspetos centrais, no âmbito da saúde ocupacional dos profissionais com intervenção social. O livro,

dividido em capítulos, permite, de forma organizada, uma leitura so-bre contributos de cariz teórico e científico. Nos primeiros três, faz-se uma incursão pelos diver-sos constructos associados a cada temática, integrando e analisando os principais modelos concetuais, atentando em investigações nacio-nais e internacionais. Os capítulos IV e V surgem com o propósito de investigação; aqui, destaco a valida-ção de um instrumento capaz de mensurar as capacidades de auto-cuidado: a Escala para Avaliar as Capacidades do Autocuidado (Silva & Kimura, 2002), numa amostra de profissionais portugueses com in-tervenção em contexto social, pois

À conversa com

ana berta alvesautora do livro

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não existia, em Portugal, nenhum instrumento para este fim. No des-fecho, permite-se a reflexão sobre as implicações dos resultados en-contrados e esperados, num qua-dro mais vasto de cogitação que se impõe às organizações e aos profissionais, face ao bem-estar e à eficácia das práticas.

EC: Que contributos pode apresen-tar este livro para contrariar alguns dos problemas identificados entre os profissionais do trabalho social?

aBa: Este livro, que parte do reconhecimento de que o stres-se ocupacional e o burnout são desafios contemporâneos para os profissionais, está orientado para uma fundamentação que permita avaliar e apoiar os profissionais do trabalho social para o desenvolvimento, capacitação e operacionalização de práticas de autocuidado, práticas estas capazes de melhor equipar e preparar para os desafios e dificuldades tão característicos destes contextos.

O autocuidado é perspetivado enquanto processo cognitivo, afetivo e comportamental e constitui-se como uma estratégia viável para fomentar a autoconsciência e a autorregulação, permitindo o aumento do bem-estar geral e a diminuição da perceção de stresse. O autocuidado não surge numa lógica de desvio de saúde, nem deve ser lido numa ótica individualista, a prática do autocuidado é apreciada como um dever ético, um imperativo moral, para a eficácia das práticas profissionais. Não constituindo, de todo, um repositório de pro-postas capazes de solucionar um sofrimento ocupacional; considero, porém, que esta obra oferece um conjunto de contribuições teó-ricas, científicas e instrumentais capazes de fundamentar práticas e guiar futuros estudos, contribuindo para o aprofundamento de conhe-cimentos e, consequentemente, para a orientação na definição de políticas de promoção da saúde ocupacional destes profissionais.

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EC: Como se sente enquanto ven-cedora da primeira edição do Pré-mio D. José Pedro da Silva?aBa: Sinto-me muito feliz, natu-ralmente, pois, é muito gratifi-cante, quando o nosso trabalho e investimento são reconhecidos! A possibilidade de publicar o que resultou do meu trabalho de mes-trado e poder associar-me ao rol de autores já publicados pela Edi-torial Cáritas é um privilégio e uma oportunidade, que muito agradeço. Esta iniciativa, a atribuição destes prémios é de louvar, pois, ao per-mitir esta aliança entre o pensar e

o fazer contribui, de facto, para o reconhecimento e difusão de estu-dos sobre temáticas sociais que di-zem respeito aos desafios de hoje e de sempre, aos atores do social e/ ou às ideias e linhas que moldam as preocupações e ações dos nos-sos dias. Ser a primeira a receber este louvor, torna tudo ainda mais especial!

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Editorial Cáritas (EC): Enquanto bispo desta Diocese, que impor-tância atribui a esta iniciativa de-nominada “Aliança do Pensar e do Fazer” e que envolve a Cáritas Dio-cesana de Viseu, a Editorial Cáritas e a Escola Superior de Educação de Viseu?

d. ilídio lEandro (d. il): Creio que é muito importante, dado possi-bilitar a publicação de trabalhos pensados e realizados e que, cer-tamente, são fontes de saber e de propostas para agir. De acordo com as escolhas e a seleção a fazer-se, em cada caso, traz-se, ao público e aos interessados, conhecimentos que podem ser muito úteis e que,

sem esta publicação, ficariam num mundo muito pequeno.

EC: Como vê a atribuição do nome de um bispo – D. José Pedro da Silva – a este Prémio que envolve trabalhos de cariz académico?

d. il: Foi uma decisão muito acerta-da. O Senhor D. José Pedro da Silva foi um pensador, um intelectual mas, também, um concretizador e fazedor de obras com importância, marcante, para Viseu. O Centro de Viseu da Universidade Católica Portuguesa tem a sua marca. Esteve presente no Concílio Ecuménico Vaticano II e o seu magistério epis-copal em Viseu foi um propósito

À conversa com

d. ilÍdio leandrobispo da diocese de viseu

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de concretização do mesmo Con-cílio. A sua ação como Assistente Nacional da Ação Católica iniciou este trajeto, vivido, depois, como Pastor da nossa Diocese.

EC: Estando a terminar o seu múnus pastoral à frente desta Dio-cese, como vê a presença da Cári-tas neste território e na Igreja em geral?

d. il: A Cáritas é uma Instituição da Igreja e, em cada Diocese, uma Instituição ao serviço da Igreja Lo-cal muito importante. Ela é, posso dizê-lo, a expressão da caridade

cristã da Igreja Diocesana. A aten-ção com que concretiza as orienta-ções do bispo e da Igreja Local e a forma como se aproxima das pes-soas e das realidades que procura e quer ajudar a superar dificulda-des, a satisfazer necessidades e a concretizar projetos solidários e integradores, merece todo o meu aplauso e sinto que é um difícil e muito importante setor que está bem coberto na Igreja de Viseu.

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Editorial Cáritas (EC): Enquanto diretor da ESEV, Escola de referên-cia neste território, como vê o pa-pel da academia na sua relação com esta área geográfica e com as ins-tituições sociais que nele existem?

João Paulo rodriguEs Balula (JPrB): A Escola Superior de Edu-cação de Viseu (ESEV) iniciou a sua atividade há 35 anos. Foi a primeira escola de Ensino Superior público a funcionar em Viseu e a primeira Escola Superior de Educação a iniciar a sua atividade em Portugal. Começou por formar educadores e professores para os primeiros anos de escolaridade. Atualmente, a nossa oferta formativa integra

Cursos de Pós-graduação, Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), Licenciaturas e Mestrados nas áreas da educação e da forma-ção de professores, da intervenção social, do desporto, das artes plás-ticas e da performance cultural, da comunicação, multimédia e relações públicas. Este é o resul-tado de um esforço de adaptação contínua à procura e às necessida-des da região de Viseu e do país. Continuamos a ser desafiados para reforçarmos a nossa intervenção na investigação aplicada, em articu-lação com as instituições da região, de modo a reunir as condições para criarmos e colocarmos em funcionamento cursos de doutora-

À conversa com

joão paulo rodrigues baluladiretor da escola superior de educação de viseu

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mento em Viseu. O desafio é enor-me, mas a região de Viseu merece e, por isso, não poupamos esforços.

EC: Que mais valias representa para a ESEV esta parceria com a Editorial Cáritas e com a Cáritas Diocesana Viseu e que passa por uma “aliança entre o pensar e o fazer”?

JPrB: Faz parte da nossa missão pensar, ensinar a pensar, construir conhecimento e valorizá-lo, de

modo a que a sociedade possa be-neficiar com o resultado do traba-lho desenvolvido na ESEV. A parce-ria que envolve a Editorial Cáritas, a Cáritas Diocesana de Viseu e a ESEV permite ir mais além: permite que o resultado da nossa atividade científica seja colocado à disposi-ção da comunidade, mobilizando-a para a ação. O reconhecimento público do valor do investimento feito pelos estudantes e pelos professores da ESEV na realização

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dos seus trabalhos de investigação motiva e ajuda todos os que, com afinco, procuram novas respostas para os desafios com que a sociedade se confronta diariamente. A publicação, em livro, dos melhores destes trabalhos e a atribuição do Prémio Dom José Pedro da Silva, uma personalidade que se destacou na diocese de Viseu pelo seu trabalho em favor dos mais desfavorecidos nos últimos 100 anos, é uma mais valia muito importante para a ESEV. A replicação dos trabalhos desenvolvidos pode contribuir para a disseminação de boas práticas.

EC: Como sentiu o envolvimento da Escola que dirige no processo de candidatura a este Prémio?

JPrB: A ESEV é uma instituição que abraça todos os desafios com grande entusiasmo. Os docentes e os estudantes da ESEV reconhe-cem a importância da investigação e da divulgação dos seus resulta-dos na comunidade. Por isso, a oportunidade de os diplomados do curso de Intervenção Psicossocial com Crianças e Jovens em Risco publicarem os seus trabalhos de mestrado e de se candidatarem ao Prémio Dom José Pedro da Silva foi muito bem acolhido pela equi-pa docente e pelos estudantes da ESEV. Foi apresentado a concurso e selecionado um ótimo trabalho, o que muito dignifica a instituição, os que frequentam todos os nossos cursos e também a Editorial Cá-ritas que contribui para que esse trabalho seja partilhado com toda a comunidade. Este envolvimento da ESEV é a demonstração da ma-turidade da instituição que há 35 anos presta um serviço de grande qualidade não só à região de Viseu, mas a todo o país.

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Editorial Cáritas (EC): A Cáritas Diocesana de Viseu, em parceria com a Editorial Cáritas, celebrou no ano passado, mais concretamente, no dia 18 de maio de 2017, um Pro-tocolo com o Instituto Politécnico de Viseu que previa a publicação e a atribuição de um prémio à melhor tese de mestrado da Escola Superior de Educação traduzindo-se agora na primeira edição do Prémio D. José Pedro da Silva. Qual a importância que atribui a esta iniciativa denomi-nada “Aliança do Pensar e do Fazer”?

Carlos MontEiro MarquEs (CMM): A assinatura do Protocolo foi o resultado do trabalho que em conjunto com a Editorial Cáritas

vínhamos desenvolvendo há mais de um ano com a Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV). Feliz-mente com a colaboração do atual responsável, Dr. João Paulo Balula, foi possível elencar as bases deste acordo e que se traduziu agora na primeira edição do Prémio. Foram atingidos três grandes objetivos: divulgação de algumas obras edita-das pela Editorial Cáritas propor-cionando a possibilidade de refletir com os nossos técnicos, profes-sores e alunos sobre importantes temas da atualidade; prestação de uma justa homenagem ao grande bispo de Viseu D. José Pedro da Sil-va; e implementação de uma cres-cente ligação da Cáritas à Cultura,

À conversa com

carlosmonteiro marQuespresidente da direção da cáritas diocesana de viseu

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tendo como parceiro um concei-tuado estabelecimento de ensino, a Escola Superior de Educação de Viseu.

EC: Como vê o papel da Cáritas na sua diocese, em Portugal e no mundo?

CMM: Felizmente temos, no nosso país, muitas instituições e orga-nismos dentro e fora da área do estado que se preocupam com o cuidar. Julgo que o que nos distingue de algumas delas é conseguir aliar

ao cuidar, o Amor. Ele tem de ser prioritário, terá de ser concretizado todos os dias em todas as nossas atividades. Tanto nas pequenas como nas grandes ações em qual-quer parte do mundo, teremos de ser um braço fundamental na Pasto-ral Social e esta só se faz com Amor. É ter sempre presente a Doutrina Social da Igreja, é cuidar sem pensar em qualquer recompensa, é cuidar ao jeito de Jesus. É cuidar tendo como horizonte as obras de Mise-ricórdia, é cuidar tendo presente o Evangelho: “Vinde, benditos de meu

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Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a funda-ção do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes verme. (Mt25,31 46). Acrescentarei apenas que, após os incêndios de 15 e 16 de outubro do ano passado, nas paróquias da nos-sa diocese mais atingidas por esta tragédia, foi possível sermos mais Cáritas para tantas famílias que ne-cessitavam do nosso apoio. Assim, com a ajuda da Cáritas Portuguesa vamos concretizar recuperações de estábulos, anexos a habitações e ajuda na reposição de rebanhos em valores que ultrapassam o meio milhão de euros.

EC: Que balanço faz do envolvi-mento da Cáritas Diocesana de Vi-seu, a que preside, no processo de candidatura à primeira edição do Prémio D. José Pedro da Silva?CMM: Terminada esta fase reconhe-cemos que, havendo porventura alguns pontos de aperfeiçoamento,

foi muito gratificante ver como foi possível numa cerimónia tão rica e com tanto envolvimento humano, mostrar o verdadeiro significado de um dos nossos objetivos que foi aliar o saber ao agir. Tivemos a felicidade de ter a conjugação de algumas realidades perfeitamente maravilhosas: a homenagem a um grande bispo de Viseu, que tive a felicidade de conhecer e que muito admirei; a qualidade do trabalho que editámos, realçando a simpatia da Drª. Ana Berta Alves e da sua fa-mília; e, por fim, a possibilidade de termos connosco o nosso muito querido D. Ilídio, que vai ficar na história da diocese de Viseu, como um dos seus maiores Prelados. Com a humildade que todos lhe reconhecemos conseguiu em tão pouco tempo realizar a obra pas-toral que decididamente irá con-tribuir para que a Igreja de Viseu, com o trabalho conjunto de leigos, presbíteros, diáconos e consagra-dos, seja a verdadeira Igreja que Jesus Cristo deseja para a diocese de Viseu.

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