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estudos, Goiânia, v. 42, n. 3, p. 273-287, maio/jun. 2015. 273 JÉSSICA BARBOSA DA COSTA, SIMONE ALMEIDA BARBOSA ROSA, LEONARDO LUIZ BORGES, MARILIA RABELO HOLANDA CAMARANO Resumo: Introdução: A deficiência auditiva pode ser consequência de exposições a ruídos. Objetivo: Caracterizar o perfil audiológico de trabalha- dores gráficos, marceneiros e serralheiros, expostos ao ruído ocupacional. Método: Estudo analítico transversal em trabalhadores expostos ao ruído que passaram por avaliação audiológica básica e emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD). Foram analisados dados clínicos e ocupa- cionais de 25 trabalhadores em atividade no período de agosto a novembro de 2014. Resultados: Os resultados da audiometria indicaram que os sujeitos da pesquisa não apresentaram perdas auditivas nas frequências de 0.5, 1 e 2kHz, as perdas ocorreram entre 3 e 8kHz. A análise de correlação entre a audiometria e as emissões não demonstrou diferença estatisticamente sig- nificante entre os grupos, porém, nota-se que há um número de falhas nas EOAPD acentuado, 70% da amostra. Conclusão: A análise dos resultados mostrou limiares audiométricos com queda nas freqüências agudas e ausên- cia de respostas nas EOAPD, reafirmando a sensibilidade das emissões em função da audiometria tonal para detecção precoce de danos ocasionados pelo ruído ocupacional. Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Ruído ocupacional. Perda auditiva. CARACTERIZALÇÃO DO PERFIL AUDIOLÓGICO EM TRABALHADORES EXPOSTOS A RUÍDOS OCUPACIONAIS* O ruído é um tipo de som que provoca efeitos nocivos ao ser humano, sendo uma sensação auditiva desagradável que interfere na percep- ção sonora desejada. Após a jornada ruidosa de trabalho, pode apa- recer fadiga auditiva manifestada por uma redução temporária da capacidade auditiva e/ou permanente. A essa alteração permanente dá-se o nome de per- da auditiva induzida pelo ruído (PAIR). A PAIR, uma patologia cumulativa

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JÉSSICA BARBOSA DA COSTA, SIMONE ALMEIDA BARBOSA ROSA, LEONARDO LUIZ BORGES, MARILIA RABELO HOLANDA CAMARANO

Resumo: Introdução: A deficiência auditiva pode ser consequência de exposições a ruídos. Objetivo: Caracterizar o perfil audiológico de trabalha-dores gráficos, marceneiros e serralheiros, expostos ao ruído ocupacional. Método: Estudo analítico transversal em trabalhadores expostos ao ruído que passaram por avaliação audiológica básica e emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD). Foram analisados dados clínicos e ocupa-cionais de 25 trabalhadores em atividade no período de agosto a novembro de 2014. Resultados: Os resultados da audiometria indicaram que os sujeitos da pesquisa não apresentaram perdas auditivas nas frequências de 0.5, 1 e 2kHz, as perdas ocorreram entre 3 e 8kHz. A análise de correlação entre a audiometria e as emissões não demonstrou diferença estatisticamente sig-nificante entre os grupos, porém, nota-se que há um número de falhas nas EOAPD acentuado, 70% da amostra. Conclusão: A análise dos resultados mostrou limiares audiométricos com queda nas freqüências agudas e ausên-cia de respostas nas EOAPD, reafirmando a sensibilidade das emissões em função da audiometria tonal para detecção precoce de danos ocasionados pelo ruído ocupacional.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Ruído ocupacional. Perda auditiva.

CARACTERIZALÇÃO DO PERFIL AUDIOLÓGICO EM TRABALHADORES EXPOSTOS A RUÍDOS OCUPACIONAIS*

O ruído é um tipo de som que provoca efeitos nocivos ao ser humano, sendo uma sensação auditiva desagradável que interfere na percep-ção sonora desejada. Após a jornada ruidosa de trabalho, pode apa-

recer fadiga auditiva manifestada por uma redução temporária da capacidade auditiva e/ou permanente. A essa alteração permanente dá-se o nome de per-da auditiva induzida pelo ruído (PAIR). A PAIR, uma patologia cumulativa

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e insidiosa, que aumenta ao longo dos anos de exposição ao ruído no ambiente de trabalho, embora seja uma doença de caráter irreversível e de evolução progressiva é passível de prevenção (ARAUJO, 2002).

Os indivíduos expostos a ruídos intensos podem apresentar além da perda auditi-va e do zumbido, dificuldade para o entendimento da fala, plenitude auricular, assim como sintomas vestibulares, digestivos, comportamentais e hormonais (COSTA; CRUZ;OLIVEIRA, 2007).

O ambiente com ruído em excesso, acima de 85 dB nível de pressão sonora (NPS), sem medidas de segurança adequadas como o uso dos equipamentos de proteção indi-vidual (EPI) para estes trabalhadores expostos, pode gerar lesão das vias auditivas até o sistema nervoso central. No órgão de Corti, localizado na orelha interna, ocorrem às principais alterações responsáveis pela PAIR, pois há lesão das células ciliadas externas que são estruturas sensíveis a intensidades fortes e prolongadas, seguidas de lesão nas células ciliadas internas e de sustentação.

A PAIR é influenciada por três aspectos fundamentais, natureza e características físicas do ruído e a suscetibilidade individual.

No que se refere à natureza do ruído, pode este ser (RUSSO, 1993): a. Contínuo: ruído com pequenas variações dos níveis (até ± 3 dB) durante o período

de observação, que não deve ser inferior a 15 minutos;b. Contínuo flutuante ou intermitente: ruído cujo nível varia continuamente de um

valor apreciável durante um período de observação (superior a ± 3 dB);c. Impacto ou impulsivo: ruído que se apresenta em picos de energia acústica, de du-

ração inferior a um segundo e com, entre picos, inferiores a 1 segundo.Quanto às características físicas a intensidade pode ser definida como a quantidade

de energia vibratória que se propaga nas áreas próximas À fonte emissora, podendo ser expressa em termos de energia (watt/m2) ou em termos de pressão (N/m2 ou Pascal). A frequência é representada pelo número de vibrações completas em um segundo, sendo sua unidade de medida expressa em Hertz (Hz).

Outro aspecto a ser considerado é a suscetibilidade individual, influenciada pelo tempo de exposição, duração do ruído e outros danos à saúde.

Segundo a Norma Regulamentadora 15 (NR 15), as intensidades a partir de 85 dB(NPS) podem causar uma lesão irreversível, e quanto mais forte o ruído, maior será a extensão da lesão. Quanto à frequência, qualquer área do espectro sonoro é capaz de desencadear problemas cocleares.

A PAIR, sendo uma doença ocupacional de grande prevalência, ocasionando sérios prejuízos ao sistema auditivo, tem sido alvo de ações pelo poder público, por meio de medidas fiscalizadoras e de legislação específica, como as Normas Regulamentadoras (NRs), Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Portaria nº 19/98 do Ministério do Trabalho e Protocolo de Complexidade Diferenciada da Saúde do Trabalhador Minis-tério da Saúde (2006). Esse compilado de leis garante: • Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

(SESMT); que tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho;

• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)- tem caráter de

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prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalha-dores;

• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)- visa à preservação da saú-de e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

• Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA)- é um conjunto de medi-das técnicas simplificadas ou administrativas, distribuídas e mantidas ao longo do tempo, que agindo de forma integrada e complementar entre si, pode servir de substituto temporário a modernização tecnológica e melhoria das condições de trabalho como um todo.

• Protocolo de Complexidade Diferenciada da Saúde do Trabalhador Ministério da Saúde- tem como objetivo auxiliar os profissionais da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) a identificar e notificar os casos de PAIR, bem como dar subsídios aos órgãos de vigilância para intervenções nos ambientes de trabalho.Todo esse conjunto de leis tem a finalidade de promover a saúde do trabalhador por

meio de medidas preventivas como a realização dos exames audiométricos de referên-cia e sequenciais, diminuição do ruído na fonte e orientação e treinamento quanto às formas de proteção e medidas adotadas pelo PPPA. Ainda de acordo com a legislação, todos os trabalhadores expostos a Níveis de Pressão Sonora (NPS) que ultrapassem os limites de tolerância estabelecidos NR 15 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Tra-balho, independentemente do uso de protetor auditivo, devem ser acompanhados nos exames periódicos.

A audiometria tonal liminar, exame preconizado pela NR7, é um procedimento que utiliza tons puros e estabelece os limites mínimos de percepção sonora de um indivíduo. Estes limites mínimos são obtidos por meio das respostas dadas pelo individuo, devendo este indicar a presença ou ausência de sensação auditiva. Considera-se audição normal, limiares menores ou iguais a 25 dB(NA), perda auditiva leve entre 26 e 40dB(NA), perda auditiva moderada entre 41 e 55 dB(NA), perda auditiva moderadamente severa de 56 a 70 dB(NA), perda auditiva severa de 71 a 90 dB(NA) e perda auditiva profunda >91dB(NA)(LLOYD; KAPLAN,1978). Os tipos de perda auditiva são classificados como condutiva (lesão na orelha média), mista (lesão da orelha média e/ou orelha interna) e sensorioneural (lesão da orelha interna), esta última manifestada na PAIR (SILMAN; SILVERMAN, 1997).

É importante ressaltar que além da audiometria, outras ferramentas de diagnóstico podem ser utilizadas como meio para detecção de alterações auditivas provocadas pela exposição aos Níveis de Pressão Sonoros (NPS) elevados, dentre elas estão As Emis-sões Otoacústicas-Produto de Distorção (EOAPD) que têm sido aplicadas, por revelar alterações auditivas precoces provocadas pela exposição ao ruído, podendo auxiliar no diagnóstico de PAIR, bem como estabelecer medidas de proteção mais eficazes (MARQUES; COSTA, 2006).

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Descritas no ano de 1978, por David Kemp, as Emissões Otoacústicas-Produto de Distorção (EOAPD), são respostas geradas pela cóclea, evocadas por dois tons puros (f1 e f2), apresentados simultaneamente com frequências sonoras muito próximas (f2/f1=1,22). O produto de distorção surge da incapacidade da cóclea em amplificar de forma linear dois estímulos diferentes, ocorrendo uma inter-modulação que resulta nesta modificação sonora distorcida (2f1-f2). A resposta é chamada distorcida por que se origina na cóclea e representa um sinal detom puro primário de menor frequência F1 e um tom puro de maior frequência F2 (AZEVEDO, 2003).

O teste EOAPD caracteriza-se por ser um exame objetivo, rápido e de fácil aplicação. Assim, alterações cocleares decorrentes de exposição a níveis elevados de pressão sonora podem provocar precocemente mudanças nas respostas cocleares, especificamente nas células ciliadas externas e essas mudanças registradas pelo aparelho, foram percebidas precocemente em casos de PAIR. Coelho et al. (2010), com o objetivo de avaliar a efetividade das EOAPD no diagnóstico diferencial precoce da PAIR, verificaram que estas destacam-se mais eficazes, pelo fato de captarem as respostas nas frequências mais altas, enquanto que a audiometria tonal revela a PAIR quando esta já se instalou permanentemente.

Sendo assim o presente estudo teve como objetivo analisar as respostas da avalia-ção audiológica em trabalhadores expostos ao ruído, por meio da audiometria tonal; logoaudiometria; imitanciometria e emissões otoacústicas por produto de distorção, bem como identificar a idade, tempo de exposição ao ruído no ambiente de trabalho e o uso do EPI.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo analítico transversal, no período de 25 de junho a 22 de novembro de 2014, avaliando 25 trabalhadores do setor de serviços gerais distribuídos em setores gráfico, serralheria e marcenaria da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/ GO).Dentre estes serão excluídos os que apresentarem cerume no conduto auditivo externo ou infecções otológicas.

Foram realizados os seguintes procedimentos:

• Anamnese clínico-ocupacional (instrumento utilizado no Laboratório de Audiolo-gia – PUC-Goiás) contendo as seguintes variáveis: idade, função, tempo de trabalho em ambiente ruidoso, uso de EPI e queixas auditivas. (Anexo A)

• Inspeção do meato acústico externo, por meio da meatoscopia, com o uso do instru-mento Otoscópio Pocket Junior 22840- Welch Allyn.

• Exame audiométrico realizado nas frequências de 0,25 a 8 kHz, para a obtenção dos limiares auditivos por via aérea e de 0,5 a 4 kHz na via óssea, com o uso do equipamento DiagnosticAudiometer AD28- Interacoustics.

• Imitanciometria, com a utilização do imitanciômetroImpedanceAudiometer AZ7- Interacoustics. Foi considerada, na análise da imitância acústica a integridade funcional do conjunto tímpano-ossicular e presença de reflexo acústico, além de

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critério para exclusão os resultados com perda auditiva condutiva ou perda audi-tiva mista.

• Para o teste das EOAPD, foi utilizado o aparelho Vivosonic Integrity, tendo como objetivo relacionar F1 e F2 com registro de duas varreduras nas frequências de 0,25 a 8 kHz, analisando o nível de resposta e estimulo/ ruído, determinando assim a presença (passa) ou ausência(falha) de respostas cocleares.

Todos os exames e a anamnese foram realizados no Laboratório de Audiologia da Clínica Escola de Fonoaudiologia da PUC/GO. Os audiogramas foram classi-ficados segundo a NR7, que estabelece as diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a NPS elevados. São considerados sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruído os casos cujos audiogramas, nas frequências de 3, 4 e 6 kHz, apresentam limiares auditivos acima de 25 dB(NA) e mais elevados do que nas outras frequências testadas, estando estas comprometidas ou não, tanto no teste da via aérea quanto da via óssea, em um ou em ambos os lados, e por fim, considera-se não sugestivos de perda auditiva induzi-da por NPS elevados os casos cujos audiogramas não se enquadram nas condições anteriores (BRASIL, 1994).

Quanto às emissões otoacústicas, estas foram utilizadas para possível detecção precoce de alterações cocleares advindas da exposição ao ruído, não identificadas inicialmente pela audiometria tonal. Para o mesmo usou-se como critério de passa/falha o registro de respostas em pelo menos três frequências, com amplitude das emissões medidas em dB NPS de, pelo menos, 6 dB acima do ruído de fundo em cada frequência estudada.

Ressaltamos que os exames propostos foram realizados com 25 participantes, com exceção do teste EOAPD realizado em 15 dos participantes, ou seja, 30 orelhas, devido a problemas técnicos no equipamento, impossibilitando a continuidade da pesquisa nos demais trabalhadores.

As informações foram armazenadas em banco de dados Microsoft e Excel (2010), para caracterização dos efeitos auditivos, realizou-se um estudo quantitativo por meio da média dos eventos ocorridos. Para a relação entre as variáveis foi aplicado o software Statistical Package for the Social Sciences, versão 2.0 (SPSS, Chicago, IL).

Esse estudo foi submetido ao Comitê de Ética em pesquisa da PUC/GO (número 666.905), tendo sido aprovado por este. E todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice A).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliados neste estudo 25 trabalhadores, sendo 14 do setor gráfico e 11 do setor de marcenaria e serralheria, com idades entre 26 e 60 anos, e média de 45 anos com tempo médio de exposição ao ruído de 19,4 anos. Analisando as características gerais de amostra observou-se predominância de trabalhadores na faixa etária ampliada de 51-60 anos (Tabela 1) e tempo de exposição ocupacional ao ruído variando de 11 a 20 anos (Tabela 2).

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Tabela 1: Distribuição de trabalhadores, segundo a faixa etária

Faixa EtáriaTrabalhadores

N %

21-30 3 12

31-40 6 24

41-50 6 24

51-60 10 40

Total 25 100

Tabela 2: Distribuição dos trabalhadores, segundo o tempo de exposição ocupacional ao ruído

Tempo de exposição ao ruído Trabalhadores

N %

<1 ano 0 0

1-10anos 5 20

11-20anos 8 32

21-30anos 7 28

>30anos 5 20

Total 25 100

O tempo de exposição ao ruído pode ser um fator preponderante de risco para a

perda auditiva tendo em vista que a exposição exacerbada a este agente, é cumulativa e

progressiva, afetando inicialmente as frequências altas de 3, 4, 6 e 8 kHz e posteriormente

as de 500, 1000, 2000 Hz. Vale ressaltar que este agravo deve ser monitorado e prevenido

no momento que o Nível de Pressão Sonora (NPS) exceder 85 dB(NPS), segundo a NR

15. De acordo com Faria e Suzuki (2008) está provado que os funcionários submetidos

em níveis de ruído superiores a 85 dB (NA) podem apresentar pro blemas de audição,

irritação, falta de atenção, insônia e estresse. As alterações fisiopatológicas causadas

na audi re pelo ruído podem estar relacionadas à diminuição de oxigênio intracelular

das células do órgão de Corti e perda dos esteriocílios, o que explica o motivo de sua

irreversibilidade.

Neste estudo percebeu-se o uso do EPI (Figura 1) como única medida preventiva

utilizada pelos trabalhadores. Entretanto, segundo Azevedo et al. (2010), mesmo os

funcionários fazendo uso do EPI, podem apresentar a PAIR principalmente nas frequ-

ências de 3 a 6 kHz , o que pode estar relacionado ao uso incorreto do EPI.

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Figura 1: Distribuição dos trabalhadores que se referem ao uso de EPI

Com base no questionário aplicado a principal queixa auditiva aludida, foi o zum-bido, referido por cerca de 20% dos indivíduos pesquisados. Este dado é corroborado pelos achados de Andersson, Vretblad e Larsen (2001) que constaram que cerca de 25% dos indivíduos expostos a ruído relatam zumbido como queixa mais frequência. O zumbido presente pode ser também indicativo de perda auditiva, mesmo que esta não seja revelada na audiometria.

Após a observação do questionário passou-se a análise dos exames imitanciométri-cos, os quais apontam para a presença de curvas timpanométricas do tipo A e presença de reflexo acústico em toda a amostra estudada.

Apesar de que parte dos trabalhadores faz uso do EPI (52%), os achados audioló-gicos apontaram para situações diferentes, visto que 44% da amostra apresentou uma tendência de queda nas frequências altas (limiares até 25 dBNA) se comparadas com as frequências baixas. As quedas propriamente ditas (acima de 25 dBNA) nas frequências de 3, 4 e 6 kHz,resultaram em 38% da amostra como pode ser verificado na Figura 2.

Figura 2: Distribuição das 50 orelhas segundo os limiares audiométricos

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Tais resultados indicaram que os sujeitos da pesquisa não apresentaram perdas auditivas nas freqüências de 0,5, 1 e 2kHz, porém foram constatadas alterações dos limiares auditivos entre 3 e 8kHz. A freqüência que, isoladamente, apareceu em um maior número de vezes e com uma severidade de perda maior foi a de 6kHz. Foram observados que os maiores limiares audiométricos ocorreram em 6kHz, mesmo nos in-tervalos iniciais de tempo de exposição a ruído ocupacional, dado este confirmado pelos estudos de Harger e Barbosa-Branco (2004), Boger, Barbosa-Branco e Ottoni (2009).

Esses estudos apontaram que 6kHz tem sido a primeira freqüência a ser atingida em decorrência da exposição ao ruído ocupacional seguida de 4, 3 e 8kHz ou seja, o dano auditivo acomete principalmente freqüências altas, como confirmado no presente estudo.

A Figura 3 confirma os dados obtidos na figura anterior, pois as falhas encontradas nas emissões se concentraram nas freqüências de 3, 4, 6 e 8kHz. Foram analisadas 30 orelhas (relacionadas aos 15 indivíduos que se submeteram ao teste de EOAPD), com intenção de obter respostas passa/falha confirmando ou não a integridade das células ciliadas externas. Desta forma percebeu-se que 75% dos participantes, obtiveram res-postas ausentes, dado relevante, se confrontado com os resultados audiométricos que mostrou limiares auditivos dentro do padrão de normalidade para as freqüências graves e médias e discreta queda auditiva nas freqüências agudas.

Figura 3: Distribuição das 30 orelhas conforme o teste de EOPAD nas diferentes freqüências

Elucidando essa disparidade entre a audiometria e o teste de emissões otoacústicas, este último possui uma sensibilidade maior para detecção precoce de perdas auditivas, mesmo antes destas se revelarem, conforme os achados na Figura 2 e 3. Ainda nesta discussão Marques e Costa (2006) utilizaram o registro das EOAPD como método de detecção de alterações fisiopatológicas precoces provocadas por exposição ao ruído ocupacional, mostrando-se como promissor instrumento auxiliar no diagnóstico da PAIR. Em outro estudo realizado para descrever a vantagem das EOAPD na detecção precoce de casos de PAIR, obteve-se o mesmo resultado, ou seja, o teste de emissões mostrou-se mais eficaz (COELHO et al., 2010).

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Nas Tabelas 3 e 4 foram realizadas as correlações das 30 orelhas direita/esquerda, com a média dos limiares audiométricos e as respostas da EOAPD, para frequências de 3, 4 e 6kHz, em que a predominância dos resultados consistiu em 87%casos de ausências de respostas em todas as freqüências, com exceção de 6kHz na orelha direita (93%).Tais dados sugerem uma alteração leve no funcionamento coclear dos sujeitos investigados, uma vez que todos apresentavam audição dentro dos padrões de normalidade.

Tabela 3: Correlação das respostas do teste de EOAPD para as 15 orelhas, segundo a média dos limiares audiométricos nas freqüências 3, 4 e 6kHz na orelha direita

Frequência kHzMédia dos limiares

audiométricos Db (NA) EOAPD Presentes EOAPD Ausentes

N % N %

3 10 2 13 13 87

4 10 2 13 13 87

6 15 1 7 14 93

Tabela 4: Correlação das respostas do teste de EOAPD para as 15 orelhas, segundo a média dos limiares audiométricos nas freqüências 3, 4 e 6kHz na orelha esquerda

Frequência kHzMédia dos limiares

audiométricos Db (NA) EOAPD Presentes EOAPD Ausentes

N % N %

3 10 2 13 13 87

4 10 2 13 13 87

6 15 2 13 13 87

O que chama atenção em ambas as tabelas são as médias dos limiares audiométricos normais e a quantidade de falhas nas emissões otoacústicas, mesmo essa correlação não apresentando significância estatística. Vale lembrar que a falta de significância pode ser atribuída à pequena amostra da população estudada, ressaltando que estes dados não de-vem extrapolar para o restante da população exposta ao ruído (menor representatividade).

No entanto, este estudo evidencia a necessidade em dar continuidade à investigação desta disparidade, inclusive em outros setores ocupacionais.

CONCLUSÃO

A avaliação audiológica em trabalhadores expostos ao ruído, revelou resultados audiómetricos normais para as médias das freqüências da fala e queda nos limiares para as freqüências agudas, sobretudo em 6000Hz, logoaudiometria e imitanciometria com-patíveis com os limiares audiométricos. Nas emissões otoacústicas mais da metade dos trabalhadores apresentaram ausência de resposta, mostrando ser um teste mais sensível

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ao registro de alterações cocleares por exposição a ruído intenso se comparado com a audiometria tonal. O tempo de exposição ao ruído (11 a 20 anos) é prolongado e pode ser considerado fator de risco para a perda auditiva, agravado pelo fato de uma grande parte dos indivíduos (48%) não usarem nenhum tipo de equipamento de proteção.

CHARACTERISTICS OF WORKERS IN PROFILE AUDIOLOGICAL EXPOSED TO OCCUPATIONAL NOISE

Abstract: Introduction: Hearing loss may result from exposure to noise.Objective:To characterize the audiological profile graphs workers, carpenters and locksmiths, ex-posed to occupational noise.Method:Cross-sectional analytical study carried out with the general service sector workers PUC/GO, located in Goiânia, Brazil. Clinical and occupational data of 25 workers in activity were analyzed from August to November 2014.Results:audiometry results have indicated that the subjects did not show hearing loss in the frequencies of 0.5, 1 and 2 kHz, the losses occurred between 3 and 8kHz. Correlation analysis between audiometry and DPOAEs, showed no statistically signi-ficant difference between the groups, however, it is noted that there are more failures in DPOAE.Conclusion:The results of DPOAE was more effective than pure tone audiometry for recording cochlear changes after exposure to loud noise.

Keywords: Worker of health. Ocupacional noise. Hearingloss.

Referências

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Recebido em: 22.03.2015. Aprovado em: 12.04.2015.

JÉSSICA BARBOSA DA COSTAGraduanda em Fonoaudiologia na PUC Goiás

SIMONE ALMEIDA BARBOSA ROSA Graduanda em Fonoaudiologia na PUC Goiás

LEONARDO LUIZ BORGES Doutor em Ciências Farmacêuticas pela UnB. Mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFG. Graduado em Farmácia pela UFG. Farmacêutico. E-mail: [email protected]

MARILIA RABELO HOLANDA CAMARANO Mestre em Ciências da Saúde pela UnB. Graduada em Fonoaudiologia pela PUC Goiás. Fonoaudióloga. E-mail: [email protected]

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ANEXO A

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), do Projeto de Pesquisa sob o título (CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL AUDIOLÓGICO EM TRABALHADORES EXPOSTOS A RUÍDOS). Nossos nomes são Jéssica Barbosa da Costa e Simone Almeida Barbosa Rosa, somos as pesquisadoras responsáveis gra-duandas do curso de Fonoaudiologia. Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, este documento deverá ser assinado em duas vias, sendo a primeira de guarda e confidencialidade das Pesquisadoras Jéssica Barbosa da Costa e Simone Almeida Barbosa Rosa, a segunda ficará sob sua responsa-bilidade para quaisquer fins. Em caso de recusa, você não será penalizado (a) de forma alguma. Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com as pesquisadoras responsáveis Jéssica Barbosa da Costa e Simone Almeida Barbosa Rosa ou com a orientadora da pesquisa Professora Marília Holanda Rabelo, nos telefones: (62) 81697020/ (62) 92555485, ou através do e-mail: [email protected]. Em caso de dúvida sobre a ética aplicada a pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, telefone: (62) 3946-1512.

O objetivo desta pesquisa é verificar os benefícios do exame periódicos, para prevenção de perda auditiva nos trabalhadores que estão expostos ao ruído na Instituição.

A pesquisa ocorrerá na Clínica Escola de Fonoaudiologia da PUC-GOIÁS, será utilizada a sala de audiometria tonal, acusticamente tratada, em posições habituais as avaliações citadas.

Toda pesquisa oferece riscos, nesta pesquisa entende-se que estes estão caracterizados como de baixo risco. O (a) senhor (a) poderá se beneficiar por meio desta pesquisa, pois a mesma poderá possibilitar a prevenção de doenças, melhorar a qualidade de vida no trabalho e estimular cuidados com a saúde. É importante esclarecer que não é preciso ser portador de plano de saúde, pois, os exames serão custeados totalmente pela Clinica Escola de Fonoaudiologia.

Para dar seguimento a esta pesquisa, será necessário que o (a) senhor (a), siga orientações determinadas pelos pesquisadores. Sendo então que o (a) senhor (a) devera estar de repouso auditivo, ou seja, longe de ruídos por um período de 14 horas. Na data combinada para realização do exame, o (a) senhor (a) será submetido a uma serie de testes que tem como objetivo avaliar suas funções auditivas. Inicialmente, o (a) senhor (a) será submetido a um questionário no qual serão anotadas as suas queixas, relacionadas a dificuldades auditivas e outras que julgam importantes. Em seguida o (a) será submetido a um exame audiométrico. Este exame é administrado, com equipamentos calibrados, em cabine audiométrica e em um ambiente sem ruído, para que não ocorra interferência nas respostas. A bateria de testes consiste de audiometria tonal (pesquisar em qual intensidade o individuo está ouvindo), logoaudiometria (confirmação da intensidade), imitanciometria (Avaliar o funcionamento da orelha média a membrana timpânica, ossículos, etc.), reflexos estapedianos (O reflexo do

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estapédio é desencadeado por um estímulo sonoro intenso e consiste de uma contração bilateral do músculo do estribo (estapédio) e emissões otoacústicas por produto de distorção (através de um minúsculo fone inserido na orelha, iremos identificar como o som está indo para a cóclea). Todos esses exames são indolor e não são invasivo.

Sua participação é voluntaria. O (a) senhor (a) poderá retirar sua participação a qualquer momento que julgar necessário, sem prejuizos éticos, morais, sociais, financeiros ou quaisquer outros. O (a) senhor (a) não recebera nenhuma recompensa financeira por sua participação nesta pesquisa. Caso sinta-se prejudicado por sua participação nesta pesquisa, o senhor poderá pleitear seus direitos, cabendo ao pesquisador acatar a sentença determinada. Toda pesquisa que envolve participação humana deve ser encaminhada para analise a um Comitê de Ética em Pesquisa. A resolução nacional de N° 466/12 exige situações a serem cumpridas pelo pesquisador. Eu, pesquisadora principal, garanto que todos os itens da resolução serão seguidos e cumpridos com legitimidade.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO

Eu ____________________________________, RG ______________, concordo a participar da pesquisa Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade de esclarecimentos permanentes. Fica claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento audiológico na Clínica Escola de Fonoaudiologia da PUC-GOIÁS quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

Goiânia, ___, de _____________, de 201_.

___________________________ ___/ ___/_____ Assinatura do participante Data

___________________________ ___/ ___/_____ Assinatura da testemunha Data ___________________________ ___/ ___/___Assinatura do responsável pelo estudo Data