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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
ENGENHARIA AGRONÔMICA
André Henrique Campelo Mourão
Caracterização molecular de
Bacillusthuringiensis e produção de
bioinseticida para controle de pragas do milho
(Zeamays)
Sete Lagoas – MG
2014
ANDRÉ HENRIQUE CAMPELO MOURÃO
Caracterização molecular de Bacillus thuringiensis e produção de
bioinseticida para controle de pragas do milho (Zeamays)
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Engenharia
Agronômica da Universidade Federal
de São João Del Rei como requisito
parcial para obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo.
Área de concentração: Microbiologia/Controle Biológico
Orientador: Prof. Dr. Juliano de Carvalho Cury
Sete Lagoas – MG
2014
ANDRÉ HENRIQUE CAMPELO MOURÃO
Caracterização molecular de Bacillusthuringiensis e produção de
bioinseticida para controle de pragas do milho (Zeamays)
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de
Engenharia Agronômica da
Universidade Federal de São
João Del Rei como requisito
parcial para obtenção do título
de Engenheiro Agrônomo.
Sete Lagoas, 11 de julho de 2014
Banca examinadora:
________________________________
Fernando H. Valicente – Pesquisador – EMBRAPA/CNPMS
________________________________
Leonardo Lucas Carnevalli Dias – Professor – UFSJ
_________________________________
Juliano de Carvalho Cury – Professor – UFSJ
Orientador
DEDICO
Aos meus pais pela dedicação e carinho
e ao meu irmão pelo companheirismo.
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de luz e inspiração.
A Embrapa Milho e Sorgo por possibilitar a realização do trabalho,
cedendo laboratório e material às pesquisas.
A Universidade Federal de São João Del Rei por fornecer conhecimento
e pela oportunidade de ingressar no curso de Engenharia Agronômica.
Ao Doutor Fernando HercosValicente pela oportunidade, incentivo, por
proporcionar momentos descontraídos e principalmente pelos
ensinamentos e lições não só profissionais, mas de vida.
Ao professor Dr. Juliano de Carvalho Cury pela compreensão,
disponibilidade e confiança.
A Prof Leonardo Lucas Carnevalli Dias,pela participação como membro da
banca de defesa.
Aos colegas de laboratório Osmar (Nate), Celso, Camila, Thaís, Priscilla,
Daniele, Fernando, Donald, Rosane, Arthur pelo convívio e auxílio nas
tarefas desenvolvidas.
Aos meus pais Luiz e Jussara pelo auxílio incondicional e por me
proporcionarem mais este momento feliz em minha vida.
Ao meu irmão Mateus por me ajudar a esquecer as dificuldades que
passamos, e por dar forçaa meus pais e a mim nos momentos difíceis.
Ao meu irmão Vitor (in memorian) que sei que esta olhando por nós, uma
grande perda durante esta minha caminhada. Aprender a perder nunca
saberemos, mas o tempo transforma todos os sentimentos.
A minha namorada Julie pela paciência, compreensão e palavras de
incentivo.
E a todos que de alguma forma me ajudaram e continuam me ajudando.
A todos, muito obrigado.
“A adversidade desperta em nós capacidades que, em
circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.”
Horácio
RESUMO
O Bacillusthuringiensis(Bt) é uma bactéria gram positiva, aeróbica ou
anaeróbica facultativa, em formato de bastonete e que forma inclusões
cristalinas que são tóxicas a insetos das ordens Lepidóptera, Coleóptera,
Díptera, além de nematoides e ácaros. Tais inclusões são proteínas produzidas
por genes chamados Cry. O Bt pode ser utilizado para a produção de plantas
transgênicas ou bioinseticidasatravés de processos fermentativos. Esse
trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar molecularmente a
presença de alguns genes Cry na cepa 1644 e a otimização do processo de
produção de bioinseticida visando o controle das lagartas
Spodopterafrugiperda, Helicoverpazea e Diatreasaccharalis. Para analise
molecular foi utilizada a técnica da PCR, para detecção dos genesCry:
Cry1Ab/1Ac; Cry 1Aa/1Ad; Cry 1Ac, Cry 1B, Cry 1D; Cry 1C; Cry 1Fa/1Fb; Cry
1G; Cry 1A5; Cry 1Ab; Cry 1Fb; Cry 1Fa1/1Fb; Cry 1I; Cry 1H; Cry 2Aa, Cry
2Ab; Cry 2Ac; Cry 2Ad; Cry 9; Cry 9A; Cry 9B e Cry 9D. O meio de cultivo
utilizado para a fermentação continha 4,0% de glicose de milho e 3,0% de
farinha de soja mais sais (0,002 g.L-1 de FeSO4 , 0,02 g.L-1de ZnSO4 , 0,02 g.L-
1de MnSO4, 0,3 g.L-1de MgSO4).Foramdetectadosos genesCry 1Ab/1Ac; Cry
1Aa/1Ad; Cry 1B, Cry 1C; Cry 1A5; Cry 1Ab; Cry 1I; Cry 1H; Cry 2Ab; Cry 2Ad;
Cry 9. Foram coletadas e analisadas amostras em tempo pré determinado. O
pH do meio de cultura variou entre 4,21 e 6,45. A maior quantidade de
biomassa celular produzida se deu após 72h de fermentação (3,8 g.L-1) . A
concentração de esporos teve um pico máximo de 3,83E+08 após 56h de
fermentação. Todos os insetos ficaram expostos á dieta com toxinas por 120
horas e as maiores eficiências de mortalidade observadas foram de 81,75%
paraS. frugiperdaapós 72 horas de fermentação, 58,75% para H. zeaapós 72
horas de fermentação e 50% para D. saccharalis após 56 horas de
fermentação.
Palavras chave: Controle de pragas, Fermentação, Bacillusthuringiensis.
ABSTRACT
Bacillusthuringiensis (Bt) is a gram positive, aerobic or facultatively anaerobic,
rod shaped bacteria and produces crystalline inclusions that are toxic to insects
of the orders Lepidoptera, Coleoptera, Diptera, besides mites and nematodes.
Such inclusions are proteins produced by Cry genes. Bt can be used for the
production of transgenic plants or biopesticides through fermentation
processes. This work based on the molecular analysis of the presence of Cry
genes in theBt strain 1644 and the optimization of the production process of
biopesticide for the control of Spodopterafrugiperda, Helicoverpazea and
Diatreasaccharalis. Molecular analyses was done using the PCR technic for
detection of Cry genes: Cry1Ab/1Ac; Cry 1Aa/1Ad; Cry 1AC, Cry 1B, Cry1D;
Cry 1C; Cry 1Fa/1Fb; Cry 1G; Cry 1A5; Cry1Ab; Cry 1Fb; Cry 1Fa1/1Fb; Cry 1I;
Cry 1H; Cry2Aa, Cry 2Ab; Cry 2Ac; Cry 2Ad; Cry 9; Cry 9A; Cry 9B and Cry9D.
The medium used for the fermentation contained 4.0% glucose and 3.0% corn
soybean meal plus salts (0.002 gL-1 FeSO4, 0.02 gL-1 ZnSO4, 0.02 gL-1
MnSO4, 0.3 gL-1 MgSO4). There were detected the presence of Cry 1Ab/1Ac;
Cry 1Aa/1Ad; Cry 1B; Cry 1C, Cry 1A5, Cry1Ab, Cry 1I, Cry 1H, Cry 2Ab, Cry
2Ad and Cry9. Samples were collected and analyzed at pre-determined time.
The culture medium pH has ranged from 4.21 to 6.45. A greater amount of cell
biomass production occurred after 72 hours of fermentation (3.8 gL-1). The
spore concentration had its peak of 3.83 E +08 spors/ml after 56h of
fermentation. All insects were exposed to the toxin through artificial diet for 120
hours and the highest mortality observed was 81.75% for S. frugiperda after 72
hours of fermentation, 58.75% H. zea after 72 h and 50% for D. saccharalis
after 56 hours of fermentation.
Keywords: Pest control, Fermentation, Bacillus thuringiensis.
SUMÁRIO
Introdução 08
Revisão bibliográfica 10
Material e métodos 19
Resultados e discussão 26
Conclusão 34
Referencias 35
8
INTRODUÇÃO
O milho é uma gramínea pertencente à família Poaceae, tribo Maydeae,
gênero Zea e espécie Zea mays L. Esse cereal é o terceiro mais cultivado no
mundo, perdendo apenas para o trigo e o arroz. O Brasil é o terceiro maior produtor
do grão, atrás apenas dos Estados Unidos e China. A maior parte desses grãos,
cerca de 70%, é destinada à cadeia produtiva de suínos e aves, sendo o restante
destinado ao consumo humano e, mais recentemente, à produção de energia
(CONAB, 2011). Um dos maiores problemas da agricultura mundial é o ataque de
uma ampla gama de pragas, e no milho a redução de rendimento varia em níveis de
17,7% a 55,6% (CRUZ, 2008).
Dentre as principais pragas que atacam o milho podemos citar alguns
Lepidópteros como Spodopterafrugiperda (lagarta do cartucho), Helicoverpazea,
(lagarta da espiga) e Diatreasaccharalis (broca da cana). Sendo a lagarta do
cartucho ainda a principal praga que ataca o milho, não só na fase inicial da cultura,
mas também encontrada até mesmo atacando espigas(CRUZetal., 2013). Mas na
última safra houve no Brasil uma grande incidência do ataque de outra praga, a H.
armigera, que não era uma encontrada no Brasil, recentemente vem causando
grandes prejuizos não apenas no milho, mas em soja, algodão, tomate e varias
outras culturas.
Para o controle destas pragas, ainda é utilizado de forma indiscriminada e
excessivaos inseticidas químicos, porém o controle biológicovem sendo uma arma
bastante utilizada e eficaz. Nesse tipo de controle atuam inseticidas formulados com
a bactéria entomopatogênicaBacillus thuringiensis (Bt) (VALICENTE &ZANASI,
2005; FATORETTOetal., 2007). O uso de híbridos ou variedades transgênicas de
milho, que são conhecidas por milho Bt, nas quais foram inseridos genes da bactéria
B. thuringiensis, são alternativas para o manejo da lagarta do cartucho e outras
larvas de lepidópteras que incidem na cultura do milho (CHIARADIA, 2010).
B. thuringiensis é uma bactéria gram-positiva,aeróbica ouanaeróbica
facultativa (RASKOetal., 2005), em forma de bastonete, formadora de esporos e que
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tem a capacidade de produzir, durante a esporulação, diversas inclusões cristalinas
altamente específicas, que são responsáveis pela atividade tóxica desta bactéria
(GLARE& O’CALLAGHAM, 2000; HABIB& ANDRANDE, 1998). Esporos de Bt
podem ser isolados de diversos ambientes como solo, rizosfera, filoplano, água
fresca, poeiras de grãos e de insetos, crustáceos, anelídeos e mamíferos insetívoros
(RAYMONDetal., 2010).
Bt produz inclusões cristalinas (proteínas cry), as quais são tóxicas a
diferentes ordens de insetos tais como: Lepidóptera, Coleóptera, Díptera e ainda
nematóides e ácaros (FEITELSONetal., 1992). Tais inclusões são formadas por
polipeptídeos denominados δ-endotoxinas, que são liberadas junto ao esporo no
momento da lise celular (DEAN, 1984; HANNAY&FITZ-JAMES, 1995).
Portanto, o Bt é uma importantealternativa ao controle de pragas através do
emprego de bioinseticidas. De acordo com Vlak (1993), o alerta aos riscos
ambientais gerados pelos inseticidas químicos traz uma preocupação em buscar
novas alternativas, incluindo o uso de agentes microbianos como os Baculovírus e
oBt.
Considerando a produção de bioinseticida à base de Bt, este trabalho foi
desenvolvido com o objetivo de analisar molecularmente a presença de alguns
genes Cry na cepa 1644, (cepa pertencente ao banco de microrganismo da
Embrapa Milho e Sorgo) e a otimização do processo de produção de bioinseticida
visando o controle das lagartas Spodopterafrugiperda,
HelicoverpazeaeDiatreasaccharalis.
10
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), na safra
2013/2014 é esperada a quebra de mais um recorde na produção de grãos, com a
projeção de 188,7 milhões de toneladas. Sendo a maior parte devido ao plantio de
soja, seguido pelo milho, que tem expectativa de produção de 75,5 milhões de
toneladas mesmo o milho sofrendo uma redução de 7,4% (6,1 milhões de
toneladas), em relaçãoà safra 2012/2013.
Sendo assim, a cultura do milho é uma das mais importantes do setor
agrícola no Brasil. É uma das mais antigas do mundo, com origem nas Américas.
Possui diversas formas de utilização, variando desde a alimentação animal até a
indústria de alta tecnologia.
Um dos maiores problemas da agricultura mundial é o ataque de uma ampla
gama de pragas. No milho, esse ataque pode ocorrer na raiz, folha, espiga e
pendões. Quando a incidência se dá na parte aérea da planta a aplicação das
medidas de controle à praga é mais fácil, pois a visibilidade do ataque é maior que
quando se dá na parte subterrânea. Esse ataque na raiz, por exemplo, é muitas
vezes confundido com deficiência nutricional, efeito de adversidades climáticas ou
da má qualidade da semente plantada (ÁVILLA& PARRA, 2004; MORÓN, 2004). A
redução de rendimento na cultura do milho devido ao ataque de pragas varia em
níveis de 17,7% a 55,6% (CRUZ, 2008).
Os danos causados pelas pragas da fase vegetativa e reprodutiva do milho
variam de acordo com o estádio fenológico da planta, condições edafoclimáticas,
sistemas de cultivo e fatores bióticos localizados.
Cerca de 1/3 da perda dos produtos agrícolas é causada por pragas e
doenças (VLAK, 1993). A produção do milho pode ser afetada por diversas pragas
que atacam as sementes, raízes e plantas jovens após a semeadura (VIANA, CRUZ,
WAQUIL, 2000).
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Dentre as principais pragas do milho incluem-se: a lagarta do cartucho
(Spodoptera frugiperda), que se alimenta desta cultura em quase todos os instares,
sendo encontrada no cartucho de plantas jovens até na espiga; as lagartas da
espiga (Helicoverpa zeae mais recentemente a Helicoverpa armigera), que atacam
principalmente a parte comercial, a espiga; a broca da cana de açúcar (Diatrea
saccharalis), que ataca a cultura do milho durante quase todo o ciclo da planta, mas
principalmente durante a fase de enchimento de grãos.
A S. frugiperda, dependendo do estágio de crescimento, pode causar uma
redução de 34% na produção do milho, e também a morte da planta (VALICENTEet
al., 1988). As lagartas recém-eclodidas raspam o limbo foliar das folhas mais novas
seguindo para as folhas centrais do cartucho. Depois deatingir o segundo ou terceiro
instar, começam a perfurar as folhas consumidas. Valicente e Cruz (1991)
descreveram possíveis formas de migração da lagarta do cartucho. Dentre elas,
pode-se citar a migração para outra planta através de uma teia e o transporte das
mesmas pelo vento até o cartucho. Tardiamente, podem ser encontradas se
alimentando da palha e dos grãos (VALICENTEet al.,1998).
Segundo Gomez, Moscardi&Sosa-Gomez (1999) há uma estimativa de que,
nos EUA, a perda média anual causada pela lagarta do cartucho do milho seja de
cerca de US$ 300 milhões. Nos anos de 1975 a 1977 esse prejuízo excedeu os US$
500 milhões. No Brasil, S. frugiperda ataca amendoim, algodão e diversas
gramíneas cultivadas, incluindo-se o trigo, a soja e o milho. A intensidade da perda
foliar varia de acordo com a fase de desenvolvimento da planta atacada, com o local
de plantio e segundo as práticas agronômicas utilizadas (HARPAZ, RACCAH, 1978).
A H. zeadeposita seus ovos geralmente individualmente e em qualquer local
da planta, mas tendo preferência pelo cabelo da espiga ou boneca. Após 3-4 dias
dá-se a eclosão das larvas, que começam a alimentar-se imediatamente. À medida
que elas se desenvolvem, penetram no interior da espiga e iniciam a destruição dos
grãos em formação. O período larval varia de 13 a 25 dias, no qual estão sempre se
alimentando e causando prejuízos.
Os prejuízos causados pela H. zea não se limitam apenas a alimentação
direta dos grãos da espiga. Podem cortar o “cabelo” da espiga, impedindo a
12
fertilização e, consequentemente, causando a má granação, provocando falhas na
espiga. Além disso,podem causar perfuração da palha, permitindo a penetração de
microrganismos, além de favorecer a infestação por outras pragas importantes, tais
como o caruncho (Sitophiluszeamais) e a traça (Sitotrogacerealella). No Brasil os
prejuízos causados pela H. zeasão da ordem de 8 a 10%.
As lagartas daD. saccharalis,na fase inicial de desenvolvimento das plantas
demilho, podem atacar o cartucho, cujos danos, se foremsuperficiais, resultam na
formação de uma série de furostransversais na lâmina foliar.Se o dano for mais
profundo, o ponto de crescimento da planta pode ser atingido, provocando o sintoma
característico de “coração-morto”. Em plantas de milho mais desenvolvidas, as
lagartas, geralmente de 3º ínstar, penetram no colmo, onde fazem galerias
ascendentes.
À medida que se desenvolvem, a capacidade de dano das larvas aumenta,
fazendo com que o colmo das plantas fique enfraquecido e sujeito ao quebramento.
Cada larva pode consumir de dois a três nós. Eventualmente pode haver danos às
espigas.
A capacidade de dano médio da praga pode resultar em perdas de 21 a 27%
no rendimento de grãos. Noentanto, prejuízos maiores podem ocorrer principalmente
se o ataque ocorrer nos entrenós próximos à espiga, o que acaba afetando a relação
fonte/dreno da planta.
Para se evitar maiores danos e perdas, se faz necessário o controle tanto
destas, como de outras pragas e doenças que atacam não só o milho como
qualquer outra cultura. E, quando se pensa em controle, o que inicialmente vem
“àcabeça” do produtor, pela praticidade, facilidade de compra e rapidez de ação, é a
aplicação de inseticidas químicos.
Segundo dados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), em 2010 a
indústria brasileira de inseticidas totalizou vendas de US$ 7,3 bilhões.Entre 1990 e
2010 o mercado brasileiro cresceu 576%, enquanto o mercado mundial aumentou
83%. Como resultado, a participação das vendas da indústria de defensivos no
Brasil, em relação às vendas globais, aumentou de 10% para 15,3% no período.
13
Nos sistemas agrícolas os inseticidas químicos são frequentemente e
indiscriminadamente utilizados para reduzir os danos causados nas lavouras e,
consequentemente, o prejuízo econômico (MOSCARDI, SOUZA, 2002). Porém, este
método pode acarretar efeitos maléficos como o desequilíbrio biológico, a poluição
do meio ambiente pela geração de resíduos, risco de intoxicação para o homem na
aplicação e consumo acidental do inseticida, além do alto custo para o agricultor
(VALICENTEet al., 1988).
O uso indiscriminado de agrotóxicos acarreta também uma redução da
população de organismos benéficos. As pragas podem sofrer o processo de seleção
natural, sendo que as resistentes podem obter sucesso reprodutivo e conseguir, ao
longo de várias gerações, passar os genes de resistência a seus descendentes.
Com isso, o produtor, cada vez mais, necessita de uma dose maior de inseticida e
às vezes precisa recorrer a outros produtos mais tóxicos (VALICENTE, CRUZ,
1991).
Como alternativa ao controle de pragas, e atualmente devido ao surgimento
de novas pragas, tem-se o controle biológico e o uso de bioinseticidas. De acordo
com Vlak (1993), o alerta aos riscos ambientais gerados pelos inseticidas químicos
traz uma preocupação em buscar novas alternativas, incluindo o uso de agentes
microbianos como os Baculovírus e o Bacillusthuringiensis.
Não só a introdução de uma nova espécie de praga no sistema agrícola
brasileiro, mas os problemas causados pela utilização de apenas um método de
controle de pragas têm ocasionado uma seleção de pragas resistentes. Isso nos
mostra a importância de se ter rotineiramente o manejo integrado como princípio
fundamental, de tal modo que o produtor possa rapidamente adequar medidas que
também sejam eficientes, econômicas e ambientalmente adequadas para reduzir a
população da nova praga a níveis de danos não econômicos. Contudo, as demais
espécies de insetos fitófagos não devem ser negligenciadas por conta do
aparecimento de novas pragas. Todo o conhecimento gerado pelas instituições de
pesquisa e, por que não, pelo produtor,deve ser utilizado para que se possa reduzir
a probabilidade de haver prejuízos aos produtores e à sociedade como um todo.
14
O controle biológico de pragas é considerado por Valicente e Cruz (1991)
como o “uso de organismos vivos para manter a população de determinada praga
em equilíbrio no agrossistema, de modo a não ocasionar danos econômicos ao
produtor”. Segundo Moscardi(1984), os bioinseticidas são uma alternativa ecológica
e sustentável, contribuindo para se manter o equilíbrio do ecossistema.
No controle biológico pode-se utilizar parasitóides, predadores e patógenos
(VALICENTE, 1989). Recomenda-se que o controle da praga deve ser feito quando
a infestação representar 20% das plantas e estas estiverem menores que 30-40 cm
de altura. Mas é bom salientar que o monitoramento, que tem como base a
precaução e visitas periódicas ao campo, é a melhor maneira para possibilitar a
escolha da época mais adequada.
O mercado brasileiro de biopesticidas ou dos agentes de biocontrole gira em
torno de 1 a 2% do total de agrotóxicos comercializados (US$97 milhões a US$194
milhões). Mesmo as estimativas mais conservadoras de crescimento do mercado de
agentes de biocontrole são bastante otimistas em nível mundial, com projeções de
atingir US$6,1 bilhões em 2022. Entretanto, com a entrada consistente das grandes
empresas de pesticidas na área de biocontrole, as novas projeções elevam esse
valor para US$25 bilhões em 2030. Para atingir essas cifras, porém, um longo
caminho deverá ser percorrido, especialmente no desenvolvimento de produtos com
características que viabilizem seu uso comercial em maiores escalas.
O controle biológico de alguns Lepidópteros é feito também utilizando a
bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que é uma bactéria gram positiva, encontrada no
solo, água, palhada e insetos mortos.Possui formato de bastonete, formadora de
esporos e capaz de produzir inclusões cristalinas durante a esporulação, que são
responsáveis pela atividade tóxica desta espécie (GLARE&O’CALLAGHAM, 2000).
Como esse microrganismo não é considerado um entomopatógeno com grande
agressividade e nem sempre esporula em insetos, antes ou após a sua morte,
dificilmente é encontrado em epizootia natural em insetos, porém alguns trabalhos
relatam este fato (POLANCZYK& ALVES, 2004).
15
Possíveis locais de reprodução incluem o solo, a rizosfera, o filoplano ou
outros tecidos da planta, insetos vivos ou mortos e outros invertebrados
(RAYMONDetal., 2010).
O gênero Bacillus possui uma fase de esporulação característica no seu
desenvolvimento na qual o esporo bacteriano e cristais proteicos(Figura 1) são
simultaneamente formados, sendo estes últimos sob forma de inclusões
parasporais.
Figura 1: Bacillus thuringiensisem formato de bastonetes (lado esquerdo); cristal
(seta inferior); esporo vegetativo (seta superior).
As inclusões cristalinas produzidas pelo Bt(proteínas Cry), as quais são
tóxicas a diferentes ordens de insetos tais como Lepidóptera, Coleóptera, Díptera e
ainda nematoides e ácaros (FEITELSONetal., 1992), são formadas por polipeptídeos
denominados δ-endotoxinas, que são liberadas junto ao esporo no momento da lise
celular (DEAN, 1984; HANNAY&FITZ-JAMES, 1995).
O modo de ação das toxinas Cry tem sido caracterizado principalmente em
insetos lepidópteros. Estudos mencionam que a ação primária dessa toxina é lisar
as células epiteliais do intestino médio do inseto-alvo pela formação de poros na
membrana microvilosa apical das células do mesêntero (ARONSON &SHAI, 2001;
de MAAGD etal., 2001, BRAVOetal., 2005). As protoxinas inativas ingeridas por
16
larvas suscetíveis dissolvem-se no meio alcalino do intestino, são solubilizadas e
clivadas por proteases do intestino médio produzindo proteínas resistentes a
proteases de 60-70 kDa (BRAVOetal., 2005). A ativação da toxina envolve a
remoção proteolítica de um peptídeo N-terminal (25-30 aminoácidos para toxinas
Cry1, 58 para Cry3A e 49 para Cry2Aa) e cerca de metade das proteínas restantes
da porção C-terminal, no caso de protoxinasCry longas. A toxina ativada então se
liga a receptores de glicoproteínas específicos na borda da membrana das células
epiteliais do intestino médio (de MAAGDetal, 2001; BRAVOetal, 2005) antes de
inserir na membrana. Esses receptores, na verdade, desempenham um papel
fundamental na determinação de suscetibilidade/resistência a uma toxina particular
de B. thuringiensis, estando sua natureza sob intensa investigação
(ALCÂNTARAetal., 2004). A inserção da toxina se dá de forma rápida e irreversível,
levando à formação de poros líticos nas microvilosidades da membrana apical
(ARONSON &SHAI, 2001; BRAVOetal., 2005). Posteriormente ocorre a lise celular
e, muito provavelmente, resulta na permeabilidade seletiva de cátions. Ocorre então
a ruptura do epitélio do intestino médio, liberando o conteúdo da célula, fornecendo
um meio com esporos germinando e, como consequência, uma septicemia grave (de
MAAGD etal., 2001; BRAVOetal., 2005) e/ou levando à paralisia do intestino,
cessando a alimentação e, como consequência, a morte por fome (inanição), o que
ocorre geralmente após 1-3 dias (ALIetal., 2010).
De forma resumida, a ação do Bt se da através do consumo de alimento
tratado com endotoxinas que geralmente resulta na parada da alimentação de larvas
de lepidópteros devidoaparalisação do intestino, que retarda a passagem de material
vegetal ingerido e permite que os esporos germinem e passem a crescer
vegetativamente. Quando as larvas se alimentam com altas doses da toxina sofrem
uma paralisia geral seguida de morte. Com doses mais baixas ou em insetos menos
susceptíveis, o dano às células intestinais é suficiente para parar a secreção normal
do intestino, o qual abaixa o pH do lúmem, permitindo a germinação dos esporos.
A eficiência de determinada proteína não está associada apenas ao fato dela
ser ou não ativada, mas também a uma associação com os receptores do inseto
alvo e o seu grau de solubilização. Por exemplo, Cry1Ac liga-se bem aos receptores
de membrana da lagarta da beterraba (Spodoptera exigua), mas há muito pouca
17
toxicidade a este inseto (GARCZYYNSKIetal., 1991). Já a proteína Cry1Ab, que não
se liga aos receptores de membrana da mariposa cigana (Lymantriadispar)é mais
tóxica do que Cry1Ac, (WOLFERBERGER, 1990).
As diversas linhagens de Btproduzem, em adição às endotoxinas, uma série
de outras toxinas que podem ou não participar da ação entomopatogênica, tais
como as proteínas Cyt (Cytolytic) e VIP (Vegetative insecticidal proteins )
(LERECLUSetal., 1993).
Tais cristais em Bt, também chamados de δ-endotoxinas, são codificados
pelos chamados genes cry e vêm sendo utilizados nos últimos 40 anos na
formulação de bioinseticidas comerciais que forneceram níveis adequados e
consistentes de controle biológico para diversas espécies de insetos-praga na
agricultura (ESTRUCHet al., 1997; SCHNEPFet al., 1998). As proteínas
(δendotoxinas) que formam estes cristais somam entre 20 a 30% das proteínas
totais da bactéria na fase de esporulação.
Proteínas Cry são δ-endotoxinas especialmente tóxicas para as ordens de
insetos Lepidoptera, Coleoptera, Hymenoptera e Diptera, e também aos nematóides.
A definição de uma proteína Cry é bastante ampla: uma inclusão protéicaparasporal
(cristal) de B. thuringiensis que exibe algum efeito tóxico experimentalmente
verificável para um organismo alvo ou qualquer proteína que tenha similaridade de
sequencia para uma proteína Cry conhecida (CRICKMOREetal., 1998).
Porém, o Bt também produz outras toxinas, como por exemplo a β-exotoxina,
que é solúvel em água, termoestável e dialisável.A sua estrutura química é um
derivadade fosforilado de adenina. Encontramos vários tipos de beta-exotoxinas e,
ao contrárioda delta, elas não são produzidas por todas as cepas de Bt. A sua
produção está associada com certos sorotipos como H1, H4, H8, H9 e H10
(FERNANDÉZ & VEGA, 2002). Mas há um empecilho para a produção de
bioinseticidas a base de Bt que contenham esta toxina. É que além de ser tóxica
para uma quantidade grande de insetos, ela é tóxica para vertebrados, não sendo,
portanto, liberadasa sua produção e comercialização.
18
As duas maiores aplicaçõesdas toxinas de Bt são: o controle de pragas no
campo e vetores de doenças humanas através de bioinseticidas e o
desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos.
Visando a produção de bioinseticida, oBt pode ser cultivado em meio sólido,
líquido e semi-sólido.O uso comercial de meios alternativos como fonte de nutriente
para o crescimento desta bactériapode ser uma forma econômica para a produção
de biopesticida para o controle, por exemplo, da lagarta do cartucho do milho.
O meio de cultura é uma solução de nutrientes utilizada para promover o
crescimento de microrganismo em laboratório e deve conter uma série de fatores
químicos e físico-químicos (ambientais) para proporcionar à bactéria um crescimento
próximo ao ideal. Dentre os fatores químicos podemos citar a água, macro e micro
nutrientes e fatores de crescimento.Com relação aos fatores ambientais temos
temperatura, pH, pressão osmótica e O2.
Para o crescimento do Bt, devem ser adicionados ao meio de cultura os
macronutrientes: Carbono, como fonte de energia e que é componente de
aminoácidos, ácidos orgânicos, bases nitrogenadas e é necessário para todos os
compostos orgânicos que constituem uma célula viva; e o Nitrogênio, que após o
Carbono é o elemento mais abundante nas células,sendo fundamental na síntese de
DNA, RNA e ATP. Além disso, é importante a presença de micronutrientes como
Magnésio (possui importante papel na estabilização de ribossomos, membranas
celulares e ácidos nucleicos), Ferro, Zinco e Manganês, sendo este último um dos
principais responsáveis pela formação do cristal protéico, que é tóxicoaLepidópteros.
Além disso, fatores ambientais como temperatura, que deve ser ótima para que não
ocorra aceleração nem retardamento do crescimento microbiano, pH ideal, evitando
a desnaturação de enzimas e promovendo de maneira eficiente as reações químicas
dentro da célula, pressão osmótica para evitar a absorção ou perda de água em
excesso pela bactéria para o meio de cultura ou vice-versae oxigenação constante
para otimizar o crescimento, são também essenciais para o bom crescimento e
desenvolvimento da bactéria.
19
MATERIAL E MÉTODOS
Cepa de Bacillus thuringiensis utilizada
A cepa de Bacillusthuringiensis utilizada no trabalho foi a 1644, pertencente
ao banco de microrganismos da Embrapa Milho e Sorgo.
Para a utilização desta cepa foi necessário realizaranteriormente uma analise
quanto à presença de β-exotoxina que, como jácitado, é uma toxina produzida
naturalmente pelo Bt e que é toxica para vertebrados, não sendo, portanto,
aceitapara produção de inseticidas biológicos contendo esta toxina.
Para a análise molecular quanto à presença de genes tóxicos às pragas cuja
eficiência deste inseticida foi testada, foi utilizada a técnica da PCR (Reação em
Cadeia da Polimerase) para detecção de presença de tais genes. Para a utilização
desta técnica há a necessidade da extração e purificação de DNA de tal cepa.
Extração do DNA de Bacillus thuringiensis
O DNA da cepa estudada foi extraído e purificado de acordo com Shuhaimiet
al. (2001), com algumas modificações. A cepa foi plaqueada em meio LB sólido e
mantida à temperatura de 30°C durante 16h. Com o auxílio de uma alça de platina,
toda a massa celular foi raspada e transferida para um microtubo e ressuspendida
em 700µL de solução tampão (50 mMde Glicose, 25 mMde Tris/HCl e 10 mMde
EDTA pH 8,0) e lizosima na concentração de 20 mg.mL-1, sendo levado ao banho-
maria a 37°C por 30 min. Em seguida adicionaram-se 25 µL de SDS 10% e 5 µL de
proteinase K (20 mg.mL-1) seguido de incubação a 60°C por 1h.
Após esse período, 500 µL de fenol/clorofórmio/octanol (25:24:1) foram
adicionados seguido de centrifugação por 2 min a 12000g. Do sobrenadante
transferiu-se 300 µL para um novo tubo, acrescentou-se o mesmo volume de acetato
de potássio 3M e 600 µL de isopropanol, verteu- se suavemente e centrifugou-se a
12000g por 10 min.
20
O sobrenadante foi cuidadosamente descartado, o pellet foi lavado com 300
µL de etanol 70% gelado e novamente centrifugado a 12000g por 5 min. Novamente
descartou-se o sobrenadante e secou-se o pellet de forma que não ficasse resíduo
de etanol e ressuspendeu-se em 150 µL de TE (TRIS HCl 10 mM; EDTA 1mM pH
8,0).
A integridade do DNA extraído foi constatada através de corrida eletroforética
em gel de agarose 1% e sua quantificação se deu através do aparelho Nanodrop
16(ND-1000 V3.1.2). Em seguida a amostra foi diluída para uma concentração de
10ng.L-1. A amostra de DNA original foi armazenada a –20°C e a amostra de
trabalho, diluída e armazenada a 4°C.
Para a caracterização molecular foram utilizados iniciadores para os genes
Cry já descritos na literatura (CERÓNet al., 1994; CERÓNet al., 1995; VALICENTEet
al., 2010; ESPINASSEet al., 2003; HERNÁNDEZ-RODRÍGUEZet al., 2009;
IBARRAet al., 2003) (Tabela 1), além de iniciadores definidos por nossa equipe e
ainda não publicados.
Foi testada a presença dos genes:Cry1Ab/1Ac,Cry 1Aa/1Ad,Cry 1Ac,Cry 1B,
Cry 1D,Cry 1C, Cry 1Fa/1Fb,Cry 1G,Cry 1A5,Cry1Ab,Cry 1Fb,Cry 1Fa1/1Fb,Cry
1I,Cry 1H,Cry 2Aa, Cry 2Ab,Cry 2Ac,Cry 2 Ad,Cry 9,Cry 9A,Cry 9Be Cry 9D.
21
Tabela 1. Sequencia e temperatura de anelamento dos iniciadores utilizados na
detecção de genes Cry em cepa de Bacillus thuringiensis.
Iniciador Sequencia (5'-3')
N° de Pares de Bases
Tm (°C)
Referência
Cry9D Iniciadoraindanãopublicado
- - Silva-Fagundes
Cry 9B Iniciadoraindanãopublicado
- - Silva-Fagundes
Cry1Ac GTTAGATTAAATAGTAGTGG
180 53 Ceronet. al., 1994
Cry2Ad Iniciador ainda não publicado
- - Silva-Fagundes
Cry1D CTGCAGCAAGCTATCCAA
290 55 Ceronet. al., 1994
Cry1 A5 CGCCACAGGACCTCTTATC
231 55 Valicente etal., 2010
Cry9 Iniciador ainda não publicado
- - Silva-Fagundes
Cry9Aa Iniciador ainda não publicado
- - Silva-Fagundes
Cry 1H Iniciadoraindanãopublicado
- - Silva-Fagundes
Cry1Ab AATTTGCCATCCGCTGTA
418 55 Valicente etal., 2010
Cry 1B CTTCATCACGATGGAGTAA
367 55 Ceronet. al., 1994
Cry1Aa/Cry1Ad TTG GAG TCT CAA GGT GTA A
246 pb 53 Ceronet. al., 1994
Cry1Ab/Cry1Ac CTC TTA TTA TAC TTA CAC TAC
216 pb 55 Ceronetal., 1994
Cry1C CAA ACT CTA AAT CCT TTC AC
130 pb 55 Ceronetal., 1994
Cry1Fa/Cry1Fb CGG TTA CCA GCC GTA TTT CG
177 pb 50 Ceronetal., 1995
Cry1Fa1/Cry1Fb TAA TAG GGC GGA ATT TGG AG
283 pb 55 Valicente etal., 2010
Cry1I Iniciadoraindanãopublicado - - Silva-Fagundes
Cry2Aa Iniciadoraindanãopublicado
- - Silva-Fagundes
Cry2Ab Iniciadoraindanãopublicado - - Silva-Fagundes
22
Cry2Ac Iniciadoraindanãopublicado -- - Silva-Fagundes
968F
1494R
CGCCCGCCGCGCGCGGCGGGCGGGCGGGGGCACGGGGGGGAACGCCAA GAACCTTACTGACTGACTGAGGYTACCTTGTTACGACTT
600 pb - Nubeletal. (1996) e Lane (1991)
*Código universal para bases degeneradas: R=A, G; Y=C, T; M=A, C; S=G, C; H=A, T, C; D=G, A, T; N=A, C, G, T. Tm: Temperatura de anelamento .
Para eliminação de falso negativo foram utilizadosiniciadorespara
amplificação do gene 16S ribossomal, sendo esta subunidade encontrada no RNA
ribossomal de procariontes. (968F e 1494R).
Para as reações de amplificação foram utilizados microtubos de 0,2 mL
contendo um volume final de 10 µl, com 30 ng de DNA, 3mM de MgCl2, 1 µl de
tampão 10× (Tris 20 mM e KCl50 mM), 250 µM de dNTPs (A, T, C, G), 10 µM de
cada iniciador e 1 unidade de Taq DNA Polimerase. As amplificações foram
realizadas em termocicladorVeriti® 96-“Well ThermalCycler” (AppliedBiosystems)
utilizando o seguinte programa:95°C por 2 minutos, seguido de 30 ciclos de 95°C por
1 minuto, temperatura de anelamento específica para cada iniciador (Tabela 1) por 1
minuto e 72°C por 1 minuto, seguido de um ciclo de 72°C por 10 minutos.
Os produtos de amplificação foram separados por eletroforese em géis de
agarose (1,5% ou 2,0%, variando de acordo com o tamanho do fragmento
amplificado). Foi utilizado Gel Red (BIOTIUM) para a visualização do produto de
PCR de acordo com as instruções do fabricante. Após a corrida o gel foi visualizado
sob luz ultravioleta. As imagens foram captadas pelo fotodocumentador Kodak Gel
Logic 200 Imaging System.
Após a detecção destes genes foi feita uma comparação de genes tóxicos a
algumas pragas descritas em Kees van Frankenhuyzen (2009), que relaciona a
presença do gene com a toxicidade a algumas ordens de inseto.
23
Produção do bioinseticida
Para a produção do pré-inóculo foi utilizado o meio de cultura LB (Luria
Bertani)sólido (12g de Bacto Ágar), acrescido de sais (0,002 g.L-1 de FeSO4 , 0,02
g.L-1de ZnSO4 , 0,02 g.L-1de MnSO4 , 0,3 g.L-1de MgSO4), pH ajustado para 7,5. A
incubação foi realizadapor 24 horas a 28°C. Posteriormente as placas foram
raspadas e o material foi retirado e inoculado em meio de cultura LB + sais líquido e
deixadosob agitação constante de 200 RPM por 16 horas a 28°C.
Para averiguação da quantidade de esporos presentes no pré inoculo foi feita
uma contagem inicial em câmera de Newbauer utilizando microscopia de contraste
de fase. Após esta etapa foi realizado um teste rápido de mortalidade quanto à
toxicidade desta cepa às três espécies testadas (Spodoptera frugiperda, Helicoverpa
zea e Diatrea saccharalis).
Após confirmação da quantidade de esporos presentes e da eficiência da
cepa para o controle de tais pragas, o pré-inoculo foi adicionado ao meio de cultura
proposto em Valicente e Mourão (2008), composto por 4,0% de glicose de milho
(fonte de Carbono), 3,0% de farinha de soja (fonte de Nitrogênio), além dos
micronutrientes (FeSO4, ZnSO4, MnSO4 e MgSO4), que são essenciais para o
crescimento e desenvolvimento da bactéria, pH ajustado para 7,5 e mantido sob
agitação (200 RPM) e temperatura (28°C) constantes. Amostras foram coletadas em
períodos pré determinadose armazenadas para posterior realização dos testes
(Tabela 2).
Foi feita a inoculação de 5% do pré inoculo no meio de cultura a ser avaliado.
Foram feitas 3 repetições e os erlenmeyers foram deixados em shaker com agitação
constante (200rpm) por 72 horas a 28°C.
Tabela 2. Horários de coleta das amostrasdo produto em processo de fermentação
e testes realizados.
Amostra Horas após inoculação
pH Densidade ótica
Massa celular
Contagem de esporos
Mortalidade
24
01 00 x x x x x 02 02 x x 03 04 x x 04 06 x x 05 08 x x x x x 06 24 x x x x x 07 26 x x 08 28 x x 09 30 x x 10 32 x x x x x 11 48 x x x x x 12 50 x x 13 52 x x 14 54 x x 15 56 x x x x x 16 72 x x x x x
Parâmetros avaliados durante o crescimento
Densidade Ótica
Amedição da densidade ótica (DO) a 600nm do meio de cultura foi realizada
utilizando-se espectrofotômetro.
Biomassa
Amostras de 100 ml foram centrifugadas a 10.000rpm durante 20 min. O
sobrenadante foi descartado e o pellet foi liofilizado. O peso seco foi calculado e
expressoem gramas por litro.
Contagem de esporos
25
As amostras coletadas foram submetidas a diluições seriadas e a contagem
de esporos realizada em câmera da Newbauer, microscopia de contraste de fase,
em três repetições.
pH
O pH do meio foi ajustado inicialmente para 7,5 ± 0,1 com NaOHapós a
esterilização, e foi medida a intervalos regularesdurante 72h do processo de
fermentação utilizando-se um medidor de pH de bancada.
Teste de toxicidade
O complexo de cristais de esporos produzidos em diferentes horários foi
testado contra lagartas de dois dias de idade(S. frugiperda, H. zea e H. armigera) e
de cinco dias de idade (D. saccharalis) criadas em laboratório. A fim dedeterminar a
toxicidade, a cultura foi amostrada em 8, 24, 32,48, 56 e 72horas após inicio do
processo de fermentação.
Foi utilizado o método de superfície para testar a toxicidade, no qual foi
aplicado 165 µl da suspensão de esporos/cristais sobre um pedaço de dieta artificial
com aproximadamente 3,5 cm3 de volume. Após inoculação as lagartas foram
mantidas em BOD a27°C, 70% de UR (Umidade Relativa) efoto período de 16 horas
de luz e 8 horas de escurodurante 7 dias. Após este período foi avaliada a
eficiência/taxa de mortalidade das lagartas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
26
PCR
Dos 20 iniciadorestestados para a identificação dos genes Cry presentes na
cepa 1644, dez tiveram resultados positivos, como mostrado na Tabela 3.
Tabela 3. Detecção de genes Cry na cepa 1644 de Bacillus thuringiensis.
Genes Presença / ausência cry1Ab/1Ac + cry1Aa/1Ad +
cry1Ac - cry1B + cry1C + cry1D -
cry1Fa/1Fb - cry1A5 + cry 1Ab +
cry1Fa1/cry1Fb1 - cry 1I +
cry 1 H + cry2Aa - cry2Ab + cry2Ac - cry2Ad -
cry9 + cry9Aa - cry9B - cry9D -
Levando em consideração os relatos em Kees van Frankenhuyzen (2009), as
classes de genes aqui analisadas e detectadas nesta cepa (Cry1A, Cry1B, Cry1C,
Cry1I, Cry1H, Cry2Ae Cry9) apresentam certa toxicidade àordem Lepidóptera, que
são os insetos alvo deste estudo.
Neste mesmo trabalho, analisando a nível de espécie, podemos citar cinco
genes (Cry1Aa, Cry1Ab, Cry1aC, Cry1Ad e Cry2Ab) presentes nesta cepa que são
tóxicos a pelo menos uma espécie de lagarta testada. Deve-se considerar que há a
27
possibilidade da presença de outros genes tóxicos a estas lagartas que não foram
testados ou até mesmo detectados nesta cepa.
Contagem de esporos e mortalidade das lagartas
Foram feitas três contagens de número de esporos do pré inoculo em câmara
de Newbauer, podendo-se observar uma concentração de 3,175 x 107esporos.mL-
1.Já as taxas de mortalidade foram de 95% pra S. frugiperda, 70% para H. zea e
65% para D. saccharalis.
Densidade ótica
A leitura da densidade ótica (DO) de uma cultura bacteriana em
espectrofotômetro nos da uma estimativa da concentração celular no meio. Como
podemos observar na Figura 2, houve um aumento da DO entre 8 e 24 horas após a
inoculação,sendo que após 24 horas essa variação é bem menor, se mantendo
quase estável. Resultado similar foi relatado por Ernandesetal. (2007), no qual foi
observado um crescimento exponencial de Bt entre 12 e 24 horas de inoculação.
28
Figura 2. Leitura de densidade ótica das amostras de Btcoletadas em
espectrofotômetro a 600nm.
Biomassa
A maior produção de biomassa foi observada 72 horas após a
inoculação,sendo de 3,83 g.L-1. A Figura3mostra o crescimento bacteriano expresso
em g.L-1. Resultados similares foram relatados por Valicente et. al(2010) após
trabalho no qual também foram utilizados meios de cultura alternativos contendo
Nitrogênio e Carbono como fonte de nutrientes para o Bt.
Densidade ótica
Tempo de fermentação
0h 8 hs 24 hs 32 hs 48 hs 56 hs 72 hs
Abso
rbân
cia
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
29
Figura 3. Produção de massa celular das amostras coletadasem função do tempo
de cultivo.
Contagem de esporos
Assim como relatado em Valicente et.al(2010) e Valicente e Mourão (2008),
após um período de crescimento há uma queda na concentração de esporos a partir
de 72 horas após a inoculação, apesar de terem sido feitos testes com meio de
cultura diferentes. Já no presente trabalho é possível observaruma redução na
concentração de esporos após 56 horas de inoculação (Figura 4).
Biomassa
Tempo de fermentação
0h 8 hs 24 hs 32 hs 48 hs 56 hs 72 hs
g/L
0
1
2
3
4
5
6
30
Figura 4. Variação do número de esporos de Btpor mL do meio de cultura em
função do tempo de cultivo.
Correlação entre concentração de esporos, biomassa e densidade ótica
Assim como relatado em diversos trabalhos de fermentação e produção de
bioinseticidas (ANEGELO etal, 2010; VALICENTEetal. 2010; VALICENTE e
MOURÃO 2008; ERNANDES etal., 2007; VIEIRAetal., 2008), há uma tendência que
com o passar do tempo, após a inoculação do Bt em meio de cultivo, a massa
celular, densidade ótica e concentração de esporos também aumente, pois estas
tem uma relação direta entre si. Na Figura 5 podemos observarumacorrelação entre
crescimento, massa celular e a concentração de esporos, sendo que no inicio (0
horas a 24 horas) a densidade ótica também seguiu essa tendência, mas após esse
período a cultura entrou no estágio estacionário.
Concentração de esporos
Tempo de fermentação
0h 8 hs 24 hs 32 hs 48 hs 56 hs 72 hs
Esp
oro
s / m
L
0
1e+8
2e+8
3e+8
4e+8
31
Figura 5. Comparação entre concentração de esporos de Bt,biomassa e densidade
ótica ao longo do tempo de cultivo.
pH
Vários autores relatam a queda do pH no inicio da fermentação seguida do
aumento do pHapós 96 horas de crescimento. Na Figura 6 é possível observar uma
redução no pH um pouco mais significativa entre 8 a 24 horas de
inoculação,ocorrendo um aumento após este período. Valores de pH maiores que 7
talvez não tenham sido alcançados neste experimento pelo fato da fermentação ter
sido encerrada com 72 horas de crescimento.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
0,00E+00
5,00E+07
1,00E+08
1,50E+08
2,00E+08
2,50E+08
3,00E+08
3,50E+08
0 h 8 hs 24 hs 32 hs 48 hs 56 hs 72 hs
Concentração de esporos x Biomassa x D. O
Contagem de esporos
(esp/mL)
Massa celular (gr/mL)
Densdidade ótica
32
Figura 6.Determinaçãodo pH em diferentes tempos de crescimento de Bt após o
inicio do processo fermentativo.
Toxicidade
Uma eficiência na toxicidade do Bt a espécies de insetos pragas é o principal
objetivo quando se inicia um processo fermentativo. Em testes já realizados no
laboratório de Controle Biológico da Embrapa Milho e Sorgo com esta cepa e
utilizando o meio de cultura LB + sais, foi possível encontrar até 100% de
mortalidade para algumas destas pragas testadas neste estudo. Porém, como pode
ser observado naFigura 7, em nenhum momento foi observada toda essa eficiência,
sendo as maiores eficiências observadas para S. frugiperdaapós 72 horas da
inoculação (81,75%), para H. zeaapós 72 horas da inoculação (58,75%) e para D.
saccharalis após 56 horas da inoculação (50,00%).
pH
Tempo de fermentação
0h 8 hs 24 hs 32 hs 48 hs 56 hs 72 hs
pH
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
33
Figura 7. Toxicidade de Bt a diferentes insetos pragas do milho, em diferentes
tempos de cultivo.
Mortalidade
Tempo de fermentação
0h 8 hs 24 hs 32 hs 48 hs 56 hs 72 hs
% m
ortos
0
20
40
60
80
100
Spodoptera frugiperda Helicoverpa zea
Diatrea saccharalis
34
CONCLUSÕES
De uma forma geral os resultados de pH, densidade ótica, biomassa e concentração de esporos corroboraram com os resultados de vários outros trabalhos. Os resultados obtidosacompanharam o que é comumente encontrado quando se trabalha com fermentação de Bacillusthuringiensis. O resultado mais importante relaciona-se com aeficiência no controle das pragas Diatreasaccharalis, Helicoverpazea e Spodopterafrugiperda. Porem não houve controle satisfatório de tais pragas, sendo recomendável novos estudos e o teste de meios de cultura alternativos com diferentes composições e proporções de fontes de Carbono e Nitrogênio como fontes de nutriente para se obter um biopesticida eficiente a partir do crescimento deBt. Pois esta mesma cepa testada com o meio de cultura padrão do laboratório (LB + sais), apresentou eficiência no controle de tais pragas acima de 90%, porem o alto custo de meio, pode inviabilizar a produção do biopesticida em escala comercial.
35
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