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CAPTULO 3ESTRATGIAS DE ABORDAGEM DO TEMA "EMPREENDEDORISMO" EM UM REFERENCIAL JUNGUIANO: RELATO DE UMA EXPERINCIA

Cludio Paixo Anastcio de Paula Raquel Ferreira Miranda

Em nossa experincia como professores e psicoterapeutas inicialmente de administradores e futuros administradores e, posteriormente, de estudantes de Fonoaudiologia, tivemos, por diversas vezes, a oportunidade de abordar a influncia de uma dimenso inconsciente na atitude empreendedora. Nessas ocasies, esbarramos constantemente numa viso pragmtica, provavelmente oriunda da utilizao desse conceito no campo das cincias gerenciais, que imagina o confronto com o inconsciente como uma proposta que visa trabalhar certas questes com o objetivo de melhorar a prpria performance nas atividades laborativas visando o sucesso profissional. Embora possamos tomar a mxima freudiana para uma anlise bem sucedida (o indivduo deveria ser capaz de amar e trabalhar) como uma verdade, raramente nos conformamos com um equacionamento direto trabalhar + incremento de performance = sucesso. A idia de performance nessa viso, carrega, em seu bojo, fantasias de controle, eficincia, prestgio e crescimento ... descritas, por Hillman (2001), como um amlgama de idias convencionais e sedimentadas. Embora para um ponto de vista mais ortodoxo essa viso simplista comporte uma "aura" negativa a opinio dos autores que esse posicionamento encerra um formidvel potencial para um "trabalho da alma"l fora do setting tradicional da psicoterapia. Potencial esse, na maioria dos casos, superficialmente trabalhado. AExpresso utilizada como referncia expresso "cultivo da alma", utilizada por Hillman (1995) para descrever o que deveria ser, dentro dos moldes por ele sugeridos, o principal objetivo da psicoterapia. Essa expresso foi extrada de uma parfrase aos poetas Willian Blake e, particularmente, John Keats quando esse prope: "chame o mundo, eu lhe peo, 'o vale do cultivo da alma'. Ento descobrir para que serve o mundo" (Keats apud Hillman, 1995, p.54). Hillman descreve o "Cultivo da Alma" como uma des-literalizao: "aquela atitude psicolgica que suspeita do nvel dado e ingnuo dos acontecimentos e o rejeita para explorar seus significados sombrios e metafricos" (Hillman, 1995, p.55). Essa atitude significaria uma abertura para imaginao que, criativamente, elimina a oposio artificial entre psique e mundo, privado e pblico, interior e exterior; uma atitude que seria de grande valia quando se deseja ir alm das idias fceis, sedimentadas, indiferenciadas e no questionadas.1.

idia da performance empresarialmente eficaz (e, conseqentemente, a expectativa de sucesso) pode, dentro da viso ora proposta, ser utilizada como um manancial de energia que mobilizaria os indivduos para um processo de amplificao e aprofundamento sem precedentes nas abordagens tradicionais sobre o tema. Temos trabalhado, junto ao pblico da FEAD - Minas, numa perspectiva que busca apresentar o contato com o imaginaF e com o inconsciente como uma oportunidade para a individua03 dentro da organizao. Utilizamos como veculo a idia de empreendedorismo (altamente atraente para esse pblico) e temos chamado (no sem ironia) esse trabalho de Aprimoramento de Performance. Essa abordagem foi motivada pela percepo que uma infinidade de treinamentos executivos (alguns mais tericos, outros mais prticos) eram oferecidos para profissionais e estudantes, no s de Cincias Gerenciais, mas a todos aqueles interessados em administrar suas carreiras: negcios, marketing, empreendedorismo, finanas, RH, estratgia, propaganda, direito empresarial e internacional, internet... No entanto, pouco era proposto no sentido de capacitar esses interessados a trabalharem as suas capacidades e dificuldades pessoais, lugar onde residem os meios que podem facilitar ou dificultar o uso de todos aqueles conhecimentos onde foram investidas quantias significativas e horas de treinamento. Persistncia, criatividade, auto-estima, capacidade para construir competncias pessoais e para lidar com as emoes e as tenses tpicas da atividade empreendedora eram considerados pr-requisitos para o sucesso profissional, frmulas eram oferecidas para que as pessoas adquirissem essas habilidades masNome utilizado na obra de Hillman, como um contraponto simples imaginao ou fantasia frouxa, para fazer referncia ao mundus imaginalzs: um campo distinto e privilegiado da imaginao que requer do indivduo mtodos e habilidades perceptuais diferentes daqueles que operam no mundo da senso percepo genrica e das formulaes ingnuas. 3 A conceituao de individuao demanda, por ser uma expresso utilizada de formas diferentes por diferentes correntes, um pouco mais de ateno. Embora o conceito de individuao possa, por exemplo, ser tomado pela Psicologia Social Cognitivista como um campo limitador individual, construdo a partir da sociedade internalizada (em conseqncia do processo de socializao), ndvduao, no presente contextD, sel cDTIypiee!\d"d" de forma diversa. O conceito ser tomado numa viso que remonta ao filsofo Schopenhauer quando este sugere um principium individuationis. Jung aplica esse conceito psicologia entendendo-o como um processo com os seguintes atributos: (1) objetiva o desenvolvimento da personalidade; (2) pressupe e inclui relacionamentos coletivos, isto , no ocorre em estado de isolamento; (3) envolve um lSrau de oposio a normas sociais que no tem uma validade absoluta. Em termos bem genericos a noo individuao poderia ser compreendida como um processo de diferenciao psicolgica que tem como finalidade o desenvolvimento de uma personalidade individual (in-dividual: uma unidade indivisvel, todo) despindo esse ncleo psquico dos falsos invlucros da persona social. Esse processo no ocorreria com a prpria psicologia pessoal sendo sobrepujada em detrimento de alguma misteriosa dimenso mconsciente, etornando o indivduo perfeito, mas familiarizando-o com ambas as instncias numa conscincia crescente de sua realidade psicolgica nica.2

pouco era feito para implic-Ias profundamente nos "mecanismos" por onde essas habilidades eram alimentadas. O movimento desencadeador para esse tipo de mudana necessitaria de uma forma de nsght e percepo que (como afirma Laszlo, 2001) a arte, a literatura e os domnios do esprito proporcionam. O estmulo criatividade proporcionado por essas atividades seria comunicado por palavras e imagens, sons e movimentos, emoes e novas tecnologias. Esse estmulo funcionaria como "gatilho" para produzir nsghts sobre novas possibilidades e perspectivas, problemas locais e globais. Despertando a ateno para as oportunidades e a mudana. 2. Re-conceituando Empreendedorismo Os aspectos discutidos anteriormente tornaram-se fundamentais para que pudssemos trabalhar dentro da viso que sustenta a perspectiva de empreendedorismo adotada pela FEAD - Minas: "Mais importante que conseguir algo ter sido capaz de desenvolver os meios para alcanar esse algo" (Rocha, 2002). Profissionais e direo dessa instituio tem se esforado para romper a viso estreita (ou de senso comum) de que uma atitude empreendedora se vincula exclusivamente atividade de criao de empresas ou a gerao do auto emprego ("uma orientao ou induo para uma atividade, ao, profisso ou trabalho", segundo Rocha, 2002). O conceito empreendedorismo nessa viso estreita tomado como uma atitude de conquista, de superao, de persistncia, de combate e luta por sonhos (um modelo HERICO SOLAR ou um regime de relao DIURNO com o meio ambiente). O regime diurno (segundo Gilbert Durant, 1988) seria marcado pela utilizao da excluso, contradio e identidade como princpios de explicao (separar, discernir, distinguir como princpios verbais). Embora esse regime de relao com o ambiente seja extremamente eficiente em situaes que demandam uma atitude ativa: o empreendedor como um "realizador teimoso e incansvel que nunca desiste ou recua", por desprezar os princpios da analogia e similitude, acaba por conduzir a uma postura de pouca flexibilidade (e adaptabilidade a mudanas) onde a proporo de fracassos se torna estatisticamente to elevada quanto a de iniciativas bem sucedidas. Temos, em nossa proposta junto a FEAD, trabalhado com uma viso ampla da atitude empreendedora onde o indivduo adote

como estilo de vida uma abertura para leituras complexas do ambiente e de si mesmo adquirindo no somente a capacidade de ao e de reao diante de incertezas, a capacidade de inovao e de produzir mudanas em si mesmo e no meio ambiente mas tambm, exercitar uma atitude mais flexvel e tica diante dos ambientes construindo meios de buscar uma auto-realizao. Ou seja, integrando nessa viso empreendedora caractersticas de um regime NOTURNO de relao com o meio, caracterizado pelo compromisso, indulgncia e fuso como princpios de explicao. Entretanto, como Durant deixa claro, no se trata simplesmente de caminhar para o oposto, adotando uma atitude marcada pela vontade de unio e mecanismos de explicao (analogia ou similitude). Deixando o modelo anterior e adotando um novo posicionamento exemplificado por esquemas verbais como confundir, descer, possuir, ligar, aproximar e penetrar o indvduo estar apenas trocando um problema por outro. Estar adotando uma atitude MSTICA, matizada por atitudes de redobramento, perseverao, viscosidade (recusa em dividir e separar), realismo sensorial e miniaturizao. O objetivo do trabalho proposto criar condies para que os participantes criem condies de unir ao princpio herico, solar e masculino um princpio noturno e feminino construindo um regime SINTTICO de relao: uma atitude disseminatria e dramtica que enseja causalidade e fim, que tem como esquemas verbais reunir, amadurecer, progredir, voltar, enumerar, e que possui um carter copulativo unindo presente, passado e porvir (uma confluncia amadurecida das atitudes herica e mstica).3. Aprimoramento de Performance": estratgia de abordagem do problema11

A perspectiva por ns adotada tem buscado utilizar o dinamismo criador do imaginrio em funo da construo de uma atitude empreendedora de uma forma que, metaforicamente, poderia ser descrita como uma "abordagem do Cavalo de Tria". Nessa "abordagem" junto com o binmio "construo do sonho - busca de meios para realiz-Io" o profissional/aluno estaria sendo introduzido possibilidade de exercitar um processo inicial de autodescoberta que teria como conseqncia um contato muito mais aprofundado com a sua psique.

1.

nesse ponto que introduzido a leitura particular que a idia de um aprimoramento de performance tem aqui. Apesar de ser um conceito importante, o aprimoramento de performance - atltico, artstico, da oratria, profissional, social, pessoal e em relacionamentos - parece estar fora das preocupaes imediatas da maioria dos profissionais que trabalham dificuldades psicolgicas. No entanto, bloqueios a uma boa performance esto freqentemente relacionados com aquilo que, genericamente, se costuma referir como" questes psicolgicas", embora essas "questes" no tenham, necessariamente, uma conexo direta com a atividade em particular. Ningum que passa pela vida est livre de dificuldades e "questes psicolgicas". Dizer que uma pessoa nunca passou por uma o mesmo que dizer que algum tem "corpo fechado": ignorando questes genticas, ferimentos, doenas e o envelhecimento. O que, freqentemente, acontece no meio empresarial que embora se admita que" questes psicolgicas" afetem todos os aspectos da vida de uma pessoa (embora muitas vezes ela no se d conta disso) poucas vezes o portador dessas" questes" capaz de reconhecer a possibilidade de que algo possa ser feito quanto a isso. E, quando o fazem, trabalham essas questes limitando seu foco ao processo emocional e intelectual pelo qual o indivduo est passando no presente momento. Isso limita a efetividade do trabalho como no caso de algum que corta uma erva daninha e deixa as razes para nascer de novo.

Buscando mobilizar uma mudana de enfoque temos proposto que a performance dificultada pela ao de crenas distorcidas que a pessoa mantm sobre si mesma, muitas vezes inconscientemente. Temos buscado demonstrar que quando ela projeta essa avaliao distorcida no mundo ela se convence de que os "outros" - sua "platia" o vem da mesma forma crtica. Temos insistido que essa autoavaliao negativa atravessa todas as reas da pessoa distorcendo as imagens dela mesma e dos outros e que, como as pessoas no lem pensamentos, raramente sabem o que os outros pensam a respeito delas, por isso imaginam segundo elas mesmas se vem e ... sofrem. Essa abordagem feita buscando exemplos concretos, por exemplo: pessoas que sofrem de ansiedade e que ficam apavoradas com a perspectiva de participarem de eventos e reunies pblicas. De uma forma quase teatralizada (feita com todos os recursos aos quais esse pblico est familiarizado em seus encontros e convenes) descrita a forma como elevam sua "importncia" para colocar a si mesmos como o alvo de todas as crticas que sua capacidade de inveno pode criar. Dessa forma busca-se demonstrar que, na realidade, essas pessoas

esto to preocupadas com o que as pessoas esto pensando sobre elas que no sobra oportunidade para prestar ateno em nenhuma coisa mais. Temos tentado explicitar que a performance est relacionada com a percepo: seja ela acurada ou distorcida. E que quando algum projeta sua percepo negativa na direo de quem o observa essa pessoa ativa reaes de ansiedade, vergonha e inibio prejudicando sua performance. Buscamos deixar claro que: a) quando algum v a si mesmo positivamente sua performance estimulada; b) a maioria das pessoas encontra algum problema com percepes distorcidas de si mesmo. Num segundo momento buscamos demonstrar que situaes onde um grau importante de performance exigido esto presentes em todos os lugares e momentos no dia-a-dia: seja para dirigir numa rodovia movimentada, para enfrentar um cliente difcil ou mesmo para pedir uma informao a um estranho. Tentamos deixar claro que dependendo da pessoa essas situaes, simples para uns, podem se tornar insuportveis. Num terceiro momento buscamos demonstrar que muitos dos recursos utilizados no incremento da performance (visualizaes, exerccios de relaxamento e mentalizaes positivas) so vlidos apenas em um contexto limitado e que essas tcnicas deixam de considerar que as dificuldades de performance foram construdas na histria da pessoa e em sua relao com seu ambiente social e cultural e que essas dificuldades no podem ser resolvidas sem que o problema original seja trabalhado. Busca-se deixar claro, e isso feito utilizando exemplos trazidos pelos prprios participantes, que resolver problemas apenas na superfcie leva a uma adaptao eles e no a uma soluo dos mesmos e que essas adaptaes tem uma durao limitada - o problema pode reaparecer depois em uma outra forma. Nesse ponto so utilizadas construes de retrica (bastante familiares ao pblico interessado na rea organizacional) como por exemplo: "Pessoas com depresso freqentemente vivem no passado, pessoas ansiosas vivem no futuro, uma performance satisfatria acontece no presente". So utilizados ainda "cases", extrados do mesmo ambiente de familiaridade, como, por exemplo: "Um jogador de Basquete americano famoso nas dcadas de 50 e 60/ chamado Bill Russell, descreveu o momento de alta performance como algo que acontece quando tudo que no tem relao com o jogo desaparece - a dor, os gritos da torcida, o placar - e, mesmo ganhar ou perder perde, momentaneamente/ o sentido. Na viso daquele senhor uma tima performance

fruto de estar fazendo o que deveria estar fazendo naquele momento e, por causa disso, ser o melhor que se possa ser naquele momento". Tendo, atravs da utilizao desses recursos familiares ao pblico abordado, obtido a adeso dos participantes damos incio ao trabalho mais especfico. Buscamos exemplificar como, operando com uma viso diurna do empreendedorismo, as dificuldades no empreender so vistas como se devendo mais condio cultural do brasileiro (idias, muitas vezes antagnicas, como" o brasileiro um povo empreendedor" ou "precisamos ensinar empreendedorismo ao brasileiro") do que questes individuais que se alimentam deste contexto. Buscamos deixar claro que isso expresso na projeo dos dilemas na figura "do brasileiro", categoria da qual o falante freqentemente se exclui (conforme Paula, 2000) .4. Do conto popular prtica

O trabalho desenvolvido busca demonstrar aos participantes, como j foi dito, que a luta do HROI EMPREENDEDOR travada contra adversrios que moram mais dentro que fora. No entanto existe uma outra postura empreendedora, uma postura SINTTICA, que une o aspecto combativo do Heri (do explorador, do colonizador) e o aspecto crtico e contemplativo do explorado. Essa postura conecta o aspecto empreendedor ativo (quando o terreno propcio) com um aspecto reflexivo (que sabe avaliar as dificuldades externas e,' principalmente, as internas) utilizando o conhecimento adquirido na anlise dessas dificuldades para, criticamente, romper as correntes que o prendem. Ao longo da histria humana, mitos, ritos e, at mesmo, contos de fada tm reunido uma dupla funo. A primeira, mais conhecida, de explicar e dar forma ao mundo. A segunda, menos conhecida e mais importante, a de dar forma vida humana, no de modo apenas superficial, mas em profundidade. Reunindo imaginao, histria vivida e atitude, para reelabor-Ias no presente com vistas a construir um futuro. No trabalho que viemos desenvolvendo o acesso a esse movimento feito reunindo os conceitos da Psicologia Analtica, o uso de tcnicas expressivas e de psicodrama no trabalho com contos populares brasileiros. Esse esforo visa conduzir esse pblico a experimentar, contar, ouvir e discutir essas histrias e, dessa forma, representar, vivenciar e refletir sobre experincias baseadas neles. Atravs do exerccio e da representao de mltiplos papis, projetar, no mundo da luz do dia, (sob a forma de figuras, pensamen-

tos e aes) imagens oriundas do inconsciente para que haja, atravs do dilogo com essas imagens, realmente, o desejado aprimoramento de performance. O trabalho como um todo se baseia no exerccio prtico da criatividade relacionado reflexo. Nesses exerccios o participante se envolve num processo onde esprito, corpo e alma so constelados de forma concreta. O resultado desses exerccios no pblico abordado surpreendente, uma vez que, por se considerarem altamente prticas e intelectualizadas, essas pessoas tem muita dificuldade de abordar os seus prprios conflitos, o seu prprio psiquismo e, em conseqncia, sua fora imaginativa. O exerccio de contar, refletir e representar (reapresentar) histrias mobiliza muita energia criativa causando um desbloqueio psquico de efeitos criativos (a curto prazo) e curativos (a longo prazo). A sucesso de histrias recontadas se configuram num confronto contnuo e prtico com contedos inconscientes. Nesse contexto o grupo tem funcionado como um veculo ao encontro individual da alma. Esse processo de encontro com o inconsciente somado aos efeitos produzidos pela atividade grupal (onde indivduos se apoiam mutuamente no exerccio da descoberta) tem produzido uma curiosa experincia inicitica (de incio, a promoo de um caminho que baliza a estrada): um mtodo ou um caminho que torne o mundo interior acessvel. No exerccio do contar e do representar o psiquismo e o corpo dos indivduos so ativados, tornando as percepes de si, dos outros e do mundo mais claras e fazendo as pessoas compreenderem de um m'ado mais preciso, parafraseando Jung, fantasias das quais at ento tiveram apenas um vago pressentimento. O Brasil possui uma imensa riqueza em contos populares que, produzidos na fuso da cultura dos povos formadores do nosso pas, refletem com clareza espantosa os potenciais e as dificuldades de nossa gente. Para o presente trabalho foram selecionados 4 contos coletados nos estados do Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco nos anos 80 do sculo XIX pelo advogado, historiador, crtico literrio, polemista, cientista poltico, ensasta e pesquisador da cultura brasileira Slvio Romero, 2000. Os contos "Joo mais Maria", "O rei caador", "O preguioso" e "O pssaro preto" foram escolhidos por construrem um esboo espontneo do esforo do nosso mestio por construir uma identidade autnoma dentro do referencial do colonizador4 Avaliando a projeo da alma brasileira feita pelo nosso mestio sobre os mitologemas europeus importados pudemos verificar certos padres de comporta-

mento presentes ainda hoje no nosso relacionamento com o outro, com o trabalho e com o ambiente. Em linhas gerais os contos: A) Apresentam um panorama da identidade mtica do brasileiro fundida nas trs matrizes que Meira Penna (1999) identifica como geradoras do imaginrio sobre o Brasil (a noo de paraso, a noo de inferno e a noo de "EI Dorado"). B) Explicitam a condio de povo em "fazimento", proposta por Ribeiro (1995), violentado em suas tradies silvcolas, fundido a fora com o branco (invasor) e o negro (transplantado a fora) formando uma nova romanidade afro-Iuso-amerndia. C) Refletem a condio de povo rejeitado pelo "pai" / portugus e afastado da herana anmica da "me" / indgena como prope Gambini (1999). Individualmente cada conto apresenta uma estrutura dramatrgica que, embora especfica, ir se conectar com outras, apresentadas subseqentemente, com o objetivo de representar as metamorfoses, desequilbrios e compensaes de uma trajetria coletiva em busca da identidade e da causalidade.5. Sobre os contos

O primeiro conto, "Joo mais Maria" (refuso brasileira de Hansel e Gretel de final indito e desenrolar surpreendente), um excelente descritor de nossa condio de orfandade (ou "bastardice") coletiva. Ele apresenta os aspectos limitadores do complexo materno brasileiro (e do embate entre os aspectos ctnicos e espirituais do feminino, com o constante retorno do primeiro). Apresenta ainda os aspeccos dramticos do aprisionam entro da identidade coletiva nesse padro e as conseqncias perversas da ausncia da moderao paterna, da carncia e da imaturidade decorrentes dessa condio numa cultura predatria de seus iguais.A soluo da trama, ao contrrio de suas contrapartes europias (Jank e Hanska, Jeannot e Margot, Joo e Maria ... ), sintomaticamente, no apresenta o esperado retorno ao lar e a reconciliao com a situao originria. O segundo conto, "O rei caador", apresenta claramente o problema da dissociao de nossa conscincia coletiva em relao aos seus fundamentos, da passividade e do envelhecimento precoceEsses contos, e a obra de Slvio Romero, foram para um de ns (Paula) apresentados pelo Professor Marco Heleno Barreto durante um extraordinrio curso de extenso ministrado por ele no ano de 2001. Nesse curso esses, e outros, contos foram analisados com profundidade e brilhantismo. Boa parte das anlises e associaes utilizadas nesse trabalho decorrem dessa experincia e, aqui, fazemos constar o nosso agradecimento.4

de uma cultura que perdeu contato com seus valores mais profundos. uma histria de uma "busca" passiva por renovao, apresentando, ainda, uma tentativa (infantil) de reconciliao com o feminino (conseguida apenas em parte, com o abandono do seu aspecto celeste em favor do ctnico). O terceiro conto, "O preguioso", reapresenta o tema da dependncia radical a um complexo materno negativo conduzindo a uma passividade que induz preguia e ao roubo. So introduzidas, no entanto, as figuras de um velho (espcie de Merlin, Labo ou Wotan que induz os personagens ao erro, estimulando os traos negativos suficientemente para romper a acomodao anterior) e seu servo trabalhador (a sombra do preguioso e de sua mulher ladra). Como nos dois contos anteriores apresentada a temtica do sacrifcio, sendo que nesse caso ela explicitada como um elemento fundamental para despertar uma convivncia fraterna com o princpio da lei. A situao inicitica apresentada no terceiro conto, "O pssaro preto", propicia uma reflexo sobre a dialtica da sombra sobre um outro aspecto, as variantes de preconceito racial, desrespeito e opresso subjacentes a nossa cultura. Essa situao nos conduz (atravs da mediao de um padrinho espiritual) a um reencontro com o "Negro Gaforinho" projeo da alienao do elemento "pobre, preto e renegadoll por cada um. Partindo da tradicional situao da IIporta que no deve ser aberta" so cumpridas etapas que perpassam o reino da grande me (a natureza livre e os instrumentos da cultura), as formas diferenciadas (o sentimento e o erotismo), o elemento viril e a conjuno do feminino lunar com o masculino solar (somente conseguido pela transgresso). Nesse conto acontece uma revitalizao das formas culturais inaltnticas e pervertidas (atravs da integrao das trs regies superior, intermediria e profunda) apresentando um efeito colateral revelador: o prncipe / adolescente vence a demanda mas assume o trono amalgamado sua identidade de Negro Gaforinho: o novo, O mestio, surge pelo impulso miscigenao que uniu a princesa ao IIPai Gaforinholl (negro, velho e mendigo).

Trabalhando estes contos populares do Brasil (chamados, numa simplificao necessria, contos de fada brasileiros durante o trabalho) e as projees que os indivduos fazem ao se relacionar com essas histrias, buscamos desenvolver o conhecimento que as pessoas tem de si prprias (e as responsabilidades decorrentes desseli 11

conhecimento de si), uma leitura da realidade em que elas se inserem, a natureza dos IIsonhosll e expectativas que elas tem sobre suas vidas dentro e fora das empresas e as implicaes desses "sonhosll. Aps a leitura de cada um dos contos foi aberto um espao para que os mesmos fossem trabalhados como cases empresariais. Nesse momento as associaes de cada um dos participantes puderam ser trabalhadas livremente no grupo para em seguida serem processadas sem a interferncia de quaisquer interpretaes. Somente aps esse momento os aspectos tericos (interpretaes, paralelos com a teoria, amplificaes) eram apresentados para que finalmente, confrontadas a leitura do grupo e a intrerpretao "oficialll dos facilitadores, os contedos dos contos fossem re-trabalhados atravs de atividades expressivas (entre alas: o psicodrama). O referencial terico psicodramtico foi utilizado ao propormos aos participantes um IIrecontar / reviverll dos contos trabalhados. Na viso moreniana, os recursos inatos que definem o homem enquanto espcie so a espontaneidade, a criatividade e sensibilidade. Sendo, esses recursos, justamente os fatores propiciadores do seu desenvolvimento. No trabalho desenvolvido foi buscado o resgate da espontaneidade e da criatividade, atravs do rompimento com padres de comportamento estereotipados (chamados por Moreno de conservas culturais). A espontaneidade entendida como capacidade de agir de modo lIadequado" diante de situaes novas, criando uma resposta indita ou renovadora ou, ainda, transformadora de situaes preestabelecidas. Para que a criatividade se manifeste necessrio que as conservas culturais constituam somente o ponto de partida e a base da ao, sob pena de se transformarem em obstculos. Ao propor que os contos fossem recontados buscou-se estabelecer um dilogo entre espontaneidade e conservas culturais. Nesse IItipoll de Psicodrama h uma trade grupo/jogo/ teatro que permite o desenvolvimento da expressividade e uma pesquisa sobre os papis desempenhados e seus complementares, buscando uma melhor estruturao de todos eles. Essa trade, grupo/ jogo/teatro proporciona uma combinao equilibrada de trabalho em grupo, desenvolvido num clima de jogo, e liberdade que encontra sua expresso maior quando articulado no plano dramtico ou teatral (conforme Ramalho, 2002). No cenrio psicodramtico, tudo atual e o mesmo se torna perspectiva de um mundo novo, de um momento novo no vivido

na vida do passado. No s a vivncia do passado que importa, sendo o presente mais importante. A vivncia do momento atual convida a uma comunicao humana transformadora. Ocorre assim uma tentativa de "desintelectualizar" o homem, rompendo as chamadas "conservas culturais", em busca de um contato mais verdadeiro, mais emocional, mais pessoal consigo mesmo e com o outro. Buscou-se integrar ao trabalho uma das vantagens do Psicodrama: a possibilidade de reavaliar os papis, abrindo caminho para o desempenho e aprendizagem de novos posicionamentos, numa seqncia pontual de dramatizaes onde o encontro acontece do indivduo (protagonista) para o grupo e do grupo novamente de volta para o indivduo. Aps essa etapa seguia-se uma nova sesso de processamento onde inmeras associaes com suas histrias pessoais eram encontradas pelos participantes. Simultaneamente s associaes freqentemente afloravam imagens significativas. Uma dessas imagens, bastante significativa, foi capaz de nos emocionar. Numa sesso aps o almoo,uma das participantes (com uma histria de diversos empreendimentos montados e fechados desde a adolescncia) cedeu ao sono por alguns minutos durante os debates. Acordou feliz e empolgada. Narrou toda a sua aventura de empreendimentos pregressos fracassados e contou que, nesses poucos minutos de sono, fora invadida por uma histria que parecia continuar as discusses sobre os contos ... havia montado para si uma nova empresa, uma tecelagem, e estava, junto com seus scios, muito empolgada: finalmente iria ser bem sucedida pois havia encontrado a "cor que no existia". Julgamos ser este o objetivo final do trabalho: conduzir pessoas a uma nova dimenso do trabalho consigo mesmas, oferecerlhe a possibilidade de tocar uma regio para alm da racionalidade e objetividades cotidianas, um lugar onde seja possvel encontrar a regenerao, um lugar onde fosse possvel acreditar e se relacionar com "cores que no existiam".7. Colocando em perspectiva

Atravs de experincias como essa, pudemos observar pessoas dando os primeiros passos no sentido de construrem aquilo que se poderia designar como um mito pessoal (para sermos fiis a Jung): ativando um sentido prprio de causalidade pessoal e tomando posse

de sua prpria histria ao (re) conhecer seus predicados pessoais ou a eles atribudos (suas capacidades, suas competncias e incompetncias). Buscar uma forma de enactment. Enactment, dentro do presente trabalho, significa atuar com mtodo, encenar ou tomar posse de contedos e predicados que foram atribudos pessoa modificando-os em seu prprio benefcio. Significa ainda construir pontes entre o mundo psicolgico e o ambiente. Segundo esse ponto de vista o indivduo utilizando o seu potencial criativo toma posse da experincia vivida ou observada atribuindo-lhe um sentido. Em termos psicolgicos Enactment, a "encenao" de uma experincia profunda no campo da conscincia. Essa "encenao", segundo Samuels (1988), envolve o reconhecimento, a aceitao e a interao com um contedo inconsciente sem perda do controle do eu, permitindo que seu significado se desdobre sob a forma de uma expresso individual criativa. Significa reconhecer a presena e o poder da motivao inconsciente, relacionar-se com ela sem permitir que ela o domine. No caso dos freqentadores da oficina de trabalho estimular o enactment significou estimular a aproximao e a apropriao crtica de sua prpria histria: de suas habilidades, de suas competncias, de suas incompetncias, de suas fantasias, do seu imaginrio, dos seus preconceitos e dos preconceitos depositados sobre eles; dialogar com seus complexos, com a sombra pessoal e a sombra coletiva e; finalmente, construir uma idia do que precisa ser trabalhado, do que pode ser aperfeioado e do que deve ser aproveitado no percurso vital de cada um. 8. Um problema final: a manuteno do processo ... O grande desafio para qualquer trabalho que busque abordar questes "intrapsquicas" encontrar meios para que esse alargamento de perspectivas possa ser estendido para as atividades cotidianas e possa, alm disso, ser perpetuado, sob a forma de atitudes na rotina dos indivduos. Por no se tratar de um processo psicoteraputico, embora utilizasse uma srie de artifcios desse processo, a nossa abordagem do empreendedorismo era apresentada mesma questo: como incorporar os insigts alcanados no cotidiano dos indivduos? O caminho natural seria estabelecer uma oportunidade para que os componentes cognitivos e afetivos dessa nova atitude pudessem ser sedimentados atravs do seu exerccio no cotidiano das pessoas. Tratava-se de buscar uma soluo que oferecesse, no ambi-

ente de trabalho ou acadmico, o tipo de suporte encontrado, por exemplo, na psicoterapia. Um suporte que desse ao indivduo tempo suficiente para que os mecanismos de socializao agissem confirmando os novos referenciais e que, simultaneamente, auxiliasse a acomodao de novos insigts proporcionados pela experincia cotidiana. Essa alternativa foi encontrada na proposta do coaching, comum nos meios organizacionais. Prtica assemelhada ao trabalho dos antigos mestres chineses, especialistas em orientar regentes, os shi-fu, o coaching - definido por Porch e Niederer (2002) como a arte de fazer as perguntas que os orientados no fariam a si mesmos - poderia oferecer a esse tipo de pblico a oportunidade de efetuar um aprofundamento em sua causalidade psquica. Aprofundamento esse que, raramente, seria buscado por eles, por exemplo, atravs de uma anlise. Pode-se dizer que o coaching reedita uma relao professor-aluno no explcita presente na psicoterapia ou na anlise junguiana. Procuraremos demonstrar esse ponto a seguir. Jung (1988) sempre ressaltou o papel educativo da anlise. Nos quatro estgios bsicos da anlise (que, devemos lembrar, freqentemente se sobrepe) o papel do terapeuta/ analista enquanto "mestre" (ou parteira, pela via da MaiuticaS) se evidencia. Na fase inicial (de confisso ou catarse) a excreo do "veneno psquico" pelo paciente, e a conseqente reduo da culpa, s se tornam possveis a partir da atitude do analista em relao a ele. Na segunda fase (da elucidao), independentemente da elaborao da transferncia6, ser somente pela interferncia dos questionamentos do analista que o paciente poder entender o que os outros entendem por normalidade. Na terceira fase (chamada ... educao) ser a habilidade manifesta pelo analista o elemento auxiliar para que o paciente se exercite na extenso das compreenses recolhidas na fase anterior rumo a uma compreenso e adaptao ao ambiente social. Ser, finalmente, na quarta e ltima fase (chamada transformao ou sntese) que a nfase no envolvimento com o analista ser responsvel porSArte da parteira. Scrates se referiu a ela como uma analogia ao mtodo da pesquisa filosfica: colocar o discpulo em condies de, mediante a atividade do dilogo, adquirir conscincia das idias que se formam em sua mente. 6Entende-se como transferncia um caso particular de projeo, ocorrido no processo teraputico, onde o paciente "projeta" ou deposita contedos pessoais seus no terapeuta ou analista. Esses contedos, freqentemente, se traduzem em laos inconscientes e emocionais que surgem no paciente em relao ao seu terapeuta. Esses laos tanto podem ser benficos ao processo quanto prejudica-Io, o desenlace da situao vai depender da capacidade de ambos os envolvidos de gerenciar a situao.

impulsionar o paciente alm da normalidade e da adaptao e rumo a uma personalidade integrada e a um projeto de individuao. Porch e Niederer (2002), sugerem um declogo pelo qual os candidatos a exercer o coaching deveriam se orientar, a essncia desse material apresentada de forma resumida a seguir:

2. Comprometer-se de forma autntica com o"participante";

3. Buscar resultados; 4. Formular perguntas em lugar de dar solues; 5. Observar os momentos favorveis e desfavorveis parafazer intervenes; 5. Possuir uma "filosofia" que oriente o trabalho dirigindo suas energias; 6. Avaliar o "participante" segundo o espectro das possibilidades que ele apresenta; 7. Utilizar e estimular a utilizao das percepes provenientes dos insigths;

6.

Saber orientar o dilogo produtivamente;

7. Estimular o "participante" a aprofundar-se nos questionamentos;10. Respeitar os limites dos "participantes". Se trocssemos a palavra "participante" pela palavra" cliente", dificilmente poderamos repreender um leitor desatento por julgar que essas afirmativas referiam-se a uma das inmeras modalidades de psicoterapia. Embora se insista que haja uma diferena fundamental entre a atividade teraputica/analtica e o coaching. Se afirme que o coaching seja uma ao orientada, que focaliza a vida presente do cliente em busca de uma mudana, onde o coach ("treinador") traa esse plano de ao para gui-Io em suas atividades bsicas. E, se diga ainda, que a terapia/ anlise um processo orientado, que lida com a vida interior e os problemas emocionais do cliente. Todos aqueles que j passaram por um bom processo de psicoterapia sabem, por experincia prpria, como comum que essas "diferenas" diminuam no cotidiano da terapia. Basta lembrar quantas vezes as perguntas de nossos analistas/terapeutas nos levaram a reavaliar

nossas aes, ou quantas vezes analista e paciente se debruaram juntos sobre problemas prticos. Mesmo que se diga que um bom coach precisa conhecer seus limites, mais e mais coaches tem utilizado (sem grandes pudores) recursos teraputico/ analticos em suas prticas. Se os coaches se utilizam de tcnicas psicoterapeuticas, porque psiclogos, muito mais habilitados nessas tcnicas, no deveriam utilizar-se do coaching como um recurso para auxiliar as pessoas a viver melhor? No cotidiano da instituio temos seguido esse caminho: utilizado uma abordagem de coaching para trabalhar a manuteno dos insigts obtidos com a experincia conduzida por ns e estimular, conforme discutimos anteriormente, a prtica do enactment. Nesse contexto, o coaching tem funcionado como um veculo ao encontro individual da alma.

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